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O valor de referência do leite pago ao produtor no Rio Grande do Sul, divulgado pelo Conseleite, foi o assunto abordado pelo secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, no Programa Bem da Terra, do Canal TerraViva, nesta quarta-feira (29/9).

Palharini destacou que o valor de referência reflete os preços alcançados pela indústria no atacado. “O que tem sido evidenciado, em todos os setores, é que o consumidor está com pouco poder aquisitivo. Sendo assim, está sendo necessária uma estabilidade de preço para que haja aquisição. Isso automaticamente reflete no custo da matéria-prima”. Além disso, segundo ele, a indústria também tem enfrentado reajuste no preço de outros insumos além do leite.

Confira a entrevista completa a partir de 53 minutos no link.

O movimento de saída das famílias da atividade leiteira no Estado foi o tema central do programa Agro RS em Foco da TV Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul no último sábado (25/09). O número de produtores de leite em atividade em solo gaúcho caiu 52,28% de 2015 para 2021, segundo Relatório da Cadeia Produtiva de Leite de 2021, divulgado na Expointer pela Emater/RS-ASCAR. Em contrapartida, a queda de produção foi de apenas 3,15%.

Ao lado do gerente técnico da Emater/RS, Jaime Ries, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, defendeu a importância do Estado na busca para se tornar cada vez mais competitivo no mercado de lácteos. “As nossas propriedades rurais se concentram muito ainda em produção diária de até mil litros de leite, sendo assim, o poder de investimento dessas propriedades é pequeno. Mas elas vêm se modernizando e competindo”, afirmou, lembrando que ainda neste ano o Fundoleite deve entrar em operação, o que auxiliará o setor em termos de expansão da competitividade. Os dirigentes ainda ressaltaram a relevância de contar com o apoio do governo.

Assista ao programa completo pelo link.

Com o avanço da safra, o valor de referência do leite projetado para setembro é de R$ 1,7009 no Rio Grande do Sul. A previsão, divulgada nesta terça-feira (28/09) pelo Conseleite, considera os primeiros dez dias do mês e representa queda de 1,97% em relação ao consolidado de agosto (R$ 1,7351). Responsável pelo estudo, o professor da UPF Marco Antonio Montoya explica que, na série histórica, o leite vem se valorizado ao longo do tempo, atingindo patamar acumulado de R$ 1,6136 em 2021. Contudo, há mais de um ano, os custos operacionais estão acima da inflação, o que coloca o setor nas dificuldades atuais. “Isso está tornando muito caro produzir leite, tanto no campo quanto na indústria. Os preços praticados no mercado não estão compatíveis com os custos”, ponderou.

O coordenador do Conseleite, Alexandre Guerra, explica que a elevação de custos vem corroendo a rentabilidade das indústrias e dos produtores e que não é mais possível fazer as contas olhando apenas para a comercialização. “Não basta mais ver o preço, é essencial olhar os custos. Enquanto alguns produtos que a indústria comercializa tiveram alta de 13%, temos, na outra ponta, reajuste de 30% nos insumos. Isso mostra em números porque o setor está nessa situação preocupante”, frisou, alertando que o mercado travou com o impacto do baixo poder de compra da população brasileira em tempos de Covid-19.

No campo, o aumento dos custos da ração e dos fertilizantes e a falta de recursos para financiamentos via Pronaf agravam a situação. Pleito unânime entre os integrantes do Conseleite, a necessidade de maior oferta de recursos oficiais para financiamento de investimentos no setor leiteiro foi reforçada durante a reunião e deve ser levada ao governo federal. Além das altas de custos de 2020, de janeiro a agosto de 2021, o assessor da Fetag Kaliton Prestes indicou novo reajuste de 12% no concentrado e 60% nos fertilizantes. “É um cenário difícil se considerarmos o preço do leite em estabilidade, pois o produtor precisa absorver estes custos impactando de forma insustentável a sua rentabilidade”, frisou Prestes. Outro alerta é com relação às importações de produtos lácteos do Mercosul, o que impacta diretamente o mercado nacional.  

Segundo Herton Lima, da Farsul, o cenário – que já afastou muitos pequenos produtores da atividade ao longo dos anos- vem atingindo agora médias e até grandes propriedades, inclusive algumas que recentemente investiram em infraestrutura. “O Rio Grande do Sul vem perdendo muitos produtores de leite diariamente”, alertou, referindo-se a dados recentemente divulgados pela Emater/RS.  

Foto em destaque: Marcos Gruhn

Para reconhecer o trabalho de jornalistas que acompanham e divulgam o setor lácteo gaúcho, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) está com inscrições abertas para o 7º Prêmio Sindilat de Jornalismo. Os vencedores de cada categoria (Impresso, Eletrônico e On-line) receberão um troféu e um iPhone como prêmio. Para concorrer à premiação, profissionais que tenham trabalhos publicados entre 24/11/2020 e 12/11/2021 em veículos nacionais e que abordem a produção de lácteos e derivados na bacia leiteira do Rio Grande do Sul podem se inscrever até o dia 12 de novembro.

Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a premiação é uma forma de valorizar os profissionais do jornalismo que evidenciam e levam à sociedade informações que mostram a importância econômica desse setor tão importante para o agronegócio e para a alimentação do povo brasileiro. “Há um trabalho diário e um esforço de milhares de famílias e empresas para levar leite à casa dos brasileiros todos os dias. Sabemos que a imprensa é essencial para mostrar essa realidade ao consumidor, mas que também é pela mão do jornalista que muita informação técnica chega ao homem do campo”, salienta Palharini.

Para participar, é preciso preencher a ficha de inscrição e remeter documentação e cópia do trabalho para o e-mail imprensasindilat@gmail.com. A divulgação dos finalistas será realizada até o dia 10 de dezembro pelos canais do Sindilat. Os vencedores serão conhecidos em live com data ainda a ser divulgada.

Mais detalhes podem ser conferidos no regulamento publicado no site do Sindilat.

Crédito de foto: Carolina Jardine.

A Sooro Renner, empresa associada do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), abre as operações de uma das maiores fábricas da América Latina para produção de permeado Non Caking, proteína extraída do soro de leite muito empregada na indústria de alimentos. A unidade, inaugurada nesta quarta-feira (22/09), fica localizada em Marechal Cândido Rondon (PR), tem 8.000 m² e aumenta a capacidade produtiva e de estocagem da empresa em mais de 100 toneladas por dia.

Durante a solenidade de inauguração em sistema híbrido, o diretor presidente da empresa, William da Silva destacou o pioneirismo do projeto. “Nosso negócio são proteínas e atender a alimentação humana e animal também”, ressaltou. Segundo ele, atualmente a Sooro Renner é uma das maiores empresas do mundo no ramo.

Presente ao encontro, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, citou a força do estado na produção de alimentos, atuação que deve ganhar destaque pois este será o grande problema do planeta no futuro. “Nós temos sete bilhões de pessoas no mundo e, em 2050, daqui a 30 anos, nós vamos ter nove bilhões de pessoas no mundo. Vai ter 1,5 bilhão de pessoas que vão passar fome, infelizmente, porque não tem alimento para tanta gente”, destacou. Ratinho complementou dizendo que ter a Sooro Renner no estado, fazendo o que há de mais alto, de maior tecnologia na cadeia do leite é algo revolucionário. “A gente fica muito orgulhoso de ter uma empresa desse porte, no grau de eficiência que tem na transformação de alimentos”.

O prefeito de Marechal Cândido Rondon, Marcio Rauber, agradeceu a empresa por acreditar na cidade e apresentar soluções de interesse público. Ele citou a crise hídrica no estado e declarou que a Sooro Renner se propôs a ajudar a população.

Crédito de foto: Delmar Carlos Lambrecht.

Frente aos entraves enfrentados pelo setor lácteo gaúcho e o movimento de saída dos produtores da atividade, entidades do agronegócio e representantes do governo buscam soluções estratégicas para reverter o cenário atual. Em audiência pública realizada nesta sexta-feira (17/9), deputados e membros do segmento defenderam a necessidade de implementação de políticas públicas e de união entre todos os participantes do setor. “Não dá para pensarmos uma cadeia a partir de um só, tem que ser todos juntos. O governo precisa dizer o que ele quer para esse setor”, ponderou o deputado Zé Nunes (PT). Proposta pelo deputado e presidente da Comissão de Assuntos Municipais, Eduardo Loureiro (PDT), a audiência ocorreu na Câmara de Vereadores de Santo Cristo, com transmissão pela TV Assembleia.

Presente de forma virtual no encontro, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, defendeu implementação de ações estratégicas para o desenvolvimento do setor, como a proibição da comercialização no país de produtos de origem vegetal com a nomenclatura dos produtos lácteos. “Já estamos debatendo esse assunto em âmbito nacional, com a Argentina e com o Uruguai”, afirmou, ressaltando que seria de extrema importância que o assunto fosse levado ao Ministério da Agricultura, Câmara Federal e a outros órgãos nacionais. “Precisaria, efetivamente, que o Brasil proibisse essa questão até que se regulamente que o produto vegetal não deve usar a nomenclatura de lácteos”, defendeu.

Palharini ainda destacou a importância de se trabalhar com a certificação das propriedades livres de tuberculose e brucelose. “É uma maneira que o Estado tem para voltar a ter uma valorização ainda maior de mercado”, ponderou. Loureiro afirmou que as demandas apresentadas pelos representantes do setor ao longo da audiência serão encaminhadas aos órgãos competentes para os devidos encaminhamentos.

Vice-prefeita de Santo Cristo, Loreci Finger Riewe (MDB), destacou a relevância de se resolver as problemáticas enfrentadas pelo setor, uma vez que produtores já deixaram a atividade. “Nós sabemos da importância que a cadeia do leite tem em todas as esferas do nosso estado e do nosso país”, afirmou. A audiência contou com a participação dos demais deputados, produtores e representantes da Secretaria da Agricultura do RS.

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) sorteará cinco inscrições para o MilkPoint Experts - Feras da Consultoria entre os usuários que estão cadastrados para receberem diariamente a newsletter da entidade via WhatsApp. O evento, que ocorrerá semanalmente de 8 de outubro a 26 de novembro, tem o objetivo de capacitar profissionais nas áreas de consultoria e assistência técnica do setor leiteiro. Serão oito encontros on-line com diversos especialistas. Para participar do sorteio, é necessário já estar cadastrado na plataforma ou realizar a inscrição para receber o informativo até o dia 30 de setembro.

O sorteio será dividido em duas categorias: Cadastrados e Novos Cadastrados no WhatsApp. A primeira é destinada a usuários registrados até o dia 15 de setembro, que concorrem automaticamente ao prêmio. A segunda é voltada aos novos usuários, que têm até o final do mês para realizarem a inscrição e participarem do sorteio através do link https://forms.gle/rTDQMrUTE5xp6oi79. Os vencedores serão divulgados no dia 1º de outubro, às 13h, em live transmitida pelo Instagram do Sindilat (@sindilatrs).

O Sindilat também garantirá desconto de 30% na inscrição do evento aos seus associados pelo link https://bit.ly/3ErRZw7.

Newsletter do Sindilat

Tradicional há 15 anos, a Newsletter do Sindilat disponibiliza diariamente informações sobre mercado, legislações, tributos e outros assuntos de interesse do setor lácteo. Além disso, através do informativo é possível ficar por dentro de todas as novidades do segmento de forma fácil, ágil e gratuita pelo WhatsApp.

Confira o regulamento do sorteio: https://www.sindilat.com.br/site/2021/09/16/regulamento-sorteio-newsletter/

Saiba mais: https://www.milkpointexperts.com.br/

Programação

8 de outubro

8h50
Abertura: O papel do consultor hoje, mudanças, especialização x generalização
9h
O que mudou na consultoria em fazendas nos últimos 20 anos; desafios e oportunidades
João Ricardo Alves Pereira, Universidade Estadual de Ponta Grossa
9h30
Entender muito de uma coisa ou um pouco de tudo?
Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, Clovis Eduardo Sidnei Correa, Diretor na Rehagro
10h20
Espaço Patrocinador
10h40
Debate/Perguntas
Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, Diogo Vriesman, Diretor administrativo na Melkstad, André Luiz Novo, Embrapa Pecuária Sudeste, Malu Bustamante, Fazenda Açores São Judas Tadeu, Clovis Eduardo Sidnei Correa, Diretor na Rehagro

15 de outubro

8h50
Abertura: O que você contaria para o seu "eu" do início de carreira? O que você faria diferente?
9h
A visão de Régis Carvalho
Régis José de Carvalho, Consultor
9h20
A visão de Cristiane Azevedo, Qualy & Calf
Cristiane Azevedo, CEO da Qualy Calf
9h40
A visão de Carlos Alberto Ohara, Via Verde
Carlos Alberto Ohara, Via Verde
10h
Espaço Patrocinador
10h20
A visão de quem está começando - dificuldades e oportunidades
Leonardo Dias de Oliveira, Consultor
10h40
Marketing e vendas de serviços de consultoria
Miguel Cavalcanti, Agrotalento
11h
Debate/Perguntas
Cristiane Azevedo, CEO da Qualy Calf, Carlos Alberto Ohara, Via Verde, Beto Carvalho, Consultor, Leonardo Dias de Oliveira, Consultor

22 de outubro

8h50
Abertura: Criando uma empresa de consultoria
9h
Modelos de negócio e sociedade em consultorias
Ronaldo Carvalho Macedo, Cia do Leite, João Paulo V. Alves dos Santos, Cowtech, Marcelo Rezende, Cooperideal
10h
Espaço Patrocinador
10h20
O modelo das consultorias de negócio pode ser aplicado às consultorias do agro?
José Rezende, Consultor
10h40
Há espaço para consultores individuais? Uma outra abordagem
Wagner Beskow, Transpondo
11h
Debate/Perguntas
Ronaldo Carvalho Macedo, Cia do Leite, João Paulo V. Alves dos Santos, Cowtech, Wagner Beskow, Transpondo, Marcelo Rezende, Cooperideal, José Rezende, Consultor

29 de outubro

8h50
Abertura: Programas bem sucedidos de assistência em laticínios e cooperativas
9h
Como funcionam; aprendizados; ferramentas utilizadas e perspectivas futuras
Gustavo Rollo, Coordenador Fomento | Qualidade, Vigor, Leandro Sampaio, CCPR, Jair da Silva Mello, Gerente de Suprimento de Leite na CCGL, Rene Machado, Diretor de Compra de Leite na Nestlé
10h20
Espaço Patrocinador
10h40
Debate/Perguntas
Valter Galan, MilkPoint Mercado, Gustavo Rollo, Coordenador Fomento | Qualidade, Vigor, Leandro Sampaio, CCPR, Jair da Silva Mello, Gerente de Suprimento de Leite na CCGL, Rene Machado, Diretor de Compra de Leite na Nestlé

5 de outubro

8h50
Abertura: Sessão "mata a cobra e mostra o pau": como mudar a realidade dos produtores - exemplos e estratégias aplicadas
9h
"Mata a cobra e mostra o pau"
Gabriel Caixeta Ferreira, Grupo Apoiar
9h20
"Mata a cobra e mostra o pau"
Patrícia Braga, +LEITE soluções zootécnicas
9h40
"Mata a cobra e mostra o pau"
Leandro Ebert, Engenheiro Agrônomo na Emater/RS
10h
"Mata a cobra e mostra o pau" - Times de trabalho - Estratégias Aplicadas
Cassimiro Castro, Applic
10h20
Espaço Patrocinador
10h40
Debate/Perguntas
Patrícia Braga, +LEITE soluções zootécnicas, Gabriel Caixeta Ferreira, Grupo Apoiar, Cassimiro Castro, Applic, Leandro Ebert, Engenheiro Agrônomo na Emater/RS

12 de novembro

8h50
Abertura: Parcerias com empresas de insumos - como ter uma relação ganha-ganha-ganha?
9h
A visão dos consultores
Cassio Camargos, Consultor em Gestão, Controle da Mastite e Qualidade do Leite, Leonardo Araújo, QCONZ
9h30
A visão das empresas de insumos
Rafael Amaral, Gerente de Produtos na Lallemand Animal Nutrition, Fabio Fogaça, Alta Genetics
10h
A visão dos produtores
Jaqueline Paim Ceretta, Produtora de Leite em Ijuí RS, Léo Pereira, das Fazendas Reunidas ACP & Filhos
10h30
Espaço Patrocinador
10h50
Debate/Perguntas
Cassio Camargos, Consultor em Gestão, Controle da Mastite e Qualidade do Leite, Rafael Amaral, Gerente de Produtos na Lallemand Animal Nutrition, Jaqueline Paim Ceretta, Produtora de Leite em Ijuí RS, Léo Pereira, das Fazendas Reunidas ACP & Filhos, Leonardo Araújo, QCONZ, Fabio Fogaça, Alta Genetics

19 de novembro

8h50
Abertura: Princípios para um trabalho efetivo de consultoria
9h
Princípios para um trabalho efetivo de consultoria
Carlos Augusto Siguinolfi, Engenheiro Agrônomo na Educampo, Sebrae MG
9h20
Princípios para um trabalho efetivo de consultoria
Christiano Nascif, Senar/MG e Labor Rural
9h40
Princípios para um trabalho efetivo de consultoria
Eduardo Valias, Consultor
10h
Princípios para um trabalho efetivo de consultoria
Lomanto Moraes, Lac Soluções
10h20
Espaço Patrocinador
10h40
Debate/Perguntas
Christiano Nascif, Senar/MG e Labor Rural, Carlos Augusto Siguinolfi, Engenheiro Agrônomo na Educampo, Sebrae MG, Lomanto Moraes, Lac Soluções, José Geraldo de Andrade, Professor, Eduardo Valias, Consultor

26 de novembro

8h50
Abertura: O consultor e o mundo 4.0
9h
Tecnologias para escalar o trabalho: aplicativos e trabalho remoto podem funcionar? Oportunidades e desafios
Carlos Eduardo Carvalho, CooperIdeal
9h20
Agregando valor ao serviço de consultoria: como não depender do valor/hora?
Geraldo Filgueiras, Prodap
9h40
Como comunicar bem utilizando as redes sociais
Leonardo Guedes da Luz Martins, CowMed, Luís Fernando Moroz, Cowtraining, Maria Andreza Arving, Cowbaby
10h
Espaço Patrocinador
10h20
Gestão por indicadores e uso de benchmarking na pecuária leiteira
Heloíse Duarte, Ideagri
10h40
Debate/Perguntas
Leonardo Guedes da Luz Martins, CowMed, Geraldo Filgueiras, Prodap, Luís Fernando Moroz, Cowtraining, Paulo do Carmo Martins, Embrapa Gado de Leite, Maria Andreza Arving, Cowbaby, Carlos Eduardo Carvalho, CooperIdeal, Heloíse Duarte, Ideagri  

Representantes do setor lácteo de diferentes países estão trabalhando na regulamentação e fiscalização da rotulagem de produtos vegetais que utilizam equivocadamente nomenclaturas atribuídas exclusivamente a produtos lácteos, como leite, queijo e manteiga. O assunto foi tema de um encontro virtual internacional realizado na tarde desta terça-feira (14/09). Segundo o presidente da Federação Internacional de Laticínios (FIL/IDF), o agrônomo Piercristiano Brazzale, conforme definição do Codex Alimetarius, o leite é exclusivamente o produto da secreção mamária que advém da ordenha. O uso desses termos por itens vegetais já foi proibido na Europa exatamente porque há inúmeras diferenças.

Além da origem do produto, o processo produtivo envolve tecnologias de processamento distintas, assim como princípios nutricionais. “Esses derivados vegetais são produtos ultraprocessados enquanto o leite é um alimento natural. Não estamos atacando os produtos vegetais, mas defendemos que eles sejam vistos como produtos diferentes”, completou Brazzale. Sua posição foi compartilhada por Ariel Londinsky, da Federação Panamericana de Leiteria (Fepale), que complementou dizendo que essa é uma questão de “transparência ao consumidor”.  Além disso, ele destacou que queijos sem lactose e veganos, por exemplo, ao serem vendidos junto com lácteos no mercado, podem gerar confusão na hora da compra. “O consumidor, quando vai ao mercado, se depara com todo aquele marketing e quantidade de produtos, e acaba ficando confuso, o que não deveria acontecer”, expôs durante sua apresentação.

Representando o setor lácteo internacional, o IDF reúne produtores, indústrias, órgãos de governo e consumidores. Atualmente congrega 42 países e representa 75% do leite produzido no mundo. O representante do setor das indústrias gaúchas, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, destacou a importância de ouvir experiências internacionais em um momento em que o Brasil clama pela regulamentação dos produtos de origem vegetal. “Essa questão é um assunto que vem ganhando destaque em todo mundo. Não é uma problemática apenas do Brasil. Precisamos agir em bloco e fóruns como esse são essenciais porque buscam preservar o direito à informação do consumidor”, destacou.

Em sua apresentação, o membro da Associação Européia para o Direito Alimentar (AEDA) e professor universitário Giuseppe Durazzo explicou que, do ponto de vista jurídico, o tema central do desafio entre produtos de origem animal e de origem vegetal é o de garantir a melhor escolha do consumidor. A preocupação com o assunto também foi levantada pelo coordenador do Programa de Consumo de Lácteos da Federação Panamericana de Leiteria (Fepale), Rafael Cornes, que apresentou o número de ingredientes presente em uma embalagem de leite de vaca e de bebida vegetal. Segundo ele, enquanto uma caixa de leite possui apenas um ingrediente, a bebida vegetal recebe cerca de 15. “Entramos na contradição de que muitos tomam por ser algo orgânico e não perguntamos se esse ‘orgânico’ é natural”, expressou. Além disso, ele completou dizendo que “as proteínas que são completas, são as de origem animal”.

Outro assunto que foi discutido durante o seminário foi a importância de colocar informações nutricionais na frente dos produtos. O consultor e assessor de assuntos regulatórios e técnicos alimentares Roberto Guillermo Urrere explicou que a rotulagem nutricional frontal é essencial para que o consumidor saiba todas as informações necessárias sobre o produto que está levando para casa. Complementando, o farmacêutico e especialista em Indústrias Bioquímicas Farmacêuticas Diego Liberti encerrou o seminário explicando que a rotulagem frontal serve não só para completar as informações que normalmente são encontradas no verso das embalagens de alimentos, mas para mostrar ao cliente o quão benéfico aquele produto é para a sua saúde.

O evento virtual foi promovido pela Universidade de Parma, da Itália, pela Universidade de Buenos Aires e pela Universidade Nacional de Villa María, ambas da Argentina, pela Fepale, pela Nestlé, pela Agropharma e pela DSM, empresa com atividades nas áreas de saúde, nutrição e materiais.

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) entregou, neste domingo (12/09), ofício à ministra da Agricultura, Tereza Cristina Costa Dias, em que pede providências acerca do uso dos termos leite, queijo e de derivados como requeijão e manteiga por produtos alimentícios de origem vegetal. O documento, assinado pelo presidente Guilherme Portella, foi apresentado durante visita de comitiva do Ministério da Agricultura à unidade da associada Rasip, em Vacaria (RS).

Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a ministra mostrou-se aberta ao diálogo e disse que avaliará o que pode ser feito a respeito assim que retornar a Brasília. “É essencial que, enquanto o Brasil não tem uma regulamentação aprovada para itens fabricados de base vegetal, o governo imponha limites claros que restrinjam o uso de termos como leite, queijo e de outros derivados a produtos originários de mamíferos”, completou. A posição, defende o documento entregue à ministra, é uma forma de evitar confusão por parte dos consumidores e de resguardar um trabalho construído ao longo de décadas pelo setor lácteo. “As indústrias de laticínios por nós representadas não aceitam que o termo leite seja utilizado por bebidas de origem vegetal nem que se use denominações como queijo vegano, manteiga vegetal, requeijão vegano para produtos derivados de quaisquer outras matérias-primas que não seja o leite.”

Segundo o Sindilat, o uso indevido de um termo associado única e exclusivamente aos mamíferos, causa prejuízo financeiro e social à imagem e ao setor lácteo, que, somente no Rio Grande do Sul, gera renda a 100 mil produtores de leite em 457 municípios, incluindo os que vendem regularmente para as indústrias de laticínios e os produtores que fazem seus derivados de forma artesanal. “Diante de todos os desafios que o setor vem enfrentando em função da pandemia, da elevação de custos e redução de margens, solicitamos sua atenção ao assunto de forma a impedir o uso indevido dessa nomenclatura enquanto não se efetiva a regulamentação dos produtos de origem vegetal. Entendemos a relevância do segmento de proteína vegetal para o agronegócio brasileiro, mas não acreditamos ser apropriado que um novo segmento produtivo valha-se do trabalho de décadas de construção de imagem trilhado pelo setor de laticínios”, argumenta a nota.

Crédito da foto em destaque: Angelo Sartor/Sindilat

Alinhada com a preocupação mundial de fortalecer as defesas naturais do corpo humano para garantir saúde e qualidade de vida, a indústria de laticínios vem investindo em produtos focados em reforço do sistema imunológico e até da saúde mental das pessoas. A tendência foi referendada pelo executivo da Tetra Pak, Luis Eduardo Ramirez, durante encontro com representantes de associados do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) na manhã desta quinta-feira (9/9), na Casa da Indústria de Laticínios no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

Ramirez lembrou que, de modo geral, os lácteos já têm essa função porque são fontes de sais mineiras e muitos nutrientes, mas há uma clara intenção em âmbito internacional das empresas focarem sua ação nesses nichos, que agregam preço e valor adicional às marcas. Citou como exemplo o lançamento de itens antioxidantes e a expansão do mercado de Whey Protein. “Há um aumento da preocupação das pessoas com a saúde mental e com a consciência de como a dieta pode agir contra a depressão e até ajudando as pessoas a relaxar”. Ramirez pontuou rótulos de produtos lançados na Tailândia e da Eslovênia que trazem traços de mel e camomila com princípios calmantes. “O leite integral vai sempre existir, mas esses produtos de nichos nos trazem maior valor agregado porque o consumidor entende que foram feitos especialmente para ele. O produto super-democrático vai ser sempre o item de volume, mas os de nicho têm valor melhor e trazem um adicional às marcas”, completou. Para ele, segmentos como esse podem ser uma ótima opção para pequenos laticínios que conhecem a fundo seus consumidores.

Mediando o debate, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, lembrou que o Brasil não tem costume de consumir o leite saborizado, mas que esse é um mercado importante a ser explorado.

Durante sua apresentação, Ramirez ainda mencionou a força que a comunicação digital ganhou no setor lácteo, incluindo projetos bem sucedidos de e-commerce. “Não é o futuro, é o presente. E com a pandemia, esse processo só se acelerou”, completou. A Tetra Pak está pesquisando o mercado e trazendo inovações constantes nas embalagens, incluindo estratégias e códigos que permitam interação das marcas com o consumidor. “É uma tendência que vai ficar para depois da pandemia”. Acompanhando a reunião híbrida direto da Casa da Indústria de Laticínios, o coordenador de vendas do Escritório regional de Porto Alegre da Tetra Pak, Rodrigo Carvalho, ressaltou a importância do momento. “É uma oportunidade de estar próximo e escutar as demandas dos laticínios, mostrar-se parceiro de todo esse processo produtivo”.

Competitividade - A necessidade de profissionalização dos tambos brasileiros e de que esse processo ganhe velocidade também foi tema do encontro, que contou com a presença do deputado federal Alceu Moreira. “O leite é uma cadeia interligada. Os dentes da roda só funcionam se um dente tocar no outro”, pontuou. Nesse processo, citou ele, os avanços tecnológicos têm papel essencial. “A conectividade entrou no campo para nunca mais sair”. Entre as inovações projetadas pelo parlamentar no setor produtivo estão mudanças na logística de grandes volumes, uma vez que o e-commerce deve alterar a relação entre os diferentes elos da cadeia produtiva. Inovação que também deve ganhar corpo no processo produtivo, ampliando a gama de produtos derivados do leite. “Na França, há centenas de tipos de queijos. No Brasil, temos 20. É preciso ir para o mercado destacando cor, textura e sabor e fomentar novos nichos de mercado. Não tem espaço para quem não é competitivo”.

O diretor-tesoureiro do Sindilat, Angelo Sartor, corroborou a posição do deputado, reforçando que o mercado já mudou. “Não tem mais espaço para atuar em um modelo standard como antigamente. Não é uma questão de opção”, alegou, lembrando que o valor pago pelo leite no Brasil é o mesmo da Europa, onde o poder de compra da população é muito maior. “É uma conta que não fecha”, justificou. Por outro lado, Sartor frisou que as projeções para quem se profissionalizar são otimistas. “É um segmento que só vai crescer”.

Sindilat na Expointer 2021

A participação do Sindilat na feira conta com a parceria da Tetra Pak, marca internacional que é referência em embalagens para alimentos.

Crédito da foto: Carolina Jardine