Porto Alegre, 13 de novembro de 2024 Ano 18 - N° 4.264
Os deputados estaduais gaúchos aprovaram nesta terça-feira (12) o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício de 2025 no Rio Grande do Sul, com previsão de déficit de R$ 2,8 bilhões nas contas públicas. A proposta, de autoria do Executivo, segue para sanção do governador Eduardo Leite (PSDB), que tem prazo até 30 de novembro. Além dos 35 votos favoráveis, a matéria recebeu 13 contrários à sua aprovação, das bancadas do PT/PCdoB, do PSOL e do Novo.
O projeto encaminhado prevê receitas totais de R$ 83,8 bilhões e despesas de R$ 86,6 bilhões. A peça orçamentária também estima crescimento do PIB gaúcho em 2% para 2025, e crescimento na arrecadação do ICMS - principal imposto estadual - de 14,4% no ano que vem em relação a 2024, com recolhimento de R$ 53,6 bilhões.
Os deputados de oposição ao governo Leite criticaram os investimentos propostos pra as áreas de saúde e educação. "A Constituição exige que 25% dos investimentos dos estados sejam aplicados nas escolas públicas, e o orçamento retira R$ 3 bilhões que deveriam estar na escola pública e não estão", disse o líder da bancada do PT no parlamento, deputado Miguel Rossetto.
Um levantamento realizado pela equipe econômica do deputado Adão Pretto (PT) identificou o percentual de 19,4% dos investimentos pra educação e 9,38% para a saúde. Pela Constituição, os índices mínimos para estes setores são de 25% e 12%, respectivamente. Na área da educação, entretanto, um acordo firmado em setembro deste ano entre o governo do Estado e o Ministério Público permite o Piratini de não cumprir esta meta de mínimo constitucional.
Outra questão presente na LOA é o empenho financeiro pra a reconstrução do Estado após a catástrofe climática de maio de 2024. Conforme o líder do governo Leite na Assembleia Legislativa, deputado estadual Frederico Antunes (PP), os recursos economizados pelo Estado em função da suspensão da dívida do RS com a União serão destinados para a recuperação após as enchentes. "Os valores que não vão ser necessários o Estado pagar de juros provenientes da dívida para, exclusivamente, a contenda de fazermos ações que retornem ao Estado aquilo que ele perdeu na catástrofe", pontuou o parlamentar.
Para a gestão e captação destes recursos, o governo do RS criou ainda em maio, no período mais crítico das cheias, o Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), que tem a vigilância e fiscalização de um Conselho. Na LOA de 2025, está previsto aporte de cerca de R$ 4,2 bilhões ao Funrigs. (Jornal do Comércio)
Prévia IBGE: captação de leite recua no 3º trimestre de 2024
De acordo com os dados preliminares da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados nesta terça-feira (12/11), no 3º trimestre de 2024 a captação formal de leite no Brasil enfrentou um sutil recuo em relação ao terceiro trimestre de 2023. Com uma estimativa de 6,2 bilhões de litros captados, o recuo foi de 0,6% para o 3° trimestre de 2023, como mostra o gráfico 1, com uma diferença de menos 35 mil litros de leite em relação ao mesmo período do ano anterior.
Gráfico 1. Captação formal: Variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do IBGE.
É importante destacar que os dados para o 3º trimestre, que são prévios, poderão ser reajustados para a publicação dos dados oficiais (que devem ser publicados no dia 05/12).
Os resultados do último trimestre seguiram sendo influenciados por questões climáticas. A estrutura produtiva da região Sul do país foi afetada pelas enchentes que ocorreram em maio deste ano, com danos sendo ainda refletidos nos últimos meses, o que provavelmente acarretou um pico de produção abaixo do esperado para o último trimestre na região. Além dos efeitos climáticos no Sul do país, as temperaturas elevadas, episódios de queimadas e a extensão do período de seca em outras regiões, como Centro-Oeste e Sudeste, também atrasou a entrada do período de maior produção de leite dessas áreas, trazendo o recuo observado para o terceiro trimestre do ano.
Os resultados de cada mês podem ser observados na tabela a seguir:
Tabela 1. Captação mensal de leite no Brasil (Prévia)
Fonte: IBGE - elaborado pelo MilkPoint Mercado
Dessa forma, o resultado para o 3º trimestre de 2024 apresentou um sutil recuo anual, puxado principalmente pelos resultados negativos de agosto e setembro, que são justamente os meses que tendem a apresentar maior produção de leite na região Sul do país, a maior região produtora.
Gráfico 2. Volume da captação formal de leite no Brasil
Fonte: IBGE – elaborado pelo MilkPoint Mercado
Apesar dos reflexos climáticos ainda estarem presentes nos resultados do último trimestre, para os últimos meses de 2024 é esperada a recuperação gradual e sazonal da produção de leite para o período, com uma maior influência das regiões Sudeste e Centro-Oeste no volume total, que possuem seu período de safra a partir de novembro. Vale a ressalva que no final de 2023 o maior estado produtor do país, Minas Gerais, apresentou uma produção de leite abaixo do histórico para o período, e, caso a produção do estado volte para seus patamares habituais, poderemos observar uma variação anual mais forte para o último trimestre do ano. Seguiremos acompanhando.
(Observação: os dados acima mencionados são em relação à prévia divulgada pelo IBGE. A publicação definitiva, que será divulgada no próximo mês, poderá sofrer alterações)
Produção de leite com lucratividade recebe ênfase em dia de campo
Como produzir leite com lucratividade foi o tema transversal do Dia de Campo que atraiu agricultores e lideranças à propriedade das famílias de José Kroth e do filho, Fábio André Kroth, na localidade de Linha Fátima, em Nova Candelária, na quarta-feira (06/11). A ação foi promovida pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, e pela Secretaria Municipal de Agricultura de Nova Candelária, com o apoio do Sicredi, da Cresol e da Sicoob.
Junto à propriedade, que é uma Unidade de Referência Tecnológica (URT), foram abordados quatro temas convergentes à rentabilidade e à qualidade de vida em propriedades voltadas à atividade leiteira.
Na estação conduzida pelo extensionista da Emater/RS-Ascar e engenheiro de produção Elir Paulo Pasquetti, e pelo proprietário Fábio André Kroth, receberam ênfase aspectos da gestão da propriedade e da sucessão familiar. Foi reforçada a importância de pontos estratégicos como a gestão das pessoas em relação à organização das atividades, disponibilidade de mão de obra e capacitação continuada, bem como aspectos técnicos relativos ao manejo do solo, da água, do rebanho, da alimentação, da qualidade da produção, dos controles técnicos e financeiros e dos investimentos.
Cuidados que se refletiram em alguns dos resultados obtidos pela família, em relação à produção e ao retorno econômico. Com o controle efetuado, foi possível observar um crescimento de mais de 200 mil litros de leite na propriedade, no período de 2007 a 2023. Há 16 anos eram produzidos 55.484 litros por ano; em 2023, o volume de produção chegou a 256.713 litros.
A importância do pré-parto na produtividade das vacas leiteiras também foi abordada no Dia de Campo. O médico veterinário Renan Stefler falou sobre aspectos relacionados à secagem das vacas, ao bem-estar animal, ao período de transição e o pós-parto. Destacou a relação entre a capacidade de ingestão de alimentos, a produção do leite e o escore corporal dos animais e seus respectivos reflexos na produção do leite.
O sistema de produção de leite a pasto foi tema da estação conduzida pelo extensionista da Emater/RS-Ascar de Três de Maio Leonardo Rustik e pelo assistente técnico regional Jorge Lunardi, com contribuições do produtor José Kroth. Os técnicos enfatizaram a necessidade de adaptar o sistema de produção às características de cada propriedade rural. Ao destacar o sistema de produção de leite, alertaram para a necessidade da adubação e manejo adequado das pastagens e a reserva de alimentação para os animais, através da silagem, do feno e do pré-secado. Sintetizaram dizendo que para produzir leite é necessário alimentação de qualidade, água e sombra para os animais.
A qualidade de vida das famílias rurais, aspecto fundamental para a permanência e a sucessão rural, foi abordada pela assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar Vanessa Gnoatto, pela extensionista Luciele Boiczuk e pelas agricultoras Marli e Carine Kroth. A relação entre a produção diversificada de alimentos para autoconsumo na propriedade, a segurança alimentar, a redução de custos e a promoção da saúde foram enfatizadas. As famílias anfitriãs são exemplo desta consciência, segundo dados apresentados, juntas produzem 86% do que consomem em termos de alimentação.
O Dia de Campo contou com a participação de 82 produtores e lideranças, o que fez com que as entidades promotoras manifestassem seu agradecimento. O evento também oportuniza que as estratégias sejam adaptadas e adotadas em outras propriedades.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Santa Rosa
Jogo Rápido
ÚLTIMA CHANCE: Inscrições para o 10º Prêmio Sindilat/RS de Jornalismo encerram nesta sexta-feira, dia 15/11
Ainda dá tempo para inscrever trabalhos jornalísticos na 10ª edição do Prêmio Sindilat/RS. O prazo está aberto até a sexta-feira, dia 15/11. Os primeiros lugares receberão como prêmio um troféu e um celular iPhone; segundos e terceiros serão agraciados com troféus. Não há limite de número de inscrições por candidato, que podem inscrever suas produções nas categorias impresso, eletrônico e on-line. Podem participar trabalhos que tenham sido publicados/veiculados entre 02/11/2023 e 01/11/2024, que tratem sobre o setor lácteo, seu desenvolvimento tecnológico, avanços produtivos e desafios. Para garantir a inscrição, é preciso completar a ficha com os dados solicitados, para cada trabalho inscrito, que devem ser enviados para imprensasindilat@gmail.com. Regulamento e Ficha de inscrição aqui. (SINDILAT)