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Porto Alegre, 21 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.761

Impacto da greve eleva preço do leite no RS
 
Como resultado da redução de captação durante a greve dos caminheiros no final de maio, o preço do leite registrou alta de 6,76% no Rio Grande do Sul. Segundo dados dos primeiros dez dias de junho, divulgados pelo Conseleite nesta quinta-feira (21/06), na sede da Farsul, em Porto Alegre (RS), o valor de referência projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio, que ficou em R$ 1,1035. O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%. O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo mussarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). A tendência é que os valores se mantenham nesse novo patamar motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Além disso, explica o vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, muitas vacas que estavam em fase de lactação foram "secas" propositadamente no período da greve, impactando no volume desta temporada de outono.
 
O professor da UPF Eduardo Finamore explica que houve queda expressiva na quantidade produzida pelas indústrias em função da greve, algo que não há como ser recuperado. Levantamento do Conseleite indica que as indústrias gaúchas comercializaram um volume equivalente a 108 milhões de litros em maio de 2018, 16,7% menos do que os 126 milhões de litros de leite de abril. "Não se pode considerar que a valorização dos produtos foi boa porque, ao mesmo tempo, houve redução de produção com a greve. O prejuízo foi diferente de empresa para empresa, mas a queda de quantidade trouxe impacto direto no lucro das indústrias", pontuou Finamore. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, acrescentou que a greve agravou a crise no campo. "Foi uma pá de cal em muitos produtores que já estavam com dificuldades por inúmeros outros fatores como estradas precárias, falta de energia e incentivo".
 
Apesar da alta no valor do leite em junho, Guerra destacou que os valores acumulados no Rio Grande do Sul ainda estão abaixo dos de 2017. Segundo levantamento semestral apresentado pelo Conseleite nesta quinta-feira, de janeiro a junho de 2018, dez dos 13 produtos avaliados estão com valores abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior: leite UHT (-5,48%), leite pasteurizado (-5,87%), leite em pó (-7,73%), leite condensado (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo mussarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017.  
IN 62 - Durante a reunião, representantes dos produtores e indústria ainda debateram o texto que está em consulta pública e propõe mudanças na IN 62, que regula os padrões de qualidade e produção no setor lácteo. O prazo para sugestões termina na segunda-feira (25/6), mas as lideranças do segmento entendem que há muito a ser debatido e ajustado. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou, ponto a ponto, as principais dificuldades que o setor terá para adaptar-se ao que está sendo proposto e as alterações que estão sendo sugeridas pelo Sindilat, como ajustes na temperatura de leite na plataforma e no monitoramento de unidades formadoras de colônia. "O novo texto limpa inúmeras legislações que hoje regem o setor e concentra em apenas duas INs o regramento. A proposta desburocratiza o setor, mas precisa de ajustes", salientou Palharini. 
 
O produtor e diretor da Farsul Jorge Rodrigues questionou o alto rigor das medidas propostas, o que, segundo ele, é inviável de ser cumprido neste momento. "Essas regras foram feitas dentro de um gabinete, sem avaliar a realidade do campo. Há muitas coisas aqui que não poderão ser cumpridas e precisarão ser revistas daqui a dois anos", criticou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)  

Foto: Carolina Jardine
 

Fórum Itinerante do Leite debate desafios da mão de obra em Santa Rosa

O 6º Fórum Itinerante do Leite, que será realizado na terça-feira (26/6), reunirá especialistas, produtores, autoridades e líderes de entidades do setor para debater a importância da mão de obra e os desafios da cadeia leiteira. Através de painéis, os palestrantes convidados mostrarão que uma produção em boas mãos pode gerar ótimos resultados. O evento, que também contará com oficinas, terá transmissão ao vivo pelo Canal Rural, das 9h às 12h, diretamente do Ginásio do Instituto Federal Farroupilha (UFFar) - Campus de Santa Rosa. O Fórum será apresentado pela jornalista Kellen Severo, do Canal Rural.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, é preciso união para qualificar a mão de obra disponível no campo e elevar o treinamento das equipes aos novos padrões de qualidade exigidos do produtor e da indústria, como o uso de tecnologia. "O fórum é uma oportunidade de integrar representantes da indústria, do setor de produção e da área acadêmica para trabalharem em busca de novas oportunidades para o setor", afirma. Guerra ressalta que, neste momento, é importante que as pessoas mantenham a atividade produtiva, porque o agronegócio é o futuro da economia brasileira. 

Na ocasião, serão realizados dois painéis técnicos. O primeiro enfocará a sucessão familiar, cooperação e terceirização de mão de obra. Já o segundo painel analisará gerenciamento, inovação e automação da ordenha. Os debates terão a participação do secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Pedrinho Signori; do coordenador da Comissão de Leite da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Jorge Rodrigues, e do presidente do Sindilat. À tarde, ocorrerão oficinas técnicas sobre gestão da atividade leiteira, produção orgânica e bem-estar das vacas. Também está agendada uma reunião técnica sobre tuberculose e brucelose. Cada participante poderá optar por uma das quatro oficinas.

O Fórum é uma realização do Sindilat/RS, do Canal Rural, do Fundesa, do Sistema Farsul e da Fetag-RS. O evento tem apoio técnico do Instituto Federal Farroupilha - Campus de Santa Rosa, da Emater-RS e da Embrapa. O apoio institucional reúne AGL, AMGSR, APL, Apil, Gadolando, Jersey-RS, Coopermil, Cotrimaio, Fahor, Famurs, Fecoagro, Fema, Instituto Senai, Ministério da Agricultura, Ocergs- Sescoop, Prefeitura de Santa Rosa, Secretarias Estaduais da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) e Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Setrem, Sicredi e Unijuí. 

As inscrições podem ser realizadas gratuitamente no site do Canal Rural. Durante o Fórum, os palestrantes irão responder ao público presente no evento e aos que o assistem, através do WhatsApp (11) 98524-0073 e/ou do Facebook do Canal Rural.

AGENDA DO EVENTO

8h - Credenciamento e welcome milk
8h30min - Saudações - Participação de representantes da prefeitura de Santa Rosa, da Famurs, da Embrapa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Emater-RS e da Secretaria do Desenvolvimento Rural-RS.
9h - Abertura do 6ª Fórum Itinerante do Leite: Desafios da mão de obra - Quando a produção está em boas mãos, os resultados aparecem (transmissão ao vivo pelo Canal Rural) 
Renata Rotta, diretora-geral do Campus Santa Rosa do Instituto Federal Farroupilha (IFFar)  
Rogério Kerber, presidente do Fundesa -  Ações desenvolvidas pelo Fundesa
9h20min - Painel: Sucessão familiar, cooperação e terceirização
Ivar José Kreutz, assistente técnico regional em Criações da Emater-RS - Importância da mão de obra e desafios a serem enfrentados na atividade leiteira
Mariane Moz, médica veterinária e produtora de leite em Tuparendi, RS - Investindo na atividade leiteira para garantir a sucessão familiar 
Marjori Ghellar, gestora financeira e produtora de leite em Tuparendi, RS - Terceirização de atividades e cooperação entre produtores para viabilizar a produção de leite
Participação de debatedores: representantes da Fetag-RS, da Farsul e do Sindilat-RS
10h15min - Perguntas 
10h45min - Painel: gerenciamento, inovação e automação
Paulo Tadatoshi Hiroki, médico veterinário e coordenador da Macrorregião Norte da Emater-PR - Planejando o parto das vacas para garantir férias para os produtores de leite 
Ezequiel Nólio, administrador do Tambo Nólio, Paraí, RS - Porque investimos em robotização da ordenha (primeiro robô de ordenha do RS)
Participação de debatedores: representantes da Fetag-RS, da Farsul e do Sindilat-RS
11h30min - Perguntas 
12h - Encerramento do fórum ao vivo
12h15min - Almoço no local
12h35min - Programa Mercado & Cia ao vivo pelo Canal Rural
14h - Oficinas:

Oficina 1 - A atividade leiteira sob o olhar das mulheres
Local: Ginásio do IFFar Santa Rosa
Vanessa Matraszek Gnoatto, da Emater-RS, moderadora 
Adriana Deak, produtora de leite em Santa Rosa, RS
Sandra Dal Pai Gnatta, produtora de leite em Porto Mauá, RS
Maria Sivert, produtora de leite em Senador Salgado Filho, RS
Aline Traesel Angst, produtora de leite em Santo Cristo, RS

Oficina 2 - Produção orgânica de leite e laticínios
Local: Auditório do IFFar Santa Rosa
Edna Nunes Gonçalves, do Instituto Federal Farroupilha, moderadora
Michele de Castro Iza, Ministério da Agricultura - RS  
Eliseu Pelenz, produtor de leite em fase de transição para a produção orgânica em Santo Cristo,RS
Cleber Jonas Weschenfelder e Eliezer Augusto Werner, produtores de leite orgânico e diretores da Cooperflor, Guarujá do Sul, SC
Agaciel Fiorentin, especialista de região leiteira Nestlé, São Paulo e Paraná

Oficina 3 - O clima e o bem-estar das vacas leiteiras
Local: Sala 212 do IFFar Santa Rosa
Joney Cristian Braun, da Emater-RS, moderador
Vanderley Porfírio da Silva - Embrapa Florestas, Colombo, PR
Carlos Bondan, UPF, Passo Fundo, RS
Jandir Konzen, produtor de leite em Campina das Missões, RS
Adolar Kessler, produtor de leite em São Paulo das Missões, RS

Oficina 4 - Reunião técnica sobre tuberculose e brucelose
Local: Sala 213 do IFFar Santa Rosa
Gustavo Groff, prefeitura municipal de Senador Salgado Filho, RS, moderador
Ana Cláudia Groff, Seapi-RS
Rodrigo Pereira, Ministério da Agricultura
Roberto Lucena, Ministério da Agricultura
Rogério Kerber, Fundesa
Jair da Silva Mello, CCGL
16h - Encerramento da programação (Assessoria de Imprensa Sindilat) 

CONSELEITE - SANTA CATARINA

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Junho de 2018 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Maio de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Junho de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.

Nesta reunião o Conselho aprovou os resultados dos estudos da Câmara Técnica relativos aos custos de produção de produtores e indústrias que resultam em novos valores de referência para os derivados lácteos considerados no modelo. Foram alterados os parâmetros de qualidade do Leite Padrão de acordo com a legislação e as estatísticas relativas ao leite recebido pelas empresas participantes do Conseleite-Santa Catarina. Foram alteradas também as escalas de ágios e deságios para os parâmetros de qualidade e volume. (Faesc)

Fazendas brasileiras se preparam para produzir leite orgânico

Leite orgânico - Propriedades rurais de várias regiões do país estão se estruturando para produzir leite orgânico e algumas procuraram a Embrapa em busca de conhecimento técnico. O curso de Pecuária Leiteira Orgânica, que teve seu primeiro módulo realizado nos dias 15 e 16 de junho em Serra Negra (SP), recebeu produtores e técnicos do Rio de Janeiro, Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, Alagoas e Ceará. O grupo volta a se encontrar para o segundo módulo nos dias 27 e 28 de julho, na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos.

Tecnologias serão detalhadas durante os cinco módulos, que vão até outubro. Mas a intenção é que os inscritos terminem a capacitação sabendo fazer a gestão das tecnologias mais adequadas para cada propriedade a partir de uma visão sistêmica. "Algumas técnicas estão sendo recomendadas a produtores de leite sem necessidade", disse o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste e líder do projeto Balde Cheio em Rede, André Novo.Segundo ele, é difícil analisar números frios da pecuária leiteira. "Um produtor que tirava 200 litros de leite e seis anos depois continua tirando 200 litros é um exemplo de fracasso? Nem sempre. Ele diversificou a propriedade? Produzia em 50 hectares e agora produz em 5 ha? Protegeu áreas de preservação permanente?", questionou. Ou seja, as condições de produção precisam ser conhecidas. Para isso, a anotação de dados zootécnicos e econômicos é fundamental.

André disse que há três pilares para se mudar uma propriedade que produz leite e que concentram a maioria dos problemas: alimentação (quantidade e qualidade), manejo (sombra, água, ordenha, período seco) e sanidade (verminose, esquema de vacinação). Além dessas dimensões fundamentais, o produtor de leite precisa estar muito atento à administração (controle e planejamento), estrutura do rebanho e melhoramento (reprodução e persistência).
 
DECISÃO
Na fazenda que recebeu o grupo, a Nata da Serra, o proprietário Ricardo Schiavinato contou sua história com os orgânicos. Ele aderiu ao modelo de produção por necessidade, e não por ideologia. "Foi meu último suspiro. Se não desse certo, teria que mudar de vida", afirmou. A propriedade vinha enfrentando dificuldades quando o pai de Ricardo, que é dentista, percebeu que o filho não permitia que a família consumisse a própria produção. "Tem alguma coisa muito errada. Você não come o que produz?", quis saber.
Ricardo começou a conversão para orgânicos em 1997, com hortaliças. O sucesso com os vegetais foi visível - "produzia com altíssima qualidade e produtividade" - mas a produção de leite permanecia no modelo convencional. No entanto, Ricardo havia percebido que o mercado demandava um leite diferenciado. Foi quando ele procurou a Embrapa em busca de conhecimento técnico. Isso aconteceu em 2007. Na primeira visita à fazenda Nata da Serra, André Novo ficou impressionado com a qualidade do morango e do tomate que Ricardo produzia. "Mas o leite realmente era ruim", lembra André. Como o centro de pesquisa de São Carlos não tinha experiência com pecuária leiteira orgânica, eles começaram naquela época a desenvolver uma experiência de aprendizado conjunto. Tecnologias foram testadas na propriedade e agora todo o conhecimento acumulado nesses 11 anos está sendo compartilhado no curso.

Nesse primeiro módulo, foram abordados temas conceituais da pecuária leiteira orgânica. Além de André e Ricardo, também fizeram palestras Carlos Armênio Khatounian, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), e Sérgio Homma, da Fundação Mokiti Okada. Armênio fez um relato da agricultura desde a pré-história até a atualidade e Homma falou, entre outros assuntos, das diretrizes da natureza para criar e manter a fertilidade do sistema. Em seguida, o anfitrião levou os convidados para um breve passeio pela propriedade. Todos puderam ver a recuperação de mata ciliar, piquetes com diferentes tipos de forrageiras, diversificação de culturas, animais com qualidade genética, sistema de irrigação, silagem de capim, bebedouros e cochos, entre outras estruturas.

As 40 vagas foram esgotadas e já existe fila de espera para uma próxima capacitação. O curso foi articulado pela Secretaria de Inovação e Negócios, da Embrapa, e está sendo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste e Fazenda Nata da Serra. As empresas Nestlé e Socil, do Grupo Neovia, são patrocinadoras. Esalq, Fundação Mokiti Okada, Gold Seeds Agronegócio e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apoiam o evento. As fotos do primeiro módulo podem ser conferidas aqui. (Embrapa)

 
 

Produção, consumo e importações de lácteos cresceram na China
Leite/China - A produção de leite chinesa subiu perto de 2% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com o último relatório do Rabobank, com a expectativa de que suba 2,5% no segundo semestre de 2018. O principal impulsionador foi o aumento da rentabilidade animal, uma vez que o número de vacas se mantém relativamente, estável entre 2017/2018. Além disso, grandes investimentos na cadeia de frio e melhoria na capacidade de armazenamento no verão incentivaram o crescimento da produção. O consumo permanece com crescimento forte acompanhando 2017, com a confiança do consumidor atingindo o maior nível dos últimos dez anos, no primeiro trimestre de 2018. Algumas processadoras nacionais registraram crescimento de 14% no lucro anual. Assim sendo, a demanda doméstica por leite fluido, queijo, manteiga e leite em pó desnatado deverá continuar aumentando. Com a demanda doméstica aumentando continuamente acima do crescimento da produção, o volume das importações líquidas também subiram 11% no primeiro trimestre de 2018 e a expectativa é de que atinjam níveis recordes similares aos observados em 2017. Enquanto as perspectivas de curto prazo para o mercado de lácteos chinês continuam melhorando, as tensões comerciais elevam o grau de incertezas para as previsões. A disputa comercial latente com os Estados Unidos poderá ter impactos negativos sobre o crescimento econômico, as taxas de câmbio e a demanda doméstica. (AHDB - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)
 
 

Porto Alegre, 20 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.760

   Para Cade, tabela do frete contraria "interesse dos consumidores"

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal se colocando contra a proposta de tabelamento do preço do frete rodoviário, resultado de acordo entre governo e caminhoneiros após dez dias de paralisação. "Existem muitas evidências de que o que esta sendo proposto como tabelamento do preço do frete é claramente contrário ao interesse dos consumidores e dos próprios caminhoneiros, pois irá aumentar os preços dos bens finais no curto prazo e gerar graves distorções na dinâmica concorrencial do transporte rodoviário de cargas no médio e longo prazos", afirma o parecer assinado pelo presidente do Cade, Alexandre Barreto, pelo superintendente-geral do órgão, Alexandre Cordeiro, e pelo procurador da autarquia, Walter Agra. 

Segundo documento, o "tabelamento de preços mínimos acaba gerando, ao final, o resultado semelhante ao de uma cartelização, ou seja, a uniformização dos preços de agentes que deveriam concorrer no mercado por meio da oferta de melhores serviços". O parecer afirma que "embora seja a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a agência que regula o preço mínimo do frete, tem-se que o processo de fixação dos preços mínimos contará, de agora em diante, com a participação de diversos concorrentes do setor, aumentando, assim, preocupações de caráter concorrencial derivadas de tais tabelas mínimas de preço". Para o Cade, "concorrentes sentando à mesa para debater custos setoriais comuns representa uma afronta ao princípio da livre concorrência, expresso na Constituição". 

O órgão reconhece que em determinadas situações, outros interesses da sociedade podem se sobrepor ao de livre concorrência, mas que esse não seria o caso nos fretes. Em Assunção, onde participou de reunião de cúpula do Mercosul, o presidente Michel Temer disse ontem não acreditar que o acordo alcançado com os caminhoneiros esteja ameaçado por causa da posição do Cade. Temer afirmou que a medida está sob análise da Justiça e que obedecerá ao que determinar o STF sobre o caso. "Acho que [o parecer do Cade] não [atrapalha uma solução definitiva para a crise]" disse Temer. "Nós fizemos uma grande composição com os caminhoneiros. [...] Agora, se o Supremo decidir de outra maneira, evidentemente vamos obedecer ao Supremo." (Valor Econômico)
 
 

GDT: índice de preços cai 1,2% com destaque para os queijos

Nesta terça-feira (19/06), ocorreu o 214º evento GDT (Global Dairy Trade), cujo índice de preços apresentou queda de 1,2%, fechando em US$ 3.481/tonelada. No leilão, foram negociadas 21.634 mil toneladas de lácteos, aumento de 0,3% ao compararmos com as 21.580 mil toneladas do leilão anterior. Também, houve aumento de 2,2% na comparação com as 21.171 mil toneladas negociadas no segundo leilão do mês de junho de 2017.

O motivo principal pela queda de preços neste evento é a variação negativa de um conjunto de produtos em relação ao leilão anterior. Podemos destacar os leites em pó, com o integral a US$ 3.189/tonelada (-1,0%) e o desnatado, a US$ 2.003/tonelada (-1,1%). Vale destacar que o leite em pó desnatado apresentou valorização de preços nos últimos quatro leilões. A alta demanda internacional por manteiga culminou em um excesso de oferta de leite em pó – principalmente o desnatado - fato que contribuiu para a pressionada nos preços.

O AMF (Anhydrous Milk Fat) foi negociado a US$ 6.060/tonelada (-2,5%) e os queijos, a US$ 3.847/tonelada, com estes, ‘carimbando’ a maior variação negativa de todo o leilão (-3,6%). Ao contrário desses produtos, a manteiga (com um preço médio de US$ 5.611/tonelada) e a lactose (com um preço médio de US$769/tonelada), apresentaram variações positivas em relação ao leilão anterior, de 0,8% e 8,2% respectivamente. (Milpoint)

Leite UHT 

Após três meses de altas consecutivas no mercado atacadista de São Paulo, o preço do leite UHT recuou 0,38% entre abril e maio, fechando a R$ 2,3986/litro, em média, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de maio/18) – frente a maio de 2017, a baixa é de 10,77%. 

Os dados foram levantados por meio das pesquisas diárias realizadas pela equipe do Cepea com o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). De acordo com colaboradores do Cepea, na primeira quinzena de maio, os preços começaram a recuar, devido à baixa demanda pelo leite longa vida. Assim, a prática de promoções ganhou força e a concorrência entre empresas aumentou. Na segunda quinzena, os preços continuaram em queda, devido à paralisação dos caminhoneiros, que comprometeu tanto o fornecimento de matéria-prima quanto o transporte de derivados nos canais de distribuição, travando as negociações. 

Quanto ao queijo muçarela, o preço permaneceu em alta pelo terceiro mês consecutivo, fechando a R$ 16,88/kg, em média, em valores reais, elevação de 6,97% quando comparada ao valor de abril/18 e de 3,69% frente a maio/17. A baixa oferta de matéria-prima no campo e a procura aquecida levou ao cenário de aumento nas cotações. A pesquisa quinzenal de derivados lácteos também verificou a valorização dos queijos em maio, com aumento de 2,81% no preço da muçarela e 2,25% no do queijo prato, em relação ao mês anterior, fechando a R$ 16,09/kg e R$ 16,59/kg, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de maio/18), respectivamente - considerando-se a média nacional (inclui GO, MG, PR, RS e SP). Para os outros derivados, houve variações menores que 1%. (Cepea)

  

Exportação de lácteos 

Em maio, o volume de lácteos vendido pelo Brasil ao mercado internacional chegou ao menor patamar desde 2010, totalizando 2,4 milhões de litros em equivalente leite. Entre abril e maio, a baixa é de 55,1% e, frente a maio de 2017, de 65,4%. Os embarques mais baixos são resultado da menor produção brasileira de leite, intensificada pelo início da entressafra, além do desestímulo de produtores frente aos baixos preços no início de 2018. Os lácteos mais exportados pelo Brasil foram os queijos, com 52,8% de participação no total, seguidos do leite condensado, com 41,1%. 

Os principais destinos dos produtos brasileiros foram o Chile, Paraguai e Rússia, com participações de 22,3%, 20,1% e 13,8%, respectivamente. Em contrapartida, a Argentina, que normalmente está entre os principais compradores de lácteos do Brasil, ficou em nono lugar em maio, com apenas 3,8%. Quanto às importações, o Brasil adquiriu 102 milhões de litros em equivalente leite em maio, 13,8% maior do que em abril, mas 14,9% menor do que em maio de 2017. Os principais produtos importados continuaram sendo o leite em pó, com 75,5% de participação no total e os queijos, com 22,3%. A Argentina e o Uruguai continuaram liderando as vendas de lácteos ao Brasil, com 50,3% e 40,7% de representação no total, respectivamente. 

A importação de leite em pó aumentou 15,1% se comparado a abril, mas recuou 8,5% frente a maio do ano passado. As compras brasileiras de queijos, por sua vez, foram 10,3% maiores em relação às do mês anterior; porém, estiveram 31,5% menores em relação a maio de 2017. Assim, considerando-se as importações de lácteos em geral, houve queda de 35,3% no volume total acumulado de janeiro a maio de 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Com o aumento das importações e a diminuição das exportações, a balança comercial se manteve negativa em 99,4 milhões de litros de leite, ou 42,1 milhões de dólares. (Cepea)

 

PIB/AR
O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina subiu 3,6% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado ficou acima das estimativas da Trading Economics, que previam crescimento de 3,4%. Em termos dessazonalizados, o crescimento na passagem do quarto trimestre de 2017 para o primeiro trimestre deste ano foi de 1,1%. (Estadão)