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Porto Alegre, 18 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.187

 

  Fundesa tem prestação de contas de 2015 aprovada
 
Em Assembleia Geral Ordinária, os conselheiros do Fundesa aprovaram a prestação de contas da entidade para o exercício de 2015. Ao longo do ano, o fundo arrecadou em contribuições mais de R$ 7,7 milhões. Somando as aplicações financeiras, o saldo do Fundesa teve um incremento de quase R$ 13,5 milhões no ano passado, totalizando R$ 56,5 milhões.  

A utilização de recursos do Fundo totalizou R$ 3,713 milhões, divididos entre as cadeias de aves, suínos, gado de corte e gado de leite. Os valores foram utilizados para a indenização de produtores, em caso de abate sanitário e apoio às ações da Secretaria e do Ministério da Agricultura.  

O destaque na planilha foi para a cadeia do leite, que teve uma arrecadação de R$ 3,6 milhões. "Conseguimos, através de negociações, recuperar a contribuição de empresas que estavam inadimplentes com o Fundesa", explica o presidente do Fundo, Rogério Kerber.  Por outro lado, a cadeia leiteira teve também um maior volume de recursos, mais de 1,8 milhão , utilizados para a indenização de produtores.  O representante da cadeia leiteira, Darlan Palharini (Sindilat), explica que isso se deve à maior tranquilidade dos produtores em sanear o rebanho para enfermidades como tuberculose e brucelose. "Com a atuação do Fundesa, os produtores sabem que vão receber a indenização e procuram realizar o saneamento da propriedade, garantindo mais qualidade ao leite gaúcho", afirma Palharini.

No mês que vem, o Fundesa completa dez anos de arrecadação. Embora tenha sido criado em 2005, o fundo começou a arrecadar as contribuições, efetivamente, em fevereiro de 2006. De lá para cá foram arrecadados mais de R$ 72 milhões e aplicados mais de R$ 16 milhões nas quatro cadeias produtivas que integram o fundo. (Assessoria de Imprensa Fundesa)

 

 
 
Otimismo cauteloso com as exportações de lácteos

Depois de fechar 2015 com mais um déficit na balança comercial, o setor de lácteos inicia o novo ano mais otimista, ainda que o tom seja de cautela. No ano que passou, as exportações brasileiras de lácteos somaram US$ 319,2 milhões, 8% abaixo do registrado em 2014. No mesmo período, as importações brasileiras do setor também caíram, 6%, e totalizaram US$ 419 milhões. Para este ano, diz Marcelo Martins, diretor¬executivo da Viva Lácteos, que reúne empresas do setor, a expectativa é de que a receita com as vendas externas possa alcançar até US$ 450 milhões, ou cerca de 40% acima de 2015. A abertura de novos mercados e a consolidação daqueles para os quais o Brasil já exporta devem sustentar o crescimento, avalia Martins. Ele acrescenta que o câmbio atual também é um estímulo às vendas ao exterior, embora os preços internacionais dos lácteos estejam pressionados em decorrência, principalmente, do desaquecimento da demanda. 
 
Mas a expectativa, diz, é de que as cotações se recuperem a partir do segundo semestre deste ano, outro fator que favoreceria as exportações. Um dos desafios do setor este em 2016 é reduzir o que Martins chama de "venezuelodependência". No ano que passou, 75% da receita com as exportações de lácteos veio das vendas à Venezuela. "A Venezuela é boa oportunidade para o Brasil, mas não se pode colocar todas as fichas nela. Temos de ampliar o leque de países importadores", afirma. Os passos para diversificar os clientes estão sendo dados. Após a abertura do mercado russo em 2015 para os lácteos do Brasil ¬ o país já embarcou 182 toneladas de manteiga e 248 de queijos ano passado à Rússia e há potencial para dobrar o volume este ano ¬, a expectativa é abrir efetivamente a China, maior importador global de lácteos que se retraiu no mercado em 2015. Oito plantas estão em processo de habilitação para exportar leite em pó, principalmente. Conforme Martins, neste momento, as empresas que querem exportar ao mercado chinês estão respondendo a questionários com informações sobre sanidade. Esse questionário tem de ser validado pelo Ministério de Agricultura, que faz a solicitação de habilitação à China. 
 
O setor também espera a habilitação de plantas, ainda neste semestre, para exportar leites em pó e condensado ao Panamá. Há ainda uma negociação de acordo tarifário com o México, acrescenta o diretor¬executivo da Viva Lácteos. Medidas de promoção comercial, em conjunto com a Apex, também estão no planejamento da Viva Lácteos. Além de novos mercados, clientes como Angola, Arábia Saudita, Argélia, Egito e Emirados Árabes, estão no foco, segundo o dirigente. Na visão de Martins, não há espaço para aumento das importações este ano. " A importação deve continuar nos mesmos patamares, com possibilidade de queda porque não tem aumento de demanda que justitifique uma alta". Ele reitera a necessidade investimentos em tecnologia, melhora da competitividade e a adequação dos marcos regulatórios do país para elevar as vendas externas de lácteos. (Valor Econômico)




Alemanha cresce 1,7% em 2015, mas pode frear devido à China

A economia da Alemanha cresceu cerca de 0,25 ponto percentual nos últimos três meses de 2015. O nível de emprego recorde e a política monetária expansionista fortaleceram o consumo interno, em uma época de enfraquecimento do comércio global. O Produto Interno Bruto (PIB) do país subiu 1,7% no ano passado, após ter se expandido 1,6% em 2014, disse ontem o Departamento Federal de Estatística. Um prognóstico resumido do quarto trimestre será publicado em 12 de fevereiro. Economistas preveem um crescimento de 0,4%. A Alemanha, a maior economia da zona do euro, está se beneficiando mais que qualquer outro país¬ membro do bloco de 19 países que compartilham a moeda única dos estímulos sem precedentes promovidos pelo Banco Central Europeu (BCE). Com o desemprego em recorde de baixa, a elevação dos salários e o petróleo mais de 37% mais barato do que no ano passado, os gastos internos se tornaram o motor do crescimento econômico, e os exportadores estão deslocando sua atenção dos mercados emergentes em desaceleração para países desenvolvidos em recuperação. "A Alemanha cresceu pouco acima do potencial em 2015 pelo segundo ano consecutivo", disse Jörg Zeuner, economista-¬chefe do KfW, banco estatal de desenvolvimento da Alemanha. Embora a perspectiva para 2016 seja favorável, com o consumo tendendo a contribuir com a "parte do leão" para o crescimento, as preocupações com a China "ilustram onde estão os riscos econômicos relevantes: primordialmente no ambiente externo", disse ele. 

A China migrou da condição de principal propulsora do crescimento regional e mundial para a de um risco ao comércio internacional, num momento em que sua economia, de US$ 10 trilhões, tenta se reequilibrar na mudança de ênfase nos investimentos para a prioridade aos serviços e ao consumo. A venda em massa de ações e a depreciação do yuan agitaram os mercados financeiros mundiais, elevando os temores de que a segunda maior economia mundial se encaminha para uma recessão. Embora a entidade de classe BGA tenha advertido na semana passada que um "pouso forçado" na China empurraria a Alemanha para uma recessão, o Bundesbank manifestou um grau de confiança maior. O BC prevê que o PIB da Alemanha aumentará 1,8% neste ano e 1,7% em 2017. O consumo das famílias subiu 1,9% em 2015, em relação ao 0,9% do ano passado, informou o departamento de estatística. Foi o maior aumento desde 2000. O crescimento dos gastos públicos acelerou para 2,8%, ante 1,7%, o ritmo mais rápido de expansão desde a recessão de 2009. A demanda interna elevou o PIB em 1,5 ponto percentual. 

As exportações tiveram expansão de 5,4%, enquanto as importações cresceram 5,7%. O governo computou um superávit de 0,5% do PIB no ano passado. "As preocupações com a China são um pouco exageradas", disse Andreas Rees, economista¬chefe para a Alemanha do Unicredit Bank em Frankfurt. "Isso terá um efeito inibidor sobre as exportações, mas não será um entrave às perspectivas de recuperação. E o aumento da demanda por parte de outros países, principalmente os EUA e os da zona do euro, vai neutralizar os efeitos dessa queda." O crescimento da zona do euro vem se fortalecendo gradualmente, à medida que a política monetária expansiva chega às empresas e consumidores. O BCE intensificou seu programa de afrouxamento quantitativo em dezembro para pelo menos € 1,5 trilhão (US$ 1,6 trilhão) e cortou ainda mais uma de suas taxas de juros mais importantes para abaixo de zero. O presidente do órgão, Mario Draghi, disse na época que as decisões vão reforçar a recuperação e elevar a capacidade de absorção de choques da região. Segundo previsão do Fundo Monetário (FMI), o crescimento mundial desacelerou para 3,1% no ano passado, ante 3,4% em 2014. O órgão estima que a produção mundial aumentará 3,6% neste ano. 

A expansão das economias avançadas vai se acelerar, enquanto as da Ásia emergente perderão impulso, disse o FMI em seu panorama de outubro. Para a zona do euro, o prognóstico da instituição é de uma expansão de 1,6% em 2016, após o 1,5% do ano passado. "As empresas alemãs viveram um ano de muita incerteza", disse Jens Kramer, economista do banco NordLB de Hanover. "Mas]elas descobriram que a máquina econômica alemã pode funcionar sem problemas mesmo em meio à turbulência, e que elas podem continuar confiando na demanda interna como impulsionadora do crescimento neste ano também. Mesmo assim, os riscos aumentaram." (Valor Econômico)
    

União já elevou despesa do ano em R$ 6 bi

A despesa da União neste ano já havia aumentado R$ 6,2 bilhões antes mesmo de a presidente Dilma Rousseff sancionar a lei orçamentária, na sexta¬feira, tornando ainda mais difícil o cumprimento do superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) com o qual o governo federal se comprometeu. Isso aconteceu por causa do reajuste, acima do que estava previsto na lei orçamentária, do salário mínimo e dos benefícios recebidos pelos aposentados do INSS que ganham acima do piso salarial. Essa nova despesa terá que ser acomodada, portanto, dentro do Orçamento.

O salário mínimo foi reajustado em 11,67%, passando para R$ 880 a partir do dia 1 º deste mês. A previsão que estava no projeto da lei orçamentária, encaminhada pelo governo ao Congresso em agosto do ano passado, era de reajuste de 9,38%. Depois, o relator da proposta orçamentária, deputado Ricardo Barros (PP¬PR), elevou a correção para 10,37%. O aumento do salário mínimo repercute nos gastos da Previdência Social, dos programas de assistência social, do seguro¬desemprego e do abono salarial. A estimativa do Ministério do Planejamento é que a elevação do piso salarial em 11,67% resultará em uma despesa adicional de R$ 2,9 bilhões, em relação ao previsto no Orçamento. O governo reajustou também os benefícios dos aposentados e pensionistas do INSS em 11,28% a partir do dia 1º. O percentual corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado na atualização monetária desses benefícios.

O Orçamento foi elaborado com a previsão de que o INPC de 2015 ficaria em apenas 9,67%. Neste caso, o relator da proposta orçamentária não promoveu alterações. O Ministério do Planejamento estima uma despesa adicional de R$ 3,3 bilhões nas contas da Previdência Social, em relação ao que está previsto no Orçamento. Na semana passada, três portarias do ministro do Planejamento, Valdir Simão, reajustaram os valores do auxílioalimentação, da assistência à saúde (plano de saúde) e da assistência pré-escolar (creche) para os servidores do Poder Executivo, também com vigência a partir do dia 1º. O governo informou que os reajustes nos benefícios foram definidos em acordos firmados durante a negociação salarial de 2015 com os servidores. A despesa total com esses aumentos será de R$ 1,14 bilhão, de acordo com o Planejamento, sendo R$ 626,9 milhões com o auxílio¬alimentação, R$ 327,6 milhões com o auxílio à saúde e R$ 188 milhões com o saláriocreche. Segundo o Planejamento, esse gasto está previsto no Orçamento deste ano e não haverá despesa adicional. 

Não é apenas o aumento das despesas que ameaça a meta de superávit primário deste ano. O Orçamento, que foi sancionado pela presidente Dilma sem um único veto, prevê receitas condicionadas à aprovação de medidas legislativas e outras que nunca foram expressivas em anos anteriores, como aquelas resultantes da venda de ativos. A previsão do governo para a receita com venda de ativos em 2015 foi de apenas R$ 3 bilhões, mas é muito provável que o valor apurado tenha ficado bem abaixo. Para 2016, a expectativa é que ela chegue a R$ 27,3 bilhões. Desse total, o governo federal espera obter R$ 18 bilhões com a legalização de terrenos de marinha e urbanos. 

A expectativa do governo é que serão obtidos R$ 7 bilhões com a venda de participação da Infraero, R$ 1,3 bilhão com venda de terrenos da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e R$ 1 bilhão com o leilão da folha do funcionalismo público federal. Entre as receitas condicionadas, a mais importante e mais difícil de acontecer é a que será obtida com a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), com estimativa de R$ 10 bilhões. Mesmo que tenha o apoio de alguns governadores, que também querem resolver os problemas financeiras de seus Estados com uma fatia desse tributo, há uma rejeição grande de parlamentares à recriação da CPMF, mesmo na base aliada do governo. (Valor Econômico)
 
Alívio temporário
Na semana passada, a Justiça Federal em Porto Alegre (RS) deferiu liminar que impede cobrança de PIS/Cofins sobre receitas financeiras de empresa que atua na produção e comércio de produtos de primeira necessidade, que vigorava desde julho de 2015. Segundo Gustavo Masina, sócio do CMTL Advogados, responsável pela ação, a cobrança viola a Constituição, que exige lei e não decreto do Executivo para estabelecer alíquotas desses tributos. Mas Masina sabe que a briga será longa, e só vai terminar nos tribunais superiores. (Zero Hora)
 

         

Porto Alegre, 15 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.186

 

  Relat projeta início das exportações para o primeiro semestre 

A empresa Relat projeta iniciar as exportações de soro de leite em pó ainda no primeiro semestre deste ano. Localizada no município de Estação, no RS, a Relat conseguiu no final de 2015 a homologação do Ministério da Agricultura (MAPA) para comercializar o produto aos países que integram a lista geral. Além disso, a empresa obteve, em dezembro de 2015, a Certificação da Qualidade ISO 22000, que é um importante reconhecimento de segurança e qualidade do produto.

Segundo o diretor-geral da Relat, Claudio Hausen de Souza, desde a autorização, o trabalho tem sido no intuito do início das exportações. "Temos grandes expectativas, especialmente com a abertura recente de mercados, como o chinês e russo", avalia. O diretor-geral aponta como mercados interessantes os países da América Latina, como Peru e Colômbia, e os do norte da África, como Argélia e Marrocos.

A empresa é líder na fabricação de soro de leite em pó na região sul do Brasil. Atualmente, a fábrica tem produzido na sua capacidade máxima, de 65 toneladas por dia do insumo. De acordo com Hausen, a ideia é ampliar as vendas por meio das exportações. Apesar de o câmbio estar favorável à exportação, o preço do soro internacionalmente segue baixo. Mesmo assim, a expectativa é de que os valores reajam nos próximos seis meses, valorizando a exportação do produto.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat), Alexandre Guerra, uma das metas do sindicado, no ano passado, era o de abrir novos mercados e o de trabalhar para habilitar novas plantas. Para Guerra, esses movimentos proporcionam condições para novos mercados e diminuem a pressão nas negociações dentro do país. Isso permite que as indústrias possam ter um crescimento sustentável.

"A conquista da Habilitação para exportação e da certificação da ISO pela Relat premia o trabalho sério e diferenciado da nossa associada, o que é muito bom para toda a indústria gaúcha. É um reconhecimento da qualidade do produto gaúcho, neste caso específico da Relat com o soro em pó", pontua Guerra. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Crédito: Divulgação/Relat
 
 
 
Planalto promove tarde de campo sobre bovinocultura de leite

A propriedade do agricultor Odair Ferencz, na Linha Sete de Setembro, interior do município de Planalto, recebeu ontem (13) mais de 70 produtores locais na Tarde de Campo sobre Bovinocultura de Leite. O evento, organizado pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Prefeitura, Secretaria Municipal da Agricultura, Laticínios Frizzo e Cooper A1, foi realizado com o objetivo de fomentar a atividade leiteira no município.

Há 43 anos, a família Ferencz vive na propriedade da Linha Sete de Setembro. A bovinocultura é o carro chefe da propriedade, atividade desenvolvida há mais de 11 anos. Dos 15 hectares da propriedade, oito são destinados à produção de leite. Hoje, são 24 animais em lactação. Em determinadas épocas, esse número sobe para 39 animais. A produção média mensal é de 18,8 mil litros de leite, podendo a chegar, no inverno, a 27 mil litros.

Cinco estações dividiram importantes temas apresentados durante a Tarde de Campo. A primeira estação tratou sobre melhoramento genético do rebanho leiteiro, tema apresentado pelo representante da TAG do Brasil, Eloir Cristiano Wieczyrski. Os benefícios da padronização genética foram elencados, como a seleção de animais superiores e a exclusão de doenças genéticas, o que garante a seleção de animais melhoradores.

O tema qualidade do leite foi abordado pelo médico veterinário da Laticínios Frizzo, Leonardo Sperandio. Segundo ele, a atividade é uma das mais atrasadas do setor agropecuário. Estamos atrasados para começar a mudar. A Normativa 62 está aí e é preocupante a situação de alguns produtores. O problema não é o volume, mas a qualidade do leite produzido. Pode produzir pouco, mas com qualidade. Todo grande já foi pequeno. Se nos considerarmos pequenos, devemos melhorar sempre, para permanecer na atividade, produzindo com qualidade, exclamou. O médico veterinário falou ainda sobre os procedimentos necessários ao bom manejo, para controle das Contagem de Células Somáticas (CCS) e da Contagem Bacteriana Total (CBT).

A estação sobre manejo e adubação de pastagens foi apresentada pelo técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar de Palmitinho, Alex Rubin. A produção de leite à base de pasto é um dos métodos mais eficientes para o pequeno produtor, de baixo custo e alta produtividade. A escolha das variedades e o manejo adequado garantem a produção de pasto o ano todo.

Conservação do solo e gestão ambiental foram assuntos trabalhados pelo assistente técnico regional de recursos naturais da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Carlos Roberto Olczevski. Um solo fértil permite a produção de forrageiras e de milho para ração e para silagem, e é um fornecedor de água e nutrientes, afirmou Carlos, apontando que o bom manejo do solo depende da fertilidade química, física e biológica. No caso da fertilidade química, é preciso realizar a coleta e análise de solo antes da implantação de pastagem. O cuidado com o solo deve fazer parte do planejamento da propriedade, já que. a produtividade está diretamente ligada ao manejo do solo, enfatizou Olczevski.

Para encerrar, o técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar de Alpestre, Alencar dos Santos, explicou aos participantes sobre manejo de silagem e produção de feno. Os produtores acompanharam o trabalho das máquinas na produção de feno, conhecendo os benefícios deste complemento para a atividade leiteira. A Secretaria da Agricultura de Planalto adquiriu máquinas para produção de feno e está disponibilizando o maquinário aos produtores interessados. O trabalho ainda está em fase de experimentação, mas vem beneficiando os produtores de Planalto.

A Tarde de Campo contou com a participação do prefeito de Planalto, Antonio Carlos Damin, do vice-prefeito e secretário da Agricultura, Gabriel Olkoski, do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), João Kosvoski, do gerente do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Francisco Frizzo, e do gerente do setor de bovinocultura de leite da Cooper A1, Egon Grings. (Fonte: Emater/RS)

 
 
Novo presidente da Argentina implementa subsídios ao setor de lácteos

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, tem estado ocupado desde que assumiu o cargo em 10 de dezembro de 2015. Nesse curto período, Macri pôs fim a tarifas de exportação, revisou a agência de estatísticas do país, substituiu o presidente do banco central, nomeou dois juízes da Suprema Corte e permitiu que o peso argentino flutuasse livremente - e essa foi apenas a primeira semana no cargo. 

A ação rápida, de acordo com o novo presidente, é para ajudar a dar um salto na economia da Argentina na esperança de lidar com a inflação de 25% anual do país, reduzir suas dívidas fiscais e lidar com a taxa de pobreza de 29%, de acordo com o Wall Street Journal. O presidente está vendo as exportações agrícolas como uma forma para alcançar esse objetivo.

Macri não parou por aí, entretanto. Na semana passada, ele reuniu-se com membros importantes da indústria de lácteos para assinar um novo compromisso de suporte aos produtores e promover a indústria. O acordo inclui provisões para pagamentos diretos a fazendas, além do acesso a empréstimos de menores custos para operações de lácteos com dificuldades - tudo visando aumentar as exportações de lácteos da Argentina em curto prazo. Especificamente, o acordo inclui um subsídio de 40 centavos de peso (0,0296 dólares) por litro de leite para os primeiros 3.000 litros produzidos por dia durante a primeira metade de 2016. Isso é equivalente a um aumento de 33% ou 36.000 pesos (US$ 2.665,03) ao mês por produtor.

Em um período em que os cofres mundiais de leite em pó estão estourando, outro país fornecendo novos subsídios aos produtores de leite sugere que não há um fim à vista para as tendências atuais. Embora essas sejam boas notícias para a indústria de lácteos da Argentina, esse último acordo pode desencadear discórdia em produtores de leite dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. 

Em 14/01/15 - 1 Peso Argentino = US$ 0,07403
13,5083 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do Daily Dairy Report)

Desigualdade de renda na China já é das maiores 

A China comunista tem um dos níveis mais altos de desigualdade de renda no mundo, e o 1% de famílias mais ricas detém um terço da riqueza do país, diz um relatório da Universidade de Pequim. Os 25% mais pobres entre os lares chineses detém apenas 1% da riqueza total do país, segundo o estudo. O Coeficiente de Gini chinês referente à renda, uma medida amplamente usada para mensurar desigualdade, ficou em 0,49 em 2012, diz o estudo. O Banco Mundial considera que um coeficiente acima de 0,40 indica desigualdade de renda grave. Entre os 25 maiores países em população monitorados pelo Banco Mundial, só a África do Sul e o Brasil são mais elevados, com 0,63 e 0,53, respectivamente. O número dos EUA é 0,41, ao passo que o da Alemanha é 0,3. 

O estudo do Instituto de Pesquisas em Ciências Sociais da universidade provavelmente reforçará os apelos por uma tributação mais progressiva e por um aumento dos gastos com bem¬estar social no país nominalmente comunista. O Coeficiente de Gini chinês na década de 1980 era de cerca de 0,3. "Não há dúvida de que a diferença de renda está ficando cada vez maior", disse Zhou Xiaozheng, professor de sociologia na Universidade de Renmin, em Pequim. "Os pobres estão ficando mais pobres e os ricos, mais ricos". Embora a desigualdade de renda da China seja mais grave do que outros grandes países, a desigualdade de riqueza é pior nos EUA. O 1% de famílias americanas mais ricas detinha 42% de toda a riqueza nos EUA em 2012, segundo pesquisa de Emmanuel Saez, economista da Universidade da Califórnia, em Berkeley. 

Corrupção desenfreada e rendas não declaradas são obstáculos à formulação de estimativas sobre os níveis de renda e riqueza na China. Os números são substancialmente maiores do que as estimativas oficiais. A agência de estatísticas chinesa disse no ano passado que o Coeficiente de Gini no país havia caído ligeiramente, para 0,469 em 2014, de 0,477 em 2011. Outra estimativa, de economistas respeitados na Universidade do Sudoeste de Finanças e Economia, em Chengdu, apontam que o Coeficiente de Gini ficou em 0,61 em 2010. O mais recente relatório é baseado numa pesquisa envolvendo cerca de 15 mil famílias em 25 províncias. Por outro lado, o Relatório Hurun divulgou ontem que o número de milionários na China cresceu 8% em relação ao ano passado, para 3,14 milhões. De acordo com a Lista dos Chineses Mais Ricos (2015), do Hurun, existem 596 bilionários (em dólares) no país, mais do que nos EUA. 

O governo chinês comprometeu¬se em atacar a desigualdade. "Nós queremos fazer o bolo crescer continuamente e, ao mesmo tempo, assegurar que ele seja dividido corretamente. A sociedade chinesa mantém há muito tempo o lema: 'Não se preocupe com a quantidade, preocupe¬se que todos tenham a mesma quantidade', escreveu Xi Jinping, o presidente chinês, no "Diário do Povo", jornal que é porta¬voz do governo, em 2014. (Valor Econômico)

 
Exportações de orgânicos do Brasil cresceram 15% em 2015, diz entidade
As exportações de produtos orgânicos por 77 empresas brasileiras associadas ao Projeto Organics Brasil totalizaram US$ 160 milhões no ano passado. O resultado é um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Segundo Ming Liu, coordenador-executivo da Organics, que trabalha para a promoção dos produtos orgânicos brasileiros no mercado internacional, a grande surpresa foi o surgimento da China como 4º maior mercado mundial de orgânicos em 2015, atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha e França. "Mas os Estados Unidos representam pouco mais do que metade do mercado global e continua sendo a referência em termos de lançamentos e inovação no setor", disse ele. O mercado global atingiu a marca de US$ 72 bilhões, com crescimento de 11,5% em comparação com 2014. (As informações são do Valor Econômico)

 

Porto Alegre, 14 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.185

 

  Mercosul

Após o Mercosul finalizar, em dezembro, uma proposta para negociar a liberação do comércio com a União Europeia, cabe ao bloco europeu mostrar "disposição" em avançar na discussão, cujo desfecho é esperado pelo governo brasileiro para o primeiro trimestre deste ano.

A avaliação é do embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, à frente de temas da América do Sul, Central e Caribe no Itamaraty. O diplomata criticou ainda a "demanda extemporânea" da União Europeia em defender uma ampliação dos termos propostos pelo Mercosul (eliminação das tarifas sobre 87% do comércio entre os blocos). "Isso é uma tática negociadora antiga e conhecida. Na verdade quem está um pouco inadimplente é a União Europeia. () Da parte do Mercosul a prioridade e a disposição estão claras. Acho que cabe agora à União Europeia demonstrar isso", disse o embaixador nesta quarta-feira (13). O tema estará na agenda de encontros que o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) terá nesta quinta (14) na Argentina, primeira viagem do chanceler neste ano. Ele terá reunião com a chanceler argentina, Susana Malcorra, além de outras autoridades. (Folha de SP)
 
 
 
Tributar fortuna não resolve arrecadação, diz estudo

Defendido pelos integrantes do PT, o imposto sobre grandes fortunas não é indicado como mecanismo para superar dificuldades nas contas públicas, concluiu estudo feito pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. O documento analisou pesquisas internacionais e apontou ainda que o tributo induz a evasão fiscal, causando fuga de capitais do país. A conclusão foi que o encargo teria pouco sucesso se fosse elaborado com fins arrecadatórios. "O imposto não deve ser utilizado como um mecanismo de combate a crises fiscais do Estado, pois sua arrecadação é muito pouco significativa para os países que o instituíram", afirma o consultor legislativo Jules Michelet Pereira Queiroz e Silva. Mas o levantamento defende o novo imposto caso ele tenha um caráter social, voltado à redução de desigualdades. "Se utilizado, o imposto deve ser um mecanismo de redução da desigualdade na distribuição da renda e planejado dessa forma", ressalta. O estudo da Consultoria Legislativa é de maio de 2015, quando a Câmara começou a votar as propostas de ajuste fiscal de Levy que reviam regras de pensão por morte e seguro -desemprego, por exemplo, além da retirada de benefícios como a desoneração da folha de pagamentos. O texto, no entanto, foi publicado apenas no fim do ano passado. O imposto voltou a ser defendido pelos integrantes do PT, insatisfeitos com a política econômica adotada pela equipe da presidente Dilma Rousseff no ano passado. O partido criticou medidas propostas pelo ex¬-ministro da Fazenda Joaquim Levy para ajustar as contas públicas e pediam ações para tributar o "andar de cima". Mal Levy deixou o cargo ¬ e foi substituído por Nelson Barbosa ¬ e a bancada petista na Câmara já saiu em defesa de medidas para combater a crise econômica e apresentou ideias ao Palácio do Planalto. Segundo um deputado da sigla, um dos itens sugeridos ao governo é a criação do imposto sobre grandes fortunas, que está previsto na Constituição, mas que ainda não foi adotado. Quando costumava ser questionado sobre o assunto pelos integrantes do PT, Levy dizia que a proposta do governo para taxar as grandes fortunas era a que foi enviada ao Congresso para regularizar recursos enviados de forma ilegal ao exterior. O projeto cobra impostos e multa de quem enviou ativos ao exterior ilegalmente já foi aprovado pelos parlamentares no fim de 2015, mas ainda que não foi sancionado pela presidente Dilma. Enquanto o Executivo se mostra reticente sobre a taxação das fortunas, o Legislativo prossegue com tentativas de levar a ideia adiante. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB¬SE), por exemplo, já tem um projeto em trâmite para cobrar anualmente um imposto de pessoas físicas com patrimônio maior que R$ 2,5 milhões. A alíquota sobre o patrimônio iria de 0,5% a 2%, dependendo do tamanho da "fortuna". Marcos Catão, advogado tributarista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) acredita que o sistema tributário brasileiro já é um dos mais complexos do mundo, o que inclusive contribui para a inibição do crescimento econômico, e que a criação de um novo imposto é desnecessária. Segundo ele, já há mecanismos suficientes no país para elevar a tributação sobre os mais ricos. "Existem diferentes possibilidades, como a criação de mais faixas de imposto de renda, ou aumento da tributação sobre ganhos de capital. Não é necessário criar mais um imposto", diz. O professor Jerson Carneiro, professor de Direito Administrativo e Gestão do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) e que tem artigos publicados sobre o tema, defende o conceito do imposto sobre grandes fortunas ¬ mas acredita que este não é o momento para criá¬lo. "Esse é o único imposto da União previsto pela Constituição de 1988 ainda não criado. Constitucionalmente, sou a favor. O problema é definir o que é uma grande fortuna", afirmou. (Valor Econômico)

Leite/Uruguai

As dificuldades que atingiram o setor leiteiro há um ano não estão resolvidas, e ainda precisa ser levado em consideração que o novo fundo leiteiro, é um paliativo conjuntural, mas que aumenta o endividamento, e compromete a viabilidade dos pequenos produtores. Esse é o panorama traçado a El Observador pelo presidente da ANPL-Associação Nacional dos Produtores de Leite, Rodolfo Braga, que destacou a importância de "buscar ferramentas que permitam melhorar a situação".

Ressaltou que se não forem levados em consideração alguns aspectos, a situação poderá se agravar. Explicou que não se trata de encontrar paliativos para os problemas que os produtores enfrentam, como os preços baixos do mercado e a adversidade climática, mas o setor também é prejudicado pelo próprio Estado com menor atividade. Braga disse que o setor leiteiro precisa de financiamento em condições muito especiais para continuar a manutenção básica das explorações, o que é essencial para os pequenos produtores. O dirigente discordou de que a conjuntura atual do país não é a mais indicada para acatar soluções como as propostas pela ANPL ao governo através do Instituto Nacional do Leite (Inale), procurando alívio fiscal e redução de tarifas, declarou ao programa Tiempo de Cambio da Rádio Rural. (El Observador - Tradução Livre: Terra Viva)

Luz ultravioleta

A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) deu luz verde para o leite tratado com luz ultravioleta (UV), com o objetivo de aumentar as concentrações da vitamina D3 e a vida útil. Esta decisão irá favorecer a Comissão Europeia a aprovar este tipo de leite como novo alimento.

O novo alimento é o leite de vaca (integral, semidesnatado ou desnatado) ao qual se aplica um tratamento com radiação ultravioleta (UV) depois da pasteurização com o objetivo de aumentar a vida útil do leite. Este tratamento resulta no aumento das concentrações de vitamina D3. A EFSA considera que os dados coletados no processo de produção são suficientes e não dão lugar a problemas de segurança, e que é pouco provável que altere os níveis de consumo toleráveis estabelecidos, que o novo alimento não é nutricionalmente desvantajoso, que não tem problemas de qualidade microbiológica e que o risco de reações alérgicas não é muito diferente ao associado ao leite convencional. (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)

Comércio fraco

A China, maior exportadora do mundo, fez uma previsão sombria para a economia mundial, alertando que a queda da demanda externa resultará num comércio mais fraco domesticamente neste ano.

O alerta foi feito ao mesmo tempo em que o país revelou um nível de comércio melhor do que esperado em dezembro, mês em que o yuan teve sua segunda maior queda desde 2005. Economistas saudaram a melhora na exportação chinesa, dizendo que um superávit comercial crescente poderá fortalecer o yuan, cuja desvalorização neste mês causou uma onda de vendas no mercado de ações. As exportações da China, em dólar, caíram 1,4% em dezembro, em relação ao mês anterior, estreitando a queda de 6,8% de novembro, disse ontem a alfândega chinesa. As importações caíram 7,6%, em dezembro, em comparação com queda de 8,7% em novembro, pois o declínio dos preços das commodities continuaram a pressionar. Com isso, o superávit comercial chinês avançou para US$ 60,1 bilhões no último mês de 2015. Economistas disseram que os números foram melhores do que os esperados: uma pesquisa da Bloomberg previa queda de 8%. (Valor Econômico)
    

Fetag elege diretoria nesta quinta-feira

A Fetag elege hoje sua diretoria para a gestão 2016-2020. A votação ocorre das 11h às 16h, em Porto Alegre, com chapa única. Os sindicatos associados devem votar sim ou não. Atendendo a pedido das 23 regionais, o presidente Carlos Joel da Silva, candidato à reeleição, destaca que, dos 26 cargos, metade tem novos nomes no comando, entre eles a secretaria-geral da entidade e as coordenações de Mulheres e de Jovens. (Correio do Povo)
 

Leite 
Empresas associadas ao Sindilat estudaram, em reunião realizada ontem, alternativas para auxiliar na recuperação da competitividade do setor lácteo gaúcho. A iniciativa é uma reação às barreiras criada pelo Paraná contra a entrada de produtos de outros estados. (Jornal do Comércio)

    

         

Porto Alegre, 13 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.184

 

  Sindilat busca alternativas para ampliar competitividade do lácteo gaúcho

O presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, reuniu nesta quarta-feira (13/01) representantes tributários das empresas associadas para estudar alternativas que possam auxiliar na recuperação da competitividade do setor lácteo gaúcho. O encontro discutiu as perspectivas para o Rio Grande do Sul, tendo em vista as barreiras que o Paraná criou para a entrada de produtos lácteos de outros estados. "Precisamos conquistar a isonomia fiscal para mantermos a competitividade do produto gaúcho, principalmente, em relação ao leite UHT", avalia Guerra. 

Desde o dia primeiro de janeiro, o Paraná incluiu o leite longa vida (UHT) no regime da substituição tributária, favorecendo os laticínios estaduais e consequentemente impactando no aumento do preço do produto oriundo de outros estados, como o Rio Grande do Sul. Atualmente, o setor lácteo gaúcho exporta 60% da sua produção para outros estados. "Esse cenário, que inclui além do Paraná também São Paulo e Rio de Janeiro, inviabiliza o crescimento do setor gaúcho", disse Guerra. 

Para o Secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é necessário que o Rio Grande do Sul reaja com ações eficazes. "O setor lácteo gaúcho corre o risco de perder a segunda colocação de produtor de leite do país caso não promova contrapartidas para manter a competitividade do produto gaúcho", disse. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Cooperativa Languiru certifica outras 17 propriedades que participaram do programa Boas Práticas na Fazenda

A Cooperativa Languiru certificou recentemente outras 17 propriedades rurais de associados que participam do programa Boas Práticas na Fazenda (BPF). Na ocasião foram reconhecidas propriedades com produção de leite em Estrela, Westfália, Paverama, Mato Leitão, São Pedro da Serra, Colinas, Santa Cruz do Sul e Arroio do Meio. Com essas, já são 45 propriedades certificadas desde abril de 2015. A iniciativa da cooperativa busca orientar os produtores de leite associados a adotarem procedimentos e controles que contribuem para aumentar a qualidade e a segurança do leite. A entrega de certificados às famílias de associados ocorreu em solenidade na sede administrativa da Languiru, em Teutônia, e contou com a presença do vice-presidente da cooperativa, Renato Kreimeier, do coordenador do Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru, Fernando Staggemeier, e do assistente administrativo da Indústria de Laticínios, Tiago Weimer. Para Staggemeier, essas 45 propriedades servem de exemplo, neste programa que é pioneiro entre as cooperativas gaúchas. "A certifica- ção é um momento especial para a Languiru e para os associados, que dão um passo à frente na produção de leite de qualidade, o qual chega à mesa dos consumidores. Somos a primeira cooperativa do Rio Grande do Sul a aderir a esse programa de qualidade", destacou Staggemeier. 

Hoje, cerca de 15% do volume total de produção de leite destinado à indústria de laticínios da Languiru têm origem em propriedades de associados certificadas pelo BPF. "Essas propriedades podem ser consideradas a 'elite' de produtores em termos de qualidade. Todas as propriedades receberam pontuação elevada na avaliação realizada pela auditoria, servindo de modelo para o programa. Para a empresa terceirizada que realiza essa auditoria para certificação, as propriedades dos associados da Languiru são as melhores encaminhadas e mais organizadas", acrescentou Staggemeier. Atualmente a indústria de laticí- nios da Languiru capta 410 mil litros de leite por dia de propriedades de seus associados em aproximadamente 70 municípios. O vice-presidente Renato Kreimeier destacou a histórica de bonificação por qualidade no pagamento do leite aos associados da Languiru e comentou sobre o atual cenário econômico brasileiro. "A eficiência produtiva e o uso de ferramentas de gestão na cooperativa e nas propriedades rurais de nossos associados é essencial para enfrentar o atual momento econômico brasileiro conturbado. Assim como foi o último ano, 2016 deve ser complicado, com a credibilidade brasileira abalada. Por isso o profissionalismo, em qualquer que seja a atividade, é fundamental para a sustentabilidade", disse. Para Kreimeier, a cadeia produtiva do leite exige que, cada vez mais, se pague por qualidade ao invés de volume de produção. "É nesse quesito que o programa Boas Práticas na Fazenda está focado. A cooperativa busca constantemente o profissionalismo em todos os setores, com a produção de alimentos de qualidade. Juntos, estamos construindo uma marca forte, de uma cooperativa que valoriza as pessoas", concluiu. 

O associado Valmor Brockmann, representando a certificada Granja Brockmann, de Linha Schmidt Alta, município de Westfália, elogiou a iniciativa da Languiru. "O programa Boas Práticas na Fazenda veio em benefício dos próprios associados. Na propriedade da família foram realizadas algumas melhorias que não nos dávamos conta no dia a dia. São ações muito importantes para a qualidade dos produtos da Languiru", elogiou ao final do evento, ele que é associado da cooperativa desde 1984. Nesta quarta etapa do programa BPF foram certificadas a Propriedade Goldmeier e as granjas Brockmann, Pott, Goldmeier, Brune e Dois Umbus, de Westfália; Meinerz, Fell, Zwirtes e Decker, de Estrela; Fritzen e Gass, de Santa Cruz do Sul; Reckziegel, de Paverama; Vortmann, de São Pedro da Serra; Heinen, de Mato Leitão; Petry, de Arroio do Meio; e Fröder, de Colinas. O programa de Boas Práticas na Fazenda da Cooperativa Languiru avalia 53 itens das propriedades leiteiras. Entre esses estão capacitação dos ordenhadores, destinação de dejetos, utilização de drogas veterinárias, limpeza e manutenção de equipamentos, armazenamento do leite, bem-estar animal, qualidade da água, manejo sanitário e alimentação do rebanho. Seu propósito é providenciar padrões mínimos para as operações nas propriedades rurais que fornecem leite cru à Indústria de Laticínios da Languiru, assegurando o fornecimento de um leite com mais qualidade e segurança de forma sustentável. Com a Certificação BPF, o produtor recebe como bonificação o acréscimo de R$ 0,02 por litro de leite no período de um ano, até a próxima auditoria externa, realizada por empresa terceirizada. Mais informações sobre o programa podem ser obtidas com o setor de leite do departamento técnico da Languiru. (Jornal do Comércio)

SP: práticas simples economizam 30% de água em sala de ordenha, destaca Embrapa Pecuária Sudeste

Manejos simples, mudança de hábitos e qualificação da mão de obra podem economizar até 30% de água em instalações de ordenha. Foi o que descobriu uma pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste (SP) que durou 18 meses. O objetivo foi quantificar o consumo para melhorar a eficiência do uso da água no processo de ordenha, promovendo a gestão do recurso.

O maior consumo de água em uma sala de ordenha ocorre na limpeza das instalações. Em média, 48% da água é usada para lavagem do piso, 37% durante o processo de ordenha e limpeza dos equipamentos, e apenas 10% destinam-se ao consumo pelos animais.

Os dados são de pesquisa realizada no Sistema de Produção de Leite. De acordo com o pesquisador Julio Palhares, conhecer as quantidades gastas possibilita que o produtor faça um planejamento em busca de eficiência hídrica, seja na sala de ordenha ou na fazenda.

Raspagem do piso, uso de água sob pressão, substituição de mangueira de fluxo contínuo por modelo de fluxo controlado, manutenção do piso e programa de detecção de vazamentos são medidas eficazes de economia de água, de acordo com os pesquisadores. Com pouco investimento, o produtor de leite pode economizar água, energia elétrica e dinheiro e, ainda, fazer com que a produção agropecuária seja hidricamente sustentável. Além dessas práticas, há outras medidas como a reutilização da água da lavagem da sala de ordenha para fertirrigação, instalação de hidrômetros e sistema de captação da água da chuva.

Em Descalvado, município a 250 km de São Paulo, a Fazenda Agrindus reaproveita os efluentes gerados na limpeza das instalações para a fertirrigação. De acordo com o proprietário Roberto Jank Junior, atualmente economiza-se cerca de 30% de água por unidade produzida. "Utilizamos, aproximadamente, 10 litros de água por litro de leite, porém com 100% de reúso em irrigação de alimentos que retornam ao gado", explica.

Jank também aderiu à captação de água da chuva, reúso integral de águas servidas e irrigação noturna para fazer a gestão adequada e consciente dos recursos hídricos. Na propriedade, os telhados têm calhas de captação e condutores da água da chuva,  utilizada na lavagem dos galpões. A limpeza das instalações também era o local de maior consumo de água na fazenda, segundo ele. Para reduzir esse gasto, a água da chuva foi a solução encontrada.

Além disso, a água da limpeza vai para a fertirrigação das plantas. "Toda a água de limpeza dos confinamentos de vacas, novilhas e bezerras é captada. Após passar por uma peneira, onde se retira parte do esterco sólido, a água passa por lagoas de tratamento, com retenção de aproximadamente 20 dias para, a seguir, fertirrigar uma área de agricultura e capim. A lâmina de água e os nutrientes aplicados são monitorados continuamente", explica Jank.

O produtor de leite Junior Saldanha, de São Carlos, com uma medida simples gerou economia de 60 mil litros de água ao mês, aproximadamente. Ele deixou a lavagem diária com água do piso da sala de ordenha e do local de espera das vacas. Hoje a sujeira é raspada e o piso é lavado esporadicamente. Para 2016, Saldanha tem mais dois projetos relacionados à gestão sustentável da água. Serão instaladas calhas no galpão da sala de ordenha para captação pluvial e placas para aquecimento solar, para esquentar a água usada na limpeza dos equipamentos.

Pesquisa
Na sala de ordenha da Fazenda Canchim, em São Carlos, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, pesquisas em eficiência hídrica foram iniciadas em maio de 2014 e envolvem a validação de manejos, processos e tecnologias para melhor gestão do recurso natural.

Para medir a quantidade consumida, foram instalados três hidrômetros no local. O uso dos equipamentos auxilia no manejo hídrico e evita desperdícios de água. Segundo Palhares, desde a instalação dos hidrômetros, foi possível economizar cerca de 200 litros de água ao dia apenas no manejo das ordenhadeiras e mangueiras. O pesquisador destaca que a economia gerada é equivalente à quantidade de água consumida pelos animais antes e depois do processo de ordenha. Portanto, reduziu-se o consumo do recurso natural e o custo de captação e distribuição da água.

A leitura dos hidrômetros é diária. São monitorados os bebedouros, a água usada na limpeza do piso e a consumida na ordenha e no armazenamento do leite. O sistema possui atualmente 60 vacas em lactação com produção média de 20 kg de leite ao dia.

O maior consumo ocorre na lavagem do piso, que apresenta uma média diária de 1.487 litros. O máximo aferido até agora foi de oito mil litros. Para o pesquisador, a variação no número de animais na ordenha e a consequente maior disposição de fezes e urina influenciaram. Na sala de ordenha, o consumo médio é de 1.196 litros diariamente, chegando ao máximo de 4.453. "O grande consumo nesse setor justifica-se pelo tipo de manejo sanitário. Há dias em que ocorre a lavagem completa da sala, utilizando-se maior quantidade de água. A capacitação do funcionário em seguir os padrões operacionais adequados também influencia", explica. Nos bebedouros, a média é de 332 litros ao dia. A quantidade máxima verificada em um dia foi de 1.780 litros. Nesse caso, os fatores que interferem são temperatura ambiente e da água, tipo de manejo a que os animais foram submetidos e vazamentos no sistema.

Boas práticas na produção leiteira
A Embrapa recomenda algumas ações para o produtor fazer uma gestão da água eficiente na propriedade e reduzir possíveis impactos negativos no uso dos recursos hídricos. As práticas foram baseadas em experiências internacionais e nacionais, considerando a realidade da produção leiteira brasileira e de bem-estar animal.

A qualidade da água para consumo dos bovinos deve ser boa e avaliada constantemente, com frequência mínima anual. Os principais problemas de qualidade são relacionados à salinidade, alcalinidade e presença de nitratos e compostos tóxicos, que podem prejudicar a saúde dos animais.

Os produtores devem manter os bebedouros limpos. O ideal é a limpeza diária, sendo que o intervalo entre lavagens nunca deve ser superior a três ou quatro dias.

Como regra prática, uma vaca leiteira necessita de quatro litros de água para produzir um quilo de leite. O monitoramento do consumo de alimentos é uma alternativa para controlar o de água. "A diminuição do consumo de alimentos pode indicar queda na ingestão de água. Se o consumo de água cair, o produtor deve fornecer o recurso natural de uma fonte reconhecidamente boa. Se os animais voltarem a se alimentar normalmente, há grande chance de haver problemas de qualidade com a fonte regular de água, e, nesse caso, é preciso enviar uma amostra ao laboratório para análise", destaca o pesquisador.

Outra recomendação é não permitir que o gado beba água de rios, córregos, lagos e lagoas de forma direta. Os poços precisam estar fechados, para evitar a contaminação. A construção deve ser no ponto mais alto da propriedade, fora de áreas de enchentes e com distância adequada de fontes de poluição, como pocilgas, estábulos e fossas.

A instalação de hidrômetros é uma forma prática de monitorar a ingestão pelos animais e o gasto geral de água. É necessário que o produtor realize a manutenção do sistema de condução para manutenção da limpeza e eliminação de vazamentos.

Utilizar mangueiras que possibilitem o controle da vazão e o fechamento do fluxo. O ideal é o uso de equipamentos de água sob pressão. Para Julio Palhares, a informação e o conhecimento determinam a qualidade dos manejos e a capacidade de internalização de boas práticas. (Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste)

 
 

Fundesa e secretaria renovam convênio

Foi renovado ontem convênio entre o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e a Secretaria da Agricultura. Com validade até dezembro de 2020, o acordo permite a participação do Fundesa em ações de desenvolvimento de defesa sanitária animal no Estado. Nos dez primeiros anos de convênio, foram aplicados R$ 16 milhões. (Correio do Povo)

 

         

Porto Alegre, 12 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.183

 

  Contribuição Sindical 2016
 

O Sindicato da Indústria de Lacticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) esteve à frente de ações em benefício do setor lácteo gaúcho ao longo do ano passado. Foram diversas as movimentações governamentais e provocações externas que exigiram a presença e uma atuação contínua do Sindilat. Entretanto, elas se tornaram realidade porque foram custeadas pelas contribuições da indústria gaúcha, por meio do pagamento mensal dos associados ou pela Contribuição Sindical anual. 
Podemos citar, entre outras ações, o trabalho  do Sindilat para garantir a aprovação do projeto de monetização do PIS/Cofins, especialmente em Brasília e, em seguida, a orientação aos associados para o desenvolvimento do Projeto de Crédito Presumido.  Vale lembrar ainda iniciativas como o assessoramento às empresas para a obtenção do SISBI-POA Leite, que busca torna-las aptas para a venda de produtos para fora do RS, e o incremento nas atividades do Fundesa, garantindo ao produtor indenização pelo vazio sanitário. Com os recursos, o Sindilat também pode participar de reuniões da Câmara Setorial do Leite, em Brasília, reuniões do Conil em São Paulo, e com os sindicatos de Santa Catarina e Paraná, via Aliança Láctea Sul Brasileira. 
A contribuição sindical é calculada proporcionalmente ao capital registrado das empresas, seguindo os parâmetros da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No caso daqueles que tiverem também filiais e outros estabelecimentos no RS é preciso emitir guia individual para cada um. O prazo de recolhimento encerra-se no dia 29 de janeiro de 2016. Após esse prazo, há o acréscimo de multa e juros.
As guias deverão ser emitidas diretamente no site do Sindilat (www.sindilat.com.br) no banner Contribuição Sindical. Para maiores informações, entre em contato através dos telefones (51) 3211.1111 ou (51) 3028.1529. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Indústrias vão pagar 30% dos exames para detectar resíduos 
Depois que a União Europeia questionou o controle de resíduos e contaminantes que o governo brasileiro deveria manter para atestar a segurança sanitária de alimentos de origem animal destinados ao mercado externo, o Ministério da Agricultura informou que as indústrias passarão a pagar cerca de 30% dos exames de laboratório que hoje são mantidos integralmente com orçamento público. O secretário substituto de Defesa Agropecuária do ministério, Luís Rangel, admitiu que houve uma queda na quantidade de exames realizados pelos laboratórios privados que são credenciados pela pasta para complementar o atendimento às demandas por essas análises. Segundo ele, esses laboratórios, responsáveis geralmente por 30% dos exames, alegaram falta de interesse em participar dos pregões de licitação, ora por burocracia em receber do governo ora por discordarem dos preços oferecidos. A demanda restante, de 70%, vem sendo normalmente executada pelos Lanagro, laboratórios do ministério, e não foi afetada, explicou. "Estamos estudando termos de cooperação técnica em que o ministério continua atuando com os Lanagro, só que no caso dos laboratório particulares quem vai assinar o cheque é o setor privado, e eles estão dispostos a isso", disse Rangel, ponderando que a alternativa é emergencial. 
 
O orçamento reservado para o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) entre 2013 a 2016 é de apenas R$ 13 milhões ou R$ 4,3 milhões ao ano. Em dezembro do ano passado, o Valor revelou uma carta enviada pela Comissão Europeia à Pasta da Agricultura ameaçando barrar a importação de carnes de cavalo, bovina e de frango, pescado e mel brasileiros. A ofensiva ocorreu após o ministério extinguir um departamento responsável pelo controle desses resíduos e em meio à crise fiscal vivida pelo governo. Rangel disse, contudo, que "a questão com a UE está gerenciada e não temos dúvida de que o programa está sendo bem executado". (Valor Econômico)

Governo do Estado de SC investe R$ 4 milhões no Fundo Estadual de Sanidade Animal

Santa Catarina é reconhecido como um estado de excelência sanitária, certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação e livre de peste suína clássica, o que garante o acesso aos mercados de carnes mais exigentes e competitivos do mundo.

Como forma de eliminar doenças que colocam em risco a produção animal do estado, o Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa) indeniza os proprietários dos animais que precisaram ser sacrificados para não contaminar o restante do rebanho saudável. Em 2015, foram investidos R$ 4.542.966,00 na indenização a 373 criadores pelo abate sanitário de 2.100 bovinos e bubalinos, 20 equinos e 8.315 aves de subsistência.
Do total de animais abatidos sanitariamente e criadores indenizados, 208 criadores foram indenizados pelo abate de 913 bovinos e bubalinos acometidos de brucelose e 150 criadores pelo abate de 985 animais com tuberculose. Vinte criadores pelo abate sanitário dos equídeos devido à anemia infecciosa eqüina e mormo e sete criadores pelo abate de aves com salmonelose.
O Fundo faz parte da política de defesa sanitária da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e o pagamento das indenizações acontece há mais de 11 anos. O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, destaca que com a indenização, os produtores podem adquirir animais sadios e continuarem a produção de carne e leite. Lembrando que a erradicação da brucelose e tuberculose não é importante apenas para a saúde dos rebanhos, mas também para a saúde da família e dos funcionários rurais.
O Fundesa existe desde 2004 e tem como fonte de receita a taxa de vigilância sanitária animal que incide sobre a Guia de Trânsito Animal (GTA) para animais destinados ao abate e recursos do Governo do Estado. (Governo do Estado de Santa Catarina)

Empresa pode usar créditos para pagar parcelamento tributário

Justiça Federal de Santa Catarina autorizou uma empresa do setor metal¬mecânico a usar créditos de PIS e Cofins para quitar dívidas de um reparcelamento tributário. A decisão é da 4ª Vara Federal de Criciúma. A empresa catarinense de médio porte, em razão de dificuldades financeiras, deixou de pagar valores de um parcelamento ordinário e pediu o reparcelamento de débitos e inclusão de novos débitos. Para voltar, porém, a legislação exige o pagamento de uma primeira parcela correspondente a 10% do total dos débitos consolidados ou 20% do total, caso haja dívida com histórico de reparcelamento anterior. A antecipação seria uma espécie de "pedágio", prevista na Lei nº 10.522, de 2002. "A cobrança do valor inicial da empresa, que já estava em dificuldades, praticamente inviabilizaria qualquer tentativa de regularização", afirma o advogado da companhia, Gustavo Querotti e Silva, do Feijó Lopes Advogados. Nesse caso, a companhia teria que desembolsar cerca de R$ 1,3 milhão já na primeira parcela. Como a empresa tinha créditos PIS e de Cofins com pedidos de ressarcimento pendentes na Receita Federal, a companhia propôs ação para compensar os créditos com os débitos no reparcelamento. 

 
A tese defendida, segundo Silva, é de que essa seria uma compensação de ofício antecipada, permitida pelo parágrafo 1º e 2º, do artigo 7º, do Decreto Lei nº 2.287, de 1986. "Se o Fisco pode fazer esse encontro de contas antes de efetuar o ressarcimento, nada impediria que a compensação fosse feita antes, por solicitação do próprio contribuinte", diz. Para o advogado, a tese é relevante para empresas em dificuldade financeira e que não podem esperar a análise de pedidos de restituição ou ressarcimento pela Receita. Isso porque somente após 360 dias do pedido, a companhia pode ingressar com ação para obrigar a Receita a analisar o caso. "Dependendo da situação, aguardar esse prazo pode não ser uma opção viável", diz. A Receita Federal defendeu no processo que o pagamento da primeira parcela somente pode ser efetivado em espécie. O juiz Paulo Vieira Aveline, da 4ª Vara Federal de Criciúma, apesar de considerar que não foi concluída a análise dos pedidos de ressarcimento, ressaltou que a Receita Federal reconheceu no processo que os respectivos créditos já podem ser utilizados para servir de suporte para o envio de declarações de compensação. O magistrado ressalta que "se é possível a compensação mesmo sem a concordância do contribuinte ¬ ainda que seja obrigatória a abertura de processo administrativo e a manifestação da parte devedora/credora ¬, com mais razão ainda deve aquela ser permitida quando a própria parte, voluntariamente, pleiteia esse acerto de contas". 
 
Para o advogado Eduardo Kiralyhegy, do Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy, a tese é "engenhosa e inovadora". Porém, ele diz ter receio de que falta de previsão legal sobre o uso de créditos para quitação das parcelas na lei que regulamenta o parcelamento seja um entrave para seu sucesso. "Acredito que não basta a previsão genérica contida na lei que autoriza a compensação", diz. (Valor Econômico)

Fonterra quebra seu recorde de exportação no último mês de dezembro
 
A Fonterra Co-operative Group Limited anunciou que exportou volumes recordes no mês de dezembro de 2015. Os dados de exportação da cooperativa em dezembro confirmam o novo recorde para o mês, com mais de 300.000 toneladas exportadas aos mercados globais. O volume de dezembro foi aproximadamente 10% maior do que o recorde mensal anterior da Fonterra, que foi em dezembro de 2014.

O diretor gerente da Fonterra para ingredientes globais, Kelvin Wickham, disse que o novo recorde refletiu o desempenho bem sucedido das vendas de ingredientes direto ao cliente, consumidores e serviços alimentícios da Fonterra, apesar do complicado ambiente do mercado global. "Essa é uma conquista excelente de nossas equipes de vendas e logísticas e é gratificante terminar 2015 com esse volume recorde de exportação. Vimos uma volatilidade global sem precedentes devido aos eventos geopolíticos no ano passado. O mercado de lácteos foi difícil em todo o mundo e, portanto, estamos satisfeitos por obter volumes recordes de exportação, apesar dos desafios".

Wickham disse que essa nova marca será difícil de ultrapassar, à medida que os menores volumes de leite começam a impactar nos níveis de produção da cooperativa. A Fonterra está prevendo uma redução nos volumes de leite com relação ao ano anterior em pelo menos 6% nessa estação, à medida que os produtores responderam ao ambiente de baixo preço do leite e as condições de seca impactaram partes da Nova Zelândia.

Desde agosto de 2015, a Fonterra reduziu a quantidade de leite em pó integral que espera oferecer na plataforma GlobalDaityTrade (GDT) durante os próximos 12 meses em 146.000 toneladas em resposta à mudança no mix de produtos. "Uma maior porção de produtos está sendo vendida por meio de de acordos bilaterais com clientes por umpremium nos preços obtidos no GDT. Os níveis de estoques de ingredientes para o primeiro trimestre estiveram no mesmo nível do mesmo período do ano anterior".

A Fonterra é líder de mercado com suas marcas próprias de lácteos ao consumidor na Nova Zelândia e Austrália, Ásia, África, Oriente Médio e América Latina. (As informações são do Dairy Reporter)

 
Preços/NZ
Os investidores do mercado futuro de leite integral em pó nas bolsas da Nova Zelândia ainda não estão preocupados com o recuo da oferta global, já que os preços mantêm sua trajetória de queda iniciada no começo de dezembro, afirma Tobon Gorey, estrategista de commodities agrícolas do banco australiano Commonwealth. "O declínio dos preços foi reforçado depois da realização do primeiro leilão do GlobalDairyTrade do ano, em que a commodity caiu 4,4%", disse Gorey. Ainda segundo o analista, a queda das cotações do setor de lácteos na Nova Zelândia está sendo menor do que muitos esperavam. "Dessa forma, ainda não é suficiente para sustentar uma alta dos preços." (Globo Rural)
 
 

 

    

 

Porto Alegre, 11 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.182

 

  Leite em pó Danby vai para a mesa dos venezuelanos
Passados oito meses da obtenção da habilitação para a exportação de seus produtos, a Cooperativa Sul-Rio-Grandense de Laticínios (Cosulati) inicia o ano com o primeiro embarque internacional. A diretoria anunciou ontem (8) o embarque de 300 toneladas de leite em pó para a Venezuela. 

A negociação é fruto de uma série de tratativas envolvendo órgãos governamentais e de missões empresariais nacionais. A remessa comercializada é de leite em pó integral e chegará ao mercado da Venezuela em embalagens fracionadas de um quilo, levando a marca Danby. 

FOCO - Desde a inauguração da ampliação da Unidade de Beneficiamento de Leite, em Capão do Leão, no ano de 2008, a Cosulati vem focando sua atuação no processamento de leite em pó. Atualmente, a produção já corresponde por 75% da industrialização.  A unidade tem capacidade instalada para transformar 600 mil/litros de leite/dia em leite em pó. Detentora da classificação "A" para os processos de exportação, investe na qualificação permanente de todos os envolvidos na cadeia produtiva do setor através de treinamentos com colaboradores, produtores e transportadores. Recentemente, implementou processo automatizado para a coleta de leite nas propriedades rurais, através de projeto pioneiro desenvolvido em conjunto com a Embrapa e o Sindilat/RS. 

Os resultados positivos também são conquistados graças ao trabalho de extensão no campo, desenvolvido pelo corpo técnico da Cosulati que auxilia e orienta os cooperados na persistência pela qualidade do leite. O trabalho também visa o equilíbrio nutricional e a excelência na genética dos animais. 

 A aceitação do produto nos mercados interno e agora no externo e a consolidação de uma carteira de clientes formada pelos maiores grupos industriais do ramo alimentício do País coroam o sucesso deste trabalho.

MERCADO - A Venezuela é, atualmente, um dos maiores importadores do leite em pó brasileiro.  No ano passado, as exportações de lácteos geraram receita de US$ 122,9 milhões, deste valor, 96,8% foram provenientes das negociações de leite em pó e leite UHT e o restante, 3,2%, com os embarques de creme de leite e leite condensado. A expectativa é de que os negócios sejam incrementados neste ano. (Assessoria de Imprensa Danby/Cosulati)

 
 
Ministério quer ressuscitar fundo de defesa

Em tempos de ajuste nas contas públicas do governo, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, iniciou o ano com a promessa de ressuscitar um fundo de defesa agropecuária, mantido no passado com a cobrança por serviços de inspeção e fiscalização sanitária. O objetivo é tentar blindar o orçamento da área dos seguidos contingenciamentos que tem sido vítima nos últimos anos. A medida foi lançada pela ministra e pela presidente Dilma Rousseff há quase um ano como parte do Plano de Defesa Agropecuária, mas que já é criticado pelo mercado e pelos Estados por não ter produzido resultados práticos até hoje. A missão de reativar o fundo foi dada ao secretário interino de Defesa do ministério, Luís Eduardo Rangel, fiscal agropecuário de carreira há 12 anos. Ele aguarda sua nomeação nos próximos dias pela Casa Civil, mas já anunciou ao Valor a meta de regulamentar o fundo ainda este ano, recriando essas taxas  - cuja cobrança foi extinta no governo do ex-presidente Fernando Collor, no início da década de 1990. A proposta, porém, depende de lei no Congresso e ainda nem conta com uma expectativa de arrecadação. Rangel, que ainda acumula o cargo de diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do ministério, explica que essas taxas seriam cobradas, por exemplo, sobre o registro de defensivos, de fertilizantes, de produtos de origem animal ou vegetal. Mas pondera que a cobrança precisa atender a critérios técnicos, ser diferenciada por produtos e não onerar de maneira expressiva os custos das exportações do agronegócio brasileiro.

 
Conforme o secretário, seu compromisso é desenhar uma proposta de fundo ainda em 2016 e que seja uma solução financeira sustentável aos gastos da área, que envolvem combate e erradicação a doenças como a febre aftosa e a mosca das frutas, e fiscalização a agroindústrias. O fundo já existe por lei, mas na prática está praticamente esvaziado e arrecada apenas a partir de empresas da área vegetal que pagam ao ministério para classificar grãos. "Queremos voltar com as taxas e regulamentar o fundo. Isso abasteceria todo um cabedal de gastos com defesa, com convênios, pesquisa agropecuária, programa de controle de resíduos em alimentos", afirma Rangel. "Mas não queremos que uma empresa deixe de exportar por conta da taxa", acrescenta. Um desafio, pondera Rangel, é que pelo menos um percentual mínimo das taxas arrecadadas possa ser revertido para o ministério, na área de defesa. É que em tese, a arrecadação de taxas aplicadas por órgãos públicos é direcionado para o Tesouro Nacional. Enquanto o novo fundo não passa de mais um plano da ministra, Rangel sabe que ainda poderão vir novos cortes no orçamento de R$ 331 milhões previsto para a defesa agropecuária neste ano, mas promete manter o nível de execução orçamentária obtido nessa área em 2015 - dos R$ 200 milhões disponibilizados para a defesa no ano passado, 96% foram liberados. 
 
O último secretário, Décio Coutinho, já chegou a dizer entretanto que o ideal seria um patamar de R$ 500 milhões por ano. Nessa frente, Rangel ainda informa que o ministério conseguiu empenhar até o último dia de dezembro R$ 24 milhões de um total de R$ 40 milhões destinados a convênios com 15 Estados para investimentos como implantação de barreiras sanitárias em fronteiras ¬ o que sobrou foi realocado na SDA. A pasta havia informado que esses R$ 24 milhões estavam previstos para os próximos dois anos, até 2017, mas Rangel esclarece que na verdade esses convênios compreendem um total de R$ 80 milhões para 2015 e 2016, dos quais ainda faltam R$ 40 milhões a serem liberados até o fim deste ano. (Valor Econômico)
 
 
Novos perfis de consumidores emergem da crise

Uma pesquisa da agência nova/sb para detectar o perfil de consumidor que emerge da recessão mostra que a maioria dos brasileiros tenta ser responsável quando vai às compras. Três dos quatro perfis identificados reajustam prioridades e buscam vantagens nas negociações. E praticamente todos eles (92%) avaliam o custobenefício em todas as oportunidades de consumo. Apenas um grupo, o do "consumidor ostentação" (8% dos entrevistados) diz querer continuar gastando. Nele predominam homens, que podem ser da classe A, mas também da D, com baixo grau de educação. Segundo a pesquisa, eles estão dispostos a cortar os gastos com alimentação dentro de casa para continuar se divertindo fora de casa.

Sérgio Silva, diretor de planejamento da agência, diz que as tendências que emergiram em outros países durante períodos econômicos adversos se mantiveram mesmo depois que o pior momento passou. No Brasil, a crise pode acelerar a tendência que a pesquisa apontou. "Essa é a primeira grande crise que o Brasil enfrenta como uma país de classe média. Fomos olhar como os consumidores de outros países lidaram com a situação para entender o que pode estar acontecendo por aqui", disse. Há diferenças de classe e faixa etária no comportamento, mas não regionais. O maior grupo, formado por 42% dos entrevistados e denominado pelos autores do estudo de "smart buyers" (compradores inteligentes), é também o mais disseminado na sociedade. Inclui homens e mulheres, das classes B e C, e de nível médio de educação. Para não perder as conquistas dos últimos anos, valoriza ferramentas tecnológicas como aplicativos e sites, para pesquisar preços e promoções, e planejar suas compras."Para o 'smart buyer', economizar não é sorte. É habilidade. Por isso, a internet é um dos três principais itens de consumo que querem manter", diz Silva. No Brasil, o comprador inteligente tende a ser o perfil que deve permanecer mesmo depois da recessão acabar. 

As outras duas categorias predominantes ¬ os consumidores pé no chão (26% dos entrevistados) e os sobreviventes (17%) ¬ têm dificuldades para adotar as estratégias dos pioneiros porque estão sentindo mais a crise. "As pessoas estão procurando valor. Não querem trocar por uma alternativa que pareça perda. E querem preservar o lazer. São caçadores de bons negócios ['deal hunters'] e não de preços ['price hunters]", afirma Silva O consumidor pé no chão é o mais engajado no corte de gastos para preservar conquistas. Corta presentes, festas e eletrônicos para manter educação, assistência médica e entretenimento fora de casa. É o grupo com maior nível educacional, formado predominantemente por mulheres, das classes A, B e C.

Entre os 17% classificados como sobreviventes estão os mais jovens, entre 18 e 25 anos. São homens e mulheres, predominantemente das classes D e E, mas também da B. É onde estão os desempregados. Uma tendência forte em quase todos os perfis é a "caça de oportunidades", na qual o consumidor, para manter o padrão dos últimos anos, lança mão de programas de milhagem, trocas de pontos etc. A Associação Brasileira das Empresas de Fidelização (Abemf) registrou um aumento de 22% no número de cadastros em programas de fidelidade até o terceiro trimestre de 2015. Já o volume de resgates cresceu 14% no mesmo período. Na Múltiplos, por exemplo, o item mais trocado na categoria de "não¬aéreo" em novembro foi um aspirador de pó. "As pessoas estão aproveitando para comprar eletrodomésticos que, de outra forma, não comprariam", diz o presidente da associação, Roberto Medeiros. "Em mercados maduros, como a Inglaterra, 30% da população está engajada em algum programa. No Brasil, apenas 10%." Para o diretor da nova/sb, os movimentos Surreal, de consumidores que usaram redes sociais para denunciar preços que consideravam abusivos, e do isorporzinho, quando muitos começaram a levar a bebida para as ruas, que marcaram o verão passado, principalmente no Rio de Janeiro, já sinalizavam o fim do ciclo econômico anterior. "As pessoas estavam começando a ter alguma frustração. Consumiam, mas achavam o preço absurdo", diz Silva. A agência de publicidade realizou uma pesquisa quantitativa nacional com 2.682 pessoas com mais de 18 anos, observando a distribuição regional de consumidores no país: 45% dos entrevistados eram do Sudeste, 20% do Nordeste, 20% do Norte, e 15% do Sul. As informações foram levantadas ao longo do ano passado. Na última etapa, em novembro, foi organizada uma série de grupos qualitativos para aprofundar a compreensão do comportamento de cada tipo de consumidor. (Valor Econômico)

 
 
 
Crise devolve quase 4 milhões às classes D e E

O aumento do desemprego e a queda nos rendimentos dos brasileiros já mostram efeito sobre o processo de mobilidade social em curso no país de meados de 2004 até 2014. A economista do Bradesco Ana Maria Barufi, com base nos dados de renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), calcula que, entre janeiro e novembro do ano passado, a participação da classe C na pirâmide social brasileira caiu dois pontos percentuais, passando de 56,6% para 54,6%. Com 3,7 milhões de pessoas a menos, o grupo passou a somar 103,6 milhões. Uma parcela dessa queda alimentou as classes D e E, cuja participação avançou de 16,1% para 18,9% e de 15,5% para 16,1% no período. Com o agravamento e o alongamento da crise, não está descartada a possibilidade de a classe C voltar a responder por menos de 50% do total da população do país ¬ nível semelhante ao registrado em 2010.

O levantamento tem como base os cortes de renda estabelecidos pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), atualizados para valores de 2015. Assim, a classe C compreende as famílias com renda mensal entre R$ 1.646 e R$ 6.585, a classe D, de R$ 995 a R$ 1.646 e a classe E, até R$ 995. A distribuição percentual das faixas, por sua vez, é feita sobre a média móvel em 12 meses do contingente populacional. "O problema é que não se vê reversão dessa tendência [no curto prazo]", afirma Ana Maria, ressaltando o cenário de aprofundamento do desemprego esperado para 2016. As recessões afetam mais rapidamente e de forma mais intensa as classes mais baixas, ela pondera, já que as vagas que demandam menor qualificação são as primeiras a serem cortadas em períodos de ajuste. No caso do Brasil, a inflação mais alta, superior a 10% no acumulado em 12 meses, é um agravante nesse sentido, pois penaliza mais essa fatia da população, que tem parte expressiva do orçamento doméstico comprometida com gastos básicos ¬ alimentação, energia e transporte. Dentro desse panorama, avalia a economista, é bastante provável que a desigualdade de renda aumente no país nos próximos anos ¬ movimento que ainda não aparece nos dados oficiais mais recentes, da Pnad de 2014. "O nível de consumo atrofiado sinaliza que essa mobilidade 'para baixo' está em curso", concorda o assessor econômico da FecomercioSP, Altamiro Carvalho. Pesquisa feita em setembro pela entidade com base nos dados de inflação e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) mostrou que 1,2 milhão de famílias caíram de classe social na primeira metade de 2015. "De lá para cá, o ritmo de queda da renda só aumentou e os preços subiram ainda mais".

Para Mauricio Prado, sócio¬diretor do instituto Plano CDE, dedicado a pesquisas relacionadas à base da pirâmide, a classe C não deve sofrer grande variação numérica até o fim deste período recessivo. Seu perfil, entretanto, tende a mudar nos próximos anos, ele diz, diante da expectativa de que parte das famílias volte às classes D e E e que uma fatia das faixas de mais alta renda compensem parte dessa migração, passando à classe C. As conquistas sociais dos últimos dez anos, ele defende, forjaram uma classe C "menos vulnerável", que deve reagir a esta crise de uma forma diferente às anteriores. Parte dos bens de consumo adquiridos nos últimos anos, por exemplo, devem ser usados como geradores de renda extra. Um pesquisa feita pela consultoria no ano passado com 120 famílias apontou que 40% delas usavam os eletrodomésticos com esse fim. O maior acesso à internet, por sua vez, pode virar um instrumento mais eficiente para fazer pesquisas de preço ou para se comunicar com os clientes. "A classe C também está mais escolarizada", completa. 

Os cortes que essa população fará no orçamento, por sua vez, serão baseados em uma "decisão de 'trade off' mais sofisticada". As pesquisas mais recentes da Plano CDE mostram, por exemplo, que muitas famílias preferiram abrir mão de itens do supermercado a cancelar o plano de internet. "Os serviços passam a competir com os bens de consumo", acrescenta. (Valor Econômico)

 
 
 
Americanos estão cada vez mais interessados no bem-estar das vacas leiteiras, mostra pesquisa

Mais cidadãos estão ficando interessados no bem-estar das vacas de fazendas leiteiras, de acordo com um estudo recente. Os pesquisadores pediram para pouco menos de 500 americanos em dois grupos diferentes, uma vez em junho de 2014 e uma em janeiro de 2015, responderem à pergunta: "O que você considera como uma fazenda leiteira ideal e por que essas características são importantes para você?". Os resultados do estudo foram publicados no Journal of Dairy Science. "A maioria das razões fornecidas pelos participantes se referia a argumentos éticos sobre o tratamento dos animais", disse o relatório. "Nesse contexto, os participantes da pesquisa argumentaram que a produção de leite é eticamente aceitável somente se os animais forem bem tratados".

A maioria dos respondentes da pesquisa tinham pelo menos parte de educação superior, com a maioria representada pelo grupo etário entre 25 e 34 anos. A professora de bem-estar animal, Nina von Keyserlingk, da Universidade de British Columbia, no Canadá, e a professora Maria José Hötzel, da Universidade Federal de Santa Catarina, disseram que perder a confiança pública é uma área de "grande risco" para a indústria de lácteos. As duas pesquisadoras, que participaram da pesquisa, responderam que a imagem mais comum divulgada da indústria leiteira é de vacas no pasto, mas isso não reflete a realidade. Elas disseram que menos de 5% das vacas leiteiras em lactação estão em pastos nos Estados Unidos. Com isso, há um risco de a indústria perder a confiança do público à medida que esse se informa mais.

"As descobertas de nossa pesquisa indicam que os respondentes desejam um boa vida para as vacas leiteiras, mas eles também desejam uma fazenda leiteira moderna e eficiente, já que isso garante que o leite que bebem é seguro e abundante e que a fazenda lucrativa certamente terá formas de observar seus animais. Nós realmente vemos essa última parte como uma área potencial de oportunidade para a indústria de lácteos". Além disso, os respondentes da pesquisa disseram que querem que as vacas recebam menos antibióticos e medicamentos, e eles querem uma fazenda leiteira eficiente que seja capaz de produzir leite de alta qualidade. Com relação ao uso de antibióticos, elas disseram que houve uma "completa rejeição" dessas práticas para propostas de aumentar a produção de leite, mas as pessoas acreditam que as vacas leiteiras precisam ser tratadas de forma responsável quando necessário.

Uma distinção que von Keyserlingk fez é de que esses respondentes da pesquisa não são consumidores em si, mas cidadãos. Todos são consumidores quando vão à loja, mas as pessoas também podem oferecer opiniões quando são questionadas fora das lojas. "Em nossa pesquisa, claramente perguntamos às pessoas suas visões como cidadãos, não como consumidores. Se pensarmos sobre essas duas posições diferentes e seus papéis, acho que isso explica porque as pessoas frequentemente dizem uma coisa quando questionadas cara a cara (ou por telefone), mas agem de forma diferente quando estão nas lojas comprando seu alimento".

Embora von Keyserlingk tenha argumentado que as companhias agrícolas frequentemente argumentam que as práticas mudarão quando os consumidores estiverem dispostos a pagar mais, ela considera que essa é uma proposição arriscada, à medida que "está colocando a sustentabilidade de sua indústria nos ombros de pessoas não informadas". (As informações são do Dairy Reporter)

 
Fundopem
 O juiz Rogério Delatorre, da 7ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do RS, indeferiu pedido de liminar, feito em ação civil pública impetrada pelo Sindicato dos Engenheiros do RS (Senge) e Sindicato de Auditores Públicos Externos do Tribunal de Contas do RS, entre outros, que pretendiam ter acesso a dados sobre renúncias fiscais realizadas pelo Estado com base no Fundopem. Segundo o juiz, o sigilo fiscal é direito consagrado na legislação brasileira e, neste sentido, deve ser apurado se os acessos às informações devem ser públicos. Sob este prisma, afirma o magistrado, a questão não se mostra suficientemente amadurecida e segura, que possa conduzir ao provimento da liminar pretendida. (Correio do Povo)
 
 

 

    

         

Porto Alegre, 08 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.181

 

  Balança comercial de lácteos: exportações de leite em pó para a Venezuela caem mais de 60% em dezembro

A balança comercial de produtos lácteos teve um déficit de 6.724 toneladas em dezembro, volume 18 vezes maior que o apresentado em novembro. Em valores, a balança de lácteos voltou a ter saldo negativo: enquanto em novembro houve um saldo positivo de US$14,27 milhões, em dezembro houve um déficit de US$12,1 milhões.

Tabela 1 - Exportações e importações por categoria de produto.

Fonte: MDIC

O maior volume das exportações foi de leite em pó integral, com pouco mais de 2.200 toneladas exportadas a um preço médio de US$5.433/ton, com grande parte do volume destinado ao mercado venezuelano.

Analisando as quantidades em equivalente-leite (a quantidade de leite utilizada para a fabricação de cada produto), a quantidade importada foi de 100,4 milhões de litros em dezembro, alta de 23% em relação a novembro. Por outro lado, as exportações em equivalente-leite tiveram baixa de 50,2%, totalizando 33,23 milhões de litros.

De janeiro a dezembro deste ano, o déficit acumulado da balança comercial de lácteos em equivalente-leite foi de cerca de 562 milhões de litros, mais do que o triplo do déficit apresentado ao longo de 2014, que foi de 162 milhões de litros. O gráfico 2 a seguir apresenta este cenário, mostrando o histórico mensal do saldo da balança de lácteos 2014 x 2015. (A matéria é da Equipe MilkPoint, a partir de dados do MDIC)

 
 
Esboço até fevereiro

O secretário da Agricultura, Ernani Polo, deu prazo até a primeira quinzena de fevereiro para que os técnicos da pasta apresentem um esboço da regulamentação da Lei do Leite. Ontem, foi publicada a sanção no Diário Oficial e abriu-se a contagem de 90 dias para que as regras saiam.

Com a minuta em mãos, a ideia é reunir entidades ligadas ao setor para dar início aos debates e fazer eventuais ajustes.

O Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS) afirma que irá reunir a equipe técnica da entidade ainda neste mês para ver como pode auxiliar na regulametação.

- É preciso definir nesses 90 dias como será realizado o cadastro dos transportadores e quais as prerrogativas para os treinamentos - afirma Alexandre Guerra, presidente do Sindilat. (Zero Hora)

 
 
Marca goiana, Piracanjuba expande negócios e chega aos Estados Unidos

Marca goiana de laticínios, a Piracanjuba continua com a expansão dos negócios e fechou 2015 com o envio do primeiro contêiner para os Estados Unidos. Os produtos serão comercializados por meio de um distribuidor parceiro para redes de supermercados especializadas no público brasileiro.

De acordo com a empresa, que já exporta para Angola, Chile, Venezuela e Paraguai, para o varejo nos EUA foram exportadas bebidas lácteas, creme de leite e itens da linha zero lactose da marca (creme de leite, leite condensado, bebida láctea e doce de leite). Para o food service, leite condensado. A previsão é que, até o final de dezembro, todos os produtos já estejam disponíveis nas gôndolas e, no caso do food, nos restaurantes, hotéis, cozinhas industriais e confeitarias.

"Nosso grande desafio é atingir, primeiramente, o consumidor brasileiro, que vive nos Estados Unidos. Em seguida, queremos que os americanos conheçam nossos produtos e passe a incorporá-los no dia a dia. E não queremos ficar só em terras americanas não. Já estamos prospectando novos mercados, em vários países", afirma a coordenadora de Comércio Exterior da empresa, Silvana Oliveira.

A empresa
A marca Piracanjuba, pertencente ao Laticínios Bela Vista, completa 60 anos em 2015 e é nacionalmente reconhecida pelas inúmeras inovações no segmento lácteo, proporcionando mais qualidade e praticidade aos seus consumidores. Está entre as 20 marcas mais presentes nos lares de todo o país e é pioneira no mercado por lançar produtos nutritivos, como bebida láctea com cereais, produtos lácteos para pessoas com intolerância à lactose e queijos em porções individuais.

O Laticínios Bela Vista possui um portfólio com mais de 100 produtos, distribuídos nas marcas Piracanjuba e Pirakids, comercializados em todas as regiões do Brasil. Com faturamento de mais de R$ 2 bi e capacidade de processamento de 4,3 milhões de litros de leite por dia, gera mais de 2 mil empregos diretos e possui três unidades fabris, localizadas em Bela Vista de Goiás (GO), Maravilha (SC) e Governador Valadares (MG).

A empresa é uma das cinco maiores indústrias de laticínios do Brasil e vem recebendo importantes reconhecimentos nacionais e internacionais relacionados à marca Piracanjuba, aos produtos e à gestão, fundamentada em valores sólidos, como ética, valorização das pessoas e responsabilidade socioambiental. (www.portalacteo.com.br)

 
 
Ligeira queda nos preços dos lácteos no atacado

No mercado atacadista, considerando a média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria, os preços dos lácteos caíram 0,3% na segunda quinzena de dezembro, em relação à primeira metade do mês.

O leite longa vida e o leite em pó seguiram trajetória de queda e tiveram redução de preços pela terceira quinzena consecutiva. No caso do leite longa vida, houve queda de 0,5% na segunda metade dezembro, frente à primeira. O produto ficou cotado, em média, em R$2,08 por litro. Apesar das recentes quedas, o leite longa vida está custando 8,9% mais, em relação ao mesmo período de 2014.

O mês de dezembro costuma ser um período de vendas mais lentas de leites fluídos, como o UHT e pasteurizado. Este ano não foi diferente, com o consumidor diversificando mais as compras no varejo em função das festas de final de ano. Além disso, a captação está maior, o que aumenta a pressão de estoque e faz com que algumas indústrias realizem promoções, a fim de escoar melhor a produção. (Scot Consultoria)

 
 
Ligeira queda de preços dos lácteos no varejo
No varejo, considerando a média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria, os preços dos lácteos caíram 0,4% na segunda quinzena de dezembro em relação à primeira metade do mês. O leite em pó teve queda de 2,3% no período. Já o leite longa vida ficou com preços estáveis, cotado, em média, em R$2,81 por litro nos supermercados em São Paulo. 
Mesmo com as recentes desvalorizações do produto, o consumidor final está pagamento 3,3% mais pelo produto, em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa para este início de ano é de estoques um pouco mais abastecidos no caso do leite longa vida, fazendo com que os preços fiquem sob pressão baixista. O pico de produção no Brasil Central e região Sudeste está previsto para janeiro de 2016. (Scot Consultoria)
 

 

Porto Alegre, 07 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.180

 

  Sindilat quer colaborar na regulamentação da Lei do Leite 

Por meio de publicação no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (7/1), o governador José Ivo Sartori sancionou a "Lei do Leite" - Lei 14.835, que institui o programa de qualidade do leite no Rio Grande do Sul. A regulamentação deve ocorrer no prazo de 90 dias. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, o próximo passo é "construir regramentos que assegurem resultados eficazes para a qualidade do leite gaúcho". 

A partir do início de abril, com a nova legislação, os transportadores deverão ser capacitados para a coleta e transporte do leite, além de integrar cadastro e ter vínculo obrigatório com as indústrias. "É preciso definir nesses 90 dias como será realizado o cadastro desses profissionais e quais as prerrogativas para os treinamentos", salientou Guerra. O Sindilat irá reunir seus associados e a equipe técnica ainda em janeiro para discutir formas de colaborar na regulamentação da lei. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
 
UPF 2016 - Contribuições Fundesa 
 
Segue abaixo a publicação no Diário Oficial do Estado da IN 099/2014, pela qual a Receita Pública Estadual - SEFAZ fixa a UPF para 2016, base para o cálculo das CONTRIBUIÇÕES ao FUNDESA e, das retenções da parte devida pelo produtor, conforme disciplina as letras a) e b) do artigo 6º da Lei 8.809/85, alterações introduzidas pela Lei 12.380/05. (Fundesa)

 

Sistema ajudará a monitorar qualidade do leite no Brasil

Está sendo realizado na Embrapa Gado de Leite um treinamento  que visa capacitar técnicos com atuação na área de Tecnologia da Informação (TI) para acompanhar o desenvolvimento de um sistema de inteligência para análise dos dados da qualidade do leite no Brasil. O treinamento reúne analistas de quatro unidades da Empresa: Gado de Leite, Informação Tecnológica, Informática Agropecuária e Monitoramento por Satélite, além do Departamento de Tecnologia da Informação e do Departamento de Transferência de Tecnologia.

O sistema a ser desenvolvido reunirá informações geradas pelos laboratórios da Rede Brasileira de Laboratórios de Qualidade do Leite (RBQL) e pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) a partir dos últimos 10 anos. De acordo com o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, trata-se de um projeto estratégico que vai consolidar dados gerados pelos laboratórios e transformá-los em conhecimento para subsidiar o Mapa e o Governo Federal no acompanhamento da qualidade do leite produzido no país. "O objetivo é criar condições que favoreçam a desenvolvimento de estratégias, o estabelecimento de políticas públicas, a proposição de normas e legislações, enfim, criar um painel para aumentar a competitividade do leite brasileiro", afirmou.

O treinamento, ministrado pela empresa First Decision, é composto de dois cursos que compreendem o preparo e a organização dos dados para geração de conhecimento para apoiar processos decisórios. A First Decison trabalha com foco em Business Inteligence (BI), Data Governance e Data Quality, e é representante brasileira da SAP, empresa alemã de inteligência de negócios. (Fonte: Embrapa Gado de Leite)

Mercado internacional de lácteos sob pressão neste semestre

O mercado internacional de lácteos começou 2016 pressionado e deve continuar assim no primeiro semestre deste ano, acreditam analistas. No leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT) ¬ que é referência para o mercado de lácteos ¬, realizado ontem, os preços dos leites em pó integral e desnatado voltaram a registrar queda. As cotações do integral caíram 4%, saindo de um valor médio de US$ 2.304 por tonelada no leilão de 15 de dezembro, para US$ 2.210, conforme dados divulgados pela plataforma. Já o leite em pó desnatado alcançou valor médio de US$ 1.890 por tonelada, levemente abaixo dos US$ 1.891 de 15 de dezembro passado.

A nova queda registrada neste início de ano reflete o nível elevado de produção de leite na União Europeia ¬ após o fim do sistema de cotas, desde abril de 2015 ¬ e nos Estados Unidos. Decorre ainda do recuo da demanda da China, que vem reduzindo suas importações de lácteos desde o ano passado. Outro importador relevante, a Rússia, também tem demandado menos. 

De acordo com Valter Galan, analista da MilkPoint, consultoria especializada em lácteos, a produção deve avançar 1% a 2% na Europa e 0,5% a 1% nos EUA. "Há um crescimento em cima de uma produção que já é grande", afirma. Ele acrescenta que os estoques de leite em pó desnatado estão em níveis elevados na UE, o que também pressiona o mercado. Em outubro passado, segundo Galan, eram 51 mil toneladas em estoques. Um ano antes, os volumes estocados somavam 12 mil toneladas no bloco. Diante do quadro de oferta grande e preços baixos do leite, a tendência é que a produção da matéria¬-prima cresça em ritmo mais lento nos países da União Europeia, avalia o analista. Segundo ele, já há relatos de empresas europeias pagando bônus a produtores que entregarem menos leite. Na Nova Zelândia, a estimativa também é de uma queda de 6% na produção de leite na safra 2015/16. 

O especialista da MilkPoint mantém a expectativa de que os preços dos lácteos no mercado internacional comecem a se recuperar no segundo semestre deste ano. Isso vai depender, em grande parte, da volta da China ao mercado. Mas quando isso vai ocorrer ainda é uma incógnita, admite. Para o Brasil, a expectativa da MilkPoint é de queda de 2% a 3% na produção de leite no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período de 2015, quando ficou em 11,8 bilhões de litros, conforme o IBGE. Segundo Galan, os maiores custos por causa da alta de milho e da soja e o recuo no preço do leite desestimulam a produção. (Valor Econômico)

 
 
Leite na Venezuela
Uma das atuais apostas da Cosulati é a consolidação da exportação de leite em pó para a Venezuela, maior importador do produto brasileiro. O primeiro carregamento, de 300 toneladas, está previsto para hoje. Segundo dados do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), de janeiro a outubro de 2015 as indústrias brasileiras exportaram 33 mil toneladas de leite em pó. Quase todo o volume foi destinado à Venezuela. (Correio do Povo)
 

 

    

         

Porto Alegre, 06 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.179

 

  Leite/UE

A produção de leite na União Europeia, de um modo geral, está maior do que o esperado para os três últimos meses do ano. Alguns países, especialmente, Irlanda, Holanda, Reino Unido, Alemanha e França, estão com forte produção. A expectativa é de que nesses três primeiros meses de 2016 o volume supere o verificado em 2015.

A captação maior que a esperada no final de ano, é indicativo do potencial de crescimento da produção no primeiro trimestre de 2016. Normalmente a produção aumenta de janeiro a maio na União Europeia. Isso requer cuidado, pois uma elevação atípica de produção, pode ultrapassar a capacidade instalada das indústrias, o que tem se tornado uma preocupação, com os possíveis gargalos. O salto de produção também é visto como uma pressão a mais sobre os preços do leite em pó desnatado, continuando as compras de intervenção, e do leite em pó integral. 

Esta visão para 2016 mostra mais um desafio para a recuperação do mercado. A produção extra de 2015 foi destinada a queijos que tiveram fortes vendas antes do Natal. Houve alguma retirada dos estoques e as indústrias estão confortáveis. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
 
 
 
 
Consumidor entra em nova fase de corte de despesas 

A recessão na economia brasileira levou consumidores a um novo comportamento em 2016. Se em 2015 o controle de despesas consistiu em reduzir compras e buscar promoções, neste ano, a substituição de marcas e produtos ganha força. Esse movimento, no entanto, não chega a categorias de produtos de alto valor agregado. Isso porque consumidores ainda tentam preservar 'pequenos luxos', na visão de analistas de mercado. Adriano Araújo, diretor da Dunnhumby, diz que há um movimento de racionalização do consumo que atinge todas as classes sociais, mas a compra de alguns itens de alto valor agregado se mantém nas classes A, B e C. "De modo geral, os consumidores cortam gastos com produtos básicos para manter pequenos luxos. 

O brasileiro compra o detergente mais barato, troca a marca do biscoito, mas não abre mão da cerveja premium, do iogurte grego, do carro importado". A Dunnhumby monitora o comportamento de 22 milhões de consumidores que frequentam redes do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Raia Drogasil e Marisa, entre outras. De acordo com a pesquisa mais recente da consultoria, 38% dos consumidores já substituem produtos de limpeza por marcas mais baratas; 30% fazem o mesmo com itens de higiene e perfumaria. Nas categorias de molhos e condimentos e massas, 29% dos brasileiros trocam as marcas preferidas por produtos mais baratos. Em farinhas e grãos, o índice é de 28%. Já em categorias de produtos de alto valor agregado, como sucos e alimentos integrais, linguiças e cervejas, as vendas ainda crescem dois dígitos e a substituição de marcas é muito pequena. No caso de cervejas, segundo a Dunnhumby, o índice de substituição é de 19%. "Os produtos premium e as embalagens maiores se mantêm como tendências de consumo para 2016", diz Araújo. 

David Fiss, diretor da Kantar Worldpanel, considera que os brasileiros fazem atualmente uma "racionalização premium", economizando em itens considerados commodities para ainda manter o consumo de produtos nos quais vê benefício. "Com a recessão, o brasileiro não está comprando necessariamente o que é barato", diz o analista. Ele cita como exemplo a substituição da carne bovina por embutidos. "Linguiça não é uma categoria de produto barato, mas o consumidor vê mais vantagem em consumi¬la em relação à carne bovina que encareceu muito", diz. Fiss acrescenta que esse comportamento já é observado entre consumidores da classe C e das faixas de alta renda. Maximiliano Bovaresco, sócio¬diretor da consultoria Sonne, diz que as classes de alta renda reduziram principalmente o consumo de serviços, como viagens internacionais e jantares em restaurantes. 

Ao contrário dos fabricantes de linha branca, que a pedido do varejo, tem ampliado a oferta de produto básicos algumas empresas fazem o movimento inverso. Um exemplo é a Le Lis Blanc, rede varejista pertencente à Restoque. A empresa anunciou no fim de dezembro que vai centrar foco nas lojas de alto consumo e em clientes que chegam a gastar R$ 100 mil em roupas da marca por ano. (Valor Econômico)

Margens/EUA 

De acordo com relatório do observatório de margens (CIH) as margens nas duas últimas semanas de dezembro se mostraram mistas. As margens dos lácteos continuam com projeção negativa para a primeira metade do ano, diante da forte produção e elevação dos estoques de produtos lácteos.

Enquanto isso, as expectativas de equilíbrio apenas no final de 2016 faz com que atrase a recuperação do preço do leite e também as margens. O relatório do USDA de novembro mostrou crescimento de 0,6% na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, com a grande produção do Meio Oeste superando as quedas no Oeste. Ganhos em Wisconsin e Michigan compensaram os declínios da Califórnia. 

Em relação aos queijos, o relatório do USDA, mostrou que em novembro, os estoques estavam 21,8% maiores quando comparados com um ano antes, pressionado para baixo o preço do leite Classe III. O estoque de manteiga caiu em novembro, mas, no final, continuou 26% acima do volume verificado em novembro de 2014, e é a maior quantidade existente desde 2009. O custo da alimentação animal tende a cair, com preços mínimos dos contratos de farelo de milho e soja fechados em novembro. Embora pouco noticiado, a agressiva investida da Argentina com o corte de impostos para exportação, combinada com a desvalorização do peso, pressionou mais ainda ambos os mercados. (Dairy Herd - Tradução livre: Terra Viva)

Em dezembro/15, o preço do leite ao produtor teve ligeira alta considerando a média nacional

Considerando a média nacional, o preço do leite ao produtor teve ligeira alta (0,1%) no pagamento de dezembro, referente ao leite entregue em novembro.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o produtor recebeu, em média, R$0,960 por litro. Houve queda dos preços do leite na região Sudeste e Brasil Central, mas os recuos foram amenizados pelas falta de chuvas em algumas áreas, que tem interferido nas pastagens e na produção de leite.

Na região Sul, por sua vez, os preços subiram no Rio Grande do Sul e Paraná e ficou praticamente estável (queda de 0,05%) em Santa Catarina. Além da entressafra no Sul, as chuvas intensas e a dificuldade de coleta e produção em algumas áreas dão sustentação aos preços do leite ao produtor. Cabe destacar que o custo de produção em alta e as margens mais apertadas neste segundo semestre também têm diminuído os investimentos e gastos na atividade leiteira por parte do produtor.

Para o pagamento de janeiro de 2016 (produção de dezembro de 2015), 76% dos laticínios pesquisados acreditam em manutenção dos preços do leite ao produtor, 17% falam em quedas e os 7% restante estimam alta para o produtor. (Scot Consultoria)
 

Itaipu Rural show neste mês
A 18ª edição do Itaipu Rural Show está marcada para o período de 27 a 30 de janeiro em Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina. A programação técnica terá palestras sobre suinocultura, avicultura, bovinocultura de leite, técnicas de ordenha, pastagens e silagens, entre outras. Segundo o presidente da Cooperativa Regional Itaipu, Arno Pandolfo, mais de 90% dos espaços já foram comercializados. (Correio do Povo)
 

 

    

         

Porto Alegre, 05 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.178

 

  GDT: preços de lácteos seguem sem reação no mercado internacional

O resultado do leilão GDT desta terça-feira (05/01) registrou queda de 1,6% sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$2.458/tonelada.

O leite em pó integral apresentou queda de 4,4%, sendo comercializado a US$ 2.210/tonelada. O leite em pó desnatado teve estabilidade, indo a US$1.890/ton (-0,8%). Já o queijo cheddar teve leve alta, chegando a US$2.964/tonelada (+3,5% sobre o último leilão).

Neste leilão foram vendidas 25.671 toneladas de produtos lácteos, volume cerca de 24% inferior ao mesmo período do ano passado. 

Os contratos para entrega futura de leite em pó integral também tiveram queda, com os preços futuros oscilando entre US$2.180 e US$2.270/ton. Os dados apontam que a expectativa do mercado é de que não haja grandes reações de preço ao longo do primeiro semestre de 2016. (Fonte: Global Dairy Trade, elaborado pelo MilkPoint Inteligência)

 
 
 
Vacas lucrativas em sistema intensivo

Com mais de 60% das propriedades de leite gaúchas criando o gado solto a campo, à base de pastagem, o Rio Grande do Sul vem aumentando a produção ao apostar em um sistema pouco comum no Estado. O confinamento de animais ainda é realidade na minoria das fazendas gaúchas, mas vem se mostrando eficaz no aumento da produtividade e na redução da necessidade de mão de obra uma dificuldade enfrentada por 46% dos produtores formais.

Entre as 85 mil famílias que entregam leite regularmente a indústrias, 36% têm alguma estrutura que permite alimentação individualizada dos animais, conforme dados do Censo Leite RS. Isso não quer dizer que todo esse percentual já tenha criação confinada ou semiconfinada, mas dá sinais de uma tendência que vem ganhando força especialmente nas propriedades mais tecnificadas.

- O futuro é de mais animais e menos pessoas no campo. A mecanização facilitará trazer a pastagem para o cocho - explica Vitor Hugo Martinez Pereira, diretor-técnico da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando).

Conforme o Censo do Leite, elaborado pela Emater em parceria com o Instituto Gaúcho do Leite (IGL), quase 30% das propriedades têm escala de produção pequena e 22% contam com um tamanho reduzido de área.

- São fatores que levam o produtor a buscar os sistemas de semiconfinamento e de confinamento - aponta Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS).

A maior desistência de pequenos da atividade, em contrapartida aos investimentos em tecnologia dos grandes produtores, também deve fortalecer a tendência de confinar a criação. Entre os 3,2 mil associados da Cooperativa Santa Clara, em 110 municípios gaúchos, 30% já adotam o confinamento total na produção leiteira e 70% o sistema de semiconfinamento.

- Produtores que estão aumentado o rebanho buscam um sistema mais intensivo, para explorar ao máximo do potencial do animal - aponta Egon Hruby, gerente do Departamento de Política Leiteira da cooperativa, com sede em Carlos Barbosa.

ORDENHA POR FLUXO LIVRE
O confinamento total da criação de gado leiteiro tem crescido especialmente nas regiões onde as áreas de terra são mais limitadas, como na serra gaúcha e no Vale do Taquari.

- Além da questão geográfica, a mão de obra tem sido um fator determinante para estimular o produtor a adotar o confinamento - acrescenta Hruby.

Com o relógio programado durante anos para despertar todos os dias da semana, às 5h15min, o produtor Ezequiel Nólio, 34 anos, conta ter começado uma vida nova em agosto de 2015:

- O despertador é passado. Agora a gente acorda depois das 7h, sai para caminhar no fim da tarde. Nossa qualidade de vida é outra.

Nólio refere-se ao período em que madrugava religiosamente, ao lado da mãe, Sueli Nólio, 61 anos, para fazer a ordenha de pouco mais de 60 vacas da raça holandesa em Paraí, no norte do Estado. Desde 2013, quando o último funcionário saiu da propriedade, mãe e filho trabalharam sozinhos na produção leiteira em sistema de semiconfinamento. O pai, Pedro Nólio, 59 anos, se dedica à lavoura de 80 hectares.

- Era muito serviço para duas pessoas. A falta de mão de obra nos levou a optar pelo confinamento total - conta.

Ao investir quase R$ 1 milhão, a família instalou um sistema robotizado capaz de ordenhar 60 vacas durante 23 horas por dia. Com os equipamentos instalados no galpão onde os animais ficam confinados, a ordenha é feita por fluxo livre, várias vezes ao dia.

- Quando as vacas sentem que o úbere está cheio, se deslocam até o robô, que também controla a quantidade de ração necessária. Nosso trabalho braçal praticamente acabou - explica Nólio, que acompanha o rendimento e alimentação dos animais pelo computador.

Desde que implantaram o sistema robotizado de confinamento na fazenda, a produtividade por animal aumentou em cinco litros por dia, chegando a 35 litros por vaca - a média estadual é de 12 litros por animal. A meta é chegar a 40 litros diários. (Zero Hora)


Adoção do método não deve ser regra

Embora o confinamento venha mostrando bons resultados na produção leiteira gaúcha, a adoção do sistema não deve ser vista como a única forma de aumentar a produtividade do rebanho.

- Temos um espaço muito grande para melhorar o aproveitamento das pastagens, o modelo de pastoreio vai persistir por muito tempo ainda - ressalta Jaime Ries, coordenador da área de leite da Emater.

Ele alerta que os sistemas de confinamento e semiconfinamento exigem uma escala maior de produção, o que dificulta a adoção pelos pequenos produtores.

- Não existe nada mais barato para alimentar a vaca do que pastagem. Quanto mais cara for a alimentação, maior será a necessidade de escala - destaca Ries.

Na opinião de Ries, a produção de leite pode crescer na agricultura familiar baseada em uma alimentação barata, com boa adubação, forrageiras de qualidade, irrigação e bons tratos culturais. No caso dos produtores que desejam aumentar a escala, o confinamento, total ou parcial, acabará sendo o caminho. Para o diretor-executivo do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Ardêmio Heineck, o melhor sistema é aquele que dá a maior rentabilidade ao produtor.

- O equilíbrio está na sobra, dentro do tamanho do negócio que o produtor quer adotar - explica.

A escolha deve passar por um eficiente sistema de gestão e de assistência técnica, que indique qual o melhor sistema de produção a ser adotado.

- Há um limite de vacas por hectare. O confinamento é alternativa para suprir a deficiência de área e de mão de obra. É preciso encontrar o melhor caminho para que a propriedade tenha futuro - completa Heineck. (Zero Hora)


 


União para investir na produção leiteira

Pequenos produtores de leite no interior de Nova Bréscia, no Vale do Taquari, eles tinham poucas motivações para investir na propriedade. Além de um número pequeno de animais, a maioria das 16 famílias não possuía sucessores para tocar os negócios no futuro. A coragem para voltar a apostar na produção leiteira veio com o associativismo, em um projeto tecnológico e pioneiro no Brasil.

- Faltava um empurrão. Era muito difícil para a gente investir sozinho - conta Clavio Pedro Gracioli, 55 anos.

Gracioli é um dos 16 sócios do Condomínio dei Produttori Di Latte Bréscia, inaugurado em dezembro passado na Linha Tigrinho Baixo, zona rural do município com pouco mais de 3,3 mil habitantes. A estrutura de criação confinada, com ordenhas robotizadas, foi construída pela Cooperativa dos Suinocultores de Encantado (Cosuel). O pavilhão tem capacidade para criação de 262 vacas em confinamento total.

- Muitos produtores iriam abandonar a produção, por falta de mão de obra. Agora viraram empresários de um sistema que permite eficiência - destaca Igor Estevan Weingartner, gerente da divisão de produção agropecuária da Cosuel, dona da marca Dália Alimentos.

Gracioli produzia leite em pequena escala, apenas para produção artesanal de queijo. Ao entrar como sócio no condomínio, investiu R$ 50 mil para comprar 10 vacas da raça holandesa e um estoque de ração animal. O restante do trabalho é feito por três funcionários, que operam os equipamentos da ordenha robotizada, 24 horas por dia.

- Estamos nos revezando nos finais de semana porque ainda não conseguimos contratar o quarto funcionário. Mas depois disso, nosso único compromisso será trazer a alimentação - conta Gracioli, que não ampliava a produção leiteira por não conseguir mão de obra.

MAIOR QUALIDADE DE VIDA
Com dois adolescentes em casa, Camile, de 13 anos, e Giancarlo, de 14 anos, Gracioli não sabe se os filhos irão dar continuidade à produção leiteira. O filho mais velho, Marcelo, de 27 anos, é um exemplo. Formou-se em Engenharia Mecânica e trabalha na serra gaúcha.

- É difícil segurar os jovens no Interior. Ainda mais quando eles crescem vendo os pais não tendo final de semana, feriado, férias - resume Gracioli.

A possibilidade de trabalhar em um sistema de produção intensiva, com maior qualidade de vida, motivou alguns filhos de produtores a se engajarem no projeto.

- Temos três jovens, filhos de produtores, que entraram como sócios, em uma sucessão antecipada. Individualmente, a maioria não teria condições de fazer um investimento desses, mas com a união foi possível - conta o produtor Admir Lorenzon, presidente do condomínio. (Zero Hora)

Projeto prevê mais três condomínios

O condomínio de leite associativo de Nova Bréscia foi o primeiro a entrar em operação, de um total de quatro que deverão estar funcionando até o final de 2016. No mesmo modelo, com ordenha robotizada, outros três serão construídos em Roca Sales, Arroio do Meio e Candelária. Nos quatro projetos, a Cosuel irá investir cerca de R$ 20 milhões.

Além dos pavilhões, os condomínios têm estrutura de silos, moradia para funcionários, escritório e galpão para máquinas. No local, os produtores armazenam milho e silagem produzidos em suas propriedades ou comprados de fornecedores.

Com rendimento médio hoje de 18 litros de leite por animal, a meta é alcançar, em um ano, a produtividade de 30 litros diários por vaca - chegando a 25 mil litros de leite por dia.

- O rebanho está em fase de adaptação. As instalações foram construídas para oferecer conforto, em um ambiente climatizado, e uma dieta controlada para maior eficiência - completa Igor Estevan Weingartner, gerente da divisão de produção agropecuária da Dália Alimentos. (Zero Hora)
 
O Rio grande do Sul é um dos 15 estados que receberão recursos do Governo Federal para a Defesa Agropecuária.
Conforme a Secretaria da Agricultura do Estado, serão R$ 4,2 milhões para o RS, dos quais R$ 2 milhões já estão liberados. Devem ser usados na compra de equipamentos e para estruturar ações. No total, os repasses somarão, neste ano e em 2017,
R$ 24 milhões..(Zero Hora)