Pular para o conteúdo

 

Porto Alegre, 15 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.288

 

   Leilão GDT: mercado internacional permanece estagnado

 
O resultado do leilão GDT desta quarta-feira (15/06) apresentou estabilidade sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$ 2.339/tonelada. Apesar da alta, o leite em pó integral registrou queda de 1,7% em relação ao leilão passado, sendo comercializado a US$ 2.205/tonelada. 

O leite em pó desnatado, que havia apresentado forte alta de 12% no leilão anterior, manteve a tendência de elevação nos preços, mas em ritmo mais ameno, fechando a US$1.901/ton (+1,5). O queijo Cheddar também apresentou alta nos preços, chegando a US$2.882/ton (+6,9%), o maior preço do produto desde janeiro deste ano. 

Foram vendidas 23.089 toneladas de produtos lácteos neste leilão, 4% abaixo do volume comercializado no mesmo período do ano passado. De maneira geral, o mercado ainda não mostra sinais de recuperação nos preços dos lácteos.

Os contratos futuros de leite em pó integral seguiram o mercado físico e também apresentaram queda. A previsão é de que o atual patamar de preços não se altere muito ao longo do ano, com previsão de preços para dezembro de US$2.193/ton. 
(Fonte: Global Dairy Trade, elaborado pelo MilkPoint)

 
 
 
 
Missão internacional

O ministro da Agricultura da Rússia, Alexander Nicolayevich Thachyov, aceitou o convite do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), Blairo Maggi, para conhecer a agricultura brasileira, em novembro, e discutir temas bilaterais.

Os russos têm interesse em vender pescados e trigo para o Brasil. Thachyov disse também que seu país deseja importar maçãs e outras frutas brasileiras. Por sua vez, o governo do Brasil manifestou a intenção de incrementar as vendas de carnes e de soja para a Rússia. Os russos já são um dos maiores compradores de carne bovina, suína e de aves brasileiras.  A vinda do ministro russo ao Brasil foi acertada durante a primeira viagem oficial ao exterior do ministro Blairo Maggi, que também participou da reunião de ministros da Agricultura do G20, em Xian (China), do dia 3 deste mês. Eles assinaram uma declaração em que se comprometem a promover a segurança alimentar, o crescimento da agricultura sustentável e o desenvolvimento rural por meio da inovação, troca de informações em plataforma eletrônica, para atingir os objetivos da Agenda de Desenvolvimento Sustentável de 2030, da Organização das Nações Unidas (veja aqui a declaração e aqui o discurso de Blairo). (Mapa)

 
 
Empresas gastam 600 horas com obrigações fiscais

Um estudo da Receita Federal contrapõe dados que vêm sendo divulgados pelo Banco Mundial há pelo menos cinco anos. Trata¬se do tempo que empresas brasileiras gastam para calcular e pagar os seus impostos e contribuições. Segundo o Fisco, são, em média, 600 horas por ano (25 dias) ¬ um quarto do tempo diagnosticado na outra pesquisa. No estudo do Banco Mundial, o "Doing Business" ¬ desenvolvido em parceria com a PricewaterhouseCoopers (PwC) ¬ o Brasil aparece nas últimas posições de uma lista de mais de 180 países. De acordo com este levantamento, as empresas brasileiras gastam, em média, 2.600 horas (108 dias). A pesquisa da Receita surgiu do inconformismo à divulgação do Banco Mundial. "Tínhamos certeza que esse resultado não se sustentava", diz o chefe da Divisão de Escrituração Digital da Receita Federal, Clovis Peres. "Então fomos olhar com precisão qual empresa é essa que o Doing Business está tratando", completa. Para isso, a Receita firmou parceria com a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon). Os parâmetros utilizados no levantamento foram, propositalmente, os mesmos do Doing Business. Partindo¬se da questão: quanto tempo demoraria para um profissional de uma empresa de vasos cerâmicos, com 60 funcionários, preencher e entregar todos os formulários necessários. Essa empresa, seguindo os critérios estabelecidos, teria de atuar em um único Estado e não poderia ter demitido ou contratado profissionais no mês. 

 
Além disso, deveria ser feita a extração de relógio ponto mecânico. A pesquisa da Receita, assim como o Doing Business, tratou de companhias de São Paulo e do Rio de Janeiro. Cinco escritórios de contabilidade participaram do levantamento ¬ o que, segundo a Fenacon, abrange um universo de cerca de 500 empresas nos dois Estados. As médias registradas foram as seguintes: 373,2 horas gastas com ICMS, IPI e contribuições, 116 horas com a contabilidade do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e 97,2 horas com a folha de pagamento. O diretor de Educação e Cultura da Fenacon, Helio Cezar Donin Junior, afirma que para computar as horas gastas pelas empresas, o Doing Business tem utilizado ao longo dos anos o mesmo estudo ¬ que, segundo ele, já estaria defasado. Esse seria o principal motivo para a diferença entre os resultados das duas pesquisas. "Porque a estrutura tributária mudou muito, principalmente por conta das declarações eletrônicas", diz. Ele entende que o Brasil vem melhorando, ano a ano. 
 
Começou com a nota fiscal eletrônica. Depois, a implantação do Sistema Público de Escrituração Nacional (Sped), que unificou as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração contábil e fiscal. E, recentemente, o e¬Social ¬ projeto do governo que pretende unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados. "A tendência é que essas horas diminuam até estabilizar em um patamar um pouco menor do que apuramos agora", acredita Helio Cezar Donin. Especialistas chamam a atenção, no entanto, que mesmo o estudo da Receita Federal, que aponta para as 600 horas gastas com o pagamento de impostos, não coloca o Brasil numa situação privilegiada. Se comparado com outros países ¬ seguindo o Doing Business ¬ ainda há diferenças. Na América Latina, por exemplo, as empresas da Argentina gastam 405 horas e as chilenas 291. E a diferença é maior ainda se comparado a países desenvolvidos, como os Estados Unidos, em que são necessárias 175 horas ao ano. Procurada pelo Valor, a Price informou que não se manifestaria sobre o estudo da Receita Federal. O Banco Mundial foi procurado, mas não retornou até o fechamento da edição. (Valor Econômico)
 
 
 
Produção/Europa

A produção de leite provavelmente irá desacelerar em importantes regiões produtores no resto do ano, de acordo com o novo relatório da Comissão Europeia. As novas previsões reduzem a produção dos próximos nove meses (abril-dezembro) em 0,4% em relação aos volumes de 2015, o correspondente a 350 milhões de litros. O desenvolvimento da produção de leite varia entre os estados membros, principalmente, no que se refere às taxas de abate de vacas. Itália e Dinamarca registraram menor número de abates nos três primeiros meses do ano, e a expectativa é de que haja pouca redução na produção. Na Holanda, onde não houve aumento dos abates no primeiro trimestre de 2016, o direto à utilização de fosfato deverá forçar a redução do rebanho em algum momento do ano. Anteriormente, a incerteza sobre o período de referência para atribuição desses direitos, levou os produtores a manterem suas vacas, independentemente, de considerações financeiras. (The Dairy Site - Tradução livre: Terra Viva)

 

1º Fórum Estadual do Leite: Rumo à Excelência
A Unijuí irá sediar no dia 24 de junho, sexta-feira, o 1º Fórum Estadual do Leite: Rumo à Excelência. O evento terá início às 9h, no Salão de Atos do Campus Ijuí, em comemoração ao Dia Internacional do Leite. O Canal Rural estará transmitindo ao vivo o evento, no horário das 9h30 às 12h. O Fórum é promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Sistema Farsul, Fetag-RS e Canal Rural, com apoio técnico da Embrapa e da Unijuí, e apoio da AGL, Apil, Emater, Famurs, IGL, Ocergs e Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação. Para inscrever-se gratuitamente e maiores informações, CLIQUE AQUI.
 

 

Porto Alegre, 14 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.287

 

   Unijuí vai sediar o 1º Fórum Estadual do Leite: Rumo à Excelência

A Unijuí irá sediar no dia 24 de junho, sexta-feira, o 1º Fórum Estadual do Leite: Rumo à Excelência. O evento terá início às 9h, no Salão de Atos do Campus Ijuí, em comemoração ao Dia Internacional do Leite. O Canal Rural estará transmitindo ao vivo o evento, no horário das 9h30 às 12h. O Fórum é promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Sistema Farsul, Fetag-RS e Canal Rural, com apoio técnico da Embrapa e da Unijuí, e apoio da AGL, Apil, Emater, Famurs, IGL, Ocergs e Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação.

O 1º Fórum Estadual do Leite: Rumo à Excelência reunirá pesquisadores, representantes de entidades do setor e autoridades. No Dia Internacional do Leite, o evento colocará em discussão os caminhos para melhorar a qualidade, uma questão que envolve toda a cadeia, passando por produtores rurais, transportadores e indústrias, chegando aos consumidores. Painelistas e debatedores falarão sobre iniciativas que incluem a contribuição decisiva da pesquisa no processo de qualificação do leite e programas em andamento para desenvolver o sistema de produção cada vez mais, além da questão da legislação. O Rio Grande do Sul é o primeiro estado a criar e regulamentar a Lei do Leite. 

Dentre as autoridades que deverão estar presentes no evento estão o governador do Estado, José Ivo Sartori; o secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, além de lideranças de entidades como Embrapa, Farsul, Fetag e Sindilat.

Programação
9h - Recepção:
Milk break e credenciamento

9h30min - Abertura:
Martinho Luís Kelm, reitor da Unijuí
Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS

9h45min - Painel e assinatura da Lei do Leite
José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul
Paulo do Carmo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite 
Clenio Nailto Pillon, chefe-geral da Embrapa Clima Temperado  
Ernani Polo, secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação - RS 
Jorge Rodrigues, coordenador das comissões de Grãos e do Leite da Farsul
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS  
Roberto Carbonera, chefe do Departamento de Estudos Agrários 
Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS 

11h - Perguntas e debate

12h - Encerramento da transmissão ao vivo e intervalo

14h - Oficinas e debates temáticos (Inscrições para oficinas e debates temáticos - Informações na recepção do evento no Salão de Atos da Unijuí).

16h - Encerramento da programação

Inscrições: antecipadas e gratuitas AQUI 

Interatividade: perguntas pelo WhatsApp do Canal Rural - (11) 9-8524-0073 - e pelo Facebook da emissora - www.facebook/canalrural

Participação da unidade móvel do Senar-RS. (Assessoria de Imprensa Unijuí)
 
 
Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida em Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprovou e divulgou os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em maio de 2016 e a projeção dos valores de referência para o mês de junho de 2016, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. Os valores de referência indicados nesta resolução correspondem à matéria-prima leite denominada Leite CONSELEITE IN62, que se refere ao leite analisado que contém 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil uc/ml de células somáticas e 600 mil uc/ml de contagem bacteriana. 

 
 
Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de junho de 2016 é de R$ 2,1176/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleite.com.br/conseleite. (Fonte: Conseleite/PR) 

Leite/Oceania 

Na Austrália o final da temporada de produção de leite 2015/16 persiste mais quente e seca do as expectativas iniciais. Isto aponta para elevação inesperada de custos com irrigação, volumosos e grãos. Alguns aliviam os gastos, reduzindo fertilizantes. As chuvas na Austrália nesta temporada estão abaixo da média. A previsão de chuvas em abril não se realizou, agravando a situação de seca que limitou o crescimento de pastagens e a oferta de feno. Os custos para aquisição de água para irrigação pressionaram as margens.
 

Olhando para o futuro, a preocupação é o estresse financeiro na atual temporada que exigirá ajustes dos produtores, impactando na produção de leite da temporada 2016/17 na Austrália. De acordo com a Dairy Austrália, o volume de leite em abril de 2016 foi 2,7% menor que em abril de 2015. No acumulado do ano até abril, a produção caiu 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A produção de leite na Nova Zelândia caiu menos que o esperado no início da temporada e as margens dos produtores sofreram. A temporada de produção chega ao fim. Existe mais abate de animais do que o esperado no início da temporada, com os produtores tentando se adaptarem às reduzidas margens. Alguns produtores recebem menos que o custo de produção. Uma grande indústria anunciou, recentemente, o preço de abertura da temporada 2016/17, desapontando os produtores. A consciência de que os preços de abertura podem cair no decorrer da estação causa preocupações sobre o quão fundo ele poderá chegar. Ao contrário da Austrália, onde o consumo doméstico de produtos lácteos cresce ajudando a compensar a fraqueza do mercado exportador, a Nova Zelândia é mais dependente da força do mercado mundial exportador. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)


 
Supermercados

O recuo de 4,4% das vendas nos supermercados em abril, na comparação com igual mês do ano anterior, foi o 15º resultado negativo consecutivo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Indica que as famílias estão cortando supérfluos em alimentação e bebidas, trocando marcas mais caras pelas mais baratas.

"Estão fazendo ajuste de uma situação mais crítica de consumo. Os fatores que estimulam o consumo estão mais fracos que em 2015", afirmou a gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Isabella Nunes. "Se todo mundo resolver mudar das marcas mais caras para as mais baratas, os resultados vão cair", destacou. O grupo de supermercados e alimentos representa praticamente um terço de todo comércio brasileiro. Sem incluir as atividades de veículos e peças e material de construção, o peso desse grupo chega à metade do varejo restrito, segundo o IBGE. A inflação da alimentação dentro de casa acima da média geral do IPCA também contribui negativamente para o segmento. 

Em abril, por exemplo, a inflação oficial foi de 0,61% e a média de alta em alimentos dentro de casa foi de 1,14%. Esse foi o panorama em todos os meses de 2016 analisados até agora. Na comparação com abril de 2015, o resultado negativo ganha ainda outro fator: a Páscoa em 2015 caiu no mês de abril, impulsionando o comércio naquele mês. "É uma festa que tem um impacto mais direto por conta do almoço e dos ovos de páscoa, com impacto positivo". Na série com ajuste sazonal, em relação a março, as vendas nos supermercados cresceram 1%, reverteu parte da perda de 1,4% registrada em março, mas sem indicar uma recuperação definitiva, avalia Isabella Nunes. É mais um movimento de recuperação de prejuízos dos meses anteriores, ponderou a pesquisadora do IBGE. (Valor Econômico )

 
 

Leite/Argélia 
As importações argelinas de lácteos somaram US$ 262,72 milhões de janeiro a abril, um recuo de 30,83% em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Centro Nacional de Informática e Estatísticas das Alfândegas do país (CNIS, na sigla em francês). As informações foram publicadas nesta segunda-feira (13) pela agência de notícias Algérie Presse Service (APS). Foram importadas 104,5 mil toneladas de lácteos nos quatro primeiros meses de 2016, uma redução de 16% em relação ao período de janeiro a abril de 2015. A Argélia depende das importações de leite para abastecer o mercado local, mas vem incentivando a produção doméstica para reduzir esta dependência. (ANBA)
 

 

Porto Alegre, 13 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.286

 

   Conseleite/MS 
 
A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 10 de junho de 2016, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de maio de 2016 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de junho de 2016. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)
 
 
 
Quem são os 20 maiores processadores de leite do mundo?
A Rede de Pesquisa em Lácteos a International Farm Comparison Network (IFCN) divulgou a lista dos Top 20 "Processadores de Leite do Mundo". A lista classifica os processadores pelo volume de leite captado. Juntos, esses processadores coletam 200 milhões de toneladas de leite equivalente (ME), 25,4% do leite mundialmente produzido. 
 

A Farmers of America está no tipo da lista, com uma captação de 28,1 milhões de toneladas de ME. Müller e Arla aumentaram a captação em cerca de 1,7-2,0 milhões de toneladas de ME e a processadora alemã, DMK, subiu no ranking, por meio da aquisição da companhia holandesa, DOC Kaas, adicionando 1 milhão de toneladas ME à sua captação de leite. Novas entradas na lista dos top 20 são a Agropur, do Canadá, e a Schreiber Foods, dos Estados Unidos. Saíram da lista a Bongrain, da França, e a Darigold, dos Estados Unidos.

Poder das companhias asiáticas
Amul, da Índia, e duas companhias chinesas, Yili e Mengniu, juntas são responsáveis por 19,2 milhões de toneladas de leite, quase 10% do total global. O valor de negócios por quilo de leite processado vai de US$ 0,50-2,40 por quilo, com Nestlé e Danone ficando no topo da lista, e DFA e Califórnia Dairies ficando abaixo. A lista dos Top 20 do IFCN é divulgada a cada dois anos, com dados validados e variáveis comparáveis. (As informações são do Dairy Reporter, com dados da IFCN)


 
Leite/UE 

Observações preliminares sobre a produção de leite de algumas regiões da Europa apontam para o início do declínio sazonal. Algumas partes da Alemanha e França parecem ter alcançado pequenos aumentos na terceira semana de maio em relação à semana anterior, mas, a expectativa é de que a queda venha em breve.

A oferta de creme está apertada e os compradores enfrentam aumentos crescentes de preços. Os queijos, no mercado doméstico, apresentam cotações firmes. Os estoques antigos dos programas são liberados. Alguns vendedores não aceitam novos pedidos. Os preços dos contratos para entregas futuras estão acima dos níveis atuais. E os compradores precisam assegurar o abastecimento dos próximos meses. 

 
Com a aproximação do plebiscito sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, a ser realizado em 23 de junho, alguns observadores atestam que a única certeza é a incerteza. Se a votação para sair ganhar, haverá um período de pelo menos dois anos para que os outros 27 membros da União Europeia negociem o alcance e o conteúdo das futuras relações comerciais. Durante esse período o Reino Unido continuaria sendo membro da UE. Não está claro se os resultados das negociações levariam o Reino Unido a um membro de mercado único, como a Suíça, ou à situação da Turquia, ou ainda um outro arranjo ainda não existente. As incertezas em relação ao futuro do comércio de lácteos com a Rússia continuam. A União Europeia estuda a prorrogação ou não das sanções impostas à Rússia após a anexação da Criméia, em março de 2014. Há notícias de que a Rússia estuda a possiblidade de prorrogar até o final de 2017 o atual embargo às importações da UE. O assunto deverá ser discutido durante nos meados de junho, no encontro entre o Presidente da Comissão Europeia, Juncker e o presidente da Rússia, Putin. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)
 

Acordo setorial com a Argentina é renovado
O acordo setorial privado entre o Brasil e a Argentina, que prevê cotas para importação de leite em pó, foi renovado por dois anos. Até maio de 2017, o volume máximo das compras brasileiras será de 4,3 mil toneladas de leite em pó mensais. No período de junho de 2017 até junho de 2018, a cota aumentará para 4,5 mil toneladas ao mês. Até abril, deste ano, o volume máximo mensal permitido pelo acordo era de 3,6 mil toneladas. A medida, que busca proteger o mercado interno nacional de surtos de importações de lácteos que possam impactar negativamente o setor, traz benefí- cios aos dois países. "Se não houvesse um acordo, o setor produtivo teria que tomar outras medidas de defesa comercial que poderiam prejudicar a Argentina", explica o coordenador da Câmara Temática de Leite da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Vicente Nogueira Netto, citando como exemplo medidas restritivas como antidumping (a prática de exportar um produto a preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador) e antissubsídios. Na avaliação de Netto, o acordo ajuda a controlar os impactos na balança comercial de lácteos. "Acaba trazendo uma segurança maior para o setor", complementa o secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, sobre a validade de dois anos. O sistema de cotas para importação de lácteos da Argentina está em vigor desde 2009. Após assinatura do acordo, o documento é enviado ao Ministério da Indústria e Comércio para cumprimento das medidas. (Correio do Povo)

 

Porto Alegre, 10 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.285

 

   Exportações/EUA 

Os exportadores norte-americanos mostraram ligeira melhora em abril, mas de um modo geral é um desempenho similar a 2015. As exportações permanecem abaixo dos volumes embarcados durante 2013 e 2014, e nos primeiros cinco meses de 2015. Mas olhando mais detalhadamente os números de abril pode-se verificar melhora nas remessas de leite em pó e proteína concentrada de soro, e que foram responsáveis por elevar ao maior volume exportado nos últimos 10 meses. Os carregamentos totalizaram 150.713 toneladas de leite em pó, queijo, manteiga, soro de leite e lactose em abril, 11% a mais que em março (em volumes diários) embora seja 19% abaixo do volume do mesmo mês de um ano atrás. Da mesma forma, o faturamento de US$ 366,7 milhões foi 31% menor que o de abril de 2015.
 


Os embarques de leite seco desengordurado/leite em pó desnatado (NDM/SMP) foram 46.213 toneladas, o maior volume desde outubro, mas, 19% menos que um ano atrás. As vendas para o México foram 22% a mais que um ano antes, mas o volume para o Sudeste Asiático caiu 29%, em decorrência das fracas vendas para o Vietnã, Indonésia e Malásia. Os carregamentos para a China, Paquistão, Peru, Oriente Médio, e Norte da África foram as mais baixas dos últimos tempos. Foram enviadas 23.520 toneladas de WPC, 5% a mais na comparação anual, e o segundo maior embarque mensal. As vendas para a China foram as maiores em sete meses, e as exportações para o Sudeste da Ásia e México também subiram dois dígitos.


 
Os exportadores também conseguiram um grande saldo nas vendas de WMP, 6.822 toneladas, 74% mais que em abril de 2014, e o maior volume embarcado desde maio de 2010. A melhora foi decorrente das vendas recordes para o México (5.318 toneladas, mais que o volume enviado para o país vizinho em todo 2015). As exportações de outras grandes categorias - queijo, soro de leite desmineralizado e lactose - ficaram bem atrás do desempenho de um ano atrás.

As exportações de queijo em abril atingiram 21.171 toneladas, com queda de 33% em relação ao ano passado, e constitui o menor volume desde dezembro de 2012. Para o México foram 6.055 toneladas, o 15º menor mês. Para a Coreia do Sul (queda de 57% em relação a 2015), Japão (-44%) e Austrália (-72%). As vendas de soro de leite em pó foram 12.699 toneladas, queda de 28%, tendo em vista a queda de 58% nos embarques para a China. Nos primeiros quatro meses do ano, os exportadores enviaram 50.312 toneladas, o menor volume desde 2004. As exportações de lactose caíram 22% em abril, quando comparadas com o volume recorde vendido em abril de 2015. Nos últimos cinco meses, no entanto, os carregamentos obtiveram a média mensal de 28.663 toneladas. Os maiores compradores continuam sendo o Sudeste asiático, a China e a Nova Zelândia. As exportações da Proteína Isolada de Soro também ficaram estáveis nos últimos cinco meses (média de 2.752 toneladas por mês), mesmo assim, o volume de abril foi 41% menor que o volume quase recorde das vendas de abril de 2015. Enquanto isso, as vendas de manteiga caíram 44%, MPC, -40%; e leite fluido, -23%; quando comparadas com abril de 2015. Em termos de sólidos de leite, as exportações norte-americanas foram equivalentes a 13,4% da produção total norte-americana em abril, praticamente o mesmo percentual de fevereiro, que foi o maior valor em seis meses. As importações foram equivalentes a 3,3% da produção, o menor percentual em seis meses. Na primeira terça parte do ano, as exportações dos Estados Unidos caíram 9% em volume e 23% em valores, quando comparadas com o mesmo período do ano anterior. Houve queda em praticamente todas as categorias, mas, o item queijo, com queda de 22%, foi a mais pronunciada. (USDEC - Tradução livre: Terra Viva)
 
 
Na China, ministro Blairo Maggi discute abertura de mercados com vários países
O ministro da Agricultura da Rússia, Alexander Nicolayevich Thachyov, aceitou o convite do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), Blairo Maggi, para conhecer a agricultura brasileira, em novembro, e discutir temas bilaterais. Os russos têm interesse em vender pescados e trigo para o Brasil. Thachyov disse também que seu país deseja importar maçãs e outras frutas brasileiras. Por sua vez, o governo do Brasil manifestou a intenção de incrementar as vendas de carnes e de soja para a Rússia. Os russos já são um dos maiores compradores de carne bovina, suína e de aves brasileiras. 

A vinda do ministro russo ao Brasil foi acertada durante a primeira viagem oficial ao exterior do ministro Blairo Maggi, que também participou da reunião de ministros da Agricultura do G20, em Xian (China), do dia 3 deste mês. Eles assinaram uma declaração em que se comprometem a promover a segurança alimentar, o crescimento da agricultura sustentável e o desenvolvimento rural por meio da inovação, troca de informações em plataforma eletrônica, para atingir os objetivos da Agenda de Desenvolvimento Sustentável de 2030, da Organização das Nações Unidas.

Na mesma viagem, Blairo Maggi também se reuniu com ministros de Agricultura da China, Coreia do Sul, Estados Unidos, México, União Europeia, Argentina e com o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Além de aumento da cooperação, foram tratados temas comerciais de interesse bilateral e compromissos sobre negociações agrícolas internacionais. 

O ministro da Agricultura da China, Han Changfu, recebeu convite para conhecer a produção agrícola brasileira. A data ainda será marcada. No encontro com Blairo Maggi, os dois ministros trataram de temas relacionados à cooperação entre os dois países e à exportação de grãos do Brasil para a China, no que se refere à biotecnologia (produtos transgênicos).

 

A delegação presidida pelo ministro brasileiro também se encontrou, em Pequim, com o ministro da Administração Geral da Qualidade, Supervisão, Inspeção e Quarentena, AQSIQ, Zhi Shuping, para tratar de inspeção sanitária e fitossanitária entre dois países. 

Segundo o secretário substituto de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Silva, o MAPA pediu também a habilitação de oito frigoríficos, já inspecionados em missões de 2010 e 2012 daquele país ao Brasil. O ministério aguarda para breve a indicação da missão de auditoria chinesa a estabelecimentos que já encaminharam resposta ao questionário de habilitação de plantas frigoríficas que desejam exportar à China. 

O governo brasileiro solicitou aos chineses a verificação da autenticidade de certificados sanitários, por meio de consulta eletrônica à página do MAPA na internet, bem como a realização de reunião técnica para tratar de outros temas de interesse como miúdos de aves, suínos e bovinos, frutas e milho. No encontro com os representantes da Coreia, o ministro Blairo disse que pretende visitar o país em agosto para negociar a abertura de mercado à carne suína brasileira. Por sua vez, os coreanos manifestaram interesse em exportar pera para o Brasil. 

Durante a viagem, também foram marcadas reuniões bilaterais com os Estados Unidos, dia 28 de julho, em Washington, quando haverá uma reunião do Comitê Consultivo Agrícola com aquele país. De acordo com Odilson, aguarda-se a finalização dos procedimentos para exportação de carne bovina do Brasil para os EUA e daquele país para o Brasil. 

Com o Comissário para Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia foram tratados os avanços na agenda bilateral, as negociações entre a UE e o Mercosul, além da realização do Diálogo em Agricultura, que deverá ocorrer em Brasília, em outubro próximo, com a presença do Comissário e outros técnicos europeus.

Com a Argentina, foram discutidos temas bilaterais e da negociação com outros blocos comerciais como da União Europeia. A agenda bilateral, segundo discutido, tem avançado positivamente por meio de videoconferências e contatos entre os órgãos congêneres de ambos os países. Os ministros marcaram de se encontrar brevemente, no Brasil ou na Argentina.

No encontro com a direção-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), além da ampliação das atividades com aquela organização internacional, o ministro Blairo Maggi informou que o Brasil deverá apresentar, em 2017, candidatura à Presidência do Codex Alimentarius, organização de referência que elabora as regras de alimentos em nível mundial. (As informações são do Mapa)

Canadense Saputo está de olho no Brasil para possíveis aquisições

Uma das maiores companhias de lácteos do Canadá, a Saputo, está de olho no Brasil para possíveis aquisições e poderá fazer acordos no valor de até C$ 3,5 bilhões (US$ 2,75 bilhões), disse o chefe executivo, Lino Saputo Jr. A indústria global de lácteos está fragmentada, potencialmente gerando oportunidades, disse ele.

A companhia gostaria de comprar plantas de fabricação de queijos no Brasil ao invés de continuar colocando queijo no mercado pela Argentina. "Há centenas e centenas de indústrias de lácteos no Brasil e encontrar uma plataforma interessante na área de queijos no Brasil - que nos permita ser um consolidador - é o que estamos essencialmente buscando", disse ele. Lino não comentou se a Saputo já está em negociações sérias com alguma companhia. Depois do Brasil, a Saputo também está interessada em acordos nos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, disse ele.

As ações da companhia de Montreal aumentaram 18% em 2016. As ações estão sendo comercializadas acima de médias históricas, à medida que os investidores antecipam mais aquisições, disse a analista do Edward Jones, Brittany Weissman. Mesmo assim, a forte competição está impulsionando os preços de aquisição para cima e os acordos podem ser difíceis de serem alcançados, disse ela.

A Saputo, cujos produtos incluem Dairyland Milk e Armstrong Cheese, reportou menores lucros trimestrais recentemente, citando menores preços mundiais para os ingredientes lácteos. No quarto trimestre, que terminou em 31 de março, a receita líquida caiu para C$ 141,2 milhões (US$ 111 milhões), ou 36 centavos de dólar canadense (28,3 centavos de dólar) por ação. No anterior, esse valor era de C$ 157,4 milhões (US$ 123,74 milhões) ou 39 centavos de dólar canadense (30,66 centavos de dólar) por ação. 

Excluindo itens de natureza não recorrente, os lucros foram de 41 centavos de dólar canadense (32,23 centavos de dólar) por ação, um pouco acima da média estimada pelos analistas, de 40 centavos de dólar canadense (31,44 centavos de dólar). 

Em 09/06/16 - 1 Dólar Canadense = US$ 0,78619
1,27196 Dólar Canadense = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são da Reuters, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

Diretor da IFCN cita 5 razões para a crise no mercado global de lácteos
O diretor da International Farm Comparison Network (IFCN), Torsten Hemme, citou cinco razões para a crise do preço enfrentada pelo mercado global de lácteos, durante a 17ª Conferência de Lácteos da IFCN, realizada em Ghent, Bélgica, de 6 a 8 de junho de 2016. Segundo ele, a indústria começou a entrar em crise gradualmente desde 2012. 5 razões: 
1. Altos preços globais dos alimentos animais e condições climáticas extremamente ruins contribuíram para a queda na produção de leite, que se tornou a razão para o crescimento no preço; 2. O crescimento no preço levou ao aumento da produção em 2013-14; 3. Em 2014-15, uma combinação de causas impactou a demanda no mercado global:
- Altos preços levaram à redução no consumo e substituição da gordura do leite;
- Desempenho econômico de quase todos os países mostraram decréscimo;
- A Rússia impôs um embargo a alimentos devido a motivos políticos;
- Consumo na China caiu;
- A Venezuela deixou o mercado global de lácteos. 4. Em 2015, a União Europeia (UE) aboliu as cotas de produção de leite, o que inspirou os produtores europeus a aumentar sua produção de leite; 5. A queda nos preços dos alimentos animais permitiu que os produtores fossem mais estáveis quando o preço do leite estava baixo. (As informações são do DairyNews.ru, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Porto Alegre, 09 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.284

 

   Seapi quer mais velocidade na adesão ao Sisbi

Na tarde desta quarta-feira (08/07), a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) realizou reunião com empresas do setor lácteo interessadas em aderir ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi), no auditório da Emater. "O que nós queremos é avançar com a máxima segurança possível, para que não se retroceda", pontuou o secretário da Agricultura, Ernani Polo. O dirigente propôs a criação de um cronograma de trabalho para ver o que pode ser feito para ter mais velocidade no processo de adesão ao Sisbi.

O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, destacou a ação do sindicato para auxiliar as empresas a aderir ao sistema. "É um assunto que interessa ao sindicato e que se está trabalhando com os associados. O Sisbi sempre foi defendido por nós e, mais do que nunca, as empresas têm que se dar conta que existe um regramento e um esforço para todos". 

O diretor geral da Relat - Laticínios Renner AS, Claudio Hausen de Souza, destacou a importância de aderir. "Nós temos que mostrar às empresas que, se elas não aderirem ao sistema, vão ficar por fora. Mas antes temos que ouví-las e entender as razões porquê não querem aderir. O Sisbi nada mais é que do que uma tentativa de recuperar o tempo perdido", pontuou. 

Até agora, os estados brasileiros que já aderiram ao Sisbi são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Minas Gerais e o Distrito Federal. Atualmente, no RS, há 47 empresas com CISPOA, que podem pleitear a referida adesão. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
 
 
Brasil renova com Argentina acordo para importação de leite em pó

Representantes brasileiros e argentinos do setor privado da cadeia produtiva de leite e derivados renovaram nesta semana o acordo para exportação de leite em pó da Argentina para o Brasil em um prazo de dois anos. O novo acordo prevê a cota máxima de 4,3 mil toneladas de leite em pó mensais, durante o período de junho de 2016 a maio de 2017, e 4,5 mil toneladas, de junho de 2017 até junho de 2018. 

O sistema de cotas, iniciado em 2009 para importação de lácteos da Argentina, traz benefícios aos dois países, reforçando seus laços comercias e trazendo previsibilidade ao cenário de importação de leite.

A negociação busca proteger o mercado nacional de surtos de importações de lácteos que possam impactar negativamente o setor. "Pela primeira vez, o acordo foi firmado para um período de dois anos, reforçando a previsibilidade e controlando de certa forma os impactos na balança comercial de lácteos", avalia o Coordenador da Câmara Temática de Leite, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Vicente Nogueira Netto.

Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, o acordo de cotas permite maior certeza com relação ao volume de importações da Argentina. "Após duas reuniões, realizadas na Argentina e no Brasil, nós conseguimos chegar a uma decisão que atendesse aos interesses dos dois países. Para muitos produtores, o acordo pode não ser interessante, mas para nossa cadeia de leite, é a alternativa que temos para minimizar os efeitos das importações", destacou Alvim.

A ata do acordo foi assinada durante reunião na sede da CNA, em Brasília. Além da OCB, participaram do encontro a Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL), membros dos governos do Brasil e Argentina e representantes de produtores de leite, de cooperativas brasileiras e de indústrias. (As informações são da CNA)

Queda na produção brasileira estimula a importação de lácteos

A queda na produção de leite no Brasil está gerando um cenário "ímpar", segundo especialistas do setor. Além de estimular as importações de lácteos, a menor produção provoca um recuo na disponibilidade per capita de leite no país.

Nos primeiros cinco meses do ano, as importações de lácteos do Brasil cresceram 51% sobre igual período de 2015, para 80,567 mil toneladas, a um custo de US$ 204 milhões (15,3% mais do que no mesmo intervalo um ano antes), de acordo com dados da Secex compilados pela consultoria especializada MilkPoint (ver quadro). 

E, mesmo com a ampliação das importações de lácteos, houve menor disponibilidade de leite por habitante. Conforme estimativas da MilkPoint, entre janeiro e maio, a disponibilidade foi de 47,6 litros (equivalente leite) por pessoa, 4,5% menos do que nos primeiros cinco meses do ano passado. "A falta de leite no mercado interno eleva as cotações domésticas e viabiliza as importações", observa Valter Galan, analista do MilkPoint.

Os principais exportadores para o Brasil são Argentina e Uruguai, países que também têm registrado menor oferta de leite. "A produção está em queda pelas mesmas razões que no Brasil. Houve aumento de custos na Argentina por causa da alta dos grãos. Além disso, tanto Argentina quanto Uruguai sofreram com problemas climáticos", afirma o analista. Na segunda-feira (06), o Brasil renovou o acordo com a Argentina para importação de leite em pó.

O recuo nos preços internacionais dos lácteos - por conta sobretudo do aumento da oferta na União Europeia - também explica a alta das importações, uma vez que o preço do produto estrangeiro está abaixo do valor daquele produzido no Brasil. Atualmente, o preço do leite em pó no mercado atacadista do Estado de São Paulo está em R$ 14,50 o quilo, segundo o MilkPoint. Como comparação, o produto importado, considerando o preço no último leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), sairia pelo equivalente a R$ 8,00 o quilo, segundo Galan. Ele considerou um preço de U$ 2.205 por tonelada e um dólar de R$ 3,60. Na prática, porém, Uruguai e Argentina têm vendido ao Brasil por valores bem próximos aos do mercado doméstico porque há escassez de oferta aqui, afirma.

Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos (que reúne empresas do segmento), diz que o mercado interno não está sendo suficiente para atender a demanda", afirma. Ele observa que estimativas indicam uma queda de 6% na oferta de matéria-prima no Brasil, após um recuo de 2,8% na produção em 2015. Nesse ambiente, há uma redução na disponibilidade de leite por habitante. Segundo Galan, o brasileiro está consumindo menos pois há menos oferta. Mas a crise econômica também afeta o consumo.

Se as importações estão aquecidas, o cenário é o oposto para as exportações, que caíram até maio. "A balança deve ter déficit porque o volume importado deve continuar a crescer", diz o analista. Martins, da Viva Lácteos, também avalia que a situação deve se manter "no curto prazo".

Apesar do cenário atual, as empresas de lácteos estão se estruturando para exportar quando houver melhores condições de demanda e preços, de acordo com o dirigente. Segundo ele, entre julho e setembro haverá três missões para habilitação de plantas para exportar lácteos ao Panamá, Bolívia e Chile. O Brasil também está adequando o certificado internacional para exportação à União Econômica Euroasiática, formada originalmente por Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão. Agora, Armênia e Quirguistão também fazem parte do bloco, daí a necessidade de adequação. O Brasil tem 26 unidades habilitadas a exportar ao bloco. Além disso, o processo da habilitação de oito unidades para exportação de lácteos à China também está em curso. (As informações são do jornal Valor Econômico)

Leite/UE

As principais regiões produtoras de leite da União Europeia (UE) deverão desacelerar o crescimento da produção nos próximos meses segundo a última estimativa do Observatório Lácteo da UE. No primeiro trimestre de 2016, os grandes países produtores aumentaram a produção em comparação com o primeiro trimestre de 2015 e, além disso, os incrementos de produção foram muito elevados. Especialmente, cabe destacar os aumentos da Holanda, 33%; e da Polônia, 18%. No caso da Espanha, o incremento da produção foi de 10%. Para o resto do ano, a previsão é de mudança na tendência, segundo as estimativas da Comissão Europeia, para os três trimestres restantes, a expectativa é de que alguns países reduzam a produção, como a Alemanha, o Reino Unido e a França (com baixas que variem entre 1 e 3%) ou que não aumentem, como a Polônia. Também haverá países que continuarão aumentando, mas o farão de forma mais comedida, com aumentos entre 1 e 2%, como é o caso da Dinamarca, Itália, Espanha e Irlanda. Assim sendo, no conjunto a previsão é de que entre abril e dezembro de 2016, a produção seja reduzida em 0,4%, o que representa, 350 milhões de litros de leite. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)
 

EUA têm menor saldo do agronegócio em 10 anos; o do Brasil cresce

Os Estados Unidos, um dos líderes mundiais em exportações no agronegócio, tiveram o menor saldo comercial no setor em uma década, quando comparados os dados do primeiro quadrimestre de cada ano. Essa perda de saldo ocorre devido ao volume menor de produtos exportados, associado a uma queda nos preços internacionais das commodities. Essa desaceleração mundial dos preços torna as receitas do setor ainda menores.

De janeiro a abril deste ano, as exportações dos EUA recuaram para US$ 40,7 bilhões, 13% menos do que em igual período do ano anterior, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O saldo do agronegócio de janeiro a abril foi de apenas US$ 1,27 bilhão. Em igual período de 2015, o valor era de US$ 7,9 bilhões, e, em 2014, de US$ 15,3 bilhões. Os meses de março e abril apresentaram déficit. Foi a primeira vez desde a década de 1970 -- conforme dados disponíveis pelo USDA -- que os norte-americanos tiveram dois meses seguidos de déficit na balança comercial do setor.

Ao contrário dos EUA, o Brasil está sendo salvo pelos volumes exportados. Com isso, apesar da queda externa do preço das principais commodities, o país ainda obtém saldo positivo. Nos quatro primeiros meses deste ano, o saldo brasileiro no setor de agronegócio somou US$ 24,1 bilhões, 18% mais do que em igual período do ano passado. (As informações são do jornal Folha de São Paulo)

Mapa cria grupo de trabalho para desburocratizar normas e procedimentos do setor

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou um grupo de trabalho (GT) para propor mudanças de normas e procedimentos, a fim de melhorar e agilizar as ações da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (03). A SDA é um dos pilares do ministério. A área cuida da sanidade e inspeção animal e vegetal, vigilância agropecuária e fiscalização de insumos, entre outros temas.

Segundo o secretário interino de Defesa Agropecuária, Guilherme Marques, o GT vai propor ações, por exemplo, para desburocratizar e dar agilidade nas exportações, por meio de mudanças nos processos de concessão de certificados e de documentos para liberação dos produtos agrícolas nos portos. Outro objetivo é criar certificados fitossanitários padrões com o mesmo objetivo de agilizar as vendas externas brasileiras, além de manter mercados.

O grupo de trabalho é formado cinco técnicos que trabalham em setores como sanidade vegetal, saúde animal, fiscalização de insumos pecuária e consultoria jurídica. E terá prazo de 30 dias, prorrogável por igual período, para apresentar o relatório final. O coordenador do GT é o secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki. (As informações são do Mapa)
 

Simpósio do Leite/RS
Representantes da cadeia produtiva do leite participam da 13ª edição do Simpósio do Leite e7º Fórum Nacional de Lácteos, no Parque da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (Accie). A qualidade do leite marcou o painel que teve a participação do engenheiro agrônomo e doutorando em Bovinos de Leite da Emater/RS-Ascar, Vilmar Fruscalso. O painel teve como moderador o doutor e chefe geral da Embrapa Gado de Leite (MG), Paulo Carmo Martins. Também participaram o chefe da divisão técnica do Senar/RS, João Augusto Araújo Telles, o representante dos Laticínios Bela Vista Ltda (Piracanjuba), Athaide Newman Rodrigues da Silva, e o professor e doutor, coordenador do Serviço de Análise de Rebanhos Leiteiros, da Universidade de Passo Fundo (UOF), Carlos Bondan. De acordo com Fruscalso toda a cadeia produtiva do leite é responsável pela qualidade do produto. Mas, segundo ele, a responsabilidade maior é do produtor, já que a higiene na ordenha e nas instalações são fatores primordiais para a qualidade do leite. "Já evoluímos, mas não o suficiente. Leite tem que ser produzido com segurança", destacou. (Emater/RS)
 

 

Porto Alegre, 08 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.283

 

   Mercado/Europa

O aumento da produção de leite no Noroeste Europeu diminuiu ligeiramente. Apesar dessa queda na taxa de crescimento na Europa o aumento global na oferta de leite é principalmente um problema europeu. A produção de leite nos Estados Unidos também cresce, no entanto, em abril, o crescimento foi menor que em fevereiro e março. Na Oceania, a temporada de leite encerrou.

 

Na Austrália a produção está muito baixa, diante das condições adversas do tempo. Na Nova Zelândia o fornecimento também caiu. Entretanto, o declínio foi menor que o esperado. O mercado parece, atualmente, um pouco mais otimista. Existem ligeiras correções para cima. O ponto de inversão ocorreu no meado de abril, depois que as cotações subiram em decorrência da ligeira expectativa de quebra no crescimento da oferta e aumento da demanda. Muito leite em pó desnatado foi comprado pelos estoques de intervenção. Enquanto isso o novo teto de 218.000 toneladas foi atingido. Em junho as compras serão por leilões. (LTO Nederland - Tradução livre: Terra Viva)
 
USDA: grande oferta de leite e produtos lácteos interfere na recuperação da Oceania
 
A recuperação na rentabilidade das fazendas leiteiras e na produção de leite na Oceania parece que ainda vai levar um tempo visto a grande oferta de leite e produtos lácteos. 

Pelo segundo ano consecutivo, os produtores de leite da Nova Zelândia estão de olho nos preços do leite - que estão muito baixos para cobrir totalmente os custos de produção -, de acordo com um relatório da Rede Global de Informações Agrícolas (GAIN) do Serviço de Agricultura Externa (FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

"Desde 2014, os produtores de leite da Nova Zelândia reduziram seus rebanhos para 4,93 milhões de cabeças, uma redução de 5% ou quase 250.000 cabeças", disse a economista do Daily Dairy Report, Mary Ledman, que também é presidente da Keough Ledman Associates Inc., Libertyville, Illinois. "Abates adicionais também são esperados, a menos que os sinais de preços para a próxima estação produtiva melhorem".

A combinação de menor rebanho leiteiro e menor lucratividade afetaram a oferta de leite da Nova Zelândia. "A produção de leite em 2016, de 20,9 milhões de toneladas, deverá ser 3% menor do que a produção em 2015, que foi 1,5% menor do que o pico de 2014", disse Ledman. Entretanto, ainda de acordo com ele, o desempenho de 2016 deverá ser levemente melhor do que o relatório GAIN de outubro de 2015, visto a produção mais favorável no primeiro trimestre de 2016 e a expectativa de maior produção no quarto trimestre deste ano. "Uma produção de leite mais favorável no final deste ano será contingente de melhores condições financeiras", completou. 

A Nova Zelândia domina a produção global de leite em pó integral, com 1,35 milhão de toneladas em 2015, quase 8% a menos que as 1,46 milhão de toneladas em 2014. Neste ano, o USDA prevê que a Nova Zelândia produza 380.000 toneladas de leite em pó desnatado, 10.000 toneladas a menos que em 2015 e 45.000 toneladas a menos do que em 2014. A produção de manteiga e gordura anidra do leite também está com tendência de queda -  de 580.000 toneladas em 2014 devendo chegar a 570.000 toneladas em 2016.

Embora o relatório GAIN afirme que alguns analistas de mercado achem que os preços do leite em pó integral serão os de mais rápida recuperação devido aos estoques globais muito limitados e à redução da produção na Nova Zelândia, maior exportador desse produto, os resultados do último leilão Global Dairy Trade (GDT) prenunciam somente aumentos modestos nos preços, de acordo com Ledman.

Na vizinha Austrália, os produtores também estão enfrentando preços muito menores e alguns verão preços menores por anos. A produção de leite deverá ser de 9,8 milhões de toneladas em 2016, menos do que a estimativa anterior do USDA, de 10 milhões de toneladas.

"As condições climáticas adversas e a recente queda significativa nos preços do leite prejudicaram a previsão para produção na Austrália e para o resto de 2016", disse Ledman. "No entanto, o USDA espera que o rebanho leiteiro australiano permaneça estável em 1,7 milhão de cabeças. Essa pode ser a esperança, dada a atual previsão do preço do leite e às penalidades de reembolso que os produtores que fornecem leite ao maior comprador da Austrália, Murray Goulburn, enfrentam. Esses produtores estão enfrentando três anos de avaliações para cobrir os pagamentos de 2015-16, que excederam a capacidade da companhia de cobrir os custos do leite". (As informações são do http://www.milkbusiness.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Agricultura brasileira terá programa para simplificar processos do comércio exterior
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou reunião nesta terça-feira (7), em São Paulo, com representantes do Centro Operador Econômico Autorizado do Agronegócio Brasileiro (OEA), para a elaboração de um projeto piloto para facilitar o comércio exterior do agronegócio brasileiro. 

O Operador Econômico Autorizado, fórum que reúne os órgãos aduaneiros, inclusive da Receita Federal do Brasil e do Instituto Aliança Pró Modernização do Comércio Exterior (Procomex), é um programa previsto pelo Acordo de Bali, que tem como fundamento simplificar os processos de comércio exterior para aumentar a previsibilidade das operações e a redução do custo-Brasil. O programa já existe em 63 países.

A reunião contou com a participação de fiscais federais agropecuários do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), de Brasília, dos portos de Itajaí/SC, Navegantes/SC, Paranaguá/PR, Pecém/CE e Santos/SP, dos aeroportos internacionais de Guarulhos-SP e do Galeão, no Rio de Janeiro, além de técnicos da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de São Paulo e do Serviço de Inspeção Federal em Lins/SP, Quilombo/SC e Capinzal/SC. (As informações são do Mapa)

Cai a obrigatoriedade da contratação do seguro rural para o produtor obter crédito

O poder público não poderá estabelecer nenhuma regra que obrigue o produtor a contratar o seguro rural para ter acesso ao crédito de custeio agropecuário. A medida faz parte da lei 13.195 publicada esta semana no Diário Oficial da União. 

A instituição financeira que exigir a contratação de apólice de seguro rural como garantia para a concessão de crédito rural fica obrigada a oferecer ao financiado a escolha entre, no mínimo, duas apólices de diferentes seguradoras. Pelo menos uma delas não poderá ser de empresa controlada, coligada ou pertencente ao mesmo conglomerado econômico-financeiro da credora. O intuito é coibir a chamada "venda casada" pelos bancos.

Segundo a lei, o agricultor pode escolher a apólice de mercado que lhe convier. "Caso o mutuário não deseje contratar uma das apólices oferecidas pela instituição financeira, esta ficará obrigada a aceitar aquela que o mutuário tenha contratado com outra seguradora habilitada a operar com o seguro rural", diz o texto.

O produtor interessado poderá pesquisar sobre a subvenção econômica ao prêmio do seguro rural no portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: http://www.agricultura.gov.br/politica-agricola/seguro-rural. (As informações são do Mapa)
 

China
As exportações da China caíram mais do que o esperado em maio devido à demanda fraca, mas as importações superaram as projeções, indicando melhora da demanda doméstica e somando-se às expectativas de que a segunda maior economia do mundo pode estar lentamente se estabilizando. As exportações caíram 4,1 por cento na comparação com o ano anterior, divulgou a Administração Geral da Alfândega, afirmando que o ambiente do comércio exterior continua sendo um desafio. As importações caíram 0,4 por cento na base anual, o 19º mês seguido de queda, mas a menor desde que passaram a cair em novembro de 2014. A melhora provavelmente refletiu os preços mais altos das commodities, mas também a melhora na demanda doméstica, no momento em que Pequim aumenta os gastos com grandes projetos de infraestrutura para sustentar o crescimento. O superávit comercial da China atingiu 49,98 bilhões de dólares em maio, contra expectativa de 58 bilhões e 45,6 bilhões de dólares em abril. Economistas consultados pela Reuters esperavam que as exportações em maio caíssem 3,6 por cento, duas vezes o ritmo de abril. Quanto às importações, a expectativa e de uma queda de 6 por cento, após recuo de 10,9 por cento em abril. (Reuters)

 

Porto Alegre, 07 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.282

 

   Balança comercial de lácteos: maio apresenta maior déficit dos últimos 16 anos

A balança comercial de lácteos teve um déficit de 22.208 toneladas em maio, 19,4% maior que o apresentado no mês anterior. Em valores, o déficit da balança de lácteos foi de US$ 51,2 milhões. O resultado é reflexo do baixo volume exportado aliado a volumes expressivos de importação.

Tabela 1. Exportações e importações por categoria de produto.
 
Fonte: MDIC

As exportações apresentaram aumento de 31,3% em volume e de 114,8% em valor. Em maio, foram exportadas 3,7 mil toneladas de produtos lácteos, contra 2,8 mil toneladas em abril. Na comparação com maio de 2015, no entanto, observa-se leve queda de 3,4% nos volumes exportados.

Já as importações, tiveram alta de 21% frente a abril. Com destaque para o leite em pó integral, com alta de 43% no volume importado, chegando a 17,7 mil toneladas importadas. Outros itens como soro de leite (+20%) e queijos (+16%) também apresentaram aumentos expressivos nos volumes internalizados. Por outro lado, as importações de leite em pó desnatado despencaram 45%, totalizando 1.700 toneladas.

As importações de leite em pó (tanto integral quanto desnatado), vieram, em grande parte, do Uruguai, país que foi origem de 77,5% das compras do produto no mês de maio. Outras 3,1 mil toneladas vieram da Argentina (16% do total) e 1,3 mil toneladas foram importadas do Chile (6,5% do total).

Analisando as quantidades em equivalente-leite (a quantidade de leite utilizada para a fabricação de cada produto), a quantidade importada foi de 201,4 milhões de litros em maio, aumento de 19,1% em relação a abril. Na comparação com maio de 2015, o aumento nas importações em equivalente-leite é de 107%. 

Já as exportações em equivalente-leite apresentaram aumento de 57,8% sobre o mês anterior, indo de 15,3 milhões de litros para 24,2 milhões de litros. Apesar da alta nas exportações, ao compararmos com 2015, o volume de maio é apenas 1,1% superior ao mesmo mês do ano passado.

Devido a isso, o saldo da balança comercial de lácteos foi negativo em 177,9 milhões de litros, o pior resultado desde janeiro de 2000, quando o saldo ficou negativo em 192,6 milhões de litros. (A matéria é da equipe MilkPoint, a partir de dados do MDIC)
 

UHT no atacado atinge R$3/litro e puxa preços do leite spot e produtor

Levantamento semanal do MilkPoint Mercado apontou que na primeira semana de junho o preço médio do leite UHT recebido pela indústria ultrapassou pela primeira vez na série o patamar de R$3/litro (série iniciada em agosto de 2014). 

 

Para o produtor, os preços também têm tido elevação: em maio, o preço bruto apurado pelo CEPEA/ESALQ chegou a R$1,27/litro na média Brasil. Tal valor é 13,4% superior ao preço deflacionado de maio de 2015.

Já o leite spot (o leite que é comercializado entre indústrias) apresentou alta ainda maior. No levantamento quinzenal realizado pelo MilkPoint Mercado, a média Brasil do leite spot ficou em R$1,71/litro nas negociações para a primeira quinzena de junho, valor deflacionado 30,6% acima do mesmo mês de 2015. Algumas negociações, inclusive, já passaram do patamar de R$1,80/litro em Minas Gerais.

A causa desse cenário é, basicamente, a menor oferta de leite, em função da baixa rentabilidade do produtor em 2015 e início de 2016 e de alguns problemas climáticos. Estima-se que o primeiro semestre esteja com 5 a 6% a menos de leite do que em 2015.

Devido a esse panorama, segundo o CEO da AgriPoint e sócio do MilkPoint Inteligência, Marcelo Pereira de Carvalho, "mesmo com a retração no consumo e aumento das importações, a disponibilidade de leite (em função da menor oferta) caiu mais do que a demanda, o que tem ajudado a elevar os preços de lácteos, em especial o leite UHT". 

Até mesmo o leite em pó industrial (embalagem de 25kg), que é o produto com maior volume de importação, iniciou junho com preços 33% acima do mesmo mês de 2015, já descontando os efeitos da inflação.

Valter Galan, sócio do MilkPoint Inteligência, também adiciona que "apesar da alta nos preços ao produtor, boa parte da receita adicional tem sido utilizada para compensar os aumentos nos custos de produção, o que faz com que o cenário futuro não aponte para grandes recuperações na produção, mesmo com preços expressivamente mais altos ao produtor." Em valores deflacionados, de junho de 2015 pra cá, o preço da saca de milho subiu 97% enquanto a soja subiu 33%, em valores deflacionados. (Milkpoint)

Como a Danone levou seus iogurtes da gôndola para as ruas

 
Kiteiras da Danone em Salvador: o volume de iogurtes que elas vendem já rivaliza com o do pequeno varejo

A vida do grupo de mulheres retratadas na foto ao lado mudou radicalmente nos últimos anos. Todas passaram a dividir parte de seu tempo na atividade de "kiteiras", mulheres de baixa renda que se dedicam a vender, no modelo porta a porta, kits de iogurtes da multinacional francesa Danone em bairros pobres da cidade de Salvador, onde vivem. É o caso de Itana Peixoto Rodrigues, de 39 anos. Ela mora com o marido e o filho de 8 anos num desses bairros, o Uruguai, e virou kiteira em março do ano passado. Até então, quem garantia o sustento da família era o marido, que recebe salário de cerca de 2 000 reais como padeiro.

Com a venda dos kits na vizinhança -- e os ganhos de 30% do valor do produto repassados pela Danone, líder desse segmento no Brasil --, Itana passou a embolsar cerca de 1 200 reais por mês. É com esse dinheiro, economizado ao longo dos últimos meses, que o casal planeja ampliar a fabricação caseira de bolos e tortas, outra fonte de renda da família. Outro exemplo é o de Ana Carla da Conceição, de 35 anos. Ela vende os kits da Danone há quatro anos e se revelou tão hábil na função que foi alçada pela empresa ao posto de "madrinha", responsável por gerenciar dezenas de vendedoras em troca de uma comissão extra de 3,5% sobre o total das vendas do grupo que ela gerencia.

Sua renda mensal é de cerca de 3 000 reais, e foi com ela que Ana Carla, mãe de três filhos, sustentou a família entre maio de 2015 e março deste ano, enquanto o marido, técnico em eletrônica, esteve desempregado. Antes de a história do iogurte começar, Ana Carla não era independente financeiramente e recebia ajuda do programa Bolsa Família. "Há muito tempo deixei de precisar do benefício", diz Ana Carla. Ela já não recebe o apoio do governo. Itana, Ana Carla e mais 897 kiteiras vendem hoje algo como 85 toneladas de iogurte da Danone por mês em Salvador. O volume representa 8% do total vendido pela empresa na cidade, a maior do Nordeste. Com isso, o canal porta a porta já rivaliza localmente com o pequeno varejo.

A expectativa da Danone é que o modelo de vendas se torne, no futuro, seu terceiro maior canal de vendas, abaixo apenas das grandes varejistas nacionais e locais. Motivados por esses números e ansiosos para fazer com que o porta a porta ganhe escala no resto do Brasil, os executivos da Danone iniciaram em maio um recrutamento semelhante na cidade de São Paulo, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 

Tudo começou em 2011, quando os executivos da Danone decidiram tornar comercialmente viável um modelo em que centenas de mulheres de baixa renda vendessem Danoninho e Activia nas favelas de Salvador. Isso, por si só, já seria um feito. Afinal, se vender para pobres fosse fácil, o guru de gestão e professor na Universidade Harvard C.K. Prahalad, morto em 2010, não teria vendido alguns milhões de livros ensinando grandes empresas a adaptar a esse público suas estratégias de mar¬keting e de distribuição de produtos.

Mas, além de vender para a chamada base da pirâmide, a Danone tinha a ambição de colaborar para a melhoria de vida dessas vendedoras. Pretendia, portanto, criar o que no jargão das ONGs e das companhias enfronhadas em questões sociais e ambientais vem sendo chamado de um "negócio inclusivo" ou "de impacto".

Persistência
Hoje, pode-se dizer que o projeto foi um teste de fogo para a Danone. "A empresa patinou muito, mas teve uma grande resiliência", diz Rogério Silva, sócio-fundador da Move, uma das mais respeitadas consultorias brasileiras em avaliação de impacto social. E só conseguiu fazê-lo, após uma saga de cinco anos, por ter decidido manter os investimentos, apesar dos problemas que desafiavam a viabilidade do canal de vendas. A iniciativa consumiu cerca de 2 milhões de euros, divididos entre a operação brasileira da Danone e o fundo Ecosysteme, criado pela matriz da empresa na França, em 2009, para impulsionar negócios inovadores com pessoas de baixa renda.

No Brasil, os recursos do Ecosysteme foram para outros três projetos além do Kiteiras. Entre eles o Novo Ciclo, que tem como propósito incentivar a profissionalização de 27 cooperativas de catadores de lixo em 23 cidades de Minas Gerais. A persistência da Danone teve uma recompensa -- o aval do BID. Entusiasta dos negócios de impacto e decidido a estimular projetos com essa característica em grandes empresas, o banco vinha observando a iniciativa da Danone há alguns anos. No ano passado, porém, comprometeu-se a doar recursos ao canal: 727.000 euros.

Mas impôs uma condição: para acelerar o ritmo de recrutamento das vendedoras, que vinha a passos lentos, a Danone teria de trabalhar nas periferias em parceria com a operação brasileira da Visão Mundial, ONG internacional que tem como bandeira melhorar a condição de vida de crianças e jovens ao fortalecer o trabalho de outras instituições sociais que já atuam nos bairros pobres das quase 40 cidades onde ela está. As duas partes ganhariam com o acordo. A Visão Mundial, de seu lado, poderia oferecer a milhares de mães uma nova oportunidade de geração de renda. Em troca, a Danone se beneficiaria ao obter para o Kiteiras o endosso de uma instituição social que conta com o respeito e a simpatia dessas comunidades.
"Essas alianças dão bons frutos e, nos últimos anos, nos tornamos hábeis em promovê-las", afirma Aminta Perez-Gold, especialista do BID. Com a parceria, entre julho e dezembro do ano passado o número de kiteiras em Salvador dobrou para quase 800 mulheres.

Com esse exército, mais de 80 toneladas de iogurte passaram a ser vendidas por mês na cidade, e a operação -- tanto para a empresa quanto para o distribuidor envolvido -- passou a fazer sentido financeiramente. Neste mês, a ONG também começou a apoiar a Danone no lançamento do canal em São Paulo -- mais precisamente na zona zul da capital, onde a Visão tem forte presença. Ao usar os conceitos testados em Salvador, os executivos da Danone esperam dar mais celeridade ao projeto na nova fase. O primeiro desafio enfrentado pela empresa na iniciativa foi fruto de uma presunção: os executivos acreditaram que bastava propagandear a iniciativa com carros de som e distribuir panfletos em locais de grande circulação, como terminais de ônibus, que a força da marca atrairia rapidamente um exército de vendedoras nas periferias de Salvador. Estavam errados.

O problema é que as mulheres estavam acostumadas à venda porta a porta com catálogo de itens como cosméticos, e não entendiam bem como isso poderia funcionar com um alimento perecível. Imbuída da missão de influenciar positivamente a vida dessas mulheres, a Danone tinha definido que, se quisessem ser vendedoras, elas teriam de passar, obrigatoriamente, por uma batelada de treinamentos gratuitos com foco em empreendedorismo e gestão, e estava convicta de que isso também seria um chamariz para a iniciativa. Mais uma vez, a empresa se equivocou.

Para ajudá-la no quesito treinamento, a Danone contratou os serviços da Aliança Empreendedora, ONG brasileira com experiência em prover esse tipo de formação para microempreendedores de baixa renda. Em seu primeiro formato, o curso obrigatório para as kiteiras tinha uma carga horária de 32 horas, divididas em dois encontros semanais ao longo de dois meses. Danone e Aliança, porém, logo depararam com a baixíssima adesão das mulheres. A saída foi retirar a obrigatoriedade da presença das vendedoras em todos os módulos, reduzir à metade a carga horária e ampliar a oferta de horários e locais em que eles podiam ser feitos. Também não funcionou.

Ao longo de cinco anos, Danone e Aliança mexeram inúmeras vezes no formato do treinamento presencial na tentativa de torná-lo mais atraente aos olhos das kiteiras, mas não foram bem-sucedidas. Ao final desse processo de tentativa e erro, no entanto, aprenderam que as mulheres, em sua maioria, têm baixa escolaridade e se sentem intimidadas com a ideia de absorver qualquer conhecimento novo fechadas numa sala de aula. Além disso, participar dos treinamentos também implica superar dificuldades de cunho prático, como contar com alguém para buscar os filhos na escola e conseguir chegar aos locais das aulas usando o transporte público precário da cidade. Por isso, agora a Aliança está apostando nas tecnologias digitais e trabalhando na produção de uma série de vídeos curtos, aos quais as kiteiras poderão assistir no computador ou no celular. 

A Danone ainda enfrentou outro contratempo com o projeto: a dificuldade de encontrar um distribuidor apto a intermediar a relação comercial delicada da empresa com essas vendedoras e a encarar uma operação de entrega de produtos extremamente pulverizada em 122 bairros de Salvador, muitos deles considerados violentos. Tudo isso em troca de uma margem de lucro apertada. "Hoje sabemos que o distribuidor desse canal não deve ter apenas uma gestão afinadíssima do negócio, mas também uma veia social aflorada", afirma Mauro Homem, gerente de sustentabilidade da Danone. Ele se refere à disposição de ir à favela e conhecer de perto as dificuldades dessas mulheres.

A baiana Raquel Macedo de Freitas Guimarães, de 43 anos, dona da empresa de distribuição Qualikits, aceitou o desafio de fazer entregas dos kits de iogurte para as vendedores em 2014. De lá para cá, sua empresa se dedica exclusivamente às entregas. Antes da Qualikits, porém, outros dois distribuidores da Danone desistiram de fazer as entregas. Nos primeiros anos, as taxas de inadimplência chegaram a 17%; e a rotatividade das kiteiras, a até 35%. Para reduzir o problema dos maus pagadores, a distribuidora deixou de vender com boletos e passou a aceitar dinheiro ou cartão. Hoje, o índice de entrada e saída de mulheres é de 15%, considerado baixo por especialistas no mercado de venda direta.

"Nas empresas de cosméticos, essa rotatividade chega a ser duas vezes maior", diz Cláudio Oporto, consultor especializado no setor. Na fase paulistana, a Danone já credenciou dois distribuidores e outros três estão sendo preparados. Todos terão dedicação exclusiva, como se provou eficaz em Salvador. Outras táticas, como a emissão de boleto, serão novamente testadas em São Paulo. Novas surpresas virão pela frente. Mas ninguém disse que seria fácil: estruturar um negócio de impacto em alguns dos bairros mais complicados das metrópoles brasileiras é mesmo uma empreitada. O ganho, no fim, compensa -- para a Danone e para algumas centenas, quem sabe milhares, de famílias da base de nossa pirâmide social. (Revista Exame)

 
Custo de produção da pecuária leiteira não dá trégua
O Índice Scot Consultoria de Custo de Produção para a pecuária leiteira teve aumento de 0,3% em maio, na comparação com abril último. As quedas no preço dos combustíveis e óleos lubrificantes contribuíram para o menor incremento do índice, em relação aos meses anteriores. Já os preços dos alimentos concentrados e suplementos minerais em alta continuam elevando os custos de produção neste período de entressafra e menor qualidade das pastagens. Na comparação com igual período do ano passado, os custos subiram 30,1% para a pecuária leiteira de alta tecnologia. (Revista Globo Rural)
 

 

Porto Alegre, 06 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.281

 

   Seapi e setor leiteiro negociam georreferenciamento

Reunião do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira (CTOPL) do Fundesa debateu, nesta segunda-feira (6/6), na sede do Sindilat, a questão do georreferenciamento da produção de lácteos no Rio Grande do Sul. Na ocasião, o coordenador do setor de Informações do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura (Seapi), Eduardo Vergara, pontuou a possibilidade de se estabelecer um sistema de intercâmbio que viabilize ao Estado unir em apenas um banco de dados as informações sobre a produção de leite por produtor, bem como os dados sobre a industrialização de empresas de inspeção estadual e federal. Esse trabalho pode ser viabilizado, ponderou ele, com apoio da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que reúne dados nacionais do setor e é abastecida diariamente pela secretaria.  O tema voltará a ser debatido na próxima semana com a Seapi e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), instituição responsável pelo primeiro Geoleite, georreferenciamento do setor realizado em 2009.  

Apesar das dificuldades de verba e pessoal, Vergara mostrou-se aberto a debater com o setor leiteiro a questão. Pontuou ainda a importância de as empresas auxiliarem nesse processo, fornecerem seus dados, e que o setor defina e informe à Seapi que tipo de relatórios são relevantes para embasamento da atividade para que, então, a ferramenta seja desenvolvida. 

Vergara ainda salientou as ações que estão sendo realizadas com a avicultura e a suinocultura e pontuou as dificuldades vivenciadas para ampliar esse trabalho para outros setores como a bovinocultura leiteira. "Não temos perspectiva de desenvolvimento de uma ferramenta com novas funcionalidades por questões financeiras e de pessoal". Vergara pontuou a dificuldade de manter o cadastro atualizado dos animais existentes no Estado uma vez que nem todos os criadores comunicam mudanças ao sistema oficial. Ele destacou a dificuldade de relacionar os produtores que entregam leite para empresas com SIF, mas que não têm cadastro junto às inspetorias estaduais. Segundo ele, a ideia é que as empresas ajudem nesse trabalho de forma a autorregular e abastecer o sistema. Em um segundo momento, a ideia é oferecer relatórios individuais por empresa e dados setoriais. Contudo, para isso, pontua ele, é preciso desenvolver a ferramenta. 

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontuou as peculiaridades que a implementação da Lei do Leite trará ao setor e como a nova legislação amplia a importância do georreferenciamento para criar um banco de dados preciso e confiável.  "Nosso objetivo é trabalhar em parceria. Por isso, resolvemos falar com a secretaria sobre a atual situação para saber como podemos avançar juntos", frisou, lembrando que o alto contingente de produtores e empresas atuando no ramo leiteiro dificulta o trabalho. Uma das ideias é utilizar os Coredes para compilar esses dados. "O Estado tem que ter essa informação para definir políticas e ações de desenvolvimento para toda a cadeia". (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Carolina Jardine
 
Simpósio do Leite de Erechim irá debater qualidade do leite

 
A 13º edição do Simpósio do Leite, que ocorre na quarta e quinta-feira (8 e 9/6) em Erechim (RS), reunirá importantes nomes do setor para debater a qualidade do produto brasileiro. No primeiro dia de evento será realizado o tradicional Fórum Nacional de Lácteos, que contará com a mediação do doutor e chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, de Minas Gerais, Paulo Carmo Martins. A programação ainda inclui cinco palestras e a Mostra de Trabalhos Científicos
 
Para debater o "Cenário da qualidade do leite no Brasil e visão da indústria e produtores e ações governamentais em prol da qualidade do leite", tema da 7º edição do Fórum, estarão presentes o deputado federal Alceu Moreira, o chefe da Divisão Técnica do Senar-RS, João Augusto Araújo Telles, o assistente técnico regional da Emater-RS na Área de Criações, Vilmar Fruscalso, e a gerente de Qualidade de Leite Cru do Laticínios Bela Vista, Athaide Newman Rodrigues da Silva.

O Sindilat é um dos apoiadores do evento, que tem início às 14h30, no Polo de Cultura, do Parque da Accie, em Erechim. As inscrições para participar das atividades do Simpósio podem ser realizadas pelo site simposiodoleite.com.br ou também no início de cada dia de evento. O investimento é de R$ 100,00. Mais informações pelo email contato@simposiodoleite.com.br ou pelos telefones (54) 9691-8408 e 9680-1635. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Produção no país cresceu menos em 2015

O crescimento da produção de queijos no Brasil perdeu fôlego em 2015. Depois de aumentar a taxas entre 8% e 9% em anos anteriores, o avanço foi bem mais modesto, de 2,9%, no ano passado sobre 2014 e alcançou 1,105 milhão de toneladas, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq). O número se refere aos queijos produzidos por empresas com SIF (Serviço de Inspeção Federal). A desaceleração tem duas razões, de acordo com a entidade: a escassez de leite no Brasil em 2015 e a queda no consumo no segundo semestre do ano passado em decorrência dos efeitos da crise econômica na renda da população brasileira.

A Abiq mantém cautela sobre as estimativas para este ano. No entanto, as previsões iniciais indicam estabilidade na produção ou mesmo uma "eventual queda". Isso porque o cenário de falta de matéria¬prima no país para produzir lácteos persiste assim como a demanda mais restrita por parte do consumidor. A associação, que reúne 60 empresas de queijos do país, pondera que o consumo do produto costuma crescer no período de inverno, o que também poderia influenciar a produção. A despeito da recente perda de "dinâmica" no consumo de queijos no Brasil, o CEO da Lactalis do Brasil Marek Warzywoda, avalia que "existe um potencial gigante para ampliar essa categoria" no mercado nacional. 

Os números do consumo per capita corroboram essa avaliação. Enquanto no Brasil, foram 5,4 quilos per capta ano passado, em países como Chile e Argentina, a demanda por habitante supera os 10 quilos, observa o executivo. Ele nota ainda que a maior parte do consumo no Brasil está focada em queijos básicos, como mozzarella em peça, queijo prato e requeijão. A Lactalis, no entanto, está focada em queijos finos, de maior valor. "Queremos desenvolver essas categorias [queijos finos] aqui no Brasil", afirma. Conforme os dados da Abiq, a mozzarella representa cerca de 30% da produção total de queijos no Brasil. Já os queijos finos têm uma fatia bem menor, de 6,5%. Levantamento da Eumonitor mostra que as vendas de queijos no varejo nacional em 2015 somaram R$ 19,406 bilhões. (Valor Econômico)
 

Lactalis já briga pela liderança em queijos

Desde que chegou ao Brasil em agosto de 2013, a francesa Lactalis deu sinais claros de que tinha grandes ambições para o mercado de queijos do país. Quase três anos depois, a companhia ¬ fundada em 1933 em Laval, na França, como uma pequena fábrica de queijos artesanais ¬ dá passos importantes para buscar se consolidar como líder no segmento no Brasil. A empresa, que em 2013 comprou a Balkis e no ano seguinte os ativos de lácteos da BRF e fábricas da LBR, iniciou no país a produção de mozzarella fresca com a marca Galbani, tradicional na Itália e em outros países europeus. Além disso, está começando a fabricar queijos mozzarella e prato, em peça, com a reconhecida marca francesa Président em unidades brasileiras. Embora o mercado para a mozzarella fresca seja mais restrito, o início da produção das duas marcas internacionais no Brasil é o sinal mais visível da importância que o país tem na estratégia da companhia francesa, maior produtora de queijos do mundo, com faturamento global de € 16,5 bilhões em 2015. A mozzarela fresca está sendo produzida na fábrica da Lactalis em Santo Antônio do Aracanguá (SP). Já os queijos mozzarela e prato, em peça com a marca Président, são fabricados nas plantas de Ijuí e Três de Maio, ambas no Rio Grande do Sul, e também na unidade paulista. 

O CEO da Lactalis do Brasil, o polonês Marek Warzywoda, é econômico nas informações sobre as novas linhas de produção no país, mas não esconde o entusiasmo com o potencial de crescimento no mercado brasileiro de queijos. "O grupo tem uma ambição gigante (...) de ser o número um em queijo no Brasil. É exatamente o que o grupo está fazendo no mundo todo", afirmou em entrevista ao Valor. Segundo ele, para garantir essa posição no país, a Lactalis prevê investimentos por um período de cinco anos. O montante do aporte, porém, o executivo não revela. Para produzir a mozzarella fresca Galbani no Brasil, a Lactalis reorganizou a fábrica de Santo Antônio do Aracanguá, onde foram instalados equipamentos importados da Itália. Warzywoda diz que o plano do grupo francês é seguir no Brasil a mesma estratégia introduzida em outros países em que a empresa está. A Lactalis adquiriu a Galbani, líder em queijos na Itália em 2006. Hoje, o grupo francês tem 20 fábricas no mundo produzindo itens da marca italiana. "A estratégia é ter uma produção local, fabricar aqui uma parte de portfólio Galbani, de produtos frescos, e ao mesmo tempo importar outros queijos da marca produzidos na Itália, como o grana padano", explica. A crise no Brasil não amedronta a Lactalis. De acordo com Warzywoda, o interesse pela mozzarella fresca cresce no mundo todo, independentemente da situação macroeconômica. "Temos certeza de que existe um mercado para esse produto. O que está em análise é como esse mercado vai se desenvolver. Sabemos que temos grande oportunidade com esse tipo de queijo, mas temos de analisar a velocidade de desenvolvimento dessa categoria aqui no Brasil". Numa primeira etapa, a capacidade de produção de mozzarella fresca com a marca italiana no Brasil será de 300 a 400 toneladas para um período de 12 meses. Mas o executivo avalia que haverá espaço para volumes maiores e diz que a empresa tem flexibilidade para produzir mais se houver demanda. 

O produto será vendido no varejo e no food service. Inicialmente, será distribuído no Estado de São Paulo, mas o plano é ter distribuição nacional. Sobre a produção de mozzarella e queijo prato com a marca Président no país, o CEO da Lactalis do Brasil, novamente, revela pouco. Foram necessários investimentos em equipamentos nas unidades e feitas adaptações em linhas já existentes, diz. O alto consumo do mozzarella no país surpreende Warzywoda, que admite que a capacidade de produção desse item é elevada. "Temos possibilidade de produzir em três fabricas, mas flexibilidade para nos adaptarmos à demanda". Segundo ele, os dois produtos se enquadram na categoria commodities e serão comercializados no varejo, em peça para fatiamento ou já fatiados, em todo o país. Os queijos finos da marca Président, como brie, camembert, continuarão a ser importados da França. A visão da Lactalis, afirma Warzywoda, é que "para ser número 1 no mercado de queijo local, é preciso ter a possibilidade de produzir marcas locais mas também internacionais nesse mercado". Ademais, é preciso "aproveitar a oportunidade de usar matéria¬prima local, para ter competitividade", acrescenta. De fato, a decisão de passar a produzir queijos mozzarella e prato com a marca Président no Brasil era uma passo natural para a Lactalis. Isso porque, ao adquirir os ativos de lácteos da BRF, foi acordado que a francesa usaria a marca Sadia para esses queijos por um período determinado. Quando essa transição acabar, a marca Sadia não será mais utilizada pela Lactalis em seus queijos. No setor, a estimativa é de que a Lactalis já seja a líder em volume no mercado de queijos do Brasil. Em valor, porém, a empresa fica atrás da Bongrain, que produz queijos com a marca Polenghi, e é controlada pela também francesa Savencia Fromage & Dairy. De acordo com a Euromonitor, a Bongrain teve uma participação de 10,5% do valor das vendas de queijos no varejo em 2015, que somou R$ 19,406 bilhões. A Lactalis ficou com 8,2% desse total. O Laticínios Tirolez foi o terceiro, com 4,9%. 

O valor não considera vendas no food service. Segunda maior na captação de leite no país, a Lactalis produz queijos em cinco de suas 17 fábricas de lácteos no Brasil e tem duas marcas locais para esse produtos, Balkis, focada em São Paulo, e Boa Nata, com presença em Minas Gerais e Rio de Janeiro, principalmente. No mundo, a francesa, que é dona da Parmalat, tem mais de 200 unidades de produção em 42 países, e captou 15,6 bilhões de litros de leite em 2015. (Valor Econômico)

 
Seapi inaugura laboratório

A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) inaugurou ontem seu novo Laboratório de Triagem, com capacidade de armazenamento de até 100 mil amostras de material biológico veterinário para análises de sanidade animal. Segundo o secretário Ernani Polo, o empreendimento tornou-se possível graças à parceria com o Fundesa, que participou da reforma da estrutura com R$ 55 mil. "Vamos receber, conferir e encaminhar todas as amostras que necessitem de análise, aprimorando nosso serviço na área sanitária", afirmou o secretário, que anunciou a disponibilização de um veículo exclusivo e equipado para o transporte desses materiais. O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da secretaria, Marcelo Göcks, comemora a inauguração do laboratório, cujas funções já vinham sendo feitas pela seção, mas sem as condições adequadas. As amostras coletadas eram armazenadas em geladeiras distribuídas nas salas do próprio departamento. "Agora teremos tecnologia de resfriamento em local próprio e oito servidores habilitados a conferir essas amostras e enviá-las para os laborató- rios de análises ou rejeitá-las, no caso de estarem impróprias, e exigirem novas coletas", explica. Para o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, a participação do fundo é o reconhecimento da necessidade de qualificação da defesa sanitária. "A iniciativa privada tem interesse em contribuir para melhorar este processo", afirmou. (Correio do Povo)

 
 
Lableite Acreditado
A Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, obteve no final de maio a acreditação pelo Inmetro de seu Laboratório de Qualidade do Leite (Lableite). Fundado em 2005, o centro qualifica por mês até 10 mil amostras de leite produzido n a região. " A acreditação dá visibilidade ao laboratório e eleva seu padrão de confiabilidade", diz a coordenadora, Maria Edi Ribeiro. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 03 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.280

 

  Entidades pedem decreto para regulamentar fatiamento

Lideranças de diversas entidades do setor produtivo e varejista estiveram na manhã desta quinta-feira (2/6) na Secretaria Estadual de Saúde para pedir ao secretário João Gabbardo dos Reis que edite um decreto que regularize a situação dos estabelecimentos que fatiam produtos lácteos e embutidos. Participaram do encontro o secretário da Agricultura, Ernani Polo, o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, e o diretor-executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, entre outras autoridades. (Assessoria de Imprensa)
 
 

Brasília FestLeite 2016 

A Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios - G100 promoveu a edição simplificada do 2º Brasília FestLeite, que foi realizado ontem, comemorando o Dia Mundial do Leite. O Presidente do G100, eleito recentemente, Pedro Augusto F. Guimarães abriu o evento, e junto com Cesar Helou, Diretor da Piracanjuba e Conselheiro do G100, foram os anfitriões do evento.

O representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic abordou o tema: Leite e Produtos Lácteos na nutrição humana, no Mundo. Como entidade responsável pela instituição do Dia Mundial do Leite, a FAO desenvolve inúmeros trabalhos para o incentivo da produção e consumo de leite, como forma de combater, simultaneamente, a pobreza e a desnutrição, principalmente em comunidades carentes.

 

Nilson Muniz, Diretor-Executivo da ABLV (Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Viva) falou sobre "A Conjuntura do Leite no Mundo e no Brasil". O setor lácteo está passando por uma das maiores crises da sua história ao nível mundial, não somente no que se refere ao desequilíbrio entre a oferta e a demanda, mas também por enfrentar uma crise econômica longa e profunda, que se arrasta desde 2008.


 
A Frente Parlamentar em Defesa da Bovinocultura do Leite, através de seu presidente, Deputado Celso Maldaner, aproveitou a oportunidade para mostrar o andamento dos projetos de interesse do setor lácteo no Congresso Nacional. Paulo Martins, da Embrapa Gado de Leite, aproveitou para divulgar o Sistema de Inteligência e Monitoramento Temporal e Espacial da Qualidade do Leite (SIMQL), desenvolvido pela Embrapa. Esse monitoramento pretende construir um banco de dados com os resultados das análises de leite feitas no país.

Com isso, será mais fácil detectar regiões, ou mesmo condições de produção que alteram a qualidade do leite. O Sistema foi lançado no início do mês de maio e estará sendo implantando em uma parceria da Embrapa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
 
Após os debates, as associadas do G100, Piracanjuba e Tirolez, receberam os convidados do evento para degustação de produtos. Alan Bojanic também distribuiu aos participantes o livro: Leite e produtos lácteos na nutrição humana, tradução para o português do original: Milk and dairy products in human nutrition. (Terra Viva)

Grupo inicia estudos para aumentar plantio

O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, propôs a meta de aumentar em 13% a área cultivada com milho no Rio Grande do Sul em reunião com representantes de toda a cadeia produtiva e consumidora do grão, ontem, em Porto Alegre. Inspirada no modelo que está sendo implantado pela Secretaria de Agricultura de Santa Catarina, a iniciativa prevê a criação de um pacote de insumos -- sementes, custos e seguro agrícola estariam incluídos --, subsidiado pela indústria e cerealistas, e o estabelecimento de um preço futuro para o grão. O produtor contrataria o pacote e pagaria com a colheita. "Criamos um grupo de trabalho que vai se reunir novamente sexta-feira para dar andamento à discussão, já em nível técnico, de como implementar o modelo. Foi uma proposta que animou os entes ligados à cadeia produtiva", comentou Polo. "Isso deve amenizar o déficit de milho que o Estado vem enfrentando nos últimos anos", previu. O secretário destacou que o programa realça o papel do milho na rotação das culturas e no melhoramento do solo. Segundo Polo, é preciso criar uma alternativa para equilibrar o setor com incentivo à produção de milho, ao aumento da área plantada e ao abastecimento do grão para quem precisa. 

O presidente da Fecoagro, Paulo Pires, afirma que as últimas duas safras gaúchas de milho registraram um volume pouco maior que 5 milhões de toneladas cada, sendo que a estimativa de consumo do grão no Estado está entre 6e7milhões de toneladas, com um déficit anual de cerca de 1,5 milhão de toneladas. "A cadeia do milho no Estado é importantíssima, pois está ligada às produções de leite e carnes. Tivemos o primeiro contato com a proposta, que deve propiciar um crescimento conjunto de todo o setor", comentou Pires. 

O dirigente ressalta, entretanto, que é importante manter um preço atrativo ao produtor, ou este terá todo o direito de direcionar sua colheita à exportação. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, elogiou a iniciativa da Secretaria de Agricultura. "É necessário aumentar a área plantada e a produtividade. Além disso, é importante para o Estado manter o milho aqui dentro, o que vai ampliar significativamente o recolhimento do ICMS", avalia. (Correio do Povo)

Rússia estenderá embargo à UE até o final de 2017

O embargo russo aos produtos alimentícios da União Europeia (UE) se estenderá até o final de 2017, mas a lista de alimentos banidos ou países afetados não mudará de acordo com um projeto de decreto do governo. Ele não pretende ampliar a lista de alimentos proibidos, que atualmente afeta frutas, vegetais, carnes vermelhas, carne de aves, peixe, leite e lácteos, nem aumentar os países afetados pelo embargo, disse o ministro da Agricultura, Alexander Tkachev.

"O Ministério da Agricultura da Rússia já começou a preparar um projeto de decreto fornecendo extensão às medidas de resposta até o final de 2017. A lista de produtos agrícolas não deverá expandir, estamos falando apenas de estender a duração". O embargo deveria terminar no final do verão (europeu) desse ano.

O projeto de decreto será enviado ao presidente, Vladimir Putin, para aprovação. "O embargo atualmente está efetivo até o final de agosto", disse o Primeiro Ministro, Arkady Dvorkovich. "Eu acho que esses documentos serão aprovados, a menos que mudanças miraculosas ocorram na geopolítica".

Ele disse que a extensão do embargo significa "boas notícias para os produtores agrícolas domésticos". Entretanto, um relatório da Comissão de outubro de 2015 descobriu que os produtores russos não estão sendo capazes de acompanhar a demanda por certos produtos, notavelmente queijos e lácteos. "Do lado da demanda, o consumo russo e as importações continuam abaixo das do ano passado, porque a Rússia não pode compensar a redução nas importações de queijos dos países 'banidos' nem importando mais de outros países e nem produzindo mais domesticamente".

"Recentemente, plantas de processamento na Nova Zelândia receberam autorização para exportar novamente à Rússia, mas nenhum fluxo importante de queijos é esperado. Parece que a produção de 'queijos' análogos mais baratos (baseados em proteínas lácteas e gorduras vegetais) está sendo desenvolvida".

De acordo com dados da UE, as exportações à Rússia caíram 43% - uma perda de cerca de €4,4 bilhões (US$ 4,90 bilhões) - entre agosto de 2014 e junho de 2015 comparado com o mesmo período do ano anterior, embora essas perdas tenham sido de alguma forma compensadas pelas maiores exportações a outros países, como Estados Unidos, China, Hong Kong, Coreia do Sul e outros mercados asiáticos.

Em novembro do ano passado, a analista do Euromonitor, Kinda Cheib, disse que Itália, Espanha, França e Reino Unido provavelmente perderiam menos de 1% em receitas de exportação devido à continuidade do embargo, com os países menores sendo mais afetados. "Países menores como Estônia deverão ser os mais impactados. O país deverá registrar queda de 16% nas receitas de exportações". Em agosto do ano passado, a Rússia estendeu o embargo, incluindo Islândia, Liechtenstein, Albânia e Montenegro.

Em 2013, a Rússia era o segundo destino mais importante de alimentos agrícolas para países europeus, representando cerca de €11,6 bilhões (US$ 12,93 bilhões). 

Em 02/06/16 - 1 Euro = US$ 1,11503
0,89672 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do Foodnavigator.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Seapi e CCGL firmam acordo

A Secretaria de Agricultura (Seapi) e a CCGL firmaram, ontem, termo de cooperação para a certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose. A meta é atingir, em dois anos, todo o rebanho que fornece leite para a cooperativa, que inclui 40 mil vacas nas regiões Central, Serra e Noroeste. Segundo o secretário Ernani Polo, outras 15 empresas devem assinar acordos semelhantes em breve. O Estado conta com 500 propriedades credenciadas como livres das duas doenças. (Correio do Povo)

 

Porto Alegre, 02 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.279

 

  Sindilat participa de encontro sobre desafios do setor para os próximos 20 anos 

Adaptação às mudanças climáticas, geração de valor, sustentabilidade, qualidade de vida e apoio à construção de políticas públicas são os cinco desafios do setor lácteo para os próximos 20 anos. As diretrizes foram listadas nesta quinta-feira (2/6), durante workshop realizado pela Embrapa Clima Temperado. O encontro, que ocorreu na Estação Terras Baixas, em Capão do Leão (RS), reuniu representantes de instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação e entidades da cadeia produtiva do leite. 

Durante o evento, foram apresentados os principais projetos desenvolvidos pela instituição por meio do Sistema de Pesquisa e Desenvolvimento em Pecuária Leiteira (Sispel), que comemora 20 anos de atividades em 2016. "Foi um importante encontro para tomarmos conhecimento dos projetos que a Embrapa já desenvolveu e também para discutirmos a construção de novos projetos que levem em conta as necessidades do campo e da indústria", destacou o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, citando a importância das empresas manterem o foco em inovação, sustentabilidade e competitividade, respeitando os valores e tendências de uma economia globalizada. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

 

Anvisa mantém prazo para indústrias identificarem alergênicos no rótulo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve o prazo para as empresas alimentícias especificarem em seus rótulos os ingredientes que podem provocar alergia, como leite, soja, amendoim e trigo. A decisão ocorreu durante reunião da diretoria colegiada realizada na manhã desta quarta-feira (1/6), em Brasília/DF. Com o pedido de prorrogação da RDC 26/2015 negado por unanimidade pelos componentes do colegiado da agência, as indústrias têm até o dia 2 de julho para se adequar às exigências com novas embalagens ou utilizar adesivo com as informações adicionais sobre os riscos de alergia. 
 Presente ao encontro, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontuou que as empresas associadas ao Sindilat já possuem cerca de 90% dos seus rótulos ajustados à resolução. "O número de embalagens que ainda precisam ser ajustadas é relativamente pequeno", destacou. 

Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o assunto será levado para debate entre os associados para estudo das ações cabíveis para minimizar o impacto da medida para os laticínios gaúchos. Uma das hipóteses em estudo é a orientação para o uso de etiquetas que indiquem a presença de alergênicos nas embalagens, o que evitaria o descarte do material já confeccionado e estocado. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Fonterra anuncia previsão de preço do leite para a estação de 2016/17

A Fonterra Co-operative Group Limited anunciou na semana passada a previsão de abertura do preço do leite, de NZ$ 4,25 (US$ 2,84) por quilo de sólidos do leite - equivalente a NZ$ 0,35 (US$ 0,23) por quilo de leite - para a estação de 2016/17, o que denota um aumento de 35 centavos (23,41 centavos de dólar) com relação à previsão para a estação atual.

O presidente da Fonterra, John Wilson, disse que a previsão leva em conta uma série de fatores, incluindo a alta taxa de câmbio do dólar neozelandês com relação ao dólar americano, os volumes fornecidos de outras importantes regiões produtoras de leite, os atuais níveis de estoques globais e a previsão econômica de importantes importadores de lácteos.

"As condições nas fazendas são muito desafiadoras. A força do balanço patrimonial da cooperativa está nos permitindo aumentar a taxa de avanço na primeira metade da nova estação. Também traremos pagamentos adiantados para essa estação. Isso fornecerá certa assistência com os fluxos de caixa nas fazendas. Estamos fazendo isso enquanto continuamos com nossas políticas e mantemos nossa disciplina financeira", comentou John. 

Segundo ele, o dólar neozelandês está relativamente alto e atualmente está impactando os preços do leite e as previsões. "Esperamos que os preços globais dos lácteos melhorem gradualmente durante a estação à medida que os produtores do mundo todo reduzem a produção em resposta aos menores preços do leite. Entretanto, continuamos pedindo cautela com os orçamentos nas fazendas", completou.  

O diretor executivo da Fonterra, Theo Spierings, disse que os fundamentos de longo prazo para os lácteos globais continuam positivos com a demanda devendo aumentar em 2% a 3% por ano devido à crescente população mundial, aumento das classes médias na Ásia, urbanização e fatores demográficos favoráveis".

"Além da desaceleração no crescimento da oferta global, estamos vendo as importações em importantes mercados de lácteos melhorando em comparação com o ano anterior. O crescimento do consumo de lácteos da China continua positivo e sua demanda por importações tem se mantido estável durante os últimos eventos do GlobalDairyTrade. Esperamos que esses direcionadores resultem no reequilíbrio do mercado comercializado globalmente. Permaneceremos focados em garantir os melhores retornos possíveis para nossos produtores, convertendo seu leite em produtos de alto valor para clientes em todo o mundo".

Não houve mudanças para a previsão para a atual estação, de 2015/16, que continua em NZ$ 3,90 (US$ 2,60) por quilo de sólidos do leite e NZ$ 0,32 (US$ 0,21) por quilo de leite.

Em 30/05/16 - 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,66904
1,49289 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com) (As informações são da Fonterra, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


Consumo 

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) instituiu o dia 1º de junho como o Dia Mundial do Leite. Atualmente, a produção mundial ultrapassa 500 bilhões de litros por ano. O Brasil é o quinto maior produtor do mundo, atrás da União Europeia, Índia, Estados Unidos e China. No País, Minas Gerais é o Estado que tem maior volume de produção: são mais de 9,5 bilhões de litros por ano, participação de 26,63% do total. No último ano, o Valor Bruto da pecuária leiteira do Estado foi estimado em R$ 8,01 bilhões. Segundo o IBGE, o Estado detém um rebanho efetivo de 5,9 milhões de vacas ordenhadas, com produtividade média de 1.612,7 litros /vaca /ano.

A maioria dos mais de 350 mil produtores são considerados de pequeno e médio portes, o que mostra a importância social da cadeia leiteira no Estado. No Brasil, depois de Minas Gerais, que lidera em volume de produção, participando com 26,63%, vem o Rio Grande do Sul (13,32%), além do Paraná (12,89%), Goiás (10,47%) e Santa Catarina (8,48%). No Estado, destaca-se a região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, que produz 25,88% do volume total. Logo atrás vem a região Sul/Sudoeste de Minas (15,81%), Central Mineira (6,06%), Vale do Rio Doce (8,62%) e Zona da Mata (8,31%). Atualmente o Brasil ocupa a 65ª posição no consumo mundial de produtos lácteos, com uma média anual de 170 litros por pessoa, valor abaixo do ideal estabelecido pelas Nações Unidas, que é de 200 a 220 litros por ano. (Diário do Comércio)

Queijos
Lojas e produtores de queijo confiam na fidelidade do consumidor do alimento para atravessar a crise econômica sem prejuízos. Empresas de São Paulo e Minas Gerais planejam abrir pontos virtuais para dinamizar as entregas e aumentar a produção de itens artesanais em até 40%, em 2016. Em alguns comércios, no primeiro bimestre, houve alta de 25% no faturamento, comparado a igual período do ano passado. No bairro de Pinheiros, em São Paulo, a Mercearia Mestre Queijeiro, criada há dois anos, vende 45 tipos de queijos de 30 produtores de dez Estados. O mais vendido é o minas da Serra da Canastra. Uma peça de um quilo custa R$ 76, diz o dono da loja, Bruno Cabral, que também trabalha como comprador, vendedor, entregador e maturador de queijos. Cabral teve a ideia de montar a empresa quando estudava gastronomia na Espanha, em 2007. Em Barcelona, trabalhou em um estabelecimento que vendia mais de 350 opções do produto. "Foi ali que comecei meus estudos no setor. Fiz um curso de produção promovido pelo governo da Catalunha e me tornei o especialista em queijos da loja, por três anos", lembra. Depois de oito anos na Europa, fundou a Mestre Queijeiro como uma distribuidora. "A coisa cresceu e achei que era a hora de abrir uma loja." (Valor Econômico)