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Porto Alegre, 04 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.891

  Secretaria da Fazenda informa novo valor da UPF para 2019

O novo valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF), que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2019, está fixado em R$ 19,5356. A UPF serve como indexador para corrigir taxas e tributos cobrados pelo Estado e sofreu correção de 3,86% com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-E). Ao longo de 2018 a unidade estava fixada em R$ 18,8094.

Para a correção de impostos, como Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD), o novo valor da UPF passa a valer já no primeiro dia útil do ano. Em relação ao valor de taxas, a nova referência passa a vigorar 30 dias após a data de publicação.

A UPF 2019 foi fixada por meio de instrução normativa da Receita Estadual, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de 27/12/2018. (Sefaz)

 

Quais são as perspectivas para o mercado lácteo da China nos próximos 5 anos?

A China verá um potencial de crescimento significativo no consumo de leite orgânico, iogurte e queijo, impulsionado pela crescente demanda por produtos premium. De acordo com um novo relatório, o público principal é composto majoritariamente por consumidores conscientes sobre questões de qualidade.

Nos próximos cinco anos, as vendas de queijo terão uma taxa de crescimento anual composta de mais de 20%. Em 2023, o consumo per capita de queijos terá consideravelmente expandido e o crescimento contínuo de produtos lácteos sólidos, como o leite em pó, será uma tendência futura, de acordo com o relatório New Horizon 2023 divulgado pela Sino-Dutch Dairy Development Center.

"Os consumidores na China são muito exigentes. Mais pessoas estão dispostas a pagar por produtos lácteos premium, ultra-premium e inovadores", disse Rahul Colaco, presidente da produtora de lácteos holandesa FrieslandCampina China e presidente do conselho de supervisão SDDDC. "Há uma grande tendência no consumo de lácteos na China, impulsionada pela popularidade do chá com leite, pizzas e hambúrgueres de estilo ocidental", disse ele.

"Enquanto isso, os consumidores chineses estão buscando uma nutrição mais personalizada. A população idosa, ou aqueles que têm necessidades médicas e praticam esportes, estão buscando produtos mais especializados e alimentos funcionais. Além disso, espera-se que as cidades chinesas de menor escala experimentem um grande crescimento desse mercado. Para o mercado de nutrição infantil, cerca de 50% do crescimento virá de cidades menores", afirmou o presidente.

Nos próximos cinco anos, o volume total de consumo de produtos lácteos na China crescerá de 15% a 20% e o consumo per capita de leite cru chegará a 40 quilos. Atualmente na China, a cifra é de cerca de 36 quilos por ano, enquanto é de 50 quilos no Japão e na Coreia do Sul.

Durante o período de cinco anos, a receita de vendas de produtos lácteos aumentará em mais de 3% ao ano. O mercado de leite refrigerado terá um crescimento de vendas de 8% ao ano e as vendas de iogurte e leite orgânico deverão crescer mais de 10% ao ano, segundo o relatório. "As principais empresas chinesas de laticínios Yili Group e Mengniu Dairy Co devem aumentar suas vendas em 30 bilhões de yuans (US$ 4,35 bilhões) para 50 bilhões de yuans (US$ 7,24 bilhões) nos próximos cinco anos. Elas esperam se juntar aos cinco maiores produtores globais de leite", disse Li Shengli, professor da Universidade Agrícola da China.

O relatório do setor lácteo foi divulgado pelo SDDDC, co-fundado pela Universidade Agrícola da China, Universidade de Wageningen e Royal FrieslandCampina em 2013. O centro tem como objetivo melhorar os níveis de produção, segurança e qualidade dos produtos lácteos na China com a ajuda de laticínios holandeses especializados em produção. (As informações são do TheCattleSite, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

Argentina – “O Panorama leiteiro para 2019 é muito ruim”, diz Eduardo García Maritano

“O panorama leiteiro para 2019 é muito ruim, porque a única expectativa de que o setor melhore é com a redução de mais produtores. O ajuste se daria com queda na oferta de matéria prima, o que resultaria em melhorar o preço ao produtor.

Mas, preço não é igual venda. Ou seja: não é porque o preço será mais alto que a atividade será rentável. É muito triste que esta atividade seja dependente do ajuste da oferta”. Essa foi a resposta dada a Bichos de Campo por Eduardo García Maritano, especialista do setor lácteo e dirigente das Confederações Rurais Argentinas (CRA) em Santa Fe, ao estabelecer um balanço da atividade em 2018 e projetar o cenário para o ano novo. 

Em relação ao lançamento do Mercado de Futuros para o leite, uma iniciativa impulsionada pelo Governo que começou a funcionar no dia 15 de dezembro, o dirigente a considerou apenas um paliativo, porque o mais importante deveria ser consolidar primeiro o mercado disponível: “Por um lado o Governo diz que não irá intervir em transações entre entes privados, e lança um mercado de futuros sem antes ter um mercado disponível consolidado. Isso é o mesmo que construir a casa a partir da caixa d’água”, ironizou. “É fundamental a caixa d’água, mas, não é a primeira coisa que se coloca quando se vai construir uma casa”, acrescentou.

É possível ter um mercado disponível na atividade leiteira? García Maritano diz que “é possível definir um preço disponível, porque os preços são construídos. Se existem transações, é possível criar o mercado onde a oferta e a demanda traduzam os preços, precisamente. O leite não é um objeto à venda, é uma oferta. Eu posso vender uma novilha, ou um saco de soja, mas, não posso vender o leite que é ordenhado todos os dias; ele gera uma oferta, um termo tipificado como tal no Código Civil e Comercial”, explicou.

“Continuamos com uma atividade que acaba não sendo estabelecida como negócio. Não há regras claras do jogo e não há sistemas de formação de preços. Não podemos pensar em leite como soja ou gado. Usamos o exemplo para ser entendido, mas, requer mais esforço, porque é uma situação mais complexa”, acrescentou o líder.

O modelo de referência leiteiro da CRA, “existe sempre um contrato. O que muda é a modalidade que se aplica. Claramente a transação que tipifica a transferência de propriedade do leite do produtor para a indústria é uma oferta. Não é a única forma, mas é a mais adequada”.

Em relação ao último boletim do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), onde afirma que a maior parte dos produtores de leite da Argentina produzem menos de 3.000 litros diários, García Maritano alertou que “aceitam como uma coisa natural, isto de que os produtores pequenos devem desaparecer. Mas, diz que o Brasil triplicou sua produção, em um período em que a Argentina está estagnada, e que a média dos produtores de leite do país é de 19 vacas. Portanto, não é certo que não se pode crescer com pequenos produtores. O tema passa pela falta de regras comerciais claras”. (Bichos de Campo – Tradução livre: Terra Viva)

 
Analistas preveem melhor cenário de preços para 2019
A primeira licitação do ano apresentou a terceira elevação consecutiva. O gerente do Inale (Instituto Nacional do Leite), Gabriel Bagnatto, disse que estas elevações consecutivas não têm propagações significativas, mas, geram “alteração de tendência”, ao interromperem 12 baixas que reduziram a cotação do leite em pó integral a US$ 2.600/tonelada. No entanto, mesmo que o valor esteja longe de ser um número “satisfatório” do ponto de vista da cobertura dos custos de produção, é “uma luz no fim do túnel”, um caminho para os US$ 3.000/tonelada para o leite em pó integral, que chegou a US$ 2.700/tonelada. (Espectador – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 03 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.890

  PE: produção leiteira terá incentivo do governo

Um pleito de mais de seis anos dos produtores de leite de Pernambuco teve uma definição por parte do Governo do Estado. A partir de agora, as indústrias de gênero lácteos que forem se instalar em Pernambuco, só receberão incentivos fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços no Estado (ICMS) se utilizar no mínimo 50% do leite dos produtores locais para a fabricação das suas mercadorias.

No entanto, os fornecedores do produto não concordaram com a decisão do governo porque defendem que o mínimo de 50% não é suficiente para manter a produção em alta. Isso porque as indústrias já instaladas estão utilizando o leite em pó oriundo de outros estados para fabricar a mercadoria. Com isso, o setor atravessa uma crise com dificuldade para escoamento e preços muito baixos.

A decisão foi definida pelo Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic), formado pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) e as secretarias da Fazenda, Desenvolvimento Econômico e Agricultura. “Tivemos uma reunião técnica do Condic para avaliar os próximos projetos no Estado e decidimos que a deliberação dos incentivos fiscais às novas indústrias lácteas em Pernambuco vão acontecer se elas adquirirem no mínimo 50% do leite dos produtores locais. Se não adquirirem, elas não terão o benefício”, explicou o presidente da AD Diper, Antônio Xavier, ao complementar que se as indústrias já instaladas forem ampliadas, os novos produtos também terão que ser feitos com o mínimo de 50% do leite local.

A próxima reunião do Condic para apresentar as empresas aprovadas vai acontecer em janeiro, ainda sem data definida. “Mais de quatro indústrias lácteas demonstraram interesse em investir no Estado”, adiantou Xavier. O valor de desconto do ICMS varia de 75% a 95% a depender da região do Estado onde será implantada.

O projeto para concessão do benefício foi de autoria do deputado Claudiano Filho. “Agora vamos passar a ter uma concorrência leal e iremos ter uma fiscalização dobrada sobre as empresas”, defendeu o deputado.

Entretanto, os produtores locais defendem que esse percentual não é suficiente. “Não concordamos porque têm indústrias já implantadas que utilizam 100% de leite em pó de outros estados e até outros países. Então 50% é um percentual pequeno. A conta correta é que o benefício seja proporcional ao valor das entradas de leite proveniente de Pernambuco em relação ao total do valor das entradas de leite e derivados de outros estados ou países”, argumentou o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite-PE), Saulo Malta, ao complementar que a medida não vai gerar renda. “O Governo precisa nos ouvir, os produtores não participaram da decisão”, justificou Malta. (As informações são do jornal Folha de Pernambuco) 
 
 

Vivência faz emergir inovação para o leite

Filho de produtores rurais, o engenheiro eletricista Elias Francisco Sgarbossa (foto), 26 anos, cresceu vendo os pais trabalharem em tambos de leite em Ibiraiaras, no norte do Estado. O trabalho diário exigia duas ou três habituais ordenhas, além da necessária limpeza dos equipamentos e dos tanques de resfriamento do produto.

- Era muito tempo dispensado após cada ordenha, isso sem contar o esforço físico e a exposição ao frio no inverno - lembra o jovem.
A situação o levou a pensar em solução no trabalho de conclusão de curso na Universidade de Passo Fundo (UPF), em 2015. O projeto, testado na propriedade dos pais, se transformou em dois produtos comerciais: um sistema automático para limpeza de ordenhadeiras canalizadas e outro para tanques de resfriamento de leite.
- Os produtos similares no mercado são menos automatizados e têm custo bem superior por serem importados - explica Sgarbossa, um dos sócios da startup Z2S Sistemas Automáticos, encubada na UPFTec.

Hoje, mais de 90% das propriedades gaúchas limpam as ordenhadeiras canalizadas e os resfriadores manualmente, com escova - gastando em média duas horas por dia de trabalho.

- Com apenas dois toques em uma tela e um aperto de botão é possível programar a limpeza, toda automatizada e com dosagens exatas de água e produtos químicos, evitando inclusive o desperdício - detalha o engenheiro eletricista, que desenvolveu os sistemas ao lado do professor Adriano Luis Toazza, 45 anos, e do colega de profissão Charles Bortolanza, 26 anos.

Em pouco mais de um ano, a tecnologia foi instalada em quatro propriedades, em Paraí e Ibiraiaras. Com pedidos de patentes no Brasil, os sistemas conquistaram há um mês o terceiro lugar no Desafios de Startups do projeto Ideas For Milk, promovido pela Embrapa Gado de Leite. (Zero Hora)

PIB do campo crescerá 0,9% em 2019, diz Ipea

O aumento da produção de grãos nesta safra 2018/19 e melhores perspectivas para as carnes deverão acelerar o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária do país este ano, conforme projeções divulgadas na mais recente "Carta de Conjuntura" do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo cálculos dos analistas do órgão, o PIB do setor cresceu 0,6% em 2018 e subirá 0,9% em 2019.

Para a alta estimada para o ano passado, pesou a recuperação da demanda doméstica por carne de frango a partir do terceiro trimestre e também o reaquecimento das exportações de carne bovina. A produção recorde e as cotações elevadas da soja - carro-chefe do agronegócio nacional - durante o ano todo também exerceram influência direta no resultado estimado, ao passo que a queda dos preços de produtos como café e açúcar limitaram o incremento.

 

No cenário traçado para 2019, exercem influência positiva as projeções de Conab e IBGE de que a safra nacional de grãos alcançará um novo recorde, impulsionada por soja e milho, e a expectativa de que o melhor momento das carnes perdure. Segundo a "Carta de Conjuntura", a ampliação do crédito rural à disposição dos produtores rurais no ano-safra 2018/19, que começou "oficialmente" em julho, também tende a colaborar para o avanço previsto do PIB da agropecuária.

Como já mostrou o Valor, contudo, a demanda por crédito rural foi tão forte no segundo semestre do ano passado que algumas linhas - como a ABC, de agricultura de baixo carbono - não contam mais com recursos. Essa escassez não ameaça o plantio das diversas culturas, mas pode limitar investimentos e, assim, afetar a produtividade nesta temporada e nas vindouras. (As informações são do jornal Valor Econômico)

 
Oferta de leite em recuperação em 2019
A oferta da produção leiteira do País deve melhorar em 2019 depois de um período de preços baixos e custos elevados, motivados pela paralisação dos caminhoneiros que acabou fazendo com que o preço das rações aumentasse. De acordo com o relatório de expectativas do agronegócio brasileiro para no ano que vem, a recuperação é notável.  “Com relação a demanda no Brasil, o consumo de leite e derivados em 2018 ficou abaixo das expectativas. O ano de 2018 iniciou com perspectivas positivas para o crescimento econômico e consequente recuperação da demanda do consumidor final. Porém, eventos como a greve dos caminhoneiros e as incertezas eleitorais, atrasaram a retomada da atividade econômica em 2018, o que prejudicou a demanda das famílias por alimentos e em especial produtos de maior valor agregado dentro da cadeia láctea”, diz o texto. Além disso, o relatório informa que os preços internacionais menores devem levar a uma recuperação das importações brasileiras ao longo de 2019. “O ano de 2018 encerra com uma balança comercial mais equilibrada no Brasil, mas com a provável queda moderada das cotações internacionais, melhora da demanda local e o nosso cenário base para USD/BRL atingindo 4 no final do ano parece difícil esperar uma nova queda no déficit comercial lácteo em 2019”. “Para 2019, espera-se uma recuperação moderada na oferta no Brasil. O ano de 2019 deve começar melhor para o produtor brasileiro em relação a 2018. Preços ao produtor 20% mais elevados e custo de ração levemente menor (principalmente por conta do milho) devem ajudar a produção brasileira de leite a manter uma inercia positiva no começo de 2019”, conclui. (Agrolink)

Porto Alegre, 02 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.889

    GDT 02/01/2019

 

(Fonte: GDT)

 
Primeira ação de Covatti Filho

Uma das primeiras ações do novo secretário da Agricultura, Covatti Filho, será solicitar a aquisição de leite pelo governo federal, a fim de enxugar a oferta no mercado interno. A medida é um dos pedidos do setor produtivo, que reclama também da falta de competitividade com os produtos vindos do Mercosul. 

“Vamos tentar fazer o máximo possível para que o novo governo, e estamos vendo sinalizações nessa direção, faça uma reavaliação na questão do Mercosul perante à agricultura”, diz o novo secretário. 

Covatti Filho pretende, já nas primeiras semanas de janeiro, ir a Brasília solicitar a compra governamental do produto: “É preciso dar oxigênio ao setor para estancar o abandono”. (Zero Hora)


Quem fará a diferença em 2019

No epicentro da retomada da economia em 2019, o agronegócio poderá ser protagonista também em iniciativas que elevem as atividades no campo para patamares acima da média em produtividade, qualidade e eficiência. As ações que farão a diferença no novo ano envolvem investimentos em inovação tecnológica, alimentos mais elaborados e valorizados, certificações de procedência, produções sustentáveis e biossegurança. 

- As tecnologias para redução da mão de obra e a gestão de custos da propriedade são as grandes chaves para a competitividade do setor leiteiro - diz Darlan Palharini, diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS).

Além de diminuir o esforço físico, a agricultura familiar precisa apostar em itens que despertem o interesse do consumidor - em uma relação cada vez mais próxima.

- E o diferencial pode vir da apresentação do produto à exclusividade dele - indica Jocimar Rabaioli, assessor de política agrícola e agroindústria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS).

A qualidade dos alimentos está diretamente associada à biossegurança dos processos, especialmente em setores que exigem cuidados sanitários específicos, como a produção de carnes.

- A nossa condição, livre de influenza aviária e de peste suína, é o nosso maior patrimônio. A preservação desse status é imprescindível para o mercado externo de aves e de suínos - explica Rui Vargas, vice-presidente técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

E quem trabalha com commodities conseguirá se destacar com o uso de tecnologias que garantam altas produtividades e custos menores.

- É preciso tocar o negócio de forma profissional, e isso exige investimentos que vão de sementes fiscalizadas, adubação, agricultura de precisão à irrigação - enumera Eduardo Condorelli, futuro superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (Senar-RS). (Zero Hora)


Projeções otimistas para2019

As perspectivas são otimistas para o preço do litro de leite pago ao produtor em 2019. A valorização da cotação não deve ocorrer na largada do ano, quando o consumo das famílias está retraído em função do período de férias, mas é aguardada para os meses seguintes. “O cenário será de lucratividade”, afirma o professor de Ciências Econômicas da Universidade de Passo Fundo (UPF), Eduardo Finamore, que integra a câmara técnica do Conseleite. 

Para Finamore, em 2019 permanecerá a oscilação de preços na safra e entressafra. Só que a flutuação será menor do que no ano passado. Em janeiro, a cotação média foi de R$ 0,9309. Nos supermercados, segundo a Agas, o litro foi vendido, em média, a R$ 2,45. Em julho, chegou a R$ 1,2949 para o produtor e R$ 3,26 para o consumidor. Em dezembro, o preço foi projetado a R$ 1,0057 no campo e a R$ 2,67 no mercado. Mesmo com altos e baixos, no acumulado de 2018 houve valorização média de 15,59% no valor de referência pago aos produtores. “A expectativa é que a macroeconomia em 2019 vai estar mais aquecida e poderá gerar uma estabilidade nos preços”, avalia Finamore. 

O assessor de Política Agrícola da Fetag/RS, Kaliton Prestes, diz também esperar um ano de estabilidade. Lembra que o histórico de preços do Conseleite mostra que um ano ruim geralmente é seguido por um de preços valorizados. “Como tivemos os últimos dois anos ruins, acreditamos na tendência de melhora em 2019”, diz. A consolidação de preços melhores, para Prestes, também depende de uma nova postura do governo federal, impondo cotas de importação de lácteos no âmbito do Mercosul. O Sindilat também defende como estratégia o aumento das exportações, como forma de enxugar os estoques internos. (Correio do Povo)
 

Leite: produtor do RS quer menos problemas com a legislação em 2019
2018 foi mais um ano de dificuldades para a cadeia leiteira no Rio Grande do Sul, especialmente por causa da greve dos caminhoneiros. mas ainda assim o segmento encerra 2018 com crescimento. Para 2019, novos desafios, principalmente no que se refere à legislação brasileira. Para assistir ao vídeo, CLIQUE AQUI. (Canal Rural)

Porto Alegre, 28 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.888

    Setor lácteo: hora de renovar e inovar

Os desafios impostos à cadeia leiteira no ano que se encerra foram os mesmos que deixaram evidente a grande potencialidade do setor. Relembrando que a mais abrangente greve dos caminhoneiros atingiu em cheio nossas indústrias e nossos produtores e nos levou a questionar sobre a logística do setor, a pensar em formas de inovar, de produzir diferente e de sermos mais competitivos. Ingressamos em 2019 com otimismo renovado frente ao cenário político-econômico que se desenha, apostando no potencial do segmento que só no RS é responsável por 2,81% do PIB, e comemorando a retomada de nosso Estado na segunda colocação nacional na produção de leite. São 4,55 bilhões de litros/ano, ou 13,6% da produção de todo o País. 

No ano em que completamos 50 anos de atuação em prol do desenvolvimento do setor lácteo gaúcho, temos pela frente uma grande missão, que é a de elevar o nível de competitividade na cadeia produtiva. Estamos longe dos grandes centros de consumo e precisamos de estratégias para alcançá-la de uma forma viável. Uma de nossas ações prioritárias, que em 2018 se consolidou como uma bandeira, é o fomento às exportações. Somos agente de negociações em Brasília para garantir a abertura de mercados e a definição de ações para exportação de leite, medida essencial para estabilizarmos a produção no Sul, região reconhecida pelo excelente controle sanitário e por ter os rebanhos mais testados para brucelose e tuberculose do País. Alicerçados no trabalho realizado com a Aliança Láctea Sul Brasileira, nossa meta é fazer com que Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondam, até 2025, por 50% da produção nacional de leite. Mais do que volume, acreditamos na excelência de nossos produtos e na atração por consumidores de diferentes países. Para alcançarmos esse objetivo, precisamos da sensibilidade dos governos de diferentes esferas no atendimento de nossas mazelas para ganharmos competitividade e enfrentarmos o Mercosul. Assim como os governos, nos comprometemos com o crescimento do Brasil e fazemos o dever de casa ao trabalharmos pelo desenvolvimento de uma atividade que no Rio Grande do Sul envolve diretamente 65 mil famílias. (Alexandre Guerra - Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados/RS - Jornal do Comércio)
 
 
Canal facilita as denúncias

A Secretaria da Agricultura disponibiliza nos próximos dias, em local de destaque na página inicial do seu site, um canal para o consumidor fazer denúncias referentes a produtos de origem animal. A medida foi encaminhada em reunião da coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor e da Ordem Econômica do Ministério Público, Caroline Vaz, com diretores de frigoríficos, chefes de inspeção e fiscais. 

O diretor-geral da secretaria, Antônio Machado de Aguiar, explica que o canal já estava disponível, mas agora será melhor divulgado. Podem ser denunciadas irregularidades como produtos com problemas, abates clandestinos, má conservação e armazenamento de alimentos e comércio em locais impróprios. A indústria pode apontar procedimentos inadequados de profissionais da secretaria ou encaminhar questionamentos. (Correio do Povo)

Venâncio Aires terá Centro Tecnológico

O município de Venâncio Aires receberá um investimento de R$ 3 milhões para a implantação do Centro de Vocação Tecnológica (CVT) de Produção de Proteína Animal. Deste valor, 2,1 milhões se direcionam à construção de um prédio com espaço físico de 911 metros quadrados. O centro será erguido em área da antiga Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada. 

O novo espaço será usado para pesquisa e extensão voltadas ao desenvolvimento regional e também para promoção e oferta de serviços que fortaleçam os sistemas produtivos locais. A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) foi a responsável pela elaboração do projeto do CVT, que será concebido de acordo com as diretrizes do Programa de Apoio à Implantação e à Modernização dos Centros Vocacionais Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A instalação se tornará uma referência regional, e até mesmo estadual, por concentrar uma série de estudos tecnológicos e prever a transferência de práticas validadas por pesquisas ali desenvolvidas.

As obras devem iniciar em maio de 2019. “É um projeto grandioso para o desenvolvimento do setor primário e com certeza garantirá novos caminhos para a nossa produção rural”, afirma o prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert. Já o pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ângelo Hoff, destaca que as ações públicas como a da implantação do Centro são importantes para o desenvolvimento de toda a região. “O Vale do Rio Pardo tem potencial para a produção de alimentos”, destaca. “Esperamos que na próxima década Venâncio Aires se consolide como um grande polo de proteína no país.” (Correio do Povo)

Emater/RS: campos nativos continuam com boa brotação

O milho, que já vinha apresentando sintomas de estresse hídrico em algumas lavouras, foi beneficiado pelas precipitações que ocorrem em diversas regiões produtoras no Estado. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar ontem, quinta-feira (27/12), no Norte do Estado e nas regiões da Produção, Nordeste, Noroeste Colonial, Celeiro e Alto Jacuí, as chuvas ocorridas devolveram a normalidade à cultura e trouxeram alívio ao quadro preocupante que se avistava, de redução na produtividade.

Já nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, o milho no geral apresenta ótimo potencial produtivo, sobretudo nas lavouras em enchimento de grãos, que têm seu potencial produtivo favorecido pelas chuvas, mas principalmente pelo trabalho desenvolvido pela Emater/RS-Ascar de manejo e conservação do solo que, comprovadamente neste período de estiagem, mantém as lavouras com boa umidade no solo, evitando perdas aos produtores.

As lavouras de milho já implantadas no Estado alcançam 95% da área total, estimada em aproximadamente 740 mil hectares. Atualmente, 27% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 18% em floração, 45% em enchimento de grãos, 9% das lavouras estão maduras e por colher e 1% da área já foi colhida.

As precipitações dos últimos períodos também amenizaram o déficit hídrico nas lavouras de soja, em especial no Norte do Estado. Já em municípios das regiões da Fronteira Oeste e Campanha, a chuva da semana prejudicou os trabalhos de finalização do plantio de algumas áreas e o desenvolvimento das áreas já plantadas. Percebem-se problemas fitossanitários e a necessidade de alguns replantes das lavouras devido à alta umidade do solo. Em alguns municípios das regiões da Fronteira Noroeste e Missões, foram identificados diversos focos de ferrugem asiática, sendo antecipado o controle com fungicidas, o que vai acarretar um aumento de aplicações nesta safra que se inicia. Restando poucas áreas a serem implantadas, a cultura avança no Estado, com 89% das lavouras na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, 10% em floração e 1% em enchimento de grãos.

Pastagens e criações 
Os campos nativos de maneira geral continuam com boa brotação e a produção de forragem está proporcionando grande disponibilidade de pastos com alta qualidade nutricional, proporcionando assim melhores condições nutricionais para os animais. Os produtores estão adequando a lotação animal dos potreiros de pastagens naturais, conforme a disponibilidade de oferta de forragem para os rebanhos. Alguns produtores aproveitam para realizar roçadas.

As temperaturas elevadas e a volta das chuvas estão contribuindo para o bom desenvolvimento das pastagens anuais e perenes de verão, assim como das lavouras de milho destinadas à produção de silagem.

O produtor de leite deve estar atento ao bem-estar animal com vistas ao melhor desempenho do rebanho, pois o calor em maior intensidade pode causar estresse, o que reduz a produção já que os animais consomem menos alimentos durante o pastejar. Para compensar a menor ingesta de alimentos, os produtores aumentam a oferta de silagem, feno, grãos, farelos e ração no cocho. (As informações são da Emater/RS, resumidas pela Equipe MilkPoint)

 

Procura grande, crédito restrito
A poucos dias de encerrar a atual gestão, o Ministério da Agricultura apresenta balanço de diferentes áreas de atuação. Uma delas é a de crédito rural. Segundo a pasta, as operações do Plano Agrícola e Pecuário 2018-2019 cresceram 19% entre julho e novembro, na comparação com igual período da safra anterior, alcançando a cifra de R$ 75,36 bilhões. Todas as modalidades tiveram alta. E, ainda que a maior quantia liberada seja para custeio (R$ 43,4 bilhões), linhas de investimento e comercialização tiveram o maior aumento: 19%. Anunciado em junho, o Plano Safra da agricultura empresarial prevê R$ 194,37 bilhões. Uma parte, R$ 32,3 bilhões, é de juro livre (negociado entre instituição financeira e produtor). No início do mês, a coluna mostrou que a procura por crédito com juro controlado fez o orçamento do segundo semestre ser atingido antes do final do ano. Na prática, deixou como opção só as linhas de juro livre. (Zero Hora)

Porto Alegre, 27 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.887

  Mercado doméstico volta a concentrar apostas

Mais uma vez o agronegócio brasileiro dormirá no dia 31 de dezembro à espera de um ano novo melhor no mercado doméstico. E quando acordar em 1º de janeiro, dia da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o setor espera ouvir dos integrantes do novo governo que reformas importantes como a previdenciária terão prosseguimento para que o país volte a crescer de forma consistente, com reflexos positivos sobre o consumo. 

Ainda que Papai Noel já tenha se acostumado com esse recorrente pedido - e tenha dado de ombros nos últimos anos -, há algum tempo produtores rurais e agroindústrias não esperam tanto que ele seja atendido. Como as incertezas no front externo se avolumaram em 2018 e as diversas disputas comerciais em curso criam espaço para surpresas internacionais, nada melhor do que uma demanda interna firme para que 2019 seja de fato próspero.

Em seu estudo "Perspectivas para o agronegócio brasileiro", o Rabobank realça a importância que o mercado doméstico terá para o setor no ano. "A incerteza é grande no âmbito externo, inclusive no que se refere ao ritmo da recuperação americana. Nesse contexto, o cenário é menos favorável para o Brasil, o que amplia a necessidade de o país fazer sua lição de casa o mais rapidamente possível. Ainda temos um problema fiscal que não foi resolvido", diz Maurício Oreng, economista-chefe do Rabobank no Brasil e um dos autores do trabalho - que também é assinado por Adolfo Fontes, Andrés Padilla, Andy Duff, Beatriz Fabrini, Fernando Gomes, Guilherme Morya, Matheus Almeida e Victor Ikeda.

Para a safra 2018/19 de grãos, que já começou a ser colhida e poderá alcançar o recorde histórico de 238,4 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 previsto pelo Rabobank, "consistente com uma paulatina recuperação do emprego e, consequentemente, do consumo interno", será muito bem-vindo. Não só para produtos básicos como arroz e feijão, que dependem quase que exclusivamente do apetite dos brasileiros, mas também para soja, milho e até o algodão, que têm no Brasil um dos líderes mundiais em exportação.

Victor Ikeda lembra que a guerra comercial entre Estados Unidos e China beneficiou especialmente os embarques brasileiros de soja e algodão em 2018, mas que houve sinais de arrefecimento das rusgas nas últimas semanas e há muitas dúvidas sobre o que poderá acontecer nessa terra onde os fracos não têm vez. Certo é que a produção de soja caminha para uma nova marca histórica e a de milho vai se recuperar após as intempéries da temporada 2017/18, e é vital que a demanda por carnes se mantenha forte para que bons volumes se transformem em ração para alimentar aves e suínos.

Da mesma forma que os cotonicultores desejam à indústria têxtil brasileira tudo do bom e do melhor para 2019, os agricultores com foco em soja e milho torcem para que os frigoríficos não enfrentem tanto problemas como neste ano, ainda de demanda doméstica menor que a desejada, de uma greve dos caminhoneiros que afetou sobretudo a cadeia do frango e de barreiras de importadores em decorrência de problemas sanitários identificados pela Operação Carne Fraca e suas etapas subsequentes. "Para aves e suínos, o primeiro semestre de 2018 foi muito ruim, com preços baixo e custos inflados pela alta dos grãos. Esperamos uma recuperação moderada em 2019", afirma Adolfo Fontes.

A princípio, as perspectivas são melhores para as exportações, sobretudo para a China, mas a ameaça do governo Bolsonaro de mudar a sede da embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém poderá criar embaraços com os países árabes, importantes importadores de carne de frango halal. A China, por sinal, poderá provocar grandes mudanças no mercado global de carnes no ano que vem. Maior produtor e consumidor de carne suína do mundo, o país sofre com a proliferação de peste suína africana e poderá não só ampliar as importações, mas passar por uma transformação em seu "mix" de consumo, o que poderá favorecer inclusive a carne bovina - junto com Hong Kong, a China já é a maior importadora de carne bovina do Brasil.

Ainda no segmento de proteínas animais, o leite é outro produto que será beneficiado se a economia brasileira entrar no prumo. Itens como queijos desafiaram a crise e avançaram no mercado nos últimos anos, mas de uma maneira geral o consumo não empolgou e as margens dos laticínios foram apertadasem 2018, observa Andrés Padilla. O analista também acompanha o mercado de suco de laranja, outro que dependerá da continuidade do avanço da comercialização no mercado interno para crescer, já que a demanda externa continua encolhendo.

Açúcar e café, commodities cujas exportações são lideradas pelo Brasil e cujos preços caminharam juntos e sob pressão no mercado internacional neste ano, sob influência marcante de fartas ofertas mundiais e oscilações cambiais, também esperam mais do mercado interno. Andy Duff nota que, no tabuleiro do açúcar, o etanol vendido no país foi uma variável que colaborou para os resultados das usinas neste ano e poderá novamente ajudar nas contas em 2019; no do café, destaca Guilherme Morya, esse impulso já acontece há alguns anos, entre outros motivos graças ao sucesso das cápsulas. Se as principais cadeias agrícolas tiverem um ano positivo, os fornecedores de insumos como fertilizantes e defensivos certamente não terão do que se queixar. Na área de defensivos, ainda há ajustes em curso.

As empresas do segmento iniciaram 2018 com dificuldades graças aos elevados estoques nas redes de distribuição, e houve forte aumento dos preços de algumas matérias-primas importadas em razão redução da produção na China, por restrições ambientais. Na de fertilizantes, diz Fernando Gomes, um dos problemas foi a greve dos caminhoneiros, que tumultuou as entregas em um momento importante de comercialização. Como em todos os demais elos do agronegócio, houve alta de custos de transporte de defensivos e fertilizantes em consequência da entrada em vigor do tabelamento dos fretes, benesse concedida pelo governo Temer para agradar aos caminhoneiros. Todo o setor ainda têm esperanças de que a tabela seja revogado nos primeiros meses da era Bolsonaro e que o "livre mercado" volte a dar o tom. Mas, independentemente disso, para os produtores de insumos resta a certeza de que, com ou sem tabela, faça chuva ou faça sol, a agricultura brasileira continuará em expansão. Nas próximas décadas. (As informações são do jornal Valor Econômico) 

 
2018: Um ano de desafios para a cadeia do leite

O ano de 2018 foi bastante desafiador para o mundo do leite em diversos aspectos. Um evento que impactou o setor foi a greve dos caminhoneiros, em maio, que afetou a produção primária, paralisou as atividades da indústria e consumiu os estoques dos laticínios e dos varejistas. Esses fatores, somado a menor oferta de leite na entressafra, resultou em valorização do preço do leite na cadeia produtiva. O lado ruim foi que diversos produtores e indústrias perderam elevados volumes de leite com a paralisação.

O custo de produção de leite registrou comportamento atípico em 2018. Os preços de milho e soja subiram em plena safra devido a um conjunto de fatores: quebra da produção argentina de grãos, redução da safra brasileira de milho e forte valorização do dólar frente ao real, além de reflexos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. A elevação dos preços de combustíveis, fertilizantes, defensivos e sementes também encareceu a produção de volumosos.

Em termos de rentabilidade, o início do ano foi muito ruim, com preços baixos e custos de produção em alta. No primeiro semestre, o preço nominal do leite ficou 8% abaixo do observado no mesmo semestre de 2017, enquanto os custos de produção subiram quase 6% no período analisado. Isso fez com que o preço real do leite recebido pelo produtor, deflacionado pelo custo (ICPLeite/Embrapa), registrasse queda real de 13,5%. Essa foi a perda de rentabilidade do produtor nesse período. Já no segundo semestre essa perda foi compensada pelo forte aumento do preço do leite ao produtor, que subiu 32,5% em termos nominais. Entretanto, o custo de produção seguiu em alta, com elevação de 15%. Assim, o preço real do leite, já corrigido pelo custo, registrou melhora de 12%. Nesse cenário, a rentabilidade média do produtor em 2018 piorou em 1,4% na comparação com 2017.

No caso da balança comercial, as importações brasileiras de lácteos que vinham baixas apresentaram forte crescimento em outubro e novembro, resultando em um déficit acumulado nos 11 meses de 2018 de 1 bilhão de litros de leite e cerca de 400 milhões de dólares. O preço internacional do leite em pó integral registrou forte queda ao longo do ano, chegando a 2.600 dólares por tonelada no início de dezembro. Na Argentina e Uruguai os preços também estão mais competitivos que no Brasil.

 
Figura 1. Preço do leite pago ao produtor, deflacionado pelo ICPLeite/Embrapa: R$/litro de 2015 a 2018. 
Fonte: Cepea e Embrapa, elaborado pela Embrapa.

Pelo lado da demanda, as vendas totais do varejo registraram crescimento de 4,25% no acumulado de janeiro a setembro 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Super e hipermercados tiveram aumento de 4,62% nas vendas, mas o setor de alimentos e bebidas apenas 2,27%. As projeções de crescimento da economia foram recuando ao longo do ano. Em janeiro, a previsão era de um PIB aumentando 2,66% em 2018 e agora o crescimento previsto é de apenas 1,30%. O desemprego segue em patamar elevado e os dados de renda melhoram muito lentamente. A boa notícia é que todos estes indicadores macroecômicos, apesar de ainda ruins, voltaram a registrar melhorias. Todos os números nos colocam em uma situação melhor que a de 2 anos atrás. Mas por todas essas adversidades, devemos fechar 2018 com uma produção de leite estagnada e um consumo muito baixo. A indústria de laticínios passa por um momento delicado, com dificuldade para repassar preços e margens de comercialização ruins. Um contexto que se arrasta já a dois anos. Para 2019, esperamos um cenário melhor, com elevada safra de grãos, o melhor crescimento do PIB desde 2013 e um mercado de leite mais robusto, possibilitando melhores margens na cadeia produtiva. (CILeite Embrapa)


SP: aprovado projeto de distribuição de leite sem lactose no Estado

Foi aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo projeto do deputado Luiz Fernando Ferreira que torna obrigatória a distribuição de forma contínua e gratuita de leite sem lactose às crianças de baixa renda, comprovadamente portadoras de intolerância à lactose.

O projeto segue para sanção do governador Márcio França.

Hoje a rede pública estadual distribui somente o leite de vaca normal para as crianças em idade escolar, independentemente de poderem ou não consumir. (As informações são do WebDiario, resumidas pela Equipe MilkPoint)
 

No radar
O presidente do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, Vergílio Perius, mantém a expectativa de que as cooperativas tenham uma subsecretaria no governo de Eduardo Leite (PSDB). O pedido já foi feito durante encontro com o governador eleito no mês passado. Na ocasião, no entanto, não estava definida a fusão das pastas do setor primário, agora confirmada. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 26 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.886

  Decreto que estabelecia restrições à comercialização de fatiados é revogado

O governador em exercício, deputado Marlon Santos, revogou, nesta segunda-feira, o Decreto nº 53.304, de 2016, que determinava regras restritivas à comercialização de frios e carnes a granel. A resolução entrou em vigor em 2018, para que os estabelecimentos e comerciantes tivessem um período de adaptação. 

Entre as normas instituídas pelo decreto estavam a climatização específica nos locais de venda e o fatiamento dos produtos na frente dos clientes em algumas categorias de alvará. 

A revogação do decreto foi editada por solicitação do governador em exercício, com o argumento de que as restrições previstas ampliavam o custo para adequação do comércio de fatiados e carnes a granel e favoreciam a venda de embutidos e carnes embaladas a vácuo em ambientes controlados. Com a revogação, segundo ele, são beneficiados principalmente os pequenos produtores. (Jornal do Comércio)
 
 

LEITE/CEPEA: ano se encerra com preço em queda

Os preços do leite pagos ao produtor encerram 2018 registrando a quarta queda consecutiva – o movimento de baixa foi iniciado em setembro em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A “Média Brasil” líquida de dezembro (referente à captação de novembro) fechou dezembro a R$ 1,2344/litro, redução de 13 centavos ou de 9,4% em relação ao mês anterior.

A baixa no campo esteve atrelada à desvalorização do leite spot e do UHT verificadas em novembro – vale lembrar que a movimentação desses derivados num mês influencia o valor do leite ao produtor a ser negociado no mês seguinte. Nesse sentido, da primeira para a segunda quinzena de novembro, a média do leite spot em Minas Gerais recuou 8,4%.

No caso do UHT negociado entre indústrias e atacado do estado de São Paulo, o preço caiu 14,8% (ou 37 centavos) de outubro para novembro. Atacados e varejos forçaram a desvalorização do leite UHT, numa tentativa de aquecer a demanda em novembro. Além disso, os preços também têm sido influenciados por certa especulação de agentes.

A percepção dos agentes é de que a produção está se elevando consideravelmente, mas os volumes amostrados pelo Cepea de outubro para novembro indicam crescimento controlado, estabilidade e até mesmo redução em algumas regiões. Essa limitação da oferta, por sua vez, se deve ao aumento dos custos de produção. Nos últimos meses, houve alta nos preços de importantes insumos da atividade, como a ração (como milho e farelo de soja), sal mineral, combustíveis e adubos.

Segundo colaboradores, os volumes negociados no mercado spot entre novembro e dezembro foram menores, o que, inclusive, influenciou uma elevação nos valores nesta última quinzena do ano. Além disso, não há estoques consideráveis de leite UHT, já que as indústrias têm como estratégia processar outros lácteos.

O movimento de desvalorização do leite ao produtor deve se manter em janeiro. No entanto, as recentes altas das cotações do spot e do UHT devem influenciar os preços no campo e podem, dependendo dos volumes de produção, segurar a intensidade da queda. A expectativa é de que os valores iniciem o ano acima dos patamares observados no começo de 2018, mas abaixo dos negociados em janeiro de 2017. (Por Natália Grigol, do CEPEA-ESALQ, USP)

Brasil é responsável por cerca de 7% do leite produzido no mundo

A posição do Brasil no cenário da produção de leite mostra uma performance competitiva no mercado internacional. Um estudo lançado nesta quinta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou que o país é responsável por cerca de 7% do leite produzido no mundo e é o quinto maior produtor mundial.

O compêndio Pecuária Leiteira: Análise dos Custos de Produção e da Rentabilidade nos Anos de 2014 a 2017 traz dados recolhidos em diversas localidades dos principais estados produtores: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia, Ceará e Rio Grande do Norte.

Segundo o documento, Minas Gerais é o maior estado produtor, com 27% da produção nacional, seguido dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, todos com média anual superior a um bilhão de litros.

Ainda de acordo com a publicação, a captação de leite é menor entre abril e junho, porém, praticamente constante durante todo o ano. “O produtor, ao tomar a decisão de captar, conhece os impactos do escoamento, do mercado, os custos de produção e o comportamento dos preços do leite e insumos utilizados no processo produtivo”, explica o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana.

Com relação ao comportamento dos preços recebidos pelos produtores, no período analisado, o predomínio de preços acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido em números-índices, indica que houve mais perdas do que ganhos reais. “Em geral, os produtores do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais e de São Paulo recebem preços melhores do que os das demais Unidades da Federação”, afirma Cleverton. “De acordo com nossa análise, isso ocorre em função das condições de oferta e consumo em cada um desses estados, sendo que os menores preços recebidos foram dos produtores de Rondônia”.

As análises completas do estudo do leite podem ser obtidas no Portal da Conab. CLIQUE AQUI para acessar o compêndio. (Agrolink)

 

Encontro marcado
O deputado federal Covatti Filho (PP-RS) aproveita a brecha entre Natal e Ano-Novo para conversar com a deputada Tereza Cristina (DEM-MS). Ela assume em janeiro o Ministério da Agricultura. Ele, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul. Os dois, colegas de Frente Parlamentar da Agropecuária, encontram-se hoje em Brasília. Na pauta, assuntos como a possibilidade de o Estado retirar a vacinação contra a febre aftosa - pedido para a realização da auditoria já foi encaminhado. Outro ponto a ser debatido é o Funrural. O prazo para adesão ao Programa de Regularização Tributária Rural termina no dia 31. (Zero Hora)

Porto Alegre, 21 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.885

  Quais serão os primeiros desafios de Covatti Filho na Secretaria da Agricultura

 
 
São dois temas extremamente sensíveis os primeiros desafios que o novo secretário da Agricultura, o deputado federal Covatti Filho (PP-RS), confirmado na sexta-feira (21), terá pela frente no comando da pasta. 
 
A definição sobre a retirada ou a manutenção da vacina contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul será um deles. O Estado já solicitou ao Ministério da Agricultura a realização de auditoria no primeiro trimestre de 2019. Essa inspeção é uma espécie de checklist, que dirá se os gaúchos têm ou não condições de deixar de realizar a imunização com segurança.
 
A pressa em definir um caminho veio depois que os paranaenses decidiram suspender a vacinação já no próximo ano. Com isso, o Rio Grande do Sul ficaria isolado em relação aos outros dois Estados do Sul (Santa Catarina já é livre da doença sem vacinação).
 
 O fim da imunização é visto com cautela entre os produtores do RS, embora todos reconheçam a necessidade de se fazer uma avaliação, uma vez que os paranaenses já deram o primeiro passo em busca da mudança do status sanitário.
 
Outro assunto ainda mais espinhoso é relacionado ao agrotóxico 2,4-D. Laudos da Secretaria da Agricultura comprovaram que em 52 de 53 amostras analisadas havia resíduos do herbicida utilizado em lavouras de soja. O produto tem provocado perdas – na Campanha, em média, de 40% – em parreiras, em oliveiras e outras culturas e está no centro de investigação do Ministério Público Estadual.
 
Reeleito para o segundo mandato como deputado federal, Covatti Filho tem 31 anos, nasceu em Frederico Westphalen e é filho de políticos: da deputada reeleita Silvana Covatti e do ex-deputado federal Vilson Covatti. Na coletiva de anúncio da nomeação, ele falou ainda sobre outro problema que deve pautar as ações da pasta: a crise no leite. 
 
– Nosso canal será de diálogo – afirmou.
 
Presidente da Federação da Agricultura, Gedeão Pereira avalia como positiva a escolha do progressista para o comando da secretaria da Agricultura.
 
– É um nome bem-vindo. Terá desafios importantes pela frente, principalmente na área de agroquímicos e de aftosa  opina o dirigente.
 
Sobre a unificação da Secretaria do Desenvolvimento Rural, o governador eleito Eduardo Leite (PSDB) afirmou que "não há redução do tamanho da política pública" voltada ao segmento. (Zero Hora)
 
 
Mercado futuro de lácteos estreia na Argentina com 50 mil litros negociados
 
O mercado de futuros lácteos foi lançado pela Secretaria Nacional do Agronegócio em meados do mês passado na Argentina. Embora algumas questões sobre o funcionamento do mercado futuro tenham sido levantadas, fontes da indústria indicaram que no primeiro dia, 25.000 litros foram operados para março de 2019 a 9,70 pesos (US$ 0,25) por litro e 25.000 litros para abril de 2019 a 9,85 pesos (US$ 0,26). O total negociado na primeira rodada foi de 50.000 litros.
 
"Sempre que um novo produto é listado, o primeiro dia de operações é sempre mais cauteloso, o mercado está olhando para o seu movimento, como ele começa e está esperando pelos preços de referência", disseram eles. "Temos que esperar até sexta-feira, o último dia da semana", acrescentaram. Segundo fontes da Secretaria de Agricultura, a cobertura funcionará como "uma ferramenta para minimizar o risco econômico gerado pela volatilidade dos preços".
 
"Um produtor será capaz de saber quanto valerá o litro de leite em abril ou dezembro do ano que vem, como acontece com os grãos", disse o secretário de Agricultura, Luis Miguel Etchevehere, em uma apresentação na qual ele foi acompanhado por seu gabinete e autoridades de Matba, Rofex e Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV).
 
A verdade é que é cedo demais para fazer um balanço, ou entender que essa será a tendência do preço do leite para os próximos meses, mas serve para ver os primeiros movimentos de um mercado que tem como objetivo servir de cobertura e referência para preços futuros. Há especialmente expectativas de que apareçam as primeiras operações em dólares que - se presume - serão as dominantes. (As informações são do La Nación, traduzidas e adaptadas pela Equipe Milkpoint)
 
 
SDR investiu R$930 milhões
 
A Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) investiu, de 2015 a 2018, R$ 930 milhões em políticas públicas voltadas à agricultura familiar, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e famílias assentadas. Diante deste resultado e do trabalho em andamento, o secretário Tarcísio Minetto manifestou o desejo de ver a manutenção da pasta no futuro governo, ontem, em entrevista coletiva. “Dada a diversidade do público atendido por nossas políticas seria interessante manter a estrutura atual e um olhar diferenciado para os pequenos produtores”, defendeu. 
 
Caso o novo governo, de Eduardo Leite, opte pela fusão da SDR com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Minetto não descarta a possibilidade de paralisação de programas e convênios, mesmo que por um período curto, até que seja ajustada toda a burocracia de transferência para outra pasta. O custo operacional da SDR, que tem 208 funcionários (sendo 49 com cargos em comissão), gira em torno de R$ 12 milhões ao ano. Por ter uma alinhamento com políticas federais, como as ações de combate à pobreza extrema, a SDR captou grande parte dos recursos aplicados pelo Ministério do Desenvolvimento Social no Rio Grande do Sul. São R$ 202 milhões de convênios federais em execução. De 2015 a 2018, a maior fatia do orçamento da SDR, de R$ 678,6 milhões, foi aplicada em assistência técnica e extensão rural e social por meio da Emater. 
 
O presidente da Emater, Iberê de Mesquita Orsi, diz que, mesmo que 450 funcionários tenham sido desligados da instituição no período, “não diminuiu em nada o serviço prestado”. (Correio do Povo)
 

ENXUTA, MAS EFICIENTE
Vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, a Emater muda de mãos em fusão com a Agricultura. Presente em 494 municípios, o órgão presta extensão rural e assistência técnica a cerca de 230 mil famílias, contando com 2,16 mil funcionários. Dentro da redução de custos, houve duas etapas de desligamento incentivado. No total, a redução foi de 450 pessoas. “Mas não se diminuiu em nada o serviço. Inclusive, não houve redução no campo”, afirma o presidente Iberê Orsi. (Zero Hora)
 

Porto Alegre, 20 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.884

Startups gaúchas se destacam nacionalmente na criação de soluções tecnológicas para a cadeia produtiva do leite

Utilizar soluções tecnológicas para auxiliar os produtores de leite no manejo das vacas e, consequentemente, reduzir custos e agilizar o trabalho nas propriedades, tem se tornado uma tendência do setor. O Desafio das Startups competição que integrou o Ideas for Milk 2018, evento promovido pela Embrapa Gado do Leite, premiou três startups que têm como atuação principal simplificar a vida no campo e na indústria. Entre elas, duas gaúchas se destacaram na competição.

Para o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, é indispensável reconhecer essas iniciativas e torná-las cada vez mais acessíveis para os produtores de leite e a indústria. "O setor lácteo está permanentemente em um processo de modernização e isso passa diretamente pelo investimento em tecnologia", afirmou Palharini, que participou da escolha dos vencedores. 

"Traduzir a opinião das vacas." Este é o principal objetivo da CowMed AS, startup criada pelos irmãos Leonardo e Thiago Guedes que, atualmente, conta com uma equipe de seis especialistas.  Para isso, a empresa desenvolveu uma coleira capaz de mensurar os principais parâmetros comportamentais relacionadas à saúde e à reprodução dos animais. A tecnologia pode ser aplicada individualmente ou em lotes e foi pensada para pequenas, médias e grandes propriedades leiteiras.

Os dados são coletados por antenas e enviados para a nuvem, onde a ferramenta VIC (Virtual Interpreter of Cows) analisa os animais e emite alertas para os produtores, que vão desde sinais sobre o comportamento do cio até a indicação do melhor horário para realizar a inseminação. O produtor recebe as informações coletadas pelo programa por meio de software web de monitoramento ou aplicativo mobile. É possível comprar a tecnologia ou adquirir um plano de pagamento mensal.

De acordo com os desenvolvedores do projeto, o monitoramento dos animais permite obter uma pecuária mais precisa. Além disso, esse monitoramento pode servir de base para criar ferramentas que potencializem a produtividade. A empresa conta com um portfólio de mais de 15 mil animais monitorados em 11 estados brasileiros e mais de 30 milhões de horas de comportamento animal. A ideia rendeu para a equipe o segundo lugar no Desafio das Startups do Ideas for Milk 2018.

Se a CowMed SA focou no comportamento das vacas, a Startup Z2S Sistemas Automáticos levou conhecimentos da engenharia elétrica para o campo para auxiliar na limpeza e higienização da produção de leite. O engenheiro eletricista Elias Francisco Sgarbossa projetou em seu trabalho de conclusão de curso da faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade de Passo Fundo (UPF), com o apoio da Agência de Inovação Tecnológica da (UPF), um sistema automático para limpeza de ordenhadeiras canalizadas. O ROV funciona automaticamente e funciona em horário programado, sempre 30 minutos antes da ordenha.

Em 2017, a startup foi incorporada ao UPF Parque e, no final de 2017, foram anexados ao portfólio de serviços da Z2S mais dois equipamentos de limpeza e higienização. O SALT é responsável pela limpeza de tanques de resfriamento de leite e o ROVTL auxilia os produtores na higienização entre ordenhadeiras e transferidores de leite. Os sistemas funcionam a partir de um microcontrolador com firmware embarcado, escrito em linguagem C e podem ser integrados ou serem utilizados de forma independente. Todo o processo ocorre de maneira automática, incluindo o controle e o monitoramento de temperatura, dosagem de produtos químicos e acionamento dos motores.

O sistema ROV nasceu de uma demanda particular de Sgarbossa. Filho de produtores de leite, o engenheiro eletricista notou que a família levava muito tempo realizando o processo de limpeza da ordenhadeira. A partir disso, iniciou testes do protótipo na fazenda e o resultado foi surpreendente. Em um ano, o equipamento proporcionou redução de 87% na Contagem Bacteriana Total (CBT) do leite, atingindo níveis inferiores a 2mil UFC/ml.

Além disso, a sustentabilidade também foi ampliada na produção da fazenda, tendo em vista que o equipamento reduziu em 50% o consumo de detergentes e 20% o consumo de água. Os engenheiros eletricistas Adriano Luis Toazza e Charles Bortolanza também integram a startup que ficou em terceiro lugar do Desafio das Startups da Ideas for Milk 2018. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
PIB gaúcho registra alta de 3,8%

Depois da retração no primeiro semestre, o PIB gaúcho teve aumento expressivo no terceiro trimestre, com crescimento de 3,8%. A economia nacional, também positiva, evoluiu 1,3%. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em coletiva na Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). A Indústria é o setor gaúcho que mais cresceu no comparativo entre o terceiro trimestre de 2018 e igual período do ano anterior: 11,2% do valor adicionado. Variações positivas também na Construção Civil (4,8%) e na Agropecuária (1,0%). 

Já o setor de Serviços teve declínio de 0,7%. A variação acumulada do PIB regional em comparação à do país em 2018 evidencia que o Estado começa a se aproximar do rendimento Brasil, com acumulado de 0,7% de janeiro a setembro, enquanto o PIB Brasil registra avanço de 1,1% no ano. Para o coordenador de pesquisas da Fipe, Eduardo Zylberstajn, são resultados que sinalizam retomada cíclica da pior recessão que o país já enfrentou como República. "Os números evidenciam que há espaço para, no mínimo, termos uma retomada cíclica do crescimento em termos nacionais. 

Já em 2019, dependendo das medidas de ajuste que sejam tomadas, há expectativa de que o crescimento se torne realmente continuado." A Fipe sinaliza para 2019 divulgações mensais do PIB regional. "Nossos indicadores não serão uma caixa-preta", disse Zylberstajn, prometendo detalhar metodologia dos indicadores previstos no contrato com a Fipe. O trabalho será feito com o Departamento de Economia e Estatística (DEE) da SPGG. Para Alfredo Meneghetti Neto, diretor do DEE, "o debate e a troca de ideias só tende a qualificar os dados". O governo, via SPGG, retomou a divulgação dos indicadores a cargo da Fipe. A publicação foi paralisada em razão de liminar, cassada após recurso interposto pelo Estado e pela Fipe na Justiça. "Esperamos que o processo tenha continuidade em 2019, pois esse trabalho é relevante para promover as políticas públicas que o RS necessita", disse o titular da SPGG, Josué Barbosa. (Correio do Povo)

Expectativas do agro enfrentarão obstáculos

Estudiosos do comércio internacional não acreditam que as sinalizações feitas por integrantes do governo federal eleito à cadeia produtiva rural, de mudanças nas relações com o Mercosul, serão concretizadas com facilidade. Um desses casos é o do leite. Nesta semana, em reunião com a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, representantes do setor pediram o estabelecimento de cotas de importação, para evitar que volumes exagerados entrem no país, e ficaram animados, por terem ouvido que o assunto não pode ser "negligenciado" e porque, em outras ocasiões, a interlocutora já defendeu a revisão do acordo com o bloco. 

O coordenador do Grupo de Pesquisa CNPq Geopolítica e Mercosul e professor da curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Charles Pennaforte, observa que é viável estabelecer cotas e taxas, ou proibir a importação, mas adverte que isso vale para ambos os lados. Pennaforte considera que o caminho não é criar medida protecionista e "clima de rivalidade", mesmo que se saiba que o Brasil está em desvantagem na comparação dos custos de produção com os países vizinhos. Defende ainda que o caminho não é revisar o Mercosul, mas fortalecê-lo. "Se joga em cima do Mercosul toda má sorte sobre o que vem ocorrendo em termos de comércio", diz. "Mas qualquer passo a ser dado tem que ser muito bem avaliado tecnicamente, por pessoas que realmente tenham conhecimento aprofundado do assunto", sugere. 

O professor do Departamento de Economia da Unijuí, que estuda negociações comerciais multilaterais, Argemiro Brum, não acredita que a ministra tenha "tanta força e condições políticas" para proibir a importação ou estabelecer taxas. Ele sustenta que seria mais fácil para o Brasil propor alguma medida se conseguisse provar que há práticas irregulares do lado uruguaio, como dumping ou triangulação comercial. "Talvez, o melhor caminho seja uma conversa entre os dois países, mas nada acontece do dia para a noite". 

Ao mesmo tempo, o presidente da Comissão de Leite na Federação da Agricultura (Farsul), Jorge Rodrigues, afirma que o país deve tomar uma medida urgente. "O Ministério da Agricultura também é do Abastecimento e precisa tomar providências para controlar o abastecimento e a demanda interna", cobra, ao enfatizar que o produtor vive uma "situação crítica". O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, diz que o uso de cotas de importação geraria previsibilidade para o setor. Lembra que em outubro e novembro a entrada de lácteos, principalmente da Argentina, saltou 58% na comparação com os primeiros nove meses do ano. Também disse que este "exagero" desestabiliza a cadeia no Rio Grande do Sul, que já concorre em nível de desigualdade por conta dos preços insumos. (Correio do Povo)

Exportações lácteas argentinas crescem 80% em outubro; quantidade representa 19% da produção
 
Em outubro, as exportações de produtos lácteos argentinos se recuperaram: cresceram 80% em relação ao mesmo mês do ano passado e chegaram a 226 milhões de litros de leite cru, segundo estudo do Instituto de Estudos sobre a Realidade Argentina e Latino-Americana (Ieral), da Fundación Mediterrânea.
 
"Temos que voltar até outubro de 2015 para encontrar um fluxo de magnitude similar. Nos últimos três meses, a colocação de produtos no mercado externo representa aproximadamente 19% do leite cru produzido no país", destacam Juan Manuel Garzón e Nicolás Torre, autores do relatório. Este é um fato que mostra que, até outubro, as exportações aumentaram como destino da produção local. "A recuperação das margens no setor exportador explica o crescimento dos embarques. Em meados de 2018, a margem bruta de uma operação de exportação de leite em pó equivalia a 50% do custo do leite cru incorporado, percentual muito mais alto do que nos dois anos anteriores", afirma o estudo.
 
Mas em outubro uma luz de alerta foi acesa: o indicador de margem bruta, que o Ieral elabora, estava abaixo de 30% (limite crítico) devido à combinação de três fatores:
 
• declínio no preço internacional dos produtos lácteos;
• retorno das tarifas de exportação e;
• redução de restituições a vendas globais.
 
"Em setembro de 2018, o governo nacional decidiu reaplicar as tarifas de exportação de todos os produtos que a Argentina envia para o exterior, incluindo os lácteos. Desta forma, os produtos lácteos voltam a ter tarifas de exportação, após quase 10 anos sem serem atingidos por este imposto nocivo", explicaram Garzón e Torre.
 
É estimado que a arrecadação (líquida) obtida pelo governo a partir das exportações lácteas (descontadas as restituições) atingiu - aproximadamente - 25 milhões de dólares nos últimos 4 meses do ano. "Supondo que a incidência do imposto caísse completamente no primeiro elo da cadeia, os produtores estariam renunciando a US$ 0,24 por litro de leite produzido. Mas esse número deve ser comparado com a economia que o impacto das retenções nos principais insumos alimentares (farinhas de milho e proteína) significa para a ligação primária, a fim de determinar o resultado líquido das tarifas de exportação", reconhece o relatório.
 
Em relação à ordenha, a produção de leite cru cresceu 5,6% nos dez primeiros meses do ano. No primeiro trimestre, os preços foram passados, mas recuperados pelo impulso das exportações. "O ano terminará claramente melhor do que começou, embora os valores finais não sejam (em poder de compra) muito diferentes dos observados há dois anos", adverte a Fundación Mediterránea.
 
Se a referência é em dólares, os valores locais são muito mais baixos que outros lugares regionais (Uruguai, Brasil, Chile). "Esta é a primeira grande dissociação desde a crise de 2015/16 e uma das maiores nos últimos 15 anos", diz o relatório. Em outubro de 2018, o leite cru local recebeu 7,2 centavos de dólar (por litro) a menos que no Uruguai e 14,9 centavos a menos do que no Brasil.
 
"Mas não deve surpreender que, após a significativa depreciação do peso, muitos produtos da economia argentina tenham sido 'baratos' (em termos relativos), medidos em dólares. Espera-se uma recuperação dos valores - mais lenta ou mais rápida - dependendo de como evoluem os fatores de mercado, macroeconômicos e de política comercial, particularmente o sucesso do governo em estabilizar o preço do dólar e reduzir a taxa de inflação", analisa o estudo.
No mercado interno, o cenário é complexo. Atualmente, a cadeia de lácteos enfrenta demanda doméstica enfraquecida, com deterioração na capacidade de consumo das famílias, particularmente nos segmentos assalariados.
 
Embora o preço do leite cru esteja se recuperando, projeções indicam que as fazendas leiteiras verão sua lucratividade deteriorada no ciclo 2018/19, em comparação com as duas últimas safras. Em fazendas com menor produtividade, as margens permanecerão vermelhas, de acordo com a projeção da Fundación Mediterránea. (As informações são do Clarín, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 

LEITE LIVRE
Bruno Girão, CEO da Betânia Lácteos, líder da indústria leiteira do Nordeste, explica: o Brasil teve neste ano grande safra de leite. No Ceará, a produção subiu 17% e o consumo desceu 8%. Diante da excessiva produção, a indústria do Sul e Sudeste manda para o Nordeste o seu excedente, forçando a baixa do preço (sábado, 15, um litro de leite integral, produzido no Ceará, custava R$ 2,56). É um fato produzido pela concorrência do livre mercado. Mas o presidente da Faec, Flávio Sabóya, preocupa-se com o pequeno produtor, responsável por 75% do leite produzido no Ceará. "Ele está sendo prejudicado, pois o preço do que ele produz desabou". Por isto, Sabóya entregou ao governador Camilo Santana um documento no qual pede um aumento da alíquota do ICMS incidente sobre o leite importado de outros estados ou países. Neste momento, a indústria cearense tem, estocados, 20 milhões de litros de leite longa vida. (Fonte Diário do Nordeste)

 

 

Porto Alegre, 19 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.883

Sindilat pede ao futuro governo equidade na competitividade com o Mercosul

O Sindicato das Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul (Sindilat) pediu à nova ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e aos futuros secretários da Receita Federal, Marcos Cintra, e de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, equidade nas condições competitivas dos lácteos brasileiros com os importados do Mercosul. A solicitação contempla negociação de cotas para entrada dos produtos no Brasil, isonomia tributária em todos os elos da cadeia láctea, o fim da guerra fiscal entre estados e auxílio para retirada do excesso de leite em pó do mercado nacional. 

A reunião ocorreu em Brasília nesta terça-feira, na sede do Governo de Transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). "Pedimos que houvesse uma compra governamental para aliviar a pressão no mercado interno, pois, nos últimos dois meses, entrou no país o dobro da quantidade de leite do que no mesmo período do ano passado. O setor está trabalhando no prejuízo devido à pressão interna sobre o preço", argumentou Guerra. A mesa foi coordenada pelo senador eleito Luís Carlos Heinze e contou com a presença do deputado federal Jerônimo Goergen, além de representantes dos setores de arroz, alho, maçã, trigo, uva e vinho dos três estados do Sul do Brasil.

Segundo Guerra, a ministra garantiu que está em tratativas para que o governo absorva parte do excedente de leite em pó do mercado nacional. De acordo com ele, o governo demonstrou estar aberto ao diálogo e a ouvir os setores. "Ela falou que nós, enquanto país, temos que ter voz ativa pela importância e pelo tamanho que temos no Mercosul, e não negligenciar. Disse também que tem reunião agendada na Argentina, em janeiro, para tratar das disparidades do Mercosul", comentou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

Conseleite PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 18 de Dezembro de 2018 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Novembro de 2018 e a projeção dos valores de referência para o mês de Dezembro de 2018, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. (Faep)

Conseleite SC

A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 13 de Dezembro de 2018 na cidade de Joaçaba, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, prova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Novembro de 2018 e a projeção dos preços de referência para o mês de Dezembro de 2018. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina. (Faesc)

 
Estoques e diversificação do consumo de queijos desafiam laticínios dos EUA

Os estoques excedentes de queijo continuam a se acumular em níveis sem precedentes nos Estados Unidos, levando produtores a temer que a montanha siga crescendo e force um número maior de laticínios a fechar suas portas. Cerca de 1,8 milhão de toneladas de queijos como o cheddar, entre outros, estão estocados em armazéns refrigerados no país, o maior volume desde que os registros começaram a ser feitos, há um século. Um dos motivos para esse excesso foi o aumento da produção dos fabricantes de queijo antes de as tensões no comércio exterior terem restringido as exportações. Mas a mudança no gosto dos consumidores domésticos também afetou o cenário para os fabricantes de queijos. Muitos estão precisando pagar para armazenar esse excedente de queijo, na esperança de que demanda e preços melhorarem. "Há uma tonelada inteira de produtos antigos parados", disse Nate Donnay, diretor do boletim "Dairy  Market Insight" na INTL FCStone Financial. O queijo, cuja vida nas prateleiras é limitada, passa a valer menos depois de ficar semanas em armazéns refrigerados. Os produtores temem que o excesso e a decorrente queda nos preços possam reduzir seus lucros. O preço no mercado à vista para barras de 18,4 quilos de cheddar, por exemplo, caiu cerca de 25% em 2018 em relação a 2014. As exportações de queijo foram impactadas depois que o México e a China, grandes importadores, instituíram tarifas retaliatórias contra o queijo e o soro de leite dos EUA. Em setembro, as remessas de queijo para o México caíram 10% na comparação anual, segundo o Conselho de Exportação de Laticínios americano. Para a China, a queda foi de 63%. 

Nos EUA, os americanos nunca consumiram tanto queijo quanto em 2017. Mas eles vêm trocando queijos americanos processados por variedades estrangeiras. O consumo per capita de muçarela já é maior que o de cheddar desde 2010. O consumo per capita de queijo processado caiu pela metade desde 2006. As vendas de pizzas ajudaram a impulsionar a muçarela à liderança do mercado de queijos dos EUA, dizem analistas. O varejo também abastece cada vez mais as prateleiras com queijos importados e menos variedades típicas, à medida que os americanos se afastam dos alimentos processados e se aproximam dos produtos mais diferenciados. Mas essa busca por queijos diferentes dos usuais nos EUA representa um desafio para os grandes produtores. A irlandesa Glambia , uma das maiores produtoras de cheddar do mundo, aparentemente está confiante. Está construindo uma fábrica de US$ 470 milhões em Michigan e vai expandir sua unidade no Novo México. "Embora os mercados de queijo possam ser inerentemente cíclicos, as tendências de longo prazo apontam para uma ascensão no consumo global de laticínios", afirmou um porta-voz da companhia. Mas algumas fabricantes de queijo estão ajustando suas operações para produzir novas variedades populares. Um exemplo é a Sargent Foods, de Wisconsin, que adicionou à sua linha de queijos fatiados os tipos gouda e havarti. A Schuman Cheese, de Nova Jersey, passou a produzir parmesão, entre outras "novidades". Elas vão enfrentar a concorrência de produtores externos em busca de maior participação do mercado americano. A Royal FrieslandCampina, da Holanda, comprou neste mês a importadora Jana Foods, de Nova Jersey, por um valor não revelado. A maior fabricante mundial de gouda e de outros tipos de queijo holandeses pretende dobrar sua receita nos EUA em três anos. Varejistas americanos também vêm modificando suas linhas e passando a oferecer mais produtos especiais e importados, mais caros do que as fatias de cheddar. A rede Kroger, por exemplo, expandiu sua seleção de queijos desde que comprou em 2017 a Murray's Cheese, de Nova York. 

O executivo-chefe da empresa, Rodney McMullen, disse que desde então ele próprio e sua esposa começaram a comprar outros tipos de queijo. "Não conhecíamos outros melhores". As empresas cujo sucesso se baseou em queijos processados como o cheddar ainda apostam nesses tipos, confiando no crescimento das exportações. Os números dos embarques de outubro mostraram melhora, inclusive para o México, um dos maiores importadores. A oferta no curto prazo, contudo, vem derrubando o preço do leite e do queijo. Isso também vem prejudicando os fazendeiros que abastecem os fabricantes. Os preços do leite caíram aproximadamente 40% em comparação ao pico de 2014, quando muitos pecuaristas aumentaram seus rebanhos leiteiros. Agora, diante do declínio dos preços, muitas fazendas vêm fechando as portas. Neste ano, só em Wisconsins mais de 600 estabelecimentos deixaram de operar. Stan Ryan, executivo-chefe da Darigold, de Seattle, controlada pela cooperativa Northwest Dairy Association, disse que a queda dos preços vem derrubando os lucros dos cerca de 450 fazendeiros associados. "Está muito difícil para os produtores de laticínios permanecerem no jogo", disse Ryan, acrescentando que mais de 25 de seus fazendeiros fecharam as portas nos últimos 12 meses. (Tradução de Sabino Ahumada) (Valor Econômico)

NOVA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO
Fernando Schwanke, engenheiro florestal e ex-prefeito de Rio Pardo, foi confirmado ontem no comando da nova Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo, apresentada junto com toda a estrutura do futuro Ministério da Agricultura. Entre outras atribuições, a secretaria terá de buscar alternativas de negócios, qualificação na assistência técnica e extensão rural e fortalecimento do cooperativismo. Para absorver funções de unidades que estavam abrigadas em outras estruturas, a pasta que será comandada por Tereza Cristina contará com mais duas novas secretarias, além da agricultura familiar: Especial de Assuntos Fundiários, que será comandada pelo ruralista Luiz Antônio Nabhan Garcia, e de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, ainda sem titular definido. (Zero Hora)

 

 

 

Porto Alegre, 18 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.882

Leite termina 2018 em queda, mas acima do padrão de 2017

O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul fecha o ano em R$ 1,0057, queda projetada de 5,58% para o mês de dezembro em relação ao consolidado de novembro (R$ 1,0652). No acumulado de 2018, no entanto, houve valorização em relação aos valores praticados em 2017. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (18/12) pelo Conseleite, houve uma elevação nominal média de 15,59% no valor de referência, a maior variação percentual anual desde 2006. Contudo, se considerarmos a inflação (IPCA), a valorização real em 2018 em relação a 2017 é de 11,42%, o que resulta em um valor médio do ano de R$ 1,1012, abaixo das médias corrigidas de 2016 (R$ 1,1058) e 2013 (R$ 1,1258). "O ano de 2018 foi melhor do que 2017 tanto para o produtor quanto para a indústria", constata o professor UPF Eduardo Finamore, responsável pela pesquisa. Otimista, ele acredita que 2019 será um ano de nova recuperação. "O que o mercado está sinalizando é que teremos pela frente um ano de bons preços", indica, pontuando que a retomada deve vir a partir do início do ano, quando, tradicionalmente, o consumo das famílias é reaquecido. Para o final deste 2018, a previsão do Conseleite é de queda na produção no campo em função do clima, o que reforça a projeção de alta de preços para os próximos meses.

Os números de dezembro refletem diretamente o desempenho do mercado do leite UHT e do leite em pó, dois produtos que puxam o mix no Rio Grande do Sul.  "De janeiro a dezembro de 2018, o UHT acumulou alta de 7,49% e o leite em pó, 6,25%", acrescentou Finamore. Comparando dezembro de 2018 com o mesmo mês de 2017, verificou-se que o leite UHT manteve-se praticamente nos mesmos patamares (0,61%), enquanto o pó teve alta de 20,75%. 

Segundo o presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, infelizmente, a valorização apresentada nos números traz pouco da realidade do campo, onde os produtores enfrentam alta de custos. E lembrou de recente compromisso assumido pela futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina Costa Dias, com o setor para revisar o ingresso de lácteos do Mercosul no Brasil. "Isso nos traz otimismo em um momento difícil para a atividade". O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, indica que o ajuste cambial garantiu estabilidade de preços dos insumos, o que tornou a produção mais rentável tanto em Minas Gerais quanto no Rio Grande do Sul. Palharini indicou que o caminho para a maior estabilidade do mercado é fomentar as exportações. "Temos clientes importantes a conquistar para equilibrar o mercado", salientou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


FOTO: CAROLINA JARDINE 

 
GDT
 

Fonte: GDT 

EUA: apesar das tarifas de retaliação, exportações de lácteos devem registrar ano recorde

As exportações de lácteos dos EUA estão a caminho de um ano recorde, apesar das vendas estáveis tanto em volume quanto em valor em outubro, devido a uma perda de vendas para a China desde a implementação das tarifas de retaliação.

 

As exportações de leite em pó, soro de leite, queijo, lactose e manteiga para a China caíram 47% em outubro, enquanto as exportações dos EUA aumentaram 14%, com grandes ganhos nas vendas para o Sudeste Asiático e México. Em uma base total de sólidos de leite, as exportações dos EUA foram equivalentes a 15,3% da produção de leite dos EUA em outubro, elevando o percentual acumulado do ano para 16,3%. O recorde anterior tinha sido de 15,4% em 2013.

Nos quatro meses desde que a China colocou as tarifas adicionais em vigor, as exportações de soro do leite dos EUA para a China caíram 36% (-6.909 toneladas/mês) em comparação com o ano anterior. As vendas de leite em pó desnatado caíram 54% (-1.333 toneladas/mês), as vendas do leite em pó integralcaíram 97% (-1.288 toneladas/mês) e as exportações de queijo caíram 56% (-752 toneladas/mês). Em uma base de valor, as exportações totais de lácteos para a China caíram 36% no período de julho a outubro. Enquanto isso, as exportações para o México e o Sudeste Asiático aumentaram 25% e 29%, respectivamente, em outubro (em termos de valor) - principalmente devido à melhora nas vendas de leite em pó desnatado.

As exportações norte-americanas de leite em pó desnatado totalizaram 60.672 toneladas em outubro, um aumento de 19% em relação ao ano anterior. O total de 2018 nos primeiros 10 meses - 617.096 toneladas - já estabeleceu uma nova alta anual, faltando ainda dois meses para terminar.

As vendas para o México (32.734 toneladas, +37%) continuaram pesadas em outubro, enquanto as vendas para o Sudeste Asiático aumentaram 39% (uma alta de seis meses de 20.401 toneladas, principalmente Indonésia, Filipinas e Malásia). Em contraste, as vendas para a China, Peru, Paquistão, Japão e região do Oriente Médio/Norte da África (MENA) foram insignificantes, com uma queda de mais de 5.800 toneladas entre elas em comparação com um ano atrás.

Os fornecedores dos EUA também venderam volumes maiores de leite em pó integral para o sudeste da Ásia. As exportações totais de setembro foram de 4.227 toneladas (+124%) e quase a metade foi para o Vietnã. Em contraste, as vendas para a China foram de apenas 38 toneladas, uma fração do que foi enviado no ano passado. As exportações do leite em pó integral dos EUA dobraram este ano.

As exportações de soro de leite (whey) em outubro foram de apenas 40.765 toneladas, uma queda de 19% em relação a um ano atrás. Todas as subcategorias de soro apresentaram quedas nas vendas. As exportações para a China em outubro foram de apenas 10.167 toneladas (-51 por cento), o pior mês desde novembro de 2015. Pelo terceiro mês consecutivo, a maior parte do declínio veio de vendas menores de soro de leite modificado (permeado). Mais uma vez, os fornecedores desviaram as vendas do produto para o Sudeste Asiático, onde os volumes subiram 19%, incluindo vendas recordes do mesmo. As vendas para o Japão e a Coreia do Sul também foram maiores.

 

As exportações de queijos (26.931 toneladas) ficaram semelhantes às do ano anterior em outubro. As vendas de queijos para o México melhoraram apesar das tarifas retaliatórias, com um aumento de 31% em comparação a um volume fraco comparável. Os fornecedores dos EUA também registraram vendas mais baixas para a China (-59%), Japão (-26%) e Austrália (-25%). Os ganhos mais notáveis foram registrados nas vendas para a região MENA (+36%) e Sudeste Asiático (+28%).

As exportações de lactose totalizaram 29.070 toneladas em outubro, o menor valor em 17 meses (base média diária). Os embarques para a China caíram 9%, após a implementação de novas tarifas no final de setembro, enquanto as vendas para o Sudeste Asiático caíram 18% e as exportações para a Nova Zelândia foram uma baixa de oito anos. As vendas para o Japão, em contraste, aumentaram 39%.

As exportações de manteiga totalizaram 5.603 toneladas (+ 75%), a maior em mais de quatro anos. Os ganhos foram liderados pelo recorde de vendas para o México (3.156 toneladas). As exportações de leite fluido e creme subiram 18%. As vendas para o Canadá e o México foram as mais altas do ano.

Os fornecedores despacharam 176.948 toneladas de leite em pó, queijo, manteiga, produtos de soro e lactose em outubro, um aumento de 2% em relação a outubro de 2017. As exportações totais dos EUA foram de US$ 459,8 milhões, 1% abaixo do ano anterior. Nos primeiros 10 meses de 2018, as exportações de lácteos totalizaram US$ 4,71 bilhões, 4% a mais do que no mesmo período de 2017, enquanto o volume total subiu 15%.

Em uma base total de sólidos de leite, as exportações dos EUA foram equivalentes a 15,3% da produção de leite dos EUA em outubro, elevando o percentual acumulado do ano para 16,3%. (As informações são do USDEC, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 
Preço do UHT recua pelo 4º mês consecutivo

Leite UHT - A cotação do leite UHT registrou queda pelo quarto mês seguido em novembro. A média no atacado do estado de São Paulo foi de R$ 2,1077/ litro, baixa de 14,83% em relação a outubro. Para o queijo muçarela, o recuo foi de 3,72% no mesmo período, com o quilo do produto a R$ 17,65.

Na comparação com novembro do ano anterior, o valor do leite longa vida recuou 3,24%; porém, o queijo muçarela se valorizou fortes 20,23%. Em nov/17, o UHT custava, em média, R$ 2,1784/litro e a muçarela, R$ 14,68/kg. O movimento de queda dos produtos entre outubro e novembro está atrelado à baixa demanda e à elevada oferta do produto. Devido à instabilidade do mercado de lácteos, os canais de distribuição também pressionaram os valores. Diante da dificuldade nas negociações, alguns laticínios optaram por reduzir os preços para escoar os estoques, sendo que alguns diminuíram a produção ou migraram para outros produtos, visando evitar o acúmulo de produto estocado. Em dezembro, o mercado do leite longa vida já mostrou reação. De 03 a 13 de dezembro, a elevação dos valores do UHT foi de 3,28%, com média de R$ 2,0227/litro. Já o queijo muçarela se desvalorizou 2,13%, com preço médio de R$ 16,8585/kg - porém, a previsão também é de aumento nos valores. Essa pesquisa conta com o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).  (Cepea)

 
 
 

Condorelli assume o Senar
A partir de 1° de janeiro de 2019, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS) terá como superintendente o zootecnista Eduardo Condorelli. Ele assume junto com a nova diretoria da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), que continuará a ser presidida por Gedeão Pereira. Produtor rural, vice-presidente do Sindicato e Associação Rural de Bagé e integrante das Câmaras Técnicas do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), Condorelli diz que os primeiros passos de sua administração serão no sentido de realinhar as demandas do Senar para a implementação de novas formas de levar capacitação ao homem do campo. "Queremos otimizar recursos para ampliar o número de 120 mil agricultores treinados por ano", diz o superintendente, que substituirá Gilmar Tietböhl, e que não descarta a adoção de cursos na modalidade de Ensino a Distância (EAD). O Senar/RS oferece 10 mil cursos por ano em 13 programas de qualificação e 170 treinamentos profissionalizantes. (Correio do Povo)