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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 13 de setembro de 2024                                                   Ano 18 - N° 4.222


Quase um quarto dos jovens brasileiros não estuda nem trabalha

Segundo dados da Pnad, o porcentual é ainda mais alto na faixa etária que vai dos 18 aos 24 anos, idade em que, teoricamente, deveriam estar na universidade, chegando a 27,7%

A família Santos conhece bem essa realidade. Naturais do Recife, os gêmeos Maurício e Maurílio dos Santos, de 29 anos, já tiveram três filhos cada um. Por isso, suas mulheres tiveram que largar os estudos e os trabalhos para cuidar dos filhos e da casa. Elas ainda aceitaram morar em cima da casa da sogra, no bairro do Pina, zona sul da capital pernambucana, para se livrar do aluguel e fazer com que o pequeno rendimento dos maridos dure o mês inteiro.

"Moro aqui porque as contas são apertadas", explicou Karla Campos da Silva, de 29 anos, admitindo que o que queria mesmo era trabalhar como enfermeira e ter uma casa própria. Esse sonho, no entanto, ficou pelo caminho quando engravidou de Maurício, sem planejar, aos 18 anos. "Eu estava no segundo ano do colégio, mas desisti porque não tinha com quem deixar a bebê", conta a dona de casa, que, depois da gravidez, até chegou a concluir o ensino médio, mas nunca teve condições de começar o curso de enfermagem que tanto queria. 

Com a primeira filha pequena, ela partiu, então, para outras ocupações. Não demorou muito para sair do trabalho, pois engravidou novamente. "Com três filhos, fica impossível arrumar um emprego. Não dá para pagar creche para três. E também não sobra tempo para estudar", argumenta Karla, que hoje é cuida dos filhos de 11, 7 e 4 anos e da casa. 

Ela depende do salário do marido, que é balconista de um supermercado, para pagar as contas. A cunhada Jéssica Cândido de Souza, de 28 anos, por sua vez, não tem a mesma sorte, pois o marido não tem um emprego fixo. Maurílio vive de bicos. Por isso, nem sempre consegue pagar as contas de casa, onde Jéssica passa o dia cuidando dos três filhos, de 11, 4 e 1 ano de idade, e dos afazeres domésticos.

"Queria trabalhar para ajudar. Faria qualquer coisa. Mas não consigo. Minha vida é cuidar dos meninos e limpar a casa", diz Jéssica, admitindo que já teve que pedir ajuda à família e aos amigos nos dias mais críticos, quando chegou a faltar até comida dentro de casa. "Não voltei para a escola, porque não tinha com quem deixar o bebê."

Jovens

A PNAD revela que o Brasil tem 47,3 milhões de jovens, de 15 a 29 anos de idade. Desse total, 13,5% estavam ocupados e estudando; 28,6% não estavam ocupados, porém estudavam; 34,9% estavam ocupados e não estudavam. Finalmente, 23% não estavam ocupados nem estudando. Os porcentuais aferidos em 2018, segundo os pesquisadores, são similares aos de 2017. 

"É importante ressaltar que elevar a instrução e a qualificação dos jovens é uma forma de combater a expressiva desigualdade educacional do país", sustenta a pesquisa. "Além disso, especialmente em um contexto econômico desfavorável, elevar a escolaridade dos jovens e ampliar sua qualificação pode facilitar a inserção no mercado de trabalho, reduzir empregos de baixa qualidade e a alta rotatividade."

A desigualdade se revela ainda mais acentuada quando aplicado o recorte por raça e gênero. Entre as pessoas brancas, 16,1% trabalhavam e estudavam – mais do que entre as pessoas autodeclaradas de cor preta ou parda (11,9%). Os porcentuais de pessoas brancas apenas trabalhando (36,1%) e apenas estudando (29,3%) também superou o de pessoas pretas e pardas, 34,2% e 28,1%, respectivamente. Consequentemente, o porcentual de pessoas pretas ou pardas que não trabalhavam nem investiam em educação é de 25,8%, 7 pontos porcentuais mais elevado que o de brancos.

Comparando homens e mulheres, o problema se repete de forma ainda mais grave. Entre as mulheres, a pesquisa mostrou que o porcentual das que não trabalhavam nem estudavam era de 28,4%. O de homens é bem menor: 17,6%.

De acordo com a pesquisadora, parte da explicação para este fenômeno está nos trabalhos domésticos. A realização de afazeres domésticos ou o cuidado com outras pessoas foram os motivos alegados por 23,3% das mulheres para não estarem estudando nem trabalhando. Entre os homens, esse porcentual é de meros 0,8%. Os números se mantêm estáveis desde 2017.

Aguas cita como exemplo um outro indicador levantado pela pesquisa. A PNAD contínua divulgada nesta quarta aferiu pela primeira vez a frequência a creches, entre crianças de até um ano de idade (a educação é obrigatória no Brasil a partir dos 4 anos). No total, somente 12,5% frequentavam a creche. E os piores índices estavam, justamente, no Norte (3,0%) e no Nordeste (4,6%) – lugares onde a participação das mulheres no mercado de trabalho também é mais baixa.

Segundo a PNAD contínua, o Brasil tem 11,3 milhões de pessoas (com 15 anos ou mais) que são analfabetas – uma taxa de analfabetismo de 6,8%. Em relação a 2017, houve uma queda de 0,1 ponto porcentual, o que corresponde a uma redução de 121 mil analfabetos.Mais uma vez, os negros são mais afetados que os brancos: são 9,1% contra 3,9%.

O analfabetismo no país está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos; refletindo uma melhora da alfabetização ao longo dos anos. Segundo os números de 2018, eram quase 6 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 18,6% para este grupo etário. 


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1832 de 12 de setembro de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

O cenário é de estabilidade na produção de leite. O bem-estar dos animais, em geral, foi favorecido pelo tempo seco e pelas temperaturas mais agradáveis. A vacinação contra clostridioses e a dosificação para o controle de verminoses ainda estão em andamento em muitas propriedades. As inseminações artificiais estão ocorrendo dentro da normalidade, e as práticas de IATF estão aumentando em muitos rebanhos mais tecnificados devido à sua praticidade e ao planejamento da produção das vacas para determinados períodos do ano. As vacinas contra Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral Bovina (BVD) e leptospirose estão sendo aplicadas nas novilhas e reforçadas nas vacas para evitar problemas reprodutivos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as pastagens de aveia e azevém continuam com oferta inferior, se comparado a anos anteriores, impedindo o melhor desempenho das matrizes. Algumas áreas de trevo e cornichão, que são normalmente destinadas à fenação e à silagem em setembro, estão sendo utilizadas para complementar a alimentação dos animais no pastejo direto ou com corte e fornecimento no cocho. 

Na de Caxias do Sul, a sanidade dos bovinos de leite seguiu dentro da normalidade, e os parasitas estão controlados, principalmente carrapato. Os sistemas mais intensivos que utilizam silagens e fenos como base forrageira, apresentam estoques baixos. Nos sistemas à base de pasto, aveia e azevém apresentaram bom desenvolvimento. A qualidade do leite produzido foi favorecida pelas condições de tempo seco, mantendo os úberes mais limpos. 

Na de Erechim, o cenário climático do período beneficiou a produção de leite, o manejo dos animais e a alimentação em pastejo. O rebanho leiteiro apresenta boas condições nutricionais de modo geral. 

Na de Ijuí, a diminuição da umidade também foi benéfica para a redução de doenças e facilitado a higienização dos animais no momento da ordenha e dos locais de alimentação e descanso.

Na de Passo Fundo, o período de 02 a 08/09 apresentou condições favoráveis para a produção de leite. O estado nutricional está adequado, e as vacas têm recuperado o escore corporal em diferentes fases (lactação, gestação, novilhas e vacas secas), ficando dentro da normalidade para a época. 

O manejo está sendo diferenciado para as vacas lactantes. Foi registrada a ocorrência de aborto em novilhas de primeira cria; a suspeita é de infecção por herpesvírus bovino, que deve ser prevenido com posterior vacinação.

Na de Porto Alegre, a atenção tem sido redobrada em relação ao estado sanitário para evitar problemas de casco e mastites. Os animais estão recebendo suplementação de silagem de milho e ração formulada. 

Na de Pelotas, os produtores realizam o manejo de lotação nas pastagens e a aplicação  de fertilizantes para otimizar o crescimento, propiciando um aporte nutricional adequado para o gado leiteiro.

Na de Santa Rosa, a boa oferta de pasto aumentou a produção de leite e reduziu a necessidade de alimentos conservados, melhorando a rentabilidade. As condições sanitárias estão satisfatórias, e o estado corporal dos rebanhos se manteve estável em virtude da oferta constante de forragem de qualidade. Em razão do clima mais seco das últimas semanas, diminuíram os lamaçais, encontrados principalmente nas salas de espera, e consequentemente a incidência de mastite nas propriedades. 

As condições ambientais também contribuíram para melhorar o pastejo e a ingestão de alimentos, resultando em boa produção de leite. Observa-se que as infestações por ectoparasitas, principalmente carrapatos, estão começando a aumentar nas propriedades, exigindo atenção dos produtores. 

Na de Soledade, melhorou a oferta de pastagens anuais de inverno, que havia sido restrita neste ano pelo clima desfavorável, exigindo complementação da oferta com alimentos conservados (silagem, pré-secado e feno), produzidos ou adquiridos. (Emater adaptado pelo SINDILAT)

PREVISÃO METEOROLÓGICA DE 12 A 18/09/2024

A previsão para os próximos quatro dias no RS é de retorno do tempo estável e de declínio gradativo nas temperaturas a partir do final de semana. 

No sábado (14/09), a corrente de jatos em altos níveis se intensificará e atuará em conjunto com o cavado em níveis médios atmosféricos do dia anterior, formando um ciclone extratropical em superfície (a partir do cavado já existente), que se deslocará sobre o RS em direção ao sudeste do Oceano Atlântico, ainda durante a madrugada. 

Nesse sentido, haverá maiores probabilidades para precipitação nas regiões Metropolitana, Norte, Serra, Litoral Norte e Campos de Cima da Serra, onde as possibilidades para o desenvolvimento de nuvens isoladas que provocam trovoadas serão maiores. Além disso, sobre as regiões Sul e Campanha, ventos mais intensos, associados à passagem do ciclone extratropical, poderão ser observados. 

No decorrer do dia, as temperaturas devem ter um declínio gradual à medida que o anticiclone migratório for ingressando no RS, deixando o tempo mais estável. No domingo (15/10), com o deslocamento do anticiclone migratório, em superfície, sobre o RS em direção ao Sudeste do Brasil, haverá um declínio nas temperaturas no decorrer do dia, o tempo deverá permanecer estável na maior parte do Estado, com exceção das regiões Norte e Campos de Cima da Serra, onde haverá mais nebulosidade e probabilidade de precipitação de intensidade fraca. 

Apesar do retorno do tempo firme, poderão ser observados nevoeiros na faixa litorânea do RS, em função do vento oceânico e úmido no setor oeste do anticiclone migratório, e sobre áreas de encostas e baixadas nas regiões Sul e Campanha devido à perda radiativa ao amanhecer. A tendência para os próximos três dias no RS será de estabilidade, marcada por temperaturas em elevação. 

Na segunda-feira (16/09), a mesma configuração atmosférica do dia anterior deverá se repetir à medida que o anticiclone migratório avançar em direção ao Oceano Atlântico, o que mantém a probabilidade para a ocorrência de nevoeiros na faixa litorânea, nas proximidades da Laguna dos Patos e Lagoa Mirim e em áreas de baixadas e encostas, principalmente nas regiões Sul e Campanha. 

No geral, o tempo deverá ficar estável com leve declínio nas temperaturas no decorrer do dia. Na terça-feira (17/09), com o deslocamento total do anticiclone migratório para o Oceano Atlântico, o setor oeste desse sistema de alta pressão transportará vento úmido e mais aquecido do quadrante norte, tornando as temperaturas mais amenas no decorrer do dia, aumentando a nebulosidade, apesar do tempo estável, e intensificando os ventos ao longo da faixa litorânea do RS e nas proximidades da Laguna dos Patos e da Lagoa Mirim. 

Na quarta-feira (18/09), mesmo que a configuração atmosférica do dia anterior se repita, a intensidade dos ventos na faixa litorânea diminuirá, e as temperaturas se elevarão gradualmente até o final da tarde, mantendo o tempo estável com poucas nuvens, sem probabilidades de precipitação. 

Os prognósticos indicam chuvas para a próxima semana em todo o Estado, com exceção da Região Noroeste. Os maiores acumulados estão previstos para o Nordeste e Sul do Estado, especialmente na região ao sul da Lagoa dos Patos, com volumes entre 30 e 100 mm. 

No litoral, Região Metropolitana e Centro-Sul do Estado, esperam-se acumulados de até 20 mm. Na Campanha, os volumes podem variar entre 10 e 30 mm. Na Região Central e na Fronteira Oeste, as chuvas devem ser mais escassas, com volumes entre 2 e 10 mm. (Boletim agrometerológico)


Jogo Rápido

Audiência Pública - Plant Based
Audiência Pública - Para discutir a proposta de Regulamentação dos Produtos Vegetais, Análogos a Produtos de Origem Animal,  no dia 24 de setembro de 2024, das 9 às 18 horas, no auditório Olacyr de Moraes, no Ministério da Agricultura e Pecuária, em Brasília/ DF, será realizada uma Audiência Pública, a reunião será realizada na modalidade presencial, veja portaria PORTARIA SDA/MAPA Nº 1.176, DE 4 DE SETEMBRO DE 2024. Acesse aqui. (Fonte:  Diário Oficial da União)

 


 
 
 

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