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A Granja Ritter, de São Martinho (RS), e a Estância das Pedras, de Água Santa (RS), venceram a 2ª edição do Prêmio Referência Leiteira. O anúncio foi realizado nesta quinta-feira (31/8) em evento na Casa do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). O mérito consagrou a Granja Ritter, de Leo Arnoldo Ritter, como “Propriedade Referência em Produção de Leite" no sistema de produção em semiconfinamento e confinamento. No sistema a pasto, o primeiro lugar foi conquistado pela Estância das Pedras, de Gabriel Lorenzon.

Durante a cerimônia também foram conhecidos os vencedores das categorias de cases. Na categoria “Protagonismo Feminino”, a propriedade vencedora foi a Baldo Pereira; em “Inovação”, a Granja Grespan; em “Gestão da Atividade Leiteira”, o Tambo S. Martins;  em “Sucessão Familiar”, a Agropecuária Muraro; em “Sustentabilidade Ambiental”, a Fazenda São João; e em Bem-estar Animal, a Família Miorando.

“A busca pela excelência, a perspectiva de sucessão familiar e a dedicação constante são características comuns a estas propriedades vencedoras, que compartilham resultados notáveis na atividade leiteira. E, sem dúvida, o elemento comum entre elas é o amor pela atividade, pois a produção de leite requer dedicação contínua e a superação de muitos desafios, enfrentados através da capacidade de organização e de gestão do negócio”, destaca Jaime Eduardo Ries, assistente técnico estadual da Emater-RS e coordenador do Prêmio Referência Leiteira.

Os 12 destaques receberam troféus e certificados, kit de produtos lácteos, além de notebook como premiação. Os detalhes dos vencedores podem ser conferidos abaixo. “A premiação é um reconhecimento aos produtores e propriedades que têm se destacado no setor lácteo do Rio Grande do Sul, evidenciando aqueles que têm desenvolvido um excelente trabalho e incentivado a implementação de avanços e inovações para impulsionar o setor rumo a uma produção cada vez mais sustentável, competitivo e eficiente”, afirma Darlan Palharini, vice-coordenador da premiação e secretário-executivo do Sindilat/RS.  

Ao todo, a premiação contou com a participação de 150 iniciativas. O Prêmio, que teve a sua 3º edição confirmada para 2024, é promovido pelo Sindilat/RS com o apoio da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

O evento contou ainda com a apresentação de iniciativas e tecnologias inovadoras para a cadeia leiteira, como a Plataforma Embrapa de Leite Baixo Carbono; a ferramenta PSP Leite para a gestão da produção de leite; e os testes rápidos para seleção de úberes leite A2.  Em dois painéis, foram abordadas questões importantes sobre a sanidade dos rebanhos com os temas: “carrapato bovino na propriedade leiteira” e “mastite x tratamento SuporTest Antibiograma”. No espaço voltado à qualificação foi apresentada a 1ª Escola de Laticinista do RS, o Programa de Formação em Qualidade do Leite: Formação de Laboratoristas (Parceria Sindilat/RS e Univates).  A cerimônia também marcou o lançamento da 1ª revista "Referência Leiteira". Produzida em parceria com a Emater, a publicação traz em suas páginas a história dos vencedores da primeira edição do Prêmio Referência Leiteira.

Confira os vencedores da 2ª edição do Prêmio Referência Leiteira:

Propriedade Referência em Produção de Leite: sistemas de produção à base de pasto

1º Lugar: Produtor Gabriel Lorenzon, propriedade Estância das Pedras, cidade Água Santa (RS), fornecedor de leite da Coasa/Ccgl
2º Lugar: Produtor Cristiano Luiz Breitenbach e Luís Pedro Breitenbach, propriedade Agropecuária Breitenbach, cidade Condor (RS), fornecedor de leite da Italac
3º Lugar: Produtor Daniel Roque Faciochi, propriedade Daniel Roque Faciochi, cidade Dois Lajeados (RS), fornecedor de leite Coop. Sta.Clara

Propriedade Referência em Produção de Leite: sistemas de produção em semiconfinamento e confinamento

1º Lugar: Produtor Leo Arnoldo Ritter, propriedade Granja Ritter, cidade São Martinho (RS), fornecedor de leite Lactalis
2º Lugar: Produtor Marcos Moretti Secco, propriedade Cabanha DS, cidade Vila Lângaro (RS), fornecedor de leite Unibom
3º Lugar: Produtor Adelmo Breunig e Outros, propriedade Breunig Agricultura e Pecuária, cidade Condor (RS), fornecedor de leite Heja

Categorias de Cases:

Bem-Estar Animal: produtor Alex Junior Miorando e Valdecir Antonio Miorando, propriedade Família Miorando, cidade Palmitinho (RS), fornecedor de leite da Italac
Inovação: produtor Cleimar Grespan, propriedade Granja Grespan, cidade Carlos Barbosa (RS), fornecedor de leite da Santa Clara
Sucessão Familiar: produtor Gabrieli Muraro de Oliveira, propriedade Agropecuária Muraro, cidade Condor (RS), fornecedor de leite da CCGL
Sustentabilidade Ambiental: produtor João Amantino, propriedade Fazenda São João, cidade Passo Fundo (RS), fornecedor de leite da CCGL
Gestão da Atividade Leiteira: produtor Ana Lice Silvestrin Martins, propriedade Tambo S. Martins, cidade Serafina Corrêa (RS), fornecedor de leite da Coperlac
Protagonismo Feminino: produtor Sirlei Baldo Pereira, propriedade Baldo Pereira, cidade Campo Novo (RS), fornecedor de leite da Piracanjuba

Crédito da foto: Dudu Leal

O Rio Grande do Sul caminha para instituir um selo verde para as cadeias de produção de proteína animal. A confirmação para a certificação aconteceu na manhã desta quarta-feira (30/08), ao final da primeira edição do Seminário RS Carbon Free. O compromisso com o equilíbrio ambiental deverá se iniciar pelo levantamento dos indicadores e das metas. “Em diversas fases, muitas ações para o equilíbrio nas emissões já vêm sendo adotadas. O objetivo do selo é colocar tudo isso dentro da metodologia da Embrapa. Faremos isso em parceria com o Governo do Estado e as entidades representativas da pecuária de corte, grãos e leite”, destacou Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS).

A iniciativa se alinha ao trabalho desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA), que já realiza uma tabulação de dados que permitirá determinar métricas para ações de descarbonização. De acordo com a secretária da pasta, Marjorie Kauffmann, o Estado busca “definir essas métricas até o final deste ano, e que elas sejam exequíveis, para que se consiga quantificar o quanto que uma produção está emitindo”. Kauffmann também afirmou que o governo gaúcho irá investir R$15 milhões para pesquisas sobre mitigação de carbono da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande (Fapergs).

Estabelecer os parâmetros é o primeiro passo para avançar rumo ao mercado de créditos de carbono. Mesmo carecendo de uma legislação específica no Brasil, o comércio da chamada “moeda verde” é mais reconhecido pelos benefícios ao meio-ambiente do que como forma de gerar divisas ao produtor. “O que remunera não são os créditos, é a terra preservada, o solo produtivo e as tecnologias de preservação efetivamente chegando no campo, onde o produtor pode se manter com dignidade e oferecer para o mercado produtos alinhados à sustentabilidade”, assinalou Caio Vianna, diretor-presidente da CCGL e diretor-secretário Sindilat/RS, ao coordenar a mesa-redonda da manhã que teve a participação de Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo.

Em termos de comparação, o volume de emissão da agropecuária corresponde a 12% do total do que é produzido no mundo, enquanto o setor de energia, por exemplo, é responsável por 73%. Os dados atualizados foram apresentados pela SEMA. “Nenhum produtor ficará rico com o carbono, o objetivo também não é este. A pauta carbono é uma grande estratégia para se tratar da preservação, melhorar produção e eficiência, gerando economia de recursos, o que sim, do ponto de vista econômico, é lucro”, reforça Domingos Velho Lopes, vice-presidente da Farsul.

Entre os palestrantes da última manhã do Seminário RS Carbon Free, também estiveram Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste; Jackson Freitas Brilhante de São José, da Seapi; Cimélio Bayer, da UFRGS, e Walkyria Bueno Scivittaro, da Embrapa Clima Temperado.

O seminário se iniciou no dia 29 de agosto, na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), e reuniu produtores, pesquisadores, professores, estudantes e representantes de entidades públicas e privadas para a troca informações, estudos e experiências relativos à mitigação e ao balanço do carbono. Ao todo, o evento contou com 12 palestras e duas mesas-redondas. A atividade é promovida pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat/RS) e Sebrae/RS, com o apoio de Embrapas Pecuária Sul, Gado de Leite, Pecuária Sudeste, Trigo, Meio Ambiente e Clima Temperado, além da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS (Seapi) e Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (SEMA).

Crédito da foto: Dudu Leal

Acesse as apresentações das palestras aqui.

A adoção de medidas simples de manejo dos rebanhos em propriedades leiteiras pode reduzir de 15% a 20% as emissões de gases do efeito estufa. A constatação faz parte de estudo realizado pela Embrapa, que considerou dados de 500 propriedades nos estados de Goiás, Minas Gerais e Paraná. Os resultados foram divulgados durante o 1º Seminário RS Carbon Free, realizado na manhã desta terça-feira (29/08), na Casa do Sindicato das Indústrias de Laticínio do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) durante a Expointer, em Esteio (RS). Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Luiz Gustavo Pereira, a análise dos dados indica que ações básicas como nutrição adequada, tratamento de dejetos e controle sanitário têm impacto muito positivo, podendo reduzir consideravelmente as emissões, chegando, inclusive, a taxas de 60% em algumas localidades. “Se o produtor fizer a coisa certa, a tendência é ir baixando a pegada de carbono”, aponta. De acordo com Pereira, a chave da questão das emissões está em quantificá-las. “Precisamos mensurar a pegada de carbono ao longo do tempo. Temos identificado que, com práticas básicas, se consegue reduções de 15% a 20% ao ano em propriedades leiteiras comerciais”, reafirma.

Ao abrir o evento, Caio Vianna, presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) e diretor secretário do Sindilat/RS, defendeu que a palavra para a virada ambiental é união, numa agenda que coloque os sistemas produtivos no mesmo compasso a fim de alcançarem as melhores práticas de proteção ao meio-ambiente, assumindo sistemas mais eficientes em resultados produtivos e ambientais. “Isso vai fazer a diferença, pois precisamos fazer esta transição para um modelo de futuro, para produzirmos alimentos de qualidade valorizando tudo o que a natureza nos fornece e ensina”, assinala.

Ao longo da manhã, foram realizadas seis palestras e uma mesa redonda. “Neste primeiro dia do seminário tivemos a participação de um público muito interessado em compreender qual o processo para esta virada de chave para a produção verde que, sem dúvida, está logo aí no horizonte e, não apenas dos tambos, mas para todos os sistemas da produção primária”, avalia Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS.

Nesta tarefa, Fernando Cardoso, destacou que a Embrapa tem diversificado suas pesquisas nas seis unidades da empresa de pesquisa, Embrapas Pecuária Sul, Gado de Leite, Pecuária Sudeste, Trigo, Meio Ambiente e Clima Temperado, focado em tecnologia. “Confirmamos que teremos a oportunidade de aliar o desenvolvimento econômico à melhoria da eficiência do sistema de produção com sustentabilidade. Estamos demonstrando isso aos produtores, para que tenham melhores resultados aliados à preservação, este é o grande propósito”, afirma Cardoso.

Para Ayrton Pinto Ramos, diretor técnico do Sebrae/RS, outra faceta para o progresso dos sistemas de baixo carbono é a implementação dos avanços da tecnologia integrada aos sistemas de melhoria e produção, com incentivo para que se efetivem no campo. “Também não existe se trabalhar a sustentabilidade sem estar próximo ao desenvolvimento econômico. Esta sinergia é vital, também para outros avanços”, acrescentou. Na Casa da Indústria de Laticínios, espaço do Sindilat/RS na 46ª Expointer, também participaram da abertura dos trabalhos nesta terça-feira Mariana Tellechea, presidente da Associação Brasileira de Angus, e Eugênio Zanetti, vice-presidente da Fetag-RS.

A programação (veja abaixo) seguirá na quarta-feira (30/8), quando, ao final, está prevista a apresentação e a assinatura de protocolo sobre a cultura de carbono para o Rio Grande do Sul.

Programação 1º Seminário RS Carbon Free - 2º Dia - quarta-feira (30/08)

9h: Abertura
9h05min: Marjorie Kauffmann (SEMA): Estratégia Governamental para a Agenda do Clima do RS
9h20min: Alexandre Berndt (Embrapa Pecuária Sudeste): Estratégias para uma pecuária de baixo carbono.
9h35min: Jackson Freitas Brilhante de São José (Seapi): Plano de Agricultura de Baixa de Carbono do Rio Grande do Sul - Plano ABC+RS
9h50min: Domingos Velho Lopes (Farsul): Os desafios do setor produtivo frente à economia verde e aos compromissos internacionais
10h05min: Cimélio Bayer (UFRGS): Caminhos para uma agricultura de baixa emissão de carbono no RS
10h20min: Walkyria Bueno Scivittaro (Embrapa Clima Temperado): Estratégias para a mitigação de emissões da lavoura de arroz
10h35min: Mesa redonda, mediador Caio Vianna (diretor-presidente da CCGL e diretor-secretário Sindilat/RS)
10h50min: Assinatura do protocolo estadual e encerramento

Crédito da foto: Dudu Leal
 
Acesse as apresentações das palestras aqui.

Os Conseleites brasileiros avaliam a integração de suas câmaras técnicas e grupos de debate de forma a buscar soluções conjuntas para os entraves do setor. A proposta surgiu durante o 1º Encontro Nacional dos Conseleites do Brasil, realizado na tarde desta quinta-feira (8/6) de forma inédita durante a Megaleite, em Belo Horizonte (MG). Atualmente, cada câmara técnica delimita sua metodologia de trabalho e parâmetros para obtenção do valor de referência do leite, mas as dificuldades vividas nos seis estados onde há colegiado são similares: margens de rentabilidade minimizadas, falta de estímulo à produção e concorrência ferrenha com os importados.

A troca de experiências foi tão rica que uma agenda de novos encontros já foi debatida com expectativa de reprises anuais com rodízios entre os seis estados: PR, RS, SC, MT, MG e RO. Outra proposição que surgiu para reforçar essa integração foi a de criação de um parâmetro de estoques nacionais de forma a quantificar o leite armazenado no país.

Reunindo lideranças de produtores e indústrias, o evento foi marcado por apresentação de conquistas e desafios pelos seis estados onde há colegiado, entre eles o Rio Grande do Sul, onde as reuniões estão temporariamente suspensas por falta de liberação de recursos do Estado (Fundoleite) - elo produtor - para arcar com o estudo. “O Conseleite faz falta. Produtores e indústrias estão no mesmo barco”, defendeu o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e coordenador do Conseleite/RS, Darlan Palharini. Segundo ele, o Conseleite/RS vive um divisor de águas no RS, mas segue sendo o melhor local para ter transparência de posição das partes. “É um setor onde a concorrência começa no campo e termina na gôndola. Temos dois grandes grupos de produtores: os que estão sobrevivendo com problemas de sucessão e financeiros e que senão houver ação conjunta de uma política de Estado devem sair da atividade e aqueles que estão investindo”, ressaltou, citando o aumento na aquisição de robôs para a ordenha do gado leiteiro. Confiante na retomada do grupo gaúcho, foi contundente: “Se é ruim com o Conseleite, será muito pior sem ele”.

O primeiro Conseleite surgiu no Paraná em 2003, seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul (2007), Rondônia (2010), Minas Gerais (2019) e Mato Grosso (2021). Juntos, os Conseleites representam 68,3% do leite processado no Brasil, sendo que MG, PR e RS respondem por 24,5%, 14,40% e 13,30%, respectivamente.

Entre os principais ganhos constatados ao longo desses mais de 20 anos, está um estreitamento do diálogo na cadeia produtiva, consolidando-os como agentes de desenvolvimento do capital social. Para quantificar os ganhos advindos desse processo, já estuda-se, inclusive, a adoção de uma pesquisa objetiva para mensurar o impacto do Conseleite na construção do capital social dos estados. Avanço destacado também na fala do presidente da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais, Antônio Pitangui de Salvo, ao abrir a reunião. “Tínhamos uma dificuldade gigantesca de conversar com as indústrias, diferentemente desse momento que estamos vivendo nos Conseleites. As coisas não são fáceis de serem construídas, mas precisamos estimular esse convívio entre os estados e as cadeias. Temos uma única saída: estarmos juntos dialogando, diminuindo as tensões políticas para que possamos avançar. Precisamos mostrar a cara do setor leiteiro. O agro precisa ser mais bem compreendido, e ninguém vai falar por nós senão nós mesmos.”

De Salvo reforçou que a solução para o impasse do setor é longa. “Não são só as importações. O problema da pecuária leiteira está dentro das porteiras, em gestão, em genética, em sanidade, em nutrição. Precisamos trabalhar da porteira para dentro e da porteira para fora”, disse, lembrando do tempo que uma vaca boa era a que produzia 15 quilos/dia, e hoje já atingimos marcas entre 20 e 30 litros/dia.

20 anos depois
Uma das fundadoras do projeto, a professora da UFPR Vânia Guimarães recordou que a instalação dos colegiados remonta a momentos de crise. Emocionada, ela agradeceu a todos os integrantes que dedicaram seu tempo e esforço nos diferentes estados. “O trabalho vai ficando mais difícil. As coisas não ficam mais fáceis, ficam mais difíceis”, frisou ela, lembrando dos impasses em volta do tema preço nas Câmaras Técnicas. “Valor de referência é valor de referência, não é preço. Preço só existe quando se faz negócio”, reforçou.

O professor José Roberto Canziani explicou as diferenças de parâmetros definidas entre os Conseleites, citando que há variações de nível gordura, proteína, e até carga por propriedade no cálculo do valor de referência. Entre as tendências, citou os ganhos que devem surgir com a tecnologia da informação e o uso de plataformas inteligentes para pesquisa. No curto prazo, completou ele, o desafio é reduzir custos de revisões e fazer esforço para parametrizar as indústrias, assim como se fez com os produtores em relação a diferentes portes e ramos de atividades. “Conhecer, confiar e usar o Conseleite. Esse é o nosso desafio”.

Foto: Mariana Mendes/ Assessoria de Comunicação - Sistema Faemg Senar

Parlamentares gaúchos estão mobilizados em defender a pauta do setor lácteo em Brasília (DF). A ideia é levar questões como as disparidades competitivas existentes dentro do Mercosul ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Participando da reunião de indústrias associadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS) na tarde desta terça-feira (25/04), o deputado federal e presidente da Câmara de Indústria e Comércio da Câmara, Heitor Schuch (PSB), informou que assunto será alvo de encontro no final do dia entre deputados e senadores para ser levado em bloco ao governo federal. “O tema já está sendo encaminhado e aguardamos uma resposta do MDIC em relação a uma reunião com o setor lácteo gaúcho”, disse Schuch. A proposição é apresentar casos concretos de disparidades dentro do bloco, assim como outras questões como a diferenciação tributária sobre o soro do leite e o Whey Protein ao vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin Filho.
“Se quisermos fazer do Brasil um país que tenha desenvolvimento, ou a gente investe para recuperar o poder da indústria nacional ou vamos acabar empobrecidos”, alertou o deputado lembrando dos ensinamentos deixados pela pandemia sobre a necessidade de garantia de abastecimento local. A posição foi defendida pelo presidente do Sindilat, Guilherme Portella, ressaltando que medidas de apoio do governo federal são essenciais para a solidificação de investimentos e desenvolvimento do setor lácteo brasileiro. “São posições que trarão impacto significativo para todo o segmento”, ressaltou.

Foto: Carolina Jardine

A fim de implementar aquela que será a primeira Escola Técnica Laticinista do Rio Grande do Sul, aconteceu na quinta-feira (20/04), a instalação do Comitê Gestor. O grupo, que congrega representantes da prefeitura de Estrela (RS), Univates, entidades de ensino e da indústria leiteira, já definiu entre as diretrizes a oferta de vagas para todas as cidades do Estado durante o encontro realizado na cidade de Estrela.

Conforme Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) e integrante do Comitê, as definições incluem que as vagas serão destinadas, neste primeiro momento, para quem já está atuando nas indústrias, com formação a partir do ensino médio. “Tiramos a orientação de que a Escola Técnica Laticinista deve ser uma solução rápida para a indústria, além de apresentar modelos de negócio e abrir novos mercados”, assinala.

A secretária de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade da prefeitura de Estrela, Carine Schwingel, informa que o grupo definiu a oferta de três módulos de ensino em diferentes cidades do Vale do Taquari, aproveitando a estrutura da rede de ensino já existente através das instituições parceiras. Os módulos práticos serão em Teutônia; os analíticos na Univates, em Lajeado; e os teóricos em Estrela.

O espaço onde acontecerão as aulas teóricas está reservado nas instalações da Escola Estadual de Educação Profissional Estrela (EEEPE), que foi visitada pela diretoria do Sindilat. “A diretora, Claudia Barth nos apresentou os espaços onde o curso deve acontecer. É uma estrutura muito qualificada e pronta para receber o projeto, o que é um indicativo positivo tanto para a rápida evolução da sua implantação quanto da união da comunidade para que a Escola realmente se viabilize”, afirma Palharini. Além da disponibilidade na região, o secretário-executivo do Sindilat reforçou que o projeto precisará da liberação dos recursos do Fundoleite para ser viabilizado.

Foto: Karine Pinheiro

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) deu sequência, na manhã desta quarta-feira (17/4), aos debates sobre análises oficiais de leite no estado. O Serviço de Análise em Rebanhos Leiteiros (Sarle), da Universidade de Passo Fundo (UPF), foi o segundo convidado da série que visa esclarecer os processos de análise aos associados. A iniciativa integra o Grupo de Trabalho de Qualidade, reunião mensal promovida pelo sindicato.

Segundo o professor da UPF e coordenador do Laboratório Sarle, Carlos Bondan, o laboratório foi o primeiro credenciado pela Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade de Leite (RBQL) e tem uma longa trajetória, o que lhe garante um conhecimento bastante aprofundando no processo. “E estando dentro da universidade, o laboratório tem contribuído para trazer muitas informações (por meio de pesquisas)”, reforça. A UPF e o Sindilat/RS estão trabalhando, inclusive, na realização de um seminário para tratar de temas voltados à produção.

Assistente Técnica de Laboratório do Sarle Angela Zanin detalhou a logística de recebimento de amostras enviadas diariamente pelas indústrias através de transportadoras indicadas pelos clientes. Os resultados das análises de rotina referentes à IN 77/2018 são disponibilizados em até cinco dias úteis. Angela ainda destacou o processo realizado em amostras de qualificação, aquelas de novos clientes, e de requalificação, aquelas em que o produtor estava suspenso e volta a coletar. Nesses casos, segundo ela, o retorno para o resultado é de até 48 horas. A análise para antibiótico, realizada desde 2018, também foi abordada pela técnica.

O próximo convidado será o Laboratório Universitário de Análises Clínicas da URI.

O governador Eduardo Leite receberá, no dia 24 de abril, uma comitiva de representantes dos diferentes setores relacionados à produção de proteína animal. O encontro, agendado para 15h no Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS), foi uma solicitação conjunta encabeçada pelas Comissões de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, de Economia, de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e pela Frente Parlamentar da Agropecuária da Assembleia Legislativa. Um dos proponentes da agenda, o deputado Zé Nunes, reforça que o momento é de ouvir o governador sobre os encaminhamentos a serem dados sobre a crise que atravessam os setores. O pleito ganhou eco em diferentes bancadas e contou com apoio de parlamentares a exemplo dos deputados Elton Weber e Luciano Silveira e, inclusive, de secretários de Estado, como o titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) acompanhará a agenda com integrantes da diretoria, que estarão ao lado de lideranças de outros setores. “Estamos enfraquecendo uma cadeia produtiva importante para o Rio Grande do Sul e na qual somos referência. Neste momento, a cadeia está se inviabilizando por um conjunto de fatores. Queremos que o governo diga o que pretende, que medidas deve tomar e se visa desativar medidas que já tomou”, frisou Nunes, lembrando que um dos pleito principais é pela suspensão do FAF.

A preocupação das lideranças é com o desinvestimento por parte de grandes grupos no Rio Grande do Sul, uma vez que projetos que uma hora estiveram em solo gaúcho já foram deslocados para outras unidades da federação. “Cada aviário, cada produtor de leite, cada matriz que sai de produção no Rio Grande do Sul aparece em outro estado”, alertou Nunes.

A ideia é que o encontro sirva como diálogo entre setor produtivo e governo e que lideranças entreguem ao governador suas principais pautas formalizadas. Entre os pontos a serem debatidos está a necessidade de políticas de estímulo à produção e abastecimento de milho e a liberação de fundos setoriais criados para estímulo à produção e que seguem com recursos congelados.

Foto: Carolina Jardine

Os nove alunos e alunas e suas professoras vencedores da etapa Pelotas (RS) do concurso Arte na Caixinha foram premiados nesta quarta-feira (05/04). No ato, realizado pela manhã no auditório da Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed), os classificados em primeiro e segundo lugar foram agraciados com um tablet Galaxy Tab A7 e, assim como os terceiros colocados, com um ano de leite, certificado e medalha. As professoras responsáveis pelas inscrições dos primeiros colocados em cada categoria foram presenteadas com notebook, certificado e 12 meses de leite.

O Concurso Cultural Arte na Caixinha é uma iniciativa do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), com apoio da Tetra Pak, e realizado em parceria com a Smed de Pelotas, Embrapa Clima Temperado, Núcleo Jersey de Pelotas, Sicredi, Biscoitos Zezé e Associação Rural de Pelotas. Nesta edição, estiveram em disputa 191 trabalhos, que foram realizados por crianças do Pré II ao 5º ano, sendo 63 deles na Infantil, 79 na Júnior e outros 49 na Juvenil.

Segundo o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, o evento encerra a primeira etapa da iniciativa, que propõe a utilização de diferentes técnicas artesanais e artísticas em caixas de leite UHT explorando a temática “O leite na sua vida”. “A expectativa é que entre os meses de maio e junho possamos dar início a segunda fase do projeto, com novas escolas envolvidas. Entendemos que essa ação é muito positiva, pois envolve as crianças, as famílias, os professores e os órgãos públicos. E ver os pequenos interagindo com o concurso é o ápice”. Para o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Roberto Pedroso, é uma satisfação participar de um projeto que vai além da pesquisa. “Atingimos a sociedade e o segmento das crianças, levando uma mensagem bonita do agro para eles”.

Prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, destaca que o projeto revela a cadeia produtiva do leite às crianças com um viés educativo e ao mesmo tempo artístico. “Queremos manter essa parceria com o Sindilat/RS. Nossas escolas reagiram muito bem a essa provocação. E estamos na expectativa da sua sequência”. Sentimento também compartilhado pela secretária Municipal de Educação e Desporto (Smed), Adriane Silveira, que reforça a importância de o concurso “colocar no currículo das escolas um conhecimento da vida”.

Vencedora da Categoria Juvenil com o trabalho A Fazenda, Quevelen Castro do Nascimento, conta que gostou da experiência de fazer o desenho e que “se sentiu emocionada” ao ganhar o concurso. Ela é aluna da Emef Núcleo Habitacional Dunas. Daniele Costa Gonçalves, que conquistou o segundo lugar na categoria com o trabalho Fazenda Genoveva, afirma que aprendeu como funciona o processo da produção de leite assistindo a peça teatral “Na Fazenda Doce de Leite”. Ela é aluna da Emef Núcleo Habitacional Dunas.

Confira os vencedores:

Categoria Infantil (Pré II e 1º ano)
1º Lugar: Sabrina Buchweitz, trabalho: Fazendinha da Sabrina - professora Elis Renata Barros Mattozo Jeske, da Emef Independência.
2º Lugar: Pietro Aguiar Almeida, trabalho: Celeiro - professora Tatiane Chollet Amaral, da Emef Núcleo Habitacional Dunas.
3º Lugar: João Afonso Pinto Corrêa, trabalho: A fazendinha do João - professora Elis Renata Barros Mattozo Jeske, da Emef Independência.

Categoria Júnior (2º e 3º ano)
1º Lugar: João Miguel Cardoso Sedrez, trabalho: As etapas da produção de leite - professora Dalila da Rocha Guths, da Emef Santa Teresinha.
2º Lugar: Martina Lopes Buchweitz, trabalho: O leite na nossa vida - professora Dalila da Rocha Guths, da Emef Santa Teresinha.
3º Lugar: Jonas Lacerda da Silva, trabalho: Beba mais leite - professora Gisele Oliveira da Cruz, da Emef Dr. Berchon.

Categoria Juvenil (4º e 5º ano)
1º Lugar: Quevelen Castro do Nascimento, trabalho: A Fazenda - professora Gloria Elisa Duarte Barcellos, da Emef Núcleo Habitacional Dunas.
2º Lugar: Daniele Costa Gonçalves, trabalho: Fazenda da Genoveva - professora Maria de Fátima da Silva Reis, da Emef Núcleo Habitacional Dunas.
3º Lugar: Douglas Mickael Mailahn Kohn, trabalho: A Fazenda - professora Cleuza Regina Wetzel, da Emef Dr. Berchon.

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Crédito da foto: Gustavo Vara

Com 22 anos de atuação na captação de leite e na indústria, a Laticínios Deale, associada do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), inaugura, no dia 1ª de abril, sua primeira filial de produção no município de Aratiba (RS).

Com 22 anos de atuação na captação de leite e na indústria, a Laticínios Deale, associada do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), inaugura, no dia 1ª de abril, sua primeira filial de produção no município de Aratiba (RS). Com capacidade de produção para 250 mil litros de leite ao dia, a nova fábrica foi instalada na comunidade da Linha Liso. Desde outubro do ano passado em funcionamento, a unidade é focada em queijos finos, como prato, cobocó, coalho, gruyère, parmesão, tropical, queijo ralado, além de nata e creme. A planta gerou até o momento 60 postos de trabalho.

Segundo o diretor da empresa, Alexandre do Santos, o movimento de expansão está ligado ao processo de segmentação das fábricas. A matriz, que completa 12 anos no dia da inauguração da filial de produção e está localizada em Almirante Tamandaré do Sul (RS), será destinada apenas para fabricação de produtos filados. “Dessa forma, temos um trabalho mais eficiente, com menos setup de máquina e mais automatização. Além disso, aumentamos a produção, ganhamos em competitividade e eficiência”, afirma. Em Aratiba, a fábrica conta com uma linha de produção totalmente automática. A Deale tem outras duas filiais de recebimento de leite nos municípios de São Martinho e Catuípe, ambos no RS.

Presidente do Sindilat, Guilherme Portella, destaca que “o leite é uma das principais atividades agropecuárias do Estado e a expansão de indústrias no setor valoriza a produção local, gera empregos e fortalece a economia da região. Parabéns a Deale”.

Presente com seus produtos em quase todos os estados do Brasil, com um centro de distribuição em Brasília e outro em São Paulo, a Deale possui habilitação Halal e tem produtores em mais de 90 municípios gaúchos. A ideia inicial da empresa, lembra Dos Santos, era adquirir uma planta em Santa Catarina. “Em meados de 2014, quando seguíamos em direção a Itá, em SC, passamos por Aratiba e pedimos informações para um leiteiro. Ele pegou o meu cartão e passou para o prefeito da cidade que me chamou e me incentivou a ficar na região”, relembra. O convite foi fortalecido pelo fato de Aratiba estar em uma região estratégica, com uma forte bacia leiteira e pequenos produtores.

Foto: Gallina Foto e Vídeos Produções