Pular para o conteúdo

Porto Alegre, 12 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.421

 

​​Languiru e parceiros buscam alternativas para pequenos produtores de leite

   

Preocupada com a sustentabilidade da pequena propriedade, especialmente dos pequenos produtores de leite com dificuldades de produzir volumes que compensem a captação da matéria-prima, a Cooperativa Languiru, com apoio da Emater, de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, de Secretarias Municipais da Agricultura e da Sicredi Ouro Branco, estuda alternativas para viabilizar a atividade desses pequenos produtores na sua área de ação. O projeto está em fase de estudo e, após estruturado e concluído, os produtores interessados em participar deverão efetuar sua inscrição junto ao Departamento Técnico da Languiru. Esta oportunidade de participar do programa será dada aos produtores associados à Languiru, bem como àqueles que queiram se associar tão logo o projeto esteja finalizado. Na primeira reunião do grupo, realizada no dia 09 de janeiro na Sede Administrativa da Languiru, o presidente Dirceu Bayer, acompanhado do vice-presidente Renato Kreimeier, do coordenador do Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru, Fernando Staggemeier, do gerente do Supermercado Languiru, Vitor Dahmer, e do membro efetivo do Conselho de Administração, Flávio João Walter, receberam lideranças do agronegócio para dar o primeiro passo na elaboração do projeto. "Os pequenos produtores não conseguem reagir diante das dificuldades apresentadas pelo setor, enfrentam dificuldades para realizar investimentos e acabam ficando de fora do processo. A Languiru sempre esteve muito comprometida com as comunidades onde está representada e esse projeto vem ao encontro do nosso trabalho de cunho social. Precisamos unir esforços e oferecer alternativas, auxiliando os pequenos produtores rurais, incrementando o quadro social da cooperativa e absorvendo essa produção", justificou Bayer na abertura da reunião.

No que se refere à inclusão de novos associados, o presidente adiantou que, inclusive, na Assembleia Geral Ordinária, que deve ocorrer no primeiro semestre de 2017, está prevista alteração estatutária que possa facilitar esse processo. "É uma forma de valorizar o produtor rural, seja ele pequeno, médio ou grande, gerando novas perspectivas de futuro e estimulando a permanência dos jovens no campo. Dessa forma a Languiru cumpre seu papel social de dar oportunidades a todos", acrescentou.

O vice-presidente Renato Kreimeier frisou a vocação produtiva do Vale do Taquari. "Devemos aproveitar o que temos e sabemos fazer, produzindo o que o mercado consumidor procura. Contamos com grandes possibilidades, considerando a aptidão dos nossos produtores rurais, e um enorme potencial, em especial nas propriedades com a presença de jovens", mencionou. Durante cerca de duas horas o grupo discutiu diferentes alternativas de incremento na produção leiteira de pequenos produtores e discutiu novas possibilidades produtivas, entre elas a criação de gado de corte e o plantio de milho. Entre os municípios representados estiveram Teutônia, Estrela, Bom Retiro do Sul, Poço das Antas, Westfália e Imigrante.

Sobrevivência
O secretário da Agricultura de Estrela, José Adão Braun, enalteceu a iniciativa da Languiru. "O pequeno produtor também precisa sobreviver. Precisamos unir esforços, pensar juntos. Há caminhos possíveis e fico entusiasmado com esta proposta", disse. O presidente da Sicredi Ouro Branco, Silvo Landmeier, igualmente se mostrou favorável ao projeto. "Com certeza devemos dar andamento a esta proposta. Como cooperativa de crédito, nos colocamos à disposição para apoiar a iniciativa", frisou. O economista, consultor em pesquisas e gestão empresarial em propriedades rurais, Lucildo Ahlert, reafirmou a necessidade de discussão sobre novas alternativas para a pequena propriedade. "Precisamos de algo mais e há outras possibilidades, indo além do leite, do frango e do suíno. É preciso organização do setor primário, com planejamento e profissionalismo. Temos muitas alternativas que não necessariamente requerem grandes investimentos. Com cada um fazendo a sua parte, na sua área, este projeto é mais uma grande oportunidade do Vale do Taquari mostrar como resolve suas carências e necessidades", avaliou.

O secretário da Agricultura de Teutônia, Gilson Hollmann, citou bons exemplos de outros municípios, referindo-se à possibilidade de novas fontes de renda no campo. "O Vale do Taquari possui um enorme potencial de crescimento no agroturismo, na produção de carne, de flores, de milho para silagem, na apicultura. Opções existem e precisam ser estudadas, assim como o incentivo às feiras de produtores, aproximando o produto do nosso campo do mercado consumidor, local e de municípios vizinhos", disse.

O gerente regional da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli, reforçou a aproximação dos profissionais da entidade com o Departamento Técnico da Languiru na orientação aos produtores rurais. "Este é um diferencial da Cooperativa Languiru, que não abandona o pequeno produtor. O projeto é um processo de planejamento do setor primário, preocupado com a vocação e a sucessão das propriedades familiares. Com a integração de todos os envolvidos, tendo na base a Languiru, a Emater, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais e as prefeituras, podemos encontrar novas possibilidades", confirmou.

Em nome da Regional Sindical Vale do Taquari, o coordenador Luciano Carminatti falou dessa realidade da pequena propriedade rural, parabenizando a Languiru pela proposta e pelo Programa de Sucessão Familiar, desenvolvido com jovens associados e filhos de associados. "Paralelamente a essas ações, é essencial a valorização e o pagamento por qualidade da produção, uma forma de estimular todos os produtores de leite, independente do volume da matéria-prima entregue. O estímulo à diversidade produtiva nas propriedades também é uma possibilidade de sustentabilidade na atividade, valorizando o que temos na nossa região, com acompanhamento técnico e orientação aos produtores", manifestou. Nesta mesma linha foi o pronunciamento do secretário da Agricultura de Westfália, Vitor Ahlert. "O leite possui uma grande importância econômica e social, mas também é preciso pensar em outras alternativas. Nisso se enquadra, por exemplo, a engorda de animais, cuja venda de carne, hoje, está na mão de terceiros", resumiu, reafirmando a importância dos jovens para a atividade no setor primário.

Alteração estatutária
Sobre a alteração estatutária da Languiru, ampliando o leque de possibilidades de inclusão de associados com produção, é uma oportunidade que, de fato, depende do interesse desses produtores. "É uma oportunidade que estaremos oferecendo. Estamos iniciando esta caminha com os 'pés no chão', mostrando que a pequena propriedade rural é viável, respeitando diferentes pontos de vista. Tenho muita esperança neste projeto", considera o presidente Bayer. Nesta alteração do estatuto está, por exemplo, a possibilidade de associação de produtor de milho, que passaria a ter os mesmos benefícios dos demais associados produtores, como o Cartão Azul, que entre outras vantagens oferece auxílio escolar, desconto em farmácia e auxílio pecúlio. "Teremos novos encontros para tratar do desenvolvimento do projeto. Acredito que estamos vivendo um novo momento, importante para o agronegócio", concluiu Bayer.

Perda de pequenos produtores
O coordenado do Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru, Fernando Staggemeier, revelou que do total de aproximadamente 1,5 mil propriedades leiteiras de associados da cooperativa, um terço delas produz até 100 litros de leite por dia. "A pequena propriedade é importante. No ano de 2016, 124 associados desistiram da produção leiteira. Especificamente em Teutônia, foram 32 associados, e em Westfália, outros 10. Precisamos evoluir na cadeia do leite assim como já ocorreu nos setores de aves e suínos, as propriedades precisam ter condições de acompanhar esta evolução", alertou. Entre outros dados, Staggemeier também enumerou que atualmente Teutônia conta com 94 propriedades com produção média de 60 litros de leite por dia, onde a idade média dos produtores associados é de 54 anos. Dessas, 25 contam com sucessão encaminhada, mas apenas 14 atuantes. Em Westfália o cenário é semelhante, com 54 propriedades com média de produção de 55 litros de leite por dia, idade média dos associados em 52 anos, 34 das propriedades com sucessão e apenas nove dessas atuantes. (Assessoria de Imprensa Languiru) 

 
 
Franceses driblam crise do leite com cooperativa de queijo especial
Há pouco mais de um ano, a União Europeia (EU) decidiu acabar com as cotas que determinavam limites de produção e exportação de leite em todos os países do bloco. Com isso, cada nação passou a ter liberdade para produzir e vender o quanto quisesse. A medida causou um desequilíbrio no quadro de oferta e demanda local, que mais tarde foi agravado pela redução das compras de leite cru europeu por parte de importadores de peso, como a China. Com a demanda fraca e a oferta em alta, os preços pagos aos produtores passaram a despencar no velho continente. Mas há quem veja essa crise passar longe de si. No chamado Maciço do Jura, uma região montanhosa, na fronteira da França com a Suíça, onde as vacas pastejam à moda antiga, com sinos pendurados no pescoço e aos 1.000 metros de altitude, criadores encontraram uma maneira de driblar os preços baixos, manter o mercado sempre equilibrado e rentável. Eles formaram a cooperativa do queijo comtè, o tipo mais consumido na França. O diferencial do produto é que ele possui o que os europeus chamam de AOP, sigla que em português significa 'denominação de origem protegida', uma certificação nada fácil de conseguir. É preciso respeitar uma sistemática desde a maneira de criar e alimentar as vacas até o processo de industrialização do leite. Com isso, o produto é vendido a preços superiores no mercado.

Enquanto o leite convencional é vendido de 280 euros a 320 euros a cada mil litros (entre 0,28 a 0,32 centavos de euro por litro) o produto certificado vale de 450 euros a 500 euros a cada mil litros (0,45 a 0,50 centavos de euro por litro). "A particularidade nesta cadeia é, sobretudo, que não temos problemas econômicos, porque conseguimos repartir o valor agregado. Além disso, o volume de produção é limitado e negociado entre todas as AOP´s da região. Este ano, por exemplo, o aumento permitido foi de 2 mil toneladas", explica Claude Vermont-Desroche, presidente do Comitê Interprofissinoal do Comtè. A preferência pelo queijo produzido nas montanhas é compreendida logo numa primeira degustação. Cremoso, com casca fina e salgada, o comtè conserva o máximo das propriedades do leite cru, coletado de vacas simental ou montbeliarde (não pode haver mistura dos leites dessas raças). Uma das regras de fabricação do produto é não conter aditivos químicos. "É leite, coalho e sal", resume Desroche. Além disso, o tempo entre a coleta do leite nas fazendas e a industrialização não pode passar de 30 horas. Tudo isso está especificado na certificação. "Coletamos e fabricamos queijo todos os dias", afirma o representante dos produtores.

A cooperativa recebe de dez fazendas associadas 40 milhões de litros de leite por ano, volume suficiente para render 65 mil toneladas de queijo. O produto é distribuído para 150 queijarias, responsáveis pelo atendimento de consumidores que buscam pequenas ou grandes quantidades. De acordo com a organização representativa dos produtores, 52% das famílias francesas consomem o queijo comtè, que está associado à classe média alta do país. Somente 9% são exportados para países vizinhos. A denominação de origem protegida foi criada há mais de 80 anos na França e começou pela vitivinicultura. Essa política valoriza a produção em regiões e condições específicas, tornando os vinhos franceses uns dos mais prestígiados em todo o mundo. A medida evitou ainda uma desertificação da zona rural, especialmente depois da Segunda Guerra, já que oferece alta rentabilidade aos produtores. "Não procuramos receita nem que seja bom pra saúde. O foco é exprimir o terroir [termo sem tradução que significa um conjunto de características exclusivas de uma região]", dizem os representantes do queijo. 

 

Na região do Maciço do Jura não é difícil encontrar vacas simental e montbeliarde no campo, porque uma das tradições que a população local não deixa de seguir é a de pendurar sinos nos pescoços dos animais. Seja em terrenos planos ou grandes altitudes, como nos Alpes. Com isso, as vacas promovem uma verdadeira orquestra de sinos ao se locomoverem e se alimentarem. "As pessoas que se incomodavam com o barulho já desistiram de brigar conosco para que deixemos essa tradição de lado e adotemos o silêncio", conta Desroche, que também é criador. Segundo ele, antigamente os sinos ajudavam os proprietários a encontrar os animais, hoje a ideia é só de preservar a história. O gado nessa região fica ao menos sete meses por ano se alimentando ao ar livre e somente cinco meses em estábulos, comendo feno. A AOP determina que dois terços do pasto precisam ser plantados e o restante deve ser nativo. A produtividade de cada animal é de 20 litros ao dia, em média, e todas têm direito a férias de 60 dias por ano. (Globo Rural)

RS: pioneirismo na diversificação das atividades da propriedade que deu certo

Barros Cassal/RS
Diversificar a propriedade rural, gerando renda e qualidade de vida foi o que levou os agricultores Marizete e Volmir de Vargas a investirem na implantação de uma agroindústria familiar. Trabalhando há mais de 20 anos na produção leiteira, além do cultivo de soja e milho, os agricultores observaram a necessidade de planejar as ações na propriedade rural. "Nós já tínhamos a matéria-prima (leite), então agimos para agregar valor e comercializar um produto diferenciado", relata Volmir.

Com o apoio da Emater/RS-Ascar, ainda no ano de 2005, a família que reside na Linha Cachoeirinha, interior do município de Barros Cassal, organizou e planejou a implantação da agroindústria familiar "Todo Dia", investindo recursos próprios e, com o alvará concedido pela Prefeitura, iniciando a produção de leite pasteurizado. Posteriormente, com a criação do Programa Estadual de Agroindústria Familiar da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), a família legalizou o empreendimento, aderiu ao Sistema de Inspeção Municipal (SIM) e recebeu o Selo Sabor Gaúcho, o que contribuiu para a comercialização dos produtos em feiras apoiadas pela Secretaria e também por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Atualmente, a família possuí 30 vacas em lactação, com uma produção média de 500 litros de leite por dia, o que garante toda a matéria-prima necessária para a produção de queijos, bebida láctea e leite pasteurizado. Quanto à produção de queijos, os agricultores também investiram em diferentes receitas, além do queijo tradicional, como o queijo com orégano, ervas finas, vinho, salame, salame e orégano, entre outros sabores. "As pessoas começaram a pedir e nós começamos a testar as receitas, que tiveram boa aceitação dos consumidores. Hoje eles já nos procuram nas feiras, conhecem o nosso produto", relata o agricultor, que já se prepara para participar da Expodireto e da Expoagro, feiras que acontecem no mês de março em Não-Me-Toque e Rio Pardo, respectivamente.

Outra característica dos produtos é o tamanho, comercializados com diferentes pesagens, e a embalagem a vácuo que confere maior durabilidade e facilidade de transporte. Todo o empenho dos agricultores em levar tecnologia e renda para a propriedade está em estimular a permanência dos filhos, Felipe e Tobias, no meio rural. "Ambos estão estudando na área. O Felipe cursa zootecnia e o Tobias é estudante de agronomia, e já relataram o interesse em retornar à nossa propriedade após a conclusão dos estudos", conta Marizete.

Contudo, o casal ainda possuí algumas limitações. A principal delas está em expandir a comercialização para outros municípios, o que só será possível com a adesão do município de Barros Cassal ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial, Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). Hoje, para participar de feiras a família conta com autorização especial fornecida pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi). Volmir ainda destaca o apoio recebido da Emater/RS-Ascar. "A Emater sempre esteve nos acompanhando e ajudando desde o início e está presente ainda hoje. Mas, o produtor também deve fazer a sua parte e procurar a Emater que lá sempre tem ajuda e encaminhamento", finaliza. (Emater/RS)

 
EUA e Ásia 'lideram' categoria de iogurte em novos segmentos de sabores
A categoria de iogurte está se diversificando rapidamente em uma série de segmentos novos com sabores salgado e picante, com os EUA e Ásia impulsionando a inovação, de acordo com novo relatório da consultoria de alimentos e bebidas Zenith Global. Segundo a pesquisa, as duas regiões estão "buscando inspiração através de culturas e culinárias internacionais para ajudar os consumidores que estão buscando estilos de vida mais saudáveis". A descoberta foi confirmada pelo anúncio de hoje de novos produtos da General Mills, que apresentou novos tipos de iogurte que são mais elevados em teor de proteína, feitos com leite integral, ou vêm com petiscos apetitosos como pretzels de chocolate e biscoitos de canela. A empresa de alimentos americana também trouxe de volta o seu iogurte de creme após um intervalo de dez anos, disponível em sabores incluindo banana, limão e caramelo. Dos 22 novos produtos lançados pela General Mills, mais de ¼ eram para mercados fora dos EUA - principalmente Canadá e China - enquanto todos, exceto dois, estavam destinados a países da América do Norte ou da Ásia. Mas sobretudo, as empresas estão colocando legumes nos iogurtes para novas opções de salgados, como a Arla Big Yogs e Yummia oferecendo suas próprias versões. "As empresas de laticínios ampliaram o recurso dos iogurtes saborosos, promovendo-os para variados usos", disse a diretora de inteligência de mercado da Zenith Global, Esther Renfrew. "As opções de salgados nas prateleiras dos supermercados oferecem grande versatilidade como lanches, petiscos, salada e ingredientes de cozinha. Eles oferecem formas diferentes que aguçam o paladar sem excessivas calorias." Com um amplo posicionamento que atrai os adultos, os milenares e as crianças - bem como uma variedade crescente de combinações de sabores - a categoria tem sido bem-sucedida em atrair novos clientes, bem como na construção de convertidos leais, acrescentou Zenith. Renfrew continuou: "À medida que as preocupações com a saúde se ampliam, o iogurte salgado tem forte potencial de crescimento contínuo e desenvolvimento de novos produtos em 2017."( FoodBev Media- Tradução Livre: Terra Viva)

 

Porto Alegre, 11 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.420

 

​​4º Fórum Itinerante do Leite ocorrerá em abril

O 4º Fórum Itinerante do Leite já tem data marcada. O evento está programado para o dia 25 de abril, nas dependências da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, na cidade de Palmeira das Missões (RS). O objetivo é dar continuidade aos debates sobre os desafios da produção leiteira gaúcha, englobando pontos de vista de produtores, acadêmicos e representantes industriais. Neste fórum o debate pela parte da manhã e terá como tema principal "A versatilidade dos lácteos em incorporar mais propriedades funcionais ou de saúde". 

Também está previsto o lançamento do livro sobre os 2º e 3º fóruns realizados em Santa Maria e Porto Alegre, respectivamente em outubro e novembro de 2016. Já à tarde estão previstas as oficinas, que já foram abordadas nos primeiros fóruns como o caminho da inspeção do leite, evolução da legislação; a qualidade do leite na elaboração de produtos lácteos; o bem estar de vacas leiteiras; a alimentação animal versus a qualidade do leite; e a saúde animal versus a qualidade do leite. Serão abordados ainda os seguintes temas nas oficinas: as inovações tecnológicas no setor do leite, as perspectivas para o setor lácteo no RS; o projeto sobre compost Barn no RS; e a análise dos primeiros 100 dias da Lei do Leite. 

A programação completa deverá ser divulgada nos primeiros dias de fevereiro, bem como a adesão de outras entidades em apoio ao 4º Fórum Itinerante do leite em Palmeira das Missões. O evento é promovido pelo Sindicato da Indústria dos Laticínios (Sindilat/RS), em parceria com a SEAPI, Farsul, Fetag, Mapa, Escola Estadual Celeste Celeste Gobbato e UFSM Campus de Palmeira das Missões.

Os detalhes do evento foram definidos em reunião na sexta-feira (06/01), na Escola Estadual Celeste Gobbato, e contou com a presença de representante do Sindilat e de entidades de Palmeira das Missões. A Lei Estadual do Leite, a competitividade no setor e as projeções para o futuro do setor foram alguns dos temas abordados nos fóruns anteriores, que já foram realizados nos municípios de Ijuí, Santa Maria e Porto Alegre. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Santa Clara começa obras de laticínio em Casca/RS

A cooperativa Santa Clara iniciou, neste mês, as obras da unidade industrial de laticínios que irá operar no município de Casca. A atividade comercial do complexo está prevista para ocorrer no segundo trimestre de 2018. A estrutura terá uma capacidade instalada para processar até 600 mil litros de leite diariamente, porém, em um primeiro momento, irá trabalhar com metade desse volume. Inicialmente, o foco será na produção de leite UHT e formulados (achocolatados, creme de leite UHT e bebidas lácteas de 200 ml). Em uma próxima etapa, a fábrica também atuará com outros itens, como, por exemplo, queijos. O diretor administrativo e financeiro da Santa Clara, Alexandre Guerra, ressalta que a planta crescerá de forma gradativa e deverá alcançar a sua produção total dentro de seis anos. Posteriormente, a unidade, que possui uma área construída de 22 mil metros quadrados, já prevê ampliações para chegar a 1 milhão de litros industrializados por dia.

Guerra detalha que o planejamento envolvendo equipamentos, como os de tratamento de efluentes e caldeiras, foi feito para atender à necessidade de expansão mais adiante. "É uma indústria projetada para o futuro da Santa Clara", enfatiza. Hoje, a cooperativa industrializa em torno de 750 mil litros de leite diariamente, que resultam em uma linha de mais de 140 produtos. Durante a construção da planta em Casca, a perspectiva é que sejam gerados mais de 200 postos de trabalho e na operação mais 145 empregos diretos deverão ser criados. O investimento no empreendimento é estimado em R$ 115 milhões, sendo que R$ 70 milhões serão financiados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). 

A Santa Clara optou por fazer o complexo na região devido à robusta bacia leiteira do entorno. A fábrica também implica uma vantagem logística para a companhia, pois o leite industrializado ali pode ir direto para outros estados, e o produto feito na matriz, em Carlos Barbosa, pode abastecer o Rio Grande do Sul. Sobre o potencial de vendas no mercado nacional, Guerra recorda que o Brasil é um importador de lácteos. "Ainda vai levar anos para sermos autossuficientes", frisa. O executivo acrescenta que a expectativa é que a população cresça e ocorra uma melhora de renda. O diretor informa que o brasileiro consome ao ano, em média, 176 litros entre leite fluido e inserido em produtos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 220 litros.

As obras da fábrica estavam previstas para começar no ano passado, no entanto Guerra afirma que o atraso deveu-se à legalização do processo e à terraplanagem, que demorou mais do que se esperava. Atualmente, a Santa Clara capta leite em 105 municípios gaúchos, contando com 3,3 mil produtores associados em atividade. A cooperativa possui indústrias em Carlos Barbosa e Getúlio Vargas, com um mix de produtos de laticínios e frigorífico de 320 itens. Em 10 de abril deste ano, a Santa Clara completa 105 anos de existência. (As informações são do Jornal do Comércio)

Cinco principais indicadores para as exportações de lácteos em 2017

O USDEC projeta o ano novo, identificando os fatores que terão influência nas oportunidades de exportação de lácteos dos EUA. Depois que a maioria dos prognósticos políticos viu suas previsões caírem por terra na eleição presidencial deste ano, prever o futuro está ainda mais traiçoeiro do que o habitual. Pensando nisto, ao invés de oferecer uma profecia para as exportações lácteas em 2017, relacionamos os cinco pontos-chave que serão tomados como indicadores.

1. A produção da primavera na União Europeia (UE). Demorou mais de um ano para que a produção leiteira da UE respondesse ao excesso de oferta global. Mesmo quando os preços das commodities europeias atingiram seu nível mais baixo em quase uma década, os produtores mantiveram a produção de leite, em muitos casos, reduzidos, temporariamente, quando as indústrias bonificavam a manutenção dos volumes em níveis da maximização da eficiência dos investimentos até à remoção das cotas.
Depois de 14 meses consecutivos de aumentos da produção de leite na comparação anual, os produtores de leite da UE finalmente se curvaram aos persistentes sinais negativos do mercado, em junho de 2016. A produção de leite declinou 1,8% de junho a setembro, em comparação com o ano anterior. É provável que esta tendência se mantenha no quarto trimestre, particularmente porque os produtores aderiram ao regime voluntário de redução de leite no bloco, que lhes pagarão para produzir menos leite entre outubro e dezembro (com um pequeno intervalo em janeiro). A adesão, simplesmente, não os vincula automaticamente em redução da produção, mas muitos já estão fazendo isso de qualquer maneira. No entanto, chegando a 2017, o quadro fica menos claro. Os preços aos produtores da UE estão subindo - 10% de julho a outubro - e todo esse brilho não desaparecerá. Os preços europeus da manteiga, do leite em pó e do queijo subiram 22-68% desde a depressão da primavera. A pergunta é: Será que a reviravolta será suficiente para revigorar os agricultores em 2017? Principalmente nos países que contribuíram com os maiores ganhos nos últimos dois anos: Dinamarca, Irlanda e Holanda? Enquanto a produção da Nova Zelândia continuar a ser um importante fator de equilíbrio, a UE tem o poder. Deslocar 1% na produção leiteira da UE equivale à movimentação de 1,5 milhões de toneladas de leite. O declínio contínuo e a diminuição das ações globais tornaram menos impactantes as mudanças de produção na Argentina e na Austrália.

2. Demanda. A demanda global de lácteos enfrentará algumas dificuldades em 2017, já que os produtos ficarão mais caros do que em 2016. Os preços internacionais das commodities estão subindo e começarão a ser filtrados pelos consumidores ao nível de varejo. Os recentes aumentos previstos no valor do dólar dos EUA podem exacerbar os aumentos.
Desde a eleição presidencial dos EUA, o dólar tem se fortalecido consideravelmente, subindo de 2 a 8% em relação às moedas dos principais compradores de leite dos EUA e principais concorrentes. Para muitos, foi uma mudança de direção. Enquanto o renminbi chinês e o peso mexicano se depreciaram em grande parte do ano, outras moedas realmente ganharam sobre o dólar em 2016. O índice do dólar dos EUA alcançou a maior alta em 14 anos logo após a eleição, e os economistas acreditam agora que aumentará mais na nova administração. A principal área de preocupação para um dólar forte é o impacto potencial que tem sobre a demanda global das principais nações importadoras. Como o comércio de lácteos é estabelecido em dólares dos EUA, um dólar forte poderá elevar os preços de importação que acabarão por chegar aos consumidores e potencialmente deter o consumo. Isso pode conter o crescimento da demanda, e seria ruim para os exportadores de leite de todos os países. Os preços do petróleo poderiam restringir ainda mais a demanda em países produtores de petróleo. A queda de dois anos nos preços do petróleo tem prejudicado as economias em todo o Oriente Médio, na Venezuela e em outros lugares, reduzindo a demanda por lácteos. Por exemplo, o petróleo representa cerca de ¼  da economia da Venezuela e 95% de suas exportações. A nação, tradicionalmente um grande comprador de lácteos, cortou o volume de importação de lácteos em quase 75% nos últimos dois anos. Os membros da OPEP chegaram a um acordo para cortar a produção no final de novembro, o que poderá aumentar os rendimentos nacionais entre muitos importadores de lácteos, mas, esse acordo é contingente a que os não-membros contribuam para as reduções, uma proposição incerta para realmente reduzir os excedentes globais de petróleo.

3. Estoques. No final de novembro, a UE tinha 355 mil toneladas de leite em pó desnatado (SMP) nos estoques de intervenção, e um adicional de 70 mil toneladas de SMP e 75 mil toneladas de manteiga no âmbito do programa Private Storage AID (Ajuda de Estoques Privados). Os estoques de manteiga e queijo nos Estados Unidos atingiram  os recordes de 122 e 562 mil toneladas, respectivamente, no final de setembro, enquanto os estoques de leite em pó desnatado (nonfat dry milk/skim milk powder) foram de quase 100 mil toneladas. O crescimento da produção mundial de leite pode estar em declínio e os preços das commodities subindo, mas, ainda enfrentamos um mercado substancialmente bem abastecido. A pergunta em 2017 é: Esses volumes poderão sair sem afundar a nascente recuperação do mercado verificada nos últimos meses? Um teste sobre o apetite global foi feito antes mesmo do Ano Novo. Percebendo os sinais de recuperação, a Comissão Europeia decidiu testar o apetite com um volume limitado - 22.150 toneladas - dos estoques de intervenção de SMP através de um processo de leilão. Os lances estão sendo recebidos até amanhã, desde o dia 13 de dezembro.

4. Política comercial dos EUA. Sempre que um novo presidente se prepara para assumir o cargo, surgem questões sobre a política comercial do novo governo. Com o presidente eleito Trump não é diferente. Embora o presidente eleito tenha repetidamente criticado os acordos de livre comércio (ALC) anteriores durante a campanha, e traga consigo riscos comerciais potenciais (como ameaças anteriores para impor tarifas punitivas em mercados essenciais e lançar renegociações de ALC), ele também traz a potencial perspectiva benéfica de novos acordos bilaterais. Na verdade, existem sinais de interesse em explorar um novo conjunto de ALCs bilaterais em curto prazo. Dada esta combinação de oportunidades potenciais e possíveis desafios, o USDEC estará fornecendo informações para a nova administração com o objetivo de assegurar que o comércio atual de lácteos continue fluindo sem ser afetado e que aproveitemos o apetite para dar uma nova olhada na política comercial dos EUA, na direção de favorecer a agricultura americana. Um exemplo seria ampliar questões de fiscalização para manter os parceiros comerciais dos EUA em seus compromissos. Muito está em jogo em 2017. Os concorrentes dos EUA não estão parados quando se trata de comércio. A UE continua a procurar agressivamente por ACLs e, apesar das pressões populistas internas em alguns mercados, provavelmente continuará. Os países asiáticos discutem um possível acordo regional paralelo ou em substituição à Parceria TransPacífico. A Austrália e a Nova Zelândia já têm acordos de livre comércio com a China, e a Nova Zelândia e a China anunciaram recentemente planos de iniciar negociações para expandir seus acordos, incluindo disposições sobre produtos lácteos. Os Estados Unidos precisam ser ativos no avanço para não ficarem para trás.

5. Mix de produtos para a China. As importações de produtos lácteos chineses subiram 15%, em equivalente leite, nos primeiros 10 meses de 2016 (em comparação com janeiro-outubro de 2015). Enquanto o volume de leite em pó integral (WMP) - o produto que cimentou o lugar da China como o maior comprador de leite do mundo - subiu 18%, os dados do comércio dos últimos cinco anos indicam que vemos uma evolução da demanda chinesa por lácteos.
As importações chinesas de leite fluido, creme, queijo e fórmula infantil estão bem, a caminho de anos recorde, com volume de 27-51%. Juntos, eles representaram 16% do volume de importação de leite da China (em equivalente leite) entre janeiro-outubro de 2016. Isso marca o segundo ano consecutivo que crescem dois dígitos- uma mudança clara da participação na importação agregada de 7% apresentada em 2012-2014.

O WMP ainda comanda a maior parte das importações de produtos lácteos - 30% (355.128 toneladas) nos primeiros 10 meses. Mas essa participação caiu 45%. O volume recorde de 621.010 toneladas ocorreu em 2014.
Poucos têm dúvidas sobre o futuro brilhante da China como importador de lácteos. Mas o mix de produtos parece estar mudando. O próximo ano fornecerá mais dicas sobre os rumos.
Outros fatores que vale a pena saber A lista completa de fatores que potencialmente influenciam a oportunidade global de lácteos é virtualmente infinita. E enquanto acreditamos que os cinco fatores acima são os principais, uma porção de outros notáveis merecem menção, incluindo:
O apetite de lácteos dos EUA no México. Apesar da significativa desvalorização do peso em 2016, as exportações de lácteos dos EUA para o México apresentaram surpreendente resistência. Mais notavelmente, as remessas de leite em pó dos Estados Unidos subiram 13% em volume nos primeiros 10 meses em comparação com janeiro a outubro de 2015, quando o país comprou 46% do total das exportações de leite em pó dos Estados Unidos. As exportações de queijos dos EUA para o México caíram 4% em outubro, mas, os Estados Unidos aumentaram sua participação e o México continua sendo o maior comprador de queijo dos EUA.

No total, o México representou 26% do valor total das exportações de lácteos dos Estados Unidos (US$1 bilhão) nos primeiros 10 meses, acima da média anual de 23% de 2010-2015. Em 2017, a questão será saber se o apetite lácteo do México aumentará, particularmente, nos principais setores norte-americanos de leite em pó e queijo de serviços alimentares, e se os fornecedores dos EUA dedicarão foco e recursos para defender e crescer sua participação neste importante mercado de cara com a crescente concorrência da Europa e da Oceania. Mix de produtos da Nova Zelândia. A bolha chinesa de WMP em 2014 trouxe a Nova Zelândia à realidade, havendo se comprometido demasiadamente na produção do pó. O país, e sua mais notável fornecedora de lácteos - quase monopólio, a Cooperativa Fonterra, voltou a diversificar a produção em nutrição pediátrica, queijo, serviços alimentares e outros produtos de margem mais alta, por meio de investimentos em fábricas e inovação de produtos. Em outras palavras, a Nova Zelândia buscou canalizar mais leite para produtos que competem diretamente com as exportações dos EUA, ao invés do WMP, onde os Estados Unidos é apenas um participante menor.
O próximo ano fornecerá mais dicas sobre como o sucesso da indústria do país será na produção desses produtos, apesar da natureza altamente sazonal da produção de leite Kiwi e a engrenagem de sua fabricação de pó.

Regulamentos da China. A China continua a aperfeiçoar seus regulamentos de segurança alimentar para reduzir a incidência de adulteração, contaminação e falsificação que tem minado a confiança na oferta doméstico de alimentos. Essas tentativas de reforçar o seu sistema de segurança alimentar tem consequências de longo alcance para todos os exportadores de produtos lácteos e alimentos que procuram fazer negócios lá, como evidenciado pelas exigências de registro de instalações da China. Novas regras de comércio eletrônico de fórmulas infantis e outros produtos lácteos devem entrar em vigor na primavera de 2017. Mas a questão mais importante é: Poderia haver mais mudanças nas lojas? (USDEC - Tradução Livre: Terra Viva)

  
Estado publica normativa sobre a Lei do Leite
O governo do Estado publicou Instrução Normativa (IN) que estabelece os aspectos operacionais relacionados à Lei do Leite (Lei Estadual nº 14.835) e os seus regulamentos. A IN define, por exemplo, a carga horária do treinamento destinado aos transportadores de leite cru, que inclui atividades práticas e teóricas com o mínimo de quatro horas, assim como as regras para o repasse de informações sobre os fornecedores de leite, as quais devem estar à disposição do Serviço de Inspeção Local e de auditorias nos estabelecimentos e nos postos de refrigeração. Além disso, a normativa prevê que o veículo transportador do produto deve ser cadastrado e contar obrigatoriamente com um adesivo de identificação. A lista com o cadastro de transportadores autorizados também deverá ser publicada no site oficial da SEAPI (Secretaria Estadual de Agricultura), somente após todos os transportadores terem passado pelo treinamento. A publicação ocorreu no Diário Oficial do dia 29 de dezembro de 2016. Já a Lei do Leite foi sancionada pelo governador José Ivo Sartori no dia 24 de junho deste ano, durante o 1º Fórum Itinerante do Leite, em Ijuí. O evento foi promovido pelo Sindilat. As mudanças trazidas pela medida aumentam o compromisso das indústrias e dos transportadores de leite sobre a rastreabilidade do produto que chega aos consumidores. Aos produtores, a lei não tem mudança significativa, até porque os mesmos devem cumprir a legislação do Rispoa e a IN 62. Documento disponível no site do Sindilat. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 

Porto Alegre, 10 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.419

 

​​Agronegócio brasileiro atrai investimentos neozelandeses

Até 2016, pelo menos 70 empresas já se instalaram no país e a previsão é que neste ano, mais 10 companhias invistam por aqui. Grande produtor de laticínios, ovinos, lãs e frutas como o kiwi e a maçã, a Nova Zelândia, país localizado na Oceania, deve investir mais no Brasil em 2017 e o agronegócio é o setor que deve puxar grande parte destes investimentos.

De acordo com Ralph Hays, cônsul da Nova Zelândia em São Paulo e comissário da New Zealand Trade & Enterprise (NZTE), agência que promove as relações entre os dois países, são as empresas de tecnologia agrícola que devem aportar com mais força no país neste ano. "Temos observado uma crescente demanda por novas tecnologias capazes de ampliar a capacidade produtiva", diz Hays. "É um cenário de grandes oportunidades, especialmente no segmento de agronegócios".
Ele também destaca que a crescente pressão para que empresas adotem padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar podem gerar negócios no Brasil, já que a Nova Zelândia é reconhecida por desenvolver tecnologias seguras e sustentáveis na agricultura e pecuária. "Com o aumento da demanda global por alimentos e a escassez dos recursos naturais, é fundamental encontrar soluções que contribuam para o aumento da produtividade com menor impacto possível para o meio ambiente".

Até o ano passado, cerca de 70 empresas neozelandesas chegaram no Brasil e, segundo as projeções de Hays, neste ano pelo menos 10 novas companhias devem se instalar por aqui. Além de tecnologia, elas seriam dos setores de alimentos e bebidas, equipamentos de gerenciamento de fazendas (a cerca elétrica, por exemplo, foi criada na Nova Zelândia), medidores de leite, genética, semeadoras, e identificação eletrônica de animais.

A Nova Zelândia foi considerada pelo Banco Mundial como o melhor país do mundo para fazer negócios ("Doing Business Report 2017"). Hoje, é o maior exportador mundial de laticínios e carne ovina. Na América Latina, destaca-se o intenso comércio agrícola com o Chile.

Há alguns anos, pecuaristas neozelandeses investiram no Brasil e hoje, são uns dos maiores produtores de leite do país. A Fazenda Leitíssimo, localizada em Jaborandi (BA) investiu primeiramente em pastagens para posteriormente criar gado. Na Nova Zelândia, essa é a premissa para que o rebanho seja produtivo, o investimento em pastagens. Em Minas Gerais, a LivestockImprovement Corporation (LIC), maior cooperativa de produtores de leite do mundo também já está presente e atua no setor de genética. (Globo Rural - POR VIVIANE TAGUCHI) 

 
 
Rotulagem do país de origem de carnes e lácteos entra em vigor na França

A França colocou em execução seu teste de dois anos de rotulagem obrigatória do país de origem (COOL, da sigla em inglês) para carnes e lácteos em alimentos preparados, neste mês. A iniciativa se refere a refeições prontas com certa quantidade de carne ou leite nelas. Se o prato contém mais de 8% de carnes e 50% de leite, suas origens precisam ser mencionadas no rótulo. Somente refeições com 100% de carne e leite da França podem conter o rótulo "Produit d'origine Française".

A Interbev, associação comercial francesa que representa os processadores de carne e os pecuaristas do país, disse que está satisfeita com "os avanços significativos feitos", dando aos consumidores "informações claras e transparentes" sobre os produtos que compram.

A associação vem fazendo campanha pela rotulagem da origem de carnes frescas e processadas desde o escândalo "Horsegate", de 2013, quando testes de DNA mostraram a presença de carne de cavalo em alimentos pré-preparados, como lasanha com carne bovina - disseminando uma crise de confiança entre os consumidores.

Entretanto, nem todos estão felizes com a decisão de fazer esse teste; a FoodDrinkEurope (FDE) disse que o piloto terá um efeito negativo na cadeia de fornecimento, porque somente se aplica à França e "determina um precedente irreversível para a fragmentação do Mercado Único da UE para alimentos e bebidas".

A Associação Europeia de Lácteos (EDA) também afirma que as indústrias de lácteos em regiões da fronteira serão afetadas, à medida que têm até cinco Estados Membros da UE em sua área de captação de leite. "A Comissão Europeia falhou claramente em proteger o princípio do mercado único, que é de um ponto de vista político o pior cenário para a União", disse o secretário geral da EDA, Alexander Anton.

Em sua defesa, a diretora geral da organização de direitos dos consumidores, BEUC, Monique Goyens, disse que o secreto francês está de acordo com a Regulamentação de Informações de Alimentos (FIC), à medida que seu principal objetivo é proteger os consumidores e responder à sua demanda por informações sobre a origem de seus alimentos.

A legislação do FIC diz que os Estados Membros podem introduzir rotulagens obrigatórias adicionais se houver evidências de que a maioria dos consumidores acham que essa informação é importante.

De acordo com uma pesquisa do Eurobarometer de 2013, 90% dos respondentes concordaram que é importante que a origem da carne usada em alimentos processados seja rotulada, enquanto 84% eram favoráveis à rotulagem da origem do leite nos produtos lácteos.

O presidente do grupo de direitos do consumidor francês, Que Choisir, Alain Bazot, está fazendo campanha pela rotulagem obrigatória da origem há vários anos, junto com a associação agrícola, FNSEA e outras e lançou uma petição on-line no ano passado pedindo a rotulagem obrigatória para carnes processadas.

Essa não é a primeira vez que a COOL é testada na França; no ano passado, o país lançou quatro programas piloto de rotulagem de alimentos em quatro regiões, incluindo 60 Casino, Carrefour Market, and Simply Market stores in Île-de- France, Hauts-de-France, Rhône-Alpe e Haute Normandie. 

Esses testes viram mais de 2 milhões de rótulos colocados em quase 1.200 alimentos, usando: o sistema Nutri-Score que tem um logo com cinco cores que classifica o alimento de A (bom) até E (ruim); sistema Sens, que usa uma mistura de cores e um logotipo para indicar o quão frequentemente um certo alimento pode ser consumido de forma saudável; o logotipo Nutri-Repère, que explica os componentes, como gordura, açúcar, sais e mostra quantas calorias contém; e uma réplica do sistema Traffic Lights, usado no Reino Unido, similar ao Nutri-Repère, que quebra um produto em componentes, bem como indica o quanto da quantidade diária recomendada esse produto tem.

 

A Comissão Europeia enviará um relatório sobre os efeitos dos esquemas de "rotulagem visual" ao Conselho e o Parlamento em dezembro de 2017, mas nenhuma decisão sobre sua legalidade é esperada até então. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Mapa fecha 26 unidades técnicas para melhorar gestão e economizar recursos
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União uma portaria, na última sexta-feira (30), extinguindo 26 das 84 Unidades Técnicas Regionais (Utras). A decisão foi baseada em estudos técnicos que levaram em consideração o valor bruto de produção agropecuária, o número de estabelecimentos registrados e fiscalizados e demandas de atividades em cada unidade.

O fechamento das 26 unidades representa economia de cerca de R$ 1,1 milhão por ano, gastos atualmente apenas com a manutenção do patrimônio e do material de expediente. Os cerca de 100 servidores serão realocados em outras unidades do Ministério da Agricultura nos estados, onde há maior necessidade da mão de obra, formada principalmente por auditores.

O estudo inicial, concluído no primeiro semestre deste ano, recomendava o fechamento de 54 unidades. Nesta primeira etapa, no entanto, serão fechadas 26 unidades. As demais poderão ser extintas no segundo semestre de 2017, após nova atualização e detalhamento dos dados já levantados.

A atualização do estudo foi feita por meio de sistema de avaliação das demandas de trabalho nas áreas de inspeção e de fiscalização, em conjunto pelas Secretarias Executiva, de Defesa Agropecuária e de Política Agrícola do ministério.

O secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, explicou que será possível melhorar a gestão com o aproveitamento mais eficiente da força de trabalho. Novacki assegurou que não haverá prejuízos nem descontinuidade na prestação de serviços por parte do ministério.  De acordo com a portaria, as Utras serão extintas a partir do dia 1º de janeiro de 2017, com prazo de 30 dias para o remanejamento dos servidores e o encerramento das atividades. 

Serão fechadas as seguintes unidades: Passos, Muriaé, Governador Valadares, Almenara e Paracatu, em Minas Gerais; Barra Mansa, Nova Friburgo e Itaperuna, Bom Jesus e Macaé, no Rio de Janeiro; Blumenau, Joinville e Lajes, em Santa Catarina; Ouro Petro D'Oeste, Ji-Paraná, Cacoal, Ariquemes, em Rondônia; Campina Grande e Patos, na Paraíba; Colatina e Venda Nova do Imigrante, no Espirito Santo; Caruaru, em Pernambuco; Picos, no Piauí; Teixeira de Freitas, na Bahia, Jacarezinho, no Paraná, e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. (As informações são do Mapa)

 
Na média do Estado, valor foi de R$ 1,20
De acordo com dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no pagamento de dezembro, referente à produção entregue em novembro, foi verificada queda nos preços em três das cinco regiões pesquisadas em Minas Gerais. Na média do Estado, o litro foi cotado a R$ 1,20, retração de 3,48%. A maior retração ocorreu no Triângulo e Alto Paranaíba, 4,52%. Nestas localidades, o litro de leite foi cotado, na média líquida, a R$ 1,24. Queda também na região Sul e Sudoeste, onde o produtor recebeu R$ 1,23 por litro negociado, valor 2,92% inferior ao praticado em novembro. Na Zona da Mata, o pecuarista recebeu 3,58% a menos pelo litro de leite, que foi vendido a R$ 1,19. Após três meses de retração, os produtores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) registraram, em dezembro, pequena elevação nos valores, 0,9%, com o leite negociado a R$ 1,17, na média líquida. Já no Vale do Rio Doce, a alta chegou a 1,02% e o leite foi comercializado a R$ 1,13. (Diário do Comércio)

 

Porto Alegre, 09 de janeiro de 2017.                                               Ano 11- N° 2.418

 

​​  Leilão GDT: preço internacional cai, mas leite em pó integral se mantém acima de US$ 3 mil/ton
 
No último leilão GDT, ocorrido nesta terça-feira (03/01), houve queda de 3,9% nos preços médios dos lácteos, que fecharam a US$3.463/tonelada.

O leite em pó integral foi o lácteo que apresentou maior queda, com variação negativa de 7,7% e média final de US$3.294/tonelada. Já o leite em pó desnatado fechou a US$ 2.660/tonelada, subindo 2,3% em relação ao leilão anterior.

A quantidade de produtos lácteos vendidos aumentou 0,3%, sendo comercializadas 22.396 toneladas. Na comparação com o mesmo período do ano passado a quantidade vendida caiu 33%, 3.275 toneladas a menos. 

Os preços futuros dos próximos leilões GDT também apresentaram queda e hoje apontam para um primeiro semestre com preços de leite em pó integral entre US$3.200/ton e US$3.400/ton. (GDT/Milkpoint)

 
 
 
Proteína animal é aposta para incrementar o agronegócio gaúcho 

Com o objetivo de auxiliar no incremento dos negócios no segmento, entidades focadas na produção de proteína animal vão elaborar um mapeamento do setor para identificar gargalos e elencar pontos que o Estado poderá atuar. A decisão foi tomada em reunião na última quinta-feira (05/01), no auditório Pery Pinto Diniz, no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), em Porto Alegre, com representantes do setor público e da iniciativa privada. O Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat) esteve representado pelo presidente Alexandre Guerra.

Na ocasião, foram estabelecidos cinco Grupos de Trabalho (GT) que definirão metas para os setores de aves/ovos, suínos, lácteos, bovinos/ovinos e peixes. O grupo responsável pelo setor lácteo será conduzido pelo diretor das Câmaras Setoriais, da Secretaria da Agricultura Pecuária e Irrigação, Rodrigo Rizzo, e terá relatoria do secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcisio Minetto. O objetivo é elaborar, em seis meses, um documento final que será apresentado no dia 1º de junho de 2017. Os grupos serão coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) e pelo BRDE.  O primeiro encontro está marcado para o dia 12 de janeiro, na Seapi, às 9h.

A reunião foi convocada pelo presidente do BRDE, Odacir Klein, com o objetivo de discutir aspectos que agreguem valor ao produto gaúcho e identificar obstáculos no segmento de carnes. Estiveram presentes também o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, e o secretário da SDECT, Fábio Branco, além de representantes da Emater, da Seapi e do Ministério da Agricultura. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Foto: Mauro Moraes/BRDE
 
 
Secretaria da Fazenda divulga valor da UPF para 2017

O novo valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF), que entrou em vigor dia 01/01/2017, está fixado em R$ 18,2722. A UPF serve como indexador para corrigir taxas e tributos cobrados pelo Estado e sofreu correção de 6,58% com base na variação do IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 

Para a correção de impostos, como IPVA e ITCD, o novo valor da UPF passou a valer já no primeiro dia útil do ano, no caso segunda-feira (2). Em relação ao valor de taxas, a nova referência passa a vigorar 30 dias após a data de publicação. A UPF/2017 foi fixada por instrução normativa da Receita Estadual publicada no DOE (Diário Oficial do Estado) na edição da última sexta-feira (23). (SEFAZ)

 
 
EUA: previsão do USDA aponta crescimento na oferta de leite em 2017

Os processadores de lácteos podem esperar uma expansão na oferta de leite, um crescimento nas exportações e maiores preços em um futuro próximo. Para 2017, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) citou um crescimento mais lento no número de vacas, mas, um leve aumento na produção de leite por animal. A previsão do USDA também é de aumentos anuais na produção de leite até 2024.

O relatório de dezembro prevê um aumento nos preços do leite para US$ 37,15 a US$ 38,91 por 100 quilos em 2017. Até 2020, o departamento previu que os preços do leite alcançarão US$ 40,54 por 100 quilos. As exportações comerciais de produtos lácteos deverão aumentar em todos os anos, de 4,04 bilhões de quilos (em uma base de gordura do leite) nesse ano para 5,53 bilhões de quilos em 2024, mas nem todos os produtos lácteos se beneficiarão.

O USDA disse que em 2017, "as exportações deverão cair devido à maior competição nos mercados de queijos, mas a força nas exportações de lactose e leite desnatado deverão apoiar maiores vendas baseadas em sólidos desnatados do leite. As previsões de importação foram reduzidas com relação ao relatório do mês anterior, tanto para produtos baseados em gordura, como para os baseados em sólidos desnatados".

As exportações representam cerca de 14% de toda a produção de leite dos Estados Unidos, comparado com menos de 8% há uma década, de acordo com o CoBank, de Denver. Isso aumenta a quantidade de exposição que as companhias de lácteos dos Estados Unidos têm aos riscos monetários, eventos geopolíticos e outros fatores imprevisíveis. "A previsão para os próximos anos é positiva, mas precária", disse o economista sênior do banco, Ben Laine. A análise do CoBank, divulgada em dezembro, notou que "um desafio imediato" é a capacidade de processamento não ter acompanhado o crescimento na produção de leite.

"Novas plantas de processamento e expansões de plantas nos próximos dois anos fornecerão algum alívio. Ao mesmo tempo, a indústria de lácteos dos Estados Unidos precisa fazer tudo o que puder para manter e desenvolver a demanda doméstica e a relação com os clientes. Isso inclui o desenvolvimento de produtos inovadores para se adaptar às mudanças de gostos dos consumidores".

Embora o consumo de leite fluido esteja baixo, o número de plantas de processamento aumentou, de acordo com o USDA e com o FDA (Food & Drug Administration). Em 2015, havia 456 plantas de leite, enquanto em 2008, esse número era de 400. O volume médio por planta caiu para 49,67 milhões de quilos em 2015, de 61,78 milhões de quilos em 2008.

Os preços do açúcar, um ingrediente popular no leite, sorvete e iogurte, deverão cair, com a oferta total de açúcar de beterraba e de cana de açúcar de fontes domésticas e importadas devendo aumentar a cada ano.

No geral, a economia crescerá lentamente. O USDA assume que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará 2,3% em 2017, 2,2% em 2018 e 2,1% em cada ano de 2019 a 2026. A renda per capita disponível crescerá ainda mais lentamente. O governo prevê um crescimento de 1,7% em 2017 (melhor do que 2016) e então uma queda de 1,5% em 2018 e uma estabilidade de 1,4% de 2019 a 2026. Esses números vêm de previsões macroeconômicas do departamento.

A inflação permanecerá baixa, pairando em torno de 2%. O Índice de Preço ao Produtor para bens brutos deverá aumentar mais rápido do que o índice para bens terminados. Nos próximos quatro anos, o índice para bens brutos deverá ir de 3,6% em 2017 para 2,9% em 2020. O índice para bens terminados deverá ser de 1,5% em 2017 (após um decréscimo de 1,7% em 2016) e 2,2% em 2020. O preço do petróleo bruto deverá ser de US$ 49,70 o barril nesse ano, aumentando para US$ 74 o barril em 2020.

Os impostos sobre mão de obra aumentarão nesse ano e em médio prazo. O governo assume que a taxa horária de compensação não-agrícola subirá 3,9% este ano e ficará em uma faixa de 3,6% a 3,8% até 2020. A taxa de desemprego ficará em torno de 4,7% nos próximos quatro anos. A população total dos Estados Unidos crescerá lentamente. Os economistas assumem um aumento anual de 0,8% nos próximos cinco anos. Os processadores de lácteos dos Estados Unidos poderão ficar de olho em mercados foras do país, onde há mais população.

Laine disse que a indústria está pronta para se beneficiar da demanda externa na Ásia, América Latina e África, impulsionada pelo crescimento da população e pelo aumento do consumo da classe média. Estatísticas compiladas pelo USDA mostram que, enquanto as populações dos Estados Unidos e da região Ásia/Oceania deverão aumentar 0,8% em 2020, a diferença é de escala. Um aumento de 0,8% no mercado doméstico significa cerca de 26 milhões de pessoas a mais. A taxa de crescimento na Ásia/Oceania resulta em 318 milhões de indivíduos a mais. Prevê-se que o PIB nessa região aumente pelo menos 4,3% a cada ano entre 2017 e 2020. (As informações são da Dairy Foods, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Argentina perde 460 fazendas leiteiras em 2016

Em 2016, a Argentina perdeu 460 fazendas leiteiras em produção, o que representa uma queda de 4%, "dado que mais que duplica a taxa média dos últimos anos (entre 1,5% e 2%)", segundo dados do primeiro relatório do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA). Esse dado é considerado uma estimativa.

O relatório do OCLA indica também que ocorreu durante 2016 uma "forte queda no faturamento (por preço e volume) no final de 2015 e começo de 2016, estimada em 600.000 pesos (US$ 37.524,6) para uma fazenda média em 180 dias", o que "tem gerado uma complexa situação financeira para muitos produtores que aumentaram notavelmente seu endividamento e a taxas mais altas".

A produção de 2016 registraria uma queda entre 10% e 11% com relação ao ano anterior (totalizando 10,1 bilhões de litros de leite), com uma redução na ordem de 8% (considerando números constantes de fazendas leiteiras). O ano se apresentou com períodos nos quais a produção chegou a cair com relação ao ano anterior em mais de 20% - devido às chuvas ocorridas na bacia leiteira central.

Quanto à demanda agregada de lácteos, "a queda com relação ao ano anterior foi de 8% e, embora tenha exibido números vermelhos em seus dois componentes (mercado interno e exportações), a queda das exportações foi quatro vezes maior à registrada pelo consumo interno (20% versus 5,3%)".

Em consequência, a composição mercado interno/exportação passou de 80/20 nos dez primeiros meses de 2015 para 82/18 nesse ano, "bastante abaixo da média dos últimos 10 anos que foi de cerca de 24%".

O volume exportado em outubro foi de 23.200 toneladas, 16,6% a menos que em setembro e 42,3% a menos que no mesmo mês do ano anterior. "Algo pior ocorre quando se mede em valor, que subiu para US$ 65,8 milhões, 18,7% a menos que em setembro e 46% a menos que em outubro de 2015".

Nos 10 primeiros meses de 2016, as exportações alcançaram 247.000 toneladas, por um valor de US$ 655 milhões FOB e um preço implícito médio de US$ 2.644. "Esses números representaram quedas de 9% em toneladas, 32% em dólares e 25% em preço com relação ao mesmo período do ano anterior (janeiro-outubro)".

Com relação ao consumo, "no acumulado dos dez primeiros meses do ano, essa variável sofreu um retrocesso de 5,5% com relação ao mesmo período de 2015 (ajustado para o crescimento populacional, a queda é de mais de 6%)". 

Em 05/01/17 - 1 Peso Argentino = US$ 0,06254
15,9728 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do portal Infortambo, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
Uruguai: projeções preliminares apontam aumento de 2% a 4% na produção de leite em 2017
Em 2017, a produção de leite no Uruguai aumentará entre 2% a 4%, segundo estimativas preliminares do Instituto Nacional do Leite (Inale). O crescimento esperado não permitiria recuperar uma contração de cerca de 10% na produção no ano de 2016. O gerente do Inale, Gabriel Bagnato, disse que a firmeza do mercado internacional permite melhores negócios para as indústrias locais - o que se transmitiria aos produtores. "O resultado é algo em torno de 9 pesos (US$ 0,30) por litro, podendo haver alguma alta mais para frente. O preço ao produtor poderia subir um pouco mais". Bagnato foi moderadamente positivo sobre a continuidade da recuperação de preços registrada no segundo semestre desse ano. "Começamos 2017 com possíveis altas moderadas no primeiro semestre do ano e um pouco menos na segunda metade". A oferta mundial de leite segue em queda. Bagnato destacou a queda de 3% em outubro para a captação de leite na União Europeia (UE). A isso, somam-se baixas em torno de 4% na Nova Zelândia e de cerca de 10% na Austrália e na Argentina com relação ao ano anterior. "Os analistas preveem que um aumento nos preços não mudará a oferta no primeiro semestre. Para esse período, se manteria uma inércia para seguir ajustando um pouco os preços dos lácteos, ainda que em menor porcentagem". Para o segundo semestre, a tendência seria mais estável ou com algum ajuste para baixo sobre os valores do primeiro semestre. O endividamento, somado a uma redução do rebanho, mantém um cenário de desaceleração da produção". Em 02/01/17 - 1 Peso Uruguaio = US$ 0,03360. 28,6230 Peso Uruguaio = US$ 1 (Fonte: Oanda.com). (As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Porto Alegre, 23 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.417

 

​​Lactalis detalha projeto de expansão no RS

O diretor de Relações Institucionais Lactalis, Guilherme Portella, detalhou os projetos da multinacional francesa para o Rio Grande do Sul durante evento, na Sede Acadêmica da Unijuí, na tarde desta quinta-feira (22/12). Conforme recente anúncio, o grupo investirá mais de R$ 100 milhões. "Precisaremos captar 500 milhões de litros de leite além do 1 bilhão que já captamos", afirmou a grupo composto por estudantes, professores, produtores e autoridades. Portella afirmou que o investimento em Ijuí será destinado para a ampliação de produção de composto lácteo, expansão da área de estocagem e criação de novas de linhas de produção de queijos. "A empresa está criando um programa para se aproximar do produtor rural e aumentar a estabilidade no fornecimento", afirmou Portella. Com isso, o objetivo é elevar em 32% a produção de queijo. "Nossa missão é que o produtor consiga produzir mais com um preço menor", salientou o dirigente.

Durante o evento, o vice-presidente da Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação no Noroeste do Estado (Fidene), Martinho Luís Kelm, reiterou a disponibilidade da Universidade em realizar parceria com a Lactalis para o desenvolvimento de pesquisas e projetos visando a melhoria da cadeia produtiva do leite na região. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Letra de Crédito pode ser contratada para investimento

A partir de agora, os recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) passarão também a contemplar os financiamentos de investimento, além do custeio rural. A normativa foi autorizada pelo CMN. As instituições financeiras que operam com o crédito rural devem obrigatoriamente direcionar 14% dos recursos que captarem via LCA para custeio rural a uma taxa de até 12,75% ao ano. Com a resolução, elas poderão direcionar os recursos também para financiamentos de investimento rural, com a mesma taxa. (Jornal do Comércio)

Setor mobilizado contra PL 214

P ode ficar para 2017 a apreciação d o P L 214/2015, que contingencia benefícios concedidos por meio de créditos fiscais presumidos de ICMS, que integra as medidas do ajuste fiscal encaminhado pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa. Apesar de ter entrado na pauta do dia ontem, o que provocou a mobilização do setor agropecuário, um acordo entre os deputados deslocou a matéria para o fim da pauta. As atividades econômicas que recebem os incentivos fiscais alegam que perderão competitividade em relação aos demais estados se o projeto for aprovado, estabelecendo redução de até 30% nos créditos fiscais presumidos. A Secretaria da Fazenda diz que estudará caso a caso ao fazer a revisão. Em 2015, as desonerações fiscais do ICMS por créditos presumidos alcançaram R$ 2,5 bilhões, segundo a Fazenda. Se o projeto for aprovado na AL, o governo estima o aumento de R$ 300 milhões na arrecadação ao ano, entre 2016 a 2018. 

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), Rogério Kerber, defende que o Estado faça os ajustes necessários levando em conta as características de cada setor. "A suinocultura entende que não tem possibilidade nenhuma de sofrer cortes de créditos presumidos porque já está fragilizada na questão da isonomia perante os outros estados, especialmente o Paraná, que vem registrando crescimento na produção em cima dos incentivos concedidos pelo governo", diz. O diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, também alega que a redução dos incentivos fiscais impacta na competitividade. "Há cinco anos, 50% da carne avícola vinha de outros estados para abastecer o nosso. 

Depois, conquistamos um equilíbrio, mantendo certa isonomia, e tivemos condições até de atender o mercado externo. Os créditos presumidos não são benefícios, são mecanismos para competirmos e para gerarmos empregos", defende. O mesmo entendimento tem o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), Darlan Palharini. Para ele, a indústria de queijo é um exemplo de quem utilizou bem a desoneração. "Há dois anos, quando não havia esse incentivo, era normal as gôndolas dos mercados estarem cheias de queijos de Santa Catarina e Paraná. Hoje em dia, temos queijos nossos preenchendo as gôndolas", cita. Palharini acrescenta que, ao conceder benefício fiscal, o Estado preserva empregos no campo. "O custo social é muito alto. É muito mais barato o governo dar incentivo fiscal do que ter que arcar com desempregos e com o êxodo rural", enfatiza. O presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), Wladimir Dall'Bosco, lembrou que, nas últimas três semanas, diversos setores se reuniram com secretários estaduais. Ele acredita que o Estado levará em conta o impacto econômico. (Correio do Povo)

Leite longa vida parou de cair no mercado atacadista

O preço médio do leite longa vida ficou estável no atacado na primeira quinzena de dezembro, em relação a quinzena anterior. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o litro ficou cotado, em média, em R$2,37. Com estoques menores, o varejo aumentou as compras e esta maior movimentação deu sustentação aos preços do produto que vinham em queda desde julho deste ano. Alguns fatores nos mostram que o mercado do leite deverá seguir mais firme nos próximos meses: no mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as empresas, os preços foram de estáveis a ligeira alta na primeira metade dezembro. 

 
Outro ponto é a queda na produção de leite na região Sul do país. A expectativa em curto prazo é preços mais firmes para o leite longa, mas em função da menor demanda por leite fluído no período de final e começo de ano, os aumentos devem ser comedidos. Alguns lácteos como a manteiga e o creme de leite já tiveram reajustes nas últimas quinzenas, em função da demanda maior por estes produtos para as festas de final de ano. (www.noticiasagricolas.com.br)

Nova Zelândia prevê crescimento dos lácteos em 2018

O último relatório do Ministério da Indústria de Base (MPI) da Nova Zelândia sobre o panorama para os próximos anos (SOPI) diz que a receita com exportações de lácteos deve crescer em 2018. As perspectivas para todo o setor primário são estáveis durante esse ano, mas, a indústria de laticínios começa a se recuperar. O diretor de política setorial do MPI, Jarred Mair, diz no relatório que as receitas com exportações do setor primário da Nova Zelândia deverão aumentar em uma média de 5,4% ao ano, atingindo NZ$ 47,9 bilhões (US$ 47,5 bilhões) até o final do ano fiscal encerrado em junho/2021.

Previsão de grande crescimento dos lácteos
A receita de exportação de lácteos deverá aumentar 3% em 2017, após um declínio em 2016, mas espera-se um aumento de 24% em 2018, chegando a NZ$ 17 bilhões (US$ 12,3 bilhões). A produção de leite deverá retornar aos níveis anteriores após dois anos de queda. A previsão é de que os recentes aumentos nos preços internacionais dos produtos lácteos sejam sustentáveis até 2018, aumentando o preço do leite ao produtor da queda de NZ$ 4,24/kgMS (quilos de sólidos do leite), em 2016, para NZ$ 7,94/kgMS em 2021, embora fique distante do recorde de NZ$ 8,40/kgMS atingido em 2014.
Fatores por trás do declínio

O SOPI mostra que apesar do declínio em 2016, os lácteos foram responsáveis pela maior parte das receitas com exportações em 2016 para a Nova Zelândia (36%). A primavera mais úmida do que o normal foi a responsável pelo declínio de 1,7% na produção de sólidos do leite na temporada 2016/17, diz o relatório. No pico de produção, em outubro, caiu 6,1% em relação ao ano passado, devido os pastos alagados. Foi destacado, ainda, que a queda no número de vacas em ordenha contribuirá para a menor produção nesta temporada.
 

Receitas com exportações do setor lácteo, 2013-2021

Ano

Atual

Previsão

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

NZ$ milhões

13.139

17.791

14.050

13.289

13.690

17.030

18.300

19.450

20.650

Valores até 30 de junho de cada ano

Leite em pó integral

5.104

8.393

5.385

4.609

4.820

6.490

7.010

7.450

7.920

Manteiga, AMF e cremes

1.910

2.699

2.219

2.378

2.810

3.520

3.770

4.010

4.250

Leite desnatado & Manteiga em pó

1.832

2.285

1.762

1.347

1.510

1.930

2.080

2.210

2.340

Caseína & proteínas

1.674

1.925

2.129

1.834

1.570

1.800

1.930

2.050

2.180

Cheese

1.441

1.482

1.557

1.720

1.640

1.790

1.920

2.040

2.160

Fórmulas infantis

555

401

415

685

680

740

800

850

900

Outros produtos lácteos

623

607

582

716

660

750

800

850

900

Total

13.139

17.791

14.050

13.289

13.690

17.030

18.300

19.450

20.650

Variação %

-1,8

35,4

-21

-5,4

3

24,4

7,5

6,3

6,2

© Ministry for Primary Industries Situation and Outlook for Primary Industries - Dezembro de 2016

Demanda chinesa crescente
A demanda da China continua crescendo, diz o relatório. Um volume recorde de produtos  lácteos foi importado durante o ano móvel que terminou em setembro de 2016, apesar da queda das importações de leite em pó. A China está importando volumes maiores de manteiga, queijo e leite líquido da Europa, bem como mais leite líquido da Nova Zelândia. A tendência de forte demanda global por manteiga deve continuar devido a opção dos consumidores ocidentais pelo natural ao invés de gorduras processadas.

Melhores notícias para os produtores
O Dairy NZ estima que o preço médio de equilíbrio para os produtores de leite da Nova Zelândia é de NZ$5,05/kgMS (US$3,64). Os autores do relatório dizem esperar que a maioria dos produtores esteja tendo lucro na temporada 2016/17 depois da última revisão de pagamentos. (edairynews)

 
MAIS LEITE NO MERCADO
Ao ampliar a fábrica de leite em pó em Cruz Alta, com investimento de R$ 120 milhões, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL) pretende dobrar a capacidade de processamento em três anos - de 1 milhão de litros diários para 2,2 milhões de litros. Desde junho, quando inaugurou a nova estrutura, a cooperativa aumentou em 23% a captação de leite - por meio de novos produtores e também pelo incremento da produtividade nas fazendas. Em seis meses, foram criadas 150 novas vagas de trabalho. O incremento de produção resultou em 20% de aumento no faturamento de 2016, na comparação com o ano passado. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 22 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.416

 

​​Fundesa muda regras para indenização de rebanho leiteiro

O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) aprovou alterações no Programa de Indenização por Abate ou Sacrifício Sanitário de Animais Positivos da Pecuária Leiteira por Brucelose ou Tuberculose. A partir de agora, a indenização será aplicada levando em consideração a idade dos animais. A medida, proposta pelo Conselho Técnico Operacional da Pecuária de Leite, presidido por Darlan Palharini, foi atendida pelo Conselho Deliberativo em assembleia geral realizada no dia 15 de dezembro, em Porto Alegre, e entrou em vigor de imediato.

A expectativa é valorizar os animais que possuem capacidade produtiva mais elevada. Terneiras de até 12 meses, novilhas de 13 a 24 meses, vaca jovem de 25 a 36 meses, vaca adulta de 37 a 60 meses e acima de 60 meses correspondem a diferentes valores que variam de R$ 972,00 (para as sem registro) a R$ 2.700,00 (animais puro de origem, que são comprovados através do registro do animal nas associações de gado). O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, alertou, no entanto, que o produtor precisa comprovar a sua situação de contribuinte para receber a indenização em caso de sacrifício sanitário, quando é feito dentro do estabelecimento rural, ou de abate, quando o animal é encaminhado a um abatedouro que reúne as condições sanitárias necessárias. 

O abate ou sacrifício é feito somente após os testes terem apontado reação positiva para Brucelose ou Tuberculose, as enfermidades mais impactantes para o rebanho leiteiro. A indicação é de que, quando houver alguma suspeita por parte dos produtores, a situação clínica seja informada à Inspetoria de Defesa Agropecuária da localidade para que possa ser avaliada por um médico veterinário. "Existe o direito do pagamento de indenização, porque é feita a retenção do animal, mas o direito é do produtor contribuinte", alerta. O criador deve solicitar a indenização antes mesmo de ocorrer o abate, que tem prazo de 30 dias para ser realizado. Posteriormente, é feita a comprovação da contribuição e o pedido para pagamento é repassado ao Fundesa.

Durante a assembleia, também foi realizada a eleição da nova diretoria e Conselho Fiscal para o biênio 2017/2018. Segue na presidência do Fundesa Rogério Kerber acompanhado do vice-presidente Carlos Sperotto. Para o conselho, foram eleitos como membros titulares Alexandre Guerra, Ladislau Boes e Nestor Freiberger. Como suplentes estão Carlos Joel da Silva, Valdecir Folador e José Eduardo dos Santos. A posse acontece em 1º de fevereiro de 2017. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
 
Vacas selecionadas para tolerância ao calor perdem menos produção de leite no verão, segundo pesquisa
As vacas selecionadas para seu DNA para tolerância ao calor perdem menos produção de leite durante o clima quente e se recuperam melhor, de acordo com um estudo recente. O estudo, liderado pela pesquisadora, Josie Garner, demonstrou a validade das predições baseadas em testes de DNA para tolerância ao calor em vacas leiteiras.

Dois grupos de vacas com pesos similares, com rendimento similar de produção foram expostas a eventos de calor suave a moderado - de até 33oC - por quatro dias por duas horas à tarde, imitando as flutuações de temperatura e umidade que ocorrem em um dia de verão. Ambos os grupos tiveram redução na produção, mas as vacas selecionadas usando marcadores de DNA genômicos para tolerância ao calor se saíram melhor. Essas vacas perderam 5% menos produção de leite do que as vacas que era susceptíveis ao calor, e as vacas susceptíveis ao calor se recuperaram mais lentamente dentro do período medido de duas semanas.

Durante o período de calor de quatro dias, as vacas tolerantes ao calor registraram declínio de 12% na produção de leite, com as vacas susceptíveis ao calor reduzindo em 18%. As vacas tolerantes ao calor voltaram a seu estado fisiológico e ingestão de alimentos de antes do desafio do calor em seis dias, enquanto o outro grupo retornou no nono dia. Garner disse que embora as vacas tolerantes ao calor tenham sido mais rápidas em retornar ao seu estado fisiológico normal - estado antes do desafio do calor - nenhum grupo retornou ao nível de produção pré-desafio durante as duas semanas em que foram monitoradas. Mas os resultados mostraram que as vacas tolerantes ao calor foram menos afetadas pelo desafio.

Garner disse que ambos os grupos tinham a mesma temperatura corporal - 39ºC -, mas as vacas tolerantes ao calor foram melhores em dissipar o calor durante o desafio e uma média de meio grau mais frio do que as vacas susceptíveis ao calor. As vacas tolerantes ao calor se livraram de mais calor por respiração e também através da pele do que as vacas sensíveis ao calor.

A validação da tolerância ao calor para as predições de DNA levou 18 meses, com o trabalho inicial para estabelecer as previsões genômicas para tolerância ao calor em vacas leiteiras combinando 11 anos de dados de estações meteorológicas e dados de produção de leite de mais de 366.000 vacas, bem como dados genômicos. Um Australian Breeding Value para a tolerância ao calor está sendo desenvolvido por cientistas do Centro AgriBio.

Garner, que cresceu na região leiteira de Bega, NSW, e agora vive em uma fazenda leiteira vacinando vacas com seu parceiro, aproveitou a oportunidade para completar o estudo enquanto trabalhava como pesquisadora no Ellinbank. Foi uma oportunidade para seu PhD e ela estava "intrigada", de forma que incluiu uma avaliação em profundidade de fisiologias e genéticas das vacas. Garner também compreendeu o impacto que o calor tem na indústria.

Além de manter a saúde e a produção em um clima mais quente, esta pesquisa também foi considerada uma vitória para o bem-estar animal, porque as vacas são criadas para ser mais resistentes em condições mais quentes. A pesquisa de Garner foi publicada recentemente na revista científica internacional Nature-Scientific Reports. (Informações são do The Weekly Times)

Lutando com a oferta de leite para incentivar aumentos de preços em 2017

O último relatório trimestral do Rabobank diz que a expectativa é de que os preços dos produtos lácteos continuem se recuperando no ano novo devido as dificuldades com os volumes mundiais de produção de leite. A distribuição de leite na UE provavelmente não se recuperará até a segunda metade de 2017, devido aos incentivos financeiros para cortar a produção, bem como o aumento das taxas de abate em várias regiões importantes. Os meses de pico da Oceania foram afetados pelos baixos preços do leite e pelo clima ruim, então é improvável uma recuperação de volume significativa até que comece a nova temporada em meados de 2017.

O aumento da demanda por importações na China também deve ajudar a aumentar os preços, embora em menor grau do que a redução da oferta. No entanto, o aumento dos preços das commodities poderia, por sua vez, diminuir a demanda de outras significativas regiões importadores, o que pode, em parte, autolimitar a pressão crescente sobre os preços. Também se espera que os níveis de estoque dificultem os preços de alguns produtos, levando a uma maior divergência nos preços de diferentes commodities. Os preços do leite em pó desnatado (SMP), provavelmente, continuarão baixos em decorrência dos elevados estoques, enquanto os das manteigas subirão em 2017, segundo as previsões do Rabobank. (AHDB Dairy - Tradução Livre: Terra Viva)

Compradores de lácteos chineses estão menos satisfeitos com seu leite

A satisfação dos clientes está em uma espiral de baixa entre os consumidores de lácteos chineses, de acordo com o último relatório de pesquisa nacional sobre as atitudes dos compradores com relação ao leite fluido, que também destacou como o público está agora demandando produtos de maior qualidade. Os resultados da pesquisa, feita pela Associação para Qualidade da China (CAQ), que monitora os padrões, podem ser divididos nas áreas de satisfação, formato e distribuição.

O primeiro se refere à satisfação, imagem da marca e qualidade percebida - com todos caindo com relação ao ano anterior, segundo o relatório. Apesar dessa tendência de baixa nas opiniões ser apenas marginal, ainda deve ser vista como um alerta claro aos processadores e fornecedores de leite, escreveram os autores.

De acordo com o analista de mercado chinês, CCM, os consumidores de leite são sensíveis ao preço, embora, ao mesmo tempo, atribuam maior valor à qualidade e procedência e respondam pouco à atividade promocional. Cada vez que os preços aumentaram, os níveis de satisfação caíram. O relatório também mostrou a maior popularidade do leite fresco e do leite UHT. O leite UHT, em particular, ganhou popularidade porque seu processo de esterilização de alta temperatura garante aos consumidores preocupados que não há mais bactérias presentes no produto.

Um pouco mais de 30% do mercado agora prefere o leite UHT, segundo a pesquisa do CAQ, enquanto a segunda maior preferência pertence ao leite fresco, principalmente por seus valores nutricionais em relação aos leites aromatizados. O terceiro ponto chave refere-se a uma preferência substancial pelo leite líquido sobre o leite em pó, que os analistas atribuem a uma consciência das propriedades nutricionais no leite líquido.

E o último ponto lida com as preferências de distribuição: os supermercados ainda representam os lugares mais convenientes para comprar leite. De acordo com a pesquisa, quase 90% dos entrevistados preferiram os supermercados, enquanto o comércio eletrônico representou apenas 2% do mercado de compra de leite. Lojas de conveniência e entrega direta foram o segundo e terceiro canais mais populares após as vendas de supermercados.

Como defensora do potencial que o mercado de lácteos da China tem para os fornecedores internacionais de leite, a CCM disse que as mudanças nas preferências dos consumidores vêm criando novos mercados de lácteos que estão abertos para novos fornecedores. Esses mercados atuariam como contrapeso para a queda gradual no crescimento da demanda de leite líquido que a indústria viu nos últimos anos, acrescentou. (Informações são do Dairy Reporter)

 
Emater tem orçamento de R$ 229 milhões aprovado para o próximo ano no Estado
Os conselhos técnico e administrativo da Emater (CTA) e administrativo da Ascar (Conad) aprovaram o Plano Anual de Trabalho e o Orçamento da Instituição para 2017, com a presença de representantes de 21 entidades que integram os conselhos. Para o próximo ano, a Emater/RS-Ascar vai aplicar R$ 229 milhões no desenvolvimento de atividades socioassistenciais de natureza jurídica e constitucional, "compromisso mantido com o Estado há quase 62 anos, no fortalecimento e na qualificação dos agricultores familiares e demais públicos assistidos pela nossa instituição", avalia o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn. Os recursos provêm de convênios com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) e com as prefeituras, além de chamadas públicas, dos serviços prestados de Classificação e Certificação, de Assistência Técnica e Crédito Rural e da elaboração de Proagro. De acordo com o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, "foi muito boa a compreensão dos conselheiros quanto aos resultados positivos apresentados pela gestão da Emater que, apesar de enxuta e da redução orçamentária, manteve o nível de atendimento das ações econômicas e técnico-sociais desenvolvidas por todos os colegas extensionistas no campo", disse. O diretor também ressalta os elogios recebidos por vários conselheiros, que manifestaram uma expectativa positiva quanto à execução da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) pela Emater/RS-Ascar, apesar da atual situação de dificuldades por que passa o Estado. "Estamos otimistas, pois nossa atuação comprometida com o bem-estar de milhares de famílias que vivem no meio rural é reconhecida por representantes de muitas entidades parceiras da Extensão Rural", observa Moura. (Jornal do Comércio)

 

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.415

 

​​ Renegociação das dívidas dos Estados sem contrapartidas passa na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de lei da renegociação das dívidas dos Estados com a União, com a exclusão de quase todas as contrapartidas defendidas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sob o argumento de que o desgaste de aprovar medidas que congelarão salários e cortarão benefícios dos servidores estaduais cabia os governadores e assembleias legislativas. No capítulo que afetará todos os Estados em troca do alongamento do prazo para pagar as dívidas com a União, além das reduções nas parcelas até 2018, restou apenas a regra que limitará por dois anos o crescimento das despesas gerais dos Estados à inflação. Na prática será um congelamento dos gastos, a exemplo do que ocorrerá com a União, mas por um período bem mais curto ¬ o governo federal estará sujeito à regra por pelo menos dez anos. Já o Regime de Recuperação Fiscal, versão da Lei de Falências para os Estados, suspenderá o pagamento das dívidas por três anos.

O Rio de Janeiro, por exemplo, reduzirá seus custos em R$ 7 bilhões por ano com a medida, que visa também Rio Grande do Sul e Minas Gerais, hoje os com maior dificuldade financeira. Em troca do alívio maior, o projeto estabelecia regras mais duras que o regime geral. Quem aderisse teria que suspender reajustes salariais já acertados ¬ os demais Estados só estariam proibidos de dar novos aumentos ¬ e reduzir incentivos fiscais e tributários ¬ que os outros só não poderiam ampliar. Praticamente todas saíram da lei. As contrapartidas dependerão agora da negociação individual de cada Estado com a União, jogando o desgaste e as pressões sobre o acordo para o governo federal e governadores que já demonstram dificuldade de aprovar o ajuste fiscal. O ministro da Fazenda pediu calma nas avaliações sobre o resultado da votação e disse que ainda estuda se recomendará a sanção ou o veto ao presidente Michel Temer. "Estou vendo comentários sobre como 'perdemos oportunidade histórica'. Também não é assim. Não há dúvida de que, do nosso ponto de vista, se a lei já dissesse o que o Estado tem que cumprir, seria mais fácil", disse. Mas ponderou que caberá à Fazenda recomendar ou não a aprovação do plano dos Estados e ao presidente aceitar. Em nota, a Fazenda ressaltou dois pontos excluídos pelos deputados que considerava importantes ¬ a definição de qual seria a situação dos Estados para torná¬los elegíveis ao regime de recuperação fiscal e as condições que teriam que cumprir para readquirir a solvência fiscal e financeira ¬, mas destacou que só serão aceitos os planos "que, de fato, viabilizem esse equilíbrio". 

O governo tentou, ao longo de todo o dia, impedir a aprovação, articulada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM¬RJ), juntamente com líderes da base e da oposição, além de governadores. A avaliação era que se a votação ocorresse em fevereiro, com quórum mais alto, seria possível manter algumas contrapartidas. O líder do governo, André Moura (PSC¬SE), recomendou a deputados governistas que não registrassem presença e, por mensagens aos partidos, orientou o esvaziamento da sessão. Pela manhã, após reunião com Meireles, ele disse que as alterações "realmente inviabilizariam o projeto" e resolveriam apenas pontualmente o problema, que voltaria a ocorrer mais tarde. Parte da base, em especial a bancada da bala, que era contrária às contrapartidas e tentava impedir a votação, mudou de postura quando percebeu a estratégia do governo. "Suplico aos partidos em obstrução que desistam. Não vamos deixar para fevereiro porque aí o governo vem com o bloco para arrebentar e aprovar o projeto do Senado", afirmou o deputado Major Olímpio (SD¬SP). O Senado atuou na contramão dos deputados e, além de reincluir as contrapartidas excluídas pela Câmara, ainda apresentou outras dentro do regime especial. Maia insistiu na votação e, após acordo com a oposição para retirar mais contrapartidas, como a responsabilização dos gestores públicos que descumprirem as regras do Regime de Recuperação Fiscal e regras mais específicas para privatização de estatais dos Estados, conseguiu aprovar o texto. Moura, que é desafeto do presidente da Câmara, foi um dos 296 deputados que votaram a favor ¬ apenas 12 foram contrários ¬, mas não discursou nem manifestou a posição do governo em plenário. 

O presidente da Câmara chegou a criticar, enquanto presidia a sessão, a postura do ministro da Fazenda e a possibilidade de os deputados aprovarem, na última sessão antes do recesso, um aumento na contribuição previdenciária dos servidores estaduais, como estava proposto. "Estamos ouvindo o Ministério da Fazenda, mas não precisamos dizer amém", afirmou. Ele consultou o presidente Michel temer, que teria liberado a votação. Relator do projeto, o deputado Esperidião Amin (PP¬SC) afirmou que o texto da Câmara avançava sem invadir direitos de servidores ou prerrogativas dos entes federados. "Se formos derrotados, o governo haverá de dar outra solução, mas sem a cumplicidade do Congresso Nacional", disse. "A versão do Senado é draconiana", criticou. À noite, Meirelles negou que tenha trabalhado, junto com o líder do governo, para não aprovar o texto. "Não fiz reunião com líderes, não é o papel do ministro da Fazenda, e não negociei nada. Fizemos uma recomendação, [pois] julgamos adequado o projeto aprovado pelo Senado", disse. Além das dívidas com a União, o texto permitirá alongar R$ 9 bilhões em débitos de companhias habitacionais com o FGTS. Questionado se o resultado não mostra que o governo terá dificuldade para aprovar a reforma dá Previdência, Maia afirmou que a proposta será aprovada porque é necessária para garantir o pagamento dos benefícios no futuro. (Colaboraram Rafael Bittencourt, de Brasília, e Rafael Moro Martins, para o "Valor", de Curitiba). (Valor Econômico)

 
 
 
Leite/Austrália

A produção de leite na Austrália atingirá, nesta temporada, o menor volume em vinte anos, devido à queda dos preços do leite fazendo com que os agricultores reduzissem seus rebanhos, disseram autoridades norte-americanas. O escritório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) de Canberra disse que a produção australiana ficou sob pressão devido ao efeito conjunto das secas prolongadas e dos preços baixos. A produção para 2017 foi estimada em 9,3 milhões de toneladas, graças ao "rebanho leiteiro menor e à saída de indústrias". "A renda média das fazendas leiteiras caiu significativamente durante 2016 devido aos menores preços do leite ao produtor e à menor produção de leite por fazenda", disse o departamento. O USDA projeta a produção de leite em 2016 em 9,5 milhões de toneladas, abaixo da previsão oficial de 9,7 milhões de toneladas.

Preços baixos diminuem a produção
"Nos últimos anos, a indústria foi afetada por condições climáticas adversas e baixos preços internacionais dos produtos lácteos", disse o departamento. A queda internacional dos preços do leite começa a ceder, com os cortes na produção de leite. "A indústria de laticínios da Austrália foi parcialmente protegida pela queda dos preços internacionais, uma vez que cerca de 60% da produção é consumida no mercado interno." "No entanto, em abril de 2016, os principais processadores cortaram os preços do leite dentro da porteira", disse o departamento. "Após os cortes nos preços do leite, alguns dos quais foram retroativos, muitos produtores tornaram-se não rentáveis e em resposta abateram os bovinos leiteiros e removeram as vacas da produção."

Melhoria das perspectivas de pastagem
Mas o departamento observou uma "tendência mais positiva" para a produção leiteira, graças a um clima melhor e ao crescimento das pastagens desde meados de 2016. "As fortes chuvas em grande parte do leste da Austrália puseram fim à seca em algumas regiões e reduziu a necessidade de suplementos alimentares. A previsão de chuva para três meses até dezembro de 2016 também é positiva, apesar da intensa chuva em algumas regiões e alagamentos poderem afetar a produção de leite", disse o departamento. "Espera-se que o crescimento das pastagens seja significativo e consistente em Victoria, que responde por 60% do rebanho leiteiro nacional". O USDA disse que as melhores condições eram "suscetíveis de reduzir o abate do rebanho em 2017 e pavimentar o caminho para a recomposição gradual do rebanho". (AgriMoney - Tradução Livre: Terra Viva)

Produção/UE

A produção mundial de leite deverá ter um crescimento moderado nos próximos dez anos segundo o último boletim de previsões a médio prazo da Comissão Europeia (CE). O aumento será impulsionado por contínuos incrementos no consumo de produtos lácteos. A queda na renda e o crescimento demográfico nos faz pensar que a demanda mundial crescerá a um ritmo relativamente mais lento, de 1,8% ao ano (equivalente a 16 milhões de toneladas adicionais por ano). O crescimento da produção na União Europeia (UE) é estimado em média de 1,3 milhões de toneladas por ano (1,4%) nos próximos 10 anos. O aumento do consumo interno, em particular queijos, que absorverá parte deste crescimento. No entanto, o excedente será destinado ao mercado externo. Sendo assim, a previsão é de que a UE se transforme no maior exportador mundial de produtos lácteos até 2026, ficando à frente da Nova Zelândia. Os preços deverão continuar pressionados para baixo no curto prazo, diante dos elevados estoques de intervenção do leite em pó desnatado. A expectativa é de que os preços fiquem acima de € 32/100 kg na segunda metade do período de projeção, ou seja, entre 2021-2026. Apesar do atraso na chegada do aumento de preços. A CE estima que a rentabilidade das fazendas se manterão estáveis graças ao menor custo da alimentação animal. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)

Ministério da Agricultura negocia recursos externos para fortalecer defesa agropecuária

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está negociando junto ao Ministério do Planejamento pedido de linha de crédito de R$ 1,2 bilhão, junto ao Banco Mundial (Bird) ou ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os recursos serão destinados à implementação do Plano de Defesa Agropecuária.

Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, os recursos deverão ser repassados em três parcelas anuais de R$ 400 milhões. É a primeira vez que o Mapa busca recursos internacionais para realizar projetos de estruturação da defesa agropecuária.

O dinheiro será destinado ao fortalecimento dos laboratórios oficiais; reforço dos sistemas de defesa agropecuária; projetos de controle das moscas das frutas; gestão das áreas de fronteira; programas de controle da aftosa, da peste suína clássica e da tuberculose e brucelose bovinas. Também será direcionado para a melhoria do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e a revisão das normas da defesa agropecuária.

Conforme Rangel "esse é o momento de novos investimentos na defesa, para que o Mapa faça frente aos desafios dos próximos dez anos, entre eles o de ocupar 10% do mercado agrícola mundial". (As informações são do Mapa)

Leite/China

A satisfação do cliente está caindo entre os consumidores de lácteos chineses. De acordo com o último relatório de pesquisa nacional sobre as atitudes dos shoppers de leite líquido, o público está exigindo produtos de maior qualidade. Os resultados da pesquisa realizada pela Associação Chinesa para Qualidade (CAQ), um monitor de normas, podem ser divididos nas principais áreas: satisfação, formato e distribuição. A primeira diz respeito à satisfação, à imagem de marca e à qualidade percebida - cada uma das quais, segundo o relatório, diminuiu no último ano. Apesar desta tendência declinante em opiniões ser apenas marginal, ainda deveria ser vista como aviso claro para os fabricantes de leite e fornecedores, escreveram os autores.

De acordo com o CCM, analista do mercado chinês, os consumidores de leite são sensíveis ao preço, embora, ao mesmo tempo deem cada vez mais valor à qualidade e proveniência e respondam pouco à atividade promocional. Cada vez que os preços se elevam, consequentemente os níveis de satisfação diminuem, detectou o CCM. O relatório também destacou o aumento da popularidade do leite fresco e do leite UHT. O UHT, em particular, ganhou apoiadores, porque seu processo de esterilização de alta temperatura garante aos consumidores temerosos que as bactérias foram tratadas. Pouco mais de 30% do mercado prefere o leite UHT, constatou a pesquisa do CAQ, enquanto a segunda maior preferência pertence ao leite fresco, devido, principalmente, aos seus valores nutricionais em relação ao leite processado.

O terceiro ponto importante diz respeito a uma preferência considerável pelo leite líquido sobre o leite em pó, que os analistas relacionam à consciência das propriedades nutricionais do leite líquido. E o último lida com as preferências de distribuição: os supermercados ainda representam os lugares mais convenientes para a compra de leite. Segundo a pesquisa, quase 90% dos entrevistados preferiram supermercados, enquanto o comércio online foi responsável por apenas 2% do mercado de leite comprado. Lojas de conveniência e entrega direta foram os segundo e terceiro canais mais populares após as vendas nos supermercados.

Como um defensor do potencial que o mercado de lácteos da China tem para fornecedores de leite internacionais, o CCM disse que a mudança nas preferências dos consumidores tem criado novos mercados de lácteos abertos para recém-chegados abastecerem. Estes mercados agiriam como um contrapeso para o baixo crescimento da demanda de leite líquido que a indústria tem visto nos últimos anos, acrescentou. (Dairy Reporter - Tradução Livre: Terra Viva)

 
Frase do dia
"Certos números e comparações financeiras feitos por ex-dirigentes de empresas e fundações não são comprovados por dados concretos, são apenas opiniões. A CEEE tem muitos milhões em ações trabalhistas e tem previsão de déficit de R$ 300 milhões em 2017." Carlos Búrigo (PMDB), secretário-geral de Governo. (Jornal do Comércio)

Porto Alegre, 20 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.414

 

​​2016 termina com preço do leite estabilizado no Rio Grande do Sul

Depois de um ano de pico histórico e consequente redução, o preço de referência do leite termina 2016 em estabilidade no Rio Grande do Sul. O valor consolidado de novembro ficou em R$ 0,9457, acima do projetado de R$ 0,9362. Para dezembro, o preço de referência estimado é de R$ 0,9407, apenas 0,53% abaixo do mês anterior. Segundo o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, além da sazonalidade normal da safra, os números refletem o momento econômico de contenção das importações. Isso porque, além do aumento dos preços do leite em pó nos últimos leilões no mercado internacional, a questão cambial tornou menos atrativa a importação pelo Brasil, o que garante maior estabilidade de preços no mercado interno. "As indústrias estão trabalhando na ribanceira. Tivemos um ano todo de inflação e estamos vendendo o leite UHT no mesmo preço do ano passado", pontuou Guerra. A posição é compartilhada pelo assessor da Fetag, Márcio Langer. "Tivemos alguns meses em 2016 que até achamos que as coisas estavam boas, mas agora estamos pior do que antes", lamenta, alertando para desestímulo no campo em função do aumento dos custos de produção. Entre as metas do Conseleite para 2017, foram alinhados dois pontos principais a serem pleiteados: a garantia de restrições à reidratação de leite em pó importado e políticas de apoio do governo através de compra governamentais

O vice-presidente do Conseleite, Jorge Rodrigues, disse que muitos produtores estão trabalhando no vermelho em função de endividamento para aquisição de maquinários e insumos. Segundo ele, a previsão é que muitos deixem a atividade nos próximos anos. "Levamos um baque com a importação do Uruguai, mas temos que ter claro que vivemos em um cenário globalizado. Se nosso preço estiver acima, vamos ter novamente esse baque", frisou, lembrando que o que determina preço ao produtor é o mercado.

Os dados tabulados pela Universidade de Passo Fundo (UPF) foram apresentados na manhã desta terça-feira (20/12) em reunião mensal do Conseleite pelo secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini. O encontro, realizado na sede do Sindilat, em Porto Alegre, contou com a presença de diversos representantes do setor industrial e dos produtores.

Exportações - Palharini ainda fez análise dos dados referentes à balança comercial dos lácteos. Em 2016, houve aumento de importações e redução de exportações, principalmente puxada pela menor aquisição de lácteos pela Venezuela. Nos primeiros 11 meses de 2016, os embarques brasileiros de lácteos somaram 51,2 mil toneladas frente a aquisições de 222,1 mil toneladas. . (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Carolina Jardine

 
 
Laticínios avaliam pacote do governo Sartori

Reunidos no final da manhã desta terça-feira (20/12), representantes dos principais laticínios que atuam no Rio Grande do Sul avaliaram o impacto do pacote de ajustes financeiros proposto pelo governo José Ivo Sartori. A principal medida de impacto no setor é a aprovação do PL 214, que dá a possibilidade de o governo cortar em até 30% os créditos presumidos concedidos ao setor laticinista. O projeto estava com o relator, deputado Elton Weber, para análise e teve debate retomado em função das propostas de ajustes emergenciais encaminhadas pelo Executivo. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, argumentou que a retirada dos créditos presumidos inviabiliza a produção láctea no Rio Grande do Sul, uma vez que serve apenas como correção de diferenças fiscais com outros estados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Crédito: Carolina Jardine
 
 
Leilão GDT: Após 2 meses de alta, preços apresentam estabilidade

O leilão GDT, que ocorreu nesta terça-feira (20/12) apresentou relativa estabilidade de preços. O preço médio dos lácteos ficou em US$3.656/tonelada, queda de -0,5%. O leite em pó integral apresentou queda de -0,8%, fechando a US$3.568/ton. O leite em pó desnatado não teve variações, fechando seu preço a US$2.621ton. O queijo cheddar teve alta de 1,9%, com preço de US$3.826/ton. Nos 4 leilões anteriores, os preços de lácteos haviam apresentado alta. Tais variações eram justificadas pelas quedas de produção em importantes regiões produtoras, como Nova Zelândia, Austrália e Europa. (MilkPoint/GDT)

 
 
 
 
Aprovado decreto italiano que obriga a indicação da origem dos produtos lácteos

O Ministro italiano da Agricultura, Mauricio Martina, acaba de sancionar o decreto para constar obrigatoriamente nos rótulos a origem da matéria-prima dos produtos lácteos, uma vez que foi aprovado pela Câmara e pelo Senado italiano.
 Afetará muitos produtos lácteos como leite UHT, manteiga, iogurte, queijo, mussarela, etc. o decreto se aplica a leite de vaca, cabra, ovelha e búfala. O decreto italiano estabelece que o leite e seus derivados deverão obrigatoriamente indicar no rótulo a origem da matéria-prima enumerando:

a)"País de ordenha": nome do país no qual o leite foi ordenhado;
b) "País de embalagem ou transformação": nome do país em que o produto foi embalado ou industrializado.
Se as fases do processamento e embalagem for realizado em vários países, com exceção da Itália, pode utilizar para indicar a origem do leite as seguintes expressões:
 
Leite de países da UE = se a ordenha foi realizada em um dos vários países da UE.
Leite embalado e transformado em países da UE = se estas fases forem realizadas em um ou vários países da UE.
Se a operação foi realizada fora da UE se dirá "países não UE".
Estão excluídos da obrigação do decreto os produtos de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP).
Segundo o Ministério italiano, 67% dos consumidores do país estão dispostos a pagar entre 5 e 20% a mais por um produto lácteo italiano. Além disso, 9 em cada 10 italianos querem conhecer a origem dos ingredientes dos alimentos.(Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)
 
Retrospectiva 2016 Nova Zelândia
Depois de duas temporadas miseráveis, existe a esperança de que os produtores de leite finalmente serão capazes de sair do prejuízo. O GlobalDairyTrade teve quatro aumentos consecutivos significativos, e os produtores de leite da Fonterra podem esperar um pagamento total em 2016/17 de NZ$ 6,50- $ 6,60 /kgMS, [R$ 1,18 a R$ 1,20/litro], antes das retenções, um salto enorme em relação aos NZ$ 4,30, [R$ 0,78/litro], de 2015/16. A expectativa é de que outras indústrias de laticínios cheguem ao mesmo nível. Não é bem um retorno aos dias de glória - o que seria NZ$8,50/kgMS, [R$ 1,55/litro], da Fonterra em 2013/14 - mas está bem à frente da estimativa inicial de NZ$ 5,05, [R$ 0,91/litro], do DairyNZ/kgMS. Não está tudo bom: o clima úmido da primavera reduziu a produção e o Reserve Banco [Banco Central] não equalizou a montanha de dívidas do setor lácteo - NZ$39 bilhões, pois os produtores pegaram mais empréstimos para passar pelos anos de baixa produção. Mas enquanto aguardam mais algumas boas temporadas para reparar os danos causados, ao menos as coisas estão prosperando. Chris Lewis, presidente da Federated Farmers Waikato, [Federação de Agricultores de Waikato], deu uma resposta apropriadamente cautelosa em novembro: "Estamos numa fase em que estamos quase começando a acreditar nisso", disse ele. (The Country - Tradução Livre: Terra Viva)

 

 

Porto Alegre, 19 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.413

 

​​Irlanda: pesquisa aponta que leite de vacas criadas a pasto produz lácteos de melhor qualidade

Pesquisadores da Irlanda disseram que há evidências de que vacas criadas a pasto produzem produtos melhores. A maioria das vacas do mundo são criadas em confinamento, diferente do que ocorre na Irlanda, onde a indústria de lácteos é quase totalmente baseada em pastagem - algo que é promovido globalmente por meio da campanha Origin Green, promovida pelo Bord Bia, órgão responsável pelo setor alimentício irlandês.

Além disso, os consumidores geralmente associam que o leite e os produtos lácteos produzidos por vacas mantidas a pasto são "mais saudáveis" do que os de vacas confinadas (que consomem ração e concentrados). Pesquisadores da cidade irlandesa de Cork disseram que têm evidências científicas que mostram os benefícios do leite produzido a pasto em termos de propriedades nutricionais, aparência, sabor e cor.

A pesquisa foi liderada pelo Teagasc e por pesquisadores da University College Cork (UCC), incluindo a professora Catherine Stanton, do APC Microbiome Institute, e pelo professor Paul Ross, da UCC. Os estudos foram publicados em dois trabalhos publicados no Journal of Dairy Science neste mês. Esse estudo é parte de um grande programa colaborativo no Centro de Pesquisa Teagasc Moorepark e no APC Microbiome Institute, chamado "Profiling Milk From Grass" ("Perfil do leite produzido a pasto", em uma tradução livre), que é financiado pelo Teagasc, pela Science Foundation Ireland e pelo Dairy Research Trust.

O estudante de PhD da Teagasc, Tom O'Callaghan, que é primeiro autor de ambos os estudos, disse que os resultados mostram que o leite e os produtos lácteos de vacas criadas a pasto têm concentrações maiores de gordura, proteína e caseína. "Em particular, o leite de vacas criadas a pasto tem concentrações significativamente maiores de ácidos graxos saudáveis". Ele disse que as diferenças são refletidas na manteiga produzida por vacas criadas a pasto e que ela é superior em aparência, sabor e cor - conforme confirmado por dados de um painel sensorial.

"A manteiga produzida com leite oriundo de vacas criadas no pasto também é nutricionalmente superior para o coração, pois apresenta menores escores de aterogenicidade e contém concentrações significativamente maiores de CLA (ácido graxo saudável) e betacaroteno, que dá à manteiga a cor dourada".

Stanton destacou que a manteiga feita de leite de vacas criadas a pasto era muito mais amarela na cor e mais cremosa do que a feita com leite de animais criados em confinamento. O próximo passo é mostrar que isso tem uma influência positiva de longo prazo na saúde humana por meio de estudos clínicos.

O professor, Pat Dillon, chefe do programa de Pesquisa e Inovação Animal e de Pastagem do Teagasc, disse que a pesquisa confirma a qualidade superior dos produtos lácteos produzidos a pasto. Ele disse que também há benefícios financeiros, já que os sistemas de confinamento seriam 15 a 20 centavos por litro mais caros do que o sistema a pasto. (Informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Menos sobressaltos no mercado de lácteos 
Depois de um ano marcado por uma nova retração na produção de leite no Brasil, aumento das importações de lácteos ¬ o que elevou o déficit da balança comercial do setor ¬ e instabilidade nos preços internacionais, analistas esperam um cenário menos turbulento em 2017. A notícia positiva é que as condições para produzir leite no país devem ser mais favoráveis que no ano que passou, com uma menor pressão de custos. Esse fator somado à perspectiva de preços internacionais mais altos deve limitar as importações brasileiras, reduzindo o déficit da balança. Entre janeiro e novembro deste ano, o déficit da balança brasileira de lácteos ficou em US$ 436 milhões, mais de três vezes o saldo negativo registrado em todo o ano de 2015. O volume importado no período teve alta significativa (100 mil toneladas a mais) em relação ao janeiro a novembro de 2015, somando 225,5 mil toneladas. Tudo isso em decorrência, sobretudo, da menor oferta de leite no mercado interno. Mas a tendência é de que as importações de lácteos percam força, reduzindo o déficit, avalia Valter Galan, analista da MilkPoint, consultoria especializada no segmento. Uma das principais razões é que os preços internacionais devem desestimular as compras no exterior no ano que vem. "Com preços internacionais mais altos e dólar mais valorizado, a importação pelo Brasil deve cair 25% a 30%", estima. 

 

A perspectiva de alta nos preços internacionais se ampara em três fatores, segundo o analista: a produção de leite está em queda na União Europeia ¬ após um período de preços baixos em decorrência do fim do sistema de cotas, que estimulou a produção no bloco. A oferta também está sendo afetada pelo clima na Nova Zelândia e na Austrália. Além disso, a recente alta do petróleo no mercado internacional ¬ resultado da decisão de países produtores de reduzirem a produção ¬ deve estimular a demanda por lácteos nesses países. Para Galan, a valorização nos últimos leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT) já reflete esse novo cenário. Embora sempre haja incertezas em relação à China, a expectativa também é de alguma recuperação na demanda, já que houve abate de vacas leiteiras este ano no país, em decorrência de preços baixos aos produtores. A China é um dos maiores importadores mundiais de lácteos, mas seu apetite perdeu força este ano. Até outubro, o país importou 516,3 mil toneladas, 9,2% acima de igual período do ano passado. 

Esse ritmo de crescimento, porém, já foi maior. "Se esse cenário se confirmar, os preços devem ficar nos níveis atuais ou mais altos", diz Galan. No último leilão GDT, cujos preços são referência para o mercado internacional, a tonelada do leite em pó integral ficou em US$ 3.593, já acima dos níveis históricos de US$ 3.300 por tonelada. Ainda que considere que não deva ocorrer "nada de extraordinário" em relação à demanda internacional no próximo ano, Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, afirma que o início da recuperação da demanda da China é um dos fatores que devem fazer os preços internacionais [do leite em pó integral] ficar entre US$ 3.500 e US$ 4.000 mil tonelada. 

À parte a oferta mais ajustada na Europa, o analista da Scot cita ainda a queda na produção nos Estados Unidos como fator que deve sustentar as cotações internacionais. Já para o Brasil, a expectativa é de que a produção comece a se recuperar após um ano em que os custos mais altos pressionaram as margens do setor durante a maior parte do período, avalia Ribeiro. Os preços mais baixos de milho e soja devem estimular o investimento em alimentação do gado leiteiro pelos pecuaristas. O menor custo dos grãos também deve permitir uma "recomposição de margens" pelos produtores, afirma o analista. Nesse cenário, "a produção no primeiro semestre do ano que vem deve ser maior que no primeiro semestre de 2016", avalia Galan. Neste ano, pelas estimativas da MilkPoint, a produção de leite inspecionada no Brasil deve ter caído cerca de 4% a 5% em relação ao volume de 24,05 bilhões de litros de 2015, conforme dados do IBGE em 2015. As previsões também são de clima "mais normal" no segundo semestre do próximo ano ¬ período de safra do leite ¬, acrescenta Ribeiro. Esse também é um fator favorável à produção. Em relação à demanda doméstica, porém, persistem incertezas em decorrência da crise econômica, e a expectativa é de que os preços aos produtores tenham variações mais próximas à inflação em 2017 após fortes altas neste ano, concordam Ribeiro e Galan. Em termos nominais, os preços aos produtores subiram 17,4% entre janeiro e novembro, segundo a Scot. 

Para Rafael Ribeiro, os volumes de venda de leite longa vida devem seguir crescendo, mas produtos de maior valor agregado, como iogurtes e queijos, devem continuar "patinando". Ao mesmo tempo em que há perspectiva de recuperação da produção de leite no Brasil, a menor disponibilidade da matéria¬prima na Argentina e no Uruguai ¬ principais fornecedores de lácteos para o Brasil ¬ também deve contribuir para o país importar menos, acredita Marcelo Costa Martins, diretor¬executivo da Viva Lácteos, que reúne laticínios brasileiros. E se os preços internacionais mais elevados são um fator de desestímulo às importações, podem dar alguma competitividade ao produto brasileiro no exterior, observa Martins. Segundo ele, algumas empresas já sinalizam que preços perto de US$ 4 mil a tonelada para o leite em pó integral, ao câmbio atual, criam um cenário mais favorável à exportação pelo Brasil. (Valor Econômico) 

REDUÇÃO DE INCENTIVOS E GRUPO DE PROTEÍNA ANIMAL

Após propor a redução de benefícios fiscais a indústrias, dentro do pacote que será votado a partir de hoje na Assembleia Legislativa, o governo do Estado pretende se debruçar sobre o setor de proteína animal. Um grupo de trabalho, formado por três secretarias e coordenado pelo presidente do BRDE, Odacir Klein, pretende identificar os gargalos que envolvem a produção de carnes e de leite. Uma das principais preocupações é não deixar que a perda de competitividade afaste investimentos tudo o que um Estado com as finanças em colapso não precisa.

- Queremos detalhar e aprofundar todo o setor de proteína animal. Sabemos que existem dificuldades na cadeia, como no abastecimento e na distância dos grandes centros consumidores - afirma Fábio Branco, secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.

Nos últimos anos, com a redução da área plantada com milho no Rio Grande do Sul, indústrias de aves e suínos optaram por ampliar seus investimentos em outros Estados - como Mato Grosso e Paraná, onde a safrinha responde por boa parte da produção do cereal no país.

Embora a relação da frente de trabalho com o pacote seja negada pelo governo, o grupo será uma forma de se reaproximar de empresários do agronegócio - após o projeto de lei de redução dos créditos presumidos ter sido desengavetado.

Além do Desenvolvimento Econômico, irão formar a frente de proteína animal as secretarias da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. A escolha de Odacir Klein para coordenar os trabalhos se deu pela proximidade com o setor - acumulada em cargos anteriores de secretário da Agricultura e de presidente de entidades como a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio).

A próxima reunião do grupo está marcada para a primeira semana de janeiro, quando entidades representativas de indústrias já serão convidadas a participar. O clima do encontro dependerá do resultado da votação do pacote nesta semana - especificamente do projeto de lei que prevê a redução de até 30% dos incentivos fiscais.

Com testes a campo em diversas estações experimentais do Brasil, a Monsanto prepara a terceira geração de soja transgênica. A nova tecnologia, ainda sem nome, promete maior controle de lagartas e resistência a mais um herbicida, o dicamba - além do tradicional glifosato.

- A previsão de lançamento comercial é para 2020, mas isso vai depender da avaliação de agências regulatórias no país - informou Rodrigo dos Santos, presidente da Monsanto na América do Sul.

No último dia 8, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de um dos eventos da nova semente de soja desenvolvida pela Monsanto no Brasil. Como a tecnologia envolve mais de um evento, ainda serão necessárias outras liberações comerciais do órgão. Em entrevista à coluna, o executivo explicou que a terceira geração transgênica, antecedida pela RR1 e Intacta RR2, terá como principal diferencial o controle a plantas daninhas que criaram algum tipo de resistência ao glifosato - herbicida mais usado no mundo.

Comprada pela alemã Bayer há três meses, em uma transação histórica de US$ 66 bilhões, a Monsanto aguarda a análise de agências de regulação de mercado. A negociação, que resultará na maior fornecedora de sementes e químicos do mundo, precisa passar pelo crivo de diversos países.

- A pré-aprovação de Brasil, China, Índia, União Europeia e Estados Unidos é a mais relevante - destaca Santos, prevendo o fim do processo de análise regulatória para o final de 2017. ((Zero Hora)

Mais leite no RS

Em quatro anos, as pequenas indústrias lácteas do Rio Grande do Sul investirão R$ 130,4 milhões. Após aplicar cerca de R$ 70 milhões entre 2015 e 2016, o setor planeja outros R$ 60,8 milhões entre 2017 e 2018, segundo a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil-RS).

O presidente da entidade, Wlademir Dall'Bosco, informa que os recursos serão aplicados na ampliação de plantas, modernização de equipamentos e assistência técnica para 9,4 mil produtores que fornecem a essas indústrias. Somente em qualificação, os investimentos mais do que duplicaram entre 2015 e 2016, chegando a R$ 5 milhões.

- Temos a preocupação em atender os pequenos produtores, por isso ampliamos este investimento em assistência e capacitação - ressaltou Dall'Bosco.

As empresas associadas processaram 730 milhões de litros de leite em 2016, representando 18% da produção gaúcha. Com os investimentos, devem chegar a 837 milhões de litros em 2018. Hoje, são cerca de 2,5 mil empregos, com previsão de chegar a 3 mil postos em dois anos. (Zero Hora)

 
Embrapa analisa oscilação do preço do leite nacional para produtores e consumidores (G1/Triângulo Mineiro)

 

Porto Alegre, 16 de dezembro de 2016 .                                               Ano 10- N° 2.412

 

​​Conseleite/SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 15 de Dezembro de 2016 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Novembro de 2016 e a projeção dos preços de referência para o mês de Dezembro de 2016. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (FAESC)

  
  
 
Encontro da Atividade Leiteira é realizado em Vila Maria

Na última sexta-feira dia (09/12), foi realizado o 9º Encontro da Atividade Leiteira, no município de Vila Maria. O evento promovido pela Emater/RS-Ascar, Prefeitura, e Associação Comercial, Serviços e Agropecuária de Vila Maria (ACIVI), aconteceu no Auditório Municipal Félix Rocco Cristan. E teve por objetivo contribuir para o conhecimento dos produtores de leite do município de Vila Maria e região. 

Os participantes conferiram palestras como Momento Sicredi, com o gerente da unidade do Sicredi de Vila Maria, Jair Ávila e alternativas forrageiras e nutrição de bovinos de leite, com a zootecnista e doutoranda pela Universidade de Passo Fundo (UPF), Valéria Biazus. 

O Encontro teve o apoio da Câmara de Vereadores, Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário de Vila Maria, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vila Maria, Cooperativa Santa Clara, Cooperativa Piá, Laticínios Princesul e da Faculdade de Medicina Veterinária da UPF, com patrocínio da Sicredi e da Gráfica Vila Maria. (Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar - Regional de Passo Fundo)

Cone Sul 

A chegada do verão na Argentina e no Uruguai aumenta gradualmente as temperaturas, provocando estresse nas vacas leiteiras. Embora o volume de leite esteja em declínio, existem suprimentos suficientes para as necessidades atuais da indústria. Os sólidos do leite (creme e proteína) estão em queda. De modo geral, os volumes de leite destinados ao processamento de leite fluido de consumo estão menores, em decorrência das férias escolares de verão. Portanto há mais leite disponível para industrialização. O processamento de queijo e de iogurte está muito ativo, com forte demanda por parte dos varejistas e foodservices. As condições das pastagens estão de razoáveis a boas na Argentina e no Uruguai. 

De acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE), em outubro, os volumes de leite das fazendas no Uruguai enviados para os processadores foram de 191,9 milhões de litros, 11,0% acima do mês anterior, mas 7,0% menor do que ano passado. De janeiro a outubro de 2016, a captação de leite pelas fábricas totalizou 1.427 milhões de litros, queda de 11,4% em relação ao mesmo período em 2015. O preço do leite pago ao produtor, em outubro, foi de UYU$ 8,93 por litro, 1,6% a mais do que mês anterior e 18,0% a mais do que no mesmo mês do ano passado, e equivale a US$0,31/litro ou cerca de US$13,83/cwt. A produção de leite na fazenda é desigual no Brasil, uma vez que prevalecem grandes chuvas no estado leiteiro de Minas Gerais. No entanto, com estas condições meteorológicas, muitos produtores estão antecipando a renovação de pastagens. A demanda de leite fluido de consumo por mercearias e restaurantes é boa, mas menor nas instituições de ensino. 

 
O volume excedente de leite está sendo destinado para a fabricação de leite em pó integral, porque a demanda da indústria de processamento de alimentos é forte. O engarrafamento de leite UHT está menos ativo esta semana. Houve ligeiro aumento nas cotações do leite no mercado spot nestas duas últimas semanas, saltando de R$1,09 para R$1,11 ou US$0,33. Esta semana, o preço médio do litro de leite UHT é de R$2,04 ou US$ 0,60. De acordo com o Centro de Estudos em Economia Aplicada (CEPEA), o Índice de Captação de Leite (ICAP-L / Cepea) no Brasil, em outubro, foi de 187,65, um aumento de 0,1% em relação ao mês anterior, porém 4,2% menor do que ano passado. O preço médio bruto recebido pelos produtores de leite no Brasil, em novembro, foi de R$1,34 por litro, o que representa queda de 10,9% em relação ao mês anterior, mas aumento de 27,3% em relação ao ano passado. Este montante é igual a US$0,42/ litro ou em torno de US$18,48/cwt. (USDA - Tradução livre: Terra Viva)

Tetra Pak lança nova embalagem assética de cartão

A Tetra Pak lançou uma nova versão da embalagem Tetra Brik Aseptic 1000 Edge, uma embalagem com sistema de abertura LightCap 30 de origem biológica. De acordo com a empresa, " a nova embalagem é produzida com uma película plástica e tampa fabricadas a partir de polímeros derivados da cana-de-açúcar. Em combinação com o cartão, a fração de materiais provenientes de fontes renováveis na embalagem eleva-se para mais de 80%, o limiar para a certificação quatro estrelas da Vinçotte, agência de acreditação, com sede na Bélgica, mundialmente reconhecida por avaliar o conteúdo renovável de embalagens."

Para além disso, segundo a Tetra Pak, esta nova versão "apresenta uma pegada de carbono 17% inferior comparativamente com a embalagem convencional, de acordo com uma análise de ciclo de vida independente conduzida pelo IVL - Instituto de Investigação Ambiental sueco."

"Aumentar o uso de materiais renováveis, definidos como recursos naturais que podem ser repostos ao longo do tempo, desempenha um papel cada vez mais importante na mitigação da escassez de recursos e nas alterações climáticas", refere Philippe Dewolfs, Presidente do Comité de Certificação da Vinçotte. "Esta é a única embalagem assética de cartão que certificámos, até ao momento, e qualificou-se para uma certificação de quatro estrelas." Já Charles Brand, Vice-presidente Executivo de Gestão de Produto e Operações Comerciais da Tetra Pak, explica que "há uma tendência crescente de consumidores que querem fazer mais pelo planeta e que querem que as marcas os ajudem. Com a certificação da Vinçotte, a nossa nova embalagem dá aos clientes informações credíveis para comunicarem com os consumidores, além de os ajudar a diferenciar os seus produtos." (Fonte: Distribuição Hoje)
 
Eleição do Fundesa
O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), em reunião realizada ontem, reelegeu Rogério Kerber para o sétimo mandato à frente da entidade. Na assembleia, o fundo deliberou sobre os novos valores a serem pagos em indenização para criadores de gado leiteiro em caso de tuberculose e brucelose. Os valores variam de R$ 972,00 para animais sem registro - que representam 90% do gado leiteiro do estado - até R$ 2,7 mil para exemplares puros de origem. (Correio do Povo)