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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 02 de janeiro de 2025                                                Ano 19 - N° 4.295


Unidade Padrão Fiscal é de R$ 27,1300 em 2025 e muda taxas do Fundesa e Fundoleite 

Está em vigor desde a quarta-feira (1º/01) o valor de R$ 27,1300 como referência para a Unidade Padrão Fiscal (UPF-RS) em 2025. O indexador da Receita Estadual foi determinado em Instrução Normativa da Receita Estadual (IN RE) número 131/24 do Governo do Estado. Em relação ao valor de R$ 25,9097, praticado em 2024, houve um aumento de aproximadamente 4,71%.

A nova unidade altera o recolhimento para o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). Por litro produzido ficará em R$ 0,001682, sendo 50% descontado na nota de compra de leite pago aos produtores (R$ 0,00841) e 50% pago pelas indústrias (R$ 0,00841). Os valores têm como destino a indenização dos proprietários de animais com zoonoses, como tuberculose e brucelose, assim como para a promoção de ações de prevenção contra doenças infectocontagiosas reconhecidas nos programas de sanidade animal.

Já com relação ao recolhimento para o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite), o valor será de R$ 0,001682 por litro adquirido, apenas pela indústria, sendo que o Estado bonifica 50% desse valor em ICMS. O fundo é para ações, projetos e programas de desenvolvimento da cadeia do leite com objetivo assegurar a sua competitividade e para campanhas de aumento do consumo de lácteos.

Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, lembra que o Fundesa dá segurança aos produtores ao garantir a indenização dos rebanhos. Já com relação ao Fundoleite, o dirigente informa que o sindicato segue conversando com o governo para a liberação do fundo. “A Secretaria da Agricultura e Casa Civil trabalham nos assuntos legais e temos a expectativa pela liberação dos recursos que vão qualificar a produção”, assinala. (Assessoria de imprensa Sindilat RS)


Bancos estimam Selic a 15% em junho, diz Febraban

Ainda assim, maioria dos bancos espera que novo de ciclo de corte de juros se inicie ainda em 2025

A Pesquisa de Economia Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta quarta-feira (1º) revela que a grande maioria das instituições consultadas (84,2%) espera que o Banco Central eleve a taxa básica de juros, a Selic, para além de 14,25% ao ano no atual ciclo de aperto monetário.

Sobre a trajetória da Selic, a expectativa para os juros se elevou novamente ante as pesquisas anteriores, que são feitas a cada 45 dias pela Febraban com os bancos. Agora, a mediana para a Selic prevê alta até 15% ao ano em junho de 2025.

Mas a maioria dos bancos (52,6%) espera que um novo de ciclo de corte de juros se inicie ainda em 2025.

Já para a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a maioria dos participantes (57,9%) espera que o indicador encerre 2025 acima de 4,5%, ou seja, além do teto da meta, em função de inúmeros fatores, como a atividade aquecida, o mercado de trabalho apertado e o câmbio depreciado, ressalta a pesquisa da Febraban.

Com relação à atividade econômica, metade dos participantes espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em torno de 2% em 2025. Contudo, 27,8% dos participantes esperam um crescimento menor que esse patamar, influenciado por fatores como a alta dos juros.

A expectativa para a taxa de câmbio aumentou, com a moeda americana testando máximas históricas ante o real em dezembro. No curto prazo, a expectativa dos bancos é que o câmbio siga próximo do nível de R$ 6,00, mas pode voltar a cair abaixo desse nível nos próximos meses, chegando a R$ 5,90 em julho de 2025.

No campo fiscal, a maior parte dos entrevistados (66,7%) estima que o pacote aprovado no Congresso gere uma economia entre R$ 40 bilhões e R$ 55 bilhões nos próximos dois anos.

A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban é realizada a cada 45 dias. A pesquisa divulgada nesta quarta é resultado do levantamento feito com 19 bancos entre os dias 17 e 20 de dezembro. (CNN Brasil)

Pode comer queijo na dieta? Conheça os seus benefícios para o corpo

Não importa o tipo, o queijo - além de saboroso - é um poderoso alimento para incluir na dieta. Conheça seus benefícios.

O brasileiro consome, em média, 2,2 quilos de queijo por ano, segundo o IBGE. Isso por si só já mostra que o alimento é um queridinho no país. No entanto, é importante não exagerar no consumo, e se limitar a duas fatias (ou 30 gramas) por dia. Essa quantidade já é suficiente para se beneficiar com as propriedades nutricionais do alimento – que, aliás, fazem um bem danado à saúde.

“A recomendação é consumir o queijo de forma distribuída na dieta, em lanches ou ralado na salada. Evite o consumo exagerado em uma única refeição, como naquela pizza de quatro queijos do final de semana. Além disso, é preciso ficar atento às quantidades adicionadas nos lanches e refeições como massas, por exemplo”, recomenda a nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, Patrícia de Moraes Pontilho.

Benefícios do queijo para a saúde
O queijo é considerado um alimento processado saudável, pois seus diferentes tipos são produzidos a partir da coagulação do leite, com adição de enzimas à massa, e posterior remoção do soro do leite durante esse processo. Quanto mais duro, como o parmesão, menos soro ele possui, além de passar mais tempo sendo prensado.

Segundo a professora da Anhanguera, o alimento é muito rico e ajuda na prevenção de doenças e no bom funcionamento do organismo. Ela explica cada uma das propriedades presentes no queijo:

Probióticos: também encontrados nos iogurtes, são microrganismos vivo que ajudam a equilibrar a flora intestinal, evitando a prisão de ventre e a diarreia;

Proteínas: por terem uma digestão mais longa, ajudam a aumentar a sensação de saciedade, o que pode colaborar para o emagrecimento;

Oligoelementos: são encontrados em pouca quantidade de forma natural no organismo humano. Eles atuam em funções metabólicas como balanço hormonal, produção enzimática, hidratação celular, regulação do pH, biodisponibilidade de nutrientes e, além disso, no transporte de oxigênio.

O queijo também é rico em vitaminas e minerais
Vitaminas:

A (atua no sistema imunológico);
B2 (favorece o metabolismo de gorduras, açúcares e proteínas, além de auxiliar na cicatrização e visão);
B12 (atua nas células que transportam oxigênio no sangue, prevenindo a anemia e a trombose);
D (hormônio que atua na saúde óssea, crescimento, imunidade, musculatura, metabolismo e em diversos órgãos e sistemas, como o cardiovascular e nervoso central, por exemplo);
K2 (substância essencial aos seres humanos, ajuda o fígado a produzir diversas proteínas).
Minerais: 

Cálcio (mineral mais abundante no corpo humano, é essencial para fortalecer ossos e dentes);
Fósforo (segundo mineral mais abundante no corpo, depois do cálcio);
Selênio (possui ação antioxidante e fortalece a imunidade, além de combate os radicais livres, protegendo as células do envelhecimento);
Zinco (necessário para o funcionamento do sistema imunológico, e que não é produzido pelo organismo humano);
Sódio (regula o volume sanguíneo e atua no impulsos nervosos e contração muscular).
Atenção às quantidades
Apesar dos diversos benefícios, o consumo exagerado pode acarretar uma alta ingestão de sódio, o que é um perigo para quem tem pressão alta. Além disso, também eleva o risco de doenças cardíacas devido ao alto teor de gordura saturada, bem como problemas de digestão para quem tem intolerância à lactose.

Escolha o queijo mais adequado para você
Existem diversos tipos de queijo – um mais saboroso que o outro. No geral, os mais amarelos passam por um processo maior de maturação. Por isso, eles têm níveis mais elevados de gordura, explica a nutricionista. A especialista listou os mais comuns, do “mais magro” ao “mais gordo”. Confira:

Ricota (139 kcal por 100g): melhor opção para quem quer perder peso, é leve e de fácil ingestão. Apresenta menos gorduras e sódio – contudo, ter poucas proteínas é um contra;

Minas frescal (243 kcal por 100g): pode ser feito com leite desnatado, o que confere menos gordura e maior umidade;

Muçarela de búfala (311 kcal por 100g): de origem italiana, é mais branco e doce que os queijos feitos com leite de vaca. É rico em gorduras saudáveis, cálcio e proteína;

Muçarela (320 kcal por 100g): de origem italiana, possui níveis elevados de gordura e sódio;

Gorgonzola (324 kcal por 100g): maturado por mofos verdes, é bastante comum em tábuas de queijos, em recheios e molhos;

Variedade é o que não falta
Prato (346 kcal por 100g): bastante consumido em lanches e popular no Brasil, por conta do preço mais em conta. É menos maturado, apresentando textura macia;

Provolone (350 kcal por 100g): é defumado, com textura firme e sabor que varia de suave a picante. No entanto, tem bastante sódio e gorduras;

Cheddar (404 kcal por 100g): o que é popular no Brasil nem pode ser, de fato, chamado de queijo. É um tipo de preparado com outros tipos de queijo, popularizado pelas redes de fast food. Pode receber aditivos artificiais, inclusive para chegar à cor alaranjada. Além disso, o queijo cheddar original tem origem inglesa e é bem diferente da versão processada, sendo mais suave e podendo ter notas nozes, maçã e café torrado.

Parmesão (448 kcal por 100g): por ser um queijo duro, apresenta mais sódio e gordura. Boa opção para intolerantes, por ter níveis menores de lactose. (Terra via Edairy News)


Jogo Rápido

Nova Portaria altera critérios de credenciamento de laboratórios junto ao Mapa
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na sexta-feira (27) a Portaria nº 747/2024, que estabelece novos critérios e requisitos para o credenciamento e fiscalização de laboratórios pelo Ministério. Esta Portaria revoga, entre outras normas, a Instrução Normativa nº 57, de 2013. A publicação foi feita no Diário Oficial da União (DOU).  A atualização desse regulamento vem com o objetivo de adequar procedimentos Lei nº 14.515/2022 (Lei do Autocontrole), bem como de modernizar os parâmetros de credenciamento e fiscalização dos laboratórios que prestam serviços às ações oficiais de Defesa Agropecuária no Brasil.  O novo regulamento traz, como principal inovação, um sistema de credenciamento por meio de edital público prévio de seleção. “O processo se tornará mais dinâmico, uma vez que o Mapa passará a priorizar os credenciamentos em função das demandas de Defesa Agropecuária, em nível nacional. Além disso, alinhamos temas que tiveram aperfeiçoamento legal ao longo dos últimos 11 anos, tais como a eliminação de conflitos de interesse e critérios de priorização de demanda”, frisou o coordenador-geral de Laboratórios Agropecuários, Fabrício Pedrotti. Além disso, foram também introduzidos critérios de biossegurança e bioproteção, de maneira que o Mapa passará a exigir uma gestão mais adequada dos riscos biológicos por parte dos laboratórios a serem habilitados. Entre outras inovações, destaca-se ainda que o credenciamento passará a ter validade de 10 anos.  Os credenciamentos autorizados pela IN MAPA nº 57, de 2013 seguem válidos por prazos determinados, de acordo com a área de atuação, que variam de 365 a 720 dias. Em decorrência da mudança de legislação, os pedidos de credenciamento em curso serão arquivados. O primeiro edital público de seleção para credenciamento de laboratórios deverá ser divulgado em até 270 dias a partir da vigência da Portaria.  (MAPA)

 
 

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Porto Alegre, 30 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.294


Evolução do consumo per capita de lácteos no mundo

Compreender a evolução do consumo per capita mundial de lácteos oferece uma visão estratégica para o setor, permitindo prever tendências e se adaptar ao mercado

Ao longo das últimas 3 décadas, o mundo testemunhou acontecimentos marcantes que transformaram a nossa vida cotidiana, desde o lançamento do Google em 1998 até o desenvolvimento das vacinas contra a COVID-19 em 2021. Embora à primeira vista pareçam desconectados da indústria de laticínios, esses eventos influenciaram vários aspectos, desde a cadeia de produção e consumo de leite até as intenções de compra dos consumidores, incluindo o acesso à informação e o impacto de novas tecnologias.

Da mesma forma, a globalização e troca de influências culturais e alimentares, ao longo dos anos auxiliaram na expansão da ingestão de lácteos em locais nos quais o consumo desses produtos não eram tão expressivos. Assim, os avanços tecnológicos possibilitaram inovações no processamento e incremento da oferta de produtos mais diversificados, como por exemplo, os produtos zero lactose, produtos com maior teor de proteínas, menos açúcares, dentre outros.

Essas transformações são impulsionadas principalmente pela crescente preocupação com a saudabilidade dos consumidores, agregação de valor aos derivados lácteos e pelo aumento da demanda em mercados emergentes. Atualmente, consome-se, em média, 181,4 L de leite per capita por ano no mundo, 7% a mais do consumo registrado há 10 anos, equivalente a 169,5 L/hab. ao ano.

Entretanto, esse crescimento não foi homogêneo entre os países do globo, sendo influenciado por aspectos culturais, demográficos e regionais de cada país. As mudanças de contexto ao longo dos anos também geraram variações no consumo devido a crises econômicas, desastres ambientais e à pandemia, que impactaram diretamente a acessibilidade da população a certos produtos e seu poder de compra.

Dessa forma, compreender a evolução do consumo per capita mundial de lácteos ao longo do tempo oferece uma visão estratégica para o setor, permitindo prever tendências de mercado e adaptar as práticas de produção e marketing a diferentes cenários econômicos, culturais e sociais.

Esse estudo utilizou dados do International Farm Comparison Network (IFCN, 2024), no intervalo entre os anos de 1996 a 2023. Essa rede é composta por 127 países membros e os dados obtidos são expressos em litros equivalentes de leite por habitante ao ano, ou seja, todos os derivados lácteos são transformados em litros de leite.

Os dados mostram que houve um aumento de aproximadamente 16% na média de consumo per capita de leite no mundo, equivalente a 0,5% a cada ano ao longo do período analisado. Esse aumento, embora significativo, ocorreu de maneira variada, ao longo dos últimos 30 anos. Entre matérias primas de origem animal, somente entre os anos de 2010 a 2021, o aumento do consumo de leite foi equivalente a 8,75%, enquanto a carne apresentou um aumento no consumo muito similar, de 8,07% ao longo do intervalo citado.

Nesse período, os intervalos de 2009 a 2012 e 1996 a 2000 se destacam com crescimento de 1,06% e 1,02% ao ano, respectivamente, enquanto o período entre 2022 e 2023 apresentou maior decréscimo, equivalente a 0,9% (Figura 1).

Figura 1. Evolução do consumo per capita mundial de leite entre 1996 e 2023.

Fonte: Adaptado de IFCN (2024).

Em 1996, a média de consumo per capita mundial de leite era de 154,8 L/hab., em 2012 esse valor atingiu 164,7 L/hab., e, em 2023, a média foi de 181 L/hab. Ou seja, houve um incremento de mais de 25 litros de leite/hab.ano. Essa variação percentual foi de até 1% ao ano no intervalo de 2018 a 2023. Durante todo o período analisado, o desvio padrão foi superior a 60,35 L/hab., demonstrando a diversidade de culturas e seus níveis de consumo ao redor do planeta.

Os países que registraram os maiores aumentos no consumo foram Vietnã, China, Mianmar, Ruanda e Uganda, impulsionados principalmente pelos baixos valores iniciais da série histórica. Entre os 10 maiores crescimentos, destaca-se o Turcomenistão, que em 1996 apresentava um nível de consumo de 178,7 L/hab. ao ano e, em 2023, alcançou a 3ª posição mundial com 422,9 L/hab. ao ano, com um aumento expressivo de 57,7%. Dentre os países que mais reduziram o consumo per capita de leite ao longo dos anos, tem-se Zimbábue, Afeganistão, Zâmbia, Líbano e Madagascar, com quedas de até 133%.

Entre os anos de 2018 e 2019, observou-se um leve aumento de 0,6% no consumo médio de leite no mundo. Com o início da pandemia de COVID-19, entre os anos de 2019 a 2021 observou-se uma redução de 1%. Após a retomada das atividades presenciais em 2021, observa-se um retorno aos valores encontrados pré-pandemia, seguidos por uma retração de 0,9% entre 2022 e 2023.

Nesse cenário, a evolução do consumo foi marcada por desigualdades significativas, não apenas entre regiões, mas também entre países vizinhos, refletindo influências culturais e econômicas locais como pontos que influenciam no consumo. Dentre os maiores consumidores predominam os países europeus, com destaque para Irlanda, Dinamarca e Suíça, como observado na Tabela 1. Já, entre os menores consumidores, destacam-se países do continente africano, como Madagascar, Gana e Zimbábue e sudeste asiático como Vietnã e Indonésia.

Tabela 1. Ranking do consumo per capita de leite em 1996, 2012 e 2023.

Fonte: Adaptado de IFCN (2024).

Essa discrepância entre os países pode ser observada pelos valores entre os extremos da Tabela 1. Nos anos analisados, a diferença entre os maiores consumidores atingiu níveis até 170 vezes superiores ao último colocado no ranking. Essa diferença se dá por questões intrínsecas de cada país. Em 2023, a média entre os cinco maiores consumidores chegou a ser 40 vezes maior que a média dos cinco menores consumidores de leite no mundo.

O Brasil, ao longo dos últimos 30 anos, manteve um comportamento mediano, se comparado aos demais países do globo, mantendo posições entre 63° e 67° no ranking ao longo do intervalo estudado. Na América Latina, o país também mantém posição intermediária, localizado como 5° maior consumidor de leite per capita, estando atrás de países como Equador, Uruguai, Argentina e Costa Rica, que possuem consumo até 57% maior.

Dessa forma, a evolução do consumo per capita mundial de leite, revela um cenário dinâmico, mas profundamente desigual. O aumento do consumo de leite no mundo ocorreu de forma gradual, e tem oscilado nos últimos 7 anos entre 180 e 185 L/hab. ao ano. Entretanto, isso não se repete em todos os países do globo, havendo alta concentração de níveis elevados de consumo no continente europeu, enquanto regiões da África e da Ásia abarcam países com níveis muito baixos de consumo.

Assim, compreender essa evolução é estratégico, pois permite identificar não apenas tendências do mercado, como também oferecer insights sobre o futuro do leite no mundo, através da inserção e diversificação de mercados e internacionais. No caso do Brasil, que não é autossuficiente na produção de leite, essa análise torna-se ainda mais relevante para planejar políticas de incentivo à produção e melhoria da competitividade do setor para se inserir no comércio internacional. (Milkpoint)


Plantio da soja no RS se aproxima do final

A semeadura da soja no Rio Grande do Sul alcança 96% da área de cultivo projetada pela Emater/RS-Ascar nesta safra 2024/2025, que é de 6.811.344 hectares, com produtividade média de 3.179 kg/ha. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (26/12), de maneira geral, o término do plantio da soja ocorre de forma mais lenta devido à sequência de semeadura em áreas previamente ocupadas por outras culturas, como milho e tabaco, ou em regiões de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), onde a retirada dos bovinos ou a colheita de sementes forrageiras acontecem de forma tardia. A implantação da soja deverá ser concluída até a primeira quinzena de janeiro, à medida que as áreas forem sendo liberadas.

Até o momento, as lavouras de soja apresentam excelente desenvolvimento, impulsionado pela alta luminosidade e pelos níveis razoáveis de umidade no solo. As plantas em fase vegetativa (96% da área de cultivo) demonstram emissão expressiva de ramos laterais e fechamento entre as fileiras adjacentes, indicando vigor satisfatório. Em lavouras de cultivares precoces, semeadas na primeira quinzena de outubro, se observa o início da floração (4%). A partir desse estágio, a demanda hídrica aumenta de forma significativa, o que traz preocupação em função da distribuição irregular e dos baixos volumes de chuva ocorridos nas primeiras três semanas de dezembro, especialmente no Centro e Oeste do Estado.

Milho - A semeadura avançou de forma moderada, atingindo 95% da área projetada para a Safra 2024/2025, que é de 748.511 hectares. A finalização da operação ocorre a um ritmo mais lento devido à implantação tardia em pequenas extensões na Região Sul e na Campanha, bem como à prática de plantio em safrinha em outras regiões, em áreas atualmente ocupadas por milho, tabaco e feijão. Essa semeadura deverá ser concluída ao longo do mês de janeiro, à medida que as áreas ocupadas por essas culturas sejam liberadas para nova implantação.

Embora as chuvas das últimas semanas não tenham sido uniformes e significativas em todo o Estado, as condições para o enchimento dos grãos estão adequadas, principalmente devido ao predomínio de temperaturas amenas, que favorecem tanto a preservação da umidade no solo quanto a otimização do processo fotossintético das plantas. O tempo firme contribuiu para a perda de água dos grãos nas lavouras implantadas no início do zoneamento da cultura. Nas áreas tardiamente implantadas foi utilizada irrigação por pivô central, uma vez que estão em fase final de enchimento de grãos, com possibilidade de acúmulo de fotoassimilados.

A colheita do milho foi iniciada no Noroeste do Estado, chegando a 1%. A produtividade obtida está pouco abaixo da projeção inicial, cuja média é de 7.116 kg/ha, mas superior à safra anterior. A operação deverá ser ampliada na primeira quinzena de janeiro, dependendo das condições climáticas, que podem acelerar a perda de água da massa de grãos.

Milho Silagem - A colheita de milho para silagem foi intensificada, assim como a semeadura em áreas recentemente colhidas. Estima-se que 10% da área cultivada, de 357.311 hectares nesta safra, foi colhida, e 15% encontram-se no ponto de ensilagem, indicando a aceleração da operação nos próximos dias. A produtividade continua elevada, e as melhores produções alcançam até 60 mil kg/ha, acima da produtividade média projetada para esta safra, que é de 39.457 kg/ha. A qualidade da silagem está excelente, uma vez que as plantas mantiveram os colmos verdes até o momento do corte, além de apresentarem boa carga de grãos nas espigas. Esses fatores contribuem para elevar a qualidade nutricional, assegurando altos níveis de valor energético e proteico, essenciais para otimizar a alimentação animal.

PASTAGENS E CRIAÇÕES
As chuvas registradas nas últimas semanas, aliadas à elevada incidência de radiação solar, têm favorecido de forma significativa o desenvolvimento vegetativo das pastagens de verão. A frequência e a regularidade das precipitações também impulsionaram o crescimento vigoroso do campo nativo, resultando em maior disponibilidade de forragem de qualidade para a alimentação dos rebanhos. (Seapi editado pelo Sindilat RS)

A partir de fevereiro, nota eletrônica passa a ser obrigatória para produtores rurais com receita bruta superior a R$ 360 mil

Com implementação gradual, medida passa a valer para todos, independentemente do faturamento, somente em janeiro de 2026

O mês de fevereiro de 2025 marca uma nova etapa do avanço gradual da obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e da Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e) para produtores rurais no Rio Grande do Sul, alterando o processo de documentação fiscal para a circulação de mercadorias no setor agropecuário. A alternativa digital, que já é exigida para operações interestaduais, substitui o modelo 4 da Nota Fiscal, conhecida como Nota do Produtor Rural ou “talão do produtor”.

A medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no início de dezembro e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (27/12).

A partir de 3 de fevereiro de 2025, os documentos eletrônicos devem ser usados nas operações internas praticadas por todos os produtores rurais que, nos anos de 2023 ou 2024, obtiveram receita bruta com valor superior a R$ 360 mil com a atividade rural. A mudança abrange cerca de 50 mil profissionais da área no Rio Grande do Sul – a lista de quem precisará se adequar será publicada neste link. 

Quem já tem o talão impresso para emitir o modelo 4 poderá seguir utilizando o documento até 30 de junho. Em 1º de julho, o uso passa a ser vedado.

Já em 5 de janeiro de 2026, a obrigatoriedade da nota eletrônica começa a valer para todos os produtores rurais do Estado, independentemente do faturamento. A partir dessa data, o modelo 4 não será mais permitido.

“Será uma transição lenta para que os produtores, especialmente os que têm menos estrutura, possam se adaptar. Há algum tempo também já estamos fazendo capacitações junto a sindicatos para auxiliar e tirar dúvidas sobre a emissão da nota eletrônica”, explicou o chefe-adjunto da Seção de Informações Fiscais da Receita Estadual, Geraldo Callegari.

Desde 2021, produtores rurais que registraram faturamento superior a R$ 4,8 milhões no ano de 2017 estão obrigados a emitir as notas eletrônicas em operações internas. A previsão era de que a medida se estendesse para outro grupo a partir de maio de 2024, mas, em razão das enchentes, a entrada em vigor foi adiada. O pedido partiu da Secretaria da Fazenda (Sefaz).

“Um número muito alto de produtores foi afetado pela catástrofe meteorológica vivida pelo Estado gaúcho. Naquele momento, entendemos que não fazia sentido que passasse a vigorar uma nova regra. Isso fez com que esses profissionais, tão essenciais para a nossa economia, ganhassem tempo para reconstruir seus negócios”, afirmou o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

Como emitir a nota eletrônica

A NF-e é também chamada de modelo 55 e é utilizada para registrar a venda de mercadorias e a prestação de serviços. Já a NFC-e, ou modelo 65, é específica para o varejo e contempla as vendas diretas ao consumidor final.

Existem diferentes alternativas para fazer a emissão desses modelos. Entre elas, estão aplicativos próprios, aplicativos desenvolvidos por associações/cooperativas ou o sistema Nota Fiscal Avulsa (NFA-e), disponibilizado pela Sefaz. Essa última opção, no entanto, só pode ser utilizada no computador e exige maior conhecimento técnico.

A solução recomendada pela pasta fazendária é o aplicativo Nota Fiscal Fácil (NFF), que pode ser baixado gratuitamente no celular e acessado por meio do login gov.br. A ferramenta permite a emissão simplificada da nota fiscal, deixando toda a complexidade tributária a cargo da Receita Estadual.

Para usar, os produtores devem preencher informações sobre a venda, como o produto, o cliente e dados sobre transporte. É possível, inclusive, gerar um QR Code da nota fiscal off-line, no meio da lavoura, por exemplo. Nesse caso, a nota é autorizada após o restabelecimento da conexão com a internet.

Idealizado pela Receita Estadual e desenvolvido pela Procergs, o NFF foi concebido pelo Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários (Encat), também com parceria do Sebrae Nacional, e é usado em praticamente todos os estados do país. (Seapi)


Jogo Rápido

Lei que limita aumento do salário mínimo é sancionada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que limita o reajuste do salário mínimo a 2,5% acima da inflação de 2025 a 2030. A medida faz parte do pacote de corte de gastos obrigatórios, proposto pelo governo federal e aprovado pelo Congresso Nacional há cerca de dez dias. Com a nova regra, o vencimento salarial para 2025 deve ficar em R$ 1.518,00 com aumento de R$ 106,00 em relação aos R$ 1.412,00 do salário mínimo atual. O valor só será oficializado nos próximos dias, por meio de decreto presidencial a ser editado. A nova regra de reajuste tem como objetivo adequar o crescimento do salário mínimo aos limites definidos pelo novo arcabouço fiscal. Dessa forma, o salário mínimo crescerá de 0,6% a 2,5% ao ano acima da inflação. A política atual de reajuste continua valendo. Desde 2023, o salário mínimo é corrigido pela soma da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro, e do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. A diferença é que haverá um teto de reajuste em 2,5% acima da inflação. Aprovada pelo Congresso Nacional no último dia do ano legislativo, a lei do salário mínimo deverá gerar economia de R$ 15,3 bilhões nos próximos cinco anos. Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, cada R$ 1,00 de aumento do salário mínimo eleva os gastos em R$ 392 milhões, principalmente por causa da Previdência Social e dos benefícios vinculados ao mínimo, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Pela regra anterior, o salário mínimo para 2025 ficaria em torno de R$ 1.528. Isso equivale à inflação pelo INPC de 4,84% nos 12 meses terminados em novembro, mais o crescimento de 3,2% do PIB em 2023. Com o novo teto, a parcela do crescimento do PIB estará limitada a 2,5%, levando ao novo valor de R$ 1.518. O novo salário mínimo só começará a ser pago no fim de janeiro ou início de fevereiro, referente aos dias trabalhados em janeiro de 2025. (Jornal do Comércio)

 
 

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Porto Alegre, 27 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.293


Conseleite indica leite projetado a R$ 2,4073 em dezembro no RS

Durante reunião virtual do Conseleite, realizada nesta sexta-feira (27/12), foi divulgado o valor de R$ 2,4073 como referência projetada para o leite em dezembro no Rio Grande do Sul. O cálculo é elaborado mensalmente pela UPF, tendo como base dados fornecidos pelas indústrias considerando a movimentação dos primeiros 20 dias do período.

O coordenador do colegiado que reúne produtores e indústrias para tratar de assuntos relevantes para o setor lácteo gaúcho, Allan André Tormen, destacou que os números apresentados indicam uma redução de preço quando comparado a novembro, que fechou em R$ 2,4578. “A diminuição é reflexo do final do ano, em um período de festas e férias. No entanto, os parâmetros estão estáveis e seguimos dentro do patamar, com uma boa expectativa para 2025, ao fortalecermos ainda mais o elo produtor e indústria”, afirmou Tormen. (Assessoria de imprensa Sindilat)


Conseleite Minas Gerais
A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 27 de Dezembro de 2024, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o
menor valor de referência para o produto entregue em Outubro/2024 a ser pago em Novembro/2024.
b) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o
menor valor de referência para o produto entregue em Novembro/2024 a ser pago em Dezembro/2024.
c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Dezembro/2024 a ser pago em Janeiro/2025.


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. 

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1847 de 26 de dezembro de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

As condições gerais dos bovinos de leite estão propícias em razão do estado nutricional e do escore corporal, que beneficiam a produção leiteira. A oferta de pasto está satisfatória, especialmente entre produtores tecnificados que segregam lotes por produção. O manejo alimentar e sanitário segue dentro da normalidade.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o manejo diário das matrizes tem favorecido a detecção e o controle de mosca e carrapato, cuja incidência tem aumentado nas últimas semanas. As condições ambientais e nutricionais adequadas têm contribuído para os indicadores de qualidade do leite. 

Na de Caxias do Sul, o tempo favoreceu o bem-estar animal, e a qualidade do leite permaneceu dentro dos padrões estabelecidos.

Na de Ijuí, a produção de leite apresentou leve aumento, e alguns produtores estão investindo na reposição e no melhoramento do rebanho, aproveitando a satisfatória oferta de pastagens. 

Na de Passo Fundo, não foram registradas anormalidades sanitárias, e houve problemas pontuais relacionados à infestação de mosca e carrapato, que estão sendo controlados rotineiramente.

Na de Pelotas, as chuvas e as temperaturas amenas favoreceram o desenvolvimento das pastagens e o conforto animal. 

Na de Santa Maria, os produtores monitoram as populações de mosca e carrapato e adotam estratégias de manejo adequadas. 

Na de Santa Rosa, os dias de sol seguidos por chuvas moderadas contribuíram para o bem-estar dos animais e para o aumento da produção leiteira, especialmente em rebanhos da raça Holandesa. (Emater RS editado pelo Sindilat RS)


Jogo Rápido

Retorno do tempo firme marca último fim de semana de 2024 no RS
A previsão para os próximos dias indica a possibilidade de nevoeiro em áreas ao leste do estado, seguido pelo retorno do tempo firme durante o final de semana. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 52/2024, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). ábado (28/12): com o lento ingresso do anticiclone migratório sobre o Rio Grande do Sul, o tempo permanecerá estável na maioria das regiões - apesar da canalização de umidade ao longo do litoral gaúcho, Laguna dos Patos e Lagoa Mirim e regiões Sul e Campanha por conta do ciclone extratropical situado no oceano. Devido a esse fato, não se descarta a possibilidade para a ocorrência de nevoeiro ao amanhecer ou chuvas isoladas de intensidade fraca, seguido por tempo firme com céu entre nuvens e temperaturas amenas no decorrer dos respectivos dias. Domingo (29/12): um cavado (área alongada de baixa pressão) se formará entre o Paraguai e RS, simultaneamente ao deslocamento do anticiclone migratório em direção ao oceano. Essa configuração atmosférica causará o aumento da nebulosidade, criando condições para a precipitação de intensidade fraca no período entre a tarde e a noite sobre a Região das Missões, Região Noroeste e ao longo da divisa com Santa Catarina. Nas demais regiões, a estabilidade no tempo seguirá abrangente com céu entre nuvens e temperaturas amenas no transcurso do dia. Segunda-feira (30/12): o cavado do dia anterior se inclinará entre o Paraguai e o Uruguai, o que provocará o aumento gradativo da instabilidade e, por consequência, da nebulosidade sobre o estado, com destaque para uma elevação nas temperaturas. Na divisa com SC, entre as regiões Norte e Campos de Cima da Serra, haverá a possibilidade para ocorrência de precipitação de intensidade fraca em pontos isolados. Terça-feira (31/12): o cavado dos dias anteriores se intensificará, concentrando as áreas de instabilidades no Sul, na Campanha, na Fronteira Oeste, na Região Central, nas Missões, no Noroeste, no Norte, no Planalto e nos Campos de Cima da Serra, o que possibilitará a ocorrência de chuvas esparsas nas regiões acima citadas. Quarta-feira (1º/1): as áreas de instabilidade se espalharão por todo o estado, mantendo as temperaturas em elevação. Por este motivo, as chances para a ocorrência de precipitação de forma irregular, porém com intensidade variando de fraca a moderada, aumentarão sobre a maioria das regiões. Os prognósticos para os próximos sete dias indicam chuvas irregulares por todo o estado, com acumulados de baixos volumes ocorrendo principalmente em áreas do oeste, noroeste e centro do território gaúcho. Estes volumes podem chegar até os 10 mm de chuva acumulada na semana. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.

 
 

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Porto Alegre, 26 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.292


Como a inteligência artificial tem mudado a rotina das fazendas?

A inteligência artificial (IA) e sistemas avançados de câmeras estão revolucionando a maneira como os produtores de leite nos EUA gerenciam seus rebanhos.

Embora o uso de câmeras inteligentes em fazendas leiteiras não seja inteiramente novo – e haja cerca de uma dúzia de empresas trabalhando globalmente nessa área –, quatro grandes players comercializaram a tecnologia em fazendas leiteiras dos EUA, oferecendo ferramentas que podem melhorar a lucratividade, a produtividade e usar a inteligência artificial para informar a gestão da fazenda.

A evolução das câmeras com IA na pecuária leiteira

Devido à complexidade historicamente alta e ao custo de instalação, a adoção de tecnologia de câmeras ficou atrás do uso de sensores IoT vestíveis – como colares e brincos para vacas –, que agora são usados em mais da metade das vacas leiteiras nos EUA. Apesar de câmeras em fazendas leiteiras serem utilizadas há décadas, a IA torna o monitoramento por câmeras muito mais útil e eficiente. Ao monitorar constantemente as imagens, a IA consegue identificar práticas na fazenda, questões de bem-estar animal e preocupações com sustentabilidade que seriam impossíveis de serem observadas por humanos 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Impulsionados pelo crescente reconhecimento do valor que os sistemas de IA trazem para as operações leiteiras, os sistemas de câmeras inteligentes estão ganhando tração. Atualmente, os sistemas de câmeras com IA estão sendo usados em apenas 1/10 das vacas que utilizam dispositivos vestíveis, mas o número total de vacas monitoradas por essas câmeras inteligentes deve ultrapassar 1 milhão nos próximos dois anos.

O que as empresas oferecem hoje

1. Vacinas mais saudáveis e partos mais seguros: As câmeras inteligentes com IA têm sido usadas para observar o consumo de ração e o comportamento dos animais no estábulo. Dado que ambos são críticos do ponto de vista financeiro e de tomada de decisão, não é surpreendente que decisões baseadas no gerenciamento da alimentação tenham sido amplamente adotadas pelos produtores de leite nos EUA. Mais recentemente, a mesma empresa, Cainthus, criou um novo sistema de monitoramento de maternidades que envia alertas aos fazendeiros quando as vacas estão prontas para parir, permitindo intervenções oportunas que reduzem o risco de complicações. Ao integrar esses sistemas às suas plataformas de dados, os fazendeiros podem tomar decisões informadas com base em insights em tempo real.

2. Diagnóstico e tratamento precoce de claudicação em vacas: Uma empresa usa câmeras 2D para monitorar o andar das vacas nas salas de ordenha, permitindo a identificação precoce de possíveis claudicações. Isso ajuda os fazendeiros a abordar problemas de locomoção antes que se agravem. O fornecedor CattleEye sugere que as câmeras de IA usadas dessa maneira podem melhorar o cuidado com as vacas e até mesmo reduzir a pegada de carbono.

3. Câmeras de IA para melhorar as práticas de ordenha: Outro player nesse espaço usa câmeras de IA para monitorar salas de ordenha e identificar comportamentos fora do padrão, enviando alertas em vídeo imediatos para as fazendas. A Cattle Care afirma monitorar quase 500.000 vacas e encoraja os empregadores a substituir os salários por hora por compensações baseadas em desempenho. No final, o sistema ajuda os fazendeiros a identificar áreas para treinamento e melhoria, promovendo uma cultura de responsabilidade e produtividade.

4. Monitorar o comportamento e a saúde das vacas: Outro player se descreve como um “pastor digital” para garantir que as práticas de bem-estar animal sejam seguidas nas fazendas. Criada para atender às necessidades da Fairlife e focada no bem-estar das vacas e nas interações humano-animal, a ElectroFai busca criar transparência para auditores, garantir a conformidade com as melhores práticas e mitigar riscos à marca.

Olhando para o futuro: o que as câmeras de IA significam

Ao fornecer dados em tempo real sobre a saúde, o comportamento e a alimentação das vacas, tecnologias como IA generativa, ChatGPT e modelos de linguagem ampla (LLMs) oferecem insights antes impossíveis, permitindo que os produtores de leite melhorem significativamente suas fazendas. Desde ajudar os fazendeiros no trabalho diário, aumentar a produtividade e promover cuidados humanitários com os animais, fica claro que o futuro da pecuária leiteira está na adoção de tecnologias avançadas. À medida que o foco em sustentabilidade e bem-estar animal cresce, os sistemas de câmeras inteligentes com IA se tornarão essenciais, transformando a indústria leiteira nos próximos anos.

Então, qual tecnologia de câmera com IA escolher?

Como sempre, escolha aquela respaldada por alguém com recursos financeiros robustos, pergunte sobre o suporte à instalação e serviço e obtenha os nomes e telefones de clientes atuais que você possa contatar. Nada funciona melhor do que conversar com outros produtores para descobrir a realidade. Mas não espere. A IA é a tendência com maior potencial para transformar as fazendas leiteiras.  (As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas pela equipe MilkPoint)


Informação e tecnologia na agricultura têm impacto na preservação dos solos

O solo é um recurso natural que sustenta a flora e a fauna, o armazenamento da água e as infraestruturas. Além de ser um meio insubstituível para a agricultura, é também um componente vital do agroecossistema no qual ocorrem processos e ciclos de transformações físicas, químicas e biológicas.

O conhecimento do solo é importante para diversas áreas de atividade e isso requer que os atores no desenvolvimento agrícola e na preservação ambiental tenham as noções e as habilidades para identificar os diferentes tipos de solos e as limitações de uso agrícola, objetivando seu uso mais racional, economicamente viável e ambientalmente sustentável. Quando mal manejado, ocorre a degradação do ecossistema.

O Rio Grande do Sul apresenta grande variedade de solos, consequência da complexidade da sua formação geológica e da ação climática ao longo do tempo.

Em diversas regiões do Estado, a compactação do solo por pisoteio de animais ou tráfego de máquinas tem prejudicado a infiltração de água e o crescimento das raízes, especialmente em culturas como a soja. Para mitigar esses efeitos, os agricultores adotam práticas como a rotação de culturas e o uso de plantas de cobertura, que ajudam na descompactação do solo e na manutenção de sua estrutura.

Conforme Rafael Goulart Machado, extensionista da Emater/RS-Ascar em Coxilha, quando se trabalha com plantas de cobertura, optamos, nesta época do ano, por gramíneas de verão, que podem ser cultivadas após a cultura da soja, como estratégia para uma melhor estruturação do solo.

Além de práticas de manejo, a adoção de bioinsumos tem se destacado como uma alternativa sustentável para a agricultura. Esses insumos biológicos, como os fixadores de nitrogênio e microrganismos controladores de pragas, contribuem para a redução do uso de fertilizantes químicos e inseticidas.

Além disso, a metilobactéria simbiótica, que auxilia no aproveitamento do nitrogênio, é um exemplo de inovação que potencializa a produtividade das culturas com menor uso de adubos nitrogenados. Essas tecnologias estão impulsionando a sustentabilidade da agricultura no Planalto, consolidando a região como um modelo de inovação e eficiência no Brasil. Cada um deles, através de seus mecanismos específicos, contribui para a maior sustentabilidade da agricultura, destaca Machado. (Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar)

Teor de etanol anidro na gasolina deve subir a 30% e elevar preços

Em 2025, consumo de biocombustível deve crescer, mas produção tende à estabilidade

Previsto na lei do Combustível do Futuro, o aumento do teor de etanol anidro na gasolina acima dos atuais 27% deve se tornar uma realidade já em 2025. Os testes das montadoras serão feitos no primeiro trimestre, e a indústria espera que eles já permitam um aumento da mistura para 30% a partir de abril, o que elevaria a demanda potencial pelo anidro em 1,2 bilhão a 1,4 bilhão de litros em um ano, segundo especialistas.

Considerando também um aumento natural do consumo de combustíveis do ciclo Otto (usados em veículos leves), esse incremento adicional da demanda por etanol não deve ser acompanhado de crescimento na produção. Isso significa aumento dos preços do biocombustível no próximo ano.

“Vamos ver preços médios 10% acima do preço médio desta safra”, estima Pedro Paranhos, CEO da Evolua Etanol, joint venture entre Copersucar e Vibra e líder na comercialização do biocombustível no país.

Na previsão da consultoria StoneX, o teor de 30% representa já um acréscimo de 1,04 bilhão de litros para o ano de 2025, se a mudança for implementada em abril. Dentro do período da safra sucroalcooleira (2025/26), de abril a março, o incremento no consumo de etanol anidro pode chegar a 1,4 bilhão de litros, projeta Paranhos.

O teor do aumento de mistura ainda depende dos testes, que serão conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) entre janeiro e fevereiro. Os testes serão patrocinados pelos produtores de etanol e servirão de base para o Ministério de Minas e Energia (MME) recomendar a nova mistura para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), conforme definido pela Pasta na última semana. A lei do Combustível do Futuro prevê que o aumento da quantia de etanol ocorra de forma gradual, até 35%, a depender dos testes.

Ciclo Otto
Mas o consumo total de etanol anidro deve crescer ainda mais no próximo ano, considerando-se as projeções de mais um período de aumento do consumo de combustíveis do ciclo Otto — embora menos aquecido do que em 2024. “Neste ano, já surpreendeu o movimento do ciclo Otto, relacionado ao crescimento robusto do PIB e ao crescimento da frota. Para o ano que vem, voltamos a patamares [de crescimento] mais regulares”, avalia Paranhos.

Esse retorno ao normal deve representar um crescimento de 2,5% no consumo, segundo o executivo. Já Martinho Ono, presidente da trading de etanol SCA, avalia que o aumento do ciclo Otto deve ficar mais próximo de 2%, dada o impacto da inflação.

Oferta
O cenário para a oferta de etanol na próxima safra ainda é incerto. As perspectivas para a safra de cana variam muito de região para região do país, já que algumas áreas de canaviais foram mais impactadas pela seca e pelos os incêndios que outras.

O que é certo é que haverá mais produção de etanol de milho com o início da operação de novas usinas e aumentos de capacidades. “Deve haver um equilíbrio [entre oferta e demanda] com as capacidades novas de etanol de milho”, avalia Pierre Santoul, diretor da Tereos Brasil. Para ele, a moagem de cana deve ser no máximo igual à da safra atual se o clima no verão for “muito bom”.

Ainda que as chuvas favoreçam uma recuperação mais vigorosa dos canaviais, as usinas já fixaram boa parte das exportações de açúcar, e deverão ter menos flexibilidade para aumentar a produção de etanol. A saída deverá ser produzir menos etanol hidratado para atender à demanda pelo anidro, apertando a oferta do biocombustível que é utilizado diretamente nos tanques .

Para a StoneX, que estima um crescimento de 1,7% no consumo do ciclo Otto em 2025, a gasolina deve ganhar competitividade perante o etanol hidratado e ter um aumento de 3% no consumo, puxando a demanda pelo anidro.

Veículos elétricos
Por outro lado, a disparada das vendas de carros elétricos neste ano também pode começar a segurar a renovação da frota de veículos com motores a combustão flex, na avaliação de Ono, da SCA.

Em 2023, os veículos flex representaram 83% dos licenciamentos, enquanto os elétricos e híbridos representaram 4,3% do total, segundo os dados mais recentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Neste ano, no acumulado até novembro, a participação dos veículos flex oscilou para 79%, enquanto o conjunto de elétricos e híbridos passou a 6,9% dos licenciamentos.

Esse movimento reflete o forte crescimento da venda dos elétricos e híbridos, que até novembro mais que dobrou em relação a todo o ano de 2023, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “Mas a frota nacional ainda é predominantemente a combustão”, ressalta Ono. (Globo Rural via Valor Econômico)


Jogo Rápido

Dólar opera em alta e bate R$ 6,19; BC fará leilão de até US$ 3 bilhões
O dólar opera em alta na sessão desta quinta-feira (26), conforme investidores aguardavam o resultado do novo leilão anunciado pelo Banco Central do Brasil (BC) para tentar conter a subida da moeda norte-americana. A instituição anunciou que fará um leilão à vista de até US$ 3 bilhões. Os leilões de dólar do Banco Central são uma ferramenta de regulação do mercado de câmbio e servem para aumentar a oferta de dólares disponíveis — o que, em tese, faz a cotação cair. Com o noticiário econômico esvaziado e em uma semana mais curta por conta do Natal, momento em que os mercados ficam fechados no Brasil, investidores voltam as atenções para o mercado internacional. Na Ásia, as autoridades chinesas anunciaram que vão aumentar o estímulo fiscal ao país no próximo ano, tendo concordado em emitir 3 trilhões de iuanes (US$ 411 bilhões ou R$ 2,5 trilhões) em títulos públicos especiais. Se confirmado, esse será o maior valor já registrado. Já o governo do Japão afirmou nesta quinta-feira (26) que prevê que a produção econômica atingirá capacidade total no próximo ano fiscal, pela primeira vez em sete anos, devido a um mercado de trabalho aquecido. (G1)

 
 

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Porto Alegre, 23 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.291


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1846 de 19 de dezembro de 2024

BOVINOCULTURA DE LEITE

A produção leiteira tem se mantido estável devido à oferta adequada de pasto, garantida pela ocorrência de chuvas. Onde as precipitações foram mais expressivas, a quantidade e a qualidade dos pastos permitiram aos produtores reduzir a proteína na ração, mantendo a energia da dieta e melhorando a rentabilidade da atividade. Durante os períodos mais quentes do dia, os animais seguem em busca de locais frescos e suspendem o pastejo, o que pode prejudicar a atividade. O calor e a umidade também têm favorecido a infestação de carrapato, mosca-dos-chifres e mosca-berneira.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as temperaturas amenas têm garantido o conforto às matrizes, e as chuvas regulares mantêm os reservatórios abastecidos e as pastagens em bom desenvolvimento, sem problemas com barro, beneficiando a produção de leite. 

Na de Caxias do Sul, a sanidade dos bovinos está satisfatória, porém exige o controle permanente de ectoparasitos.

Na de Erechim, a oferta de alimentos conservados diminuiu em função do uso intensivo do pastoreio direto. No entanto, o excesso de umidade nas proximidades dos estábulos aumenta o risco de mastite e problemas de casco. 

Na de Frederico Westphalen, as espécies anuais de verão, como capim-sudão, estão em ponto de pastejo. Já o milheto e as gramas apresentam bom desenvolvimento, com pequenos ataques de lagarta e cigarrinha.

Na de Ijuí, houve aumento na incidência de mosca-dos-chifres e início de infestação por carrapato em função do calor e da umidade. 

Na de Santa Maria, as pastagens de verão estão em excelentes condições de pastejo. Os produtores seguem monitorando e controlando populações de mosca e carrapato. 

Na de Santa Rosa, muitos produtores intensificaram o fornecimento de silagem, pré-secado e feno no cocho para garantir a ingestão de alimentos. 

Na de Soledade, há oferta satisfatória de pastagens de verão para o gado leiteiro devido às chuvas regulares, à umidade do solo, à radiação solar e às temperaturas adequadas, apesar de alguns períodos de frio atípico. (Emater/RS editado pelo Sindilat)


Boletim do Copaaergs traz orientações técnicas para cultivos durante o verão de 2025

O prognóstico climático para os meses de janeiro, fevereiro e março 2025 indica chuvas entre normal a ligeiramente abaixo da média no Rio Grande do Sul, especialmente no mês de fevereiro. É o que aponta o Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões apresentadas pelo boletim são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Valores registrados na primeira quinzena de dezembro indicam anomalias frias na área Central do Pacífico e a possibilidade de leve resfriamento, o que pode levar a evolução para a ocorrência de um fenômeno La Niña de fraca intensidade próximo trimestre.

Para janeiro e março, volumes acima da média podem ocorrer nas áreas mais a Norte e Nordeste e Litoral Norte do Rio Grande do Sul, com volumes um pouco abaixo nas demais áreas do Centro para o Oeste do estado. Estiagem e tempo mais seco são possíveis, especialmente em fevereiro e parte de março, entre a área que vai da Campanha, Oeste, Noroeste e Centro do estado.

Clima de verão será marcado pela variabilidade entre os meses, com chuvas localizadas e temporais mais frequentes no Norte - Nordeste e extremo Sul do estado, enquanto que nas outras áreas pode haver períodos mais prolongados de tempo relativamente seco, especialmente do Centro para o Oeste-Sudoeste do estado.

As temperaturas do ar no trimestre ficam acima da média, especialmente na metade Norte do estado. Variam de normal a ligeiramente acima da média entre janeiro e fevereiro, com eventuais passagens de frente frias e incursões de ar frio que amenizam as temperaturas, especialmente na metade Sul. Maior aquecimento do ar é esperado entre fevereiro e especialmente no mês de março de 2025.

O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 16 entidades estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período. Acesse aqui (SEAPI)

Cuidados no período de transição aumentam saúde e produtividade de vacas leiteiras

Especialista destaca dieta balanceada e ambiente adequado como fatores essenciais

Nesta semana, no quadro Raio-X da Pecuária, o zootecnista Rafael Cardenas falou sobre os cuidados cruciais para o bom desenvolvimento da saúde e da produtividade do rebanho durante o período de transição das vacas leiteiras. Nessa fase, as vacas enfrentam diversos desafios, e fatores de bem-estar, como conforto e ventilação, podem ser essenciais para determinar a qualidade do leite. A jornalista Pryscilla Paiva conversou sobre o assunto com o profissional no telejornal Mercado & Companhia.

Rafael explicou que o período de transição é caracterizado pelas três semanas que antecedem o parto e pelas três semanas após o parto, na transição do período seco — quando a vaca não está produzindo leite — para o início da lactação. “É um período em que o animal passa por diversas mudanças, sejam elas hormonais ou metabólicas. Quando o animal começa a produzir leite, aumenta muito a exigência por alguns nutrientes”, disse.

Segundo o zootecnista, minimizar os impactos desse período pode afetar diretamente a saúde e a produtividade dos animais. Uma dieta balanceada com os nutrientes necessários pode evitar diversos problemas.

Cardenas também ressaltou que o ambiente onde os animais passam esse período precisa atender a alguns aspectos, como espaçamento de coxo adequado, sombra e ventilação. “Estratégias como banho e ventilação desses animais são importantes, inclusive no momento em que a vaca ainda não está produzindo leite. Esses 21 dias que antecedem o parto requerem o controle da temperatura do ambiente para manter a temperatura do animal sob controle”, concluiu. Assista aqui. (Canal Rural)


Jogo Rápido

Exportações de produtos lácteos pela Rússia aumentam, inclusive para a China
As exportações de produtos lácteos alcançaram US$ 370 milhões nos primeiros onze meses de 2024, um aumento de 20% na comparação interanual, de acordo com o Centro AgroExport do Ministério da Agricultura, com base em dados do site interfax.com. Mais de 30% do faturamento foi obtido com as exportações de queijos e queijo cottage, 22% de produtos lácteos fermentados, 14% de sorvetes, 11% de leites em pó, 9% de leite e creme e 6% de soro de leite em pó. Em termos de volume as indústrias de laticínios russas exportaram 31.000 toneladas de leite e creme no período, 9% a mais em relação ao ano anterior. (Terra Viva)

 
 

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Porto Alegre, 20 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.290


Setor lácteo trabalha por retomada da produção em 2025

O setor lácteo pretende abrir 2025 com uma pauta coletiva de enfrentamento dos entraves do segmento. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Guilherme Portella, ela inclui o fortalecimento do programa Leite Mais Saudável a liberação dos recursos do Fundoleite para a expansão de projetos técnicos e reconstrução de rebanhos e propriedades atingidas pelas águas. “Acredito em um 2025 de retomada da produção e aumento da competitividade. Juntos também vamos atuar pela conscientização dos consumidores sobre a importância do leite e de seus derivados em uma dieta nutritiva e saudável”, destacou.

O desafio foi lançado nesta quinta-feira (19/12) durante evento em Porto Alegre (RS). Na presença de representantes do Estado, deputados, diretoria e associados, Portella assinalou que o setor acredita na qualificação no campo e na indústria para aumentar a competitividade do leite gaúcho. “O ano que termina nos ensinou o valor da união. Ela será nosso guia para viabilizarmos margens de rentabilidade que permitam uma renda mais estável no campo e na indústria. E aqui convido os produtores a se unirem a esse bloco que não existe sem a força que vem das propriedades”, assinalou o presidente.

Premiação entregue
Os trabalhos de Lívia Araújo, Cleyton Vilarino e Carina Venzo Cavalheiro são os vencedores da 10ª Edição do Prêmio Sindilat/RS de Jornalismo. As publicações são nas categorias Impresso (Jornal do Comércio), On-line (Globo Rural) e Eletrônico (Emater/Ascar) e foram reconhecidas no evento.

No ano em que o prêmio completa uma década, a jornalista e editora de Rural do jornal Correio do Povo, Nereida Vergara, recebeu uma distinção especial por acumular a maior pontuação nas conquistas ao longo da premiação. “Acho uma grande honra ser a maior ganhadora do prêmio até aqui. Confesso que acho a cadeia leiteira apaixonante e adoro aprender cada detalhe da produção à industrialização. Fiquei emocionada”, disse a jornalista.

Os primeiros colocados na premiação receberam troféu, certificado e celular iPhone, enquanto os segundos e terceiros lugares foram agraciados com troféus e certificados. Ao todo, foram 42 trabalhos disputando as três categorias. Confira abaixo a lista dos vencedores.

Entregue a edição 2024 do Prêmio Destaques
Durante a celebração que lotou o salão do Hotel Plaza São Rafael, o Sindilat/RS também entregou a edição 2024 do Prêmio Destaques, reconhecendo personalidades e instituições que contribuem para o desenvolvimento do setor lácteo no Rio Grande do Sul.

Os homenageados foram: Tetra Pak; Nei César Mânica, presidente da Cotrijal; Cláudio Bier, presidente do Sistema FIERGS; Frederico Antunes, líder do governo na Assembleia Legislativa; Adolfo Brito, presidente da Assembleia Legislativa; Pedro Maciel Capeluppi, secretário da Reconstrução Gaúcha; Vilson Covatti, secretário estadual de Desenvolvimento Rural; Clair Kuhn, secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação; Eduardo Cunha da Costa, procurador-geral do Estado; Guilherme Comiran, auditor-fiscal da Receita Estadual; Milene Cristine Cé, auditora-fiscal Federal Agropecuária do Ministério da Agricultura; João Edegar Pretto, presidente da Conab; e Reginaldo Lopes, deputado federal.

Confira os vencedores do 10º Prêmio Sindilat/RS de Jornalismo
IMPRESSO
1º Lugar: Lívia Araújo. Queijos artesanais gaúchos conquistam novos mercados. Jornal do Comércio
2º Lugar: Itamar Antonio Pelizzaro. Exemplo que inspira o futuro nos tambos. Correio do Povo
3º Lugar: Ana Esteves. Enchentes acirram crise do setor leiteiro no Rio Grande do Sul. Jornal do Comércio

ON-LINE
1º Lugar: Cleyton Vilarino. Conheça o pastoreio rotatínuo, sistema que auxilia na rentabilidade leiteira. Globo Rural
2º Lugar: Itamar Antonio Pelizzaro. Jovens assumem protagonismo para futuro tecnológico no setor leiteiro. Correio do Povo
3º Lugar: Elstor Hanzen. Superação do descompasso entre desenvolvimento e sustentabilidade é liderada por cooperativas. Extra Classe

ELETRÔNICO
1º Lugar: Carina Venzo Cavalheiro. Casal de Soledade mostra a bovinocultura de leite como meio para realizar sonhos. Emater/RS-Ascar
2º Lugar: Eliza Maliszewski. Leite: calculadora virtual ajuda produtores gaúchos a planejar preços. Canal Rural
3º Lugar: Eduardo Amaral e Lucas Rivas. Indústria láctea gaúcha resiste após enchentes e projeta crescimento. Agrolink


Conseleite/PR projeta variação de -0,89% no valor de referência do leite entregue em dezembro a ser pago em janeiro. 

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 17 de Dezembro de 2024 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Novembro de 2024 e a projeção dos valores de referência para o mês de Dezembro de 2024, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes.

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão”, se refere ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana.

Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de Dezembro de 2024 é de R$ 4,4451/litro.

As informações são do Conseleite Paraná.

Conseleite/SC projeta variação de -0,9762% no valor de referência do leite entregue em dezembro a ser pago em janeiro. 

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Dezembro de 2024 atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os valores de referência da matéria-prima leite, realizados no mês de Novembro de 2024 e a projeção dos valores de referência para o mês de Dezembro de 2024.

Períodos de apuração

Mês de Novembro/2024: De 04/11/2024 a 01/12/2024
Parcial Dezembro/2024: De 02/12/2024 a 15/12/2024
O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão.

As informações são do Conseleite Santa Catarina.


Jogo Rápido

Alternância entre tempo seco e chuva marcará semana do Natal no RS
A previsão para a próxima semana no Rio Grande do Sul aponta para um cenário de variações no tempo, com alternância entre períodos secos e a possibilidade de chuvas isoladas em diferentes regiões. É o que aponta o Boletim Integrado Agrometeorológico 51/2024, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).Sábado (21/12): a atuação dos jatos de baixos níveis, correntes de vento que transportam calor e umidade da Amazônia para o sul do país, estará concentrada na divisa entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai, juntamente com o avanço de um anticiclone migratório sobre o estado. Essa configuração favorecerá a formação de nuvens e a ocorrência de chuvas, inicialmente no sul do estado, que, ao longo do sábado e do domingo, avançarão em direção ao nordeste, trazendo nebulosidade e possibilidade de precipitações para o restante do território gaúcho. Domingo (22/12): a chegada de uma massa de ar frio deverá proporcionar um alívio nas temperaturas em relação aos dias anteriores, marcando o tempo com temperaturas amenas em todo o estado. Segunda-feira (23/12): a nebulosidade deverá permanecer sobre grande parte do território gaúcho, com possibilidade de chuvas de baixo volume, especialmente nas áreas próximas ao litoral. Terça-feira (24/12): o sistema responsável pela presença de nuvens nos dias anteriores finalmente se afastará, mas, ao longo do dia, um cavado se formará no oeste do estado, gerando chuvas em áreas entre o oeste e o norte do RS. Esse sistema deverá avançar e atingir as demais regiões ao longo da quarta-feira (25/12). Os prognósticos para os próximos sete dias indicam a ocorrência de chuvas que podem chegar até volumes moderados sobre o estado. O Norte do estado será o mais afetado, oscilando em valores entre 20 mm até 100 mm. Entre o Centro e Sul do RS, os volumes devem ficar entre 5 mm até pontos com acumulados de 50 mm. O boletim também aborda a situação de diversas culturas e criações de animais pelo Estado. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em  www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.

 
 

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 19 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.289


Desaceleração de consumo na China mostra urgência de novos estímulos

O crescimento das vendas no varejo na China desacelerou inesperadamente em novembro, aumentando apenas 3% na comparação com o mesmo mês do ano passado

O crescimento das vendas varejistas na China ficou abaixo do esperado e perdeu força em novembro, apesar dos sinais de melhora no mercado imobiliário, o que reforça a urgência para Pequim promover mais estímulos para encorajar os consumidores a gastar.

As vendas no varejo aumentaram 3% ao ano em novembro, o menor crescimento em três meses e abaixo do piso das previsões dos analistas. A produção industrial manteve o ímpeto e cresceu 5,4%, com o lado da manufatura da economia ainda superando os gastos dos consumidores.

“Os dados mostram que a recuperação da demanda interna continua lenta, enquanto a estabilização da produção industrial provavelmente se deve a uma certa antecipação de encomendas antes das tarifas dos EUA e não é sustentável”, disse Michelle Lam, economista do Société Générale.

O índice CSI 300, referencial de ações da China, fechou em baixa de 0,54% nesta segunda-feira (16). O rendimento dos títulos de dívida referenciais de dez anos caiu 6 pontos-base no dia, para 1,72% ao ano, o menor patamar na história. O yuan ficou estável.

Os dados divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas da China nesta segunda-feira (16) reforçam a necessidade do governo de reacender a disposição dos consumidores para gastar, ainda mais após a reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA. A ameaça de uma nova guerra comercial pode reduzir o papel das exportações como motor de crescimento da China, depois de terem sustentado quase 25% da expansão econômica em 2024.

Na semana passada, as autoridades chinesas colocaram o estímulo ao consumo como prioridade para seu trabalho econômico do próximo ano — a segunda vez que o fazem em dez anos. Embora tenham divulgado algumas das questões que estarão em foco, como a ajuda a grupos de baixa renda e a melhora da rede de segurança social, as autoridades deixaram os investidores incertos sobre a escala e os detalhes dos planos.

O fraco desempenho das vendas varejistas mostrou os limites da iniciativa governamental de estímulo ao consumo por meio de subsídios à compra de eletrodomésticos e carros. Embora as vendas dessas categorias tenham se mantido fortes em novembro, vários outros bens de consumo discricionários caíram.Os produtos cosméticos encabeçaram o declínio com uma queda de 26% nas vendas na comparação anual. Vestuário, joias, bebidas e tabaco e álcool também tiveram recuos.

“A fraqueza persistente na atividade indica a necessidade de mais apoio das políticas governamentais. Declarações de intenção firmes do Politburo e da Conferência Central de Trabalho Econômico sinalizam a iminência disso”, disseram Chang Shu e Eric Zhu, da Bloomberg Economics.

Fu Linghui, porta-voz do Agência Nacional de Estatísticas, atribuiu parte da desaceleração ao fato de o festival de compras on-line do Dia dos Solteiros — tradicionalmente realizado em 11 de novembro — ter ocorrido mais cedo neste ano, em outubro, o que reduziu as vendas em novembro.

“Observando as vendas totais no varejo em outubro e novembro, ainda foram significativamente melhores do que no terceiro trimestre”, disse Fu, em entrevista coletiva em Pequim. “Mas o impulso interno do crescimento do consumo ainda precisa ser fortalecido.”

As autoridades prometeram expandir o programa de subsídios, mas economistas alertam para o caráter temporário dos efeitos, uma vez que consumidores não tendem a repetir compras de produtos de alto valor com frequência.  O governo tem resistido a propostas de economistas nos últimos anos, de fazer uma distribuição direta de dinheiro aos consumidores, com o presidente da China, Xi Jinping, chegando a advertir que não se deve cair na armadilha do “assistencialismo”.

“O grande quadro continua sendo o desequilíbrio entre oferta e demanda, o que ainda sinaliza um panorama deflacionário”, disse Xing Zhaopeng, estrategista sênior para a China no Australia & New Zealand Banking Group Ltd.

Outros destaques dos dados: O investimento em ativos fixos aumentou 3,3% nos primeiros 11 meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2023, abaixo do ritmo de janeiro a outubro.

O índice de desemprego manteve-se em 5%, igual ao de outubro.

O investimento imobiliário diminuiu 10,4% no período, ligeiramente pior à queda de 10,3% nos primeiros dez meses.

Os dados decepcionantes do consumo ofuscaram sinais de melhora no assolado mercado imobiliário. Em novembro, a queda nos preços diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, reflexo dos estímulos adotados no fim de setembro, como a redução de impostos relacionados a transações.

Em novembro, as vendas de imóveis cresceram em termos anuais pela primeira vez desde a reabertura da economia no primeiro trimestre de 2023, após os lockdowns da pandemia de covid-19, de acordo com cálculos da Bloomberg Economics baseados em dados oficiais. Em área vendida, houve aumento de 2,7% em comparação a novembro de 2023, na sequência de uma queda de 1,8% em outubro.

O crescimento da produção industrial tem superado as vendas no varejo desde a pandemia, mas isso pode não ser sustentável como motor para a economia, já que o foco da China na manufatura tem levado os EUA e a União Europeia a acusarem o país de inundar seus mercados com produtos baratos.

A desaceleração na expansão econômica no trimestre passado, a mais fraca desde o início de 2023, levou as autoridades a promover cortes maiores do que os usuais nos juros e a apoiar o mercado imobiliário e o de ações. As autoridades também lançaram um programa de troca de títulos de US$ 1,4 trilhão para limitar o risco dos governos locais com suas dívidas e liberar espaço fiscal para promover a expansão.

Nos últimos meses, todas as esferas de governo aceleraram a emissão de títulos, com o financiamento líquido obtido superando a marca de 1 trilhão de yuans (US$ 138 bilhões) por quatro meses seguidos até novembro.  A China prometeu elevar a captação e os gastos públicos em 2025 como forma de estimular a demanda, mas o tamanho do aumento deverá ser modesto, sem a agressividade necessária para reverter a persistente deflação e a queda na confiança.

Os números das vendas varejistas chinesas mostram que a demanda privada continua frágil e que estímulos “priorizaram as aparências, em vez de entregar melhorias econômicas significativas”, disse Charu Chanana, estrategista-chefe da Saxo Markets. 

Isso significa que o governo “precisa adotar mais medidas fiscais direcionadas para ajudar a aumentar a confiança das empresas e dos consumidores". "Mesmo para uma recuperação tática, precisamos de mais, após uma série de largadas em falso e diante do risco à frente de tarifas”. (Valor Econômico)


Primavera deste ano apresentou condições melhores para conforto animal na produção leiteira

A primavera de 2024 apresentou condições melhores que dos anos anteriores para o conforto térmico animal. A conclusão vem das análises de dados publicadas no Comunicado Agrometeorológico 79 - Especial Biometeorológico Primavera 2024, editado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).

“A primavera deste ano foi menos chuvosa que a de 2023, embora com altas temperaturas do ar e umidade relativa alta”, complementa a pesquisadora Loana Cardoso, uma das autoras da publicação. 

O Comunicado analisa as condições meteorológicas ocorridas no período, como precipitação pluvial, temperatura e umidade do ar. Utilizando o Índice de Temperatura e Umidade (ITU), a publicação documenta e identifica as faixas de conforto/desconforto térmico às quais os animais foram submetidos, estimando os efeitos na produção de leite. 

Situações de estresse térmico calórico para vacas leiteiras foram observadas principalmente no mês de novembro. “No período, 41% das horas avaliadas propiciaram desconforto térmico aos animais. Situações de estresse leve a moderado foram identificadas, em média, durante 23,6% do trimestre”, destaca Loana. 

As regiões do Vale do Uruguai, do Baixo Vale do Uruguai e Depressão Central, além de Ibirubá, Teutônia, São Luiz Gonzaga, e Uruguaiana, foram as que apresentaram maiores valores de estresse térmico, sendo superiores a 40% de horas avaliadas.

O potencial de queda de produção diária de leite devido às condições meteorológicas ocorridas na primavera de 2024 foram mais elevadas em vacas de maior produção. A variação foi de 13,8% a 32% ao longo do trimestre, especialmente nas regiões de Porto Vera Cruz (Vale do Uruguai) e São Luiz Gonzaga (região Missioneira). 

“Nestes locais, os produtores rurais tiveram que ficar atentos às possíveis situações de estresse térmico a que os animais ficaram expostos, com os maiores declínios de produção de leite estimados, para evitar prejuízos econômicos na atividade leiteira”, conclui a pesquisadora.

A publicação é uma iniciativa do Grupo de Estudos em Biometeorologia, constituído por pesquisadores e bolsistas das áreas da Agrometeorologia e Produção Animal. O Comunicado Agrometeorológico Especial - Biometeorológico tem publicação trimestral e está disponível na seção de Agrometeorologia da Seapi: www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)

Leite/Europa: O preço da manteiga no varejo continua subindo na UE

O mais recente relatório World Quotations of Dairy da Comissão Europeia mostrou que os preços da manteiga na última semana encerrada em 24 de novembro de 2024 estão 44% acima do valor registrado na semana correspondente do ano passado. 

O leite em pó desnatado (SMP), ao contrário, está com a cotação 3% inferior em relação à mesma semana de 2023. Os preços do leite em pó integral (WMP) registraram 13% de aumento no período de um ano. 

O Ministério do Meio Ambiente, Alimentação e Agricultura do Governo britânico publicou os preços do leite e as estatísticas sobre a composição do leite para o mês de outubro. 

O preço médio do leite pago ao produtor no Reino Unido (RU), em outubro de 2024 foi de 45,17 por litro, [R$ 3,43 o litro], 4,6% acima do valor de setembro de 2024 e 22% maior em relação à media de outubro de 2023. 

O volume de leite produzido em outubro de 2024 foi de 1.217 milhões de litros, um aumento de 
5,7% em relação a setembro de 2024. O teor médio de manteiga e de proteína foi de 4,4% e 3,47%, respectivamente. De acordo com dados da Associação ZMB Dairy World consultados pelo USDA, os preços da manteiga no varejo da Alemanha continuaram subindo em outubro.

Uma pesquisa mostrou que o preço médio do pacote de 250 gramas de manteiga de marca da 
indústria era de € 2,40, 29 centavos a mais do que no mês anterior. A média de preço de marcas da distribuição foi de € 2,37. 

O preço garantido de uma grande cooperativa de laticínios europeia, [FrieslandCampina], para o mês de dezembro foi de € 57,35 por 100 kg. O aumento foi atribuído às mudanças do mercado mundial. 

Na terça-feira, antes de uma reunião de governo, o Primeiro ministro polonês anunciou que o país é contra o acordo de livre comércio da União Europeia com o Mercosul (UE-Mercosul) na sua forma atual. 
Também as autoridades sanitárias da Polônia confirmaram os primeiros casos de língua azul no país. Os casos foram detectados em gado de corte em uma fazenda no sudoeste da Polônia. O rápido aumento dos preços de alguns produtos lácteos no varejo, fez com que o governo russo iniciasse uma investigação sobre a formação dos preços de laticínios. As estatísticas mais recentes publicadas pelo Serviço Estatal Russo de Estatísticas, em novembro, relata que os preços da manteiga no varejo estão aproximadamente 30% acima dos valores de dezembro de 2023. 

As condições de seca severa persistem no Mediterrâneo, Balcãs e região do Mar Negro. O Indicador de Seca (CDI) emitiu sinal de alerta para as condições de seca na Lituânia, leste da Polônia e dos Balcãs, Bielorrússia, centro leste da Ucrânia e sul da Rússia. 

Relatório USDA Tradução livre: www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

Para onde vai o dólar em 2025?
Ano recheado de incertezas internas e externas tornam ainda mais difícil projetar o rumo da moeda. Veja as projeções de especialistas e o que pode influenciar na cotação do câmbio no ano que vem. O dólar tem grandes chances de encerrar o ano com valorização de mais de 25% ante o real, comparável ao desempenho do índice de ações das 500 maiores empresas americanas, o S&P 500, que caminha para encerrar 2024 com alta de 28%, com um grande impulso das inovações trazidas pela inteligência artificial. Neste mês, a moeda americana renovou recordes, e chegou a tocar a cotação de US$ 6,20 com o aumento da percepção de risco do Brasil. E para onde deve caminhar a moeda americana em 2025? O ano é povoado de incertezas, o que torna mais difícil do que já é projetar para onde vai o dólar. Mas, segundo a mediana das estimativas do último Relatório Focus, do Banco Central (BC) divulgado no dia 16 de dezembro, a moeda deve chegar a R$ 5,85 no final do ano que vem. (Valor)

 
 

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Porto Alegre, 18 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.288


Câmara aprova texto-base do projeto de lei complementar do pacote fiscal

Parlamentares ainda precisam analisar emendas ao texto, os chamados 'destaques', o que deve ocorrer nesta quarta-feira

Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (17) o texto-base do projeto de lei complementar (PLP) do pacote fiscal por 318 votos a 149 – 61 a mais do que o necessário para que fosse votado. Os parlamentares ainda precisam analisar emendas ao texto, os chamados "destaques”, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) decidiu adiar adiar para quarta-feira (18) essa etapa

A versão aprovada foi a do deputado Átila Lira (PP-PI), relator do projeto, que desidratou parte das medidas propostas pela equipe econômica do governo Lula (PT). Apenas os partidos de oposição, PL e Novo, se posicionaram contra a proposta.

Ele retirou do projeto os artigos que permitiam à União limitar o uso de créditos tributários por parte das empresas, caso o governo federal registrasse déficit primário a partir de 2025. Esses créditos são usados pelas empresas para abater impostos devidos. 

“Esta questão vai de encontro aos contribuintes que já realizaram o seu planejamento tributário, dentro da legalidade, com base nesses valores”, escreveu o relator. A limitação dos créditos era o ponto mais polêmico do texto.

O parlamentar lembrou que o governo já tentou, no ano passado, impedir que créditos de Pis/Cofins pudessem abater tributos devidos de outra natureza, como previdenciária. A medida provisória, contudo, foi devolvida pelo Congresso Nacional, o que, segundo o relator, “demonstra a discordância do Parlamento em relação a esta temática”.

O relator também mudou um artigo do projeto para deixar claro que o superávit financeiro dos fundos públicos que será liberado apenas poderá ser usado para abater a dívida pública.

Conforme mostrou o Valor, a redação enviada pelo Executivo previa aplicação livre desse superávit, o que permitiria que o dinheiro fosse usado para pagar despesas primárias ou ser emprestado a bancos públicos. Ao todo, esses oito fundos tinham um saldo positivo de R$ 39 bilhões em 2023.

Em uma mudança de última hora no plenário, no entanto, o parecer excluiu três fundos dessa liberação. Ele retirou os fundos Nacional Antidrogas, da Marinha Mercante e de Aviação Civil porque “seus recursos são utilizados para importantes investimentos”.

Incentivos e salários
O projeto também proíbe a prorrogação, concessão e ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária se o governo federal registrar déficit primário de 2025 em diante. A vedação valerá para o ano seguinte ao em que for verificado rombo nas contas públicas.

Se houver déficit, o governo também ficará proibido de gastar com pessoal um valor superior à banda inferior do arcabouço fiscal. Isso ainda garantirá um crescimento real (acima da inflação) dos gastos de 0,6% por ano. Ou seja, essa despesa poderá continuar em expansão.

O texto ainda permite que o governo bloqueie os recursos das emendas parlamentares ao Orçamento num montante de até 15% do total. O valor terá que ser equivalente ao bloqueio das despesas discricionárias dos ministérios.
A proposta do governo também enquadra, dentro dos limites do novo arcabouço fiscal (um crescimento real entre 0,6% e 2,5%) os gastos decorrentes de criação ou prorrogação de benefícios da seguridade social pela União.

A volta do DPVAT
A principal discussão no plenário foram os protestos da oposição contra a proposta, incluída em um relatório inicial, de extinguir o Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), antigo DPVAT. O relator recuou num último parecer e manteve a manutenção do seguro, que passará a ser cobrado em 2025.

A oposição protestou e o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), propôs tratar do assunto num segundo momento para “aprofundar o debate”.

Lira adia destaques
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu adiar a conclusão do projeto de lei complementar (PLP) do pacote fiscal para quarta-feira (18) por causa do horário. Ainda falta a análise de três requerimentos do PL para suprimir ou acrescentar dispositivos ao texto (os chamados “destaques”).

A Câmara aprovou, mais cedo, o texto-base do projeto por 318 votos a 149, após a proposta do governo Lula (PT) ser desidratada pelo relator, o deputado Átila Lira (PP-PI). E rejeitou os cinco destaques de partidos da base para incluir outros assuntos dentro do projeto.

Faltam, agora, três requerimentos do PL. Os deputados decidirão nesta quarta-feira sobre a supressão da possibilidade de bloqueio das emendas parlamentares ao orçamento pelo governo, sobre a extinção do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), antigo DPVAT, e sobre a obrigação de que o Executivo persiga o centro da meta de resultado primário e não a sua banda mais baixa. (Valor Economico)


GDT 370: preços internacionais voltam a perder força

O preço médio dos produtos negociados no 370º leilão de lácteos da plataforma GDT, voltou a apresentar recuo após uma sequência de altas. Leia mais!

O preço médio dos produtos negociados no 370º leilão de lácteos da plataforma GDT, realizado no dia 17/12, voltou a apresentar recuo após uma sequência de altas. O GDT Price Index (média ponderada dos produtos) passou por uma desvalorização de 2,8% frente ao leilão anterior, atingindo o valor de USD 4.148/tonelada, como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Após consecutivas sequências de altas, todas as categorias apresentaram retração nos preços. Nesse cenário, as maiores desvalorizações percentuais ficaram para a categoria do leite em pó integral e para o leite em pó desnatado, que obtiveram, ambas, uma desvalorização de 2,9% no preço médio, sendo negociado na média de US$ 3.890/tonelada, para o leite em pó integral, e US$ 2.757/tonelada, para o leite em pó desnatado.

A muçarela registrou uma queda de 1,8%, sendo negociada a uma média de US$ 4.033 por tonelada, enquanto o queijo cheddar, que também apresentou retração nos preços, teve uma desvalorização de 0,2%, fechando a US$ 4.682 por tonelada. Além disso, a manteiga sofreu uma nova desvalorização de 0,6%, alcançando a média de US$ 6.631 por tonelada.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 17/12/2024.

No segundo leilão do mês de dezembro, o volume negociado apresentou queda. Com um total de 32.120 toneladas sendo negociadas, houve uma retração de 4,5% em relação ao volume negociado no evento anterior, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Assim como no leilão anterior, em relação aos volumes, a África (que engloba importantes compradores, como Argélia), seguiu aumentando seu volume de compras e sua participação neste último leilão. Além da África, o Sudeste Asiático e a Oceania também aumentaram suas compras no último leilão deste ano. Enquanto, em contrapartida, o Norte da Ásia, região que contempla a China, apresentou um recuo nas suas compras quando comparado ao leilão anterior, apesar de ainda ter se mantido como a região com maior participação de compradores no leilão.

No mercado futuro de leite em pó integral da Bolsa de Valores da Nova Zelândia, os contratos atuais seguem apontando para um aumento nos preços em relação aos valores registrados nos meses anteriores para contratos com vencimentos nos mesmos períodos. Conforme mostrado no gráfico 3.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e do Uruguai, países que historicamente praticam preços acima do Global Dairy Trade (GDT), em grande parte devido à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que impõe tarifas de quase 30% sobre importações de fora do bloco.

Apesar dos recuos nos resultados do último leilão GDT de 2024, os patamares dos preços internacionais permaneceram elevados, mantendo reduzida a diferença de competitividade entre os produtos do Mercosul e os de outros grandes exportadores globais. Como resultado, assim como havíamos comentado nos textos anteriores, os lácteos da Argentina e do Uruguai têm se tornado mais atrativos para diversos países importadores, aumentando a concorrência de outros países importadores com o Brasil pelas exportações regionais.

Paralelamente, a taxa de câmbio R$/dólar, que permaneceu em patamares máximos históricos, seguiu reduzindo o poder de compra dos importadores brasileiros. Nesse contexto, espera-se uma possível redução no volume importado nos próximos meses, à medida que os impactos do câmbio e da competitividade global se tornam mais evidentes.

Conheça a Valda, primeira vaca tokenizada do Brasil

Tecnologia transformou animal em garantia para o produtor rural, facilitando o acesso a crédito em instituições financeiras

"Mora" na Fazenda Capão da Imbuia, em Carambeí, no interior do Paraná, a primeira vaca tokenizada do país. Chamada Valda, o animal da raça holandesa virou mais do que "colega de trabalho" do produtor William Vriesman com a nova tecnologia no negócio. Transformou-se também em uma garantia digital na hora de acessar créditos rurais em instituições financeiras.

— Com a tokenização, conseguimos demonstrar que nossos animais cedidos em garantia estão saudáveis, bem cuidados, bem alimentados, se movimentando naturalmente, livres de desconfortos térmicos — explica Emerson Vriesman, um dos filhos do proprietário da fazenda, que viu na tecnologia blockchain e no monitoramento inteligente uma oportunidade para liderar essa transformação.

Até então, usar animais como garantia era uma dificuldade pela difícil comprovação que a instituição financeira tinha, contextualiza Luiz Caldas Milano Junior, cofundador e diretor comercial da Simple Token, que forneceu a tecnologia:

— Sem uma garantia importante, o produtor terá mais juro, mais risco da operação e um valor menos acessível.

A tecnologia foi implementada na propriedade pela startup de Milano Junior, de Florianópolis, que trabalha com blockchain e tokenização. Ou seja, transforma a representação de um ativo em digital e em blocos, que são entrelaçados entre si, permitindo que tudo fique registrado de forma segura e imutável.

Mas a tokenização só foi possível graças às coleiras inteligentes da agtech COWMED, de Santa Maria, que monitoram a saúde e o bem-estar das vacas em tempo real, utilizando IoT (Internet das Coisas) e inteligência artificial, na propriedade.

O próximo passo agora é expandir para outras propriedades e Estados, incluindo o Rio Grande do Sul. E, à coluna, a Simple Token adiantou que já há negociações. (Zero Hora)


Jogo Rápido

SEGUNDA PARCELA: Injeção com 13° será de R$ 125 bi
A economia brasileira deverá receber uma injeção de R$ 125,6 bilhões com o pagamento da segunda parcela do 13° salário. A estimativa da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é 4,8% superior aos R$ 119,8 bilhões pagos no ano passado. Segundo a pesquisa da CNC, que analisou a intenção de consumo, a maior parte, R$ 44,1 bilhões, ou 35%, deverá ser gasta com compras de fim de ano. Os setores mais beneficiados deverão ser vestuário e calçados (80%), livrarias e papelarias (50%) e lojas de utilidades domésticas (33%). (Correio do Povo)

 
 

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Porto Alegre, 17 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.287


Rastreabilidade bovina será gradual e obrigatória a partir de 2027

De acordo com o Ministério da Agricultura, o sistema permitirá monitorar e registrar o histórico, a localização e a trajetória de cada animal identificado

O Ministério da Agricultura e Pecuária vai anunciar nesta terça-feira (17/12) o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos. O processo de rastreabilidade dos animais será gradual ao longo dos próximos sete anos, feito por categoria e tipo de movimentação do rebanho. A adesão será obrigatória — tema que exigiu intensa articulação entre governo, frigoríficos e o setor produtivo, principalmente com os pecuaristas que defendiam um sistema voluntário.

Haverá uma fase de adaptação em 2025 e 2026. O período será usado para o desenvolvimento de banco de dados e a realização de testes técnicos. A adoção obrigatória no campo começará, efetivamente, a partir de 2027. Em 2032, o sistema deverá estar plenamente operacional.

O plano deve prever a rastreabilidade individual a partir da primeira movimentação do bovino até o abate nos frigoríficos, sem a necessidade de registro de todos os animais no nascimento.

A proposta inicial foi alterada. Ela dividia o país em blocos para indicar a implementação gradual e regionalizada das medidas. Agora, a identificação dos animais deverá ser adotada conjuntamente, em todo o país, mas haverá diferentes prazos para cada tipo de movimentação: com destinação ao abate, para trânsito interestadual, de primeira movimentação na fazenda, entre outros.

No primeiro ano de obrigatoriedade, por exemplo, em 2027, aqueles que participam de protocolos privados e os rebanhos que já fazem manejo sanitário, como os animais submetidos obrigatoriamente à vacinação contra brucelose, deverão fazer a identificação individual com brincos. Um dos pontos do plano deve ser o abandono da marca com fogo nesses bovinos.

Em 2032, é prevista a identificação de 100% dos animais destinados ao abate, que é a última movimentação no ciclo de vida do animal. Também haverá obrigatoriedade para a primeira movimentação, como na saída de bezerros do sistema de cria para recria ou engorda, por exemplo, ou qualquer outra negociação entre fazendas.

Uma fonte que participou do grupo de trabalho que discutiu o plano com o Ministério da Agricultura, porém, disse que o prazo de transição consensuado foi de oito anos. Serão dois anos para que o governo entregue o sistema integrado com os controles estaduais. A partir daí, começará a fase de obrigatoriedades, sendo gradual nos primeiros três anos para a identificação das fêmeas do protocolo de vacinação obrigatória e mais três anos para a movimentação de todo o rebanho nacional.

O prazo só passa a contar a partir da entrega do sistema pelo ministério, enfatizou esse integrante do GT.

Discutida por vários anos em conjunto com produtores rurais, indústrias e exportadores, a iniciativa pretende alcançar a rastreabilidade animal completa no país, item cada vez mais cobrado nas negociações internacionais para aberturas de mercado.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o sistema permitirá “monitorar e registrar o histórico, a localização e a trajetória de cada animal identificado”. Os objetivos são fortalecer os programas de saúde animal, aumentar a capacidade de resposta a surtos epidemiológicos e reforçar o compromisso do Brasil com os requisitos sanitários exigidos pelos mercados internacionais, disse a Pasta, em nota.

Foco na sanidade
O foco ainda é o controle sanitário, para o acompanhamento individual da vida dos animais e a garantia da sanidade da carne produzida no país. O plano não deve prever a implementação de medidas de rastreabilidade socioambiental, por exemplo. Um executivo da indústria frigorífica, no entanto, pondera que esse é um requisito que será incluído naturalmente nos programas da cadeia bovina nos próximos anos.

“O pano de fundo tem a questão ambiental envolvida, mas o plano tratado com o ministério é somente sanitário”, disse a fonte. (Globo Rural)


GDT - Global Dairy Trade

Fonte: GDT editado pelo Sindilat RS

Apesar de atuação do BC, dólar renova pico histórico

Ibovespa cai pelo terceiro dia, cedendo na linha dos 124 mil pontos

O dólar abriu a semana em alta firme no mercado local e renovou pico nominal histórico, apesar de novas intervenções do Banco Central, com leilão de linha e de venda de divisas à vista, que somaram US$ 4,628 bilhões. 

Segundo operadores, o real sofre com as incertezas fiscais, diante do risco de desidratação das medidas de contenção de gastos durante a tramitação no Congresso, e as remessas de moeda ao exterior por parte de fundos e empresas.

Nova rodada de deterioração das expectativas de inflação revelada pelo Boletim Focus de ontem, apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter acenado com mais duas altas de 1 ponto porcentual da taxa Selic, e declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva críticas ao nível da taxa de juros contribuíram para aumentar o desconforto entre investidores.

Com máxima a R$ 6,0986 na primeira meia hora de negócios, o dólar rodou ao longo da tarde entre R$ 6,07 e R$ 6,08. Nos últimos minutos da sessão, a divisa voltou a acelerar, de olho no noticiário fiscal, e fechou em alta de 1,03%, cotada a R$ 6,0934. 

Já o Ibovespa se firmou em baixa e emendou a terceira perda diária nesta abertura de semana, cedendo a linha dos 124 mil na reta final. Na maior parte do dia, o índice da B3 operava colado à estabilidade, mostrando variação de apenas 675 pontos entre a mínima e a máxima, quando veio a piora em direção ao fechamento. 

Ao fim, marcava 123.560,06 pontos, em queda de 0,84%, no menor nível desde 26 de junho, então abaixo dos 123 mil. O giro ficou em R$ 22,78 bilhões. No mês, o Ibovespa cai 1,68% e, no ano, cede 7,92%.


Jogo Rápido

Relator da reforma diz à CNN que reduzirá IVA em 0,7 ponto percentual
Relator do principal projeto de regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG) disse em entrevista à CNN que trabalha para reduzir a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) entre 0,65 e 0,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao texto do Senado. Cálculos mostram que o IVA do texto aprovado pelo Senado Federal gira em torno de 28%, superior àquele referente à redação anteriormente chancelada pela Câmara dos Deputados. Uma das mudanças que permitirá esta redução, segundo o parlamentar, é a retirada dos serviços de saneamento do grupo que terá desconto de 60% do imposto. Nos cálculos do relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), a inclusão do saneamento neste grupo teve um impacto de 0,38 p.p. “Achamos o cashback mais adequado”, disse à CNN. A devolução de impostos aos mais pobres em água e saneamento será de 100% da CBS (novo imposto nacional) e 20% do IBS (novo imposto subnacional).Reginaldo Lopes reforçou que a trava de alíquota em 26,5% será mantida. Também destacou que a Câmara é a Casa que dará a palavra final sobre o texto. Isso porque a tramitação de projeto de Lei Complementar (PLP) é finalizada na Casa onde o processo foi iniciado. O deputado voltou ainda a indicar que acredita em um gap de conformidade acima de 3 p.p. — ou seja, que o IVA começará a operar na casa dos 25%. Essa tese diz respeito a ganhos com combate à sonegação, fraude e inadimplência com o novo sistema tributário que levará à redução do imposto. (CNN)