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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 15 de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.373


Teste inédito indica o para cada caso de mastite antibiótico certo

Solução apresentada por médica-veterinária e pesquisadora gaúcha indica ao produtor o medicamento para o combate de bactérias causadoras da mastite de forma assertiva, reduzindo drasticamente custos e proporcionando maior qualidade do leite produzido

Um teste inédito que indica os antibióticos resistentes em casos de mastite no rebanho leiteiro, desenvolvido pela startup gaúcha Suport D Leite, fundada pela médica-veterinária e pesquisadora Denize da Rosa, está prestes a chegar ao mercado como solução para um antigo problema enfrentado pelos pecuaristas, reduzindo drasticamente seus custos. 

Em 2021, Denize abriu o primeiro laboratório privado de análises de leite no Rio Grande do Sul, iniciando, com isso, a prestação de serviços a técnicos e aos próprios produtores do noroeste gaúcho. Antes, já havia trabalhado com qualidade do leite no mestrado e, por dois anos, esteve em campo antes de ministrar aulas no ensino superior, em 2012. 

Em 2015, ela começou o doutorado em bovinocultura de leite e passou a conhecer ainda mais a realidade da cadeia do leite, dentro e fora da porteira, atuando com pesquisa, ensino e extensão, além de participar da Rede Leite, uma iniciativa que reúne várias instituições nesta área.  “Conhecia muitas pessoas no setor e decidi abrir o laboratório, que, no início, funcionava na garagem da minha casa, com uma estrutura modesta e recursos limitados para investir. Inaugurei em fevereiro de 2020, mas em março veio a pandemia e, sinceramente, se não fosse minha trajetória e conexão com a cadeia do leite, teria desistido”, conta Denize. 

Ela passou então a pensar em como utilizar seus conhecimentos técnicos para contribuir com o avanço do mercado sabendo das dificuldades que o produtor tem no dia a dia para manter a qualidade do leite e entendendo a importância de um leite de qualidade para a nutrição das pessoas. “Acabei salvando a vida da minha filha com fórmula à base de leite de vaca, porque não pude amamentá-la devido a um câncer de mama que tive, e isso me motivou a ajudar os produtores”, comenta. 

Passada a pandemia, as atividades do laboratório foram sendo ampliadas, incluindo serviços de consultoria em parceria com o Sebrae-RS, além da prestação de serviços para laticínios por meio do Programa Leite Mais Saudável, do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). “Focamos também na implementação do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, alinhado ao objetivo da OMS de produzir alimentos de maior qualidade, reduzindo desperdícios e promovendo uma nutrição mais sustentável”.

Com sua experiência em pesquisa, atuação como professora na área de meio ambiente e sustentabilidade e vínculo com empresas focadas na melhoria da qualidade do leite, Denize teve um insight a partir do relato de um produtor que mencionou a dificuldade de encontrar um antibiótico eficaz para tratar uma vaca com mastite, após várias tentativas sem sucesso. 

“Ele não tinha tempo de ir até a cidade para realizar um teste e me perguntou se eu não poderia desenvolver um kit para ser usado diretamente na fazenda com os medicamentos que ele costumava usar. 

Foi nesse momento que percebi que esse produto ainda não existia e assim surgiu o teste”. Atualmente, embora exista um teste com essa finalidade, ele só pode ser realizado em laboratórios sediados na zona urbana, o que limita o acesso dos produtores rurais, muitas vezes localizados distantes da cidade. 

Para superar essa limitação, a startup desenvolveu uma versão modificada desse teste para uso em campo. Este projeto está sendo validado por meio do Programa Manutenção de Talentos Tecnológicos – Emergência Climática, lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), em outubro de 2024. 

Com essa inovação, espera-se reduzir em até 80% as chances de erro nos tratamentos, prevenindo a seleção de superbactérias. “Desenvolvemos o kit e incubamos na Criatec, em Ijuí-RS. Com esta inovação, participamos de diversas batalhas de startups regionais, ganhando alguns prêmios. Destaca-se que, em 2023, fomos selecionados para o programa ‘Innovations in Sustainability 2023’, uma iniciativa da Village Capital, com o apoio da Unilever, que selecionou 11 startups lideradas ou fundadas por mulheres na América Latina”. 

“Nosso objetivo era qualificar o produto para que, no futuro, tenha escala internacional, e fomos a única empresa selecionada do Brasil”, afirma Denize. Outra meta, segundo ela, é permitir ao produtor ter acesso a amostras de antibióticos (de forma semelhante que se tem hoje a amostras de perfume), para testá-los diretamente e identificar rapidamente quais são eficazes e quais não funcionam, embora o resultado ainda não seja instantâneo, já que o processo leva cerca de 24 horas. 

A ideia também é adaptar o teste para que fique disponível na própria fazenda, em cooperativas ou em lojas de produtos agropecuários, facilitando o acesso e agilizando a tomada de decisão.

Além disso, está em fase final de desenvolvimento um aplicativo que reunirá todos os dados, facilitando a gestão da propriedade e permitindo que empresas e órgãos governamentais utilizem essas informações para validar novos produtos e protocolos. O sistema também poderá auxiliar na retirada do mercado de medicamentos que já não apresentem eficácia, uma vez que estudos indicam que alguns antibióticos possuem mais de 90% de resistência e não deveriam mais estar disponíveis.

Com o kit SuporTest Antibiograma, o produtor, após realizar a cultura e identificar o tipo de bactérias encontradas na amostra de leite, poderá definir quais antibióticos estão resistentes. Para isto, em uma placa de cultura – dispositivo utilizado para o cultivo de microrganismos, células ou tecidos –, irá colocar as bactérias em contato com os medicamentos e, em 24 horas, verificará se o antibiótico disponível é eficaz ou não. 

Além disso, será possível realizar o teste com uma amostra de leite do resfriador, permitindo ao produtor obter uma visão ampla da saúde do rebanho. Atualmente o teste, que custa R$ 55,00, é vendido apenas a técnicos e veterinários para uso nas propriedades assistidas por eles. 

Parceria – Dois anos atrás, após uma reunião com o empresário Dante Maurício Tissot, proprietário da Dubai Alimentos – empresa de Ijuí-RS especializada na comercialização de aveia para nutrição humana e parceira de pelo menos cinco universidades –, ele se interessou pela proposta e decidiu investir no negócio, reconhecendo seu potencial inovador.

“Percebi que talvez essa fosse a chance de avançar de uma forma mais rápida e assertiva. Fechamos o negócio e a primeira coisa que fiz foi trocar de local, saindo da garagem. Contratamos mais funcionários, nós nos qualificamos na questão de equipamentos e começamos a fazer experimentos internos para modificar o teste”, afirma Denize.

O empresário, por sua vez, destaca que, apesar do seu interesse ter surgido apenas como investidor, também se sensibilizou justamente pelo propósito do projeto de levar qualidade e segurança alimentar para quem consome leite, pois sua empresa também participa desse mercado de segurança alimentar e produção de alimentos de qualidade.

lém do aporte financeiro, cujo valor se absteve de revelar, colocou a equipe da sua empresa à disposição para ajudar na organização e gestão da startup, no desenvolvimento do próprio aplicativo e no modelo de negócio. “Sempre que se fala em alimentação, faz sentido para nós, pelo negócio que já temos, e, quando podemos olhar com carinho essas iniciativas, a gente olha. Realmente, o projeto é muito interessante, pois minimiza e faz com que o uso de antibióticos seja mais assertivo, com impacto direto na qualidade do que está sendo produzido. É uma segurança alimentar e também para o produtor e para o consumidor. Isso nos levou a investir”, revela. 

Produtores apontam vantagens no uso do teste
O primeiro contato da produtora Fernanda Fydryszewski com a Suport D Leite aconteceu através de uma influencer da região, que publicou algo sobre o laboratório nos stories, chamando sua atenção. Ao comentar com o veterinário que presta assistência à sua propriedade, ele sugeriu que ela fizesse os testes no laboratório para ter mais assertividade e mais controle dos casos de mastite.“Hoje não sei mais tratar uma vaca sem o antibiograma, porque fazer isso sem ele e sem a cultura, com tantas bactérias e tantos tipos de antibiótico para combatê-las, é como dar um tiro com os olhos vendados”. Categoricamente, ela afirma que o tratamento antes era “muito ruim”, porque tinha que ser feito duas, três e até quatro vezes na mesma vaca e quase sempre acontecia até de perder o animal. 

“O antibiótico parecia curar, mas depois a bactéria voltava ainda mais forte e mais avassaladora, sem muito mais a fazer. Poder usar o antibiótico certeiro é a melhor parte”. Com o teste, ela consegue fazer tratamentos mais leves, não tão invasivos, e certeiros, proporcionando mais qualidade de vida às vacas, diminuindo o desperdício e descarte de leite. A redução “drástica” dos custos é outra vantagem, pois o uso de antibióticos antes era quase que indiscriminado. “O consumo caiu em torno de 70%, pois chegávamos a ter até seis vacas sendo tratadas de uma só vez, além do descarte que também era um absurdo”. Por isso, ela afirma que não hesitaria em recomendar o teste a qualquer produtor, pois o considera “uma mão na roda, literalmente”, além da excelente qualidade do leite obtido. 

Economia – Da mesma forma, na Agropecuária Lambrecht, do casal Diéssica Lambrecht Amaral e Samoel Amaral, também de Ijuí, os resultados da utilização do teste foram bastante promissores e, com isso, a adesão foi imediata e sem volta. “Descobri o laboratório através do veterinário que me atende, a quem sempre perguntava o melhor antibiótico para utilizar e ele sempre recomendava que, para isso, o ideal seria saber exatamente que bactéria estava atacando o animal. Em novembro de 2023, tive um caso de mastite na propriedade e decidi ir até o laboratório buscar os frasquinhos para coleta das amostras e foi assim que começou a nossa relação de negócios”, conta Amaral. Desde então, ele já fez 47 testes na propriedade e, desses, 12 deram negativo, evitando “jogar dinheiro fora” com o uso desnecessário do antibiótico. Nos demais testes, com bactérias identificadas, o SuporTest Antibiograma propiciou o tratamento assertivo e a cura dos animais. Segundo Amaral, em cada tratamento, o custo fica em torno de R$ 1mil, entre antibióticos e o descarte do leite. “Ou seja, se fizermos a conta, só dos casos negativos tivemos uma economia de R$ 12 mil, um dinheiro que seria desperdiçado”, resume. (Balde Branco)


Global Dairy Trade - GDT

Fonte: Global Dairy Trade editado pelo Sindilat


"Não podemos mais ficar à mercê das questões climáticas"

Entrevista - Edivilson Brum - Secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação

Duas das prioridades apontadas pelo novo titular da Secretaria Estadual da Agricultura, Edivilson Brum, estão diretamente relacionadas ao clima: o avanço da área irrigada e a solução para o endividamento dos produtores.

Como fazer a irrigação avançar no Estado?
O governador Eduardo Leite determinou a irrigação como prioridade número um. Temos em aberto o projeto em que o produtor pode receber até R$100 mil do Estado. Quais os motivos pelos quais temos menos de 4% da lavoura de soja irrigada? Primeiro, pela questão cultural. Temos de ver a questão de financiamento, o custo, que também pode ser um dos gargalos.

Por que ter uma subsecretaria, criada agora, para tratar do tema?
Temos vários projetos em diferentes setores, não só da secretaria, mas de outros órgãos ligados ao governo. Então, o governo acredita que criando a subsecretaria reúne todos os projetos, inclusive do próprio Funrigs, do Plano de Recuperação do Estado. Fica concentrado na Secretaria da Agricultura, sob uma liderança, para que o trabalho seja tocado com a eficiência e a celeridade que requer. Não podemos mais ficar à mercê das questões climáticas.

Outro foco deve ser as dívidas de produtores...
Tem duas propostas, uma na Câmara e uma no Senado, e o governo do Estado também chamou todos os atores, entidades e parlamentares para apresentar uma alternativa, que seria buscar um recurso no fundo social para quitar essas dívidas e depois vai se devolvendo este recurso. Porque de nada adiantará fazer um grande projeto de irrigação se os produtores não tiverem acesso ao crédito. A nossa perspectiva é de sensibilizar o governo (federal). (Zero Hora)


Jogo Rápido

Robôs e softwares da Lely garantem decisões estratégicas e maior controle
Equipamentos, como robôs de ordenha, e softwares de gestão trouxeram à pecuária leiteira a possibilidade de monitorar o rebanho em tempo real, identificando oportunidades de melhorias e problemas antes que estes se tornem críticos. Um exemplo dessa transformação está na história de superação e inovação da Cabanha DS, localizada em Vila Lângaro (RS). Após enfrentar dificuldades que quase resultaram no encerramento da atividade leiteira, a propriedade retomou a produção há pouco mais de um ano, agora focada em um modelo de gestão automatizado. A propriedade é administrada pela família Secco, que, em processo de sucessão familiar, apostou na modernização, com robôs de ordenha da Lely e o software de gestão Horizon, como caminho para superar os desafios e tornar o negócio sustentável e competitivo. Atualmente, cada vaca produz, em média, 48 litros de leite por dia, performance que é monitorada detalhadamente com dados coletados automaticamente durante a ordenha e enviados para análise no sistema. (Balde Branco)


 
 
 

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Porto Alegre, 14 de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.372


Santa Clara, Piá e Elegê se destacam no Prêmio Marcas de Quem Decide 

As marcas Santa Clara, Piá e Elegê, associadas ao Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), estão entre as cinco mais lembradas e preferidas na 27ª edição do Prêmio Marcas de Quem Decide, realizado pelo Jornal do Comércio em parceria com o Instituto Pesquisas de Opinião (IPO).

Santa Clara lidera nas duas frentes entre produtos lácteos, onde registrou 24,75% de lembrança e 28,1% de preferência. Conforme a pesquisa, a marca foi citada por lideranças de todas as regiões do Rio Grande do Sul e aparece em primeiro lugar em seis delas. 

A Piá ocupa a segunda posição geral, com 11,25% de lembrança e 12,5% de preferência, também com presença em todas as regiões do Estado. Já a Elegê se consagra em terceiro lugar em lembrança (9,5%) e mantém a terceira colocação também em preferência (11,3%), sendo citada em todas as regiões e liderando em duas: Ijuí e Uruguaiana. 

Santa Clara e Piá também se destacam entre as cooperativas, sendo a quarta e sexta mais lembradas e Santa Clara como a terceira preferida. O ranking está no caderno especial publicado nesta segunda-feira (14/04) e pode ser acessado aqui.  

Ao todo, foram pesquisados 70 setores da economia gaúcha, para definir as mais lembradas e preferidas, através da realização de 400 entrevistas entre lideranças das principais cidades gaúchas em todas as regiões do estado, que resultaram em quase 5 mil marcas citadas. (SINDILAT/RS)


Fenasul Expoleite 2025 é lançada com expectativa de retomada

Evento ocorre de 14 a 18 de maio, no Parque Assis Brasil em Esteio

Com espírito de retomada, após a feira ter sido cancelada no ano passado, foi oficialmente lançada a 18ª Fenasul e 45ª Expoleite, na manhã desta segunda-feira (14/4). As estrelas da festa, duas vacas holandesas, duas cabras, e um exemplar da raça Árabe de equinos, participaram mais uma vez do ato realizado na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em Porto Alegre. A Fenasul Expoleite 2025 ocorre de 14 a 18 de maio, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

O evento reúne produtores rurais, empresas, entidades e lideranças do agro, além de contar com exposição de animais e realização de concurso leiteiro, avaliação morfológica, seminários e eventos técnicos. A feira é uma realização da Seapi e da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), com co-promoção da  Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul  (Fetag-RS), Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e Prefeitura de Esteio.

Junto com a Fenasul Expoleite também acontece o 10º Rodeio Fenasul, a Feira da Agricultura Familiar, que este ano conta com 40 estandes para as agroindústrias, o 3º Rodeio Artístico de Esteio e a 4º Multifeira de Esteio, com exposição da indústria, comércio, serviços e artesanato do município, shows musicais todos os dias, apresentações culturais, espaços de inovação e kids, entre outras atrações.

Este ano, a grande novidade é que a Fenasul Expoleite receberá o 2º Campeonato Pan-Americano de Assadores Ancestrais, organizado pelo chef Edi da Gre e a Associação Gaúcha de Churrasqueiros e Chefs. Além da competição de parrilleros e assadores, onde são esperados cerca de 300 chefs de 14 países, também será assada a maior linguiça do mundo - 150 metros -, e o maior carreteiro do mundo, com dez toneladas de alimentos que podem servir cerca de 20 mil pessoas. Uma iniciativa que une a gastronomia, a cultura e a ação social, com a distribuição da comida para entidades e comunidades carentes.

O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, disse estar feliz em ser o primeiro evento que participa como chefe da pasta e agradeceu às parcerias das entidades promotoras da Fenasul Expoleite e destacou o trabalho feito, depois da tragédia climática do ano passado, para dar a volta por cima, especialmente através do setor primário. “Este ano, pretende-se quebrar recordes, entre eles, servir o maior carreteiro do mundo. Isso agrega valor ao evento. Se a gente olhar a tradição da Fenasul Expoleite, ela vem cada vez mais se tornando gigante”, pontuou Brum. Ele destacou ainda a expertise e qualidade dos técnicos da Seapi que contribuem para o crescimento da feira e da atividade produtiva do leite. “O que nos dá segurança em relação à sanidade animal, na qual somos referência em nível nacional”, falou com orgulho.

O presidente da Gadolando e da Febrac, Marcos Tang, enfatizou que a Fenasul Expoleite é a grande feira de outono que propicia mais possibilidades de negócios. “No outono, é melhor fazer negócios com gado de leite, já que é a época onde as novilhas estão parindo com melhores perspectivas de pastagens, inclusive” destacou. Tang lembrou que Fenasul Expoleite e Expointer são os dois grandes eventos anuais para os produtores de leite. “E para que todos saibam, a Fenasul Expoleite tem apenas duas edições a menos que a Expointer, portanto, é uma feira de tradição consolidada, temos antiguidade”, ressaltou. Tang acrescentou que a entrada é franca, citou todos os apoiadores do evento e disse que espera suplantar a edição de 2023. “Tivemos 100 mil visitantes na última edição e a ideia é superar esse número na feira que acontecerá de 14 a 18 de maio no Parque Assis Brasil, em Esteio”, finalizou.

A feira é totalmente gratuita, com acesso do público pelo portão 3, para quem desce do Trensurb, e pelo portão 7, na rua lateral ao Parque (Av. Celina Chaves Kroeff), para pedestre e veículo.

O vice-presidente da Fetag-RS, Eugênio Zanetti, ressaltou que estar representando a entidade nesse importante evento, que é o lançamento da Fenasul Expoleite, é motivo de muito orgulho. “Estaremos presentes com 40 agroindústrias familiares, levando o que há de melhor da nossa produção — alimentos com identidade, qualidade e o esforço das famílias do campo. A Multifeira é um espaço fundamental para dar visibilidade a esses empreendimentos, que geram renda, preservam a cultura local e fortalecem as economias regionais. O evento não apenas abre portas para a agroindústria familiar, mas também proporciona um cenário de fortalecimento e união entre os agricultores, suas famílias e todas as entidades envolvidas. A Fenasul é uma oportunidade para mostrar a força da Agricultura e Pecuária Familiar e como ela é essencial para a economia e o desenvolvimento sustentável do nosso Estado. É a união de todas as entidades que torna possível o sucesso deste evento, refletindo a força coletiva e o compromisso com o futuro do campo”, afirmou Zanetti.

O diretor vice-presidente da Farsul, Domingos Velho Lopes, reforçou que a Fenasul Expoleite é um patrimônio do Estado. Ele salientou a necessidade urgente da ampliação da irrigação. “Não podemos mais, como sociedade gaúcha, emitir esse atestado de incompetência ao perder 30%, 40% das lavouras de sequeiro em decorrência da estiagem”, afirmou. 

Domingos também aproveitou para falar do atual momento do setor como período de maior maturidade com a união das entidades e classe política na busca por solução ao endividamento dos produtores e destacou que os reflexos das dificuldades são para toda sociedade gaúcha, refletindo diretamente no PIB do Rio Grande do Sul.

Em sua fala, o prefeito de Esteio, Felipe Costella, destacou os principais responsáveis pelo evento. “Quero iniciar minha saudação por todos os produtores de leite que aqui estão. A minha saudação inicia pelos senhores e senhoras, pois são vocês que fazem a Fenasul e a Expoleite acontecer e são vocês que fazem com que essas feiras cresçam a cada ano”, afirmou. “Passou pandemia, passou enchente, e nada foi capaz de deter o nosso produtor aqui do Rio Grande do Sul. Nós estamos fazendo a Fenasul, Expoleite e Multifeira de Esteio e eu não tenho dúvida nenhuma de que será a maior em toda a história do nosso estado”, ressaltou. (SEAPI)

EMBRAPA CILEITE: Nota de Conjuntura Mercado de Leite e Derivados Abril de 2025

Abril de 2025 se iniciou com os EUA definindo novas tarifas de importação, mas sem impactos imediatos sobre o setor lácteo brasileiro. A Argentina apresentou sinais preliminares de recuperação econômica, que pode favorecer a retomada do consumo interno e gerar efeitos positivos sobre fluxos comerciais regionais. No Brasil, ganhou força o debate em torno da isenção tarifária para produtos da cesta básica, com potencial de alterar o comportamento de consumo de itens essenciais, incluindo os lácteos.

Do ponto de vista da produção, os dados da CLAL (fev/2025 em relação a fev/24) revelam cenários distintos entre os países. Enquanto a Argentina registrou alta de 8,3% na produção de leite, o Uruguai teve crescimento moderado de 1,9%. Em contraste, importantes exportadores globais enfrentaram quedas: Estados Unidos (-2,5%), Nova Zelândia (-2,6%) e Austrália (-4,8%), refletindo os efeitos do clima adverso, custos de produção elevados e readequações no mercado internacional.

O padrão de consumo mundial segue muito correlacionado ao poder aquisitivo. Enquanto países desenvolvidos mantêm níveis superiores a 300 L de leite equivalente/hab. ao ano, o consumo das economias emergentes permanecem abaixo de 100 litros/hab., evidenciando desafios estruturais.

No mercado internacional, os preços recuaram na maior parte dos derivados (1o. leilão GDT de abr/25 em relação ao último de mar/25), com exceção do leite em pó desnatado, que teve alta de 5,9% e atingiu seu maior valor em 9 leilões consecutivos. Essa valorização pode estar relacionada à recomposição de estoques em países importadores e à menor oferta nos países exportadores. Em sentido oposto, a muçarela apresentou queda de 4%, atribuída à retração da demanda internacional, especialmente em mercados asiáticos. A manteiga também sofreu desvalorização, após altas anteriores e diante da pressão inflacionária que vem reduzindo o consumo em alguns mercados.

No cenário doméstico, há sinais mistos. A expectativa de crescimento do PIB foi levemente reduzida, de 2,01% para 1,97%, enquanto a taxa Selic segue em 14,25%. O IPCA geral subiu 5% em março e o de lácteos 10%, reduzindo o poder de compra das famílias. Apesar disso, observa-se melhora nas condições do mercado de trabalho, com aumento de 2,45% na taxa de pessoal ocupado entre dez/24 e fev/25, comparado ao mesmo período do ano anterior. O rendimento dos trabalhadores chegou ao recorde da série (R$ 3.378), assim como o número de trabalhadores com carteira assinada (39,6 milhões). Além disso, tem-se os estímulos das políticas de transferência de renda como o Bolsa Família (injeção de R$ 27,61 bilhões no ano), reajustes no Auxílio-Gás (R$ 575 milhões) e no salário mínimo (atualmente em R$ 1.518), além do pagamento do abono PIS/Pasep (R$ 30,7 bilhões previstos para o ano). Esses movimentos vêm sustentando o consumo das famílias e contribuindo para um cenário relativamente favorável para os lácteos no curto prazo.

O ICPLeite deste mês apresentou alta de 1%, influenciado pelo aumento dos custos com concentrado (3,2%) e com qualidade do leite (2,4%), elementos que devem continuar pressionando a margem do produtor, especialmente no início da entressafra. O preço médio pago ao produtor, passou de R$ 2,65/L em janeiro para R$ 2,77/L em fevereiro.

No atacado, os preços seguem tendência de alta. Em março, o leite UHT valorizou 1,22%, o leite em pó 0,43%, e a muçarela teve ligeira elevação de 0,19%, o que reflete o ajuste típico do início do período de menor produção.

O consumo domiciliar apresenta comportamento positivo, com dados recentes indicando mudanças importantes no perfil de compras dos brasileiros. Em 2024, o dispêndio com o consumo nos lares teve alta de 3,72%, sendo o leite um dos principais responsáveis, com contribuição de 22,4% nesse crescimento.  O leite com sabor, que inclui as bebidas lácteas proteicas, apresentaram elevação de 10,7% nas unidades vendidas, demonstrando a consolidação dessa categoria entre os consumidores preocupados com saúde e nutrição. O iogurte também teve desempenho expressivo, com alta de 9,7% nas unidades comercializadas.

Segundo a Abras, a expectativa é de crescimento de 2,7% no dispêndio com o consumo de alimentos nos lares em 2025. Em fev/25 comparado com o mesmo mês do ano passado, registrou-se aumento no valor vendido de leite (5%), leite condensado (7%), leite em pó (9%) e iogurte (10%). Com a proximidade da Páscoa, que é um dos períodos de maior volume de vendas no varejo alimentar brasileiro, há expectativa de incremento nas vendas de queijos. A sazonalidade, aliada ao ambiente de recuperação da renda, deve impulsionar o consumo desses produtos.

Diante disso, o cenário atual do setor leiteiro pode ser considerado moderadamente positivo. Embora existam pressões inflacionárias e desafios na produção, o consumo segue sustentando o mercado doméstico. A atenção deve se voltar para o mercado internacional, o comportamento dos custos durante a entressafra e para a permanência das políticas de transferência de renda e continuidade de bons indicadores no mercado de trabalho, que têm sido fundamentais para sustentar o consumo das famílias brasileiras.

FONTE: Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 07 de abril de 2025.

Autores*: Kennya B. Siqueira, Alziro V. Carneiro, Glauco R. Carvalho, José Luiz B. Leite,  Lorildo A. Stock, Luiz A. Aguiar de Oliveira, Manuela S. Lana, Marcos C. Hott, Paulo do C. Martins, Ricardo G. Andrade, Samuel José de M. Oliveira.
*Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite.


Jogo Rápido

FALTA UM MÊS: Associados ao Sindilat RS têm desconto no MilkPro Summit 2025
Os associados ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) contam com condições especiais para participar do MilkPro Summit 2025, evento que ocorrerá nos dias 15 e 16 de maio, em Atibaia (SP). A iniciativa busca reunir produtores, especialistas e investidores para discutir o futuro da produção leiteira no Brasil e no mundo e está dividida entre seis painéis temáticos focados nas mudanças provocadas pela tecnologia. São eles: Tendências para o leite no mundo: produção e consumo; A fronteira da inovação, digitalização e IA aplicada à atividade leiteira; Farmer’s Fórum – A visão de negócio de 3 produtores globais; Mudando o jogo na comunicação com o consumidor; Leadership Talk e Estratégia de negócios envolvendo a atividade leiteira. Para garantir a inscrição com 10% de desconto, os sócios devem acessar o link clicando aqui. O evento também contará com painéis de discussão e momentos para a troca de experiências e ampliação de conexões no setor. (Sindilat)


 
 
 

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Porto Alegre, 11  de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.371


Edivilson Brum assume como secretário da Agricultura

O deputado estadual em primeiro mandato, Edivilson Brum, assumiu o cargo de secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (9/4). Brum ocupará o posto exercido por Clair Kuhn desde junho do ano passado.

Márcio Madalena segue como secretário-adjunto da pasta. Além da mudança na gestão, o governo do Estado anunciou a criação da Subsecretaria da Irrigação, que será comandado por Paulinho Salerno.

Brum falou que é uma honra estar à frente dessa tão importante Secretaria do governo, responsável por 40% da riqueza do Rio Grande do Sul, que é setor primário. “A irrigação será um dos projetos prioritários. Temos um percentual muito baixo de lavouras irrigadas e temos que enfrentar essa situação e seus gargalos. O endividamento dos agricultores também é prioridade. Nas últimas cinco safras tivemos frustrações e isso fez o nosso agricultor se endividar. O gaúcho quer pagar suas contas e honrar seus compromissos, mas precisamos que o governo federal se sensibilize em relação ao tema. E vamos dialogar junto”, ressaltou o secretário.

Deputado estadual desde 2023, Edivilson cumpre seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa e agora é licenciado para assumir o cargo de secretário de estado. Sua trajetória pública começou em Rio Pardo, onde foi vereador (1993–1996) e presidente da Câmara Municipal. Foi eleito vice-prefeito em 1997 e prefeito em 2001, sendo reeleito para um segundo mandato em 2005.

Fora de cargos eletivos, presidiu a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), de 2006 a 2007, atuou como assessor da presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Ministério da Agricultura (2012–2013) e ocupou cargos de liderança na Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) e na Escola de Gestão Pública de Porto Alegre. Em 2015, assumiu a presidência da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Em 2020, foi eleito novamente prefeito de Rio Pardo, de onde se licenciou para concorrer ao Parlamento Gaúcho. (SEAPI)

Crédito: Divulgação Seapi


Toda a Europa faz a contagem de suas vacas: rebanho bovino recua de forma inédita 3% em 2024

A redução do rebanho bovino está longe de ser um problema exclusivamente francês. Em seu relatório Tendências Leite e Carne, o Instituto de Pecuária destaca a evolução do rebanho bovino europeu, e ninguém escapa dessa realidade. A mais recente publicação da Comissão Europeia sobre a evolução do número de cabeças na União confirma uma aceleração da redução do rebanho bovino.

“Observamos uma queda inédita de 3% no rebanho europeu, considerando todas as categorias de vacas”, aponta Ilona Blanquet no relatório do Instituto de Pecuária. “Estávamos mais acostumados a uma erosão lenta e contínua, na ordem de 1% ao ano”, analisa a economista.

O motivo? A sucessão de eventos climáticos extremos. “Ou são secas recorrentes, ou chuvas excessivas e inundações.” Em outras palavras, os criadores estão ajustando o tamanho dos seus rebanhos para enfrentar os anos ruins em termos de produção de forragem. Em alguns países europeus, as exigências ambientais também incentivam a redução dos rebanhos, como é o caso dos Países Baixos e da Irlanda. E a França não é o único país que enfrenta o desafio da renovação geracional entre os pecuaristas.

A França perdeu 140 mil vacas em 2024

A França, maior país em número de vacas na Europa, registrou uma queda de 2% no rebanho em 2024. “São 140 mil vacas a menos em um ano (considerando todos os tipos de rebanho). É um número significativo”, continua Ilona Blanquet. A Alemanha, segundo maior rebanho da UE, também não ficou de fora, com uma redução de 3% no número de animais. Até mesmo a Espanha, que tem uma presença forte no mercado de carne bovina, foi impactada, com uma redução de cerca de 1%.

“A Espanha enfrentou secas severas, e o rebanho de corte do centro do país foi reduzido para se adaptar às condições forrageiras deterioradas.” Na Irlanda, o problema não foi a seca, mas o excesso de chuvas, que contribuiu para a redução do rebanho em 3%, o quarto maior da Europa. O caso irlandês tem uma particularidade: a queda se concentrou nas vacas de corte, que representam um terço do total de cabeças.

“As chuvas incessantes entre novembro de 2023 e maio de 2024 levaram os criadores a descartarem animais por falta de condições adequadas para alimentá-los ou deixá-los pastar.” O rebanho de corte, assim, registrou uma queda de 6% em 2024. Apenas a Romênia manteve seu rebanho estável, com 1,1 milhão de vacas.

A reforma do setor leiteiro irlandês atinge níveis históricos
A menor disponibilidade está elevando o preço do abate de vacas, tanto leiteiras quanto de corte. Na semana de 10 de março, poucos dias antes das festividades de São Patrício, o preço da vaca tipo O na Irlanda atingiu um nível histórico.

“O preço subiu 65 centavos em quatro semanas, chegando ao valor inédito de 6,14 €/kg de carcaça”, comenta a economista. “É o maior valor dos últimos 22 anos.” Além disso, o preço do leite, que deveria incentivar a produção, não está favorecendo a permanência das vacas nos rebanhos. Ao mesmo tempo, a vaca tipo O na Alemanha chegou a 5,38 €/kg de carcaça. Na França, o valor ficou em torno de 5,17 €/kg de carcaça no mesmo período. (Agri Mutuel tradução livre Sindilat)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1862 de 10 de abril de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

Devido ao vazio forrageiro outonal, segue a necessidade de maior uso de alimentos conservados e concentrados, bem como o ajuste das dietas. A queda das temperaturas contribuiu para a redução da população de moscas-dos-chifres, mas houve aumento da infestação por carrapatos e na incidência de tristeza parasitária. A produção de leite continua em queda, ainda influenciada pela escassez de pastagens e pelas condições climáticas adversas.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a menor disponibilidade de pasto verde de qualidade tem levado à diminuição da produção de leite, chegando a até 20% em algumas propriedades. 

Na de Caxias do Sul, as chuvas favoreceram os sistemas de produção de leite a pasto, melhorando a oferta de forragem e reduzindo o uso de silagem e feno. A queda de temperatura eliminou o estresse térmico nos animais. Apesar das chuvas terem dificultado a manutenção da qualidade do leite, os produtores conseguiram manter os padrões exigidos. 

Na de Erechim, o manejo sanitário segue adequado, com destaque para as vacinações preventivas contra raiva bovina, em função de casos registrados. O controle de ectoparasitas têm sido um desafio em decorrência da grande incidência de carrapatos. 

Na de Frederico Westphalen, a produção de leite se reduziu em razão da antecipação do vazio forrageiro e da influência das altas temperaturas. 

Na de Ijuí, nas propriedades com sistema de produção a pasto, houve diminuição na produção de leite, levando ao aumento do uso de forragens conservadas. 

Na de Passo Fundo, as condições do rebanho se estabilizaram após o período de estiagem, com melhora no escore nutricional em virtude da suplementação alimentar.
 
Na de Porto Alegre, as temperaturas amenas e as chuvas beneficiaram o manejo do rebanho e o preparo de áreas para implantação das pastagens de inverno. 

Na de Santa Maria, as chuvas permitiram a intensificação da implantação das pastagens de inverno, inclusive nas áreas de integração lavoura-pecuária, como em Júlio de Castilhos. A escassez de forragem está mais acentuada nas propriedades que dependem de pastagens anuais. 

Na de Santa Rosa, a redução da insolação e as chuvas aumentaram o consumo de alimentos conservados e proporcionaram a retomada da produção diária de leite. 

Na de Soledade, as chuvas favoreceram o rebrote das pastagens perenes e anuaisde verão, garantindo maior estabilidade na oferta de forragem para o rebanho leiteiro. (Emater/RS editado pelo Sindilat)


Jogo Rápido

PREVISÃO METEOROLÓGICA ATÉ 16/04/2025
Na última semana, o Rio Grande do Sul foi novamente impactado por volumes expressivos de chuva, acompanhados de uma acentuada queda nas temperaturas. A previsão para os próximos dias indica a ocorrência de chuvas irregulares, tanto em distribuição quanto em volume, no Rio Grande do Sul, acompanhadas por temperaturas amenas. Na sexta-feira (11/04), uma área de alta pressão migratória, posicionada sobre o oceano a Leste do Estado, continuará enviando umidade para o continente, favorecendo a formação de nuvens e provocando chuvas no Litoral gaúcho, com possibilidade de volumes moderados. No sábado (12/04), uma frente fria deverá avançar pelo RS, provocando chuva localizada, especialmente em regiões do Norte e do Sul. Já no domingo (13/04), ainda poderão ocorrer precipitações em quase todas as regiões. A previsão aponta para que, na segunda-feira (14/04), a frente fria esteja em deslocamento para o oceano, provocando nebulosidade e chuvas isoladas no Litoral. Nas demais áreas, o tempo permanecerá firme. No entanto, a partir de terça-feira (15/04), instabilidades provenientes do Noroeste do Estado começarão a avançar, trazendo chuvas para as regiões entre o Noroeste e o Centro. As instabilidades devem se expandir gradualmente, atingindo as demais áreas do Rio Grande do Sul ao longo da terça-feira e quarta-feira (16/04). O prognóstico para os próximos sete dias indica uma diminuição nos volumes de chuva em relação à semana anterior, na maior parte do Rio Grande do Sul. Apesar disso, ainda há possibilidade de precipitações significativas em áreas do Norte, Noroeste e Centro, além da faixa litorânea do Estado. Nessas regiões, os acumulados podem variar entre 30 e 100 mm. Nas demais áreas, os volumes previstos serão mais baixos não devendo ultrapassar 30 mm ao longo da semana. (Simagro editado pelo Sindilat)


 
 
 

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Porto Alegre, 10  de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.370


Indústria do leite segue estável no RS

Mesmo com os impactos negativos da estiagem, que dificultou a produção, e das altas taxas de juros, que podem diminuir o consumo, as indústrias que fazem parte do setor leiteiro do Rio Grande do Sul passam por um momento de tranquilidade e equilíbrio nas contas.
É o que afirma o coordenador do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite- RS) e secretário-executivo do Sindicato da Indústria do Leite do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Darlan Palharini, em entrevista ao JM. “Estamos em um momento tranquilo, com estabilidade de preços junto ao produtor e, por isso, os preços também estão estáveis para o consumidor. Por isso, o produtor tem conseguido ter uma margem de resultado bastante interessante”, relata Palharini. 

Segundo o coordenador, o Conseleite-RS está trabalhando com uma projeção de tranquilidade do mercado para o próximo trimestre, até o final de julho. No momento, o conselho analisa o impacto das taxas de juros, que podem afetar o nível de consumo e diminuir a procura por laticínios, prejudicando os produtores. “Nós temos uma preocupação com a elevação da taxa de juros, no futuro isso pode refletir na questão do consumo. E se isso diminuir o consumo, aí a situação começa a ficar um pouco mais complicada, porque começaremos a ter uma oferta maior do que a demanda. Mas, por enquanto, nos próximos três meses não se vê uma mudança de cenário tão drástica”, explica. 

Outra preocupação são as repercussões futuras dos impostos sobre importações que alguns países estão aplicando, como parte da “guerra tarifária”. Este movimento, que envolve países como a China, Canadá e México, teve início com as taxas propostas pelo presidente americano Donald Trump. “Por enquanto, não temos nenhum indicativo de que as tarifas possam impactar de alguma forma também o setor lácteo. Mas como esse movimento está a recém começando e existe a possibilidade de retaliação por parte da China, que é um mercado comprador de lácteos, talvez acabe aparecendo uma oportunidade de mercado para o nosso setor”, explica Palharini. (Fonte: Jornal da Manhã). 


Sindilat/RS acompanha protagonismo do agro no South Summit 

O South Summit Brazil 2025, realizado em Porto Alegre, reuniu painéis e debates que tiveram o agronegócio no centro das discussões sobre o futuro sustentável na produção de alimentos. A tecnologia foi apresentada como aliada estratégica para transformar o campo, com destaque para soluções em inteligência artificial, práticas sustentáveis e inovação colaborativa. 

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Darlan Palharini, a participação no South Summit reforça o papel do setor lácteo como força econômica e social do Estado. “Eventos como este são importantes para integrar o setor produtivo às discussões de futuro. Mas também precisamos pensar em iniciativas específicas, como o Milk Summit Brazil, para dar visibilidade à cadeia do leite. Essa é uma proposta que o Sindilat/RS pretende tirar do papel ainda este ano”, afirma, ao acrescentar que o setor lácteo precisa falar com toda a sociedade. “Precisamos de eventos que dialoguem com a sociedade, mostrando a importância nutricional, econômica e social da atividade”.

Entre os dias 9 e 11 de abril, o South Summit Brazil 2025 destacou como a tecnologia, a inteligência artificial e as práticas sustentáveis estão redesenhando o agronegócio. Na quinta, o debate “Inovação, Sustentabilidade e Tecnologia no Agro”, promovido pelo Governo do Estado, reforçou que o agro precisa ser reconhecido como aliado do meio ambiente. Painéis sobre AgTech e inteligência artificial mostraram caminhos para uma produção mais eficiente e conectada.  Já o painel “Endereçamento rural e cidadania” apontou como é importante olhar para o campo através de políticas públicas que incentivem a competitividade sustentável. “As discussões reforçaram que o agro é parte das respostas aos desafios ambientais e que é preciso mostrar isso ao público urbano. As palestras convergiram ao reforçar que ele integra a solução ambiental e que é impossível pensar no futuro do planeta sem a participação ativa do campo gaúcho que é internacionalmente reconhecido como importante pilar na segurança alimentar mundial”, analisa Jéssica Aguirres, gerente de Comunicação do Sindilat/RS. 

As informações são do Sindilat/RS

China aumenta importações de lácteos pelo 4º mês seguinte

Importações de leite pela China crescem pelo 4º mês seguido. Confira os números completos e as tendências!

Em fevereiro, a China registrou seu quarto mês consecutivo de aumento nas importações de lácteos, totalizando 255.516 toneladas — alta de 16% em relação ao ano anterior. Em valor, o crescimento foi de 20%, segundo dados da OCLA com base em informações aduaneiras.

O destaque do mês foi o soro de leite, que superou o leite em pó integral em volume importado. Foram 58.097 toneladas de soro, um crescimento expressivo de 52% em comparação com fevereiro de 2024.

Já o leite em pó integral teve queda de 9% no volume comprado, mas apresentou aumento de 13% no valor das importações, refletindo uma possível valorização do produto ou mudanças nas condições de mercado.

Gráfico 1. Evolução da importação de lácteos pela China com o passar do tempo 

Dados do primeiro bimestre

No acumulado de janeiro e fevereiro, os dados são positivos. O volume de laticínios importados apresentou um crescimento anual de 8%, totalizando 519.372 toneladas. Em valor, o aumento foi de 17%. O preço médio da tonelada importada subiu de US$ 3.901 para US$ 4.223.

Ao analisar por produtos, os soros superam o volume de compras de leite em pó integral.

Foram 116.897 toneladas, um aumento de 35% em relação ao primeiro bimestre de 2024, tanto em volume quanto em valor.

As compras externas de leite em pó integral somaram 103.959 toneladas, marcando uma queda anual de 6% em volume, mas com um aumento de 14% em dólares.

As informações são do Blasina y Asociados, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint


Jogo Rápido

Inale: Poder de compra do leite no Uruguai aumenta 10% em fevereiro
O poder de compra do leite no Uruguai subiu 10% em fevereiro, alcançando o nível mais alto desde maio de 2024, segundo o INALE. O poder de compra do leite no Uruguai teve um aumento significativo de 10% em fevereiro na comparação anual, impulsionado por uma alta expressiva nos preços do leite em relação aos custos. O poder de compra do leite no Uruguai aumentou 10% em fevereiro na comparação anual, atingindo o maior nível desde maio de 2024, de acordo com o Instituto Nacional do Leite (INALE). O índice de preços do leite subiu 14,7%, enquanto o índice de custos registrou um crescimento de 3,7%, indicando um desempenho mais forte dos preços do leite em relação aos custos associados. O INALE disponibiliza três indicadores-chave para monitorar a evolução dos preços do leite recebidos nas fazendas e o custo de produção: o Índice de Preço do Leite, o Índice de Custo de Produção e o Índice de Poder de Compra. (Dairy News Today)


 
 
 

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Porto Alegre, 09  de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.369


FIERGS apresenta sua Agenda Legislativa da Indústria

Documento inclui mais de 70 projetos de lei de interesse do setor industrial em tramitação no parlamento gaúcho

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) lançou, nesta segunda-feira (7), a Agenda Legislativa da Indústria de 2025, que inclui mais de 70 projetos de lei de interesse do setor apresentados pelos deputados estaduais na Assembleia do RS até o final do ano passado. “É um documento essencial, construído com a participação dos Conselhos Temáticos e dos 107 Sindicatos Industriais filiados à FIERGS. É a contribuição de uma comunidade formada por 52 mil indústrias, sempre buscando o objetivo comum do desenvolvimento do nosso Estado”, destacou o presidente da FIERGS, Claudio Bier, em sua manifestação.

O documento de 90 páginas foi entregue aos deputados estaduais presentes, mas será encaminhado a toda a bancada estadual. O objetivo é divulgar análises técnicas da entidade por meio de pareceres elaborados pelas equipes dos seus Conselhos Temáticos. “A Agenda traz posicionamentos objetivos sobre temas críticos para nossas empresas num espírito de colaboração. E o Sistema FIERGS está inteiramente disponível para ser consultado”, reforçou Claudio Bier.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas, a apresentação da Agenda é muito importante porque dá a dimensão para cada deputado de quais são os elementos centrais colocados pela FIERGS para o desenvolvimento da indústria. “A nossa casa está sempre aberta a todos os setores da sociedade. Políticas públicas que venham a pensar o fortalecimento da indústria e permitam a ampliação dos investimentos no setor industrial são fundamentais”, afirmou.

O coordenador do Conselho de Articulação Política (Coap) da FIERGS, Diogo Bier, ressaltou a capacidade da equipe técnica da entidade que contribuiu para a elaboração de estudos que auxiliaram na elaboração da agenda. “Nosso olhar vai ser sempre de diálogo e de respeito”, disse.

DOCUMENTO DIVIDIDO EM SETE ÁREAS
A Agenda Legislativa da Indústria da FIERGS está dividida em sete áreas temáticas: Agroindústria, Infraestrutura, Inovação e Tecnologia, Meio Ambiente, Relações do Trabalho, Sistema Tributário e Setoriais. Em cada área, os projetos em tramitação foram organizados por ordem numérica, seguidos de uma avaliação e parecer da FIERGS com posicionamentos convergentes, divergentes ou com ressalvas.

Entre os mais de 70 projetos apresentados estão o que institui a Política Estadual de Incentivo à Agricultura de Precisão no RS, o que cria a Política de Apoio e Fomento ao Desassoreamento de rios, arroios, açudes, lagos, lagoas, lagunas e canais, e o que dispõe sobre política estadual de estímulo, incentivo e promoção ao desenvolvimento local de startups no Rio Grande do Sul. Também estão incluídos o projeto que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico do RS, o que altera o Fundo Operação Empresa  do Estado (Fundopem) e o Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial do RS (Integrar RS), além do que dispõe sobre reserva mínima de 5% de vagas para mulheres na área da construção civil no RS, e que cria critérios para concessão e manutenção de benefícios fiscais no Rio Grande do Sul.

Estiveram presentes os deputados estaduais Pepe Vargas, Delegado Zucco, Dimas Costa, Dr. Thiago, Edivilson Brum, Elton Weber, Felipe Camozzato, Frederico Antunes, Guilherme Pasin, Gustavo Victorino, Joel Wilhelm, Marcus Vinicius, Miguel Rossetto, Patrícia Alba, Rodrigo Lorenzoni e Vilmar Zanchin. O secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, representou o governador Eduardo Leite. 

O documento completo da Agenda Legislativa da FIERGS pode ser consultado aqui.

As informações são da FIERGS. 


Importância dos laticínios na nutrição infantil

Hábitos alimentares saudáveis começam na infância! Veja como os laticínios podem contribuir para o crescimento ideal das crianças.

A importância do consumo de laticínios durante a infância tem sido destaque na mídia há anos. Pesquisas em andamento revelam que essa necessidade começa antes mesmo do nascimento, já na concepção. Ainda no útero, o estado nutricional e os hábitos de vida da mãe ajudam a moldar a saúde futura da criança.

Os nutrientes apoiam o metabolismo do bebê, o funcionamento do sistema imunológico e o desenvolvimento dos órgãos. Dentro de seis meses de gestação, se houver suporte nutricional adequado, o cérebro do feto já pode conter 10 bilhões de células cerebrais, estabelecendo as bases para um desempenho cognitivo mais elevado, memória e habilidades motoras avançadas.

De fato, nos primeiros 1.000 dias — da concepção até mais de dois anos de idade — o cérebro cresce mais rapidamente do que em qualquer outro momento da vida de uma pessoa. Como o leite fornece 7 dos 14 nutrientes necessários para o desenvolvimento cerebral (iodo, colina, zinco, selênio, proteína e as vitaminas A e B12), consumir as três porções diárias recomendadas de leite, iogurte ou queijo é fundamental durante a gravidez.

Após o nascimento, a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda aguardar até o primeiro aniversário do bebê para introduzir o leite integral como bebida. No entanto, os bebês podem começar a consumir produtos lácteos, como iogurte e queijos frescos como cottage e mascarpone, ou leite integral misturado a alimentos como aveia, por volta dos 6 meses de idade.

O consumo de laticínios é essencial à medida que as crianças crescem, para garantir que recebam a quantidade recomendada de cálcio, fósforo e vitamina D, que são fundamentais para a formação de dentes e ossos fortes. Os alimentos lácteos também são fonte de proteína de alta qualidade, importante para a construção muscular durante os períodos de crescimento, e o leite pode servir como fonte de líquidos e eletrólitos para reidratar o corpo após a prática de esportes ou atividades físicas.

Diversos fatores influenciam os hábitos alimentares durante a infância. Um artigo na revista Pediatrics (“A frequência das refeições em família está relacionada à saúde nutricional de crianças e adolescentes?”) apontou que a frequência das refeições compartilhadas em família está significativamente relacionada à saúde nutricional. Crianças e adolescentes que compartilham refeições com a família três ou mais vezes por semana tendem a apresentar peso adequado e padrões alimentares mais saudáveis do que aqueles que fazem menos refeições em família.

Algumas crianças também podem ser seletivas ou ter dificuldade em aceitar novos alimentos. Introduzir queijo e iogurte como alimentos complementares pode ajudar os bebês a se familiarizarem com novos sabores e texturas. A partir de 1 ano, servir leite nas refeições é uma maneira simples de fornecer uma base nutricional segura para crianças que têm dificuldade em consumir outros alimentos ricos em nutrientes.

“Os hábitos alimentares na primeira infância podem estabelecer as bases para uma vida inteira de saúde e bem-estar”, afirma Kristin Ricklefs-Johnson, diretora de Pesquisa em Nutrição do National Dairy Council, sediado em Rosemont, Illinois, especializada em saúde infantil. “Infelizmente, as pesquisas indicam que o consumo de leite de vaca diminui entre 1 e 5 anos de idade, enquanto o consumo de bebidas adoçadas com açúcar aumenta. A boa notícia é que pequenas mudanças positivas podem melhorar significativamente a qualidade da dieta infantil. Estudos mostram que simplesmente adicionar leite de vaca à dieta de crianças pequenas ou substituir refrigerantes por leite pode aumentar substancialmente a ingestão de diversas vitaminas e minerais importantes.”

A AAP também recomenda incluir dois ou três lanches nutritivos, além das refeições principais, para garantir que esse grupo etário consuma quantidades adequadas dos diferentes grupos alimentares. Por exemplo, oferecer iogurte para que as crianças pequenas mergulhem vegetais ou fatias de frutas pode tornar o consumo de ambos os grupos mais divertido. Modelar bons comportamentos alimentares, como fazer pausas, saborear e conversar entre as mordidas, também ajuda a estabelecer hábitos alimentares positivos.

À medida que as crianças crescem e entram na pré-adolescência e adolescência, é importante que continuem a consumir laticínios diariamente. A partir dos 9 anos de idade, recomenda-se o consumo de três copos de leite ou equivalentes lácteos por dia. Modelar comportamentos alimentares saudáveis, estabelecer rotinas de refeição, ensinar às crianças os benefícios dos alimentos lácteos e oferecer lanches e refeições saborosas que incluam esses produtos é muito importante para essas faixas etárias.

Inovações de produtos convenientes e saborosos chegaram ao mercado para ajudar a suprir essa necessidade. Sachês de iogurte com frutas que não precisam de refrigeração, leite longa vida, snacks crocantes de queijo desidratado, palitinhos de queijo, porções menores de cottage e dips de iogurte grego, barrinhas refrigeradas de iogurte grego, foram todos desenvolvidos para atrair o público pré-adolescente e adolescente.

Receitas fáceis de preparar com produtos lácteos como ingrediente principal também podem envolver os jovens no preparo e no prazer de refeições e lanches. Nunca é tarde para construir uma base alimentar saudável.

As informações são do Dairy Foods, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 

Inovação tecnológica na pecuária leiteira

Diante da crescente demanda global por produtos lácteos, a adoção dessas inovações não é apenas uma vantagem, mas uma necessidade para os produtores que desejam se manter no mercado. Entenda!

O leite é um dos alimentos mais importantes e completos da dieta humana, devido a sua composição química, consequentemente a cadeia produtiva do leite e derivados é um setor de grande importância econômica e social para o Brasil. De acordo com o IBGE, em 2023 no Brasil foram produzidos cerca de 35 bilhões de litros de leite, e o estado com maior produção foi o de Minas Gerais, com aproximadamente nove bilhões de litros.

A produção de leite ocorre em escala mundial, com isso a modernização na pecuária de leite tem se tornado essencial para atender à crescente demanda global, garantindo maior produtividade e sustentabilidade. Esse setor tem passado por transformações significativas devido à incorporação de tecnologias inovadoras. Essas inovações têm impulsionado a eficiência da produção, reduzindo custos e melhorado o bem-estar animal. 

Belusso e Hespanhol (2010) destacam que inovações tecnológicas têm impactado não apenas a pecuária leiteira, mas também os segmentos agroindustriais, buscando aumentar a produtividade e o faturamento. Dessa forma, a modernização dessa área envolve desde melhorias na genética dos animais até o uso de sensores e automação para monitoramento da saúde e produção.

Tecnologias como ordenha robotizada, alimentação automatizada e análise de dados em tempo real, permitem otimizar os processos e garantir um leite de melhor qualidade, assim a automação tem desempenhado um papel crucial na pecuária leiteira, especialmente com o uso de sistemas de ordenha robotizada.

Na ordenha robotizada as vacas são ordenhadas automaticamente, de forma autônoma sem necessidade de intervenção humana constante. A qualidade do leite também é monitorada, isso não apenas reduz a mão de obra necessária, mas também garante um ambiente mais confortável para os animais e, consequentemente, há aumento da produtividade. A automação tem um papel fundamental na gestão da alimentação do gado. Com sistemas automatizados de fornecimento de ração e suplementos, os animais recebem a quantidade adequada de nutrientes, promovendo um crescimento mais eficiente. 

A coleta de dados em fazendas bovinas está se tornando cada vez mais avançada. Com o uso de plataformas de análise, os produtores podem tomar decisões estratégicas baseadas em informações em tempo real, abrangendo o calendário de vacinações, gestão financeira, controle de estoque e detalhes sobre cada lote, entre outros aspectos (CELESTINO, 2023). 

A tecnologia e a automação estão transformando a pecuária, tornando-a mais eficiente, sustentável e rentável. À medida que novas soluções surgem, é fundamental que os produtores adotem essas inovações para se manterem competitivos e atenderem à crescente demanda global.

A modernização da pecuária leiteira é um processo essencial para garantir maior eficiência, sustentabilidade e competitividade no setor. A incorporação de tecnologias inovadoras, como as citadas acima, tem revolucionado a produção de leite, reduzindo custos, aumentando a produtividade e promovendo o bem-estar animal. 

Diante da crescente demanda global por produtos lácteos, a adoção dessas inovações não é apenas uma vantagem, mas uma necessidade para os produtores que desejam se manter no mercado. Assim, investir em tecnologia e automação na pecuária leiteira é um caminho promissor para impulsionar a produção de forma sustentável, garantindo produtos de alta qualidade e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do setor. 

BELUSSO, D.; HESPANHOL, A. N. A evolução da avicultura industrial brasileira e seus efeitos territoriais. Revista Percurso. Maringá, v. 2, n. 1, p. 25-51, 2010. 

CELESTINO, B. Tecnologia e automação: o futuro da produção animal. Acesso em <https://blog.leigado.com.br/pt/tecnologia-e-automacao-o-futuro-da-producao-animal> 

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção agropecuária: Leite, 2023. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/leite/br 


Jogo Rápido

Petróleo atinge menor nível em 4 anos
Nova York – O preço do barril de petróleo tipo West Texas Intermediate (WTI), negociado na Bolsa de Nova York, fechou ontem abaixo dos 60 dólares, atingindo o menor patamar desde abril de 2021. A queda reflete a preocupação do mercado com a demanda global, em meio à guerra comercial e às tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os contratos com vencimento em maio registraram recuo de 1,85%, fechando a 59,58 dólares. Já o Brent do Mar do Norte — referência na Europa — caiu 2,17%, encerrando o pregão a 62,82 dólares por barril, em negociações para entrega em junho. Segundo análise da ANZ Research, a perspectiva de uma demanda global mais fraca, resultado direto das tensões comerciais, tem assustado os investidores. Desde o anúncio das tarifas por Trump, o Brent já acumula queda de quase 14%. Para analistas do ING, os riscos seguem “inclinados para o lado negativo”, com alta probabilidade de uma intensificação nas disputas comerciais. Esse cenário tende a agravar as preocupações com o crescimento econômico global e a demanda por petróleo. (Correio do Povo)


 
 
 

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Porto Alegre, 08  de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.368


Governador anuncia mudanças no secretariado
 

O governador Eduardo Leite anunciou, na tarde desta segunda-feira (7/4), alterações em sua equipe de governo, com destaque para mudanças no primeiro escalão da gestão. O deputado estadual Edivilson Brum assumirá a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, substituindo Clair Kuhn. Para a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo, o novo titular será o ex-prefeito de Santa Maria Jorge Pozzobom, que sucede Luiz Henrique Viana. Já a ex-prefeita de Pelotas Paula Mascarenhas passa a integrar o governo como secretária extraordinária de Relações Institucionais.

Além dessas mudanças, o ex-prefeito de Dom Pedrito Mário Augusto de Freire Gonçalves será o novo secretário-adjunto de Inovação, Ciência e Tecnologia — cargo que estava vago.

“Agradeço aos que deixam suas funções pelo trabalho e dedicação ao nosso governo e ao povo gaúcho. Aos que assumem, desejo êxito nessa nova missão. São lideranças com experiência, compromisso público e sensibilidade para os desafios que enfrentamos. Seguimos trabalhando com responsabilidade para entregar resultados à população”, destacou Leite.

Confira os novos integrantes da equipe:

● Edivilson Brum – Secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação: Deputado estadual em primeiro mandato, Edivilson Brum foi prefeito por duas vezes em Rio Pardo. Iniciou a carreira política como vereador e foi presidente da Câmara Municipal do município. Presidiu a Companhia de Gás do Estado do RS – Sulgás – e a Companhia Regional de Mineração (CRM), foi assessor da presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Gabinete do Ministério da Agricultura.
 
● Jorge Pozzobom – Secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo:Natural de Santa Maria, foi prefeito do município por dois mandatos. Também é ex-deputado estadual e ex-vereador de sua cidade natal. Advogado formado pela Universidade Federal de Santa Maria, tem atuação na área criminal da advocacia, além de uma trajetória voltada à gestão pública e à articulação institucional, com foco em segurança e cidadania. Como parlamentar, fez parte da subcomissão da Assembleia para o Sistema Prisional. Também foi membro do Conselho Penitenciário da OAB-RS.
 
● Paula Mascarenhas – Secretária Extraordinária de Relações Institucionais: Foi prefeita de Pelotas por dois mandatos, além de vice-prefeita durante a gestão de Eduardo Leite. Doutora em Letras pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), é professora na instituição de ensino e está licenciada. Atuará na interlocução do governo e no apoio estratégico à governança.
 
● Mário Augusto de Freire Gonçalves – Secretário-adjunto de Inovação, Ciência e Tecnologia: Ex-prefeito de Dom Pedrito por dois mandatos e vice-presidente da Famurs, tem experiência em gestão municipal, articulação regional e políticas de desenvolvimento.
 
As informações são do Estado do Rio Grande do Sul

Conseleite Minas Gerais

A diretoria do Conseleite Minas Gerais no dia 08 de Abril de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) os valores de referência do leite base, maior, médio e menor valor de referência para o produto entregue em Março/2025 a ser pago em Abril/2025.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA

O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima.

Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. 

EMBRAPA/CILEITE: Boletim de Preços - Mercado de Leite e Derivados - Março de 2025

Entressafra segue dando sustentação aos preços do leite

Os preços no mercado de leite e derivados continuam firmes, com a entressafra segurando as cotações devido a menor disponibilidade no mercado brasileiro. Apesar do crescimento dos sistemas de produção confinados e mais intensivos, a sazonalidade de oferta de leite no país ainda é pronunciada. Por outro lado, a piora nos indicadores de inflação, de taxa de juros e do PIB, somado ao ambiente internacional mais incerto com a guerra tarifária em curso, são sinais de cautela no mercado. A inflação dos lácteos ao consumidor aproximou-se de 10%, o que pode segurar um pouco o consumo nos próximos meses.

Conseleites sugere nova alta de preços, mas em menor intensidade
As sinalizações de todos os Conseleites para o pagamento do leite entregue em março foram de elevação, mas em menor intensidade que no mês anterior. Em Minas Gerais, o aumento foi mais intenso, de 2,9%, enquanto no demais estados as altas foram mais modestas, indicando que o ritmo de valorização dos derivados tem sido menor.

Milho tem nova alta de preços e farelo de soja recuou. Boi segue estável.
Os preços do milho seguiram firmes no mercado brasileiro, refletindo os baixos estoques de passagem, boa demanda e produtores segurando as vendas. A preocupação neste momento é com o clima no desenvolvimento da safrinha. No mercado de soja os preços recuaram, com o maior ritmo de comercialização da safra de verão 2025. No mercado pecuário, a arroba do boi ficou relativamente estável, o que segurou também o mercado de reposição. O pior cenário de crescimento do PIB para 2025 e inflação mais acentuada são preocupações para o avanço nas vendas internas.

Informativo mensal produzido pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite. Autores: Glauco R. Carvalho, Luiz A. Aguiar de Oliveira e Samuel José de M. Oliveira. Colaboração: Henrique Sales Terror (graduando da UFJF). Nota: as variações mostradas acima nos gráficos são do preço de fechamento do mês contra o período citado. 


Jogo Rápido

Leite: Produção e demanda podem sair no próximo semestre no país
Segundo estudo realizado pelo Rabobank, a produção e a demanda de leite podem desacelerar no segundo trimestre deste ano. Ao analisar esse cenário, o secretário-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, destaca que, mesmo com o aumento da competitividade do pecuarista brasileiro em relação aos países vizinhos, o momento ainda é de cautela — principalmente diante da alta dos juros e seus impactos no setor produtivo. Assista aqui. (AgroMais)


 
 
 

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Porto Alegre, 03  de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.365


GDT 377: avanços nos preços internacionais dos lácteos

Como ficam os preços internacionais dos lácteos nessa quinzena? O Leilão GDT 377, que aconteceu em 01/04, traz novos valores.

O 377º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT) foi realizado nesta terça-feira (01/04) e seguiu apresentando movimentos de preços variados entre as categorias de produtos. O GDT Price Index, que representa a média ponderada dos produtos negociados, ficou em USD 4.250/ton, registrando um avanço de 1,1% em relação ao evento anterior, conforme mostrado no Gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio em leilão GDT.  

Dentre as categorias negociadas no GDT, o leite em pó integral (LPI), principal produto, continuou registrando estabilidade em seu preço médio, sendo negociado por USD 4.062/ton – um pequeno recuo de 0,1% em relação ao leilão anterior, conforme é possível observar no Gráfico 2.

Gráfico 2. Preço médio LPI.

O leite em pó desnatado e o Cheddar tiveram avanços em seus preços no último evento, de 5,9% e 1,7%, respectivamente, com o leite em pó desnatado atingindo seu maior preço negociado dos últimos nove leilões. Por outro lado, algumas categorias recuaram, como a Mozzarela (-4,0%) e a manteiga, que recuou 1,2%. 

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 01/04/2025.

Impacto nos contratos futuros
Os contratos futuros de leite em pó integral na Bolsa da Nova Zelândia (NZX Futures) apresentaram pequenas correções de altas para os próximos meses, apesar das expectativas de produção de leite elevadas em alguns países exportadores.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Os avanços registrados para algumas categorias demonstraram uma procura positiva para parte dos produtos lácteos negociados durante o leilão internacional. Apesar do leite em pó integral industrial ter registrado estabilidade, ainda é possível observar uma demanda de outros países compradores pelo produto exportado pelo Mercosul, aumentando a competitividade pelo derivado com os compradores brasileiros.

Nesse cenário, os preços internacionais praticados pelo Mercosul também seguem em trajetória de alta. Além da demanda, a menor produção de leite sazonal dos países fornecedores do Mercosul e a consequente menor disponibilidade para exportação são fatores que também influenciam nessas altas praticadas nos preços internacionais.

Assim como pontuado na análise anterior sobre o GDT, a ameaça de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, especialmente sobre seus vizinhos Canadá e México, ainda geram muitas incertezas no setor no curto prazo. No próximo dia 02, Donald Trump deve realizar novos anúncios em relação a sua política tarifária.

As informações são Leilão GDT, com análises da equipe MilkPoint Mercado. 

 

Por que o Tik Tok tem um poder colossal de ditar tendências alimentares?

A plataforma influenciou o que as pessoas comem e remodelou a forma como as modas e tendências alimentares surgem. Para alguns produtos lácteos não foi diferente. Entenda!

Nos últimos dias, um dos assuntos em alta foi a possibilidade da suspensão do Tik Tok nos EUA, o que acabou acontecendo por algumas horas e o caso não está de todo resolvido. Mas o que aconteceria para um setor de peso que atua na plataforma, como é a gastronomia, se de fato a rede social fosse suspensa? A resposta é: a gastronomia seria obrigada a se preparar para uma mudança sísmica.
O TikTok transformou pratos como o café batido, a pasta de feta assada e os tacos birria em sensações globais da noite para o dia. A plataforma não apenas influenciou o que as pessoas comem — ela remodelou a forma como as modas e tendências alimentares surgem, espalhando ingredientes de nicho para o mainstream e para os cardápios de restaurantes, criando um espaço onde qualquer pessoa poderia se tornar influenciadora de tendências.

A rede social possui uma base global de usuários ativos mensais que ultrapassa 1 bilhão, sendo cerca de 170 milhões nos EUA, seguido por Indonésia (123,8 milhões). O Brasil aparece em terceiro lugar com 98,6 milhões de usuários, mais México (68,9 milhões) e Vietnã (62,6 milhões). Algumas hashtags relacionadas a alimentos dão uma dimensão de seu alcance. Dados recentes mostram a #foodtiktok com 106,6 bilhões de visualizações; a #cooking com 141 bilhões de visualizações, #food possui 486 bilhões de visualizações e #recipe já passou de 65 bilhões de visualizações.

No ano passado, a Statista estimou o valor da marca TikTok/Douyin em US$ 84 bilhões, mas há analistas que apostam valores acima de US$ 100 bilhões, incluindo todos os ativos e operações, especialmente seu algoritmo proprietário.

No setor de laticínios, o impacto do TikTok é igualmente relevante. Um exemplo claro desse impacto no setor de lácteos é o “boom” nas vendas de queijo cottage nos Estados Unidos. O fenômeno pode parecer exagerado, mas é real: o TikTok impulsionou as vendas dessa categoria a níveis surpreendentes. Segundo a Circana, empresa de pesquisa de mercado sediada em Chicago, nos Estados Unidos, as vendas de queijo cottage cresceram expressivamente no período de 52 semanas encerrado em 25 de fevereiro de 2024. As vendas em dólares de queijo cottage aumentaram 16% em comparação ao ano anterior, alcançando US$1,33 bilhão, enquanto as vendas em unidades cresceram 11%, totalizando 485 milhões. Essas dinâmicas evidenciam como o TikTok age como um catalisador para a popularização de produtos lácteos, conectando marcas e consumidores em um ritmo sem precedentes.

A influência do TikTok também vai além das vendas. Ele remodela percepções culturais sobre os laticínios, popularizando não apenas produtos tradicionais, mas também itens de nicho e alternativas, como queijos artesanais e produtos sem lactose. Criadores de conteúdo utilizam a plataforma para educar os consumidores sobre a origem dos produtos, modos de produção sustentáveis e tendências gastronômicas, gerando impacto direto nas escolhas alimentares.

Como o TikTok mudou a receita para tendências

As tendências alimentares frequentemente seguem um trajeto que pode ser mapeado usando modelos como o Ciclo de Adoção de Cardápios (MAC) da Datassential. Segundo a Datassential, esse ciclo geralmente consiste em quatro etapas:

Início: Pratos inovadores surgem em cozinhas de alto nível e espaços de jantar experimentais.

Adoção: Essas tendências ganham tração em mercados de nicho e estabelecimentos gastronômicos sofisticados.

Proliferação: Elas se expandem para restaurantes casuais e fast-casual.

Onipresença: Finalmente, chegam às prateleiras de supermercados e às cozinhas domésticas.

Esse processo normalmente levava anos. A entrada do TikTok encurtou drasticamente esse cronograma, transformando tendências como a pasta de feta assada, por exemplo, em fenômenos culturais em semanas. No caso dos laticínios, isso é especialmente evidente na forma como certos queijos e iogurtes passaram de itens regionais para favoritos globais em questão de dias, conectando consumidores ao mercado lácteo de forma direta e interativa.

O algoritmo do TikTok, conhecido por elevar conteúdos com alto engajamento, permitiu que até mesmo criadores de nicho alcançassem grandes audiências quase da noite para o dia. Conteúdos relacionados a alimentos se tornaram uma das categorias mais poderosas do TikTok, atraindo milhões de espectadores diários e ajudando marcas a se conectarem diretamente com os consumidores. O blog de publicidade do TikTok destaca seu sucesso em estimular receitas virais e promover um senso de comunidade que incentiva uma ampla participação, de variações de receitas geradas por usuários a desafios de marcas.

Se o TikTok desaparecer, o mundo da gastronomia pode voltar a ciclos mais lentos, impulsionados por chefs. Embora plataformas como Instagram Reels e YouTube Shorts possam preencher a lacuna, seus algoritmos menos dinâmicos e estética mais polida podem não replicar o ritmo ou a autenticidade bruta do TikTok.

Ondas econômicas e sociais
O TikTok não foi apenas o ponto de partida para as tendências alimentares; a plataforma e a velocidade de adoção as transformaram em potências econômicas. Receitas virais causaram picos reais de vendas — como a escassez de queijo feta em 2021 e um aumento de 166% nas vendas de queijo cottage. Restaurantes, em particular, se beneficiaram imensamente.

De acordo com uma pesquisa conduzida pela agência de marketing MGH, 36% dos usuários do TikTok disseram ter visitado ou pedido comida de um restaurante após assistir a um vídeo sobre ele no TikTok. Esses dados destacam a capacidade incomparável do TikTok de conectar a descoberta de alimentos com ações dos consumidores, misturando tendências alimentares com comércio de uma forma que nenhuma outra plataforma conseguiu igualar.

Para pequenas empresas, o TikTok foi um divisor de águas, permitindo que restaurantes locais e marcas alimentares emergentes alcançassem uma audiência global. Foi uma plataforma onde a autenticidade prosperou, ajudando criadores e restaurantes a se conectarem com públicos ávidos por experiências culinárias genuínas.

O que vem a seguir para tendências e cultura alimentar?
A ausência do TikTok deixaria um vazio na cultura alimentar rápida e orientada por algoritmos que ele criou. Seu papel em impulsionar tendências virais e fomentar conexões autênticas o distinguiu de qualquer outra plataforma. Caso houvesse alguma ruptura, criadores e entusiastas enfrentariam um futuro incerto. Sem a capacidade incomparável do TikTok de democratizar a influência e promover conexões globais, o ritmo da inovação culinária pode desacelerar, deixando canais tradicionais, como a mídia dirigida por chefs e o marketing corporativo, para preencher a lacuna.

Enquanto o futuro do TikTok permanece em certa medida incerto, seu impacto é inegável. Ele mudou não apenas o que as pessoas comem, mas como elas se conectam com os alimentos, tornando-se um marco cultural para milhões de pessoas. Conforme a poeira vai baixando, as implicações de longo prazo para a inovação alimentar e a troca culinária global ainda estão por vir — abrindo caminho para um próximo capítulo. As informações são da Forbes, adaptadas pela equipe MilkPoint.

Ondas de calor e estiagem impactam atividade leiteira no RS

É o que indica o Comunicado Agrometeorológico da Seapi

Eventos meteorológicos extremos (ondas de calor e estiagem), que ocorreram no último verão, impactaram significativamente a atividade leiteira. Houve perda de produção; baixo desempenho reprodutivo das vacas; maior suscetibilidade às doenças, como a mastite; e aumento dos custos de produção. Tudo em decorrência da associação de fatores como estresse térmico calórico moderado, deficiente disponibilidade forrageira nos campos e má qualidade da água. É o que aponta o Comunicado Agrometeorológico 83 - Especial Biometerológico Verão 2024/2025– “Biometeorologia aplicada à bovinocultura de leite no Rio Grande do Sul: condições meteorológicas, índice de temperatura e umidade (conforto térmico) e estimativa de efeitos na produção de leite no verão 2024/2025”, publicado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). 

Segundo uma das autoras da publicação, a agrometeorologista Ivonete Tazzo, o Comunicado analisa as condições meteorológicas ocorridas na estação, como precipitação pluvial, temperatura e umidade do ar. “Utilizando o Índice de Temperatura e Umidade (ITU), o estudo documenta e identifica as faixas de conforto/desconforto térmico às quais os animais ficaram expostos, estimando os efeitos na produção de leite. Além disso, apresenta mapas com a espacialização dos valores médio e máximo do índice no Estado e dos valores estimados da queda de produção de leite diária das vacas em oito níveis, que vão de cinco a 40 quilos”, explica. 

Ivonete conta que os registros de temperaturas mínimas e máximas absolutas do ar elevadas ocorridas no trimestre (dezembro de 2024, janeiro e fevereiro de 2025) indicaram situações de estresse térmico calórico para vacas leiteiras, que se agravaram ao longo da estação. “Destacam-se os meses de janeiro e fevereiro de 2025, quando somente 42,6% e 28,3% das horas avaliadas propiciaram conforto térmico aos animais. Durante o mês de fevereiro, ocorrências simultâneas de ondas de calor, com temperaturas máximas do ar acima de 35°C, e de precipitações pluviais irregulares e de baixo volume foram registradas, principalmente, nas regiões Central, Campanha e Noroeste. Destaca-se que nesta última se concentra a maior produção de leite do Rio Grande do Sul”, exemplifica a pesquisadora. 

Outra autora da publicação, a médica veterinária Adriana Tarouco, acrescenta que situações de estresse térmico de leve a moderado foram identificadas na média de 41% das horas avaliadas ao longo do trimestre. “Todas as regiões apresentaram potencial para condição de estresse calórico durante o verão (inclusive regiões que tradicionalmente não costumam apresentar, como a Serra do Nordeste), destacando-se o Vale do Uruguai, o Baixo Vale do Uruguai e a região Missioneira”, diz Adriana. 

As duas comentam que os produtores rurais tiveram que ficar atentos à exposição dos animais a estas condições desafiadoras, pois declínios de produção diária de leite entre 24,5% a 28% foram estimados. “Logo, estratégias de manejo tiveram de ser adotadas para minimizar estes efeitos ambientais e, assim, evitar prejuízos econômicos na atividade leiteira”, pontuam Adriana e Ivonete. 

A publicação é uma iniciativa do Grupo de Estudos em Biometeorologia, constituído por pesquisadores e bolsistas das áreas da Agrometeorologia e Produção Animal.  

O Comunicado Agrometeorológico Especial - Biometeorológico tem publicação trimestral e está disponível na seção de Agrometeorologia da Seapi: www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.  (SEAPI)


Jogo Rápido

Preço do leite tende a se manter estável este ano
O coordenador do Conseleite, Darlan Palharini, projetou uma estabilidade no preço do produto em 2025. Ele revelou que ocorreu uma elevação de 0,62% no valor de referência projetado para o leite. Ouça a entrevista clicando aqui. (Agert)


 
 
 

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Porto Alegre, 02  de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.364


Frencoop e Sistema Ocergs apresentam agenda institucional para 2025

Com o objetivo de fortalecer o relacionamento entre o setor cooperativo e os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, o Sistema Ocergs, em parceria com a Frencoop-RS, apresentou, nesta terça-feira (1º), na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, a Agenda Institucional do Cooperativismo Gaúcho para 2025.  O documento elenca as prioridades dos setes ramos do segmento no Estado, com destaque para o Agropecuário. 

Participaram do evento o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann; o presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas (PT); o coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, Eduardo Queiroz e o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, além de deputados estaduais e lideranças do setor. 

Coordenador da Frencoop-RS, o deputado estadual Elton Weber (PSB) destacou como demanda comum a todos os ramos a regulamentação e transição da Reforma Tributária, especialmente na aferição da alíquota do regime geral que não resulte em encargo excessivo ao setor produtivo e a competitividade dos produtos e serviços gaúchos.  

E enfatizou a urgência em resolver os passivos provocados pelas secas e enchentes sobre as cooperativas agropecuárias. “Precisamos reestabelecer as condições para que as cooperativas continuem crescendo e colaborando como protagonistas para sustentação da economia gaúcha. Este parlamento é um parlamento cooperativo. De uma ou outra forma, diariamente, os 55 deputados estão trabalhando pelo cooperativismo” 

Já o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann chamou a atenção para a importância da adimplência das cooperativas para o pleno desenvolvimento do Estado.” "Temos defendido o alongamento das dívidas rurais, para que o produtor possa voltar à adimplência e fazer seus investimentos. Sabemos dos desafios de adaptação frente às mudanças climáticas, mas, antes, precisamos equacionar a questão do endividamento. Para além do agro, trabalharemos em conjunto com os entes públicos as pautas prioritárias para cada um dos ramos do cooperativismo em 2025." 

Ramos Cooperativos: 

● Agropecuário 
● Crédito 
● Consumo 
● Saúde 
● Infraestrutura 
● Trabalho, Produção de Bens e Serviços 

● Transporte  

As informações são da Assembleia Legislativa do RS
 

O poder de compra do leite em 2024

O poder de compra do leite é um indicador que aponta a quantidade de leite necessária para aquisição de insumos utilizados na atividade primária leiteira em um período determinado. Mas como se comportou esse indicador em 2024? Confira!

O poder de compra do leite é um indicador que aponta a quantidade de leite necessária para aquisição de insumos utilizados na atividade primária leiteira em um período determinado. É a relação entre o preço do insumo no mercado à vista e o valor recebido pelo produtor por cada litro de leite. Quanto maior o resultado, mais litros de leite o produtor precisa dispor para adquirir determinado insumo e vice-versa. 

Este artigo analisa as flutuações do poder de compra de diferentes insumos utilizados na produção leiteira e suas implicações diretas para os produtores, entre janeiro e dezembro de 2024. Os valores médios do litro de leite recebido pelo produtor foram obtidos junto ao Cepea/USP e os preços dos insumos foram coletados mensalmente pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa no comércio varejista. Todos os preços são válidos para o estado de Minas Gerais. Este estudo apresenta a sua evolução durante o período analisado.

O preço recebido pelo litro de leite variou significativamente ao longo do ano de 2024. Por outro lado, os preços dos insumos oscilaram de forma menos expressiva, variando negativamente boa parte do período analisado. Assim, o poder de compra apresentou relação benéfica ao produtor em todo o período, favorecendo a rentabilidade do produtor.
 
Os preços do leite ao produtor mineiro foram crescentes entre jan/24 e set/24, quando atingiu o maior preço da série. Apresentou variações negativas nos últimos três meses do ano. Mesmo o recorde de importação de produtos lácteos de 2024 não foi suficiente para barrar o aumento significativo nos preços pagos ao produtor. O aumento da massa de rendimento da população brasileira com o consequente aumento do consumo de lácteos contribuiu para esse cenário de crescimento da rentabilidade do produtor. (Figura 1).

Figura 1 – Evolução do Índice de Preço Recebido pelo Produtor (IPR) pelo litro de leite e do Índice de Custo de Produção do Leite (ICPLeite/Embrapa), em Minas Gerais, entre jan/2024 e dez/2024 (dez/2023 = 100).
 

Fonte: Embrapa (2025). 

A variação acumulada do custo de produção do leite em 2024 foi de 2,1%. Embora o ano tenha apresentado uma inflação contida, as oscilações verificadas entre os meses apresentaram volatilidade significativa. Foram 8 meses com variações positivas contra quatro meses de negativas. A expressiva redução nos preços dos grãos que ocorreu entre fev/24 e abril/24, causada pela boa safra brasileira e pela queda dos preços internacionais, foi determinante para conter o índice de custo de produção, que acumulou variação negativa até ago/24, tornando-se positiva a partir de set/24.

Houve fortes variações nos preços dos itens que compõem este índice. O preço de 50 kg de adubo 20:05:20 apresentou expressiva queda de 63%, saindo de R$ 142,58 em jan/24 e chegando a R$ 87,44 em jun/24; o saco de 50 kg de fubá custava R$ 77,13 em jan/24 e nos meses de abri/24 e mai/24, R$ 56,45, registrando variação negativa de 37%. O preço de cinco litros de glifosato oscilou de R$ 155,48 para R$ 125,78 entre jan/24 e jul/24, mantendo-se estável até ou/24. No entanto, esse preço se recuperou nos últimos dois meses do ano, fechando 2024 em R$ 153,96/galão.

Comparando o primeiro ao último mês de 2024, verifica-se que o poder de compra do litro de leite melhorou para a aquisição de nove dos dez itens pesquisados. As melhorias mais expressivas foram encontradas no adubo 20:05:20 (redução de 67,56 litros para 39,10 litros de leite para aquisição de 50 kg do produto), no fubá (de 36,55 para 26,36 litros de leite para o saco de 50 kg) e no saco de 50 kg de soja (de 66,68 para 44,63 litros de leite). A relação se tornou mais desfavorável somente para o saco de 50 kg de farelo de algodão, que variou de 21,67 litros para 32,4 litros de leite. Estas informações estão contidas no Quadro 1 que destaca, em vermelho, os meses em que a relação de troca foi pior para o produtor de leite e, em verde, os meses em que ela foi mais favorável a ele.
 
O poder de compra do leite apresentou sua melhor relação em set/24, quando o maior número de insumos exigiu a menor quantidade de litros de leite para sua aquisição. Por exemplo, neste mês foram necessários apenas 44,63 litros de leite para comprar 50 kg de soja. Esta proporção havia alcançado 66,68 em jan/24. Também neste mês o poder de compra do glifosato atingiu 42,03, significativamente inferior aos 73,67 litros observados no primeiro mês da série, e concentrado mineral também atingiu seu mínimo, registrando 42,95. 

A pior relação para o produtor foi verificada em jan/24, quando o preço médio que o produtor recebeu pelo litro do leite foi o menor da série. Naquele momento, foram necessários 33,9 litros de leite para adquirir 5 litros de sanitizante, 2,72 litros de leite para custear um litro de óleo diesel e 43,05 litros para adquirir 50 kg de ração para vaca em lactação 22% PB. 

A relação de troca do litro de leite por insumos produtivos teve expressiva melhoria ao longo do ano de 2024. A combinação entre a inflação de custos contida e a expressiva alta no preço recebido pelo litro de leite culminou em uma maior rentabilidade, criando um cenário mais favorável para o produtor. No entanto, o aumento da taxa de câmbio pode encarecer as commodities e pressionar os custos de produção. Ademais, o preço recebido pelo litro de leite vem caindo no último trimestre indicando arrefecimento ou mesmo reversão desse cenário tão favorável ao produtor. 

As informações são da Embrapa Gado de Leite.

Alimentação saudável | Geração Z e Moo-llennials bebem mais leite do que nunca

Uma nova pesquisa da Dairy Australia revelou que as gerações Z e Millennials estão bebendo mais leite do que nunca.

Os dados mostram que pessoas entre 18 e 34 anos aumentaram em média 11% o consumo diário de leite nos últimos seis meses.

Além disso, 85% dos australianos consideram os laticínios alimentos saudáveis e nutritivos, um recorde histórico para o setor.A nutricionista da Dairy Australia, Kristina Gorgievska, explicou que, apesar dos diferentes motivos que levam os consumidores a escolherem leite, queijo e iogurte, todos compartilham a percepção de que esses alimentos oferecem diversos benefícios à saúde.

“Inúmeros australianos preocupados com a saúde estão reconhecendo os benefícios nutricionais dos laticínios como alimentos completos. As pessoas buscam nos laticínios um reforço natural de nutrientes, e sem dúvida as redes sociais influenciam essa tendência”, afirmou.

“Tendências como os alimentos funcionais impulsionam o consumo de laticínios por seus benefícios à saúde, seja pelo aporte de probióticos para o intestino ou pela alta concentração de proteínas.”

Além disso, a crescente preocupação com o consumo de proteínas coloca os laticínios no centro das atenções.

Gorgievska destacou que os laticínios oferecem naturalmente 10 nutrientes essenciais, consolidando sua reputação como alimentos indispensáveis para a saúde.

Os dados mais recentes, de 2023-2024, indicam que os australianos consomem em média 88 litros de leite, 12,5 kg de queijo e 10 kg de iogurte por ano.

Harvey Reporter - Traduzido e adaptado para eDairyNews 


Jogo Rápido

Investimento | COOPAR/POMERANO amplia armazenamento com novo silo isotérmico na BR 116
A COOPAR/POMERANO, indústria de laticínios localizada na BR 116, ampliou sua capacidade de armazenamento com a instalação de um Silo Isotérmico de Armazenagem. O novo silo, com capacidade para 75 mil litros, pode ser utilizado para armazenar tanto leite quanto soro. Este investimento é parte de um esforço contínuo da cooperativa para aprimorar suas unidades e garantir produtos de qualidade, representando o compromisso da COOPAR/POMERANO com o desenvolvimento da região de São Lourenço do Sul e arredores. (Edairy)


 
 
 

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Porto Alegre, 01º de abril de 2025                                                           Ano 19 - N° 4.363


Cepea: concorrência eleva 3,3% o preço do leite em Fevereiro

Dados do CEPEA apontam alta de 3,3% no preço do leite de fevereiro, reflexo da maior concorrência entre indústrias frente à menor oferta. Confira os principais destaques

A média Brasil do preço do leite captado em fevereiro fechou em de R$ 2,7734 por litro, segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, representando uma alta de 3,3% em relação ao mês anterior e de 18,1% comparado ao mesmo período do ano passado (valores deflacionados pelo IPCA do mês).

Este é o segundo mês consecutivo de valorização do leite cru, impulsionada pela maior competição entre as indústrias pela matéria-prima, o que tem gerado uma pressão de alta nos preços, conforme mostrado no gráfico abaixo

Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de fevereiro/2025).

O aumento da concorrência pela compra do leite cru, por sua vez, se explicou pela diminuição da oferta no campo neste período do ano, sobretudo em decorrência do clima adverso em várias bacias leiteiras.

De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) registrou queda de 4,6%, puxado por recuo médio de 6% nos estados do Sul, de 9% em Goiás e de 4% em São Paulo. Em Minas Gerais, a diminuição foi de 1,3% e na Bahia, de 0,3%.

Do lado da demanda, os preços elevados dos lácteos ao consumidor final têm resultado em uma postura mais retraída no consumo. Isso ocorre devido à alta inflação refletida diretamente nas gôndolas dos supermercados, gerando dificuldades para as indústrias realizarem novos aumentos nos preços de venda dos derivados.

Ainda assim, o efeito sazonal deve continuar impactando a produção de leite no país, que tende a seguir em retração até o mês de maio. Dessa forma, a menor oferta tende a sustentar novos avanços para o preço do leite recebido pelo produtor. (Milkpoint)


GDT - Global Dairy Trade 

Fonte: Global Dairy Trade adaptado pelo Sindilat

Produção e demanda de leite devem desacelerar no Brasil, avalia banco

Importações de lácteos devem se manter em níveis elevados no segundo trimestre, diz Rabobank

Os preços do leite seguem em alta no Brasil, mas a expectativa é de quedas à medida que a produção e a demanda desaceleram, avalia o banco holandês Rabobank.

Em relatório, a instituição destacou que a combinação de custos com ração estáveis e preços elevados ao produtor tem impulsionado a rentabilidade no campo desde o final de 2023. De acordo com dados divulgados pelo Milkpoint Mercado na última semana, o indicador de receita menos custo da ração tem operado acima de R$ 40 por vaca por dia.

Esse patamar, segundo analistas do Rabobank, tem incentivado o aumento da produção, que deve registrar uma alta de 3,5% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao ano anterior, que já havia apresentado crescimento de 4,5% em relação a 2023. Para o segundo trimestre, espera-se uma desaceleração no ritmo de produção, com crescimento de 2,5%.

Além disso, houve recuperação da demanda nos últimos dois anos, beneficiando o setor lácteo. Contudo, em 2025, a expectativa é de uma desaceleração no consumo, com um crescimento real de somente 1% nos salários médios.

“O enfraquecimento relativo da demanda doméstica, somado ao recente crescimento da oferta local, deve levar os preços ao produtor a começarem a recuar no final do segundo trimestre de 2025”, afirma o relatório.

Os analistas também indicam que as importações de lácteos no Brasil devem se manter em níveis elevados no segundo trimestre de 2025, embora abaixo dos números do ano passado. Esse cenário é explicado pelos preços mais altos das commodities lácteas, o aumento da oferta local e o crescimento moderado da demanda, o que deve resultar em um déficit comercial inferior.

O Rabobank chama a atenção para a recuperação moderada da produção na Argentina, que, segundo os especialistas, deverá ser voltada principalmente para o mercado interno, com menor rentabilidade nas exportações.

A volatilidade climática também deve ser monitorada, com especial atenção para a região sul, que tende a ganhar destaque nos meses de inverno, quando há um aumento na produção. (Globo Rural)


Jogo Rápido

Petrobras anuncia redução de R$ 0,17 no litro do diesel nas distribuidoras
A Petrobras vai reduzir o preço médio do diesel vendido em suas refinarias em 4,6%, a R$3,55 por litro, a partir de 1º de abril, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard, no primeiro corte de valores deste combustível desde dezembro de 2023. Com a redução, segundo a companhia, o preço médio do diesel A nas distribuidoras passará a ser de R$ 3,55 por litro – uma queda de 4,78%. "Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 3,05 /litro, uma redução de R$ 0,15 a cada litro de diesel B", informou a companhia. Ainda segundo a Petrobras, desde dezembro de 2022, o preço do diesel caiu 20,9% nas distribuidoras, ou R$ 0,94 por litro. Contudo, a redução anunciada nesta segunda-feira (31), ainda não reverteu completamente o aumento de R$ 0,22 por litro implementado em janeiro. (g1)


 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 31 de março de 2025                                                         Ano 19 - N° 4.362


Associados ao Sindilat RS têm desconto no MilkPro Summit 2025

Os associados ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) contam com condições especiais para participar do MilkPro Summit 2025, evento que ocorrerá nos dias 15 e 16 de maio, em Atibaia (SP). 

A iniciativa busca reunir produtores, especialistas e investidores para discutir o futuro da produção leiteira no Brasil e no mundo e está dividida entre seis paineis temáticos focados nas mudanças provocadas pela tecnologia. São eles: Tendências para o leite no mundo: produção e consumo; A fronteira da inovação, digitalização e IA aplicada à atividade leiteira; Farmer’s Forum – A visão de negócio de 3 produtores globais; Mudando o jogo na comunicação com o consumidor; Leadership Talk e Estratégia de negócios envolvendo a atividade leiteira. 

Para garantir a inscrição com 10% de desconto, os sócios devem acessar o link, clicando aqui.  O evento também contará com paineis de discussão e momentos para a troca de experiências e ampliação de conexões no setor. 


Na 23ª Expoagro Afubra, eficiência e sustentabilidade na produção leiteira presentes no Espaço Casa da Emater/RS

A 23ª edição da Expoagro Afubra, que se encerra nesta sexta-feira (28) na localidade de Rincão Del Rey, em Rio Pardo, apresenta uma série de inovações e técnicas voltadas à agricultura familiar. Entre os destaques está a parcela da Bovinocultura de Leite, localizada no Espaço Casa da Emater, que aborda temas como manejo de pastagens, eficiência na produção e bem-estar animal.

A parcela conta com quatro subáreas que demonstram diferentes aspectos da produção leiteira. Entre elas, está a de aproveitamento do leite e seus derivados, destacando a possibilidade de transformação da matéria-prima produzida na propriedade em produtos como queijos e iogurtes, seja para consumo próprio ou para comercialização. Segundo o extensionista da Emater/RS-Ascar, André Macke Franck, essa é uma alternativa viável para agregar valor ao produto e até mesmo criar novas oportunidades de renda para os produtores familiares.

Outro ponto enfatizado é o manejo sustentável das pastagens. A Emater/RS-Ascar aborda espécies como o Tifton e o Giggs na feira, que permitem um sistema de pastejo permanente. De acordo com Franck, a sobressemeadura de inverno nessas pastagens garante alimento para o gado durante todo o ano, sem a necessidade de replantio, reduzindo custos e aumentando a sustentabilidade da propriedade. Além disso, a feira apresenta a aplicação do Azospirillum, uma bactéria que melhora a absorção de nutrientes do solo pela pastagem, reduzindo a necessidade de adubos e aumentando a resiliência do sistema produtivo.

O sistema de confinamento Compost Barn tem se mostrado uma alternativa eficiente para a produção de leite, desde que seja bem planejado e siga regras essenciais para seu funcionamento adequado. O médico veterinário e assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar da região de Lajeado, Martin Schmachtenberg, explica que um dos principais cuidados é a dimensão correta da área por animal, sendo necessário 12 metros quadrados de cama para cada vaca. Caso essa exigência não seja respeitada, em vez de ocorrer o processo de compostagem, o local pode se transformar em um ambiente lamacento e inadequado.

A ventilação e o controle da umidade também são fatores fundamentais. Para garantir um ambiente apropriado, é essencial que a estrutura tenha um pé-direito alto, com no mínimo 4 a 4,5 metros, podendo ser ainda maior dependendo da largura da construção. Outro ponto crítico é a instalação de um lanternim, uma abertura no centro do telhado que permite a saída da umidade e do calor. Schmachtenberg destaca que essa abertura age como uma chaminé, impedindo que o calor e a umidade fiquem retidos no ambiente. Sem ela, o produtor pode enfrentar aumento nos custos operacionais devido à necessidade de ventilação artificial.

A busca por soluções sustentáveis também está presente no sistema, com foco na redução de gastos energéticos e no aumento da eficiência da produção. Além disso, o Compost Barn proporciona mais conforto aos animais, o que reflete diretamente no bem-estar e na produtividade das vacas, garantindo um melhor retorno para o produtor.

Além das práticas sustentáveis e estruturais, a parcela também apresenta um levantamento de indicadores de eficiência técnica na produção de leite no Rio Grande do Sul. Segundo Diego Barden dos Santos, extensionista da Emater/RS-Ascar, os dados coletados nos últimos anos foram organizados em uma planilha de avaliação de propriedades. Esses indicadores analisam fatores como produção de leite por hectare, por pessoa e por vaca, além de qualidade do leite e consumo de ração, entre outros. Santos explica que os indicadores servem como um "exame clínico" da propriedade, permitindo ao produtor identificar seus pontos fortes e áreas de melhoria. "Cada propriedade tem suas peculiaridades e pode se beneficiar de diferentes aspectos do levantamento. Não significa que uma propriedade com baixa produção por pessoa não seja viável, mas sim que esse é um fator a ser analisado dentro do contexto da propriedade", esclarece.

Outro ponto sublinhado pelo extensionista é que a análise dos indicadores permite comparar a rentabilidade da produção leiteira com outras culturas, auxiliando os produtores na tomada de decisão. Além disso, a planilha apresenta um gráfico que facilita a visualização dos pontos críticos da propriedade, ajudando na definição de estratégias para aumentar a eficiência produtiva e a sustentabilidade da atividade leiteira.

Fonte: Emater/RS-Ascar

Consumo de lácteos | O impacto dos lácteos no desempenho esportivo

Descubra o impacto dos lácteos no desempenho esportivo e quando é aconselhável consumi-los para obter os melhores resultados. 

Há uma crença amplamente difundida na sociedade de que é necessário eliminar o consumo de produtos lácteos ao praticar algum tipo de atividade esportiva. No entanto, a realidade é totalmente oposta. Os lácteos estão entre os alimentos mais recomendados e benéficos para quem pratica esportes, devido ao seu alto valor nutricional. 

Esses alimentos oferecem uma grande quantidade de nutrientes essenciais para o organismo, ajudando a melhorar o desempenho esportivo de quem os consome. 

Mas qual é o verdadeiro impacto dos lácteos no desempenho esportivo? Neste post da Mundo Lácteo, explicamos por que é essencial consumir um superalimento como o leite ou qualquer outro produto lácteo e qual é o momento ideal para consumi-los e obter os melhores resultados. 

O leite afeta o desempenho esportivo?

O leite tem um impacto positivo no desempenho esportivo. Por quê? Porque é uma excelente fonte de aminoácidos essenciais, contém peptídeos bioativos (benéficos para o sistema imunológico, digestivo e cardiovascular), vitaminas A, B, D e, principalmente, é o alimento mais rico em cálcio.

Mas como esses componentes agem no organismo para melhorar o desempenho dos atletas?

Proteínas para a recuperação muscular: O soro do leite e a caseína são proteínas de alta qualidade que ajudam os músculos a se recuperarem mais rapidamente após treinos intensos.

Energia rápida graças aos carboidratos: Durante os treinos, os músculos consomem glicogênio. Os carboidratos presentes no leite ajudam a repor essas reservas, acelerando a recuperação e mantendo a energia para a próxima sessão de exercício.

Hidratação e reposição de eletrólitos: Após o treino, é importante repor líquidos e eletrólitos perdidos pelo suor. O leite ajuda na hidratação e fornece minerais, como potássio e sódio, para equilibrar os fluidos no corpo.

Vitaminas e minerais essenciais: Rico em cálcio, o leite é vital para a saúde óssea e muscular. Contém também vitaminas do complexo B, importantes para a produção de energia e o bom funcionamento do metabolismo. 

Com todos esses benefícios, não é surpresa que o leite seja uma das melhores opções para manter o desempenho e melhorar a recuperação após uma rotina de exercícios. 

Qual o melhor momento para consumir lácteos e melhorar o desempenho?

O leite e os produtos lácteos são conhecidos por promover a recuperação muscular e também são excelentes fontes de hidratação e energia para quem pratica esportes. O momento de consumo é fundamental para potencializar os resultados.

Antes do exercício: Consumir leite ou outro lácteo antes do treino ou competição fornece uma fonte constante de energia. A lactose, principal carboidrato do leite, é metabolizada ao longo do exercício, proporcionando energia de liberação sustentada. Isso pode aumentar a resistência, especialmente em esportes de longa duração. No entanto, é importante dar tempo suficiente para a digestão antes de atividades intensas, já que o leite é de digestão mais lenta.

Depois do exercício: O consumo de leite após exercícios intensos está associado a uma melhora significativa na recuperação muscular. As proteínas de alto valor biológico ajudam a reparar e reconstruir os tecidos musculares danificados. Estudos recentes indicam que o leite com redução de gordura favorece o metabolismo proteico, estimulando a síntese de proteínas musculares e promovendo o ganho de massa magra.
Além disso, o leite contribui para manter os níveis de hidratação necessários, devido ao seu alto teor de água e eletrólitos essenciais, como sódio e potássio.

Por isso, o leite é uma alternativa completa e mais econômica em comparação com outros produtos de recuperação, como shakes proteicos. 

Por que o leite é importante para a saúde óssea e muscular dos atletas?

O leite é uma excelente fonte de cálcio, mineral essencial para o fortalecimento dos ossos e a prevenção de fraturas. Além disso, o cálcio desempenha um papel crucial na contração muscular, permitindo um desempenho otimizado durante atividades físicas. 

As proteínas presentes no leite, como a caseína e o soro, são fundamentais para a manutenção e crescimento muscular. O consumo regular de lácteos ajuda a preservar a saúde muscular, essencial para esportes que demandam força e resistência. 

Atletas, sejam profissionais ou amadores, podem consumir leite de vaca sem preocupações, a menos que apresentem intolerância. Nesse caso, opções como iogurtes ou queijos, com baixo ou nenhum teor de lactose, são alternativas viáveis. Assim, é possível garantir a ingestão de cálcio e outros nutrientes indispensáveis para o bom funcionamento do organismo e a recuperação após a prática esportiva. (EdairyNews) 


Jogo Rápido

BC REDUZ PREVISÃO DO PIB DE 2,1% PARA 1,9% EM 2025
O Banco Central diminuiu sua projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025 para 1,9%, de 2,1%, refletindo a redução no crescimento esperado para setores mais cíclicos da economia, mas reconheceu que a incerteza no cenário central aumentou. Para o BC, os resultados sugerem que “interpretações sobre o grau de aquecimento da atividade no início de 2025 devem ser feitas com cautela”, disse no Relatório de Política Monetária (RPM) de março, divulgado ontem. Em um estudo especial, o BC observou que as previsões para o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2025 parecem elevadas mesmo sem considerar a expectativa de boa colheita no período, o que aumenta a incerteza sobre a intensidade da desaceleração econômica no início do ano. Parte dessa estimativa mais forte, porém, pode ser atribuída a questões técnicas, relacionadas ao método de ajuste sazonal, apontou. (Zero Hora)