Porto Alegre, 20 de outubro de 2015 Ano 9 - N° 2.129
Levantamento divulgado nesta terça-feira (20/10) pelo Conselho Paritário do Leite (Conseleite) indicou alta de 3,25% no preço do leite em pó projetado para outubro (R$ 0,8391) em relação ao valor consolidado em setembro (R$ 0,8127), uma sinalização de que o mercado externo está ajudando a segurar os preços ao produtor e a rentabilidade da indústria. Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, o preço do leite em pó apresentou uma reversão no mês de outubro, atingindo, pela primeira vez no ano, valores acima dos obtidos em 2014. Até então, os preços praticados em todos os meses de 2015 estavam abaixo dos valores do ano anterior.
Segundo o presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, exportar é o caminho para a sustentabilidade do mercado, que vem enfrentando estabilidade de preços do litro apesar do aumento de custos no campo. Presente à reunião na sede da Fecoagro, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, também confia em uma retomada puxada pela questão cambial, que torna a produção brasileira extremamente atrativa no exterior.
Em relação ao Leite Padrão, depois de meses de queda no preço do Conseleite, o litro voltou a ter sinalização modesta de alta no Rio Grande do Sul. Apesar do consolidado de setembro (R$ 0,8192) ter ficado 0,22% menor do que o projetado (R$ 0,8214), o valor previsto para o leite padrão em outubro deve ficar em R$ 0,8208. O indicador representa uma alta de 0,20% em relação ao consolidado do mês anterior. "O indicativo para outubro sinaliza estabilidade mesmo em uma época de tradicional redução de captação ", alega Rodrigues.
Na foto: Reunião Conseleite em 20/10/2015
Crédito: Carolina Jardine
Matéria-prima - Valores Projetados Setembro / 15
Matéria-prima - Outubro / 15 *
Reunidos com o deputado estadual Gabriel Souza (PMDB), líderes do setor lácteo gaúcho alinharam nesta segunda-feira (19/10) como será encaminhada a fusão entre o Projeto de Lei (PL) nº 101/2015, que cria o Transleite, e a proposta do Executivo, o chamado Prolácteos. Apesar de estar em tramitação na Assembleia Legislativa com parecer favorável na CCJ, é consenso do setor que a matéria precisa de ajustes. Desta forma, Souza definiu, em conjunto com representantes do Sindilat, Farsul, Fetag, Apil-RS e IGL, pelo congelamento da tramitação do PL 101 até o dia 29 de outubro, quando os representantes do setor voltarão a se reunir para apresentarem novas propostas ao texto. O Sindilat foi representado no encontro pelo 1º vice-presidente, Guilherme Portella, e pelo secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. "Precisamos de um projeto que harmonize todo o setor, contemplando os interesses de governo, produtores e indústria", salientou Palharini.
Segundo Souza, como as propostas não são conflitantes, há apenas pequenos detalhes a serem discutidos. Ele lembra que a própria cadeia encaminhou a maioria das demandas e concorda com a criação de uma ampla legislação capaz de abranger todos os aspectos da cadeia. "Queremos que todo o setor olhe o projeto, discuta e faça as contribuições necessárias para que possamos ter uma fiscalização que realmente funcione", destacou. Com relação à agilidade na aprovação, o parlamentar garantiu que as discussões ocorrerão de maneira rápida e que, assim que se chegar a um acordo, o governo encaminhará o novo projeto em regime de urgência para a Assembleia Legislativa. "Até o dia 29, vamos buscar o compromisso do governo em enviar a pauta à Assembleia em regime de urgência, porque o setor tem pressa para essa regulamentação. Tem que ser aprovado ainda neste ano", salientou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
No Rio Grande do Sul, a produção de outubro costuma ter leve queda, de 1,2% a 2% em relação a setembro. Neste ano, no entanto, com as enxurradas registradas, essa diminuição será três vezes maior.
Levantamento feito pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS) mostra que as empresas estão captando quantidade 6,5% menor diariamente, o que representa 850 mil litros - a produção no Rio Grande do Sul é de 13 milhões de litros por dia.
A redução reflete dificuldades dos produtores de colocarem o gado no pasto, para alimentação. Além disso, o excesso de umidade prejudica o desenvolvimento de plantas forrageiras e atrasa o plantio do milho que é destinado à silagem.
São situações que acabam por diminuir o rendimento das vacas. Na propriedade de Gelsi Belmiro Thums (foto acima), no interior de Carlos Barbosa, a produtividade média recuou de 35 litros para 30 litros por dia.
A chuvarada também faz com que, muitas vezes, a indústria não consiga ter acesso às propriedades para fazer o recolhimento do leite.
- As perdas que ocorreram não têm como ser recuperadas. Já houve um vazio neste período - diz o presidente do Sindilat-RS, Alexandre Guerra.
Como o pico de produção no Estado em agosto e setembro, este período do ano seria de estabilidade e até queda nos preços do leite. Mas os efeitos da chuva poderão inverter essa curva.
- O preço do leite longa vida tinha tido queda, talvez possa reagir - completa Guerra. (Zero Hora)
A Cooperativa Piá integrou uma missão organizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) que esteve este mês na Anuga, em Colônia (Alemanha), maior feira de alimentos prontos do mundo, com sete mil expositores e 280 mil metros quadrados de área de exposição. Estiveram presentes o presidente da Piá, Gilberto Kny, e o gerente de marketing, Tiago Merckel Haugg.
Segundo Tiago Haugg, o objetivo da visita à Anuga foi o de buscar tendências de produtos na área de lácteos, frutas, embalagens e na comunicação com os consumidores. "Notamos um crescimento expressivo dos produtos orgânicos e de leites e iogurtes com proteína extra para pessoas que praticam exercícios", destacou Haugg. Segundo ele, a feira serviu para mostrar que as embalagens da Piá estão alinhadas com as principais marcas mundiais de lácteos.
Os representantes da Piá também aproveitaram a viagem para a Alemanha para realizar uma visita técnica à uma unidade industrial da Friesland Campina, a segunda maior cooperativa de leite do mundo. Com sede na Holanda, a Friesland Campina processa 1,5 milhão de litros de leite por dia e possui um mix de produtos bastante semelhante ao oferecido pela Piá. (Assessoria de Imprensa Piá)
Começa em novembro a segunda etapa de vacinação contra aftosa no Estado. Até o dia 30, animais de zero a 24 meses devem receber a chamada dose de reforço. Ao todo, 5 milhões de terneiros deverão ser imunizados. Produtores enquadrados nos critérios do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Estadual de Pecuária Familiar (PecFam) e com até 30 animais têm direito às doses gratuitas, doadas pela Secretaria da Agricultura. (Zero Hora)