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Com o avanço da safra, o valor de referência do leite projetado para setembro é de R$ 1,7009 no Rio Grande do Sul. A previsão, divulgada nesta terça-feira (28/09) pelo Conseleite, considera os primeiros dez dias do mês e representa queda de 1,97% em relação ao consolidado de agosto (R$ 1,7351). Responsável pelo estudo, o professor da UPF Marco Antonio Montoya explica que, na série histórica, o leite vem se valorizado ao longo do tempo, atingindo patamar acumulado de R$ 1,6136 em 2021. Contudo, há mais de um ano, os custos operacionais estão acima da inflação, o que coloca o setor nas dificuldades atuais. “Isso está tornando muito caro produzir leite, tanto no campo quanto na indústria. Os preços praticados no mercado não estão compatíveis com os custos”, ponderou.

O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, explica que a elevação de custos vem corroendo a rentabilidade das indústrias e dos produtores e que não é mais possível fazer as contas olhando apenas para a comercialização. “Não basta mais ver o preço, é essencial olhar os custos. Enquanto alguns produtos que a indústria comercializa tiveram alta de 13%, temos, na outra ponta, reajuste de 30% nos insumos. Isso mostra em números porque o setor está nessa situação preocupante”, frisou, alertando que o mercado travou com o impacto do baixo poder de compra da população brasileira em tempos de Covid-19.

No campo, o aumento dos custos da ração e dos fertilizantes e a falta de recursos para financiamentos via Pronaf agravam a situação. Pleito unânime entre os integrantes do Conseleite, a necessidade de maior oferta de recursos oficiais para financiamento de investimentos no setor leiteiro foi reforçada durante a reunião e deve ser levada ao governo federal. Além das altas de custos de 2020, de janeiro a agosto de 2021, o assessor da Fetag Kaliton Prestes indicou novo reajuste de 12% no concentrado e 60% nos fertilizantes. “É um cenário difícil se considerarmos o preço do leite em estabilidade, pois o produtor precisa absorver estes custos impactando de forma insustentável a sua rentabilidade”, frisou Prestes. Outro alerta é com relação às importações de produtos lácteos do Mercosul, o que impacta diretamente o mercado nacional.  

Segundo Herton Lima, da Farsul, o cenário – que já afastou muitos pequenos produtores da atividade ao longo dos anos- vem atingindo agora médias e até grandes propriedades, inclusive algumas que recentemente investiram em infraestrutura. “O Rio Grande do Sul vem perdendo muitos produtores de leite diariamente”, alertou, referindo-se a dados recentemente divulgados pela Emater/RS.  

Foto em destaque: Marcos Gruhn

O valor de referência do leite projetado para maio com base nos primeiros dez dias do mês é de R$ 1,5260 no Rio Grande do Sul. O indicador foi divulgado na manhã desta terça-feira (25/05) durante reunião virtual do Conseleite e já foi calculado com base nos novos parâmetros de custo aprovados pela Câmara Técnica.  O valor indica elevação em relação ao consolidado divulgado para abril (R$ 1,4509). O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, explicou que a alta justifica-se basicamente pela mudança de parâmetro, que impactou em 6% o valor de maio uma vez que, se calculado nos padrões anteriores (2016), o litro ficaria em R$ 1,4393.

Até abril, o Conseleite trabalhava com parâmetros de custo de 2016. A partir de maio, o colegiado passa a utilizar indexadores referentes a 2019. O professor da UPF Marco Antonio Montoya salientou que a mudança no valor de referência ocorreu na segunda casa decimal. Contudo, no acumulado do ano, as oscilações se mantêm em estabilidade. “Foi um trabalho árduo de recálculo aprovado por unanimidade na Câmara Técnica”, ponderou Montoya.

A tendência do mercado lácteo gaúcho é de recuperação. “A volta às aulas presenciais, o pagamento do auxílio emergencial e a redução da produção nacional são fatores que, somados, ajudaram a retomada”, ponderou Guerra. No campo, também há sinais de recuperação com elevação da captação no Rio Grande do Sul. Apesar do otimismo com o clima que vem favorecendo as pastagens, a situação da pandemia ainda exige atenção para possíveis instabilidades no consumo.
 
Foto: Carolina Jardine

Em plena entressafra, o valor de referência do leite para abril no Rio Grande do Sul está projetado em R$ 1,4330. O indexador representa elevação de 0,85% em relação ao consolidado de março (R$ 1,4209). A previsão foi apresentada na manhã desta terça-feira (27/04) na reunião mensal do Conseleite e considera dados coletados nos primeiros 10 dias do mês de abril.

Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, o primeiro quadrimestre de 2021 indica estabilidade do valor de referência, com índices um pouco acima dos praticados em 2020 em função da inflação. Descontando o IPCA do período, os indicadores estão abaixo dos patamares praticados em 2020. “Em 2020, os preços tiveram elevação impulsionados pela pandemia e pela alta dos custos de produção”, justificou.

O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, indicou que, diferente do movimento tradicional de alta característico deste período do ano, o cenário é de equilíbrio. “Tínhamos a expectativa de que o mercado desse uma reagida, mas não é o que está acontecendo. Estamos com retração puxada pelo cenário nacional que vem do centro do Brasil”, argumentou. Segundo Guerra, há registro de alta de custos expressiva no setor industrial, com variações de 35% a mais de 100% dependendo do item em apenas um ano.

Durante a reunião, Farsul e Fetag manifestaram-se pela urgência na atualização dos custos de produção utilizados para cálculo no Conseleite. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, alertou que os parâmetros utilizados pelo Conseleite são de 2016. Frente a isso, Farsul e Fetag abstiveram-se de validar os dados do Conseleite de abril, sendo os mesmos aprovados por maioria no colegiado. O professor da UPF Marco Antonio Montoya informou que a equipe técnica que atua nos indexadores já está trabalhando em uma revisão e que os novos parâmetros serão implementados nos dados a serem apresentados na reunião de maio. Os novos custos remontam ao ano de 2019, o que exige o início imediato de mais uma revisão. Segundo Guerra, o trabalho deve começar já na sequência com previsão de atualização para breve.

Crédito da foto em destaque: Carolina Jardine

O valor de referência do leite projetado para o mês de março no Rio Grande do Sul é de R$ 1,3786, 0,73% abaixo do consolidado de fevereiro (R$ 1,3887). Os dados compilados no período de 1º a 10 de março foram divulgados em reunião virtual do Conseleite nesta terça-feira (23/03), data em que Alexandre Guerra assumiu como coordenador do colegiado. Atual vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Guerra representa as indústrias e segue na gestão ao lado de Rodrigo Rizzo, assessor da Farsul, que agora é vice-coordenador. “Os números mostram estabilidade no mix comercializado. Estamos entrando em um período de entressafra e, nos próximos dias, teremos uma redução mais acentuada da coleta de leite no campo. Isso deve impactar nos preços ao consumidor”, previu Guerra.

Segundo o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Eduardo Finamore, apesar da redução em março, o valor está 11,78% acima da média do mesmo período de 2020. “Aparentemente, arrefeceu-se a queda do valor de referência no Rio Grande do Sul”, constatou. A expectativa, explicou o economista, é que o avanço da vacinação contra a Covid-19 garanta a retomada do crescimento econômico. “Estávamos em ciclo de recuperação que foi congelado pela pandemia”, informou. Sobre o leite, ponderou que falta ao Brasil um plano claro de desenvolvimento lastreado na exportação. “A demanda neste ano deve se manter no patamar de 2020, talvez um pouco acima.”

No campo e na indústria, a pressão de custos preocupa. De acordo com Rodrigo Rizzo, a variação cambial traz impacto direto na rentabilidade das propriedades. As indústrias também informam estarem operando sem margem nos últimos meses. “A expectativa é que a retomada do auxílio emergencial pago a famílias de baixa renda ajude, apesar de o valor estar menor e mais restritivo em relação ao concedido em 2020”. Outro agravante na crise do setor lácteo nacional refere-se à importação. Apesar de os patamares ainda estarem elevados, dados indicam tendência de diminuição das aquisições em função do aumento dos preços internacionais e valorização do dólar, o que torna a produção interna mais competitiva.

Apil e Fetraf-Sul passam a integrar o Conseleite

Durante a reunião, o Conseleite também aprovou seu novo regulamento. Pelo regimento, também ganham cadeiras efetivas no Conseleite a Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do RS (Apil) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), passando de 16 para 18 entidades integrantes. Também foi definido que, a partir de agora, a gestão do Conseleite ficará a cargo de um coordenador, excluindo-se o título de presidente utilizado até então. Os diretores passarão a ser denominados conselheiros.

Foto em destaque: Carolina Jardine

Operacionalizando um projeto que há anos vem sendo gestado, foi apresentado ao Conseleite o plano de criação de um indexador de custo de produção do leite no Rio Grande do Sul. Reunidos na manhã desta terça-feira (26/01), integrantes do colegiado validaram a sugestão de metodologia para o indexador desenvolvida pela Emater em parceria com o Departamento de Economia e Estatística (DEE) do governo do Estado, antiga FEE. O trabalho está sendo capitaneado pelo economista e pesquisador do DEE Rodrigo Feix e pelo gerente  técnico da Emater, Jaime Ries. A partir de agora, a proposição entra em fase de ajuste fino.

A ideia é ter um levantamento robusto com dados coletados em todo o Rio Grande do Sul. O indexador seguirá o sistema de outros indicadores de preço. A expectativa é que, em um primeiro momento, o levantamento seja avaliado internamente, e que a divulgação oficial ocorra ainda em 2021. “Esse é um projeto antigo dentro do Conseleite e será mais uma ferramenta, junto com o valor de referência, para que o setor possa avaliar e planejar as suas ações e auxiliar principalmente o produtor que tanto necessita de uma previsibilidade”, colocou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

A notícia, informou o presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, é um grande avanço na compreensão sobre a rentabilidade da atividade leiteira. “Tínhamos duas metas claras quando assumimos o Conseleite: abrir novos mercados no exterior e a revisão dos dados da Câmara Técnica. Acho que avançamos bastante”.

Valor de referência

Durante a reunião do Conseleite, também foi divulgado o valor de referência projetado para o leite no Rio Grande do Sul. De acordo com dados apurados pela UPF, o litro no mês de janeiro foi estimado em R$ 1,4391, 4,92% abaixo do consolidado em dezembro de 2020 (R$ 1,5135).  O professor da UPF Marco Antonio Montoya pontua que, apesar da redução, o indicador está acima dos patamares históricos para o mês de janeiro. “Nos últimos três meses, os valores estão praticamente estáveis”, constatou.

A tendência é que o mercado se mantenha com estabilidade. Com a manutenção da pandemia, o teletrabalho persiste com impacto direto no consumo. Outro fator que preocupa é o encerramento do auxílio emergencial às famílias em dificuldade em função da Covid-19. “O cenário está delicado. Estamos com valores mais elevados, mas, por outro lado, os custos também estão impactando o produtor e a indústria”, alertou o vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, confiante de que a volta às aulas virá com a retomada do consumo.

Foto: Reprodução

O valor de referência estimado para o leite no Rio Grande do Sul em novembro é de R$ 1,4834, 1,89% abaixo do consolidado em outubro (R$ 1,5119). A projeção foi divulgada durante reunião virtual do Conseleite realizada nesta terça-feira (24/11). Apesar da leve queda, os preços estão acima dos patamares de 2019. Considerando a variação da inflação (IPCA), o valor de referência do leite no ano (janeiro-novembro) é de R$ 1,3992, 19,45% acima do índice do mesmo período de 2019. Contudo, alerta o professor da UPF Eduardo Finamore, o custo operacional do leite subiu mais do que o índice inflacionário em 2020. “Isso mostra um forte aumento dos custos de produção do setor lácteo em função das commodities dolarizadas”, ressaltou. 

O presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, indicou que o setor lácteo viu subir a régua de preços em função do aumento de custos e do consumo das famílias em 2020. A grande dúvida, agora, é sobre a tendência nos próximos meses uma vez que a captação no campo está em queda na casa de 10% . O professor da UPF Marco Antonio Montoya indicou que o mercado deve passar por ajustes nos próximos meses, mas não há indicação de voltar aos patamares de 2019. “O que vai acontecer com o leite é um cenário que vamos ter que avaliar nos próximos meses”, ponderou confiante em um repique de desenvolvimento do PIB mundial.

O vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, prevê um cenário de equilíbrio no final do ano, principalmente no leite UHT. E alertou: a certeza para 2021 é aumento de custos. “O milho e o farelo subiram, mas as embalagens também tiveram reajuste expressivo. Precisamos seguir produzindo e fazer as coisas girarem. Vamos viver cada mês de uma vez”, ponderou.

O secretário do Conseleite, Tarcísio Minetto, completou que, além dos custos, a seca nos campos gaúchos sinaliza para um verão de gastos adicionais com a nutrição das vacas. “Do ponto de vista da produção, é preocupante. Esperamos que a situação de clima se reverta”.  Um alerta é para a baixa qualidade da silagem que está estocada nas propriedades, o que exige investimento adicional em grãos e vem, inclusive, causando o descarte de animais.

Depois de quatro meses de elevação, o valor de referência do leite projetado para outubro no Rio Grande do Sul é de R$ 1,5482, retração de 5,18% em relação ao consolidado de setembro (R$ 1,6327). Apesar da redução, os valores seguem em patamares acima dos praticados em anos anteriores, fato motivado pela alta de custos no campo e na indústria. Os dados foram apresentados em reunião do Conseleite realizada nesta terça-feira (27/10) de forma híbrida, a primeira com presença física desde a chegada da Covid-19 ao Brasil. Coordenado pelo presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, o encontro, ocorrido na sede da Farsul, em Porto Alegre (RS), seguiu as mais rígidas normas da prevenção.

O temor do setor é com o impacto dessa retração de preços frente à elevação de custos de insumos. Além dos grãos, há diversos outros itens com valores sendo reajustados rotineiramente, como embalagens, ingredientes e medicamentos. Também há preocupação, alertou Rizzo, com a falta de itens essenciais para manter a produção, já que produtores relatam dificuldade para aquisição de produtos básicos como o milho, por exemplo. “Ainda estamos sofrendo os efeitos da seca do último verão e isso se agrava com o alerta de La Niña”, informou Rizzo.

O vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, ponderou que a redução do auxílio emergencial de R$ 600,00 para R$ 300,00 já traz impacto no mercado, além do aumento das importações de lácteos. Segundo Guerra, as aquisições de leite importado passaram de um patamar de 10 mil toneladas/mês, antes da pandemia, para mais de 23 mil toneladas em setembro. “Estivemos em reunião com o Ministério da Agricultura e pedimos para que o tema seja monitorado porque as importações estão vindo com mais força”, alertou. Guerra sinalizou que a alta do preço no mercado interno tornou os importados mais competitivos mesmo com a valorização cambial. Com maior escala por propriedade, Argentina e Uruguai, por exemplo, vêm conseguindo reduzir custos.

O professor da UPF Marco Antonio Montoya informou que há uma correlação direta entre o comportamento dos preços no Rio Grande do Sul e o verificado em outros estados, como Santa Catarina e Paraná, que também sinalizam retração para outubro.

Foto em destaque: Carolina Jardine

O setor lácteo gaúcho confia em uma retomada rápida da economia nacional e que os hábitos adquiridos pela população durante a pandemia serão incorporados, consolidando um novo padrão de consumo de leite e derivados no Brasil. A projeção foi feita com base nos dados apresentados pelo Conseleite nesta terça-feira (22/09). Com mercado comprador e captação em queda no campo, indústrias e produtores vêm buscando estratégias para elevar a competitividade e driblar a alta dos custos de produção. Segundo o vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, insumos básicos como ração, medicamentos, ingredientes e embalagens tiveram valores elevados, acompanhando a variação cambial.

No campo, o que se verificou no primeiro semestre foi queda da produção inspecionada, com redução de 4,6% da captação do primeiro trimestre e de 5,9% no segundo, conforme o IBGE. Entre os estados avaliados, o Rio Grande do Sul foi o que teve maior redução percentual na região Sul. Ao mesmo tempo, o dólar valorizado segurou as importações no primeiro semestre, o que já está em reversão. O cenário levou à projeção de R$ 1,65 para o valor de referência do litro do leite em setembro. O dado, divulgado pelo Conseleite, indica elevação de 4,36% em relação ao consolidado de agosto (R$ 1,5811). Segundo o presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, isso reflete a pressão de compra por lácteos no Estado, tendência também verificada em nível nacional em tempos de pandemia. “O auxílio emergencial do governo federal injetou recursos na economia que colaboraram com a recuperação de preços. Com a redução do valor para R$ 300,00, temos que reavaliar”.

As importações de leite já vêm aumentando neste segundo semestre, o que poderá impactar na competitividade do setor. Em agosto de 2020, as aquisições de produtos lácteos pelo Brasil cresceram 39% em relação a julho. “O mercado está demandando e consumindo, mas o Brasil também está recebendo mais leite. Isso significa que precisamos estar em alerta”, ponderou Alexandre Guerra. “Há algo errado na nossa competitividade. Não podemos aceitar qualquer mudança neste momento”, frisou, referindo-se às propostas de Reforma Tributária.

O professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Marco Antonio Montoya cita que a pandemia veio com a valorização das proteínas, possibilidade de incentivo ao consumo do leite, um produto de excelente relação custo-benefício. “O mundo está apontando para uma recuperação mundial com muita liquidez, taxas de juros menores, e isso se reflete em potencial de investimento”, prevê.

Foto em destaque: Carolina Jardine

 

A projeção para o valor de referência do leite no Rio Grande do Sul em julho é de R$ 1,4244, alta de 1,82% em relação ao consolidado de junho (R$ 1,3989). A estimativa foi apresentada na reunião virtual do Conseleite/RS nesta terça-feira (28/07) e indica estabilidade de mercado, com recomposição do preço dos queijos. O professor da UPF Marco Antônio Montoya pontuou que, com a concentração do consumo dentro das residências em função quarentena, o que se vê é uma valorização dos alimentos. Segundo o levantamento do Conseleite, a maioria dos derivados lácteos no primeiro semestre de 2020 está acima dos valores praticados no mesmo período de 2019. Contudo, com o avanço da safra e o típico aumento de produção no segundo semestre do ano, a tendência é que os preços se mantenham nesse patamar.

O presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, reforçou que a estabilidade do leite no Rio Grande do Sul segue tendência também verificada em outros itens da cesta básica, mas alertou que o momento é de cautela. “A variação cambial tem ajudado. Estamos vivendo um bom momento, mas é preciso atenção com investimentos”, alertou.

A posição foi reforçada pelo vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, que informou que o câmbio no atual patamar deixou o leite importado pouco competitivo no mercado nacional, favorecendo a produção local. De acordo com Guerra, a estabilidade do mercado nos meses de junho e julho traz alento a um setor que enfrentou muita pressão ao longo dos últimos anos. “Deixamos para trás a volatilidade registrada em março e abril e entramos em um cenário de estabilidade em junho e julho, um patamar necessário para o setor se manter”, completou.

Outro fator citado pelo Conseleite para fomento ao consumo de alimentos foi o auxílio emergencial concedido pelo governo federal às famílias de baixa renda. “Esse valor de R$ 600,00 tem sido revertido para consumo de alimentos em casa”, destacou Rizzo.

O Conseleite também debateu a Reforma Tributária proposta pelos governos estadual e federal. As entidades ligadas ao Conseleite estão estudando o tema e as possíveis contribuições.

Crédito: Carolina Jardine

O Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS) indicou recuperação no valor de referência do leite em junho. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (23/06), a projeção para o litro considerando os primeiros dez dias do mês é de R$ 1,3721, 8,63% acima do consolidado de maio (R$ 1,2630).  Responsável pelo estudo, o professor da UPF Marco Antônio Montoya informa que a variação percentual reflete a recuperação de parte da queda atípica registrada em função da pandemia de Covid-19. O levantamento também constata que o valor real do litro (descontada a inflação) em junho de 2020 está acima da média histórica para o período. 

Montoya explica que a projeção dos primeiros dez dias do mês não espelha exatamente o consolidado, mas indica uma tendência a ser seguida. O presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo,  frisa a importância do colegiado, que traz mensalmente dados essenciais para nortear o mercado gaúcho e a relação entre produtores e indústrias. “Trabalhamos com projeções que podem ser confirmadas,ou não, ao final de cada período”. 

O vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, indica que o mercado está incerto, o que vem se refletindo em alta volatilidade nos últimos meses. No entanto, junho vem tendo oscilação menor e uma certa recuperação. “O desempenho do setor lácteo também depende agora da manutenção dos programas sociais do governo e da recuperação da economia”, projeta Guerra. Um fator positivo verificado em 2020, citou o representante das indústrias, é a redução de importações em função da desvalorização cambial, o que torna os produtos importados (leite em pó) pouco competitivos para internar no Brasil.

O Conseleite vem estudando formas de agregar ao estudo dados relacionados ao custo de produção dos produtores. Uma das possibilidades já encaminhadas é a de utilização de informações compiladas pela Emater a campo. A ideia, explica o presidente Rodrigo Rizzo, é que a instituição de assistência técnica passe a integrar o quadro do Conseleite com cadeira fixa. Atualmente, a Emater participa como convidada e no suporte à Câmara Técnica do colegiado. 

Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ – Maio de 2020.

Matéria-prima Valores Projetados Maio /20 Valores Finais

Maio /20

Diferença

(Final – projetado)

I – Maior valor de referência 1,3902 1,4525 0,0623
II – Valor de referência IN 76/771 1,2089 1,2630 0,0542
III – Menor valor de referência 1,0880 1,1367 0,0487

(1)   Valor para o leite “posto na propriedade” o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência IN 76/77 está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural

Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência IN 76/77, em R$ – Junho de 2020.

Matéria-prima Junho /20*
I – Maior valor de referência 1,5779
II – Valor de referência IN 76/77 1,3721
III – Menor valor de referência 1,2349

* Previsão

Crédito: Bruna Karpinski