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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 20 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.333


Fórum Estadual do Leite debate pegada de carbono

Com foco na discussão sobre a pegada de carbono na cadeia leiteira, a 20ª edição do Fórum Estadual do Leite será realizada no dia 12 de março com duas palestras dedicadas ao tema. A “Pegada de carbono na pecuária de leite: estágio do conhecimento e oportunidades”, será debatida por Gustavo Ribeiro, doutor e professor na Universidade de Copenhagen (Dinamarca). Já a “Visão geral do mercado de carbono na Europa”, ficará a cargo de Maria Reis, médica Veterinária e gerente de Marketing da Cargill da União Europeia.“A questão da redução das emissões de carbono dialoga, de um lado, com consumidores cada vez mais atentos e preocupados com o meio ambiente e, de outro, com a adoção das melhores práticas no campo incrementado inovações no setor leiteiro que contribuem também para a melhoria da qualidade da produção”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Todas as atividades estarão concentradas no auditório central da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). A programação terá início às 8h30min com a abertura oficial e também contará com espaço para a discussão dos temas e também com a palestra a "Conjuntura da cadeia láctea no Sul com foco em sólidos", ministrada por Valter Galan, engenheiro Agrônomo e diretor técnico do MilkPoint Ventures em Piracicaba/SP.

Fórum é uma realização da CCGL e Cotrijal, com patrocínio de BRDE, Sindilat/RS, Sicredi e Senar, e apoio de Sistema Ocergs, RTC, SmartCoop, FecoAgroRS e Expodireto Cotrijal. 

As informações são do Sindilat


Por que os laticínios podem ser seus melhores aliados pela manhã?

O que consumimos logo pela manhã pode influenciar diretamente nossos níveis de energia, concentração e bem-estar ao longo do dia e os laticínios podem ser aliados nesse processo. Entenda!

O café da manhã tem uma função relevante na alimentação diária, sendo frequentemente apontado como a refeição mais importante do dia. Embora essa afirmação possa ser debatida, a realidade é que uma parcela significativa da população opta por pular essa refeição, seja por falta de tempo, apetite ou hábito. No entanto, o que consumimos logo pela manhã pode influenciar diretamente nossos níveis de energia, concentração e bem-estar ao longo do dia.

Entre as diversas opções de café da manhã, os laticínios podem ser aliados na promoção da saciedade e no equilíbrio dos níveis de glicose no sangue. Estudos recentes apontam que incluir leite, iogurte ou queijo na primeira refeição do dia pode trazer benefícios cognitivos e metabólicos, favorecendo um melhor desempenho nas atividades diárias. 

Em um artigo Splash! Milk Science Update, Lauren Milligen Newmark explicou que incorporar uma porção de laticínios na sua rotina matinal pode ter benefícios cognitivos e de saúde adicionais. Milligen Newmark destacou dois estudos holandeses que destacam o papel dos laticínios na melhora da saciedade, na regulação dos níveis de glicose no sangue e no aumento da concentração cognitiva.

Usamos nossos cérebros todos os dias. Fornecer aos nossos cérebros a energia para funcionar corretamente, no entanto, depende do que comemos ao longo do dia. Após uma noite de descanso, os níveis de glicose do cérebro são mínimos, exigindo que usemos refeições para reabastecê-los. Embora possamos buscar alimentos saborosos e ricos em carboidratos no café da manhã, como donuts, muffins ou torradas, isso só faz os níveis de glicose dispararem e depois caírem ao longo do dia. "Laticínios, como leite e iogurte, contêm carboidratos, mas têm um baixo índice glicêmico porque seus carboidratos são digeridos junto com as proteínas do leite", disse ela.

As proteínas do soro de leite são o lar de aminoácidos que têm um efeito estimulante da insulina e mantêm os níveis de açúcar no sangue estáveis após uma refeição. Essas proteínas também limitam os picos de glicose em comparação com alimentos como donuts e muffins, o leite também contém proteínas de caseína que ajudam a manter os níveis de glicose no sangue estáveis ??e retardam o processo de digestão. “Além de promover a saciedade, o que também pode impactar a concentração, a digestão lenta da caseína estimula a produção de hormônios gástricos que também podem retardar a digestão (e, portanto, a transferência para a corrente sanguínea) dos açúcares do leite”, observou Milligen Newmark.

Para avaliar isso, um estudo foi conduzido entre 20 homens e mulheres holandeses saudáveis ??com idades entre 20 e 40 anos. Cada sujeito consumiu três refeições de teste diferentes em uma ordem aleatória e foi alimentado com uma refeição de controle na noite anterior. Para não se afastar muito do café da manhã normal, as refeições foram semelhantes ao que eles normalmente comeriam, apenas com laticínios adicionados. A refeição um não continha laticínios, enquanto a refeição dois continha leite semidesnatado, e a refeição três incluía leite semidesnatado, junto com queijo Gouda.

Amostras de sangue foram coletadas várias vezes ao longo de um período de cinco horas após o consumo. Substituir carboidratos por uma porção de proteína láctea aumentou a disponibilidade de aminoácidos, ao mesmo tempo em que reduziu a resposta da glicose no sangue. Incluir duas porções de laticínios apresentou os mesmos resultados, ao mesmo tempo em que aumentou a saciedade e a concentração plasmática do peptídeo semelhante ao glucagon 1, um hormônio que promove a secreção de insulina .

Sentir fome no meio da manhã não é o ideal. Pense duas vezes antes de escolher pular o café da manhã. Para promover produtividade e concentração, considere adicionar uma porção de laticínios à sua rotina matinal. 

As informações são de Hoard’s Dairyman, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.

Bebidas lácteas proteicas: tendência ou realidade consolidada?

Nos últimos anos, a preocupação com saúde e nutrição ganhou ainda mais força, impulsionada por mudanças no comportamento do consumidor após a pandemia de Covid-19. Nesse período, houve um aumento expressivo na busca por alimentos funcionais, que oferecem benefícios adicionais à saúde, como fortalecimento do sistema imunológico e suporte nutricional para um estilo de vida mais equilibrado.

Além disso, a pandemia reforçou a necessidade de escolhas mais sustentáveis. O consumidor passou a se interessar não apenas pelo impacto dos alimentos em sua saúde, mas também pelos efeitos da produção no meio ambiente. Nesse cenário, as bebidas lácteas proteicas emergiram como uma categoria promissora, oferecendo conveniência, alto valor nutricional e, em alguns casos, uma solução para o aproveitamento de subprodutos da indústria de laticínios. Um levantamento realizado pela nossa equipe no aplicativo Desrotulando identificou 22 marcas de bebidas whey disponíveis no mercado brasileiro, totalizando 67 produtos com diferentes sabores e teores de proteína, que variam entre 10 g e 26 g por porção.

Para entender melhor essa transformação e analisar se esse mercado está se consolidando no Brasil, a newsletter do Observatório do Consumidor deste mês investiga o interesse por esses produtos na internet, além dos fatores que impulsionam essa categoria no mercado nacional. Optamos por analisar o período a partir de 2022, quando as tendências pós-pandemia começaram a se estabilizar e o crescimento da demanda por bebidas proteicas ficou mais evidente.Para analisar as buscas no Google Trends, optou-se pelos termos "bebida láctea" e "bebida whey", mas eles não são exatamente sinônimos. As bebidas lácteas, de forma geral, são compostas por leite e outros ingredientes, podendo ter ou não alto teor proteico. Já as bebidas whey têm como principal característica a presença do soro de leite (whey protein), um ingrediente rico em proteínas de alto valor biológico, voltado principalmente para quem busca suplementação proteica.

Nos últimos três anos, tem se observado aumento das buscas na web pelos termos "bebida láctea"e "bebida whey". É interessante notar que as duas curvas caminham praticamente juntas ao longo do tempo, com ligeira vantagem para o termo "bebida whey". Em média, o interesse relativo por bebidas lácteas medido pelo Google Trends ficou em 48, enquanto o interesse relativo por bebidas whey ficou em 60. Essa é uma métrica que o Google Trends usa para medir a popularidade de um termo. No entanto, fica claro pela figura, que no final da série, ou seja, nos últimos meses, essa popularidade aumentou bastante, com a busca por bebida whey se aproximando do 100.

Esse crescimento nas buscas reflete não apenas um aumento na oferta de bebidas proteicas, mas também uma mudança no perfil do consumidor brasileiro. Com o avanço das redes sociais e do marketing digital, produtos como whey e bebidas lácteas proteicas passaram a ser amplamente divulgados por influenciadores e especialistas em nutrição, contribuindo para essa alta visibilidade. Além disso, a busca por alimentação prática e funcional tem levado à expansão dessa categoria no varejo, com novas formulações e sabores.

Outra informação interessante que o Google Trends fornece é sobre os termos mais buscados dentro desse conteúdo. Neste âmbito, destacam-se os termos whey protein, bebida láctea, iogurte e marcas comerciais que oferecem este tipo de produto, mostrando que realmente os consumidores estão têm buscado mais informações sobre os produtos disponíveis no mercado.

O mapa apresentado ilustra, em tonalidades mais claras, as localidades onde há maior frequência de buscas pelo termo "bebida whey", enquanto as áreas representadas por tonalidades mais escuras concentram mais buscas pelo termo "bebida láctea". O mapa de buscas revela que o interesse por bebidas proteicas varia conforme a região, sendo maior Rondônia e Goiás. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste (com exceção dos estados do Mato Grosso e Rio Grande do Sul), a bebida whey se destaca, o que pode estar associado ao maior poder aquisitivo e à influência de tendências globais de nutrição esportiva. Já nas regiões onde a busca por "bebida láctea" predomina, pode haver uma preferência por produtos mais tradicionais ou maior sensibilidade ao preço, já que as versões proteicas costumam ter um custo mais elevado.

Outra informação que evidencia o crescente interesse por bebidas lácteas no Brasil, é o aumento significativo dos vídeos com foco neste produto na plataforma Youtube. Entre 2022 e 2025, foram publicados 2310 vídeos com conteúdo sobre bebidas lácteas nesta rede social, que resultaram em mais de 19 milhões de curtidas, 304 mil comentários e mais de 194 milhões de visualizações. Isso representa uma média de 84 mil visualizações por vídeo. Embora esses números ainda sejam modestos em comparação  a outros derivados lácteos, representam 5% do total de conteúdo sobre lácteos no Youtube. 

Do total de comentários nos vídeos sobre bebidas lácteas, 15% são negativos, 34% são neutros e 51% são positivos. Desta forma, apenas uma pequena fração dos comentários apresenta um teor negativo, o que pode estar relacionado tanto ao produto quanto à qualidade do vídeo. O fato de 51% dos comentários serem positivos sugere que esses produtos são bem aceitos, mas o índice de 15% de comentários negativos indica que ainda há resistência ou dúvidas sobre sua formulação, sabor ou preço. 

As características mais mencionadas nos comentários relacionam-se com a embalagens dos produtos (74% das menções).

Para entender melhor as opiniões e interesse do consumidor brasileiro de bebidas lácteas, é importante analisar o teor desses comentários nos vídeos do Youtube. Neste âmbito, observa-se que há menções a alimentos in natura, como frutas (limão, banana, maçã), e a alimentos ultraprocessados como refrigerante e chocolate. Esse resultado pode indicar diversidade de usos das bebidas lácteas com diferentes acompanhamentos, ou até mesmo como ingrediente em diferentes preparações. Contudo, torna-se importante salientar a presença da palavra whey em letras maiores, o que reforça nossa tese de que há um interesse crescente neste tipo de produto no Brasil.

Os dados analisados indicam que o interesse pelos produtos proteicos lácteos está crescendo de forma contínua e consistente, especialmente entre consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O engajamento nas redes sociais e o aumento de buscas na internet reforçam que esses produtos não são apenas uma moda passageira, mas estão se firmando como uma escolha frequente na rotina alimentar dos brasileiros.

Essa tendência pode ser explicada pela busca crescente por conveniência e por alimentos com apelo nutricional. No entanto, para que essa categoria se consolide definitivamente, é essencial continuar monitorando o consumidor e trabalhando na evolução das formulações, preços e estratégias de marketing dos produtos.

O crescimento do interesse por bebidas proteicas no Brasil acompanha uma tendência observada em mercados internacionais. Nos Estados Unidos e na Europa, produtos com alto teor proteico vêm ganhando espaço nos supermercados, especialmente entre consumidores que buscam conveniência e nutrição. Esse movimento indica que, no Brasil, há potencial para uma consolidação ainda maior desse mercado.

FONTE:

Newsletter do Observatório do Consumidor
Ano 4, nº 28 - Fevereiro/2025
Coordenação: Kennya Beatriz Siqueira
Autores: Kennya Siqueira, Manuela Lana,
Thallys Nogueira, Darlan Silva, Isabella Rossi
Centro de Inteligência do Leite: www.cileite.com.br
Embrapa Gado de Leite: www.embrapa.br/gado-de-leite


Jogo Rápido

CAPACITAÇÃO GRATUITA - Senac amplia oferta de cursos
O Senac reformulou o ambiente virtual “Senac Empresas” e ampliou a oferta gratuita de cursos e treinamentos. Todos são voltados para o desenvolvimento das empresas, desempenho de seus funcionários e aperfeiçoamento da gestão corporativa. A ideia é estreitar os laços com diversos setores, especialmente com a área de comércio de bens, serviços e turismo, oferecendo qualificação aos colaboradores vinculados às empresas associadas ao programa. Ao acessar o Senac Empresas, os empreendedores terão acesso a soluções educacionais, eventos e materiais. O conteúdo está em https://empresas.senac.br. (Correio do Povo)


 
 
 

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Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.332


GDT 374: preços internacionais encerram ciclo de altas

O 374º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira (18/02), alterou a tendência de alta observada nos últimos eventos, trazendo recuos para a maior parte das categorias.

O 374º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado nesta terça-feira (18/02), alterou a tendência de alta observada nos últimos eventos, trazendo recuos para a maior parte das categorias.

O GDT Price Index, que representa a média ponderada dos produtos, registrou queda de 0,6% em relação ao leilão anterior, com o preço médio atingindo US$4.370 por tonelada, como mostrado no gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Com exceção da manteiga, todos os produtos negociados apresentaram recuos em seus preços médios durante o leilão. Com uma alta de 2,2%, a manteiga foi negociada na média de US$7.378/tonelada, o maior valor registrado para a categoria na série histórica do MilkPoint Mercado, iniciada em 2013.

Por outro lado, o leite em pó desnatado apresentou um recuo de 2,5% em seu preço, sendo negociado na média de US$2.754/tonelada, enquanto o recuo observado para o leite em pó integral, na média ponderada pelo volume negociado, foi mais brando, em -0,2%, com o preço médio de US$4.153/tonelada, como mostra o gráfico abaixo.

Gráfico 2. Preço médio LPI (USD/ton).

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Além dos leites em pó, o cheddar também apresentou um recuo de 3,4% no último leilão, sendo negociado a US$4.862/tonelada. A tabela abaixo mostra os principais resultados das negociações do leilão. 

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 18/02/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Em relação ao volume negociado, no último evento houve uma nova retração, atingindo o menor volume negociado em um leilão GDT desde julho de 2024, com 22.654 toneladas negociadas, como mostra o gráfico 3 abaixo.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Vale ressaltar que apesar dos recuos nos preços praticados em relação ao leilão anterior, as médias observadas ainda se mantiveram em patamares considerados elevados para as categorias em questão. Nesse cenário, os recuos observados podem ter ocorrido como forma de ajustes pontuais após as altas mais intensas observadas nos leilões anteriores, com um mercado internacional que ainda pode ser considerado aquecido para os lácteos.

Nesse contexto, a mesma movimentação foi observada para os preços dos contratos futuros de leite em pó integral, que também apresentaram recuos em relação aos preços dos mesmos vencimentos no início deste mês, mas, se mantendo em um patamar ainda elevado na bolsa de valores da Nova Zelândia.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos, principalmente, da Argentina e do Uruguai, países que tradicionalmente praticam preços superiores aos do Global Dairy Trade (GDT). Esse diferencial é influenciado pela Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que impõe tarifas de quase 30% sobre importações provenientes de fora do bloco.

Assim como pontuamos anteriormente, apesar dos recuos observados no último leilão, os preços permaneceram em patamares elevados, tornando mais atrativas as vendas do Mercosul para outros mercados, e, consequentemente, reduzindo os embarques para o Brasil.

Esse movimento reforça a perspectiva de importações menos estimuladas pelo país neste ano.

Fonte: Milkpoint


ABRALEITE realiza 3º Fórum Nacional do Leite em Brasília

Nos dias 9 e 10 de abril, a sede da Embrapa, em Brasília, será palco do 3º Fórum Nacional do Leite, um evento que se consolida como um espaço de grande contribuição para o setor leiteiro.

Organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Leite – ABRALEITE, o evento reunirá produtores, técnicos, especialistas, representantes do governo e lideranças do setor para debater os desafios e as oportunidades da cadeia produtiva do leite.

O setor leiteiro é um dos mais importantes do agronegócio nacional. O país é o 3º maior produtor de leite do mundo, com uma produção anual de 35,4 bilhões de litros, gerando 5,5 milhões de empregos e movimentando R$ 170 bilhões por ano.

Criado em 2022, o Fórum Nacional do Leite tem como objetivo dar voz aos produtores de leite, promovendo debates sobre políticas públicas e temas relevantes para o setor. A 3ª edição do evento promete aprofundar as discussões sobre temas como: Políticas públicas, Tecnologia e inovação na produção de leite, Sanidade e qualidade do leite, Sustentabilidade na produção de leite, Comunicação e Mercado do leite.

A abertura do fórum contará com a presença de autoridades políticas de destaque, que terão a oportunidade de conhecer as demandas do setor e apresentar as ações do governo e do legislativo para o desenvolvimento da cadeia produtiva.

“O 3º Fórum Nacional do Leite é um espaço essencial para discutirmos os desafios e oportunidades do setor leiteiro brasileiro. Este evento reforça a importância da união dos produtores e das lideranças do setor na busca por políticas públicas mais eficazes, inovação tecnológica, sustentabilidade e fortalecimento do mercado. A troca de conhecimento e a participação ativa de todos os elos da cadeia produtiva são fundamentais para garantirmos um futuro mais competitivo e sustentável para a produção de leite no Brasil”, afirma Geraldo Borges, presidente da ABRALEITE.

Serviço:
Evento: 3º Fórum Nacional do Leite
Data: 9 e 10 de abril de 2024
Local: Sede da Embrapa – DF, Brasília (DF)
Informações: https://www.abraleite.org.br/

Fonte: Abraleite

Como o reequilíbrio do mercado de leite da China influencia o comércio global?

A China aumentou rapidamente a produção doméstica de leite nos últimos anos, atingindo a autossuficiência em 2023. No entanto, esse crescimento foi seguido por um excesso de oferta, levando a uma queda acentuada nas importações.

Em 2024, a produção doméstica de leite começou a cair progressivamente ano após ano, e o Rabobank estima uma redução de 5% na produção na segunda metade do ano. Esse declínio foi impulsionado por baixos preços ao produtor e altos custos de produção, que levaram à saída de muitos produtores do setor. Além disso, uma onda de calor no terceiro trimestre agravou ainda mais a oferta. Para 2025, a expectativa é de uma queda adicional de 1,5% na produção, concentrada na primeira metade do ano, devido à continuação das margens baixas.

Embora a economia chinesa continue enfrentando desafios, a demanda doméstica por laticínios deve apresentar alguma recuperação. O Rabobank prevê um aumento de 1,2% no consumo de laticínios em 2025, mas esse crescimento ocorre sobre uma base fraca de 2024.

O equilíbrio entre oferta e demanda na China começa a melhorar

Os volumes de importação de laticínios permaneceram baixos ao longo de 2024, mas voltaram a crescer em novembro pela primeira vez desde julho de 2023. Em dezembro, as importações aumentaram 18% em relação ao ano anterior, com crescimento em quase todas as categorias, especialmente produtos desidratados.

Devido à redução da produção doméstica, o Rabobank projeta um aumento de 2% nas importações líquidas de laticínios pela China em 2025, especialmente na segunda metade do ano, conforme os estoques internos diminuem.

Nova Zelândia domina as importações chinesas de laticínios
Em 2024, a Nova Zelândia foi responsável por 46% do volume total de importações de laticínios da China, enquanto a União Europeia forneceu 31% e o Reino Unido apenas 1%.

A China tem um papel significativo no comércio global de laticínios, e seus padrões de produção impactam o comércio internacional e a oferta disponível no mercado mundial.

Os esforços para regular a produção devem reduzir gradualmente o desequilíbrio entre oferta e demanda, mas, com o crescimento constante do consumo doméstico, não se espera um grande aumento nas importações em 2025.

Fatores geopolíticos influenciam o mercado

Outros fatores geopolíticos, como a disputa comercial entre a União Europeia e a China e as mudanças na política comercial dos EUA, continuam sendo pontos de atenção.

Por outro lado, as tarifas anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump sobre a China podem enfraquecer ainda mais a economia chinesa, o que poderia reduzir a demanda por laticínios. 

As informações são do Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB), traduzidas pela equipe MilkPoint


Jogo Rápido

Tecnologia - Infiltrômetro em demonstração
Técnicos da Embrapa Trigo fizeram ontem, no pátio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em Porto Alegre, a demonstração do equipamento batizado como infiltrômetro. “É um equipamento inovador, pois simplifica o processo de medição da infiltração de água no solo, eliminando a necessidade de cálculos manuais. E ao gerar estas informações, vai ser possível recomendar práticas de manejo do solo para os produtores”, destaca o pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Seapi, Jackson Brilhante. A Seapi divulgou que diversas instituições devem formar uma parceria para o desenvolvimento de um banco de dados sobre os diferentes solos que compõem o Rio Grande do Sul e que estiveram presentes na demonstração. Entre elas, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Emater-RS/Ascar, e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), além da Embrapa e da própria Seapi. Uma nova demonstração do uso do infiltrômetro está prevista para março, na Expodireto Cotrijal. (Correio do Povo)


 
 
 

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Porto Alegre, 18 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.331


GDT - 18/02/2025


(Fonte: GDT)


Vem aí o protocolo 100% digital da Anvisa!

Protocolo sem papel! No próximo dia 13 de março, entra em vigor a RDC 947, de 12/12/2024, sobre o protocolo de documentos na Anvisa. A grande novidade é que os documentos terão que ser protocolados de forma eletrônica, ou seja, não serão mais aceitos documentos em papel.

Para isso, deverão ser utilizados os sistemas de peticionamento eletrônico já disponíveis, como o Solicita e o SEI.

A medida visa tornar mais ágeis a análise processual e a resposta ao cidadão, bem como eliminar custos com digitalização e guarda de documentos em arquivos físicos. Além disso, os documentos nato-digitais (aqueles que já são criados em meio eletrônico) ou digitalizados terão a garantia de integridade, de autoria e de autenticidade, mediante utilização de assinatura eletrônica.

Assinatura eletrônica
Os documentos utilizarão assinatura eletrônica, nos termos da Lei 14.063, de 23 de setembro de 2020. Os tipos de assinatura eletrônica aceitas são: 

I - Assinatura digital qualificada, com certificado digital no padrão de Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil; e

II - Assinatura digital avançada, realizada por meio do portal Gov.Br ou outro que venha a substituí-lo.

Serão admitidos outros tipos de assinaturas eletrônicas previstas em lei, quando estabelecido em normas ou especificações técnicas de cada sistema de peticionamento eletrônico. (Fonte: Anvisa)

STF derruba benefício fiscal para empresas locais no Rio de Janeiro

O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional um trecho da Lei 2.657/96, do Estado do Rio de Janeiro, que concedia isenção de ICMS-ST a produtos como água mineral, leite e laticínios fabricados no Estado. A decisão foi unânime, com base no entendimento de que a norma prejudicava a concorrência entre Estados ao favorecer empresas locais.

REGIME TRIBUTÁRIO DESIGUAL
A ação foi proposta pela Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais, que argumentou que a lei criava um regime tributário desigual. Enquanto os produtos fabricados no Rio de Janeiro eram isentos da antecipação do ICMS-ST, aqueles oriundos de outros Estados não recebiam o mesmo benefício, o que violaria o princípio da isonomia, previsto no artigo 5º da Constituição.

O Estado do Rio de Janeiro defendeu a norma, alegando que a isenção fiscal visava estimular a economia local e impulsionar setores estratégicos, como cachaçarias e alambiques, ajudando pequenos e médios produtores a gerar empregos.

DECISÃO DO STF
No voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, foi destacado que a norma criava um regime jurídico mais favorável para mercadorias locais, o que resultava em uma vantagem competitiva indevida.

“A dispensa legal da obrigação de antecipação do tributo, na condição de substituto tributário, importa em tratamento fiscal mais benéfico e, consequentemente, em vantagem competitiva em relação aos produtos com origem geográfica diversa.”

O ministro também afirmou que a medida contrariava o artigo 152 da Constituição, que veda a diferenciação tributária entre Estados com base na origem dos produtos, criando uma espécie de “aduana interna” dentro do Brasil.

Além disso, ele apontou que o Estado do Rio de Janeiro não demonstrou como a norma beneficiaria efetivamente pequenos produtores, sendo que grandes empresas também foram favorecidas, ampliando as desigualdades no mercado.

Por fim, o STF concluiu que a isenção do ICMS-ST representava uma vantagem competitiva inadequada, desequilibrando a concorrência e contrariando os princípios constitucionais da isonomia e neutralidade fiscal. O entendimento do relator foi seguido por todos os ministros da Corte. (Fonte: Juri News)


Jogo Rápido

PIB 
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,5% em 2024, pouco acima do índice registrado em 2023 (3,2%), segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação de dezembro contra o mesmo mês de 2023, houve crescimento de 3,1%, de acordo com o indicador. Na passagem de novembro para dezembro de 2024 o monitor registrou alta de 0,3%. (Jornal do Comércio)


 
 
 

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Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.330


AMÉRICA DO SUL - COTAÇÃO DAS PRINCIPAIS COMMODITIES LÁCTEAS 

A produção de leite na América do Sul varia entre as regiões. Contatos do Uruguai dizem que as expectativas são positivas mesmo durante os meses de verão. Enquanto isso, na Argentina e Brasil, a produção é um pouco menos otimista. No que se refere à produção de milho, as estimativas são de quebra em ambos os países, em decorrência do calor, da seca e do atraso no plantio.  

No entanto, à medida que as condições econômicas se estabilizam, em partes da região, o pagamento pelo leite também fica estável ou até aumenta.  Com exceção do Brasil, contatos dizem que as expectativas no continente são otimistas no curto e médio prazo.  A atividade comercial está intensa. A oferta de leite, sazonalmente mais apertada, aumentou a demanda de clientes brasileiros e argelinos por produtos lácteos.

Os importadores brasileiros esperavam algum movimento de baixa no final de 2024 e início de 2025, mas, se houveram, as reduções foram mínimas. Os preços do mercado estão firmes para a maioria dos produtos lácteos.

(Fonte: Relatório USDA: https://www.ams.usda.gov/market-news/individual-dairy-market-newscommodity-reports#International Tradução livre: www.terraviva.com.br)


Mercado lácteo: como 2024 preparou o caminho para 2025?

O mercado lácteo brasileiro tem experimentado diversas mudanças nos últimos anos, com o ano de 2024 não sendo exceção. Apesar da recuperação no consumo e do aumento nos preços, o setor enfrentou diversos desafios que moldaram o cenário atual. Mas quais são as perspectivas e como pode ser o comportamento do setor?

Em relação à produção brasileira, é esperado que continue em crescimento. Após um final de 2023 desafiador para o mercado lácteo, com margens estreitas tanto para os produtores quanto para a indústria, o ano de 2024 foi marcado por uma recuperação. Com uma demanda mais robusta, os preços dos derivados lácteos se recuperaram, o que por sua vez possibilitou aumentos no preço do leite pago aos produtores. Adicionalmente, os custos dos principais insumos de produção, como milho e soja, permaneceram relativamente baixos ao longo do ano, contribuindo para um crescimento na rentabilidade da produção.

À luz dessas mudanças, é importante considerar as expectativas e desafios que o mercado lácteo brasileiro poderá enfrentar em 2025, enquanto se adapta às novas condições econômicas e de mercado.
Quer se antecipar e se preparar para os desafios e oportunidades que 2025 reserva para a cadeia leiteira? No Fórum MilkPoint Mercado - Gestão e Performance: os desafios da indústria láctea brasileira, você terá acesso a uma análise aprofundada do setor, com informações que vão ajudá-lo a entender e se posicionar melhor no mercado. Participe desse debate e inscreva-se agora mesmo. Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto na inscrição, que pode ser feita no link: https://register.jalanlive.com/forummmercado?ticket=9708. (Fonte: Milkpoint)

Preços da manteiga disparam na Europa devido à escassez de matéria-prima

Enquanto a Europa e o mundo enfrentam uma crise na produção e nos preços da manteiga, Portugal parece escapar ao impacto mais severo desta tendência. O preço do produto disparou no mercado internacional desde 2021, com uma verdadeira explosão em 2024, mas os consumidores portugueses sentiram apenas um aumento moderado de 4,6% no último ano.

De acordo com o Eurostat, a Zona Euro registou um aumento médio de 20% nos preços da manteiga em apenas um ano. Em países como a Alemanha, o valor subiu quase 40%, chegando aos 8 euros por quilo, enquanto na Polónia os preços alcançaram os 9 euros, obrigando o Governo a criar uma reserva estratégica para estabilizar o mercado, revela o ’elEconomista’.

A origem da crise está na escassez global de gordura do leite, um dos principais componentes da manteiga. Especialistas apontam para um aumento na procura mundial, impulsionado pela valorização dos benefícios nutricionais do leite integral. A produção, contudo, não acompanhou essa crescente procura. Na União Europeia, a produção de leite cresceu apenas 0,6%, enquanto nos EUA registou-se um declínio de 0,37%.

Uma escalada nos preços pode afetar setores como a panificação e a confeitaria, que dependem fortemente desta matéria-prima. Pequenas e médias empresas já enfrentam dificuldades na sua rentabilidade devido aos custos crescentes da manteiga no mercado internacional.

O setor enfrenta ameaças externas, especialmente com a possibilidade do regresso das tarifas impostas pelos EUA sobre os produtos lácteos europeus. Se estas barreiras comerciais forem restabelecidas, o setor pode sofrer impactos severos, como já aconteceu em 2018. (Fonte: As informações são de Executive Digest)


Jogo Rápido

No radar
O senador gaúcho Luis Carlos Heinze protocolou na sexta-feira uma indicação legislativa solicitando a prorrogação, por mais um ano, das dívidas rurais com vencimento em 2025. O documento foi direcionado ao Ministério da Agricultura. No texto, Heinze alega prejuízos bilionários que "colocam em risco a segurança alimentar". (Zero Hora)


 
 
 

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Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.329


Instrução Normativa estipula período para Declaração de Rebanho e Atualização Cadastral

Foi publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (14/2) a Instrução Normativa Seapi 01/2025, que dispõe sobre a Atualização Cadastral das Explorações Pecuárias e a Declaração Anual de Rebanho no Rio Grande do Sul. Fica estipulado o prazo do primeiro dia útil de abril até o último dia útil de junho para que os produtores cumpram essa obrigação sanitária. Em 2025, esse prazo será de 1º de abril a 30 de junho.

A Atualização Cadastral de Explorações Pecuárias é realizada de forma concomitante à Declaração Anual de Rebanho. Os dados solicitados são: endereços, telefones de contato, e-mail de contato direto com o produtor rural, situação fundiária, atividade principal da propriedade, coordenadas geográficas, vias de acesso e características da exploração pecuária, de acordo com as espécies exploradas.

Já a Declaração Anual de Rebanho atualiza as informações referentes a nascimentos, mortalidades, consumo próprio e evolução de faixa etária dos animais. Alterações do estoque efetivo de animais que venham a ocorrer entre as etapas de declaração anual poderão ser realizadas por meio de uma Declaração Complementar. 

As propriedades que não finalizarem a Atualização Cadastral e a Declaração de Rebanho ficam impedidas de emitir Guias de Trânsito Animal (GTA) até que a situação seja regularizada. 

A Atualização e a Declaração podem ser feitas presencialmente, nas unidades locais da Secretaria, ou diretamente pela internet, em módulo específico no Produtor Online. (Fonte: Seapi)


BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO nº 07/2025 – SEAPI

A previsão para os próximos dias indica a continuidade das chuvas no Rio Grande do Sul, acompanhada de um alívio nas temperaturas máximas. Na quinta-feira (13/02), a frente fria que avançou sobre o estado nos dias anteriores seguirá influenciando o tempo, provocando chuvas em todas as regiões conforme seu deslocamento ao longo do dia. Na sexta-feira (14/02), esse sistema estará concentrado no norte/nordeste do estado, podendo gerar acumulados principalmente no Alto Uruguai e na divisa com Santa Catarina. Com a passagem da frente fria, uma massa de ar frio ingressará no território gaúcho, amenizando as temperaturas. 

No sábado (15/02), um novo cavado (área de baixa pressão alongada), vindo da Argentina, avançará sobre o estado. Esse sistema, aliado à presença de calor transportado pelos jatos de baixos níveis — mecanismo atmosférico responsável por conduzir calor e umidade do norte para o sul do país —, resultará na elevação das temperaturas. A instabilidade ingressará pelo oeste do estado, provocando chuvas inicialmente nessa região e, ao longo do dia, avançando para as demais áreas. Esse sistema continuará atuando até o domingo (16/02), mantendo a ocorrência de chuvas com volumes variando entre fracos e moderados em todo o território gaúcho.

A tendência para o início da semana indica a continuidade das chuvas em todo o estado. Na segunda-feira (17/02), o sistema de instabilidade já presente será intensificado pelo avanço de uma frente fria associada a uma área de baixa pressão no oceano, resultando em novos acumulados em todas as regiões. Esse sistema permanecerá ativo entre a terça-feira (18/02) e a quarta-feira (19/02), mantendo a ocorrência de chuvas durante esses dias e reforçando os volumes acumulados no estado.

O prognóstico para a próxima semana indica a possibilidade de chuvas em grande volume na maior parte do Rio Grande do Sul. Entre o centro e o norte do estado, os acumulados devem superar os 50 mm, com algumas áreas ultrapassando os 100 mm, especialmente na intersecção entre as regiões Central, Campanha e Fronteira Oeste. Também há previsão de precipitações expressivas no norte do estado, com destaque para o Alto Uruguai, na divisa com Santa Catarina e o Litoral Norte. Por outro lado, na região Sul e em parte da Campanha, os volumes previstos serão menores, variando entre 5 mm e 30 mm. (As informações são da Seapi/RS, adaptadas pelo Sindilat/RS)

Emater/RS: Informativo Conjuntural 1854 de 13 de fevereiro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE 

As temperaturas altas, frequentemente próximas a 40 °C, com sensação térmica ainda mais elevada, continuam a impactar o bem-estar dos animais e a reduzir a produtividade leiteira. Embora tenha sido adotada a estratégia de pastoreio durante as horas mais frescas do dia, a escassez de forragem, agravada pelo estresse hídrico nas pastagens, não conseguiu atender à demanda nutricional dos animais. Por essa razão, os criadores realizaram a suplementação com alimentos conservados, o que aumentou os custos operacionais. A produção ainda está em declínio, expressando o momento crítico para a atividade. Em relação à sanidade dos animais, os níveis estão satisfatórios, e os protocolos de controle de ectoparasitas ainda são executados. 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na região da Campanha, a chuva de 05/02 melhorou a oferta de forragem nas propriedades com manejo apropriado.  Entretanto, a necessidade de suplementação de feno e ração aumenta os custos. Na Fronteira Oeste, em Santana do Livramento, a escassez de forragem e de água resultou em perdas de até 30% na produtividade. Em São Gabriel, as chuvas recentes melhoraram a oferta de pastagens perenes e de campo nativo.

Na de Caxias do Sul, a produtividade de leite apresentou leve redução devido ao estresse térmico. A saúde animal permaneceu dentro da normalidade, exceto pela infestação de moscas. O estado corporal dos bovinos leiteiros é considerado adequado, conforme o estágio de lactação ou prenhez. 

Na de Ijuí, alguns produtores relatam problemas de prenhez, e há um número elevado de vacas retornando ao cio.

Na de Passo Fundo, o fornecimento de silagem de milho e/ou trigo tem sido crucial para atender à demanda energética dos animais.  

Na de Porto Alegre, o estado corporal do rebanho e a produção têm se mantido estáveis em razão da suplementação alimentar. A chuva da última semana favoreceu a oferta forrageira das pastagens de verão. 

Na de Santa Maria, houve melhora parcial das condições para a atividade leiteira em virtude das precipitações ocorridas nas últimas semanas, que proporcionaram o aumento da oferta de pasto. No entanto, a situação continua crítica, e os produtores seguem utilizando suplementação alimentar para manter os animais e minimizar a perda na produção. 

Na de Santa Rosa, grandes quantidades de alimentos conservados e concentrados têm sido utilizadas para suprir as necessidades nutricionais dos animais. (As informações são da Emater/RS-Ascar, adaptadas pelo Sindilat/RS)


Jogo Rápido

Webinar apresenta planejamento de ações da área de Alimentos para 2025
Anvisa irá realizar, no dia 20/2, um webinar sobre as ações da área de Alimentos planejadas para 2025. O objetivo é divulgar o planejamento dos temas da Agenda Regulatória para este ano, contribuindo para a transparência, a previsibilidade e a participação social na atuação da Anvisa sobre o tema. No encontro, também serão apresentados os resultados alcançados pela área em 2024. Para participar do evento, basta clicar AQUI, no dia e horário agendados. Não é preciso fazer cadastro prévio. Confira AQUI a página específica de webinares realizados pela Agência. (Fonte: Anvisa)


 
 
 

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Porto Alegre, 13 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.328


Prévia IBGE: captação de leite acelera no Brasil

De acordo com os dados preliminares da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, a captação formal de leite no Brasil no 4º trimestre de 2024 totalizou 6,75 bilhões de litros, um expressivo crescimento de 4,1% em relação ao mesmo período de 2023 e 7,3% em relação ao 3º trimestre de 2024. 


Esse volume representa um dos maiores já registrados para o período, ficando atrás apenas do 4º trimestre de 2020, quando a captação atingiu 6,80 bilhões de litros. No acumulado do ano, a captação estimada ficou em 25,15 bilhões de litros, número que também só perde para 2020 (25,63 bilhões de litros).


Principais fatores que influenciaram o crescimento da captação
O desempenho positivo do setor no último trimestre do ano foi sustentado por uma combinação de fatores que favoreceram a produção. O preço do leite apresentou significativo crescimento ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, o que estimulou a produção. Além disso, os custos de produção permaneceram estáveis, garantindo uma rentabilidade mais elevada para os produtores.

O clima também contribuiu para o aumento da produção. Após os desafios do 2º e 3º trimestres, que incluíram catástrofes climáticas no Sul do país, uma seca prolongada, temperaturas acima da média e queimadas na região centro-norte, o 4º trimestre apresentou condições mais favoráveis para a produção leiteira. 

No lado da demanda, o mercado interno apresentou maior robustez, o que ajudou na sustentação dos preços no campo e, consequentemente, incentivou os produtores a manterem ou aumentarem a produção.

Rentabilidade em alta
O índice Receita Menos o Custo da Alimentação (RMCA) encerrou 2024 em um patamar significativamente superior ao mesmo período de 2023, com um crescimento real de 50% no 4º trimestre, em relação ao mesmo período de 2023.

Desempenho mensal dentro do trimestre
Dentro do trimestre, dezembro se destacou como o mês de maior captação, com um total de 2,33 bilhões de litros. Esse volume representou um crescimento de 6,4% em relação a dezembro de 2023.

Perspectivas para 2025
O fechamento positivo de 2024, aliado a preços ainda favoráveis e ausência de grandes desafios climáticos no horizonte, sugere que a produção de leite deve continuar sua trajetória de crescimento no 1º trimestre de 2025. A expectativa é de uma continuidade da recuperação da captação, impulsionada por um ambiente de mercado mais estável e rentável para os produtores. (Vale lembrar que os dados acima referem-se à prévia divulgada pelo IBGE e podem sofrer ajustes na publicação definitiva, prevista para o próximo mês.). (Fonte: Matheus Napolitano/Milkpoint)


Conseleite/MT divulga variação de -1,8% no valor do leite a ser pago em fevereiro

A diretoria do Conseleite – Mato Grosso atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de Dezembro de 2024 a ser pago em Janeiro de 2025 e para o leite entregue no Janeiro a ser pago em Fevereiro de 2025.

Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor.

OBS: (1) Os valores de referência da tabela são para a matéria-prima leite “posto propriedade”, o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural. (As informações são do Conseleite Mato Grosso)

Tendências de inovação para o mercado lácteo em 2025

O mercado lácteo global enfrenta desafios e oportunidades em 2025, impulsionado por demandas crescentes por sustentabilidade, saudabilidade e eficiência produtiva. Este artigo explora as tendências emergentes para este setor, com foco em exemplos práticos e no mercado brasileiro.

Sustentabilidade na produção
A redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) está no centro das iniciativas do setor. A produção de leite tradicional é responsável por aproximadamente 4% das emissões globais de GEE (FAO, 2022). No Brasil, cooperativas como a Embrapa Gado de Leite têm implementado sistemas integrados de produção agropecuária, que reduzem emissões e aumentam a eficiência. A adição de suplementos à base de algas na alimentação de bovinos, como o projeto da empresa brasileira Água Viva, também se destaca por reduzir significativamente as emissões de metano.

Personalização e funcionalidade
Os consumidores demandam alimentos que atendam às suas necessidades específicas de saúde. Segundo a Research and Markets (2023), o mercado de alimentos funcionais deve atingir US$ 275 bilhões até 2025. No Brasil, a Itambé tem lançado lácteos enriquecidos com probióticos e vitaminas voltados para públicos específicos, como crianças e idosos. A utilização de tecnologias de fermentação permite criar produtos como iogurtes com propriedades antioxidantes, já explorados por startups nacionais como a BeGreen.

Digitalização da cadeia de suprimentos
A integração de IoT (Internet das Coisas) e blockchain está revolucionando a rastreabilidade e a eficiência na cadeia láctea. No Brasil, a Nestlé implementou sistemas de rastreamento digital que permitem ao consumidor verificar a origem do leite em suas embalagens através de QR codes. Cooperativas como a Castrolanda também estão investindo em soluções digitais para monitorar a qualidade do leite em tempo real, aumentando a confiança do consumidor e reduzindo desperdícios.

Embalagens sustentáveis
A preocupação com o impacto ambiental está levando à adoção de soluções de embalagens recicláveis e biodegradáveis. A Euromonitor International (2023) aponta que, até 2025, 70% das embalagens de lácteos na Europa serão projetadas para serem totalmente recicláveis. No mundo o segmento de embalagens cartonadas investe em alternativas com tampas feitas de plástico vegetal, derivado da cana-de-açúcar.
 
O setor lácteo está em um ponto de inflexão, com inovações que prometem atender às demandas de consumidores mais conscientes e exigentes. No Brasil, empresas que investirem em soluções adaptadas à realidade local, como sustentabilidade, personalização e digitalização, estarão melhor posicionadas para prosperar nesse mercado dinâmico. (Braulio Paixão/Milkpoint)


Jogo Rápido

Capital do Leite: cidade produz 6 mil litros por habitante
No interior do Paraná, um município ostenta o título de Capital do Leite. Trata-se de Castro, que produz 450 milhões de litros desse alimento por ano, o equivalente a pouco mais de 6 mil litros por morador.Um dos motivos para o município ter a maior produção de leite do país é o fato de abrigar o maior rebanho leiteiro do Brasil. São cerca de 53 mil vacas, o que equivale a quase uma cabeça para cada habitante da Capital do Leite. Outro fator é a alta produtividade média. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produtividade de uma vaca em Castro é de 8,5 mil litros de leite por ano. Esse resultado é cerca de quatro vezes a média nacional. Apenas cinco municípios registram uma produtividade maior por animal do que Castro. Três deles estão no Rio Grande do Sul: Casca (8,7 mil litros), Paraí (9,2 mil litros) e Anta Gorda (9,3 mil litros). Os outros dois são Carambeí, no Paraná (9,9 mil litros), e Araras, em São Paulo (11,9 mil litros). Segundo o IBGE, o Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano. O rebanho leiteiro nacional conta com 15 milhões de cabeças. Minas Gerais é o Estado com o maior número de vacas em ordenhas: cerca de 3 milhões. (Revista Oeste)


 
 
 
 

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Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.327


Nota eletrônica passa a ser obrigatória para produtores rurais

O mês de fevereiro de 2025 marca uma nova etapa do avanço gradual da obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e da Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC--e) para produtores rurais no Rio Grande do Sul, alterando o processo de documentação fiscal para a circulação de mercadorias no setor agropecuário. A alternativa digital, que já é exigida para operações interestaduais, substitui o modelo 4 da Nota Fiscal, conhecida como Nota do Produtor Rural ou “talão do produtor”. A medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no início de dezembro e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de 27/12. A partir de 3 de fevereiro de 2025, os documentos eletrônicos devem ser usados nas operações internas praticadas por todos os produtores rurais que, nos anos de 2023 ou 2024, obtiveram receita bruta com valor superior a R$ 360 mil com a atividade rural. 

A mudança abrange cerca de 50 mil profissionais da área no Rio Grande do Sul – a lista de quem precisará se adequar será publicada neste link. Quem já tem o talão impresso para emitir o modelo 4 poderá seguir utilizando o documento até 30 de junho. Em 1º de julho, o uso passa a ser vedado. Já em 5 de janeiro de 2026, a obrigatoriedade da nota eletrônica começa a valer para todos os produtores rurais do Estado, independentemente do faturamento. A partir dessa data, o modelo 4 não será mais permitido. “Será uma transição lenta para que os produtores, especialmente os que têm menos estrutura, possam se adaptar. Há algum tempo também já estamos fazendo capacitações junto a sindicatos para auxiliar e tirar dúvidas sobre a emissão da nota eletrônica”, explicou o chefe-adjunto da Seção de Informações Fiscais da Receita Estadual, Geraldo Callegari.

Desde 2021, produtores rurais que registraram faturamento superior a R$ 4,8 milhões no ano de 2017 estão obrigados a emitir as notas eletrônicas em operações internas. A previsão era de que a medida se estendesse para outro grupo a partir de maio de 2024, mas, em razão das enchentes, a entrada em vigor foi adiada. O pedido partiu da Secretaria da Fazenda (Sefaz). “Um número muito alto de produtores foi afetado pela catástrofe meteorológica vivida pelo Estado gaúcho. Naquele momento, entendemos que não fazia sentido que passasse a vigorar uma nova regra. Isso fez com que esses profissionais, tão essenciais para a nossa economia, ganhassem tempo para reconstruir seus negócios”, afirmou o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

Como emitir o documento eletrônico
A NF-e é também chamada de modelo 55 e é utilizada para registrar a venda de mercadorias e a prestação de serviços. Já a NFC-e, ou modelo 65, é específica para o varejo e contempla as vendas diretas ao consumidor final. Existem diferentes alternativas para fazer a emissão desses modelos. Entre elas, estão aplicativos próprios, aplicativos desenvolvidos por associações/cooperativas ou o sistema Nota Fiscal Avulsa (NFA-e), disponibilizado pela Sefaz. Essa última opção, no entanto, só pode ser utilizada no computador e exige maior conhecimento técnico. A solução recomendada pela pasta fazendária é o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), que pode ser baixado gratuitamente no celular e acessado por meio do login gov.br. 

A ferramenta permite a emissão simplificada da nota fiscal, deixando toda a complexidade tributária a cargo da Receita Estadual. Para usar, os produtores devem preencher informações sobre a venda, como o produto, o cliente e dados sobre transporte. É possível, inclusive, gerar um QR Code da nota fiscal off-line, no meio da lavoura, por exemplo. Nesse caso, a nota é autorizada após o restabelecimento da conexão com a internet. Idealizado pela Receita Estadual e desenvolvido pela Procergs, o NFF foi concebido pelo Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários (Encat), também com parceria do Sebrae Nacional, e é usado em praticamente todos os estados do País. (Jornal do Comércio)


Produção de leite no RS deve cair até 10% devido à seca

A falta de chuvas e o calor excessivo no Rio Grande do Sul podem causar uma queda de até 10% da produção de leite gaúcha. A estimativa é da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando). As perdas, segundo a entidade, são causadas não só pelo estresse térmico das vacas, mas também pelo menor rendimento das lavouras de milho silagem, o que impacta na alimentação dos animais.

O presidente da Gadolando, Marcos Tang, explica que o clima excessivamente quente também implica em maior custo aos criadores, pois as vacas, ao sofrer esse estresse térmico, tendem a produzir menos e o gasto aumenta ainda mais com o necessário condicionamento dos animais.

"Portanto, com custo de produção mais alto e produção mais baixa, fala-se em 600 mil, até 1 milhão de litros de leite a menos produzidos no Rio Grande do Sul, talvez chegando perto de 10% a menos de produção diária nestes dias de calor extremo", estima.

No entanto, Tang salienta que os produtores de leite se adaptaram e investiram bastante nas propriedades. “Muitos já têm os animais bem acondicionados, aclimatizados, e nestas propriedades a redução de leite é bem menor, porque as vacas, mesmo com esse calor todo, estão bem acondicionadas e produzem leite ainda em bom volume e boa qualidade”, pondera.

Tang reafirma a preocupação com o quadro atual e espera que a chuva retorne ao Rio Grande do Sul em volume consistente para frear o ritmo de perdas na produção leiteira. “E que as condições melhorem no sentido de diminuir esse estresse térmico e que possamos não ter grandes perdas na produção de milho, já que a silagem de milho é a principal fonte de alimento para as nossas vacas leiteiras”, conclui. (Globo Rural)

Governo publica decreto que institui Desenrola Rural

O governo federal publicou nesta quarta-feira (12/2) o decreto 12.381, que institui o Desenrola Rural. O programa tem por objetivo regularizar as dívidas de agricultores familiares e facilitar o acesso a crédito novo para esse público. 

A medida deve atender mais de 943 mil pequenos produtores e assentados da reforma agrária, cujo passivo soma mais de R$ 19,5 bilhões.

Serão contemplados débitos em atraso de mais de um ano, inclusive os inscritos na Dívida Ativa da União (DAU) e os lançados em prejuízo dos fundos constitucionais de financiamento, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Crédito Fundiário e do Crédito Instalação.

Pelo Desenrola Rural, os agricultores familiares poderão renegociar ou liquidar dívidas com os fundos constitucionais do Nordeste (FNE), do Norte (FNO) e do Centro-Oeste (FCO) contratadas entre 2012 e 2022. O prazo de adesão será até 31 de dezembro deste ano.

Para liquidar o passivo, haverá desconto de 80% para dívidas de até R$ 10 mil. Quem deve entre R$ 10 mil e R$ 30 mil poderá ter 60% do valor descontado. Os rebates caem para 50% para passivos entre R$ 30 mil e R$ 50 mil e para 40% para saldos acima de R$ 50 mil. O programa prevê ainda descontos fixos aplicados após o desconto percentual de R$ 2 mil, R$ 4 mil e R$ 6 mil para as três últimas categorias, respectivamente. Para renegociação, o prazo será de três a dez anos. Os produtores ainda poderão ter descontos de 65%, para dívidas de até R$ 10 mil, de 45%, entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, de 35%, entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, e de 25%, acima de R$ 50 mil. Vale a regra do desconto fixo após aplicação do percentual: de R$ 2 mil, R$ 6 mil e R$ 8 mil para as três últimas categorias, respectivamente.

O Desenrola Rural vai prever descontos para dívidas do Crédito Instalação, do Incra, contratadas entre 27 de maio de 2014 e 29 de junho de 2023. Operações inadimplentes terão rebates para liquidação de até 96% nas modalidades habitacional e reforma habitacional, de 90% na categoria de apoio inicial, de 80% nos financiamentos de fomento, fomento mulher, semiárido e florestal, e de 50% nos empréstimos para cacau e recuperação ambiental. O prazo de adesão será até o fim do ano.

Em entrevista ao Valor há dois dias, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, afirmou que mais de 1 milhão de agricultores atualmente sem crédito poderão voltar a fazer empréstimos. (Globo Rural)

 

Jogo Rápido

Fundopem
Sobre a demora na liberação dos incentivos do Fundopem, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento esclarece que em janeiro de 2025 foi publicada a alteração do decreto do Fundopem Recupera, sendo necessário nova regulamentação. Em alguns casos, a documentação exigida chega incompleta, o que pode gerar um prazo maior na análise e aprovação. A secretaria reitera que está à disposição para entender situações mais específicas. (Jornal do Comércio)


 
 

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Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.326


Previsão global de oferta de leite: como deve ser 2025?

De acordo com as estimativas mais recentes, a produção global de leite nas principais regiões produtoras deverá voltar a crescer, com um pequeno aumento de 0,6% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é superior à queda de 0,1% registrada em 2024. A recuperação deve ocorrer em todas as regiões, exceto na Austrália, onde a produção dependerá fortemente das condições climáticas.

De maneira geral, os mercados de lácteos na segunda metade de 2024 e início de 2025 têm mostrado tendência de retomada do crescimento, após um período de preços elevados do leite e custos mais baixos de ração. A demanda decepcionante da China por importações de lácteos em 2024 começou a se recuperar, com um pequeno aumento nas importações registrado. Outras regiões importadoras, como Sudeste Asiático e Oriente Médio, também apresentaram bom crescimento.

A situação econômica global está menos deprimida em comparação com os anos imediatamente após a pandemia. No entanto, vulnerabilidades emergentes podem impactar o crescimento econômico global. Um possível aumento do protecionismo nos EUA pode afetar a demanda global. Além disso, surtos de doenças como língua azul na Europa, febre aftosa na Alemanha e gripe aviária nos EUA podem impactar a oferta de leite.

Na segunda metade de 2024 (setembro e outubro), a maioria das regiões voltou a registrar crescimento.
Austrália (+2,2%)
Nova Zelândia (+1,2%)
Reino Unido (+2,0%)
União Europeia (+0,4%)
EUA (-0,7%) – previsão de queda moderada
Argentina (-6,9%) – expectativa de forte queda, devido a desafios econômicos, embora menos severa do que a registrada anteriormente.

A redução do rebanho leiteiro nos EUA estabilizou e deverá permanecer estável em 2025. Após um ano de forte declínio, a produção de leite da Argentina deverá apresentar o maior crescimento (+4,7%), impulsionado por boas condições climáticas, melhor disponibilidade de pastagens e preços favoráveis do leite em relação à ração, permitindo maior produtividade.

Na Austrália, a produção de leite deve permanecer estável, sustentada por condições de mercado melhores, mas limitada pela seca no final de 2024 e pela baixa qualidade das pastagens no sul e sudoeste do país. No entanto, caso chova mais do que o esperado, essa projeção pode mudar.

A produção de leite da Nova Zelândia deve crescer 1,2% em 2025, à medida que os produtores expandem seus rebanhos e aprimoram práticas de alimentação e manejo, impulsionados pelos altos preços globais dos laticínios.

Na União Europeia, a produção deve crescer 0,4%, impulsionada por melhores condições climáticas, aumento dos preços do leite e custos mais baixos em alguns mercados. No entanto, o surto de língua azul (BTV) representa um risco, dependendo da eficácia dos programas de vacinação.

Os preços globais do leite podem enfraquecer ao longo do ano em resposta ao aumento da oferta. A demanda, por enquanto, permanece estável e pode se beneficiar do crescimento da demanda chinesa. No entanto, conflitos globais em andamento e mudanças na política comercial dos EUA podem desequilibrar esse cenário delicado. (As informações são do Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB), traduzidas pela equipe MilkPoint)

 


Mercado do leite: atualização quinzenal 11/02/2025

Com intuito de atualizar nossos leitores sobre o cenário do mercado do leite, o MilkPoint, em parceria com o MilkPoint Mercado, trará um panorama geral sobre os acontecimentos mais relevantes da quinzena no setor lácteo.Confira abaixo a última atualização: Leite UHT  - Apesar da postura mais retraída do varejo, a indústria manteve a tendência de alta nos preços do leite UHT na primeira semana de fevereiro. Com preços elevados, torna-se naturalmente mais desafiador negociar grandes volumes, mas as marcas consultadas relatam que o giro de vendas tem se mantido em um nível razoável. Em São Paulo, o preço médio fechou em R$4,40/litro - alta de 0,07 centavos/litro em relação à semana anterior.

Muçarela  - No mercado de muçarela, a demanda tem mostrado certa lentidão nas últimas semanas. Diante desse cenário, as empresas têm adotado estratégias distintas: algumas reduziram os preços para estimular as vendas e garantir fluxo financeiro, enquanto outras, sustentadas por baixos níveis de estoques, optaram por reajustes positivos, buscando compensar os custos de produção, mesmo que eventualmente isso reflita em redução do volume total de vendas. Na média paulista, o preço da muçarela fechou em R$32,3/kg na primeira semana de fevereiro.

Leite em Pó - Assim como observado nas semanas anteriores, os leites em pó seguem andando de lado em uma cenário de estabilidade, com pequena diferença entre os preços praticados entre as marcas. Na última semana, o leite em pó integral industrial fechou em R$29,0/kg e o produto fracionado fechou em R$33,2/kg. 

GDT – O leite em pó integral seguiu sendo o principal destaque do último evento: com nova alta expressiva, desta vez de 4,1%. O preço médio fechou em USD 4.169 por tonelada, atingindo o maior valor desde junho de 2022, em sequência à valorização do mês anterior.

Milho –  Na última semana, os preços do milho no mercado físico brasileiro continuaram em alta, impulsionados pelo atraso no plantio da segunda safra (safrinha). Em Campinas (SP), a saca tem sido negociada em torno de R$76/sc.

Soja –  Os preços médios da soja registraram avanço, refletindo tanto a influência do mercado internacional quanto o atraso na colheita no Brasil. No início de fevereiro, a saca foi cotada em aproximadamente R$131 em Paranaguá (PR).

Oferta – Após o pico da safra de leite nos meses anteriores, a produção nacional entra em seu período sazonal de queda, reduzindo a oferta no mercado.

Demanda –  A demanda tem mostrado certa solidez, sustentando os preços de algumas categorias, como muçarela e leites em pó, enquanto possibilita avanços em outros produtos, como o leite UHT. (Fonte: Milkpoint MErcado)

Os investimentos dos EUA em queijo, deverão dar seus frutos em 2026, diz Rabobank 

A produção de leite nos Estados Unidos da América (EUA) continua aumentando, e significativos investimentos foram realizados na capacidade de produzir queijo e soro de leite.   A expectativa é de que a produção desses produtos aumentará consideravelmente de agora até o final de 2026, de acordo com o relatório dos analistas do RaboResearch. Essa oferta adicional deverá ser absorvida pelo crescimento do consumo interno e alta da demanda de diferentes mercados exportadores. 

O consumo per capita de queijo nos EUA atingiu aumento recorde em 2023, e as exportações de queijo foram recordes em 2024. O consumo de proteínas e as tendências em matéria de saúde e bem-estar impulsionam os preços do complexo de soro de leite para níveis recordes, e as exportações também crescem.   Essas tendências justificam os investimentos na capacidade de processamento, mas a oferta extra poderá, temporariamente, conduzir a um mercado excedentário e reduzir os preços do queijo no curto prazo, enquanto o mercado trabalha para absorver a produção adicional. 

No longo prazo, no entanto, esses investimentos significarão que a participação dos EUA no mercado internacional de queijo e soro de leite aumentará. As tendências da demanda dos consumidores permanecerão positivas escrevendo uma história de sucesso contínuo para queijos e seus subprodutos de valor agregado, observa Lucas Fuess, analista sênior de lácteos do RaboResearch. (Fonte: Dairy Industries – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

Jogo Rápido

25ª Expodireto é lançada na Capital
Celebrando 25 edições, a Expodireto Cotrijal foi lançada ontem, em Porto Alegre. A feira ocorrerá de 10 a 14 de março, em Não-Me-Toque, no norte do Estado. São mais de 500 expositores confirmados para ocupar os 132 hectares do parque. No tradicional Pavilhão da Agricultura Familiar, são esperadas cerca de 200 agroindústrias de diversos setores da produção gaúcha. Já na Arena Digital, espaço que reúne inovação para o campo, serão mais de 30 estandes entre empresas, hubs e startups. Presidente da Cotrijal, Nei Manica destacou a relevância da Expodireto para a discussão de temas ligados à atividade agropecuária, inclusive para a reivindicação de pautas políticas. A evidência de mais uma estiagem que se coloca nesta safra inevitavelmente estará entre as grandes discussões este ano. - Neste momento, precisamos mais uma vez da sensibilidade do governo - disse Manica. Representantes do governo federal foram convidados para participar da feira. (Zero Hora)


 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.325


Balança comercial de lácteos: importações iniciam 2025 com avanço

O mês de janeiro encerrou e um recuo foi observado no saldo da balança comercial de lácteos. Com uma diminuição de 8,6 milhões de litros, o saldo do último mês ficou em -197,6 milhões de litros em equivalente-leite. As importações seguiram elevadas, registrando um aumento em relação a dezembro.

As exportações de lácteos somaram 4,73 milhões de litros em equivalente-leite, apresentando uma leve redução de 1,3% em relação a dezembro e uma queda mais expressiva de 39,7% quando comparada a janeiro de 2024, como pode ser observado no gráfico abaixo.

As importações totalizaram 202,4 milhões de litros em equivalente-leite em janeiro, representando um crescimento de 4,1% em relação a dezembro. No entanto, no comparativo com janeiro de 2024, houve uma queda de 2% nos volumes importados, como mostra o gráfico 3. 

Entre os principais produtos exportados, o soro de leite teve um aumento significativo de 93%, totalizando 1.197 toneladas. Os cremes de leite também cresceram 22%, atingindo 626 toneladas. Enquanto por outro lado, o leite condensado registrou uma retração de 28%.

O maior destaque nas exportações ficou para a categoria de "outros produtos lácteos", que teve um crescimento expressivo em relação a dezembro de 2024 e atingiu o maior volume exportado da categoria desde 2023.

Para as categorias com maior participação nas importações, o destaque ficou para o leite em pó integral, com 14 mil toneladas importadas, o maior volume registrado nos últimos seis meses. Já os queijos tiveram um avanço de 18%, atingindo 4,8 mil toneladas importadas no último mês.

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de janeiro de 2025 e dezembro de 2024.


O que podemos esperar para os próximos meses?

Desde o início de 2025, um dos principais balizadores dos preços internacionais de lácteos, o leilão GDT, vem sinalizando alta nos preços negociados internacionalmente para os principais derivados. Nas últimas semanas foi possível observar um reflexo dessas altas nos preços praticados pelo Mercosul, que apresentaram pequenos reajustes positivos em seus preços médios. 

No entanto, é preciso levar em consideração a atual taxa de câmbio. Também nas últimas semanas o dólar vem apresentando ajustes negativos. Nesse cenário, apesar das altas nos preços médios do Mercosul, o custo de aquisição dos derivados importados ganhou mais competitividade em nosso mercado, muito por conta da menor taxa de câmbio.

Ao levar em consideração apenas esses fatores, poderíamos pensar que para os próximos meses teríamos um aumento das importações. Porém, vale ressaltar que, apesar das expectativas serem de patamares que podem ser considerados ainda elevados para as importações brasileiras, esse volume importado deve diminuir. Isso porque os principais fornecedores de lácteos do Brasil entrarão em seu principal período sazonal de menor produção de leite, limitando a sua disponibilidade para as exportações.

O Brasil também deve apresentar um recuo em sua produção de forma sazonal nos próximos meses, porém, devido a um cenário mais favorável para o produtor de leite no último semestre, a produção brasileira deve apresentar um patamar mais elevado em comparação com o mesmo período de 2024, o que diminui também suas necessidades pelas importações.

Nesse cenário, será importante acompanharmos como se comportará a demanda brasileira e a taxa de câmbio, que terão forte influência. (Milkpoint)


CCGL investirá R$ 550 milhões no Termasa 

Em reunião com a prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira, ontem, o vice-presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), Guillermo Dawson Jr., e a gerente de projetos da cooperativa, Bruna Kloeckner, conf irmaram o investimento de R$ 550 milhões no Terminal Marítimo Luiz Fogliatto (Termasa), no Porto de Rio Grande. A expectativa é de que a iniciativa promova a geração de cerca de 400 empregos. Ainda de acordo com a nota, a obra deve iniciar nos próximos meses, e deve durar cerca de dois anos, com o objetivo de requalificar o terminal que foi atingido pelas enchentes de 2024, segundo informações divulgadas no site da prefeitura de Rio Grande.O investimento no Termasa inclui a execução de obras civis e a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais. O terminal está situado à margem oeste do canal de acesso ao Porto de Rio Grande, que possibilita a exportação de produtos do Rio Grande do Sul e de todo o Sul do Brasil, com localização estratégica próxima a Uruguai, Argentina e Paraguai. A captação dos recursos que serão empregados na iniciativa foi confirmada em novembro do ano passado, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), que aprovou um aporte de R$ 373,46 milhões em duas operações de financiamento ao Grupo CCGL para investir na recuperação e na retomada das atividades da Termasa, no Porto de Rio Grande. 

A estrutura, utilizada para recebimento, armazenagem e expedição de produtos e grãos destinados aos mercados interno e externo, foi danificada durante as fortes chuvas no Estado, no mês de maio, e ficou inoperante. Com o aumento da força da correnteza das águas, um navio atracado no terminal chocou-se contra o cais, afetando a estrutura e interrompendo os serviços. Parte de um investimento total de cerca de R$ 400 milhões, o apoio de R$ 280 milhões do programa Bndes Emergencial, na Modalidade Investimento e Reconstrução, contempla a recomposição da condição operacional do píer, que exigirá a reconstrução da estrutura de atracação de navios, incluindo plataformas e mecanismos de amarração. 

Na outra operação, o crédito emergencial de R$ 93,46 milhões apoia a necessidade de liquidez da empresa, por meio da oferta de capital de giro, para ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e retomada das atividades econômicas. O Termasa afirmou, à época, que adotará estratégias para reduzir o risco de novos acidentes e tornar a operação mais segura. Os recursos, oriundos do Fundo Social, integram o programa Bndes Emergencial para o Rio Grande do Sul. A iniciativa tem como objetivo o apoio a ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e de enfrentamento de consequências sociais e econômicas dos eventos climáticos extremos no Estado. 

O Grupo CCGL atua, predominantemente, na industrialização de laticínios, com capacidade de processamento de 3,4 milhões de litros de leite por dia. Sua estrutura operacional conta com 14 cooperativas associadas, representando 172 mil produtores rurais, os quais estão distribuídos por mais de 350 municípios do Rio Grande do Sul. (Jornal do Comércio)

A inflação dos lácteos em 2024 e o que esperar para 2025

Ao longo do ano de 2024 observamos um importante crescimento nos preços dos produtos lácteos nas prateleiras dos supermercados. Isso ocorreu por uma junção de fatores, sendo um deles, um cenário econômico positivo ao longo do ano, com diminuição na taxa de desemprego e aumento no rendimento médio salarial, permitindo que algumas categorias lácteas crescessem em vendas e avançassem em preços no varejo ao longo do ano.

No gráfico abaixo é possível observar o comportamento de diferentes indicadores em dezembro de 2024 quando comparados com dezembro de 2023, indicando um aumento de 12,9% na massa salarial e 9,0% no rendimento médio salarial no Brasil. Ambos com crescimentos acima da inflação geral, medida pelo IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), que obteve um aumento de 4,8% no mesmo período.

Dentro das categorias que compõem o IPCA, o gráfico também sinaliza o importante aumento que foi observado dentro dos alimentos e bebidas, que exerce grande peso na inflação geral no país.

Além desses grupos, chama ainda mais atenção a inflação nos preços do grupo de derivados lácteos, que foi acima do crescimento observado para os alimentos e bebidas de forma geral, com um aumento de 10,4% no último mês de 2024, indicando que, dentro dos alimentos e bebidas, os derivados lácteos auxiliaram a puxar esse crescimento.

O leite UHT se mostrou um dos principais responsáveis por essa inflação para a categoria, tendo apresentado uma inflação de 18,8% ao final de 2024, acima de todas as outras categorias lácteas e acima dos outros indicadores aqui citados, mostrando um crescimento expressivo em seu preço no varejo ao longo do último ano.

Trazendo essa realidade para 2025, é importante ressaltar que o ano inicia com os preços dos derivados lácteos no varejo em um patamar mais elevado, acima dos preços iniciais dos anos de 2023 e 2024, por exemplo. Dessa forma, esse avanço recente de preços é um fator que pode limitar as altas que podem ocorrer ao longo deste ano nesses preços, deixando uma menor margem para crescimentos em 2025.

É importante destacar que os preços seguirão sendo afetados pela oferta e pela demanda nos próximos meses deste ano, porém, observar esse início de ano em preços já elevados deve ser um ponto de atenção para nossa análise mercadológica. Seguiremos acompanhando. 

O setor lácteo desempenha um papel fundamental na economia, mas enfrenta desafios cada vez maiores. Com margens pressionadas, a indústria precisa inovar e aprimorar seus processos para manter a competitividade. Desde a logística até a volatilidade dos preços, cada etapa da cadeia produtiva exige eficiência e estratégia. Fortalecer esse setor é essencial para garantir o futuro de uma indústria que alimenta milhões de brasileiros diariamente.

No Fórum MilkPoint Mercado 2025, especialistas e agentes do mercado discutirão os principais desafios e oportunidades da indústria láctea. Participe desse debate e inscreva-se agora mesmo. Associados do Sindilat/RS têm 10% de desconto na inscrição, que pode ser feita no link: https://register.jalanlive.com/forummmercado?ticket=9708. (Fonte: Milkpoint)

 

Jogo Rápido

Mercado de carbono
O governo federal quer criar uma agência para regular e receber as receitas do futuro mercado de carbono do país, criado pelo Congresso Nacional no final do ano passado. A ideia é defendida pela área técnica do Ministério da Fazenda, responsável pela regulamentação do mercado de carbono. A medida ainda precisa ser deliberada e levada à Presidência da República -para só depois ser apresentada ao Congresso. (Jornal do Comércio)


 
 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.324


Dinâmica da produção global de leite: 10 maiores países produtores

Nos últimos dez anos, a produção mundial de leite cresceu 27%, considerando o ano de 2013 em relação a 2023, o que representa um crescimento médio de 2,6% ao ano. Sob a ótica da produção por país, somente os dez maiores produtores (Figura 1), juntos, foram responsáveis por quase dois terços (64%) do leite produzido globalmente. Neste período 2013 a 2023, a produção total oriunda desses países apresentou um crescimento de 33% (2,9% ao ano na média), maior, portanto, ao crescimento da produção global.

Figura 1. Países maiores produtores de leite em 2013 e 2023.

Fonte: IFCN (2025); elaboração dos autores.

Em 2023, a produção mundial totalizou 956 milhões de toneladas de leite, considerando-se todo tipo de leite, incluindo leite de búfala estimado em 150 milhões de toneladas (16%). Esse aumento pode ser classificado como moderado, uma vez que, em regiões tradicionalmente relevantes para a produção e exportação de leite, como a União Europeia, a Europa Oriental, a América do Sul e a Oceania, verificou-se uma estagnação ou até mesmo uma redução na produção.

Em termos do incremento em produção entre 2013 e 2013, o destaque foi a Índia com um aumento expressivo de 109 milhões de toneladas, equivalente a 72% no período, consolidando-se como a maior produtora mundial. Esse volume representou 53% do aumento da produção global no período. Os Estados Unidos e a China tiveram incrementos de 18,4 e 10,6 milhões de toneladas, respectivamente.
A oferta de leite evoluiu favoravelmente, em regiões emergentes, especialmente aquelas com produção mais informal, como a Ásia, que atualmente responde por 45% da produção mundial de leite. Por outro lado, França e Brasil mantiveram produção praticamente estável no período, enquanto a União Europeia como um todo enfrentou dificuldades para expandir sua oferta de leite. Esse cenário reforça o protagonismo crescente da Ásia e a necessidade de adaptação das regiões exportadoras tradicionais a um novo equilíbrio no mercado global de lácteos.

A Ásia também se destaca por concentrar 60% do rebanho leiteiro mundial, sendo a Índia com 41%; Paquistão, 7%; China e Turquia, 2%; e Rússia, 1% (Figura 2). Chama atenção o caso da Índia, que possui aproximadamente 140 milhões de vacas ordenhadas (incluindo búfalas), além do Paquistão e do Brasil, ambos com plantéis próximos de 20 milhões de animais. O Brasil foi o país com maior redução de um terço do rebanho leiteiro no período, de mais de 7 milhões de vacas.

Figura 2. Número de vacas ordenhadas nos dez países maiores produtores de leite em 2013 e 2023.

Fonte: IFCN (2025); elaboração dos autores.

Índia e Paquistão reúnem características particularmente distintas das demais regiões países no que se refere a produção de leite. Primeiro pelo número de estabelecimentos, 67 milhões e 7 milhões, respectivamente. Segundo, por utilizar o búfalo como importante fonte de produção leiteira, representando 42% e 63% do total de leite desses Países, respectivamente.

A Índia, que em 2013 tinha uma participação de 20% na produção leiteira mundial, aumentou sua representatividade para 27% em 2023. Atualmente, talvez seja o único país em que vêm o número de vacas continua crescendo, a uma taxa de aproximadamente 1% ao ano. O número de estabelecimentos também vem aumentando nesta mesma proporção, embora a atividade leiteira permaneça predominantemente informal, com produtividade média 1.882 kg/vaca/ano.

Apesar de maiores dificuldades na oferta de leite no mundo, especialmente as regiões exportadoras de lácteos, em todos os dez países maiores produtores houve aumento do indicador de produtividade (Figura 3).

Figura 3. Produtividade das vacas dos países maiores produtores de leite no mundo.

Fonte: IFCN (2025); elaboração dos autores.

A redução do número de vacas ordenhadas em alguns países é atribuída, em grande parte, à substituição de vacas menos produtivas por outras geneticamente superiores. Na União Europeia, o tamanho do rebanho tem diminuído, também, devido a restrições ambientais e políticas voltadas à redução do número de animais. Esse cenário tem gerado insatisfação entre os produtores e protestos em algumas regiões.

Nos Estados Unidos, o abate de vacas aumentou 0,9% em 2023, refletindo o aperto nas margens de lucro. No entanto, o ano de 2025 se mostra mais promissor, com expectativa de crescimento da produção mundial de leite em aproximadamente 2,5% em relação a 2023, impulsionado por melhores preços e custos de produção reduzidos.

Em resumo, apesar dos desafios enfrentados pelo setor lácteo global nos últimos anos, as perspectivas para 2025 são cautelosamente otimistas. O equilíbrio entre oferta e demanda, aliado à gestão eficiente dos custos de produção e às mudanças estruturais no setor, será essencial para a sustentabilidade do mercado de leite nos próximos anos. (Lorildo Aldo Stock e Luiz Antonio Aguiar de Oliveira/Milkpoint)


BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO nº 06/2025 – SEAPI

A previsão para os próximos dias indica possibilidade de chuvas isoladas em algumas regiões e a manutenção do calor intenso em todo o estado. Na quinta-feira (06/02), uma área de instabilidade vinda do Uruguai deverá avançar sobre o território gaúcho, favorecendo a ocorrência de chuvas isoladas no Sul, na Campanha e no Centro do estado. Simultaneamente, a formação de um cavado – uma área alongada de baixa pressão entre o Paraguai e a divisa entre RS e SC – poderá gerar precipitações nas regiões centrais, norte e nordeste do estado. Apesar dessas instabilidades, a interação entre os jatos de baixos níveis – responsáveis pelo transporte de calor e umidade do norte do país para o sul – e um anticiclone posicionado no oceano continuará canalizando ar quente para o Rio Grande do Sul. 

Esse padrão persistirá ao longo da sexta-feira (07/02), sábado (08/02) e domingo (09/02), favorecendo a permanência da instabilidade no norte do estado, onde poderão ocorrer temporais isolados de intensidade baixa a moderada. Ao mesmo tempo, a massa de ar quente seguirá atuando, mantendo as temperaturas elevadas e contribuindo para a formação de tempestades localizadas. A tendência para o início da semana aponta para a continuidade do calor intenso, acompanhado da possibilidade de tempestades isoladas. 

Na segunda (10/02), terça (11/02) e quarta-feira (12/02), as condições atmosféricas seguirão favoráveis à manutenção da intensa massa de ar quente sobre o estado, favorecendo a formação de instabilidades locais e o desenvolvimento de nuvens de tempestade. Entretanto, a partir de quarta-feira (12/02), há indicação do avanço de uma frente fria, que poderá provocar chuvas mais abrangentes ao longo da próxima semana, além de proporcionar um breve alívio nas temperaturas, amenizando momentaneamente o calor predominante no estado. 

O prognóstico para a próxima semana indica a possibilidade de chuvas isoladas, com volumes moderados em algumas áreas da Campanha, Vale do Rio Pardo, Região Metropolitana e partes do Alto Uruguai, onde os acumulados devem variar entre 5 mm e valores inferiores a 100 mm. Para a Fronteira Oeste e Missões, não são esperados volumes superiores a 5 mm. Nas demais regiões, as precipitações devem oscilar entre 2 mm e 20 mm. (As informações são da Seapi/RS, adaptadas pelo Sindilat/RS)

Emater/RS: Informativo Conjuntural 1853 de 6 de fevereiro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

As elevadas temperaturas impactaram o bem-estar das vacas e a produção de leite. O estresse térmico é mais evidente em sistemas a pasto, onde os animais reduzem o tempo de pastejo, buscando sombra ou proximidade de corpos hídricos nos períodos mais quentes. Em sistemas confinados, a ventilação e a aspersão de água têm sido estratégicas essenciais para mitigar os efeitos do calor extremo. Em muitos casos, a ordenha matinal foi atrasada, e a da tarde antecipada a fim de preservar o pastoreio. A suplementação com ração e silagem foi realizada em áreas cobertas durante os períodos de maior insolação, minimizando a exposição direta ao sol e garantindo melhor consumo dos alimentos. A sanidade dos rebanhos permanece satisfatória, e prossegue-se o protocolo de controle de ectoparasitos.  

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na região da Campanha, onde choveu no final de janeiro, há oferta, mesmo restrita, de pastagens. No entanto, a utilização tem sido controlada em piquetes menores, e o tempo de pastejo limitado para preservar as plantas até a ocorrência de chuvas com volumes significativos. Apenas um número restrito de produtores que realizaram a ensilagem de lavouras de milho até o final de dezembro, iniciou o uso da silagem como complemento na dieta das matrizes. A suplementação volumosa nas propriedades ainda depende, em grande parte, do fornecimento de fenos para complementar a ração. Em Alegrete, os produtores de leite enfrentam uma acentuada diminuição na produtividade das matrizes. As pastagens anuais não apresentam rebrote e, em alguns casos, foram completamente perdidas, sem possiblidade de se recuperarem, mesmo que chova novamente. A redução na produção de leite está estimada em 40% em relação ao volume comercializado no mesmo período, em anos normais. 

Na de Caxias do Sul, a ocorrência de chuvas favoreceu o manejo alimentar, mantendo forragem de qualidade para os bovinos. A condição corporal dos animais permaneceu adequada em função do manejo nutricional ajustado conforme o estágio de prenhez e lactação. A qualidade do leite atendeu aos padrões exigidos pela legislação federal, e os índices de Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Padrão em Placas (CPP) estão dentro dos limites estabelecidos. 

Na de Erechim, as chuvas, entre 80 e 100 mm, contribuíram para a recuperação das vazões hídricas, para a melhoria dos açudes e para o rebrote das pastagens. Porém, a oferta de alimentos conservados ainda é necessária devido à redução no crescimento das forrageiras. A alta umidade gerada pelas precipitações aumentou os riscos de mastite e problemas de casco, especialmente em áreas com formação de barro.  

Na de Ijuí, a produção de leite segue em leve declínio, influenciada tanto pela sazonalidade quanto pelas altas temperaturas.  

Na de Passo Fundo, a situação está estável, mas foram necessários ajustes na alimentação e maior uso de silagens para suprir as exigências nutricionais e preservar a produção e o escore corporal. Houve aumento na infestação por mosca-dos-chifres, bernes e carrapatos, além de casos isolados de TPB, impactando o bem-estar animal. Durante este período de temperaturas elevadas, a produção de leite tende a sofrer leve diminuição. Informativo Conjuntural. Porto Alegre, n. 1853, p. 26, 6 fev. 2025 

Na de Pelotas, a falta de energia elétrica, a elevação nos custos dos insumos, a incidência de ectoparasitas (mosca-dos-chifres, carrapatos e cigarrinha-do-milho) e o estresse térmico dos animais demandaram atenção dos produtores. 

Na de Porto Alegre, a suplementação alimentar tem garantido a estabilidade na produção e no estado corporal do rebanho. O manejo sanitário segue eficiente, com maior atenção ao controle de ectoparasitas em vacas vazias, terneiras e novilhas. 

Na de Santa Maria, a menor oferta de forragem resultou em queda na produção diária de leite. No município de Santa Maria, estima-se redução de 30%.  

Na de Santa Rosa, houve queda de 5% a 10% na produção diária de leite em janeiro em decorrência das adversidades climáticas. Também aumentaram os casos de leite instável não ácido (LINA) em função da limitada oferta de volumosos de qualidade e quantidade. As propriedades com irrigação mantiveram as pastagens em boas condições, preservando a produtividade. 

Na de Soledade, de maneira geral, ainda há oferta razoável de forragem em propriedades com manejos adequados de nutrição e pastoreio. (As informações são da Emater/RS-Ascar, adaptadas pelo Sindilat/RS)

 

Jogo Rápido

Curso gratuito Bem-estar animal para a produção sustentável do leite
A capacitação a distância gratuita "Bem-estar animal para a produção sustentável do leite" objetiva preparar técnicos da Assistência Técnica e Extensão Rural para que sejam capazes de avaliar as condições de bem-estar animal e manejo da propriedade e propor soluções que promovam este bem-estar. Os multiplicadores formados atuarão junto a agricultores familiares e demais interessados. Este curso on-line é resultado de uma parceria entre a Embrapa e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Faça sua inscrição clicando aqui. (Embrapa)