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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 21 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.163


Produção e consumo de lácteos no Uruguai

Parte 02/02: CONSUMO INTERNO DE LEITE NO URUGUAI: 275 L/HABITANTE/ANO 

Além da concentração da produção primária por meio da redução do número de fazendas, as indústrias e cooperativas também trilham o mesmo caminho. Hoje, os laticínios Conaprole, Estancias Del Lago, Alimentos Frei Bentos, Indulacsa-Lactalis e Granja Pocha dominam o beneficiamento de leite no país. O fato de a cadeia produtiva ser concentrada faz com que os custos da logística de coleta e de distribuição sejam também baixos, explicando, em parte, o porquê da elevada competitividade do leite uruguaio. O consumo interno em 2022 rondou a casa de 1 bilhão de equivalente litros de leite, um dos maio res índices per capita do mundo, chegando a 275 l/habitante/ano. Segundo o International Dairy Farm (IDF), quando comparado ao ano 2020, o consumo de leite fluido por pessoa em 2022 foi de 63,4 kg, com crescimento de 6%; 1,6 kg de manteiga, com crescimento de 6,9%; e 9,2 kg de queijo, com crescimento de 5,3%. A renda per capita elevada e a baixa concentração de renda observadas no Uruguai formam um mercado dinâmico para a cadeia produtiva de leite e derivados, que é altamente sensível ao poder de compra da população. A indústria láctea do Uruguai, além de abastecer o mercado interno, é amplamente voltada para exportações. A Tabela 2 mostra o comércio exterior do Uruguai, do qual o Brasil é um grande cliente. 

Os esforços do Uruguai junto ao mercado internacional têm se dado com a oferta de leite em pó integral, que teve crescimento de vendas de 21% em 2023 na comparação com o ano anterior. O Uruguai fornece lácteos para 80 países. A Figura 2 apresenta os principais clientes uruguaios, com destaque para o Brasil, que cresceu sua participação e se tornou o primeiro destino desses produtos, superando a Argélia. 

indústria láctea uruguaia está prosperando e fornecendo produtos de alta qualidade para o mundo. Com rígidos padrões de qualidade, profissionalismo, estreita e estratégica colaboração entre os principais elos da cadeia produtiva, o setor contribui sensivelmente com a economia do país. Essa fórmula de sucesso pode ser exemplo para outros países, na direção de maior competitividade e sustentabilidade da cadeia de lácteos. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)


Câmara aprova projeto que perdoa ou adia parcelas de empréstimos rurais no RS

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que perdoa ou adia o vencimento de parcelas de financiamentos rurais tomados por empreendimentos localizados nos municípios do Rio Grande do Sul com estado de calamidade pública ou situação de emergência reconhecida pelo executivo federal em áreas atingidas pelos eventos climáticos extremos. O texto segue para o Senado.

As medidas constam do Projeto de Lei 1536/24, dos deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Rodolfo Nogueira (PL-MS). O projeto foi aprovado na forma de um substitutivo do relator, deputado Afonso Motta (PDT-RS).

Segundo o texto, o perdão será para as parcelas vencidas ou a vencer em 2024 relativas a operações de custeio agropecuário, independentemente da fonte de recursos e da instituição financeira.

Esse perdão não implicará devolução de valores a mutuários e não abrange dívidas liquidadas ou amortizadas antes da publicação do projeto como lei. Também estão de fora os valores já indenizados por meio do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou por apólices de seguro rural.

Destruição
Afonso Motta afirmou que as lavouras no Rio Grande do Sul foram condenadas a prejuízos irrecuperáveis. "Em várias localidades, as águas avançaram sobre a produção armazenada, carregaram máquinas e equipamentos, destruíram a infraestrutura produtiva e liquidaram o sistema viário. O cenário é desolador."

Já o deputado Zucco ressaltou que mais de 200 mil propriedades rurais foram afetadas no Estado, um terço do total registrado no último censo agropecuário.

Segundo o parlamentar, a medida é um passo necessário para os agricultores recomeçarem suas vidas. As perdas na agropecuária estão acima de R$ 3 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Durante a votação em plenário, o deputado Bohn Gass (PT-RS) elogiou o fato de o projeto favorecer apenas os agricultores que tiveram perdas com as enchentes, e não ser uma anistia irrestrita. Ele lembrou que o governo federal já prorrogou todas as dívidas até 15 de agosto e disponibilizou novos créditos para agricultores gaúchos.

Laudo técnico
Para contar com o benefício, o interessado deverá apresentar laudo técnico no qual se faz o levantamento das perdas materiais. O documento deve ser assinado por profissional ou entidade habilitada.

As áreas contempladas serão determinadas com base em delimitação georreferenciada definida em regulamento, levando-se em conta as propriedades efetivamente atingidas.

Pagamento adiado
Quanto às parcelas vencidas e a vencer em 2024 e relativas a operações de investimento e de comercialização vinculadas ao crédito rural nessas cidades, o projeto adia o pagamento para dois anos após a publicação da futura lei. O adiamento também não dependerá da fonte de recursos e da instituição financeira.

Sobre esses valores com pagamento adiado incidirão os mesmos encargos financeiros vigentes, mas sem multa, mora ou quaisquer outros encargos por inadimplemento ou honorários advocatícios.

O texto especifica que esse adiamento não impedirá o devedor de contratar novas operações de crédito rural e não será motivo para o registro do produtor rural em cadastros restritivos.

De igual forma ao caso de perdão das dívidas, a postergação dos pagamentos não abrange dívidas do Proagro ou cobertas por seguro rural. Poderão ser beneficiados os produtores rurais efetivamente atingidos conforme delimitação georreferenciada pelo regulamento.

O prazo para efetivar o adiamento dos pagamentos será de seis meses após a publicação da futura lei, podendo ser ampliado por decisão do Poder Executivo.

Durante o período da suspensão dos pagamentos, serão congeladas ainda as execuções judiciais e fiscais e os respectivos prazos processuais referentes a essas parcelas.

Custo das medidas
O projeto autoriza a União a assumir o custo das medidas, devendo definir a metodologia e as demais condições para ressarcir às instituições financeiras os custos com o perdão e a suspensão dos pagamentos.

Deverá ainda regulamentar a aplicação das regras a operações de crédito rural contratadas por cooperativas, associações ou condomínios de produtores rurais, assim como as efetuadas na modalidade grupal ou coletiva. (Correio do Povo)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1820, p. 27, 20 jun. 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

As condições do tempo foram favoráveis em algumas áreas, melhorando a disponibilidade de forragem e aumentando a produtividade dos animais. No entanto, outras regiões enfrentam desafios, como estradas de difícil acesso devido a alagamentos, prejudicando o manejo e a produção de leite. A gestão e controle de doenças, como mastite, e de carrapato continua sendo uma preocupação significativa em diversas propriedades.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o tempo seco facilitou o manejo dos animais e o pastejo, que haviam sido prejudicados pela umidade e pelo pisoteio. Há pastagens degradadas e baixa produção em função da umidade. 

Na de Caxias do Sul, a produção de leite nos sistemas à base de pasto melhorou, reduzindo o impacto do vazio forrageiro. 

Na de Erechim, foi retomado o pastejo em áreas onde as variedades de inverno foram implantadas; foram realizadas a aplicação de tratos culturais, adubação de cobertura e melhorias no manejo. 

Na de Frederico Westphalen, o acúmulo de barro nas imediações das salas de ordenha e nos locais onde as vacas dormem tem causado o aumento dos casos de mastite. 

Na de Ijuí, um grande volume de precipitação causou dificuldades no escoamento da produção e resultou em falta de energia elétrica. 

Na de Pelotas, as estradas com baixa trafegabilidade têm elevado os custos de transporte, embora não tenham impedido a coleta de leite. 

Em Rio Grande, os alagamentos persistem em várias propriedades, dificultando o manejo e a ordenha dos animais, além de causar escassez de alimentação e queda na produção de leite. 

Na de Porto Alegre, os produtores estão desmamando os terneiros antes da comercialização em razão do baixo estado das matrizes. A infestação por carrapato persiste, e são realizadas entregas de medicamentos e orientações. 
Na de Santa Maria, as chuvas recentes prejudicaram a higiene nas instalações devido ao barro acumulado. 

Já na de Santa Rosa, os períodos secos facilitaram o manejo dos animais, reduzindo os problemas de saúde associados ao barro. 

Na de Soledade, durante o período prolongado de vazio forrageiro, os volumosos conservados têm sido essenciais na dieta do rebanho. (Emater adaptado pelo SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Previsão do tempo no RS para a semana de 20 a 26 de junho de 2024
A previsão meteorológica para o Rio Grande do Sul na semana de 20 a 26 de junho de 2024 indica mudanças significativas no tempo, com a volta das chuvas e queda nas temperaturas. Sexta-feira (21/06): A chuva retorna ao Estado, especialmente nas regiões da Serra Gaúcha e Planalto, devido ao fluxo de ar quente e úmido da Amazônia, transportado pelo Jato de Baixos Níveis (JBN). Durante o dia, haverá um leve aumento nas temperaturas. Sábado (22/06): Um ciclone extratropical se formará entre o Paraguai e o Uruguai, movendo-se em direção ao Oceano Atlântico. A instabilidade trará precipitação leve em pontos isolados da Região Sul e Fronteira Oeste, com um aumento gradativo nas temperaturas. Domingo (23/06): O JBN volta a atuar, causando chuvas leves na maior parte do Estado, com volumes mais expressivos na Região da Campanha. Uma frente fria vinda da Argentina passará entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira. Segunda-feira (24/06): A entrada de um anticiclone migratório trará estabilidade e queda gradual nas temperaturas. Terça-feira (25/06): O padrão de queda nas temperaturas se intensifica, com possibilidade de geada nas regiões Sul, Fronteira Oeste, Campanha e Serra. Quarta-feira (26/06): O tempo permanecerá estável e as temperaturas mais amenas devido ao deslocamento do anticiclone em direção ao Oceano Atlântico. Para a semana, são esperados acumulados de chuva acima de 30 mm na maior parte do Estado, com volumes de até 100 mm no Centro do Estado e nos Campos de Cima da Serra. Na Fronteira Oeste, Campanha, Extremo Norte e Extremo Sul, os volumes serão menos expressivos, variando entre 10 e 30 mm. Na Serra do Sudeste e sul da Laguna dos Patos, os acumulados podem chegar a 50 mm. (Seapi adaptado pelo SINDILAT/RS)

 

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Porto Alegre, 20 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.162


Clair Kuhn será o novo secretário estadual da Agricultura

O governador Eduardo Leite anunciou, na tarde desta quarta-feira (19/6), que o ex-deputado estadual Clair Kuhn será o novo secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). Kuhn ocupará o posto exercido interinamente por Márcio Madalena, que seguirá como secretário-adjunto da pasta. O anúncio foi feito por Leite ao lado do vice-governador Gabriel Souza, no Palácio Piratini.

"Darei sequência ao trabalho que vinha sendo desempenhado pelo ex-secretário Giovani Feltes. Neste momento, teremos um foco especial no apoio aos produtores rurais para a recuperação econômica e produtiva após as enchentes. Há uma série de medidas em andamento e que podem ser aprofundadas para auxiliar o setor", disse o novo secretário. "Vamos trabalhar nessa direção e também daremos muita atenção à realização da edição deste ano da Expointer."

Kuhn é cidadão ibirubense e filho de produtores rurais. Possui MBA em Gestão Pública, já foi prefeito, vice-prefeito e vereador em Quinze de Novembro, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e deputado estadual. Também integrou a equipe do Ministério da Cidadania e, recentemente, ocupava a função de diretor-geral adjunto na secretaria da Agricultura. (SEAPI)


Produção e consumo de lácteos no Uruguai

Parte 01/02: ALTA PRODUTIVIDADE E QUALIDADE, COM MENOS PRODUTORES E REBANHOS

O Uruguai possui área de pouco mais de 176 mil km² e população de 3,4 milhões de habitantes. É considerado um país com economia de alta renda e orientada para a exportação, principalmente leite, carne bovina, arroz e lã. Conta com expressiva proporção da população pertencente à classe média, com baixa desigualdade socioeconômica. A taxa de urbanização é de 96%, com água potável para 100% da população rural e urbana e tratamento sanitário para mais de 99% da população. O Produto Interno Bruto (PIB), em 2017, foi composto de 24% da indústria, 70% de serviços* e 6% da agricultura, para a qual a produção de lácteos é relevante. A indústria láctea uruguaia é altamente desenvolvida e eficiente. Mesmo com consumo per capita de mais de 275 kg de equivalente leite/ano, o país obteve excedente de 73% de sua produção total em 2022, o que equivale a algo em torno de 2,1 milhões de toneladas, exportando para 80 países. Parte da eficiência obtida vem de uma estrutura concentrada de produção, com pouco mais de 3 mil propriedades. São fazendas grandes e muito produtivas, com média acima de 125 vacas, produzindo acima de 5,6 mil l/vaca/ano, e volume superior a 1.900 l/fazenda/dia. As mudanças na estrutura de produção continuam em curso, com redução do número de propriedades, aumento de rebanhos nas propriedades e aumento de produtividade e de qualidade da matéria-prima. Nos últimos cinco anos houve diminuição do número de fazendas à taxa de 3,9% ao ano e, ao mesmo tempo, aumento da produção por fazenda em 4,3% ao ano, mantendo praticamente estável a produção do país. A estrutura da cadeia produtiva e do consumo podem ser verificados na Tabela 1. 

Em que pese a maior seca dos últimos 40 anos em 2022, a produção de leite no Uruguai apresentou apenas uma discreta redução. Comparativamente ao ano de 2015, registrou aumento de 1%. Essa estabilidade da produção de leite diante das condições climáticas adversas e redução substantiva do número de vacas, da ordem de -13%, é explicada pelo aumento significativo da produtividade animal que cresceu +16% no período. 

Sintetizando, o processo em curso no Uruguai  mostra profissionalização da produção de leite pela redução do número de produtores e de rebanho e aumento substantivo da produtividade animal e da qualidade. Essa concentração da produção com aumento da oferta por fazendas implica logística de coleta de leite e incremento da taxa de coleta pelas indústrias do leite produzido em 6,4%, chegando ao total de 95%. O restante do leite produzido (5%) é destinado ao consumo nas propriedades (animais e família) e para a elaboração de produtos artesanais e de origem locais. A competitividade da cadeia produtiva do leite começa nos preços da matéria-prima. A Figura 1 mostra os preços recebidos pelos produtores naquele país. 

Considerando que o ano de 2022 foi atípico por conta das condições severas de seca com grande impacto nos custos da alimentação animal, os preços recebidos pelos produtores s estão abaixo de € 0,32 em dezembro de 2023, o que corresponde a R$ 1,71, com o euro a R$ 5,34 (20/02/2024). 

Comparativamente, o preço do leite pago ao produtor em dezembro de 2023 foi de R$ 2,03 no Brasil (Cepea), R$ 2,23 no Chile (Boletim IDF) e R$ 1,54 na Argentina (Boletim IDF). Para sobreviver com preços menores, o Uruguai se caracteriza como um dos mais baixos custos de produção de leite no mundo, utilizando insumos modernos, alimentos concentrados e animais de alta produção. A base da produção de leite está alicerçada em sistemas a pasto suplementados com alimentos à base de grãos. Mas nem sempre foi assim. De sistema extensivo de produção pastoril baseado em pastagens naturais, o país evoluiu para um sistema agrícola intensivo com pastagens cultivadas e utilização de alimentos concentrados. Esses avanços tecnológicos têm desempenhado papel fundamental no aumento da produtividade do setor lácteo no Uruguai ao tempo em que possibilita produção com baixo custo e elevada competitividade global. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)

Inverno tem diminuição da chuva e temperaturas inferiores à média no RS

O inverno 2024, que inicia nesta quinta-feira (20/6), às 17h51, deverá apresentar precipitações e temperaturas abaixo da média no Rio Grande do Sul. “Ou seja, diminuição da chuva e dias mais frios”, explica o meteorologista da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flávio Varone. 

Segundo ele, nos meses de julho, agosto e setembro, haverá o fim do evento El Niño e ocorrerá um curto período de neutralidade na primeira metade da estação, o que será determinante para a ocorrência de chuvas regulares e próximas da normalidade no mês de julho. 

“As projeções dos modelos de clima indicam o retorno do fenômeno La Niña entre os meses de agosto e setembro, o que deverá colaborar para a redução da precipitação na parte final do inverno, com volumes inferiores à média em praticamente todo o Estado nos meses de agosto e setembro”, esclarece Varone. “O prognóstico das temperaturas médias destaca que o trimestre deverá apresentar valores inferiores à média durante todo trimestre, e essa condição proporcionará ondas de frio mais intensas e poderá ocasionar eventos de geadas mais frequentes”, completa o meteorologista.  Veja aqui o Boletim trimestral julho/agosto/setembro 2024. (SEAPI)


Jogo Rápido

Prorrogado para o dia 30 de junho o prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira
Com o objetivo de fortalecer a produção leiteira gaúcha frente às tragédias provocadas pelas chuvas, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) estabeleceram a prorrogação para o dia 30 de junho do prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira, categoria Cases. Diante de tantas adversidades enfrentadas em diversos setores, o leite gaúcho estará mobilizado através da premiação para valorizar e fomentar quem produz, ajudando tanto na divulgação das melhores práticas quanto na propagação de ações inspiradoras na produção”, assinala o presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS. O regulamento e a Ficha de Inscrição estão disponíveis nos escritórios municipais da Emater/RS e também podem ser acessadas no site do SINDILAT/RS. Vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, explica que podem participar as propriedades que estejam estabelecidas no Rio Grande do Sul, que comercializem leite cru in natura para indústria ou que processem o leite em agroindústria própria. “Na categoria de Cases, as melhores práticas da produção leiteira serão destacadas em seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira”, explica. Conforme o regulamento, cada propriedade pode se inscrever em apenas uma das categorias através do envio das informações solicitadas no regulamento, em remessa única, por correio eletrônico, à Emater/RS (jries@emater.tche.br) e ao Sindilat (sindilat@sindilat.com.br). O resultado será divulgado durante a Expointer 2024. (Assessoria de imprensa do SINDILAT/RS)

 

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Porto Alegre, 19 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.161


Oferta e demanda de leite no Brasil em 2023

Um ano com recuperação na demanda, mas com margens muito apertadas, seja para o produtor ou para a indústria. Assim foi 2023, cujos indicadores alertam para a importância de questões ligadas à competitividade do leite brasileiro.

ano passado (2023) foi desafiador para o setor leiteiro brasileiro, sobretudo no âmbito das margens. A queda no preço do leite, motivada pelo elevado volume de importações, acabou apertando a rentabilidade do negócio. Em meados de 2022, houve forte aumento dos preços, do produtor ao consumidor, sustentada por queda acentuada da produção doméstica no primeiro semestre do ano. Naquele momento, houve descolamento do preço dos lácteos no Brasil em relação ao equivalente importado, que ficou mais competitivo. Esse cenário impulsionou as importações que se mantiveram elevadas durante todo o ano de 2023. A produção de leite inspecionado no primeiro semestre de 2023 registrou alta de 2,78% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já na segunda metade do ano, o crescimento foi de 2,29%, refletindo a piora na rentabilidade dos produtores. No total de 2023, o aumento da produção de leite inspecionado foi de 2,53%, fechando o ano com 24,52 bilhões de litros produzidos (Figura 1). 

A balança comercial, por sua vez, registrou acentuada entrada de leite no país, contribuindo significativamente para o aumento da disponibilidade interna. O volume importado no ano passado foi o maior desde o pós-Plano Real, sendo ainda o maior valor histórico, em dólares. No total, foram importados 2,18 bilhões de litros, o que correspondeu a 9% da produção brasileira de leite inspecionado. Diante desse cenário de produção e importação, a disponibilidade de leite inspecionado no Brasil foi elevada em 6,1%, com volume de 1,54 bilhão de litros superior a 2022. Do incremento absoluto na disponibilidade de leite em relação a 2022, 58% foram devidos ao aumento da importação. Já a disponibilidade per capita, denominada de consumo aparente, registrou elevação de 5,7%. Portanto, no ano passado houve incremento de 7 litros por habitante, em média, no consumo de leite e derivados no mercado brasileiro (Figura 2). 

O desempenho do consumo teve dois pilares básicos:

1) melhora no PIB e no mercado de trabalho; 

2) recuo nos preços e inflação controlada. No primeiro pilar, o ano fechou com crescimento de 2,9% do PIB e de 7,23% na massa real de rendimentos. Já no segundo pilar, os lácteos registraram queda média de 3% nos preços ao consumidor. O leite UHT caiu 7,8%, enquanto a inflação brasileira, medida pelo IPCA, registrou elevação de 4,6%. Se por um lado, a queda de preços ajudou no consumo, por outro trouxe dificuldades para os produtores. A rentabilidade média da pecuária de leite piorou 6,7% na comparação com 2022 e gerou insatisfação no setor, levando inclusive, a movimentos de protesto em Brasília. Portanto, 2023 foi um ano com recuperação na demanda, mas de margens muito apertadas, seja para o produtor ou para a indústria.

Contudo, é importante que o setor fique atento a questões ligadas à competitividade do leite brasileiro, buscando ações estratégicas que proporcionem inovações e transformações, conduzindo o leite para o mesmo caminho que outras comodities competitivas internacionalmente. Algumas reflexões sobre a competitividade do leite brasileiro encontram-se em outro artigo neste anuário. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)


GDT: preços da manteiga em alta no mercado internacional

Os preços internacionais dos principais derivados lácteos apresentaram movimentações distintas durante o 358º leilão de lácteos da plataforma GDT, realizado no dia 18/06. O GDT Price Index (média ponderada dos produtos) ficou em US$ 3.893/tonelada, como mostra o gráfico 1, com uma queda de -0,5% em relação ao evento anterior.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

As categorias acompanhadas e negociadas durante o evento apresentaram tanto oscilações positivas como negativas. Sendo assim, o destaque ficou para a categoria da manteiga, que obteve uma valorização de 6,2% e foi negociado na média de US$ 7.350/tonelada, atingindo a sua máxima histórica.

O leite em pó desnatado também registrou alta, sendo negociado na média de US$ 2.766/tonelada, representando uma alta de 0,7%, já o leite em pó integral apresentou uma queda de -2,5%, sendo negociado na média de US$ 3.394/tonelada.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 18/06/2024.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

No segundo leilão de junho, o volume negociado continuou apresentando queda. Com um total de 16.787 toneladas sendo negociadas, foi gerada uma diminuição de 4,8% em relação ao volume negociado no evento anterior, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

No mercado futuro de leite em pó integral na Bolsa de Valores da Nova Zelândia, as projeções indicam uma queda nos preços do leite em pó integral em comparação com os valores atuais, conforme mostrado no gráfico 3.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.

Apesar da redução na captação de leite em importantes países exportadores, como a Argentina, o volume total de produção de leite entre os principais exportadores tem mostrado recuperação no decorrer do ano. Em contrapartida, a demanda mundial tem permanecido estável, com grandes compradores, como a China, não demonstrando sinais de aumento no ritmo de compras, o que tem impossibilitado aumentos mais expressivos nos preços das principais commodities lácteas.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e Uruguai, que atualmente praticam preços acima do GDT. Isso se dá pela Tarifa Externa Comum (TEC), que chega a quase 30% para importações de fora do Mercosul.

As importações futuras brasileiras continuarão sendo influenciadas principalmente pela competitividade de preços entre os produtos importados e os produtos locais, além da disponibilidade dos nossos fornecedores internacionais de lácteos (Argentina e Uruguai).

Em relação à competitividade de preços, mesmo com aumento recente da taxa de câmbio e avanço dos preços praticados pelo Mercosul, os produtos importados (especialmente leites em pó e Muçarela) seguem mais baratos do que o nacional, mantendo a atratividade para os compradores.

Em termos de disponibilidade, a Argentina e o Uruguai iniciam o período de crescimento sazonal das suas produções, aumentando a oferta nesses países. Além disso, as vendas ao mercado brasileiro seguem sendo a valores superiores do que os oferecidos por outras regiões, o que colabora para manutenção da disponibilidade de lácteos para envios ao Brasil. (Milkpoint)

Italac é a 4ª marca de bens de consumo massivo mais comprada pelos lares brasileiros

Italac – A Italac é destaque na pesquisa Kantar Brand Foot Print 2024, um importante estudo que revela as marcas de consumo massivo mais compradas nos lares do país. A Italac conquista a 4º posição no ranking, e se mantém pelo quinto ano consecutivo como a marca de lácteos mais escolhida pelos lares brasileiros. 

A empresa está entre as Top 5 marcas mais relevantes do ranking.

Com 464 milhões de CRPs, a Italac teve o maior crescimento de CRPs (+85 CRPs) entre as TOP 5 e isso trouxe como resultado estar mais presente nos lares de nossos consumidores.

A empresa tem mais motivos para comemorar, também está entre as Top 5 marcas de bens de consumo mais escolhidas através do e-commerce.

A Pesquisa avaliou 350 marcas, visitou, semanalmente, 11.300 lares em sete praças (Norte+Nordeste, Leste+Interior do Rio de Janeiro, Grande Rio de Janeiro, Grande São Paulo, Interior de São Paulo, Centro-Oeste e Sul), cobriu 82% da população domiciliar, equivalente a 90% do potencial de consumo. 

Dentro de um mercado extremamente competitivo e com constantes mudanças, é um desafio para qualquer marca no país se manter em crescimento. Estar mais uma vez entre as marcas mais escolhidas pelos consumidores é uma conquista que deve ser muito comemorada, pois, reflete a confiança que os consumidores têm na marca.

A Gerente de Marketing da Italac Andreia Alvares destaca que este momento traz muito orgulho e motivação, e que essa posição aumenta ainda mais a responsabilidade da empresa que está sempre atenta ao mercado para melhor atender aos seus consumidores. São muitas pessoas envolvidas para fazer com que os produtos cheguem aos milhares de lares brasileiros. “Sabemos que o consumidor só deixa entrar na casa dele marcas as quais confia, e para nós é um orgulho muito grande poder compartilhar esse momento e agradecer a nossa ampla rede de apoio como parceiros, produtores rurais, clientes, consumidores e o um grande time de colaboradores que se dedicam diariamente à empresa de norte a sul do Brasil.

A Italac, de origem 100% nacional, contando com mais de 3.500 colaboradores, possui fábricas, postos de captação e produção, localizados nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rondônia, Pará, Rio Grande do Sul e Paraná, totalizando uma capacidade de produção instalada de 7,5 milhões de litros/dia. (ITALAC)


Jogo Rápido

Receita lista benefícios sob a mira do Fisco
A Receita Federal divulgou uma relação de 16 benefícios tributários que as empresas deverão prestar contas, a partir da criação da chamada Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária (Dirbi). Trata-se de uma nova obrigação acessória instituída com o objetivo de coibir fraudes e auxiliar o governo na agenda de de correção de “distorções tributárias”. A lista dos benefícios fiscais e demais regras estão na Instrução Normativa nº 2.198, de 2024. Estão na mira do Fisco: Perse (setor de eventos); Recap (empresas exportadoras); Reidi (infraestrutura); Reporto (setor portuário); óleo bunker; produtos farmacêuticos; desoneração da folha de pagamentos; Padis (indústria de semicondutores); e créditos presumidos em café, laranja, soja, carnes diversas e produtos agropecuários em geral. (Valor Econômico)

 

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Porto Alegre, 18 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.160


Leite e derivados: saúde e sabor determinam consumo

Tendências recentes reforçam a necessidade de os agentes do setor compreenderem e se adaptarem às novas demandas, promovendo produtos lácteos que unam saúde e sabor, ao mesmo tempo em que valorizem a acessibilidade e o fator qualidade.

Os números pós-pandemia continuam nos surpreendendo. Pesquisa recente da Horus Inteligência de Mercado, para a Associação Brasileira dos Supermercados - Abras, revelou que não são os itens básicos que predominam nas cestas de compras dos brasileiros. Ao contrário, os consumidores continuam cedendo aos prazeres alimentares, ou seja, a compra por indulgência permanece enraizada na nossa cultura. O índice de incidência, que mede a presença percentual de cada item na cesta de compra dos brasileiros, mostra que, dos sete produtos com maior incidência nas notas fiscais de compra nos supermercados, cinco são produtos indulgentes (Figura 1). São eles: cerveja (com a maior incidência), refrigerante, biscoitos, chocolate e vinho. Apenas dois itens são da cesta básica: pão e leite. 

É interessante notar que nem os itens típicos da culinária brasileira, que são arroz e feijão, constam nesta lista. Mas, deve-se atentar que a medida de incidência não indica volume ou quantidade consumida, mas, sim, frequência de compras. Assim, a menor incidência desses itens pode estar relacionada com o fato de ser adquiridos em compras mensais, enquanto as compras por indulgência ocorrem mais vezes ao longo mês. De qualquer forma, o fato de o leite ainda figurar neste ranking indica a importância que o produto tem para o consumidor brasileiro.

Os inúmeros benefícios do consumo de leite, associados à versatilidade do produto na preparação de receitas, trazem uma vantagem competitiva para o produto, que, em termos de incidência, ficou à frente da água mineral e até dos snacks. Dentro da categoria de lácteos, a situação é um pouco diferente. Após o leite UHT, os derivados lácteos que aparecem mais vezes nas notas fiscais de 
compra são os iogurtes e os queijos (Tabela 1). 

Ambos carregam um apelo de saudabilidade, especialmente o iogurte.De acordo com a citada tabela, com exceção do leite condensado, todos os derivados do leite aparecem com maior frequência na cesta de compras de consumidores da classe AB. Corroborando com estudos anteriores, esses dados mostram que o consumo da categoria leite e derivados é muito dependente da renda da população. Por outro lado, mostram também que o produto com maior apelo indulgente da categoria, o leite condensado, tem seu consumo mais atrelado à população de baixa renda, mais uma vez ressaltando a característica da população brasileira, que mesmo nas dificuldades financeiras e crises, se permite algumas indulgências. 

INDICADORES DÃO DESTAQUE AO LEITE E SEUS DERIVADOS NA ALIMENTAÇÃO

Com exceção dos queijos, todos os outros produtos têm o sábado como um dos principais dias de compra. Para os queijos, os principais dias são domingo e sexta-feira. Considerando que estes são 
dias em que as pessoas tendem a se reunir com amigos ou familiares e fazer refeições especiais (jantares na sexta e almoços aos domingos). Isso pode indicar compras de última hora para compor esses lanches e refeições especiais. Dentre os queijos mais comprados, estão muçarela (69% de incidência dentro da categoria), seguido pelo queijo prato (18,4%) e minas frescal (7%). Ainda com relação ao dia de compra, é interessante notar que a segunda-feira aparece como um dos dias de maior incidência de compra apenas para o leite UHT e o iogurte. Considerando que a segunda-feira é tradicionalmente o dia de se iniciar dietas, pode-se inferir que essas compras podem estar atreladas à tendência de busca por saudabilidade, com foco na prevenção de doenças e benefícios adicionais à saúde. Com relação às regiões que mais têm comprado produtos lácteos, não é possível observar um padrão. Com a grande heterogeneidade de gostos e culturas no Brasil, há grande diferença entre as regiões que apresentam maior incidência de um ou outro derivado do leite. Portanto, estes dados evidenciam que, mesmo diante das transformações sociais e econômicas pós-pandemia, o leite e seus derivados mantêm papel importante na alimentação dos brasileiros. A presença constante desses produtos nas cestas de compras, especialmente entre consumidores de maior renda, reflete valorização da qualidade e da saudabilidade associada a esses alimentos. Paralelamente, o consumo indulgente de itens como leite condensado, mesmo entre a população de baixa renda, destaca a busca por prazer e conforto pela alimentação. Essas tendências reforçam a necessidade de os agentes do setor compreenderem e se adaptarem às novas demandas, promovendo produtos que unam sabor, saúde e acessibilidade, de modo a construir um futuro promissor para o leite brasileiro. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT adaptado pelo SINDILAT/RS

Oferta de leite nas principais regiões do mundo

Perspectivas estáveis devem marcar o mercado internacional de leite este ano. É um cenário com oferta mais ajustada à demanda, ainda que ambas cresçam pouco, o que deve garantir sustentação dos preços internacionais.

A geografia mundial da produção de leite alterou-se significativamente nos últimos 30 anos. Em 1992, o mundo produzia 1,256 bilhão de litros de leite por dia. A Europa respondia por mais da metade deste montante, com 639 milhões de litros/dia, estimulados pelo forte amparo estatal, com subsídio à produção e às exportações. Naquele ano, as Américas produziam cerca de um quarto do total, com 330 milhões de litros/dia. De 1992 a 2022, a produção mundial cresceu mais de 60%, alcançando 2,064 bilhões de litros diários. A produção europeia ficou praticamente estacionada no período, refletindo a retirada da subvenção à produção e exportação e o surgimento de crescentes desafios ambientais, sociais e econômicos para a pecuária leiteira. A produção aumentou na África e na América. Mas o grande salto se deu na Ásia, passando de 202 milhões de litros de leite/dia produzidos em 1992 para 708 milhões de litros em 2022. Esse incremento foi puxado por programas de estímulo à produção para suportar a forte expansão do consumo local, estimulado por aumento populacional e de renda. O continente pouco participa das exportações, continuando a ser importante destino para os lácteos transacionados no mercado internacional. Já a produção da Oceania é a menor entre todos os continentes, embora quase tenha dobrado nos últimos 30 anos, alcançando 81 milhões de litros diários em 2022. A importância regional está  na produção competitiva, que transformou Nova Zelândia e Austrália em grandes exportadoras de lácteos, rivalizando com o papel tradicionalmente exercido pela Europa (Figura 1).

Nesse cenário, a China tornou-se o maior importador mundial de lácteos e movimentos na sua demanda têm reflexo direto na formação de preços no mercado. Os últimos dois anos, no entanto, foram de perda de velocidade do crescimento econômico e das importações de lácteos do gigante asiático. A importação de leite em pó integral pela China, que atingiu 841 milhões de t em 2021, caiu para 699 milhões em 2022 e apenas 445 milhões de t no ano seguinte. Para 2024, por enquanto, não há sinais de grandes alterações na importação de leite em pó pela China, continuando com volume ainda limitado. 

PRODUÇÃO DE LEITE DOS PRINCIPAIS PAÍSES DÁ SINAIS DE ESTAGNAÇÃO

A desaceleração das importações chinesas e o menor dinamismo econômico global nos últimos dois anos levaram à oferta de lácteos ficar acima da demanda nos anos de 2022 e no início de 2023. Isto provocou queda no preço de lácteos no mercado internacional. A cotação do leite em pó 
integral alcançou US$ 2.706/t em agosto de 2023, o que acabou desestimulando a produção. Em 2023 houve crescimento mais lento ou mesmo queda da produção nos principais países exportadores. Com isso, a produção permaneceu praticamente estacionada entre 2022 e 2023 em 280 milhões e 400 milhões de litros/dia, respectivamente, nos Estados Unidos e na União Europeia. As produções neozelandesas e australianas tiveram desempenho tímido, enquanto na Argentina ocorreu queda de 32 para 31 milhões de litros/dia, ainda que o país tenha aumentado suas exportações principalmente para o Brasil (Tabela 1). 

Em suma, em 2023 os principais exportadores mundiais aumentaram pouco ou diminuíram a oferta de leite, o que permitiu alguma recuperação dos preços internacionais. O leite em pó integral foi comercializado a US$ 3.463/t em fevereiro de 2024. Nos últimos meses, a produção leiteira nos principais países e regiões continua mostrando sinais de estagnação, alinhado ao observado no ano de 2023 em relação a 2022. Isso mostra que o aperto da oferta continua e as perspectivas para 2024 são pela continuidade deste quadro. A menor demanda chinesa, importante importador mundial e as incertezas do crescimento econômico e da demanda de lácteos nos principais países do mundo ajudam a manter este quadro de maior cautela no que trata da demanda por lácteos. É um cenário com oferta mais ajustada à demanda, ainda que ambos cresçam pouco. Isso pode garantir, ainda que de maneira limitada, a sustentação dos preços no mercado internacional. (Anuário do Leite da Embrapa 2024 - Adaptado pelo SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

Publicação do DDPA mostra impacto das enchentes no mês de maio no RS
Enchentes históricas no Rio Grande do Sul impactam severamente a agricultura e comunidades rurais em maio de 2024, revela relatório oficial. O Comunicado Agrometeorológico nº 70, emitido pela Secretaria da Agricultura, destaca precipitações excepcionais, superando 500 mm em várias regiões. Mais de 450 municípios foram afetados, com dezenas em estado de calamidade pública. Danos significativos foram registrados em infraestruturas e culturas agrícolas, com previsões de condições climáticas variadas para junho. Veja aqui o Comunicado:  Comunicado Agrometeorológico nº 70. Veja aqui a página com as publicações. (Seapi adaptado pelo SINDILAT/RS)

 

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Porto Alegre, 17 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.159


Preços ao produtor continuam aumentando e importações caem

Preços - O preço do leite ao produtor seguiu em recuperação, com aumento de 5,5% em abril/24. O preço médio nacional ficou em R$ 2,46 por litro, no entanto 15,1% inferior ao observado em abril/23.

A relação de troca leite/mistura melhorou em abril/24 quando comparado ao mês anterior e também ao mês de abril/23. Foram necessários 31,7 litros de leite para aquisição de 60 kg de mistura, contra 34,0 litros observados em abril/23.

No varejo, o preço da cesta de lácteos subiu 2,0% em maio/24. Contudo, apresenta queda de 4,2% em 12 meses, contrastando com a inflação brasileira, medida pelo IPCA, que registrou alta de 3,9%. O Leite UHT apresentou maior alta mensal, 5,4% e o queijo, maior queda mensal, 0,6%. (Embrapa/Cileite)


Expointer 2024 será mantida na data prevista

Feira ocorrerá de 24 de agosto a 1º de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio

A 47ª Expointer está mantida e vai ocorrer na data prevista, de 24 de agosto a 1º de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O anúncio oficial foi feito pelo governador Eduardo Leite nesta sexta-feira (14/6), durante uma visita ao parque, que foi atingido pelas enchentes em maio. 

Logo na chegada ao local, Leite se reuniu com representantes das entidades copromotoras da Expointer. Também participaram do encontro o secretário interino da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, o secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, e a subsecretária do Parque Assis Brasil, Elizabeth Cirne Lima.

A decisão pela realização da Expointer e manutenção da data prevista foi um consenso do grupo, depois de análises técnicas sobre a viabilidade do restabelecimento do parque e das condições de execução do evento, como explicou o governador. 

“Realizar uma feira como essa em condições normais já é um desafio. Em uma situação extraordinária, mais ainda. Por isso, essa foi uma decisão tomada de forma consciente e responsável com todos os envolvidos”, garantiu Leite. “A Expointer é motivo de orgulho para o Estado. Será importante neste momento de superação e reconstrução, não só pela grande movimentação econômica que proporciona, mas pela injeção de ânimo e celebração da força e da capacidade de trabalho dos gaúchos.”

Nas próximas semanas, serão feitas as intervenções necessárias no parque, fortemente atingido pelas cheias. O governo do Estado vai investir cerca de R$ 6 milhões em obras no local. Serão realizados reparos de pisos dos pavilhões, calçamento de vias, reforma de telhados e calhas e revisão e melhorias da rede hidráulica e elétrica, além de limpeza e higienização de áreas comuns.

“O parque teve praticamente a totalidade da área alagada e sofreu uma série de avarias, mas que não vão comprometer a realização da feira. Estamos empenhados em todos os reparos emergenciais que são necessários para a abertura dos portões na data prevista”, afirmou Elizabeth. “A realização desta edição vai representar a força pela reconstrução e poderemos ter uma feira igual ou maior do que as anteriores, devido à energia positiva que está sendo canalizada para cá.” 

Considerada a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, o evento reuniu no ano passado 822 mil visitantes e uma comercialização de quase R$ 8 bilhões – números recordes entre todas as edições.

Para Márcio, a retomada econômica do Rio Grande do Sul depois das enchentes também passa pela realização da Expointer. “Isso se confirma com a manifestação das entidades representativas do setor primário gaúcho pela realização do evento. Além disso, a feira movimenta cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos durante a pré-montagem, o período de realização e a desmontagem, que são de extrema importância no processo de recuperação do Estado”, destacou. 

O Pavilhão da Agricultura Familiar, um dos mais queridos pelos visitantes, é um momento aguardado com grande expectativa pelos pequenos produtores, que costumam ter na Expointer o ponto alto das vendas do ano. A realização da feira será importante para apoiar a retomada econômica desse e de outros setores, como enfatizou Santini.

"Precisamos fomentar o espírito de crescimento, força e resiliência, e essa Expointer será essencial para isso. A realização da feira será fundamental para a retomada da economia de diversos setores além do agronegócio e da agricultura familiar. Vamos fazer todos os esforços possíveis para que seja um grande evento”, disse o secretário. 

A Expointer é realizada pela Seapi com as entidades copromotoras: Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul); Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag); Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raças (Febrac); Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers); Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) e prefeitura de Esteio. (SEAPI)

Apoio ao crédito para produtor gaúcho pode ser base de fundo garantidor nacional

Aporte de R$ 600 milhões no Fundo de Garantia de Operações (FGO) servirá para avalizar novos financiamentos do Pronaf e Pronamp

O aporte de R$ 600 milhões no Fundo de Garantia de Operações (FGO), para avalizar a contratação de novos financiamentos no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) no Rio Grande do Sul, pode abrir caminho para a criação de um fundo garantidor nacional para a agricultura familiar.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, negocia a proposta de criação do fundo desde o ano passado com a equipe econômica do governo. Agora, a expectativa da Pasta é que a operacionalização do FGO para alavancar o crédito rural de produtores gaúchos após a tragédia climática sirva de teste para colocar de pé um fundo a nível nacional. O tema está no radar, mas ainda não há definição se será anunciado no Plano Safra 2024/25.

A secretária-executiva do ministério, Fernanda Machiaveli, disse que a ideia é usar o fundo para garantir operações de cooperativas da agricultura familiar, entidades que enfrentam dificuldades na constituição de garantias para operações do Pronaf.

“Vamos ter um aprendizado agora com o FGO no Rio Grande do Sul que esperamos usar em breve para agricultura familiar em todo o país”, afirmou. “O principal gargalo que temos é o acesso das pequenas cooperativas ao crédito. A grande barreira para elas é a ausência de garantias, mesmo com bom histórico de pagamento dos agricultores cooperados. É um problema que entendemos que vamos poder endereçar a partir dessa medida”, completou Machiaveli.

Há um debate técnico no governo, pois o tema é inovador. A medida seria complementar a outras operações do Pronaf que já têm a garantia da União, pois são realizadas com recursos de fundos constitucionais no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o que dá mais tranquilidade às instituições financeiras. Sul e Sudeste não têm esses mecanismos.

De acordo com a secretária-executiva, a Pasta trabalha para a criação de “um fundo garantidor que atenda esses agricultores que não têm garantias, mas que têm condições de contrair crédito nas outras regiões, fortalecendo a capacidade dos fundos constitucionais de alavancar empréstimos do Pronaf”.

O acesso aos recursos avalizados pelo FGO ainda depende de regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN). (Globo Rural via Valor Econômico)


Jogo Rápido

Uruguai – O preço do leite tabelado ficou muito tempo sem aumento
Preços/UR – O preço do litro do leite pasteurizado, envasado em sacos de polietileno e à venda ao público em todo o território nacional, teve aumento de 1 peso uruguaio (+2,38%) e passou a custar 43 pesos, segundo decreto do Ministério da Economia e Finanças (MEF). [43 pesos correspondem, ao câmbio de hoje, US$ 1,10/litro ou R$ 5,88/litro]. Com base nos dados do Instituto Nacional do Leite (Inale), o preço do leite tarifado não foi alterado durante um ano, desde maio de 2023 ficou com o valor de 42 pesos uruguaios. O habitual, é ter leves ajustes semestrais, no entanto, isso não ocorreu na segunda metade do ano passado. O aumento decidido agora, surge dessa revisão semestral de acordo com critérios do Poder Executivo e entrou em vigor no dia 11 de junho. De acordo com o decreto ministerial, o leite com entrega a domicílio custará 43,30 por litro. Últimos preços do leite pasteurizado: - Junho/2024: UY$ 43,00 - Maio/2023: UY$ 42,00 - Setembro/2022: UY$ 40,60 - Março/2022: UY$ 37,00 - Setembro/2021: UY$ 36,00 - Abril/2021: UY$ 33,70 - Setembro/2020: UY$ 32,80 - Abril/2020: UY$ 31,30 Fonte: El Observador – Tradução livre: terraviva

 

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Porto Alegre, 14 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.158


Governo empossa Conselho do Plano Rio Grande

O fórum é formado por entidades, movimentos sociais, lideranças empresariais, ex-governadores e pessoas afetadas pela enchente

Cerca de 160 representações do Poder Público, da sociedade civil e dos gaúchos atingidos pelas enchentes integrarão o Conselho do Plano Rio Grande - Programa de Reconstrução, Adaptação e Resiliência Climática do Rio Grande do Sul. A posse foi realizada na tarde desta quinta-feira (13/6) no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, com a presença do governador Eduardo Leite, do vice-governador, Gabriel Souza, do secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, e do ministro da Secretaria Extraordinária de apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta.

O objetivo do Conselho é receber demandas relacionadas ao restabelecimento do Estado e propor soluções. A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro. O papel dos conselheiros é propor, avaliar e monitorar as problemáticas recebidas, além de participar das câmaras temáticas que serão criadas para análise e discussão dos assuntos indicados.

Destacando o caráter democrático do Conselho, Leite falou sobre a importância da pluralidade e da participação social para a elaboração de alternativas que ajudem o Estado no processo de retomada.

“O Conselho reúne diversas entidades e movimentos porque, numa democracia, é essencial que tenhamos canais de interação organizados para que possamos colocar todos na mesma página. Esse fórum será um espaço para que a interação ocorra de forma efetiva, propondo medidas importantes que nos ajudarão a atender os objetivos do Estado. Será fundamental que todos caminhemos na mesma direção, buscando uma convergência mínima para dar velocidade ao processo de reconstrução", afirmou o governador.

Empossado como presidente do Comitê Executivo, que fará a análise e o encaminhamento final das demandas recebidas, o vice-governador ressaltou que o momento exige a união de esforços e o trabalho conjunto pela reconstrução do Estado.

”O Plano Rio Grande tem o objetivo de agregar e unificar as ações, portanto não é um plano apenas do governo, é um plano de todos os gaúchos. Por isso, é importante envolvermos a todos de maneira ampla e efetiva, canalizando no Conselho todos os setores da sociedade para dialogarmos e buscarmos soluções para o restabelecimento de serviços e para a recuperação do Rio Grande do Sul”, disse Gabriel.

Ele ressaltou ainda a participação de pessoas e representantes de negócios atingidos pelas enchentes. Serão selecionados, por meio de sorteio organizado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), dez titulares e dez suplentes de cinco municípios. “Um dos critérios de seleção das cidades considerou aquelas que foram mais atingidas proporcionalmente, Eldorado do Sul e Muçum, da mesma forma que levou em conta aquelas que reúnem a maioria absoluta da população impactada – Canoas, Porto Alegre e São Leopoldo. Outros parâmetros também foram avaliados, como geolocalização e cadastramento de gaúchos atingidos”, explicou o vice-governador.

"Temos um imenso desafio pela frente. E um desafio dessa magnitude requer organização, método e disciplina. Para isso, vamos seguir desempenhando um trabalho de cooperação com todas as esferas do poder público e da sociedade. O Conselho vai contribuir para analisar demandas e propor ações resolutivas para os problemas trazidos, porque não basta reconstruir., temos que reconstruir melhor", pontuou Capeluppi.

Composição

O Conselho contará com convidados que representam o Poder Público (Executivo, Legislativo, Judiciário, Defensoria Pública, Tribunal de Contas e Ministério Público), a sociedade civil (empresários, federações, sindicatos, associações, investidores, movimentos culturais/artísticos e identitários, além de ex-governadores do Estado e pessoas atingidas pelas cheias. Uma Secretaria Executiva – que será conduzida pelo prefeito de Restinga Sêca, Paulo Salerno – fará a gestão das ações em cada etapa.

O trabalho também contará com câmaras temáticas constituídas por secretarias de Estado, equipes técnicas e convidados. Elas serão encarregadas de examinar as demandas, a partir de eixos como assistência social, educação, habitação, segurança, entre outros.

Já o Comitê Executivo será responsável pela análise e pelo encaminhamento final das requisições. A Casa Civil, a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), a Secretaria da Fazenda (Sefaz), a Secretaria da Reconstrução Gaúcha (SRG), a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e a Defesa Civil também integrarão o comitê.

Um grupo formado por todos os agentes do Conselho, denominado Plenário, ficará responsável por fazer o monitoramento e a supervisão das atividades.

Membros do Conselho
Metodologia

O fluxo de trabalho do Conselho do Plano Rio Grande terá quatro etapas. A primeira será a entrada da demanda por meio da Secretaria Executiva, podendo ser encaminhada por qualquer membro do Conselho. Na sequência, será feita a análise da demanda nas câmaras temáticas, que vão averiguar as propostas dentro dos seus eixos e levantar possíveis resoluções.

A terceira fase será a destinação da demanda. Nesse momento, o Comitê Executivo encaminhará a ação final para a Secretaria fim ou para arquivamento. Por fim, ocorrerá o monitoramento da demanda, com apresentação para o Plenário das ações tomadas nas etapas anteriores.

Plano Rio Grande

O Plano Rio Grande vem sendo implementado desde seu lançamento oficial, em 17 de maio, com medidas emergenciais, de médio e longo prazo. As ações de curto prazo atendem áreas como Assistência Social, Segurança, Serviços Públicos e demais demandas do Gabinete de Crise. Nesse quesito, já foram investidos mais de R$ 818 milhões em diversas áreas.

No médio prazo, os projetos já estão sendo desenhados pela Secretaria da Reconstrução Gaúcha, como foi o caso do plano para reconstrução de rodovias e pontes afetadas pela chuva. O processo para execução de oito pontes foi concluído em apenas 15 dias. A próxima etapa é o início das obras. Em outros períodos, esse processo poderia demandar um prazo de, no mínimo, 60 dias. Outros projetos, em áreas como Infraestrutura, Educação e Unidades de Saúde estão sendo mapeados e serão apresentados pelo Executivo estadual.

No longo prazo, a gestão trabalha em temas como reorganização e redesenho das cidades e implementação de ações de adaptação e resiliência climática. (Governo)


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1819 de 13 de junho de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

A ocorrência de dias secos com temperaturas mais elevadas favoreceu o desenvolvimento das pastagens, permitindo o início do pastejo dos animais. Os produtores estão complementando a dieta com silagens e rações. A redução da umidade diminuiu a formação de barro, facilitando o deslocamento dos animais e o acesso às pastagens, melhorando as condições de bem-estar dos rebanhos. Continuam as ações de controle de carrapato e as vacinações obrigatórias.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Alegrete, a melhora nas condições do tempo auxiliou na estabilização da produção de leite, embora ainda esteja abaixo do normal.

Na de Caxias do Sul, a produção de leite permaneceu estável, apesar de uma pequena queda provocada pelo vazio forrageiro de outono. As condições de tempo adequadas proporcionaram o retorno gradual à normalidade nos sistemas à base de pasto.

Na de Erechim, a atividade leiteira foi impulsionada pelo retorno dos rebanhos às pastagens de inverno, após o período chuvoso, reduzindo o uso de silagens e de rações e diminuindo os custos de produção. As vacinações e o controle de verminose continuam, e as inseminações seguem normalmente com crescente adoção da inseminação em tempo fixo nas propriedades mais tecnificadas.

Na de Frederico Westphalen, em razão da baixa oferta de forragem e da dificuldade de pastejo, em função do excesso de chuvas, os produtores estimam uma redução média de 10% na produção de leite, podendo chegar a 30%.

Na de Ijuí, a produção de leite melhorou após a entrada de novos animais em lactação e em função da maior produtividade dos rebanhos a pasto.

Na de Passo Fundo, a oferta de alimentos volumosos nas pastagens ainda está baixa, levando à necessidade de complementação com alimentos conservados e concentrados para os rebanhos. Os produtores estão gradualmente aumentando o pastoreio à medida que as pastagens crescem.

Na de Pelotas, a baixa trafegabilidade de algumas estradas provocou o aumento dos custos de transporte, mas sem afetar a coleta de leite. O manejo dos rebanhos permanece desafiador em decorrência da umidade e da formação de lama.

Em Rio Grande, o alagamento de propriedades impede o retorno dos animais e proprietários, afetando a produção de leite.

Na de Porto Alegre, há relatos de significativa diminuição na produção, requerendo o aumento no fornecimento de silagem para manter a condição corporal do rebanho. Algumas propriedades estão recorrendo precocemente às pastagens de inverno, apesar de não estarem no ponto ideal de pastejo. Mais casos de mastite e leptospirose nos rebanhos foram reportados.

Na de Santa Maria, os animais estão em déficit nutricional em função da escassez prolongada de pasto. As áreas de restevas de soja ou de pastagens em estabelecimento não estão suprindo as necessidades nutricionais dos animais.

Na de Santa Rosa, a produção de leite continuou a diminuir devido à baixa qualidade das forragens. Houve um pequeno aumento na produtividade do leite em decorrência do tempo ensolarado, que reduziu o barro e melhorou as condições de manejo. (Emater/RS adaptado pelo SINDILAT/RS)

PREVISÃO METEOROLÓGICA
A previsão para os próximos dias no RS indica mudanças no tempo com a volta das chuvas e queda nas temperaturas, a partir do final de semana. Na tarde de sexta-feira (14/06), quando a aproximação de uma frente fria vinda do Uruguai deve trazer mudanças nas condições do tempo, provocando chuvas e uma leve queda nas temperaturas nas regiões Sul, Campanha e Fronteira Oeste do RS. No sábado (15/06), o deslocamento da frente fria sobre o RS trará chuvas de intensidade moderada a intensa e queda nas temperaturas de forma gradativa no decorrer do dia, principalmente sobre a faixa compreendida entre a Lagoa dos Patos e a Região da Campanha. No domingo (16/06), a frente fria seguirá seu deslocamento em direção ao norte do Estado, provocando chuva mais intensa na Região Sul e na faixa entre a Região Metropolitana e a Região das Missões. No final do dia, a queda nas temperaturas será mais expressiva sobre a Região Sul. Na segunda-feira (17/06), o deslocamento da frente fria causará pancadas de chuva mais expressivas nas regiões Central e Missões. Na terça-feira (18/06), a configuração atmosférica pode mudar para uma condição estacionária, reforçando a precipitação nas mesmas regiões observadas no dia anterior. O mesmo padrão deve perdurar na quarta-feira (19/06), quando estão previstas chuvas generalizadas sobre todo o RS. A precipitação mais expressiva é esperada para as regiões Central, Planalto Médio e Missões, com volumes de chuva entre 150 e 200 mm. Apenas para pontos no limite do Extremo Sul do Estado, da Fronteira Oeste e da divisa com SC, são esperados menores volumes de chuva, de até 30 mm; nas demais regiões, entre 30 e 150 mm. (SEAPI)


Jogo Rápido

Apresentação para micro, pequenas e médias empresas sobre o Programa BNDES Emergencial para o Rio Grande do Sul
Ontem, quinta-feira, 13 de junho, às 18h, o BNDES realizou uma apresentação, em seu canal no YouTube, sobre as novas linhas de crédito emergenciais lançadas para ajudar a recuperar a economia gaúcha após as fortes chuvas e enchentes que afetaram o estado em 2024. Confira o conteúdo na íntegra clicando aqui. (BNDES via youtube)

 

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Porto Alegre, 13 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.157


Indústria leiteira conta com medidas emergenciais de apoio do BNDES

Para enfrentar os impactos após as fortes chuvas e enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, a indústria leiteira gaúcha e produtores de leite poderão contar com uma série de medidas de socorro. Confirmadas por representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), à diretoria do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat).

Segundo o secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, as políticas de crédito devem amenizar a situação principalmente das indústrias e produtores que estão localizadas no Vale do Taquari e que concentram cerca de 10% da produção gaúcha. “Esta região foi a que sofreu com queda na captação e degradação das pastagens e ainda enfrenta problemas de logística para circular com matéria-prima e fazer o transporte de produtos acabados, principalmente em direção à Região Metropolitana”, destaca.

Matheus Gomes Chaguri, do Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional do BNDES, explica que o conjunto de medidas podem gerar um impacto de R$ 20 bilhões, atendem a diversos setores dentre eles a indústria leiteira, produtores e cooperativas nas cidades atingidas pelas inundações em situação de emergência ou estado de calamidade. “Essas iniciativas representam um esforço conjunto para restaurar a estabilidade econômica, proporcionando suporte financeiro essencial para a recuperação das comunidades afetadas”, assinala.

As medidas são operacionalizadas por empresas de todos os portes, exceto o FGI PEAC Crédito Solidário RS, que é destinado exclusivamente para micro, pequenas e médias empresas. Para maiores informações sobre as ações adotadas pelo BNDES no âmbito das medidas emergenciais do Rio Grande do Sul, acesse o site: https://www.bndes.gov.br/emergenciaisrs

Conheça as medidas:

FGI PEAC Crédito Solidário RS: solução de garantia com potencial de viabilizar R$ 5 bilhões em operações de crédito, por meio de garantias a operações de crédito com micro, pequenas e médias (MPMEs) com Bancos Parceiros. A medida já está em operação.

Programa BNDES Emergencial para o Rio Grande do Sul: solução de crédito destinada ao financiamento de máquinas e equipamentos, projetos de investimento e reconstrução e capital de giro. Serão disponibilizados R$ 15 bilhões para os clientes que declararam ter sofrido perdas e danos e/ou consequências sociais e econômicas em decorrência dos eventos climáticos extremos relacionados ao decreto de calamidade. A expectativa é que a partir do próximo dia 21 de junho, os recursos estejam disponíveis para os clientes que já tiveram o seu crédito aprovado nas instituições parceiras.

De forma complementar, o BNDES aprovou refinanciamentos, como BNDES Refin e Refin Agro, que se encontram em operação. Tais medidas irão gerar um alívio financeiro de R$ 6,9 bilhões em prestações, que poderão ser suspensas, de uma carteira de crédito total de R$ 48,1 bilhões.

BNDES Refin: suspensão completa de prestações vencidas ou a vencer, por até 12 meses (standstill), além da possibilidade de ampliar o prazo total do contrato por até 12 meses, de financiamentos contratados com o BNDES. A data limite para protocolo do pleito pelo cliente será até 31.10.2024.
Refin Agro Sul: permite a suspensão, até 15/08/2024, do vencimento das prestações de operações contratadas por meio de Programas Agropecuários do Governo Federal. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS, com informações de BNDES)


Prorrogado para o dia 30 de junho o prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira

Com o objetivo de fortalecer a produção leiteira gaúcha frente às tragédias provocadas pelas chuvas, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) estabeleceram a prorrogação para o dia 30 de junho do prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira, categoria Cases.

“Diante de tantas adversidades enfrentadas em diversos setores, o leite gaúcho estará mobilizado através da premiação para valorizar e fomentar quem produz, ajudando tanto na divulgação das melhores práticas quanto na propagação de ações inspiradoras na produção”, assinala o presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS. O regulamento e a Ficha de Inscrição estão disponíveis nos escritórios municipais da Emater/RS e também podem ser acessadas no site do SINDILAT/RS.

Vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, explica que podem participar as propriedades que estejam estabelecidas no Rio Grande do Sul, que comercializem leite cru in natura para indústria ou que processem o leite em agroindústria própria. “Na categoria de Cases, as melhores práticas da produção leiteira serão destacadas em seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira”, explica.

Conforme o regulamento, cada propriedade pode se inscrever em apenas uma das categorias através do envio das informações solicitadas no regulamento, em remessa única, por correio eletrônico, à Emater/RS (jries@emater.tche.br) e ao Sindilat (sindilat@sindilat.com.br). O resultado será divulgado durante a Expointer 2024. (Assessoria de imprensa do SINDILAT/RS)

Declaração de rebanho tem prazo prorrogado para 31 de julho

A Declaração Anual de Rebanho 2024 teve seu prazo final prorrogado para 31 de julho. A prorrogação se deve às fortes chuvas registradas em maio no Rio Grande do Sul, que causaram indisponibilidade de diversos sistemas da Procergs – entre eles, o Sistema de Defesa Agropecuária (SDA), por onde a declaração é feita. A Instrução Normativa nº 15/2024, que prorroga o prazo, foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (11/6).

A Declaração de Rebanho é uma obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais. Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Um tutorial ensinando a realizar o preenchimento pode ser consultado aqui. Caso prefira, o produtor também pode fazer o preenchimento nos formulários em PDF ou presencialmente nas Inspetorias ou Escritórios de Defesa Agropecuária, com auxílio dos servidores da Seapi e assinando digitalmente com sua senha do Produtor Online. 

A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves, peixes, abelhas, entre outros. No formulário de caracterização da propriedade, há campos como situação fundiária, atividade principal desenvolvida na propriedade e somatória das áreas totais, em hectares, com explorações pecuárias. Já os formulários específicos sobre os animais têm questões sobre finalidade da criação, tipo de exploração, classificação da propriedade, tipo de manejo, entre outros. 

Em 2023, a declaração teve adesão de 84,19%, índice que se manteve condizente com a média de declarações de rebanho entregues nos anos anteriores. Para mais informações: www.agricultura.rs.gov.br/declaracao (SEAPI)


Jogo Rápido

"Com a tragédia climática deixamos de captar de 9 milhões de litros de leite, o equivalente a um dia de produção do estado", disse Darlan Palharini, secretário-executivo do SINDILAT/RS em entrevista ao programa Tempo Real com Oziris Marins da Rádio Bandeirantes POA. Confira a entrevista na íntegra clicando aqui. (Band via youtube)

 

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Porto Alegre, 12 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.156


Ministério da Agricultura autoriza uso do Mais Leite Saudável em reconstrução do RS

O Ministério da Agricultura (Mapa) autorizou o uso dos recursos destinados ao Programa Mais Leite Saudável para apoio e reconstrução das bacias leiteiras no Rio Grande do Sul. A medida foi oficializada por meio da portaria nº 687, na segunda-feira (10/06), e prevê possibilidade de destino das verbas do programa para projetos de recuperação liderados por indústrias e cooperativas com operação no Rio Grande do Sul. A decisão do Ministério da Agricultura ocorre em caráter excepcional devido ao reconhecimento do estado de calamidade pública após as enchentes que atingiram diversos municípios gaúchos.

O anúncio atende a pedido liderado pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), com apoio da Ocergs, Fecoagro e Apil ao governo federal, tendo em vista as inúmeras dificuldades que atravessa o setor produtivo do leite. O setor aguarda, para as próximas semanas, a complementação do pacote de apoio ao Rio Grande do Sul, com aumento percentual dos créditos presumidos via Mais Leite Saudável. “Nossa ideia é elevar em oito vezes o recurso aplicado aos produtores via Programa Mais Leite Saudável para recuperação de todos aqueles que foram atingidos em regiões de calamidade ou emergência. Isso extrapola questões de mercado, é uma obrigação social da cadeia produtiva e do governo”, disse o presidente do Sindilat, Guilherme Portella, que esteve em Brasília na última semana defendendo a adoção de políticas de fomento ao leite. “Nos últimos anos, o Mais Leite Saudável oportunizou avanços consistentes na gestão das propriedades rurais por meio de programas desenvolvidos pelos laticínios. Ampliar sua força agora é essencial para recuperação da produção gaúcha”, disse. (Assessoria de imprensa SINDILAT/RS)


Pacheco decide devolver ao governo trecho da medida provisória que altera regras do PIS/ Cofins

Presidente do Senado alegou que a medida não preenche requisito de urgência e não atende a obrigatoriedade de prazo para instituir nova regra tributária.

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu nesta terça-feira (11) por devolver a medida provisória que propunha alterações nas regras do PIS/ COFINS.

A medida provisória foi enviada pelo governo ao Congresso na semana passada e gerou polêmica. Para políticos em Brasília, como havia antecipado o blog da Ana Flor, o governo contratou uma derrota no Congresso ao editar a MP. Isso porque o texto não tem apoio entre parlamentares, e o governo vem sofrendo derrotas em votações nas últimas semanas.

Pacheco, como presidente do Congresso, pode devolver medidas provisórias se considerar que elas não atendem a critérios legais.

Ele justificou que a medida, ao alterar regras sobre tributos, deveria adotar um prazo para que essa mudança passasse a valer. Esse é o princípio da noventena.

"Com absoluto respeito à prerrogativa do Executivo e do presidente da República na edição de MPs, o que se observa nessa MP, no que toca a parte de compensação de PIS e Cofins, é o descumprimento dessa regra [anterioridade], o que impõe a esta Presidência do Congresso impugnar essa matéria com a devolução desses dispositivos para a Presidência da República", afirmou o presidente do Senado.

"Reitero nosso absoluto respeito ao Poder Executivo, porque essa relação de harmonia e de respeito e de independência entre os poderes é absolutamente salutar, e a Constituição Federal nos confere essa engrenagem de solução para esse tipo de impasse", atenuou Pacheco.

A MP é foi um meio que o governo elaborou para compensar as perdas fiscais com a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam na economia.

O governo não queria a desoneração, mas, diante das argumentações do Congresso sobre manutenção de empregos, manteve a medida para os setores. Como isso significa perda de arrecadação, a equipe econômica buscou uma solução na MP do PIS/Cofins.

Com a devolução, agora o governo tem um problema na mão novamente: terá que buscar um novo meio de compensar a desoneração. E terá que convencer o Congresso disso.

"A devolução de medida provisória por inconstitucionalidade é algo muito excepcional, poucas vezes aconteceu na história da República, e só se dá em razão flagrante inconstitucionalidade, como aconteceu nesta compensação de PIS/COFINS já decidido por esta presidência", afirmou Pacheco.

Como funcionaria a mudança do PIS/ Cofins

A MP funcionaria assim:

PIS/ Cofins são tributos federais.
Hoje, o pagamento de PIS/ Cofins gera créditos para alguns setores
Esses setores podem usar esse crédito para abater o valor de outros tributos
A MP determina que o crédito só pode ser usado para abater o pagamento de PIS/ Cofins
Mas alguns setores são isentos de PIS/ Cofins na venda de seus produtos. Mas pagam PIS/ Cofins ao comprar de fornecedores
Logo, esses setores saem prejudicados, porque não terão de onde abater o valor pagos nas compras
Entre esses setores estão o do agronegócio, medicamentos e combustíveis. Inclusive, alguns postos chegaram a anunciar aumento no preço do combustível em razão da MP.Com as ações que alteram regras do PIS/Cofins, o governo espera aumentar a arrecadação neste ano em R$ 29,2 bilhões – valor acima do necessário para compensar a desoneração de empresas e dos municípios (que é de R$ 26,3 bilhões).

A decisão de Pacheco reflete as preocupações levantadas por empresários, associações médicas e líderes políticos, que argumentaram que as mudanças propostas pela MP causariam insegurança jurídica e impactos econômicos significativos.

A pressão para a devolução aumentou após manifestações contrárias sobre a forma abrupta como as alterações foram introduzidas, sem um debate prévio suficiente com as partes afetadas.

Repercussão
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirma que Pacheco "interrompeu uma tragédia sem fim".

"Eu quero parabenizar vossa Excelência, agradecer em nome do governo a sua postura, quero registrar aqui o próprio papel do presidente da República, que lhe chamou para um diálogo, junto com o ministro da Fazenda, externou que não estava confortável, claramente, e vossa Excelência teve a capacidade de encontrar um caminho que, na minha opinião, nada mais que o caminho legal e constitucional para interromper o que seria uma tragédia sem fim", afirmou o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA). (G1)

Embrapa lança anuário do leite na abertura da Megaleite

O Anuário Leite 2024, produzido pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Texto Comunicação Corporativa, será lançado nesta terça-feira (11/06), durante a abertura da Megaleite e pode ser acessado no site da instituição (https://www.embrapa.br/gado-de-leite). O evento ocorre no Parque da Gameleira (Sala Minas Gerais – 2º piso), em Belo Horizonte/MG. A publicação apresenta as pesquisas e tecnologias que podem impulsionar a cadeia produtiva, mas também traz dados de um ano difícil para o setor.

Em 2023, o país bateu recorde de importação de lácteos, comprados principalmente da Argentina e do Uruguai. Segundo Elizabeth Nogueira Fernandes, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, “a mudança na oferta e na demanda de leite refletiu-se no comportamento das margens financeiras em todos os elos da cadeia, em especial no poder de compra do produtor”.

A conjuntura econômica é o foco das primeiras páginas do Anuário. Analistas e pesquisadores da Embrapa fazem análises do mercado e índices de produção do Brasil e de outros países. No artigo “10 reflexões sobre a competitividade e os desafios do leite brasileiro”, é destacado a importância da eficiência na gestão técnica e econômica para que o produtor se mantenha de forma sustentável na atividade, superando os momentos de crise da pecuária de leite nacional.

“A ciência brasileira tem muito a contribuir para essa superação”, afirma a chefe-geral. Há muita tecnologia desenvolvida pela pesquisa agropecuária, já incorporadas por parte do setor produtivo, capazes de promover essa superação. O Anuário elenca algumas dessas tecnologias como práticas para recuperação de pastagens degradadas, técnicas para redução da pegada de carbono do leite e protocolo de biosseguridade em fazendas leiteiras. Há ainda soluções a serem lançadas em breve, como a avaliação genômica multirracial, que permitirá identificar animais Gir Leiteiro com genética superior para cruzamento com bovinos da raça Holandesa a fim de se obter o melhor Girolando.

Elizabeth Fernandes conta que o desenvolvimento e a disponibilização dessas tecnologias envolvem uma gama de parceiros públicos e privados, que permite a soma de competências e esforços para acelerar a evolução tecnológica da pecuária de leite nacional. É nesta direção que se inserem outras iniciativas apresentadas no Anuário, a exemplo do Laboratório Multiusuário de Bioeficiência e Sustentabilidade da Pecuária, hub de geração de conhecimentos, serviços e produtos junto a parceiros públicos e privados.

Além da pesquisa, a publicação foca na transferência de tecnologia. Nesse aspecto, o Anuário destaca a iniciativa piloto de compartilhamento de conhecimentos e tecnologias focadas em bovinocultura de leite por meio da rede Embrapa – ATER (empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural). O consumidor também está presente na edição, que aponta as tendências atuais no consumo.  O Anuário fala do dilema do consumidor, confrontado com movimentos contrários ao consumo de lácteos e da evolução das campanhas de marketing do leite em uma perspectiva global, incluindo a experiência exitosa do “Movimento Beba Mais Leite”.

“O Anuário do Leite 2024 é uma publicação que permite entender o passado recente e os principais desafios para construir as bases para um futuro promissor”, conclui Elizabeth Fernandes. Futuro que, segundo ela, será baseado na soma de esforços organizados pelos diversos atores da cadeia produtiva do leite. Fonte: Embrapa Gado de Leite


Jogo Rápido

Cadeia produtiva do leite teve muitos prejuízos com as inundações
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, fez um balanço das perdas da cadeia produtiva do leite. Destacou que o setor já vinha enfrentando dificuldades há algum tempo. Ouça aqui. (AGERT)

 

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Porto Alegre, 11 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.155


Produtores que tiveram perdas na calamidade podem obter crédito com subvenção

Os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar estão prontos para atender aos agricultores e produtores rurais que precisam encaminhar novos financiamentos neste contexto de calamidade. A partir da publicação da portaria nº 835 do Ministério da Fazenda, novas linhas de crédito oferecem subvenção econômica em forma de desconto.

A medida atende agricultores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Para encaminhar projeto e obter crédito, os produtores gaúchos podem contar com os extensionistas da Emater/RS-Ascar, aptos a auxiliar, informar, planejar e elaborar laudos técnicos, quando necessários. 

O coordenador da Área de Crédito Rural e assessor especial da Diretoria Técnica da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Célio Colle, explica que esse recurso será aplicado no planejamento das atividades de recuperação. Podem solicitar crédito para investimentos de  municípios em situação de calamidade e emergência, que tiveram mais de 30% de perda na estrutura produtiva da sua unidade de produção rural, com destaque para máquinas, equipamentos, construções, instalações, animais e solos das áreas de produção agrícola e pecuária.

“Nós estamos fazendo laudos para os agricultores e encaminhando projetos, dentro da lógica da Extensão Rural, do crédito assistido, que além do projeto técnico/econômico queremos acompanhar a sua aplicação e o retorno da melhor maneira possível”,  afirma Colle. O prazo para a contratação se encerra em dezembro de 2024.

Renegociação de operações de crédito

Duas resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN) já haviam sido publicadas para autorizar renegociações de operações de crédito rural contratadas por agricultores familiares, médios e demais produtores cuja renda da atividade tenha sido prejudicada por adversidades climáticas ou dificuldades de comercialização. 

A primeira, de 28 de março de 2024, autorizou a renegociação de investimentos atrelados à cultura da soja, milho e leite, com parcelas vencidas ou por vencer, com prazo final de envio até 30/05/2024. A segunda, publicada em 10 de maio de 2024, permite a prorrogação das operações de estabelecimentos rurais localizados em municípios com decretação de situação de emergência ou calamidade pública para 15 de agosto de 2024. (SEAPI)


Trabalhadores fazem a limpeza do parque Assis Brasil para a Expointer

Trabalhadores da Secretaria da Agricultura, funcionários e terceirizados de permissionários do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, trabalham, espalhados pelo complexo, para reconstituir as áreas afetadas pelas enchentes de maio. Basta um passeio pelo local para perceber a extensão dos alagamentos e o tamanho da mobilização que será necessária para fazer a Expointer abrir os portões no dia 24 de agosto. A data ainda não está confirmada, e os organizadores seguem dialogando para bater o martelo.

Uma montanha de entulho acumulado durante a limpeza é sistematicamente removida, mas ainda há muito a fazer. E, para isso, o cenário é de obras por todo lado. O local foi fechado no dia 30 de abril, quando o impacto das águas chegou pelos fundos do parque e com velocidade, relatam trabalhadores que agora retomam a manutenção. E, de ponta a ponta, inundou todas as áreas baixas do local.

Nos espaços dos pavilhões da Agricultura Familiar, Internacional, do gado leiteiro e de corte, dos ovinos e equinos, as marcas nas paredes apontam a altura que a água atingiu, variando entre 80 centímetros e 1,5 metro, aproximadamente. Madeiras úmidas nos bretes e baias e os  vidros sujos e engordurados nas construções de permissionários também são sinais da catástrofe. E até pelo chão os danos podem ser constatados. Equipes trabalham na revisão das tubulações hídricas pelos corredores de circulação de veículos e pedestres.

Lava-jatos por compressão limpam paredes, janelas e o chão de lojas, restaurantes e passeios. Colchões e outros objetos são espalhados ao sol, na esperança de serem salvos, mas muitos não poderão ser reaproveitados.

Quem também corre contra o tempo é a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos crioulos (ABCCC). Trabalhadores estão trabalhando na retirada do lixo, lavagem e desinfecção de todas as cocheiras para, posteriormente, receberem camas novas para os animais, diz o presidente, César Hax.

Na Casa do Sindilat, será preciso refazer a pintura interna e externa, além de recuperar refrigeradores. Os danos foram poucos, porque boa parte  dos materiais já costuma der armazenada em espaços mais altos. E todo o sistema elétrico foi refeito no ano passado, igualmente acima  do nível que a água alcançou.

"Estamos trabalhando na higienização. Mas dá uma tristeza e um desânimo imaginar que a Expointer poderá estar acontecendo em um espaço cujo entorno foi muito prejudicado. Há famílias que vivem próximas ao parque e que sofreram drasticamente", lamenta o secretário executivo da entidade, Darlan Palharini.

No outro lado da rua, as associações de criadores também foram atingidas. Um deles foi a sede e o restaurante da Associação Brasileira de Limousin. A entidade está no parque desde 1994, sempre aos cuidados do ecônomo do restaurante, Beto Barcellos. Em 2023, ele reformou o local, se antecipando para as comemorações dos 30 anos no local.

"A água entrou um metro no restaurante e na sede. Pela força, virou freezer, botijões de gás, danificou buffets e balcões. Na sede da raça, tapetes e sofás, por exemplo, também estragaram. Nesta quarta-feira (12) vamos começar a limpeza, tem uma lâmina de barro sobre o piso", lamenta o comerciante.

Ele estima prejuízo de pelo menos R$ 70 mil somente com equipamentos do restaurante, mas sabe que o gasto será maior.

Apesar dos estragos e do ambiente triste, a associação da raça apoia a realização da Expointer, admitindo adiamento para a última semana de setembro e primeira de outubro, diz o ex-presidente e hoje diretor Edegar Lima. (Jornal do Comércio)

Prorrogado para o dia 30 de junho o prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira

Com o objetivo de fortalecer a produção leiteira gaúcha frente às tragédias provocadas pelas chuvas, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), juntamente com a Emater/RS e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) estabeleceram a prorrogação para o dia 30 de junho do prazo de inscrições para o 3º Prêmio Referência Leiteira, categoria Cases.

“Diante de tantas adversidades enfrentadas em diversos setores, o leite gaúcho estará mobilizado através da premiação para valorizar e fomentar quem produz, ajudando tanto na divulgação das melhores práticas quanto na propagação de ações inspiradoras na produção”, assinala o presidente da comissão do Prêmio Referência Leiteira, Jaime Eduardo Ries, da Emater/RS. O regulamento e a Ficha de Inscrição estão disponíveis nos escritórios municipais da Emater/RS e também podem ser acessadas no site do SINDILAT/RS.

Vice-coordenador da premiação, Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, explica que podem participar as propriedades que estejam estabelecidas no Rio Grande do Sul, que comercializem leite cru in natura para indústria ou que processem o leite em agroindústria própria. “Na categoria de Cases, as melhores práticas da produção leiteira serão destacadas em seis categorias: Inovação, Sustentabilidade Ambiental, Bem-estar Animal, Protagonismo Feminino, Sucessão Familiar e Gestão da Atividade Leiteira”, explica.

Conforme o regulamento, cada propriedade pode se inscrever em apenas uma das categorias através do envio das informações solicitadas no regulamento, em remessa única, por correio eletrônico, à Emater/RS (jries@emater.tche.br) e ao Sindilat (sindilat@sindilat.com.br). O resultado será divulgado durante a Expointer 2024. (Assessoria de imprensa do SINDILAT/RS)


Jogo Rápido

PORTARIA MAPA Nº 687, DE 10 DE JUNHO DE 2024
Autorização de medidas excepcionais para as pessoas jurídicas, inclusive cooperativas participantes do Programa Mais Leite Saudável - PMLS, localizadas no estado do Rio Grande do Sul, devido ao reconhecimento do estado de Calamidade Pública. Acesse na íntegra clicando aqui.  (DOU)

 

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Porto Alegre, 10 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.154


Emater/RS-Ascar auxilia no repasse de doações para bovinos de leite no RS

Após os prejuízos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que atingiram diversos setores produtivos, a Emater/RS-Ascar contribui com a distribuição de alimentos destinados ao rebanho leiteiro gaúcho. Os produtos são doações vindas de outras regiões do RS e de outros estados do Brasil, como Paraná e Santa Catarina, e incluem feno pré-secado e silagem.

As enchentes e as chuvas intensas ocorreram no período em que os produtores rurais do RS realizam o cultivo das plantas forrageiras de inverno, como a alfafa e o azevém, que servem como alimento específico para o gado leiteiro. O extensionista Jaime Ries, zootecnista e assistente técnico estadual em Bovinocultura de Leite da Emater/RS-Ascar, destaca a importância das doações, ao afirmar que as forrageiras são a base da produção de leite gaúcha.

As doações são de caráter emergencial e priorizam produtores e rebanhos afetados e em situação crítica. Ries explica que alguns produtores não conseguiram realizar o plantio das forrageiras a tempo, e que outros conseguiram, mas não obtiveram o desenvolvimento esperado ou não puderam soltar seus rebanhos para o pastejo por conta do barro. Muitos terão de refazer o plantio de suas pastagens e lidar com os problemas causados à saúde dos animais durante os eventos climáticos ocorridos.

“Tememos que esse seja, talvez, o empurrãozinho que faltava para que mais pessoas desistam da bovinocultura leiteira”, pontua Ries.

O zootecnista estima um atraso de 45 dias na produção leiteira do Estado, já impactada pela estiagem há três anos, e que também foi atingida por enchentes e chuvas no segundo semestre do ano passado. Nos últimos oito anos, 51% dos produtores de leite vinculados às indústrias do RS deixaram a atividade, insatisfeitos pela rentabilidade. As regiões mais afetadas em termos de coleta de leite são o Vale do Taquari, a Quarta Colônia, o Vale do Rio dos Sinos e o Alto da Serra do Botucaraí, muitas ainda sem luz e com dificuldade de tráfego pelas estradas.

A Emater/RS-Ascar realiza levantamentos de dados para embasar os laudos de perdas dos municípios, além de operacionalizar as políticas públicas das secretarias estaduais de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). A Instituição está aberta ao produtor rural para ajudá-lo a planejar e reorganizar suas estratégias de produção e investimento. (Notícias Agricolas)


Chocolate, salgadinho e sorvete deviam estar no ‘Imposto do Pecado’, defende o Banco Mundial

Organização afirma que incluir alimentos ultraprocessados no Imposto Seletivo da reforma tributária reduz consumo, traz ganhos de renda e diminui despesas com saúde

BRASÍLIA - Cobrar mais impostos sobre chocolate, pacote de salgadinho, sorvete e outros alimentos ultraprocessados pode trazer benefícios para a população e para o governo, de acordo com estudo do Banco Mundial. A organização afirma que a inclusão desses produtos no Imposto Seletivo da reforma tributária tem o potencial de reduzir o consumo desses itens - considerados prejudiciais à saúde -, liberando renda para produtos mais saudáveis e diminuindo os gastos com o sistema de saúde, principalmente entre a população mais pobre.

A reforma tributária, aprovada pelo Congresso no ano passado, institui o Imposto Seletivo (apelidado de “Imposto do Pecado”) para aumentar a tributação de produtos que fazem mal à saúde e causam danos ao meio ambiente. O projeto enviado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para regulamentar a mudança neste ano incluiu alguns itens nessa relação, como cigarros, bebidas alcoólicas e refrigerantes, mas deixou de fora a maioria dos alimentos ultraprocessados.

Em vez de incluir os ultraprocessados no Imposto Seletivo, o governo decidiu cobrar a alíquota cheia do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), uma média de 26,5%, sobre esses produtos. Na prática, a cobrança será maior do que a aplicada em alimentos da cesta básica e produtos in natura, como arroz, feijão e frutas, mas será menor do que se estivesse incluído no Imposto Seletivo. A exceção são os refrigerantes, que ficaram no Seletivo, e a margarina, que ficou com imposto zero.

O assunto é polêmico. Cobrar impostos mais caros sobre salgadinhos, doces, barras de cereal, chocolates, sorvetes, bolachas ou biscoitos pode dar a entender que o governo quer que esses produtos sejam consumidos apenas pelas classes mais favorecidas. O projeto ainda vai passar pelo Congresso e pode ser alterado. O setor de refrigerantes, por exemplo, pressiona ela retirada do item do Imposto Seletivo.

Aumento de 20% no preço dos ultraprocessados reduz o consumo em 30%, diz Banco Mundial
Um aumento de preço de 20% nos alimentos ultraprocessados reduz o consumo em 30%, calcula o Banco Mundial. Os mais pobres sentem mais quando algo aumenta de preço e reduzem o consumo desse item, de acordo com a instituição. O estudo indica que os 10% mais pobres do Brasil reduziriam o consumo de ultraprocessados três vezes mais do que os 10% mais ricos, abrindo a possibilidade da substituição por alimentos mais saudáveis.

“É estimado que as camadas mais ricas passem a gastar mais, mas consumir menos esses produtos, enquanto os mais pobres, que já consomem menos ultraprocessados como proporção da sua dieta, vão também substituir esse consumo por produtos mais saudáveis, e isso leva a ganhos na saúde”, diz a especialista sênior em Saúde do Banco Mundial, Courtney Price.

O Banco Mundial não calculou qual seria o aumento de preço com o projeto da reforma tributária. Empresas tendem a deixar os itens mais caros quando pagam um imposto maior. A simulação de 20%, no entanto, aproxima o cenário da realidade de inclusão desses alimentos no Imposto Seletivo, de acordo com os pesquisadores.

O Banco Mundial estima que a população brasileira teria ganhos de renda com a redução de anos de vida perdidos, uma medida que estima o tempo de vida que uma pessoa perde por problemas de saúde. De acordo com o estudo, os 10% mais pobres teriam um ganho de renda de 3,5% com a redução de anos de vida perdidos relacionados a riscos alimentares. O aumento é nove vezes maior do que na parcela mais rica da população.

Além disso, haveria redução nas despesas médicas para todas as faixas de renda. A parcela mais carente da população diminuiria esses gastos em 6,82%, 55 vezes mais que o grupo mais rico, diminuindo inclusive a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).

“Hoje, quem paga o custo da saúde somos nós, então esse custo tem de entrar no Imposto Seletivo. A população e o governo se beneficiariam muito com a redução desses custos. A tributação é boa para a saúde, para o meio ambiente e para a economia”, diz Bruna Hassan, nutricionista da ACT Promoção da Saúde, organização que defende a inclusão dos ultraprocessados no Imposto Seletivo. Estadão

Governo argumenta que ultraprocessados são consumidos pelos mais pobres e, por isso, ficaram fora do Imposto Seletivo

O governo Lula argumenta que os alimentos ultraprocessados são consumidos pelas pessoas mais pobres e, portanto, uma tributação excessiva iria prejudicar essa parcela da população. Apesar disso, a maioria dos produtos classificados dessa forma ainda é consumida em níveis mais elevados pelos mais ricos e terá uma tributação cheia do IVA, sem descontos.

“A maior parte dos alimentos que ficaram na alíquota cheia são os ultraprocessados e que hoje majoritariamente são consumidos por ricos. Isso foi definido por critérios objetivos, não foi feito no chute”, afirmou o secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, ao enviar o projeto de regulamentação, em abril.

O Banco Mundial concorda com o diagnóstico, mas afirma que a proposta do governo não é suficiente. A instituição alerta para o aumento do consumo desses alimentos por grupos da população rural, mais pobre e de menor escolaridade. Isso indica que o Brasil deveria aproveitar uma “janela de oportunidade” para aumentar a tributação e impedir que o País consuma tantos alimentos prejudiciais à saúde e se aproxime de outras nações onde isso ocorreu.

“O que se quer é que esses alimentos não sejam consumidos”, afirma o economista sênior em Saúde do Banco Mundial, Roberto Iunes. “O ideal é que os ultraprocessados fossem incluídos no Imposto Seletivo. O que a reforma faz de positivo é que esses alimentos devem ficar mais caros que os itens in natura, então, resolve parcialmente o problema.” Estadão


Jogo Rápido

Leite: mercado interno enfrenta menor disponibilidade
Vamos falar sobre o mercado dos lácteos? Os derivados registram alta com menor disponibilidade interna. Nós conversamos com Glauco Carvalho, economista e pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Assista aqui. (AgroMais)