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Porto Alegre, 30 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.788

LEITE/CEPEA: Preço sobe em julho pelo 6º mês seguido e atinge recorde real para o período

Preço Cepea - O preço do leite recebido por produtores subiu em julho pelo sexto mês consecutivo e atingiu recorde real para o mês, de acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Já quando considerados todos os meses da série histórica, a média de julho é a maior desde outubro de 2016, também em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA de jun/18). 

O valor líquido recebido em julho (referente à captação de junho) fechou a R$ 1,4781/litro na "Média Brasil" (inclui BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS e não contém frete e impostos), aumento de 14% em relação ao mês anterior. Desde o início do ano, a alta acumulada real é de expressivos 44%. Na comparação com julho/17, houve elevação de 15%, em termos reais. A média deste mês está abaixo da de outubro/16, quando foi de R$ 1,4817/litro.

A expressiva alta em julho esteve atrelada à paralisação dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio, e à tentativa do setor em normalizar suas atividades no pós-greve. Desabastecidos, os laticínios acirraram a competição para a compra de leite no campo no correr de junho, com o objetivo de recompor estoques. Além disso, o avanço da entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste e o "atraso" das pastagens de inverno no Sul do País seguiram limitando a captação em junho, influenciando a formação dos preços ao produtor em julho.

A valorização da matéria-prima também se refletiu em aumento das cotações dos derivados lácteos em junho. No entanto, em julho, o movimento altista não se sustentou. No acumulado da primeira quinzena de julho, o preço do UHT (leite longa vida) caiu 1,32% e, na segunda metade do mês (dados até 27/07), 9,4%, indicando a dificuldade do consumidor em absorver novas altas. Para agentes do setor, a queda dos preços reflete um novo equilíbrio do mercado, com a normalização dos estoques e com as cotações retornando a patamares condizentes com a demanda - ainda fragilizada por conta da estagnação econômica. 

Neste momento, é importante ficar atento aos preços do leite spot. Durante a primeira quinzena de julho, os valores em Minas Gerais subiram 28,1% em relação ao mês anterior, mas, na segunda metade do mês, houve queda de 6,6%, o que mostra que empresas têm tido dificuldades em manter o ritmo de valorização do leite no campo. 

O QUE ESPERAR PARA AGOSTO? - De acordo com agentes do setor, a oferta deve seguir limitada, fundamentados no clima adverso e no encarecimento dos grãos, o que deve impedir a mudança de tendência no mercado. Assim, a maioria dos colaboradores entrevistados pelo Cepea acredita em uma nova alta para o próximo mês. No entanto, uma parte dos colaboradores acredita em estabilidade nos valores em agosto, devido a dificuldades de consumidores em absorver novas valorizações dos lácteos. (Cepea)
 
Gráfico 1. Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de junho/18)
 
 
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em JULHO/18 referentes ao leite entregue em JUNHO/18
 
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.
 
Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na "média Brasil" - RJ, MS, ES e CE
 
Fonte: Cepea-Esalq/USP.
Nota: em janeiro de 2017, o CESSR (ex-Funrural) foi reajustado para 1,5%.

 

Mapa completou 158 anos neste sábado

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), responsável pela gestão das políticas públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização de serviços vinculados ao setor, completou 158 anos neste sábado (28). Sua origem remonta ao tempo do Império, tendo sido criado pelo imperador Dom Pedro II, em 28 de julho de 1860, pelo decreto nº 1.067, ainda como Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

Em 1892, com a proclamação da República e a secretaria transformada em Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, os assuntos de agricultura passaram a ser tratados por diretoria dessa pasta. E, em 1909, as atividades foram incorporadas ao, então criado, Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio".

Em 2017, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 96,01 bilhões, registrando crescimento de 13% em relação a 2016. No período, o setor foi responsável por 44,1% do total das vendas externas do Brasil. Com o crescimento do valor exportado sobre o das importações, o saldo da balança do setor foi superavitário em US$ 81,86 bilhões, ante os US$ 71,31 bilhões do ano anterior. Foi o segundo maior saldo da balança do agronegócio da história, inferior apenas ao registrado em 2013 (R$ 82,91 bilhões).

O agronegócio no país compreende desde o pequeno até o grande produtor, reunindo atividades de fornecimento de bens e serviços à agricultura, produção agropecuária, processamento, transformação e distribuição de produtos de origem agropecuária até o consumidor final.

Sob sua gestão se encontram aspectos mercadológico, tecnológico, científico, ambiental e organizacional do setor produtivo e também dos setores de abastecimento, armazenagem e transporte de produtos das safras agrícolas, além da gestão da política econômica e financeira do agro.

Com a integração do desenvolvimento sustentável e da competitividade, o Mapa visa à garantia da segurança alimentar da população e a produção de excedentes para exportação,

O ministério conta com quatro secretarias, 27 superintendências estaduais, unidades locais, rede de seis laboratórios, além de duas vinculadas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), que abrigam cerca de 11 mil servidores espalhados por todo o Brasil.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) são empresas públicas que atuam sob ingerência e coordenação do Mapa. Também são entes descentralizados do ministério, organizados sobre a forma de sociedades de economia mista, as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A (Ceasa/MG), a Companhia de Armazéns, Silos de Minas Gerais (Casemg), Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). O ministério coordena ações e políticas de 28 Câmaras Setoriais e 8 Câmaras Temáticas relacionadas aos diversos setores produtivos do agronegócio brasileiro. (As informações são do Mapa)

 

Regulação: Portal permite acompanhar temas para 2018 

Agenda Regulatória - A nova página de acompanhamento da Agenda Regulatória 2017-2020 (AR 2017-2020) permite que qualquer cidadão conheça as atividades regulatórias da Anvisa, o que envolve cada tema e saiba o que estará acontecendo ao longo do ano no processo de regulação. 

O conteúdo no portal da Anvisa foi remodelado e apresenta, de maneira simples e objetiva um descritivo sobre o tema que está sendo regulado, os problemas inicialmente identificados e, dentro de cada processo de regulação, exibe o cronograma previsto para 2018, com as etapas e as atividades relacionadas ao fluxo regulatório.

Acompanhamento
A lista de 126 temas da Agenda Regulatória (AR) para o quadriênio 2017-2020 foi aprovada pela Diretoria Colegiada da Anvisa e publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 6 de dezembro de 2017 (confira a publicação na íntegra ou a lista de temas em PDF). A inserção de um tema na AR é a primeira etapa do processo de regulação. Durante o processo é incentivada a participação colaborativa de toda a população e por isso é importante ter transparência e permitir o acompanhamento dos temas da Agenda. Para conferir as informações disponíveis, basta acessar no menu do portal da Anvisa na área de Regulamentação/Agenda Regulatória/ Acompanhamento dos temas (http://portal.anvisa.gov.br/2017-2020/temas) e, no painel exibido, escolher a área de atuação do seu interesse entre os 15 macrotemas da Agenda Regulatória da Agência. Nesta área é apresentada a lista de temas que serão regulados, informações descritivas de cada um e, em seguida, os processos regulatórios relacionados e o cronograma previsto de atividades para este ano. Para mais informações é possível acessar o arquivo com a ficha de planejamento completa sobre o tema. 

A cada atualização, o indicativo da versão da ficha também será alterado. O conteúdo de alguns temas ainda está sendo trabalhado pelas gerências da Anvisa e, assim que for finalizado, as fichas serão incorporadas ao Portal. O objetivo é ampliar o acompanhamento da Agenda com monitoramentos semestrais e assim garantir ainda mais transparência e informações ao público sobre os temas em andamento, já concluídos ou mesmo com indicativo para arquivamento. (Anvisa) 

Argentina - Os produtores insistem em um preço de referência para o leite 
Produção/AR - Estiveram reunidos em Buenos Aires com os ministros das seis províncias que concentram a produção de leite da Argentina. Os produtores precisam construir um horizonte para o setor que se encontra estagnado há vários anos. Na reunião com os ministros das províncias, os produtores de leite reivindicaram preço de referência para o leite cru, políticas bem definidas para o setor lácteo e o compromisso de que as obras de infraestruturas seriam realizadas pelas províncias para melhorar o acesso às fazendas e as estradas das distintas bacias leiteiras. Na reunião, que foi realizada na Província de Santa Fe em Buenos Aires, "foram reiteradas reivindicações que são feitas pelos produtores de leite, há anos, como contar com um mercado mais transparente, com preços de referência e que sejam pagos por sólidos e não por litro de leite, que é uma forma de reconhecer a qualidade", contou ao Clarín rural, Roberto Tion, o secretário de pecuária de Santa Fe. A maioria das reivindicações foi resumida no trabalho apresentando pela Confederação Rural Argentina (CRA), que também vê a necessidade de estabelecer um projeto base para o setor lácteo. "As província também se comprometeram a resolver problemas pontuais em estrada, vias e infraestrutura", assegurou Tion. De imediato, a principal reclamação é em relação ao preço do leite fluido. Os produtores estão recebendo entre 6,70 e 7,00 pesos por litro, e asseguram que precisam de mais de 8 pesos para "cobrir" os custos de produção e tornar o empreendimento viável. (agrositio - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

Porto Alegre, 27 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.787

MENOS PESSOAS EM UM CAMPO MAIS MECANIZADO

Pela primeira vez, um censo agropecuário indicou menos de um milhão de pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários no Rio Grande do Sul. Em 11 anos, o meio rural gaúcho perdeu mais de 248 mil trabalhadores, cerca de 20% do total - possivelmente atraídos por oportunidades na cidade. Os números divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retratam uma realidade cada vez mais visível no campo: a intensificação da atividade, com o uso crescente de máquinas e equipamentos, e a migração urbana.

- O investimento em tecnologia requer menos mão de obra. Outro fator que explica a redução da ocupação é o fenômeno migratório, com cada vez menos pessoas dispostas a ficar na zona rural - afirma Cláudio Sant'Anna, coordenador técnico do Censo Agropecuário 2017 no Estado.

Os dados da pesquisa mostram que a diminuição dos postos de trabalho foi impactada pelo avanço da mecanização e de tecnologias. O número de tratores aumentou quase 50% no Estado, chegando a 242 mil unidades em 2017. No país, a variação foi semelhante, chegando a marca de 1,2 milhão de unidades. Entre 2006 e 2017, para cada trator adquirido no Estado, três empregos foram eliminados.

- A concentração do número de propriedades, diante da dificuldade dos pequenos competirem, também favoreceu a mecanização e, consequentemente, a menor necessidade de pessoas no campo - acrescenta Nicole Rennó, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), que faz acompanhamento trimestral da ocupação no agronegócio. A pesquisadora pondera que a queda do número de trabalhadores é maior dentro da porteira do que fora dela - onde se configura o agronegócio. Nas agroindústrias e nos agrosserviços, a tendência de redução de trabalhadores é bem inferior.

- A indústria e os serviços não tiveram uma mudança estrutural na atividade que dispensasse a necessidade de mão de obra, ou seja, a modernização foi menor - destaca a pesquisadora. O avanço da mecanização pode ser relacionado, ainda, com o aumento da produtividade da agropecuária brasileira, que cresce a taxas superiores ao restante da economia. (Zero Hora /Valor econômico)

 
 
 
 

Consultas públicas tratam de segurança alimentar

Segurança alimentar - A Anvisa abre hoje (25/7) o prazo para contribuições para duas consultas públicas. Uma delas, a CP 541, é uma proposta de texto da futura Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) que irá firmar os critérios microbiológicos para alimentos. A outra, a CP 542, é a Instrução Normativa (IN) que trará a lista de critérios estabelecidos.

Os critérios microbiológicos das futuras RDC e IN são aqueles utilizados para validar as medidas de controle adotadas durante a preparação dos alimentos e para definir a aceitabilidade do processo de produção e a segurança do produto final para quem o consome. Critérios microbiológicos servem de parâmetro de aceitação do produto nas ações de fiscalização das vigilâncias sanitárias dos estados e dos municípios, que junto com a Anvisa compõem o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), ou para verificar se as medidas de controle adotadas pelas empresas da cadeia produtiva de alimentos são efetivas.

RDC
A futura RDC será voltada à segurança alimentar e a minimizar o impacto de potenciais perigos alimentares na saúde dos consumidores. A nova norma irá atualizar a RDC 12/2001, que hoje regulamenta esse tema. Ela indica os microrganismos que devem ser avaliados e os limites de aceitação por categorias de alimentos. O que se propõe agora é atualizar a RDC 12/2011 porque os critérios microbiológicos precisam ser revistos ou complementados periodicamente, para atender aos progressos da ciência e da tecnologia de alimentos, às alterações da ocorrência dos micro-organismos patogênicos, às evidências epidemiológicas e ao perfil demográfico dos consumidores, bem como aos resultados de avaliações de risco.

A proposta de revisão da RDC 12/2001 foi elaborada considerando os critérios microbiológicos atualmente estabelecidos por organismos internacionalmente reconhecidos, como as normas adotadas pela União Europeia, Codex Alimentarius e International Commission on Microbiological Specificaons for Foods (ICMSF). As propostas que estão em consulta pública, a CP 541 e CP 542, foram previamente discutidas com diversos segmentos da sociedade, por meio de reuniões técnicas. (Anvisa)

Greve dos caminhoneiros no Brasil prejudicou vendas da Nestlé

A greve dos caminhoneiros no Brasil, no fim de maio deste ano, contribuiu para prejudicar o desempenho das vendas da suíça Nestlé no primeiro semestre de 2018. A companhia informou, em balanço divulgado nesta quinta-feira, 26, que as vendas no Brasil recuaram para 1,72 bilhão de francos suíços entre janeiro e junho, queda de cerca de 15,7% na comparação com os 2,04 bilhões de francos suíços em igual período de 2017.

De acordo com a empresa, a América Latina apresentou crescimento orgânico positivo, mas desacelerou em comparação com o ano anterior. A greve no Brasil "interrompeu as operações e a distribuição e reduziu o crescimento na região em cerca de 80 pontos-base no segundo trimestre". Mesmo assim, com ajuda das demais regiões, a companhia teve crescimento orgânico de 1% na zona geral das Américas. Analistas esperavam queda de 0,5%.

A greve dos caminhoneiros parou o País no fim de maio, com os motoristas protestando contra o aumento nos preços do diesel e exigindo o fim da política de ajuste diário de preços dos combustíveis da Petrobras. Após a paralisação, o então presidente da estatal, Pedro Parente, pediu demissão.

A Nestlé registrou lucro líquido de 5,8 bilhões de francos suíços (US$ 5,84 bilhões) no primeiro semestre de 2018, uma avanço de 18% na comparação com o reportado em igual intervalo do ano passado, de 4,9 bilhões de francos suíços. O resultado foi influenciado principalmente pela receita com alienações, impostos mais baixos e melhor desempenho operacional. O lucro por ação no período subiu 21,4%, para 1,92 franco suíço.

O desempenho superou as estimativas de analistas, que apostavam na estabilidade das vendas no semestre na comparação com igual semestre do ano anterior. Após a divulgação, as ações da companhia chegaram a subir pouco mais de 1%.

As vendas no primeiro semestre foram de 43,92 bilhões de francos suíços, aumento orgânico de 2,8%. De acordo com o CEO da Nestlé, Mark Schneider, a estimativa é aumentar ainda mais o crescimento orgânico no segundo semestre. "Esperamos melhoria das margens com novos benefícios de nossos programas de eficiência e preços mais favoráveis para as commodities", disse. (As informações são do portal Exame)

Alimentação na América Latina: maior parte da população almoça e janta em casa
Os latino-americanos gastam 8% de seu tempo - pelo menos duas horas por dia - preparando refeições para si e suas famílias, com as pessoas passando mais tempo diante do fogão no Equador e na Bolívia. Os dados foram apurados pela Kantar Worldpanel. Segundo o levantamento, os consumidores da região fazem refeições em média 4 vezes ao dia, sendo o almoço a mais importante para 54% dos domicílios, seguido pelo café da manhã, que aparece com 36% no ranking de relevância. Em toda a América Latina, 10% das pessoas preparam refeições que são adaptadas para uma dieta especial - tais como sem glúten, baixo teor de sal ou dietas sem açúcar. Este valor é mais alto entre consumidores com 50 anos ou mais (15%). Reduzir a quantidade de gordura também é importante para a população da região, com 7% escolhendo as refeições porque são leves ou com pouca gordura. Por exemplo, na França comer menos carne e menos produtos animais ganhou popularidade, com pelo menos um membro em mais de um terço (34%) das famílias seguindo esta tendência. Os latino-americanos exigem produtos frescos. A primeira coisa que eles olham na etiqueta do produto é a data de validade: 59% verificam primeiro, enquanto 13% estão preocupados com a quantidade de açúcar, 11% com a quantidade de gordura e 11% com a quantidade de sal. Por causa da preocupação com a saúde, 30% dos consumidores latino-americanos mudaram seus hábitos alimentares no ano passado. Eles aumentaram o consumo de frutas e vegetais e reduziram o sal (20%), açúcar, frituras e carne vermelha, sendo que 5% parou de comprar refrigerantes e 4% parou de beber álcool. Enquanto 7% dos lares reduziram a quantidade de produtos lácteos em sua dieta, 4% aumentaram para tirar partido dos benefícios de uma dieta rica em cálcio. (As informações são da Kantar Worldpanel)

Porto Alegre, 26 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.786

Receita das maiores de lácteos do mundo subiu 7,2% em 2017

O faturamento combinado das 20 maiores empresas de lácteos do mundo avançou 7,2% em dólar no último ano, segundo o levantamento "Global Dairy Top 20", divulgado ontem pelo banco holandês Rabobank. O estudo mostrou ainda uma mudança no segundo lugar da lista das 20 maiores do segmento, que passou a ser ocupado pela francesa Lactalis. Além disso, de acordo com o Rabobank, as operações de fusões e aquisições em lácteos no mundo cresceram de forma expressiva em 2017. O primeiro lugar no ranking do Rabobank continua com a suíça Nestlé, que teve receita de US$ 24,2 bilhões em 2017. Mas a segunda na lista passou a ser a Lactalis, com faturamento de US$ 19,9 bilhões. 

 

A empresa tomou o posto da também francesa Danone, que fechou o ano passado com receita de US$ 17,6 bilhões. O levantamento ressalta que a apesar de a Nestlé seguir "reinando" no ranking, a diferença entre ela e a número dois se estreitou. A Lactalis subiu para o segundo lugar impulsionada pelas aquisições dos negócios de iogurte das americanas Stonyfield e Siggi. Já a Danone perdeu a posição depois de desinvestir na Stonyfield após a compra da fabricante de alimentos orgânicos WhiteWave, de reduzir sua fatia na Yakult e de vender participação na Al Safi Danone, joint venture na Arábia Saudita. Além disso, na Índia, a Danone decidiu focar em produtos de nutrição e vendeu sua fábrica de lácteos a um player local. A cooperativa Fonterra, da Nova Zelândia, subiu para o quinto lugar no ranking da "Global Dairy Top 20", ligeiramente à frente da holandesa FrieslandCampina, que caiu para a sexta colocação. A escandinava Arla Foods permaneceu em sétimo, apesar da aquisição da joint venture com a SanCor e da nova sociedade com a Indofood.

De acordo com levantamento, a recuperação dos preços dos lácteos em 2017 permitiu o crescimento do faturamento combinado das 20 maiores de lácteos no mundo. E as operações de fusões a aquisições no setor cresceram estimuladas pela disponibilidade de capital barato, como também ocorreu em outras áreas. Contudo, destaca o banco, os "meganegócios" concretizados em 2017 - Danone/WhiteWave e Saputo/Murray Goulburn - tiveram impacto limitado no ranking do "Global Dairy Top 20". Como resultado, afirma o relatório, não há novos entrantes na lista das 20 maiores de lácteos pelo segundo ano consecutivo, o que indica dificuldade de romper o limite de US$ 5 bilhões (valor do faturamento da vigésima colocada na lista). Houve 127 negócios de fusões e aquisições no setor de lácteos no mundo em 2017, conforme o levantamento, ante 81 transações em 2016. Até a metade deste ano, segundo o Rabobank, o número de negócios no segmento está em 62, com quase metade ocorrendo na Europa. 

Em 2017, diz o banco, o valor das transações ficou abaixo do ano anterior devido ao menor número de grandes operações. Além disso, alguns dos maiores negócios no setor não incluíram empresas que fazem parte do Global Dairy Top 20, como a aquisição da brasileira Vigor pela mexicana Lala. A aquisição da Itambé pela Lactalis, que está entre as maiores, está sub judice. O banco prevê que nas próximas décadas o mercado global de lácteos vai crescer ao menos 30% em volume e valor, como resultado do crescimento populacional, do aumento da renda e da urbanização. A avaliação é que o crescimento orgânico e as aquisições vão direcionar esse avanço. (Valor Econômico)

 
Escassez deixa defesa sanitária preocupada

A escassez da tuberculina, substância utilizada no diagnóstico de tuberculose bovina, tem causado apreensão no setor de defesa sanitária. Uma das alternativas para a continuidade dos testes é a adoção de importações emergenciais, o que vem sendo discutido pelo segmento junto ao Ministério da Agricultura. Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesta modalidade, as aquisições para situações ligadas à exportação foram liberadas. As demais estão em estudo. O cenário preocupa tanto pelo combate à enfermidade quanto pela proximidade da Expointer, já que os animais devem obrigatoriamente apresentar exame negativo para a doença para participar da exposição, que começa daqui a um mês. O problema no abastecimento deve-se a uma demanda superior à oferta no país, segundo o superintendente do Mapa/RS, Bernardo Todeschini. Além disso, a produção da substância no país não teve nenhum incremento. 

Há apenas um laboratório produzindo o material, o Instituto Biológico de São Paulo, que prioriza o atendimento daquele estado. A expectativa é de que uma nova empresa, de origem argentina, comece a operar no país em setembro. "Isso deve começar a colocar tuberculina no mercado a partir de janeiro", aponta Todeschini. Com relação às importações emergenciais, o superintendente ressalta ser necessário que empresas com a intenção de executar a operação procurem o Mapa para manifestar interesse. O diretor de Defesa Agropecuária da Secretaria Estadual da Agricultura, Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, destacou a necessidade de que o assunto seja solucionado o quanto antes, mas ressaltou que a intenção é trabalhar em conjunto com a Superintendência do Mapa no Rio Grande do Sul. (Correio do Povo)
 
 

Agroindústrias investem em caminhões

Alvo de duras críticas de produtores, agroindústrias e tradings, a tabela de preços mínimos de fretes rodoviários que aguarda sanção do presidente Michel Temer, estimula um número cada vez maior de projetos que preveem a criação ou o reforço de frotas próprias de caminhões para o escoamento das safras. Para cargas a granel como soja e milho, os valores de fretes para longas distâncias até agora propostos representam, em média, altas de cerca de 30% a 50% em relação aos que vinham sendo praticados, de acordo com estimativas. Maior exportadora de soja brasileira, a americana Cargill, que desde a primeira versão da tabela de fretes, usada por Brasília para encerrar definitivamente a recente greve dos caminhoneiros, posicionou-se veementemente contra o tabelamento, voltou a sinalizar que poderá investir em uma frota própria para entrar em operação já nesta safra 2018/19. "Com o tabelamento, indústrias e exportadores terão que repensar a forma como irão operar no Brasil", disse, em comunicado, Paulo Sousa, diretor de grãos e processamento da companhia para a América Latina. Segundo ele, a intervenção do governo no mercado de fretes cria "uma ruptura no funcionamento natural da cadeia de suprimentos e desequilibra os contratos, a ponto de comprometer a confiança na expansão sustentável do agronegócio", além de abrir caminho "para oportunistas trabalharem na informalidade". 

Nesse contexto, a Cargill reforçou que analisa para a safra 2018/19 adquirir frota própria de caminhões e contratar motoristas. A paranaense Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina e outra grande exportadora de grãos, tem sobre a mesa um projeto até mais avançado. O grupo, com sede no município de Campo Mourão, acaba de fechar a aquisição de 152 novos caminhões, que já havia sido aprovada para renovar sua frota própria de 280 veículos. Mas a Coamo só decidirá se de fato seguirá o roteiro previsto e venderá um número semelhante ao total adquirido, que estará à disposição até janeiro, depois que uma tabela definitiva de fretes entrar em vigor. Além dos caminhões próprios, a Coamo opera uma "frota dedicada" de cerca de 600 veículos que pertencem a transportadoras. 

A cooperativa, que movimenta mais de 10 milhões de toneladas de cargas a granel anualmente, também contrata junto a transportadoras serviços para agilizar o escoamento em picos de colheita e, eventualmente, recorre a fretes no mercado spot. A frota própria, composta basicamente por bitrens de sete eixos, responde por 15% da movimentação total de cargas a granel do grupo. Segundo Airton Galinari, superintendente de logística e operações da Coamo, os últimos valores apresentados pelo governo para os fretes chegam a representar aumentos de 80% a 100% em relação aos custos da frota própria - que normalmente opera em curtas distâncias, nas rotas que chegam às cerca de 60 lojas de insumos, peças e maquinários da cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul - e de 50% na comparação com os custos da "frota dedicada" de 600 caminhões. Maior empresa de proteínas animais do país, a JBS também está se mexendo por causa do encarecimento dos fretes rodoviários. A companhia acaba de fechar a aquisição de 360 caminhões e estuda ampliar essas compras caso os fretes não sejam revistos, disse uma fonte próxima à empresa de carnes. A frota própria da JBS - que, procurada, preferiu não comentar o assunto - representa mais ou menos um terço do número total de caminhões utilizados em suas operações. Fontes do setor de agronegócios consultadas pela reportagem nos últimos dias afirmaram que é difícil encontrar produtores ou empresas que não estejam avaliando contar com transporte próprio para amenizar a alta dos fretes. Exemplo desse movimento são os laticínios, que reclamam do grande peso dos custos com transporte em suas contas.

 "O setor do leite trabalha exclusivamente com transporte rodoviário e não tem alternativa. Dessa forma, o impacto será mais expressivo no produto", afirmou Alexandre Guerra, presidente do Sindilat, que representa os laticínios gaúchos e defende a livre negociação dos fretes. "Não existe espaço para a adoção de tabelas de valores mínimos. Esse custo quem vai pagar é o consumidor", acrescentou ele em comunicado. O Sindilat confirmou que, para driblar a alta nos custos, algumas empresas do segmento estudam absorver a atividade de transporte ou pelo menos parte dela - alguns laticínios já são responsáveis pela captação do leite nas fazendas produtoras. Para o dirigente, o risco é que o encarecimento do frete leve à revisão de rotas de coleta de leite, o que poderia até acarretar abandono de áreas de pouco volume de produção da matéria-prima. Outra que se debruça sobre a equação dos custos de transporte é a Copersucar, maior comercializadora de açúcar e etanol do país. "Achamos que a chance do tabelamento dar certo é nenhuma. Mas, no limite, faríamos frotas próprias", afirmou Paulo Roberto de Souza, presidente da companhia, ao Valor. Segundo ele, a Copersucar é menos atingida pela medida porque 60% de sua movimentação já se dá por meio de ferrovias. Mas o restante é movimentado em rodovias e justificaria uma frota própria. (Valor Econômico)  

 

Safrinha prejudicada no PR
A estiagem provocou quebra de 22,7% na produção da segunda safra de milho no Paraná. A previsão para a colheita caiu de 12 milhões para 9,2 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. Mesmo assim não haverá escassez no país, que deve produzir quase 83 milhões de toneladas para um consumo próximo de 60 milhões de toneladas, segundo a Conab. O diretor executivo da Facoagro, Sérgio Feltraco, diz que a quebra paranaense tem influência para o comprador de milho, que paga mais pelo grão dependendo da distância e das condições mercadológicas específicas do lugar onde vai buscá-lo. (Correio do Povo)

Porto Alegre, 25 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.785

Conexão Ciência apresenta os avanços do setor lácteo no Brasil

Avanços do setor lácteo - A produção brasileira de leite deve crescer de 2 a 2,5% em 2018, de acordo com estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O avanço do setor lácteo nas últimas décadas no Brasil é o tema do programa Conexão Ciência, que vai ao ar nesta terça-feira (24) às 19h15 na TV NBR, do governo federal.

O entrevistado, Pedro Arcuri, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), fala sobre a busca constante pela melhoria da qualidade do leite, que integra os setores públicos e privados no desenvolvimento de ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Ao longo de mais de quatro décadas, a Embrapa em parceria com outras instituições públicas como universidades, empresas estaduais e instituições privadas como empresas comerciais, instituições de ensino privado, órgãos de representação, entre outras, têm investido na entrega de soluções tecnológicas que vêm contribuindo para o melhor desempenho da cadeia produtiva de leite e lácteos. A visão do setor é tornar o Brasil um exportador global significativo de leite e produtos lácteos de valor agregado.

Entre os resultados obtidos em prol do setor produtivo, Arcuri destaca o Programa de Melhoramento Genético Animal para quatro das mais importantes raças leiteiras, Gir Leiteiro, Girolando, Holandesa e Guzerá; o controle estratégico de carrapatos de bovinos; o desenvolvimento de técnicas de reprodução e multiplicação de bovinos zebuínos leiteiros; e a geração das variedades melhoradas de capim-elefante (BRS Capiaçu e Kurumi) e capim-azevem (Ponteio e Integração).

Durante a entrevista, o chefe de P&D da Embrapa Gado de Leite fala também sobre as ferramentas para a gestão de propriedades leiteiras, entre as quais ressalta o Gisleite, sistema para o gerenciamento do desempenho produtivo dos animais e da propriedade de um modo geral, e o GEPleite - ferramenta informatizada para a gestão econômico-financeira da propriedade leiteira, desenvolvida em parceria com a Cooperativa Santa Clara do Rio Grande do Sul.

"Ideas for Milk": modelo para outras cadeias produtivas
Outra inovação em prol da pecuária leiteira é o evento "Ideas for Milk - desafios de startups", promovido pela Embrapa Gado de Leite desde 2016. Essa iniciativa aproxima empresas pequenas e criativas, chamadas de startups, com as indústrias tradicionais, fornecedores de ferramentas digitais e investidores interessados em ideias inovadoras, que possam virar produtos comerciais. "Trata-se de um ecossistema de inovação para a cadeia do leite, que tem resultado em parcerias e soluções digitais para a produção de leite com mais qualidade, além de processamento e distribuição de leite e lácteos com valores desejados pelos consumidores", explica o pesquisador. A iniciativa está sendo usada como modelo para outras cadeias produtivas, como a do café, por exemplo.

Agricultura 4.0: a pecuária leiteira na era digital
Arcuri destaca também a chamada Agricultura 4.0, que a cada ano tem ganhado mais espaço na agropecuária brasileira, do pequeno ao grande produtor, e gerado um grande impacto na produtividade, assegurando o equilíbrio nas três vertentes da sustentabilidade - social, econômica e ambiental. Segundo ele, a agricultura digital, voltada ao uso de grandes volumes de dados, automação e robótica, aprendizado de máquinas, precisão na aplicação de insumos, também está associada ao conceito do ecossistema de inovação. "A Embrapa Gado de Leite está utilizando parte das suas instalações físicas em áreas de teste de tecnologias digitais, para aumentar a produtividade e facilitar as atividades dos produtores rurais, tanto em esforço físico quanto em acesso a informações para tomar decisões com maior chance de acertos. Para isso, estamos permanentemente buscando novos parceiros para unirem as suas competências às da Embrapa, em todos os níveis", finaliza.

O Conexão Ciência é produzido em parceria pela Embrapa e a NBR e vai ao ar todas às terças-feiras na TV do Governo Federal, às 19h15. O programa também pode ser assistido pelo canal da NBR no Youtube. Saiba como sintonizar a NBR na página da EBC Serviços na internet. Assista aqui aos programas anteriores. (Página Rural)

 
 

Espanha - A possibilidade de vender leite cru desperta interesse dos pecuaristas

Leite cru/Espanha - A União dos Pequenos Agricultores e Pecuaristas (UPA) se posicionou a favor da venda direta de leite cru por parte das explorações pecuárias espanholas. A recente aprovação de um decreto que regula esta prática na Cataluña despertou o interesse de todo o setor e também certas dúvidas por parte dos consumidores. 

"Os pecuaristas podem gerenciar, sem nenhum problema, um produto sobre o qual existe um interesse crescente", afirmou Román Santalla, secretário da UPA. A regulamentação na Cataluña se faz "urgente", e na sua opinião, a aprovação de uma norma nacional que deixe claro o procedimento dos produtore e "dê garantias" aos consumidores.

Os produtores de leite vêm na venda do leite cru uma oportunidade para diversificar suas explorações e obter um preço justo pelo leite de primeira qualidade. As condições sanitárias das propriedades espanholas são excelentes, acima da média europeia, assegurando, diz a UPA, um leite cru que pode ser vendido sem problema e ser consumido sem medo, levando em conta sempre que é preciso ferver o leite e conservá-lo corretamente - um máximo de 72 horas depois da ordenha - para eliminar possíveis microrganismos.

"Os consumidores sabem que precisam lavar as verduras, cozinham bem a carne ou congelam o pescado para que seu consumo seja perfeitamente seguro. É possível e justo que o leite cru tenha um espaço no mercado espanhol, não vemos nenhum problema nisso", destacou Santalla.

A norma deve ser rigorosa no que se refere aos requisitos sanitários das fazendas que queiram comercializar o leite cru. "O objetivo principal é que os consumidores possam dispor de um produto saboroso, com grande potencial gastronômico e com todas as garantias sanitárias", afirma a UPA, concluindo: "É possível, justo e necessário regulamentar a venda direta de leite cru". (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

UE - Pequenas reduções na produção de leite podem ter grande efeito no preço

Leite/UE - Faz dois anos, em 18 de julho de 2016, o Comissário Europeu de Agricultura, Phil Hogan, anunciou um programa de redução voluntária de produção de leite na União Europeia (UE). Um estudo realizado pela A.Fink-Kebler y A.Trouvé analisou o programa e chegou às seguintes conclusões:

- O programa voluntário de redução da produção foi um grande êxito, já que com uma pequena redução na produção, conseguiu um grande efeito direto nos preços;

- Os preços aumentaram de 25,68 centavos/quilo, em julho de 2016 para 34,16 centavos/quilo em julho de 2017;
- O programa revê uma alta participação de pecuaristas: 48.200 produtores de leite de 27 Estados Membros da UE participaram (aproximadamente 3% das fazendas leiteiras européias);
- O volume reduzido foi de 833.551 toneladas (aproximadamente 2% do volume de leite do mesmo período no ano anterior);
- Os 4 maiores países produtores de leite mostraram a maior participação no programa: Alemanha (232.300 toneladas), França (152.732 toneladas) e o Reino Unido (90.814 toneladas). No conjunto, os três países representam 57% do volume total de redução. A Holanda reduziu em 56.117 toneladas;
- A Irlanda teve o maior percentual de fazendas participantes (21%) e o volume de redução (4%).

O programa voluntário de redução do volume de leite da UE foi realizado entre outubro de 2016 e janeiro de 2017. Os pecuaristas tiveram a oportunidade de reduzir voluntariamente a produção em troca de uma compensação (14 centavos/quilo de leite reduzido em comparação com o mesmo período de 3 meses do ano anterior). (Agrodigital - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

EUA - O que as indústrias de leite vegetal não querem divulgar

Sem Lactose/EUA - Impulsionados pela inovação "leite sem lactose", a indústria de laticínios está desafiando o domínio dos leites vegetais, com as vendas de "leite sem lactose" nos Estaods Unidos (EUA) estarem perto de alcançar - e talvez mesmo ultrapassar - as vendas de leite de amêndoa. Em 2017, as vendas do leite sem lactose cresceram duas vezes mais rápido do que os leites vegetais (7%). O leite de amêndoa, que tem 75% do segmento de leite vegetais, cresceu 9,3%. Mas, as vendas de leite sem lactose cresceram 13% - quase o dobro da taxa de crescimento dos leites vegetais. Mantendo o crescimento atual, as vendas de leite sem lactose serão iguais às do leite de amêndoa em 2020.

Quatro elementos garantem o sucesso do leite sem lactose:

1 - Produto inovador

2 - Marketing

3 - Versatilidade

4 - Vantagem natural

Produto inovador
Fairlife é a marca de maior crescimento do leite sem lactose, 52%, em 2017, é a número um do segmento. Produzido por ultrafiltração, a marca oferece:

Maior teor de proteína (13 gr por 240ml contra 8 gr para o leite comum).
Sem Lactose.
Metade do açúcar do leite normal (6 gr, contra 12 gr).

A Fairlife foi lançada em 2015. Em 2017 suas vendas chegaram a US$ 228 milhões, apesar de vender a um preço 100% maior que o do leite normal, e ser de 50 a 60% mais cara que marcas de leite vegetal. Seu sucesso vem ajudando a impulsionar o crescimento do segmento sem lactose nos EUA. Mas mesmo a líder do mercado sem lactose, Hood Dairy Lactaid, está bem. As vendas da Hood Lactaid cresceram 4,9% em 2017, atingindo US$ 575 milhões.

Marketing
As indústria de laticínios estão trabalhando melhor no marketing para seus produtos sem lactose, chamando a atenção de pessoas que gostam da nutrição e o sabor proporcionados pelos lácteos. As indústrias de leite sem lactose estão criando uma plataforma mais ampla para o consumo de leite, exatamente momento em que a geração Millennial está sendo atraída para o leite integral, incluindo: Proteínas e Gorduras saudáveis. Nos rótulos surgem ingredientes naturais e "limpos".

Em grande parte, os Millennials estão impulsionando o aumento do interesse por leites sem lactose, especialmente para seus pais, que entendem ser o leite nutritivo e quererem que seus filhos tenham o sabor e a nutrição de lácteos autênticos. Eles também procuram evitar os incômodos estomacais que podem criar o leite integral, e então procuram os lácteos sem lactose.

Versatilidade
O leite de vaca tem a vantagem da versatilidade e pode ser usado em bebidas e na cozinha em uma ampla gama de receitas, bem mais fácil que os leites vegetais.

Vantagem Natural
A longa lista de ingredientes de leites sem lactose é muito maior em comparação com as de leites vegetais, que sempre são consideradas, para muitas pessoas, como produtos super processados e não muito natural. O leite é um ingrediente com a presença natural de suas vitaminas e minerais. O leite vegetal é adicionado de vitaminas e minerais, para ter de 10 a 15 ingredientes. Também qual seria o benefício de um produto "vegetal", que possui, apenas de 6 a 10% de ingredientes originais?

Quanto ao benefício digestivo - o maior impulsionador do crescimento de mercado de leite vegetal é o consumidor que acredita que o leite de vaca causa inchaço ou outro desconforto digestivo - o leite sem lactose oferece o mesmo benefício, retirando a vantagem competitiva dos leites vegetais. Entre um leite sem lactose e saboroso, mais e mais consumidores estão dispostos a escolher a nutrição natural do leite. O leite sem lactose está para o leite vegetal, assim como a manteiga está para a margarina - um é natural e o outro processado. E já se sabe o final dessa história. (Dairy Industries - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 


FRIO AQUECE CONSUMO DE LEITE
O frio das últimas semanas aqueceu o consumo de leite no Rio Grande do Sul, ajudando a elevar o valor de referência pago ao produtor. O preço do litro projetado pelo Conselho Estadual do Leite (Conseleite) para julho no Estado é de R$ 1,3080, aumento de 5,9% em relação ao consolidado no mês passado. Segundo o professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) Eduardo Finamore, a alta no valor do alimento acompanha a tendência nacional e os dados ainda carregam reflexo da greve dos caminhoneiros que interrompeu a coleta em diversas praças do país. Além disso, as pastagens de inverno estão atrasadas em relação a 2017, o que impacta na captação. (Zero Hora) 

 

Porto Alegre, 24 de julho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.784

Alta do frete preocupa laticínios gaúchos 
Os laticínios gaúchos estão preocupados com o reflexo que a nova tabela de frete trará ao preço do leite ao consumidor e seu impacto sobre a inflação no Brasil. O assunto foi alvo de reunião de indústrias associadas ao Sindilat na tarde desta terça-feira (24/7), em Porto Alegre (RS). Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a tabela ora divulgada mexe sensivelmente nos custos da produção e distribuição do leite no Rio Grande do Sul, com elevação que oscila entre 20% e 100% no preço do frete de acordo com a região do Estado. "O setor do leite trabalha exclusivamente com transporte rodoviário e não tem alternativa. Desta forma, o impacto será mais expressivo no produto", pontua. O dirigente defende a livre negociação entre os players do mercado brasileiro. "Não existe hoje espaço para a adoção de tabelas de valores mínimos. Este custo quem irá pagar é o consumidor", ressaltou.  A expectativa, alerta ele, é que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare a medida inconstitucional.
 
Para driblar a elevação nos custos de frete, algumas empresas do setor estudam absorver a atividade de transporte ou, ao menos, parte dela. O grande dilema está na distribuição do produto acabado, uma vez que exige maior capilaridade. "A captação do leite no campo já é realizada por algumas empresas", informa. O risco, alerta o presidente do Sindilat, é que o encarecimento do frete acabe resultando na revisão de algumas rotas de coleta de leite o que, em último caso, acarretaria em abandono de áreas de pouco volume. "A indústria não quer excluir nenhum produtor, mas a elevação do frete pode tornar algumas operações inviáveis tanto no que se refere à captação quanto à comercialização", completou Guerra. 

Além disso, o dirigente ainda prevê o efeito cascata da alta do frente nos insumos do setor lácteo. "Temos que pensar que o frente da madeira, do papel, das embalagens e insumos também sofrerá impacto, o que cria efeito cascata sobre a  indústria e no produto que chega ao consumidor". (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Carolina Jardine

Chuva e pastagens freiam captação, e leite passa de R$ 1,30

O frio severo das últimas semanas contribuiu para um maior consumo do leite no Rio Grande do Sul e, consequentemente, para a elevação do valor de referência auferido pelo Conseleite. Segundo dados divulgados na manhã desta terça-feira (24/07), na sede do Sindilat em Porto Alegre (RS), o valor de referência do litro projetado para julho é de R$ 1,3080, 5,9% acima do resultado consolidado de junho, que fechou em R$ 1,2350. O levantamento considera apenas os dez primeiros dias do mês. Segundo o professor da UPF Eduardo Finamore, a tendência é uma realidade nacional, e os dados ainda carregam reflexo da greve dos caminhoneiros que interrompeu coleta e abastecimento em diversas praças do país no final de maio. "O frio está ajudando o produtor neste momento", pontuou o presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, lembrando que a questão cambial também conteve as importações de leite.
 
O vice-presidente do Conseleite e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, pontuou que os números do Conseleite refletem a lei da oferta de da procura. Ele explica que as pastagens de inverno em 2018 estão mais atrasadas do que em 2017, o que vem freando o aumento da captação típico desta época. "A produção não está crescendo tanto quanto se esperava. Além disso, as chuvas alagaram algumas áreas e prejudicaram o pastejo, impactando na produção dos animais", avaliou. 
 
De acordo com dados do Conseleite, no mês de julho, o queijo prato liderou a alta com reajuste de 24,79%, seguindo do UHT (7,12%). Finamore ainda pontuou que, considerando a correção inflacionária pelo IPCA, o preço de referência real do leite no Rio Grande do Sul está no maior nível desde 2013. "Isso nos mostra que a atividade está trazendo remuneração ao produtor, mas é claro que a viabilidade de cada propriedade depende sempre do grau de investimento de cada tambo", ressaltou Finamore, citando que os cálculos do Conseleite consideram custos como insumos e depreciação de maquinário, por exemplo. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Foto: Carolina Jardine
 

O promissor mercado de lácteos na América Latina

A América Latina é um dos mercados globais que mais cresce para lácteos, com vendas de US$ 430 bilhões em 2017, enquanto as vendas na Europa caem, segundo a Cargill. Na convenção do Institute of Food Technologists em Chicago na semana passada, a Cargill revelou uma pesquisa global recente que fornece insights do consumidor sobre textura, rótulos limpos e redução de açúcar em produtos lácteos. A equipe pesquisou 13 países e mais de 5.200 compradores de alimentos com foco em iogurte, leite aromatizado, sorvete e laticínios.

Eles descobriram que as atitudes globais em relação aos lácteos estão mudando. O consumidor médio se preocupa principalmente com hormônios, alergênicos e a percepção de insalubridade de um produto, enquanto tanto o valor nutricional quanto o rótulo são tendências que impulsionam o consumo de produtos lácteos.

Produtos lácteos de rótulo limpo estão em ascensão, mais procurados na China e na Indonésia. O Reino Unido, a Alemanha e o Japão ainda não têm um mercado predominante de produtos lácteos de rótulo limpo, enquanto os setores dos EUA e da América Latina estão crescendo. De acordo com Mark Fahlin, desenvolvedor de negócios da Cargill, a indústria de lácteos está vendo um declínio geral devido ao  menor consumo de leite fluido no século XXI.

As marcas estão tentando combater o número estagnado de leite fluido desenvolvendo produtos como "leite ultrafiltrado" e bebidas lácteas funcionais. Os EUA e a Europa registraram aumentos de três dígitos nas vendas alternativas de leite à base de vegetais nos últimos 15 anos, embora a Europa ainda fique um pouco atrás dos EUA na demanda de consumo e na inovação de produtos na categoria. A Cargill vê espaço para um crescimento iminente no mercado de produtos alternativos aos lácteos da Europa.

A América Latina tornou-se um dos mercados de produtos lácteos que mais cresce no mundo e registrou US$ 430 bilhões em vendas em 2017, embora a região gaste menos da metade do que a América do Norte e a Europa gastam em suas indústrias de laticínios.

A maioria dos consumidores da América Latina está escolhendo produtos lácteos devido aos benefícios para a saúde óssea, e mais da metade dos entrevistados preferiu o sabor dos produtos lácteos de verdade às alternativas lácteas. Em toda parte, os consumidores de alimentos e bebidas estão cada vez mais sensíveis e conscientes dos rótulos, embora nem todas as categorias sejam criadas iguais. Guloseimas e lanches ganham alguma liberdade por parte dos compradores, mas categorias de alta prioridade, como produtos para crianças e laticínios, chamam a atenção para o rótulo.

"Há apenas algo inerentemente saudável sobre os produtos lácteos e as expectativas dos consumidores. É bem próximo ao leite materno em termos de um dos primeiros alimentos que uma criança consome", disse Fahlin. (As informações são do DairyReporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


LEITE/CEPEA: Baixo consumo pressiona cotações do UHT e muçarela
Leite UHT - O baixo consumo de leite UHT e queijo muçarela, devido às férias escolares, e a demanda desaquecida de ambos os produtos no início de julho, por causa de seus preços elevados nesse período, pressionaram as cotações. Segundo levantamento do Cepea, entre 16 e 20 de julho, o UHT se desvalorizou 3,46% frente à semana anterior, fechando com média de R$ 3,1954/litro. Quanto ao queijo muçarela, a queda foi de 1,45%, com preço médio de R$ 19,79/kg no mesmo período de comparação. Para as próximas semanas, agentes do setor consultados pelo Cepea esperam que as cotações se estabilizem. (Cepea)