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Parlamentares gaúchos e integrantes de entidades ligadas à cadeia produtiva do leite assinarão documento conjunto pedindo a presença em peso dos deputados e senadores da bancada gaúcha no encontro com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no próximo dia 26, às 15h30min, em Brasília. Na pauta, temas de grande importância para o setor, como a vigência das INS 76 e 77 em maio próximo, e a derrubada da medida antidumping que penaliza produtores brasileiros. A mobilização foi definida na manhã desta quinta-feira (21), durante reunião do Grupo de Trabalho do Leite (GTL), na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa.  O encontro com a ministra foi intermediado pela Fetag e terá continuidade na manhã de quarta-feira (27), na Secretaria Nacional da Agricultura Familiar. 

O presidente do GTL, deputado estadual Zé Nunes (PT), criticou a derrubada da medida antidumping que beneficiava a produção nacional ao limitar a entrada em massa de leite em pós proveniente da União Europeia e da Nova Zelândia, com taxações de 3,9% e 14,9% respectivamente nas importações. Segundo ele, a decisão do governo federal foi equivocada e lembrou que a reversão da medida não é simples e pode levar até 12 meses, uma vez que envolve vários aspectos técnicos que incluem até mesmo a Organização Mundial do Comércio (OMC). O parlamentar, assim como os demais representantes do setor, ainda aguarda a solução do impasse pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que prometeu editar um decreto com medidas compensatórias ao setor, o que ainda não ocorreu. Além de promover a concorrência desleal, a derrubada da medida antidumping trouxe reflexos imediatos ao produtor de leite. 

Segundo o deputado Edson Brum (MDB), “apenas a divulgação do fim da barreira tributária levou à queda de 12% a 13% no preço do leite”, afirmou.  Para o parlamentar, o leite não é apenas uma atividade relevante do ponto de vista econômico. “Sua importância acaba sendo maior pelo aspecto social, e agora estamos diante de um desafio de ordem mercadológico”, pontuou.  O deputado Elton Weber (PSB) lembrou que grandes potências protegem seus produtores de leite, a exemplo de Estados Unidos (16%), União Europeia (37%), Canadá (218%) e Noruega (128%). “A União Europeia banca R$ 6 bilhões em subsídios aos produtores, enquanto isso, o Brasil abre a possibilidade de entrada desses produtos no mercado nacional”, criticou Weber, classificando a atitude próxima a um ‘tiro no pé”.  Os integrantes do Grupo de Trabalho do Leite foram unânimes em admitir os efeitos negativos da retirada da medida antidumping e afirma que o cenário entre os produtores de leite pode se agravar e ampliar ainda mais a evasão do setor, que já perdeu 25 mil produtores nos últimos três anos somente no Rio Grande do Sul.

As novas regras das INS 76 e 77, que passam a vigorar em maio, também preocupam o setor produtivo. As entidades que representam os produtores temem que a vigência após um curto espaço de tempo – foi aprovada em dezembro passado – possa retirar mais produtores da atividade. Segundo Pedrinho Signori, secretário-geral da Fetag/RS, entre 50% e 60% dos produtores do Estado não estão aptos a fazer a entrega do leite a temperatura de 7°C no prazo estipulado pelas instruções normativas editadas pela União. “As regras propostas de forma geral são positivas, buscam qualificar todo o processo, no entanto, o tempo de adequação é muito curto. Exige muito mais prazo e investimentos em infraestrutura rural. Se um produtor precisar comprar outro resfriador, terá que desligar a ordenhadeira, pois a eletrificação no campo é precária”, afirma o dirigente.

Foto: Luciana Radicione

O primeiro encontro da Aliança Láctea Sul Brasileira já tem data e local marcados. O grupo retomará suas atividades no dia 18 de fevereiro, em Curitiba, no Paraná, em reunião que contará com a presença do presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra.

De acordo com ele, um dos temas que estarão em pauta é adequação de produtores e indústrias às novas instruções normativas do Ministério da Agricultura que visam a garantir a qualidade e sanidade do leite no Brasil (INs 76 e 77) e entram em vigor em 25 de maio. "A união dos três estados através da Aliança Láctea proporciona condições de criarmos diferenciais competitivos para o desenvolvimento contínuo do setor com o objetivo de nos transformarmos exportadores”, afirmou.

As prioridades da Aliança Láctea para 2019 também estarão em debate. As diretrizes do grupo para o período serão apresentadas pelo coordenador geral Airton Spies. Ainda está prevista a apresentação do estudo desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre a viabilidade da exportação de produtos lácteos brasileiros.

São aguardadas presenças dos secretários de Agricultura dos três estados da região Sul, Norberto Ortiga (PR), Ricardo de Golvêa (SC) e Covatti Filho (RS). O presidente da Farsul, Gedeão Pereira também estará presente. A reunião ocorrerá às 10h na Sala do Conselho da Federação da Agricultura do Estado do Paraná - FAEP (Rua Marechal Deodoro, n° 450, 15° andar, Centro, Curitiba/PR).

Foto em destaque: Carolina Jardine 

Em Brasília nesta terça-feira (12/02), o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, disse esperar o anúncio de medidas compensatórias que neutralizem o impacto da suspensão da taxa antidumping do leite em pó importado da Europa e da Nova Zelândia. Segundo ele, o setor gostaria que a decisão fosse revogada, mas, consciente das dificuldades, espera apoio para garantir a competitividade do setor lácteo nacional. “Nossa expectativa é que o governo sinalize em breve com a construção de medidas compensatórias”, disse o executivo, informando que o assunto não foi tratado de forma oficial durante sua visita à capital federal. A posição que ganhou força no final da tarde, com a postagem do presidente Jair Bolsonaro, no Instagram, dizendo que o governo manterá o nível de competitividade do produto com outros países, sem mais detalhes.

Durante a agenda em Brasília, Guerra participou ainda de reunião extraordinária da Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura (Mapa), onde foi alinhado com todos os integrantes da cadeia produtiva do leite (produtores, indústrias e mercado) o plano plurianual com vistas ao desenvolvimento sustentável do setor em médio prazo. A demanda foi solicitada pessoalmente pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em janeiro, para tornar o produto competitivo nacional e internacionalmente.

Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o plano busca fazer com que o Brasil deixe de ser importador de leite e passe a ser exportador. De acordo com ele, a ideia é que, com a aplicação das ações propostas no plano, o desenvolvimento da cadeia produtiva seja gradativo e duradouro. “Entre as propostas, estão itens como incentivo a programas de exportação, criação de linhas de crédito para investimentos nas propriedades e nas indústrias, inclusive para exportação, aprimoramento do programa Leite Saudável, simplificação tributária, programas para compras futuras e programa de desenvolvimento tecnológico para aplicação nas propriedades e indústrias”, citou.

Para melhorar as condições de produção no campo e a produtividade das indústrias, também foram incluídas questões trabalhistas, de abertura de mercado e de igualdade de condições às dos países do Mercosul. “Queremos ter condições de importar produtos que possam ser utilizados em nossa produção de leite”, afirmou Guerra. Ainda foram incluídos temas pertinentes à questão ambiental, sanidade animal, diminuição de burocracias e guerra fiscal entre os estados. “Só vamos ser exportadores o dia em que formos competitivos”. A questão da qualidade do leite também foi debatida, com ênfase às Instruções Normativas (IN) n. 76 e n. 77. “O trabalho é constante no que se refere à qualidade do leite”, enfatiza.

Foto: Freer Law/Istock

Gestão, tecnologia e inovação irão conduzir a 20ª edição da Expodireto Cotrijal. O evento de lançamento da feira reuniu, na manhã dessa segunda-feira (11/02), autoridades, representantes do setor e imprensa no Centro de Convenções do Hotel Deville Prime, em Porto Alegre (RS). A feira ocorre de 11 a 15 de março de 2019, no Parque da Expodireto Cotrijal, Não-Me-Toque (RS).

De acordo com o presidente da Cotrijal, cooperativa organizadora do evento, Nei César Mânica, um dos principais desafios da feira é acompanhar todos os avanços tecnológicos trazidos pelo agro 4.0. Outra ação é a de filtrar aquelas que se adéquam melhor a cada cadeia produtiva.

Mânica destacou a importância do evento para o agronegócio do Estado, tendo em vista que reúne diversos elos do setor, promovendo debates e bons negócios. Estima-se que a feira movimente cerca de R$ 2 bilhões e reúna um público de 200 mil pessoas.

Durante o lançamento, o governador do Estado, Eduardo leite, reforçou a importância da Expodireto para o agronegócio gaúcho. De acordo com Leite, a feira é uma ótima oportunidade para prospecção de negócios no cenário nacional e internacional. Além disso, Leite reiterou o compromisso do governo estadual com o setor. "Existe a capacidade de ganhar mercado, nós precisamos reduzir os custos da produção e isso está ligado à diminuição dos gastos logísticos e a redução dos custos burocráticos", afirmou.

Sobre o setor lácteo, Mânica afirmou que a cadeia produtiva do leite está enfrentando grandes dificuldades, por isso, é indispensável pensar soluções para que o setor possa voltar a crescer. "É necessário que os governos estadual e federal revejam algumas posições, como a medida adotada pela União em retirar a tarifa sobre a importação de leite europeu e da Nova Zelândia", avaliou.

A feira contará com um evento específico para discutir o futuro da cadeia produtiva do leite, a 15° edição do Fórum Estadual do Leite, acontecerá no dia 13 de março. O evento conta com apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat). Estima-se que durante o encontro, 280 pessoas entre os participantes, entre pesquisadores, técnicos e produtores passem pelo Auditório Central da Expodireto Cotrijal.

Foto: Camila Silva

Ao completar 15 edições, o Fórum Estadual do Leite, tradicional evento realizado na Expodireto Cotrijal, destacará o uso de soluções tecnológicas na produção de leite, a ampliação do consumo de produtos lácteos no Brasil e lições para que torná-lo mais competitivo. O ciclo de palestras será realizado no dia 13 de março, no turno da manhã, no Auditório Central da Feira, localizado em Não Me Toque (RS).

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, os temas escolhidos para a composição das palestras são excelentes. “Por serem tão distintos, permitem o engajamento de diversos elos da cadeia produtiva”, avaliou. Palharini destacou também a importância de discutir os mecanismos para tornar o leite brasileiro competitivo, tendo em vista que, estarão presentes produtores de leite que enfrentam dificuldade por conta da crise no setor.

Além disso, considera fundamental o espaço para pensar ações que ampliem o consumo de lácteos no mercado interno. Segundo ele, é indispensável engajar os consumidores por meio de campanhas e, para isso, é indispensável a participação do setor público.

O Fórum contará com a palestra da médica veterinária Flávia Fontes, coordenadora do programa “Beba mais Leite”; do chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), Paulo do Carmo Martins, e do economista da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho.

A expectativa é que cerca de 280 pessoas, entre pesquisadores, técnicos e produtores, participem do evento. O Fórum Estadual do Leite é uma promoção da Cotrijal e da CCGL, com apoio do Sindilat, da Sementes Adriana e do Senar/RS.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

8h30: Abertura

9h: Palestra - Consumo de Lácteos no Brasil: como avançar, com a médica veterinária Flávia Fontes – coordenadora do Programa Bebamaisleite

10h: Palestra - Agro 4.0 e sua contribuição para o futuro do leite, com o doutor Paulo do Carmo Martins – chefe-geral da Embrapa Gado, de Leite de Juiz de Fora (MG)

11h20: Palestra - Quais lições deveremos aplicar para obter competitividade no leite brasileiro?, com o doutor Glauco Carvalho – economista da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG)

12h10: Debate

12h30: Encerramento

Foto: RusN/Istock

Dirigentes das principais indústrias laticinistas gaúchas avaliaram, na tarde desta terça-feira (22/01), os resultados da reunião realizada com a ministra da Agricultura Tereza Cristina Corrêa na última semana, em Brasília (DF). Representado o Sindilat, o presidente Alexandre Guerra relatou aos colegas as decisões tomadas durante o encontro. “O Sindilat é uma entidade regional e foi convocado para esse encontro porque somos o primeiro estado a sentir o impacto do livre comércio do Mercosul e temos representatividade em âmbito nacional por defender as bandeiras da produção laticinista”, pontuou.

Segundo Guerra, na oportunidade, foi criado um grupo de trabalho nacional via Câmara Setorial do Leite, que contará com participação do Sindilat, para alinhar ações em cinco grandes frentes: Medidas de defesa comercial contra as importações, Competitividade, Inovação e tecnologia, Promoção do consumo e Estímulo às exportações. “O setor irá trabalhar unido pelas mesmas demandas. É assim que a ministra pretende atuar”, indicou. Os trabalhos para elaboração de ações de curto, médio e longo prazos devem ter início já nas próximas semanas.

Durante a reunião de hoje, os executivos ainda avaliaram os impactos das novas instruções normativas (INs 76 e 77) que regem a qualidade do leite, um dos pontos essenciais a ser trabalhado com o governo federal, garante Guerra. O tema, informa ele, ainda não foi tratado com a ministra, mas deverá estar na lista de assuntos a ser alinhada com o grupo de trabalho. “Precisamos achar formas que viabilizem ao setor cumprir esse novo regramento e, para isso, precisaremos de tempo”, informou.

Reunidos na sede do Sindilat, os representantes das indústrias ainda avaliaram os dados divulgados pelo Conseleite e o cenário do mercado gaúcho, que sinaliza com estabilidade de preços no campo.

Fotos: Carolina Jardine 

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) anunciou nesta terça-feira (15/1) durante Assembleia Geral Extraordinária o aumento de recursos destinados a indenização de produtores de leite em 2018 com relação a 2017. O ano fechou com R$ 4,2 milhões designados a erradicação de animais positivos para tuberculose ou brucelose - 9,64% a mais do que no ano anterior. Esses números, de acordo com o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat), Darlan Palharini, sinalizam que os criadores estão cada vez mais conscientes sobre a importância da eliminação dessas zoonoses no Estado. 
 
O valor que coube ás indenizações no setor leiteiro correspondem a mais de 60% do valor utilizado nas quatro cadeias que compõem o Fundo (aves, suínos, pecuária de corte e pecuária de leite) - R$ 6,5 milhões. Para o presidente do Fundo, Rogério Kerber, os números demonstram que o Rio Grande do Sul está trabalhando com muita competência para redução na incidência da tuberculose e da brucelose nos rebanhos. Além disso, para Kerber os dados também enfatizam que os criadores vêm trabalhando o saneamento em suas propriedades. 
 
Na ocasião, o Fundesa divulgou o saldo do fundo que fechou o ano em R$ 84,84 milhões, com o ingresso de R$ 10,5 milhões em contribuições de produtores e indústrias. 
 
Foto: torwai/Istock

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) participou, na manhã desta sexta-feira (14/12), de reunião do Conselho Estadual do Leite, realizada na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) em Porto Alegre. O grupo foi criado pela entidade e reúne produtores, indústria e setor público para discutir medidas e alternativas para sanar as dificuldades dos produtores de leite no Rio Grande Sul.
 
Em documento a ser enviado ao Ministério da Agricultura, as entidades pontuaram medidas consideradas emergenciais para atender à principal demanda dos produtores gaúchos: o preço do leite. "O sofrimento é de todos, não existe produtor forte se a indústria não estiver forte", salientou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Ele reiterou o compromisso da indústria com os produtores e defendeu a necessidade de manter a mobilização em prol de preços melhores durante o ano todo. Também apontou a necessidade de criar uma agenda que discuta amplamente o assunto e busque alternativas para os momentos de excesso de oferta, como a inclusão do leite em pó, queijos e leite UHT nos leilões de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP).
 
A primeira demanda pontuada no documento pede que o Governo Federal efetue a compra pública de 30 mil toneladas de leite em pó do Rio Grande do Sul. A segunda solicita imediata suspensão da importação de produtos lácteos de outros países para a discussão das políticas de cotas. E a terceira requer um rebate de 30% nas parcelas dos custeios e investimentos da atividade leiteira. O secretário de Agricultura do Estado, Odacir Klein comprometeu-se, diante dos mais de cem produtores presentes no evento, em auxiliar nas negociações junto com Governo Federal para viabilizar a compra dos produtos. 
 
Fotos: Camila Silva

O Sindicato da Indústria de Laticínios no Rio Grande do Sul (Sindilat) promoveu, quarta-feira (07/12), a reunião anual de análises e projeções para o mercado de lácteos. O ciclo de palestras, realizado da Sala Juá, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, contou com a presença de representantes de entidades ligadas ao setor.

As mudanças no perfil do consumidor e as tendências mercadológicas para 2019 foram os assuntos centrais da palestra de Luís Eduardo Ramirez, representante da empresa Tetra Pak. Responsável pela abertura do evento, Ramirez destacou que a ampliação do acesso à internet no Brasil aproximou os consumidores das marcas, instigando as empresas a transformar a sua forma de se comunicar com o cliente.  "Mais do que um produto com bom sabor, os consumidores desejam uma experiência. É preciso desenvolver um vínculo emocional” afirmou.

De acordo com os dados apresentados por ele, para 2019, a expectativa no mercado brasileiro é positiva. Estima-se que 97% das indústrias brasileiras devam investir no próximo ano, 60% lançarão novos produtos e 69% irão ampliar suas vendas. Entretanto, essas empresas só chegarão próximo ao consumidor se houver o entendimento de que a sociedade está cada vez mais multicanal. Outra novidade é que os atacarejos – estabelecimentos que mesclam suas vendas em atacado e varejo – tendem a crescer cada vez no gosto dos consumidores, já que os clientes estão prezando pelo preço mais barato.

Quanto às novidades específicas para o setor lácteo, Ramirez destacou o interesse global pelos iogurtes ambientes – que ainda não estão inseridos no mercado brasileiro – estima-se que, puxado pelo mercado chinês, o consumo desses produtos (que não precisam ser refrigerados) cresça 5% até 2020.

O Chefe Geral da Embrapa Gado do Leite, Paulo Martins, apresentou os trabalhos desenvolvido pelo centro de pesquisa. Com sede em Juiz de Fora (MG), a Embrapa Gado do Leite possui um corpo técnico formado por 597 pessoas, sendo 78 pesquisadores e 76 analistas, onde são desenvolvidos projetos, artigos e soluções tecnológicas relacionadas ao setor, entre eles, o aplicativo GisleiteApp, pensado para auxiliar os produtores na gestão zootécnica e econômica de sistemas de produção de leite. Para Martins, as empresas que investirem em tecnologia ditarão o ritmo do mercado. Pensar novas maneiras da produção de leite é uma marca do Centro de Pesquisa que, nesse ano, desenvolveu a 3° edição do projeto Ideas for Milk, evento que contou com a presença do presidente do Sindilat, Alexandre Guerra e do secretário-executivo, Darlan Palharini. O Ideas foi realizado na sede da instituição e consiste em dois grandes eventos: Vacathon e Desafio das Startups que visam fomentar soluções tecnológicas na cadeia produtiva.

De acordo com Martins, a Embrapa Gado do Leite está estudando a possibilidade de realizar uma edição do evento no Rio Grande do Sul, se adequando às características locais. No Estado, a Embrapa Gado do Leite conta com a parceria de diversas instituições, incluindo a Embrapa Clima Temperado, a Cooperativa Santa Clara e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O consumo de leite UHT no mercado brasileiro foi o assunto abordado por Nilson Muniz, da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV). Ele espera que, em 2019, o setor cresça 2,5%. Para Muniz, os principais desafios das indústrias é manter o consumo do produto, proteger a reputação do leite em relação às fake news, evitar a banalização das inovações e buscar rentabilidade. 

De acordo com o secretário-executivo Darlan Palharini, o setor lácteo está em um momento de maturidade. “É, sendo indispensável abordar de maneira mais específica pautas gerais do mercado, tendo em vista que, produtores, indústrias e entidades formam uma grande rede mercadológica.

Exportação será pauta prioritária em 2019

A palestra comandada por Marcelo Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, foi encabeçada pela exportação de lácteos, que ganhou força ao longo de 2018 e deve pautar a indústria do leite em 2019.  De acordo com ele, um dos principais gargalos para da exportação é o preço das commodities. Para exemplificar, o executivo analisou o caso das exportações de leite em pó “Existe demanda para o produto, entretanto, o preço é descolado do mercado externo. Esse fator dificulta negociações com outros países”, lamentou. Por outro lado, o queijo segue sendo o destaque no exterior. “De 2015 a 2017 as exportações do produto cresceram 42%”, destacou.

A Viva Lácteos desenvolve um projeto de exportação em parceria com a ApexBrasil e o Ministério da Agricultura (Mapa). O plano estratégico para a exportação é composto por cinco fatores: acesso ao mercado, promoção às exportações, inteligência comercial e qualificação. De acordo com Martins, as 12 empresas que integram o grupo eram responsáveis por 14,6% da exportação de produtos lácteos. Atualmente representam 50% dessa fatia.

Quanto ao mercado interno, Martins destacou a necessidade de ampliar a demanda de produtos lácteos sempre atento aos marcos regulatórios do leite e derivados. Entre os fatores que precisam ser observados pelas indústrias estão níveis de processamento dos alimentos, rotulagem nutricional das embalagens, redução de açúcar, sódio e gorduras em alimentos industrializados e restrição à publicidade e propaganda.

A inserção no mercado externo voltou a ser debatida pelo secretário de Agricultura de Santa Catarina e presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Airton Spies, que abordou especificamente o ingresso das indústrias brasileiras no mercado lácteo da China. Nesse ano, Spies foi ao gigante da Ásia para analisar as possibilidades de entrada naquele mercado “As indústrias brasileiras ainda não estão preparadas para inserção nesse mercado, por isso, é preciso instalar nas empresas uma cultura exportadora", afirmou. Além disso, Spies também explicou as atividades realizadas pela Aliança Láctea durante o ano de 2018. O grupo foi criado com o intuito de fortalecer a produção nos três estados do Sul. Atualmente, a região produz 40,1% do leite brasileiro, mas, até 2025, estima-se que o Sul produzirá 50%.

Rafael Borin, do escritório Rafael Pandolfo Advogados Associados, comandou a última palestra do evento que abordou questões jurídicas relacionadas ao tabelamento de frete, medida adotada pelo governo Federal após a greve dos caminhoneiros. No final do evento, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e os palestrantes compuseram uma mesa redonda para alinhar pontos comentados durante os painéis. Para Guerra, o evento possibilitou a avaliação de gargalos de 2018 e os projeções para 2019.

Foto: Carolina Jardine 

Pelo 4º ano consecutivo, o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) reconheceu o trabalho de jornalistas que, ao longo do ano, se debruçaram sobre pautas importantes do setor lácteo nacional. Profissionais de veículos de Porto Alegre foram os grandes vencedores conhecidos na noite desta quarta-feira (12/12), em Porto Alegre. A Band TV, o jornal Correio do Povo – com duas premiações -, e o jornal Zero Hora, conquistaram as primeiras colocações nas categorias Eletrônico, Online, Fotografia e Impresso, respectivamente, e receberam como prêmio um iPhone.

Na categoria Impresso, o 1º lugar foi para o repórter Fernando Soares, do jornal Zero Hora, com a matéria "Soberanas da produtividade". Na categoria Eletrônico, o ganhador foi Juliano Zarembski e equipe da TV Bandeirantes, com o trabalho “Aumenta consumo de leite de ovelha no Brasil”. Na categoria Online, o 1º lugar ficou com os repórteres Danton Júnior e Cintia Marchi, do Correio do Povo, com a reportagem “Novos tempos do leite”.  E na categoria Fotografia, a vencedora foi Alina de Souza, do Correio do Povo.  A premiação deste ano recebeu volume recorde de inscrições e contou com o trabalho da Comissão Julgadora formada pela Associação Riograndense de Imprensa, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado, Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado, Farsul, Fetag e Sindilat.  

Na noite de homenagem aos jornalistas que aconteceu junto a festa de final de ano do Sindilat, também foram entregues os troféus aos vencedores do Prêmio Destaques 2018, iniciativa que consagra personalidades e empresas que se distinguiram ao longo do ano em prol do setor lácteo, dividida em 10 categorias: Agronegócio Nacional – Luiz Carlos Heinze; Agronegócio Estadual – Antonio Cettolin; Liderança Política – Onyx Lorenzoni; Personalidade – Roberto Tavares; Servidor Público – Karla Pivato; Setor Público – Bernardo Todeschini; Inovação – Lactalis do Brasil; Pesquisa – Tetra Pak; Responsabilidade Social – Colégio Teutônia; e Indústria - Rasip.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, saudou todos os vencedores que nas suas áreas de atuação tiveram participação importante para a divulgação e propagação de ações que culminaram no desenvolvimento do setor lácteo em 2018. Vislumbrando 2019, Guerra prevê que será um ano de muitos desafios e também de muitas oportunidades, dado o potencial de expansão do setor no Brasil. Uma das grandes bandeiras, será dar continuidade ao projeto que visa colocar a Região Sul como exportadora de lácteos. “Acreditamos que a grande virada de mesa virá com o fomento à exportação, e o Sindilat tem sido um agente de negociações em Brasília e em grupos de trabalho para garantir a abertura de mercados”, afirmou o presidente do Sindilat, reforçando que a conquista do mercado externo é fundamental para estabilizar a produção no Sul do país.

Presente na cerimônia, o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, exaltou o empenho de todos os agentes da cadeia láctea, que diariamente assumem riscos mas mantêm paixão pelo o que fazem. “São produtores que assumem riscos ao não saberem como estará o preço do leite nos próximos dias, e indústrias, que decidem por investimentos apostando no cenário econômico”, afirmou. Também o secretário de Agricultura de Santa Catarina e presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Airton Spies, brincou que a cadeia do leite “tem muitos bons problemas” porque são “problemas que têm solução”. Segundo Spies, quando todos os principais gargalos forem superados, o Brasil será o mais competitivo em leite em todo o mundo. “Estamos diante de grandes oportunidades e o leite, sem dúvida, tem tudo para se tornar a estrela do agronegócio nacional.”

Prestigiando a cerimônia que levou outros tantos representantes de indústrias gaúchas ao evento, o presidente da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), Gilberto Petry, destacou a importância do leite como fonte de alimento e como fonte de renda principal. “Por ser um setor com atividades diversificadas acaba reunindo milhares de famílias gaúchas”, afirmou o dirigente, que se mostrou mais otimista com o cenário econômico em 2019, que deve contribuir para a melhoria de resultados de diversos segmentos do setor industrial como um todo.

O evento do Sindilat, realizado nas dependências do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, contou com a participação dos vice-presidentes do Sindilat, Guilherme Portella e Caio Vianna, dos diretores Angelo Sartor e Jéferson Smaniotto e do secretário executivo Darlan Palharini. 

Confira os vencedores do 4º Prêmio Sindilat de Jornalismo

IMPRESSO

1º lugar

Fernando Soares / Zero Hora – Reportagem: Soberanas da produtividade

2º lugar

Cristiano Vieira / Revista Press Agrobusiness – Reportagem: Renda baixa com o tarro cheio

3º lugar

Carlos Guimarães Filho / Revista Boletim Informativo – Reportagem: Mercado Internacional na mira do leite sulista

ELETRÔNICO

1º lugar

Juliano Zarembski e equipe / Band TV – Reportagem: Aumenta o consumo de leite de ovelha no Brasil

2º lugar

Bruna Essig / Canal Rural - Reportagem: Censo Agropecuário - Há cada vez mais mulheres na produção rural

3º lugar

Alessandra Bergmann / SBT – Reportagem: Pesquisa muda lei sobre colostro

ONLINE

1º lugar

Danton Júnior e Cintia Marchi/ Correio do Povo – Reportagem: Novos Tempos do Leite

2º lugar

Giseli Furlani / Destaque Rural - Reportagem: Tecnologia avançada na produção leiteira

3º lugar

Fernando Soares /Pioneiro – Reportagem: O robô tira o leite

FOTO

1º lugar

Alina de Souza / Correio do Povo

2º lugar

Lidiane Mallmann / O Informativo do Vale

3º lugar

Leandro Augusto Hamester / Jornal Informativo Languiru

Confira a lista dos Destaques 2018

 Agronegócio Nacional

Luis Carlos Heinze

Agronegócio Estadual

Antonio Cettolin

Liderança Política

Onyx Lorenzoni

Personalidade

Roberto Tavares 

Servidor Público

Karla Oliz

Setor Público

Bernardo Todeschini 

Inovação

Lactalis

Pesquisa

Tetra Pak

Responsabilidade Social  

Colégio Teutônia

Industrial

Rasip

Fotos: Dudu Leal