Pular para o conteúdo

O gaúcho Otávio Brandelli considera o acordo com a União Europeia positivo para o consumidor e para a economia
 
Avesso a entrevistas, o diplomata Otávio Brandelli, nascido em Garibaldi, tem conduzido de forma discreta a construção da nova política externa brasileira. Ao tomar posse para o cargo de secretário-geral do Itamaraty, Brandelli recebeu do amigo de longa data e chanceler Ernesto Araújo um título informal que define bem o desafio no ministério das Relações Exteriores: “Se o presidente é o arquiteto, o ministro é o engenheiro e o secretário o mestre de obras da política externa”. Brandelli concordou em responder a perguntas enviadas por e-mail para explicar como tem feito esse trabalho de construção. A entrevista foi concedida um dia antes de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que pensa em indicar o filho Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador nos Estados Unidos.
Quais são os benefícios do acordo Mercosul-União Europeia (UE)?
Quando o acordo entrar em vigor, 92% das exportações do Mercosul para a UE terão suas tarifas de importação eliminadas em prazo máximo de 10 anos, melhorando a competitividade no mercado europeu. Se contabilizarmos outras formas de  acesso a UE, como quotas, os benefícios alcançarão 99% do comércio. Os compromissos assumidos em áreas como serviços, compras governamentais e barreiras sanitárias tornarão o comércio menos vulnerável à aplicação de restrições injustificadas e darão maior transparência e segurança jurídica aos investimentos. No mercado dos países do Mercosul haverá concorrência com os produtos europeus. Isso é bom para o consumidor e salutar para a economia. A conclusão das negociações com a UE, segunda maior economia do mundo, que sozinha responde por 22% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, significa também uma mudança de paradigma. É um sinal ao mundo de que o Brasil e o Mercosul entraram em nova etapa, de efetiva abertura e integração na economia global. A negociação de acordos econômico-comerciais faz parte de uma política mais ampla, que não se limita ao acordo Mercosul-UE. Há outros processos em andamento, que tendem a ganhar maior dinamismo a partir de agora, como as negociações do Mercosul com o Canadá e com o EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre), bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Outro resultado recente na área internacional foi a adesão do Brasil, há poucos dias, ao Protocolo de Madri sobre o Registro Internacional de Marcas, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Com esse acordo, os brasileiros poderão registrar suas marcas em 120 países, mediante procedimento centralizado e simplificado, com menores custos e menos burocracia. 
O tema do acordo vem sendo tratado desde 1999. O que foi determinante agora?
Diversos órgãos de governo trabalharam por esse acordo e contribuíram para o êxito das tratativas. Os fatores determinantes, nesta etapa final, foram o impulso político do governo Bolsonaro, o pragmatismo não ideológico e a confluência de visões com os demais sócios do Mercosul. O Mercosul foi criado em 1991 sobre dois pilares: democracia e liberalização comercial. Esses valores foram retomados e fortalecidos, criando um vetor favorável à conclusão da negociação com a UE. Soubemos aproveitar uma janela de oportunidade. Os parceiros do Mercosul e da UE reconhecem que o governo brasileiro eleito em 2018 trouxe uma energia positiva e decisiva para a fase final das negociações.
O fato de a França ter sinalizado que agora terá dificuldades para ratificar o acordo pode impor alguma dificuldade?
É muito cedo para especular sobre dificuldades de ratificação do acordo que acaba de ser concluído. Todos os países que estiveram engajados em sua negociação, ao longo de 20 anos, fizeram concessões, mas também tiveram suas demandas atendidas de alguma forma. Para citar apenas alguns exemplos, a França terá condições preferenciais de acesso aos mercados de vinhos e de automóveis do Mercosul, por força do tratado. Em outras palavras, o acordo Mercosul-UE é abrangente e dá tratamento às principais questões do comércio entre os dois blocos, que vão muito além de eventuais preocupações pontuais. No equilíbrio geral, não há dúvidas de que o acordo é positivo para todas as partes.
Qual é o potencial de aumento do saldo da balança comercial para o Brasil?
Há estimativas do Ministério da Economia de que as exportações brasileiras para a UE poderão ter ganhos de cerca de US$ 100 bilhões até 2035. Isso seria o resultado da redução de tarifas para nossos produtos e das regras acordadas para disciplinar e facilitar o comércio entre os dois blocos. Também se abrirão oportunidades no setor de serviços e no mercado de licitações, as chamadas compras governamentais.
Quais são os riscos sobre a situação da Venezuela?
É temerário fazer previsões sobre uma situação tão complexa. É sempre bom lembrar que a Venezuela foi suspensa do Mercosul em 2016, por descumprimento de seus compromissos de adesão ao bloco, e em 2017, por ruptura da ordem democrática, quando houve o fechamento da Assembleia Nacional. Desde 2013, o PIB da Venezuela encolheu 52% segundo números do próprio Banco Central venezuelano. A inflação foi de 1,3 milhão por cento em 2018. A produção de petróleo, principal motor da economia venezuelana, caiu de 3,27 milhões de barris por dia em 2006 para 750 mil barris por dia em maio de 2019.  A dimensão do êxodo venezuelano, estimado em cerca de 4 milhões de pessoas, mais de 10% da população do país, mostra a profundidade da crise humanitária. A esses números se soma a crise política iniciada em janeiro último, com o novo mandato presidencial que o Brasil e outras democracias relevantes consideram ilegítimo. A crise econômica, humanitária e política no país vizinho obviamente se faz sentir nos países da região. O Brasil é solidário com o povo venezuelano, e a Operação Acolhida, no Estado de Roraima, é exemplar.
Quais são os desafios para a política externa brasileira?
Já estamos obtendo resultados no cumprimento das principais diretrizes de política externa, que reflete as expectativas que a sociedade brasileira depositou nas urnas em 2018. Por exemplo, concluímos o acordo com a União Europeia; saímos da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e fundamos o Foro para o Progresso da América do Sul (Prosul), alicerçado em valores democráticos na política e liberais na economia; tornamos o Mercosul mais ágil e efetivo; elevamos o perfil do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio); aderimos ao registro internacional de marcas da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual); obtivemos apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na OCDE, indispensável para a adesão a essa organização; realizamos encontro da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível – Cosban, redefinindo nossas prioridades na relação com a China em torno de interesses concretos. A Cosban não se reunia desde 2015. Desde janeiro de 2019, conduzimos a presidência do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e promovemos prioritariamente os temas de ciência, tecnologia e inovação; economia digital; interação entre o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e o setor privado; e o combate ao crime transnacional. Neste segundo semestre, o Brasil exercerá também a presidência do Mercosul. O Brasil sediará as reuniões de cúpula do Brics, em novembro, e do Mercosul, em dezembro.
O que o Brasil pode ganhar com essa aproximação mais efetiva com o governo americano (Trump/Bolsonaro)?
O Brasil já está ganhando. Basta olhar os resultados da visita do presidente Bolsonaro aos Estados Unidos. Concluímos o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permitirá ao país participar do bilionário mercado internacional de lançamento de satélites. Obtivemos também apoio norte-americano para nosso ingresso na OCDE, um passo fundamental para incorporar melhores práticas e garantir eficiência e transparência de nossas políticas públicas. Na área de defesa, o status de aliado preferencial extra-Otan concedido ao Brasil abre novas possibilidades de cooperação, inclusive facilitando acesso a tecnologia, criando oportunidades para nossa indústria de defesa. Os Estados Unidos são o principal destino de nossos produtos manufaturados e o primeiro investidor estrangeiro no Brasil. Não fazia sentido relegar a relação com os Estados Unidos a um segundo plano, como aconteceu no passado.
 
Fonte: Zero Hora

Porto Alegre, 19 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.026

   LEITE EM PÓ: Importação estadual cresce 84%

Compras feitas em outros países, sobretudo no Uruguai, chegaram a 12,3 mil toneladas até junho

As importações de leite em pó registraram alta de 84% no Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De janeiro a junho entraram no Estado 12,3 mil toneladas do produto oriundas de fora do Brasil, em especial do Uruguai (12,2 mil toneladas). No mesmo período do ano passado, as importações somaram 6,7 mil toneladas. No Brasil, as importações alcançaram 48,2 mil toneladas, um acréscimo significativo ante as 37,7 mil toneladas do mesmo período do ano passado.

Após registrar um salto em 2016, com 50 mil toneladas, a importação no Rio Grande do Sul caiu nos anos seguintes e chegou a 16,4 mil toneladas em 2018. A entrada de leite em pó estrangeiro, porém, começou 2019 em alta, com 2,1 mil toneladas em janeiro. Houve queda em março, com 763 toneladas, e novo avanço em maio, quando o volume se tornou o mais alto do ano, com 2,7 mil toneladas. Em junho, a quantidade foi levemente inferior: 2,3 mil toneladas. As importações somam um gasto de 33,4 milhões de dólares no acumulado do ano.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, afirma que o cenário deve ser observado levando-se em conta os números do Brasil, já que nem todo o produto importado pelo Rio Grande do Sul é comercializado dentro do Estado. De acordo com ele, a elevação das importações está relacionada ao aumento dos preços no mercado interno e à valorização do real frente ao dólar.

Com o aumento da produção previsto para o segundo semestre, em especial nos meses de agosto e setembro, a tendência é que os preços se ajustem e as importações tenham um recuo, segundo Guerra. Em junho, o valor de referência projetado pelo Conseleite ficou em R$1,1297 o litro, o que representou uma queda de 4,14% em relação ao valor consolidado de maio. O dirigente cita ainda a questão da competitividade em razão de custos, tanto para a indústria quanto para o produtor, com itens como impostos e transportes.

Presidente da Fetag e do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Carlos Joel da Silva observa que a situação preocupa os produtores gaúchos. “O custo do Mercosul é bem mais barato que o nosso. Essa concorrência desleal prejudica o produtor”, compara. Ele cobra que sejam criadas medidas para reduzir custos, ou então barreiras à entrada do produto estrangeiro. Ao mesmo tempo, segundo Joel, o setor reclama dos preços pagos pelo litro. Em Ibirubá, de acordo com ele, há produtores relatando preços inferiores a R$ 1,00. “Se nada for feito, a tendência é cair mais o preço”, avalia. (Correio do Povo)

                  

Após perda precoce do pai, irmãos assumem propriedade com ajuda de cooperativa

Criados no interior de Sarandi, no norte do Estado, os irmãos Guilherme e Luis Gustavo Carlot cresceram vendo o pai Altair Carlot trabalhando na lavoura de soja, milho e trigo. Embora já ajudassem nas atividades a campo, planejavam assumir de fato a propriedade após se formarem e acumularem experiência. Mas os planos tiveram de ser antecipados após a morte precoce do patriarca, aos 53 anos, vítima de um infarto.

Três anos se passaram desde a perda inesperada, e Guilherme, hoje com 24 anos, e Luis Gustavo, 21 anos, tomaram as rédeas do negócio — com a mãe, Zilce Martinazzo Carlot, professora aposentada que também precisou aprender a lidar com números, contabilidade e gestão.

— Quando tudo aconteceu, ficamos sem chão. A cooperativa foi nosso alicerce. Foi lá que buscamos orientação para grande parte das nossas dúvidas — conta Guilherme.

O jovem refere-se à relação de confiança criada com a Cotrisal, cooperativa da qual o pai era sócio desde 1990 e que forneceu o suporte para gestão de 210 hectares cultivados com grãos — em área própria e arrendada.

Guilherme (E) e Luis Gustavo Carlot assumiram a propriedade com apoio da cooperativa Fernando Gomes / Agencia RBS 

— Logo que perdemos o pai, o técnico da cooperativa vinha todos os dias aqui em casa. Não tínhamos ideia de muitas decisões que eram tomadas no dia a dia, como compra de insumos, venda de grãos e conserto de máquinas — lembra Guilherme.
A vontade de continuar o negócio cultivado pelo pai levou os irmãos a iniciarem juntos a Faculdade de Agronomia, no Centro de Ensino Superior Riograndense (Cesurg), em Sarandi. No 7º semestre, estudam à noite e nos sábados pela manhã. Durante o dia, se dividem nas atividades da lavoura.

— Na faculdade, estamos aprendendo a teoria e, aqui na propriedade, a prática — resume Luis Gustavo.
Essa combinação vem trazendo resultados. Na última safra de soja, os irmãos colheram média de 4.320 quilos por hectare (equivalente a 72 sacas por hectare) — 30% acima da média estadual medida pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Produtividade dos associados acima da média estadual

Com 112 especialistas a campo, entre agrônomos, veterinários, zootecnistas e técnicos agropecuários, a Cotrisal fechou a última safra de soja com produtividade média de 3.320 quilos por hectare (55 sacas por hectare) — 16% superior ao rendimento estadual. Gerente técnico da cooperativa, Márcio Witter explica que a tradicional assistência deu lugar nos últimos anos ao conceito de transferência de conhecimento. 

— Hoje, o produtor rural tem acesso a muitas informações. Nosso papel é justamente filtrar tudo o que ele recebe para orientá-lo da forma mais assertiva possível — explica.

Em campos experimentais, a cooperativa testa tecnologias como variedades, fertilizantes e defensivos antes de fazer qualquer recomendação aos mais de 9 mil associados.

— Para a maioria dos produtores, somos a única referência técnica. Por isso, não podemos errar — resume Witter. 

Presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires destaca que não há mais espaço para amadorismo em um mercado globalizado cada vez mais competitivo:

— Os números altos que vemos nos resultados das cooperativas são fruto de um profissionalismo crescente.

Segundo o dirigente, a capacitação de todos os setores, da gestão, parte técnica aos produtores, vem sendo intensificada em diversas cooperativas.

— E quem não seguir nesse propósito, ficará pelo caminho — resume Pires.

Capacidade maior para sementes

As estruturas que darão suporte à nova unidade de beneficiamento de sementes da Cotrisal já estão erguidas às margens do km 138 da BR-386, em Sarandi. A obra, com investimento de R$ 20 milhões, quase duplicará a atual capacidade de produção — de 250 mil para 400 mil sacas. Os trabalhos devem ser finalizados até o fim do ano.

— Estamos investindo em processos automatizados e robotizados, aumentando a eficiência — explica Walter Vontobel, presidente da Cotrisal. 

Há um ano, a cooperativa concluiu a ampliação da fábrica de ração, onde foram aplicados R$ 8 milhões. A capacidade de investimento vem dos resultados registrados em caixa. Em 2018, a organização alcançou faturamento recorde de R$ 1,9 bilhão — cifra 47% superior ao ano anterior. As sobras (lucro dividido entre os associados) chegaram a R$ 37 milhões.

Embora boa parte do dinheiro venha da venda de grãos, os números foram aumentados também com a captação de leite de 800 produtores e moinho de trigo, além de dezenas de lojas de supermercados, de insumos e de varejo.

— Em boa parte desses municípios, a cooperativa é o principal empregador e gerador de receita fiscal — destaca.
Mas Vontobel reconhece o desafio de aumentar a industrialização, possivelmente por meio de parcerias:

– A dependência de commodities é um risco, por isso buscamos a diversificação das atividades dos associados.
Oportunidade de negócio

Natural de Teutônia, no Vale do Taquari, Niuton Gilberto Dammann mudou-se para Sarandi, no Norte, no final da década de 1980 a convite do então presidente da Cotrisal. Na época, a cooperativa precisava de um profissional para o desenvolvimento de sistemas de informática. A oportunidade de emprego ao jovem de 21 anos transformou-se mais tarde em um negócio, a Tchê Informática. 

Trinta anos depois,  a empresa com sede em Sarandi e filial em Passo Fundo tem 23 funcionários e outros 15 temporários que prestam serviços de tecnologia da informação a cerca de 15 cooperativas agropecuárias, além de dezenas de prefeituras gaúchas.

— O nosso primeiro impulso veio das cooperativas. Crescemos junto com elas — conta Dammann, 56 anos, sócio-diretor da Tchê Informática, que está preparando agora um sistema voltado à nota fiscal eletrônica do produtor rural.  (Zero Hora)

Cooperativa Santa Clara participa da Fipan, em São Paulo

A Cooperativa Santa Clara participa pela primeira vez, de 23 a 26 de julho, em São Paulo, da Fipan, maior feira de Panificação e Confeitaria da América Latina e uma das principais voltadas ao food service, linha direcionada aos estabelecimentos de alimentação. Focada em aproximar-se deste público específico, a Santa Clara participa da feira com produtos de sua linha food service, que inclui formas de queijo, leite em pó, manteiga, além de requeijões, doces, nata, recheios e coberturas nas versões bisnaga e também em baldes. O evento é realizado na Expo Center Norte, em São Paulo, e é promovido pelo Sampapão, que contempla as entidades de panificação e confeitaria do Estado. (Página Rural)

 
 

Mercosul
Bolsonaro assumiu a presidência do Mercosul e, conforme a coluna adiantou, o próximo encontro do bloco será em Bento Gonçalves. Mas há uma novidade. O governo estuda fazer um ato no Hotel Lage de Pedra, em Canela, onde há 30 anos foi assinado o Tratado do Mercosul. Em meio a simbolismos, o cerimonial do Planalto estuda usar a mesma mesa em que o documento foi assinado. (Zero Hora)

 

Porto Alegre, 18 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.025

   Workshop sobre Leite Orgânico ocorre dia 30/08 em Pirassununga/SP

 
A produção de alimentos em sistemas orgânicos é uma alternativa que vem ganhando força anualmente, tanto em área cultivada como em número de produtores e mercado consumidor. Baseado nesta tendência e na relevância do tema, o Campus USP "Fernando Costa" em Pirassununga/SP, por meio do Programa USP Municípios,  resolveu organizar um workshop  relacionado com a produção de leite em sistema orgânico, que abordará os principais conceitos em:
 
Produção de leite orgânico em sistema de pastejo;  
Produção de leite orgânico em sistema de confinamento;
Cenário do leite orgânico;
Políticas de compra e formas de comercialização;
Além das informações sobre o processo de certificação. 
 
O Workshop possibilitará aos participantes conhecimentos sobre esta nova tendência de produção de leite em sistema orgânico, possibilitando atuação em um mercado exponencial  que ainda precisa de produtores e pessoas qualificadas para atuarem de forma efetiva e com conhecimento técnico.  (As informações são do Milkpoint)
 
Inscrições e mais informações no site: 
 
 
Confira abaixo a programação completa: 
 
                  
 
 
Produção mundial de leite deve se manter pressionada, diz USDA
Dos 44 países produtores de leite, apenas dois - o Brasil e a Índia - devem expandir seus rebanhos leiteiros este ano, segundo o relatório semianual do USDA Dairy chamado World Markets and Trade. Com o número de vacas devendo permanecer estável ou diminuindo na maioria dos maiores países produtores de leite do mundo, os ganhos por animal serão críticos para que a produção mundial se expanda.
“Com o clima piorando em muitos países produtores de leite, a oferta mundial de leite provavelmente refletirá o impacto total do declínio do rebanho leiteiro”, disse Sarina Sharp, analista do Daily Dairy Report. "Um declínio temporário - mas extraordinariamente íngreme - da produção de leite é possível se o clima piorar", completou ela. 
Já uma onda de calor recorde no final de junho na Europa provavelmente afetou a produção por vaca. O principal produtor de leite da Europa, a Alemanha, sofreu o mês de junho mais quente, assim como a Polônia, classificada em quinto lugar na lista de produção de leite da Europa. A França, o segundo maior país produtor de leite da União Europeia, viu a temperatura subir para um recorde de 45°C. “Essas temperaturas sufocantes são raras na Europa e a maioria das fazendas leiteiras europeias não investiu em sistemas de resfriamento parecidos com os das regiões leiteiras mais quentes dos Estados Unidos”, observa Sharp.
Do outro lado do Atlântico, a produção de leite nos Estados Unidos já estava abaixo dos níveis do ano anterior em maio, mesmo antes de o calor se tornar um fator. A produção de maio nos Estados Unidos caiu 0,4% para pouco mais de 8,6 bilhões de quilos e o número de vacas estava quase 1% abaixo dos níveis do ano anterior, de acordo com o último relatório da USDA sobre produção de leite.
Na Índia, a temporada de monções do país teve um começo ruim. No final de junho, as chuvas de monção da Índia foram apenas 36% do normal, de acordo com o Departamento Meteorológico da Índia. "Os produtores da Índia estão esperando chuva antes de começar a semear arroz, milho e soja e espera-se que os rendimentos das colheitas sofram", observa Sharp. "Os custos de alimentação na Índia aumentaram, assim como o custo para produzir leite, o que poderá reduzir a produção no longo prazo".
Monção é a designação dada aos ventos sazonais, em geral associados à alternância entre a estação das chuvas e a estação seca, que ocorrem em grandes áreas das regiões costeiras tropicais e subtropicais. A palavra tem a sua origem na monção do oceano Índico e sudeste da Ásia, onde o fenômeno é particularmente intenso. A Índia é o principal país afetado pelas monções. 
No Brasil, a situação é melhor, de acordo com Monica Ganley, analista do Daily Dairy Report e diretora da Quarterra, empresa de consultoria em alimentos e agricultura com sede em Buenos Aires. “Os preços do leite subiram 15,3% desde o início do ano e a US$ 39,6 por 100 quilos. Os preços do leite brasileiro são atualmente os mais altos na região e devem exceder em muito o custo de produção para a maioria das fazendas leiteiras”, disse Ganley. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a produção de leite do Brasil cresceu 2,2% em janeiro e fevereiro, antes de acelerar para um aumento de 4,7% em março. “Olhando para o segundo semestre deste ano, mais leite entrará em operação, tanto por flutuações sazonais normais quanto por produtores motivados que buscam capitalizar margens altas”, observa Ganley.
A produção de leite da Nova Zelândia em maio foi de 868.000 toneladas e caiu 0,1% em relação ao ano passado em termos de leite fluido e 1,1% em base de sólidos de leite. Para a estação, a produção de leite do país subiu 2,4% em relação à estação de 2017-18, com base em sólidos de leite. Desde 2013-14, o crescimento da produção de leite da estação da Nova Zelândia está basicamente estagnado, de acordo com Sharp. "As expectativas para a próxima temporada são semelhantes, com a produção devendo se manter estável ou ser um pouco maior - uma situação que é improvável que mude em breve", acrescenta ela.
Na vizinha Austrália, no entanto, a situação é bastante desfavorável. A seca em curso e a falta de alimentos obrigaram muitos produtores de leite a abandonar os negócios. De acordo com a Dairy Australia, a produção de leite nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2019 despencou 7,7%. Desde janeiro, a produção anual de leite caiu dois dígitos a cada mês. (As informações são do Farm Journal & MILK Magazine, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 
Mudança no comando da Embrapa
Com a saída do presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, está aberta a temporada de especulações de prováveis candidatos ao cargo. O dirigente foi nomeado no ano passado, após processo de seleção. Quem assume interinamente é o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Luiz Moretti. O presidente Jair Bolsonaro já havia manifestado seu descontentamento com a gestão na Embrapa. Em encontro com a bancada ruralista no início do mês, sugeriu que o órgão seja "repotencializado". A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que será aberto processo para indicação de novo nome. (Zero Hora)
 

Expointer
O governador Eduardo Leite articula uma reunião do Conselho dos Estados do Sul (Codesul) durante a Expointer, em agosto, para tratar de questões do agronegócio. Representantes de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul são esperados no encontro. Nos bastidores, se fala que o tucano João Doria (SP) também deve passar por Esteio, em ritmo de campanha ao Planalto. Leite não confirma. (Zero Hora)
 

 

 

Porto Alegre, 17 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.024

   Futuro da atividade leiteira é tema de seminário em São Lourenço do Sul

Após a entrada em vigor das Instruções Normativas do Leite (INs) 76 e 77, desde 30 de maio, muito tem se falado sobre os desafios e o futuro da atividade leiteira no País. Pensando nisso, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul, em parceria com a Emater/RS-Ascar e a Prefeitura Municipal de São Lourenço do Sul, realizou o Seminário Regional com o tema: O Futuro da Atividade Leiteira, nesta quarta-feira (17/7), na sede do Esporte Clube São Lourenço, no município de São Lourenço do Sul, a fim de debater o tema junto aos produtores e indústrias da região.

O encontro reuniu mais de 600 participantes e contou com uma série de palestras sobre agricultura familiar, sucessão rural, estilo de vida para os produtores, ordenha robotizada, energia solar e geradores elétricos e depoimentos de produtores sobre as alternativas de produtividade e como consequência a rentabilidade da atividade leiteira. Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é muito importante que haja uma interação entre os produtores e a indústria. "O evento serviu para mostrar que o produtor de leite está em busca de maior profissionalismo, que já ocorre em outras cadeias produtivas em níveis mais avançados, ainda mais agora com a chegada das INS 76 e 77, que visam uma maior competividade do leite brasileiro, frente aos concorrentes do mercado mundial. Já que o Brasil exporta menos de 1% do que produz e importa 5% do que consome no mercado interno", afirmou, ressaltando que toda a cadeia produtiva do leite é responsável pelo resultado final do produto.

Na ocasião, estavam presentes o prefeito de São Lourenço do Sul, Rudinei Härter, e o presidente da Emater, Geraldo Sandri, que frisou a importância da parceria com o Sindilat para aproximar produtores e indústria. De acordo com a assistente técnica regional de sistemas de produção animal da Emater Mara Helena Saalfeld, o seminário encantou os produtores da região, principalmente, porque eles perceberam que a atividade também pode gerar qualidade de vida. 

O evento ainda homenageou os produtores mais antigos presentes no seminário e os mais novos. O seminário teve o patrocínio de Sicredi, Coopar/Pomerano, Danby/Cosulati e Lely Milkparts e o apoio da Latvida, Embrapa, Lumix, Flipersom, Piá, Solbras e J Malucelli. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 

 Crédito: Jéssica Aguirres

                  

Embrapa: Anuário Leite 2019 reúne artigos e análises sobre o mercado do leite brasileiro e mundial

As novas estratégias da cadeia do leite para ganhar competitividade e conquistar os consumidores estão entre os principais temas do Anuário Leite 2019, publicação da Embrapa Gado de Leite, editada pelo jornalista Nelson Rentero e produzida pela Texto Comunicação Corporativa, que acaba de ser divulgada ao mercado.

"O consumidor assume cada vez mais o protagonismo no mercado de lácteos. Sua presença não é notada somente nos pontos de venda, diante das gôndolas, em meio a uma oferta ampla e diversificada de leite e produtos derivados. De forma oculta, ele também está dando ordens nas indústrias e nas fazendas leiteiras, sinalizando para o que mais gosta e o que quer levar para casa, enquanto fabricantes e produtores atentos se mostram sintonizados com demandas cada vez mais específicas e exigentes", ressalta o editor Nelson Rentero.

Outro importante foco do Anuário Leite 2019 é a Revolução 4.0 que está acontecendo dentro das propriedades leiteiras. "O leite saiu na frente na montagem de um ecossistema de inovação, criado pela integração de diferentes participantes da cadeia láctea, todos comprometidos com uma nova estruturação da atividade. O setor lácteo, sempre visto como um segmento pouco evoluído do agronegócio brasileiro, lidera pelo pioneirismo as ações de transformação digital de um dos segmentos mais dinâmicos da economia brasileira", assinala Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, coordenador-geral do Anuário e autor do artigo "O Leite e o Protagonismo na Revolução 4.0".

No total, o Anuário Leite 2019 conta com 104 páginas de informações sobre o mundo do leite, incluindo 35 artigos elaborados por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite e especialistas convidados, incluindo entrevistas com Pedro Arcuri, chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, e Mauricio Silveira Coelho, da Fazenda Santa Luzia (Grupo Cabo Verde).

Além dos movimentos do consumidor e da Revolução 4.0, o Anuário inclui análises do mercado interno e internacional, tendências, avaliação de custos, preços e consumo, homenagem aos 40 anos da raça Girolando, as novas normas e boas práticas, indicadores e muito mais. A coordenação técnica é da pesquisadora Rosangela Zoccal.

"O Anuário Leite 2019 é a mais completa publicação sobre o leite disponível para produtores, indústrias, especialistas e técnicos se atualizarem sobre esse mercado fantástico, que movimenta mais de R$ 70 bilhões, envolve 1,3 milhão de produtores, 2 mil indústrias e 4 mil trabalhadores. O leite é produzido em praticamente todos os municípios brasileiros e o mercado expandiu 78% somente nos últimos cinco anos", ressalta Paulo Martins.

O Anuário Leite 2019 está disponível para download gratuito no site da Embrapa Gado de Leite (www.embrapa.br/gado-de-leite). (As informações são da Texto Comunicação)

Fundesa

O Conselho Deliberativo do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul aprovou nesta segunda-feira (15), em Assembleia Geral Ordinária de Prestação de Contas segundo trimestre, a indenização a 125 produtores de leite. 

O valor total da indenização supera R$ 1,7 milhão e refere-se ao abate sanitário de 973 animais com registro de brucelose e tuberculose. "O volume é alto, mas significa que o setor está se mobilizando para o controle das enfermidades nas propriedades rurais", afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber. "O avanço de status na área de tuberculose e brucelose é um dos desafios na sanidade animal no estado e quanto antes conseguirmos o saneamento, melhor", completa.

O saldo do fundo fechou o primeiro semestre de 2019 com um total de R$ 88,56 milhões. O valor da receita no semestre foi de R$ 7,4 milhões e os aportes totais alcançaram R$ 4,2 milhões. Entre os investimentos realizados estão custeio de capacitações de técnicos do Serviço Veterinário Oficial, aquisição de insumos e equipamentos e a reforma de Inspetorias de Defesa Agropecuária localizadas em prédios próprios da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. As inspetorias de Caçapava e São Gabriel terão a reestruturação inaugurada ainda este mês. (Fundesa)

Governo de Bolsonaro demite presidente da Embrapa

O presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, foi destituído do cargo de presidente da Embrapa. A decisão foi publicada nesta quarta-feira, dia 17, no Diário Oficial da União (DOU). Ele ficou no cargo por nove meses. O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Luiz Moretti, assume interinamente.

O Ministério da Agricultura vai abrir um processo de seleção para escolha do novo comandante da empresa, mas ainda não há prazo para isso acontecer. Um dos possíveis nomes para assumir o cargo é o general Oswaldo Jesus Ferreira, mas ainda não há confirmação por parte do governo. A expectativa é que o nome final seja definido ainda no mês de agosto. 

"Ainda não há um nome. Por enquanto, o diretor Celso Moretti assume", afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A demissão de Sebastião Barbosa foi definida nessa terça-feira, dia 16, em reunião do Conselho de Administração da Embrapa, presidido pelo secretário de Inovação do Ministério da Agricultura, Fernando Camargo.

Camargo afirmou que deve abrir o processo de seleção, mas também há possibilidade de indicação direta do nome do novo presidente. Segundo ele, o estatuto da empresa e a Lei das Estatais prevê essa possibilidade.  No processo de escolha de Sebastião Barbosa, 16 candidatos disputaram a vaga.

Ele disse ainda que não está definido se haverá troca dos três diretores, Celso Luiz Moretti, que assumiu a presidência temporariamente, Lúcia Gatto e Cleber Soares. Os mandatos deles se encerram no próximo dia 27, mas podem ser renovados.

Sebastião Barbosa foi nomeado pelo ex-presidente da República, Michel Temer, em outubro de 2018. O mandato seria de dois anos. No início desse mês, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou o interesse de trocar o comando da Embrapa e que queria "repotencializar" a empresa. (Canal Rural)

A preocupação com impactos do acordo Mercosul/UE nos setores de leite e de vinho esteve na paura de encontro na Ocergs, em Porto Alegre. O Secretário da Agricultura, Covatti Filho, disse que o Estado estudará "mecanismos que possam oferecer políticas públicas para tornar as cooperativas deste setor ainda mais competitivas". (Zero Hora)

Porto Alegre, 16 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.023

   GDT
 

 
(GDT, adaptado pelo Sindilat)
 
                  

Sindilat participa de encontro que avalia modernização trabalhista

Nesta terça-feira (16/7), ocorre o 2º seminário sobre "A Evolução da Modernização Trabalhista", no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. O encontro reuniu representantes de indústrias, entidades e sindicatos, dentre os quais o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

O objetivo de discutir o futuro do mercado de trabalho brasileiro a partir da reforma trabalhista, aprovada em 2017, e que alterou regras para flexibilizar o regime de trabalho e simplificar a relação entre empregador e trabalhador.

Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é de suma importância que esses temas sejam debatidos, visto que precisamos reconstruir a atividade econômica do Brasil. "Um País só cresce na medida em que as empresas crescem", afirmou.

O seminário contou com diversos painelistas que abordaram, também, a reforma da previdência, taxa de desemprego do País, terceirização, flexibilização de horários e trabalho home office, dívida pública, concessões e privatizações, entre outros pontos.

Segundo a especialista em Direito do Trabalho Alessandra Lucchese, que comandou um bate papo sobre os novos modelos legais de realização do trabalho, para se ter uma empresa inovadora, é preciso ter pessoas inovadoras trabalhando. "Estamos em uma nova era de tecnologia e informação onde, a cada dia, serviços que nunca imaginamos são criados", reflete. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Crédito: Stephany Franco

Os motivos que fazem os jovens ficarem ou deixarem o campo no RS 

Em meio ao desafio de reter jovens em um campo cada vez mais envelhecido, o papel da família no processo de sucessão é o que acaba determinando a decisão dos filhos de deixarem o meio rural ou darem continuidade aos negócios da família. Embora o cenário externo exerça influência, como rentabilidade da atividade e quantidade de terra, é o ambiente interno que conduzirá o caminho escolhido pela juventude rural. É o que mostra pesquisa feita pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) com 743 filhos de agricultores no Estado, com idades entre 13 e 21 anos.
 
-- O ponto chave da sucessão está dentro das famílias. Se os jovens crescem ouvindo os pais reclamando da profissão, é provável que migrem para a cidade. Claro que tem a ver com vocação também mas, de qualquer forma, os filhos precisam ser preparados para o futuro -- afirma Raquel Breitenbach, professora do IFRS no campus Sertão e coordenadora da pesquisa.
 
O levantamento, realizado no ano passado em todas as regiões gaúchas, mostra os determinantes do interesse e da falta de vontade em serem sucessores familiares na atividade agrícola (veja detalhes da pesquisa no final da matéria).
 
-- Os resultados contrariam o senso comum de achar que é só a questão financeira que interfere na decisão. E as motivações são muito semelhantes em todas as regiões -- detalha Raquel.
 
Uma das causas que levam os filhos de produtores a quererem ser sucessores, segundo a pesquisa, é a autonomia dada pelos pais para participarem das decisões referentes à propriedade.
 
-- O diálogo dentro da família é fundamental. Direito à herança todos terão, mas ser sucessor é uma decisão dos jovens a partir das oportunidades que a família oferece -- acrescenta Clarice Vaz Emmel Böck, coordenadora estadual de Juventude Rural, Gênero e Educação do Campo da Emater-RS.
 
Homens ainda são mais estimulados a se manterem na propriedade
O índice de interesse dos entrevistados em ser sucessor é de 45,2%. Quando os resultados são divididos por gênero, o percentual aumenta para 59,6% entre os meninos e despenca para 28,6% entre as meninas.
 
-- É uma questão cultural e histórica. As meninas ainda são mais incentivadas a saírem do campo, a estudarem nas cidades. Mais um indicativo da influência da família nesse processo -- indica Clarice.
 
Apesar do ambiente ainda mais propício aos homens, a diferença de gênero no campo vem diminuindo, com cada vez mais mulheres dispostas a assumirem os negócios -- quebrando barreiras machistas ainda presentes. 
 
É o caso da estudante Silvia Kanigoski, 17 anos, de Viadutos, no norte do Estado. Cursando técnico em agricultura, ela pretende continuar trabalhando na produção de leite e de grãos em 18 hectares. Os dois irmãos, ambos mais velhos, já deixaram a propriedade da família para trabalhar na cidade. 
 
-- Meus pais sempre me incentivaram a ficar, a dar continuidade. Eu vejo meu futuro aqui -- conta Silvia, que leva quase três horas por dia para ir estudar na cidade e retornar para casa.
Quando concluir o Ensino Médio, a jovem pretende cursar Zootecnia. Para isso, terá de passar um tempo fora da propriedade.
 
-- Mas depois vou querer voltar -- garante Silvia. 
 
O mesmo caminho é trilhado por Ana Gabriela Zorzan, 18 anos. Filha de produtores rurais de Getúlio Vargas, no norte do Estado, mora durante a semana em um internato em Sertão, onde cursa técnico em agropecuária no IFRS. Nos finais de semana, ajuda os pais na produção de leite e de grãos e também na gestão da propriedade de 32 hectares.
 
-- Sou eu que faço os orçamentos para compra de insumos, como farelo para alimentação das vacas -- conta Ana Gabriela, que sente-se inserida no negócio da família.
 
E, embora tenha gosto natural pela pecuária, confessa que hoje está dividida entre seguir os estudos na Veterinária ou na Agronomia. 
 
-- Gosto das duas áreas na verdade, mas acho que a parte vegetal está em vantagem -- revela a jovem, que tem uma irmã de 20 anos cursando Veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
 
Os dois irmãos, mais velhos, não seguiram a atividade agrícola.
 
-- Acho que sobrará para as mulheres da casa -- brinca Ana Gabriela. 
 
Fatores de Influência
Entre os que decidiram ficar:
• Quantidade de terra que os pais têm
• Boa remuneração das atividades
• Investimentos feitos pelos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral)
• Incentivo de políticas públicas
• Autonomia dada pelos pais para participar das decisões
• Relações de confiança com vizinhos e comunidades
• Possibilidade de alimentação e moradia barata
 
Entre os que decidiram sair:
• Baixo investimento dos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral)
• Vergonha de ser agricultor
• Falta de incentivo de políticas públicas
• A ideia de que a agricultura não dá dinheiro
• Presenciar reclamações constantes dos pais sobre a atividade
• Não gostar da agricultura, não se identificar com a profissão
 
Herdeiros precisam se profissionalizar
No caminho para a troca ou compartilhamento de bastão no meio rural, um ponto é visto como chave entre especialistas: a necessidade de profissionalizar os sucessores para enfrentarem um mercado global cada vez mais competitivo.
 
-- É fundamental que os pais e os filhos tenham essa consciência. Não pode se acomodar por ser proprietário. É preciso desenvolver os jovens como profissionais, para que estejam em constante atualização e modernização em questões de mercado e tecnologia -- explica Teresa Roscoe, professora da Fundação Dom Cabral. 
 
A informalidade do campo, alerta Teresa, não pode ser confundida com a falta de necessidade de adotar práticas comuns do mundo empresarial: 
 
-- É preciso construir um alinhamento entre os membros da família, com propósito e visão de futuro. A transmissão da cultura e do conhecimento são essenciais. 
 
A hora certa para os pais começarem a falar sobre sucessão dependerá da maturidade de cada filho, mas pequenos detalhes na infância já podem conduzir o processo, segundo Luis Fernando Cavalheiro Pires, assessor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS):
 
-- As crianças e os jovens precisam ser ensinados a valorizar o trabalho da família, como a importância da produção de alimentos. 
 
E, mesmo quando os herdeiros não têm pretensão de participar das atividades imediatamente, eles precisam ser inseridos no planejamento sucessório da propriedade. 
 
-- Um dia, os herdeiros, querendo ou não, farão parte do negócio. Então, o melhor é que sejam preparados para quando esse dia chegar -- destaca o assessor do Senar-RS. 
 
Busca de conhecimento
Neto de produtor rural, Conrado Pereira Zanferari, 19 anos, está se preparando para assumir os negócios da família. Estudante de Administração na Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS), o jovem pretende buscar o máximo de conhecimento para contribuir com a produção de grãos e a criação de gado de corte. No total, a propriedade da família soma cerca de 12 mil hectares.
 
-- Quero me formar, ficar um tempo nos Estados Unidos e, depois, me inserir efetivamente nos negócios da família -- afirma Zanferari.
 
Natural de Bagé, mudou-se para Porto Alegre ainda criança. Mas nunca perdeu os laços com o Interior e com a agropecuária.
 
-- Cresci em cima de um trator, andando pela fazenda com meu avô e com meu tio, que é também meu padrinho. Estou me preparando para compartilhar com eles técnicas para aprimoramento da gestão rural -- projeta Zanferari, neto mais velho de Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). (Zero Hora)
Agro em 1 Minuto 
CLIQUE AQUI para assistir o vídeo da série "Agro em 1 minuto" para deixar claro que os produtores rurais de todos os tamanhos são importantes para você e para nós do Sistema CNA/Senar. (Sistema CNA/Senar)

 

Porto Alegre, 15 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.022

   Sindilat visita fábrica da Domilac em São Domingos do Sul

Aproveitando a visita à região Noroeste na última sexta-feira (12/7), o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, acompanhou o senador Luis Carlos Heinze e o deputado estadual Ernani Polo, ambos do PP, em uma visita à fábrica da Domilac, no município de São Domingos do Sul. O convite para conhecer as instalações da associada ao Sindilat, que processa diariamente 100 mil litros de leite e tem foco na comercialização de queijos, partiu dos diretores Rodrigo Polh e Charles Pansera.


Crédito: Julio Cezar Medeiros

No encontro, Palharini se mostrou preocupado com a situação dos laticinistas após o acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a União Europeia. Na oportunidade, o secretário-executivo do Sindilat também citou a falta de poder de compra da população para o consumo de lácteos devido ao momento econômico do País. Heinze disse entender os questionamentos e prometeu defender os interesses das indústrias do Rio Grande do Sul.

Segundo Pansera, o encontro na fábrica da Domilac foi de grande valia, uma vez que o resultado do acordo entre os blocos reflete diretamente nas indústrias de laticínios por conta da entrada de queijo no país. Durante a visita, Pansera reforçou o pedido de investimento na infraestrutura viária da cidade. O prefeito de São Domingos do Sul, Fernando Perin, presente no encontro, afirmou que irá trabalhar juntamente o senador Heinze e o deputado Polo para que seja possível uma parceria entre o município, o Estado e iniciativa privada. (Assessoria de imprensa Sindilat)

                  

Italiana Brazzale alerta para falta de competitividade de lácteos no Brasil

Piercristiano Brazzale, que com os irmãos Roberto e Gian dirige a Brazzale, mais antiga indústria de lácteos da Itália, não esconde a surpresa com o que viu recentemente num supermercado de Campo Grande (MS): seu queijo Grana Padano, mesmo submetido a uma tarifa de importação de 28% para entrar no Brasil, era vendido mais barato que seu concorrente brasileiro.

Enquanto o quilo do queijo italiano tipo parmesão custava R$ 99,99, o concorrente brasileiro era oferecido a R$ 129,99 - 30% mais caro. Para Piercristiano, esse é um sinal do choque de competitividade que o segmento de lácteos no Brasil enfrentará com o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.

Pelo acordo, a UE terá uma cota, a ser implementada em dez anos, de 30 mil toneladas para exportar queijos para Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A tarifa de importação intra-cota partirá do nível atual de 28% e chegará a zero em uma década. A muçarela foi excluída dos queijos que a UE poderá exportar para o Mercosul.

 "O segmento de queijo no Brasil teve protecionismo, mas vai precisar melhorar muito a qualidade e ter um sistema eficiente de produção para enfrentar a concorrência que virá", diz Piercristiano. Ele lembra que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de leite, mas que a qualidade do produto é considerada baixa. E diz que o país precisará melhorar muito também para aproveitar o acesso ao mercado europeu oferecido pelo acordo. Para o empresário, uma possibilidade para os brasileiros é inicialmente vender leite em pó, desde que adaptado aos padrões internacionais.

Como presidente do Comitê Científico da Federação Internacional do Leite (FIL), sediada em Bruxelas, Piercristiano quer atrair mais participantes do segmento do Brasil, incluindo o governo, para trabalhos conjuntos na melhora de condições higiênico-sanitários, padronização de máquinas, marketing etc. O governo pode também se tornar membro da FIL, se quiser, e participar diretamente da elaboração de normas internacionais para o segmento.

De outro lado, o empresário não esconde o interesse em ter melhores condições para, mais tarde, investir no Brasil. "É o país que tem o maior potencial para produção agrícola no mundo", diz. Mas insiste que, além de maior eficiência no segmento, espera uma redução do custo Brasil. A Brazzale produz sobretudo queijo e manteiga, exporta para 65 países e faturou € 205 milhões em 2018. É a única grande indústria de lácteos italiana que construiu fábricas fora da Itália. Produz queijos na Moravia, a mais rica região agrícola do antigo império austro-húngaro, hoje na República Checa, e muçarela e ricota na China.

No Brasil, tem a Fazenda Ouro Grande, em Mato Grosso do Sul, que abriga um projeto de sustentabilidade ambiental de criação de gado e produção de carvão vegetal em 3,8 mil hectares - para cada vaca, há 300 árvores de eucalipto. A empresa tem certificação para exportar a carne à Europa. No momento, vende para JBS e Marfrig.

Em termos de custo, o empresário compara o Brasil à Itália. Exemplifica que na República Checa o salário líquido médio de um empregado é de € 1 mil, semelhante ao da Itália. A diferença é que o custo total por empregado para produzir será de € 1,4 mil na República Checa e de € 2,4 mil na Itália. No Leste Europeu, por exemplo, a energia elétrica é 50% mais barata e o gás, 20%. "O Brasil precisa ter uma estratégia de política pública para melhorar o padrão de seu leite e reduzir os custos para concorrer no mercado internacional e atrair investimentos". (Valor Econômico)

 

Nova liderança toma forma no país
Demorou quase dois anos para que a compra da mineira Itambé pela francesa Lactalis fosse concretizada. Mas o fim da disputa travada com a mexicana Lala confirmou o negócio na última semana, mudando a liderança do setor no país.
Com a nova composição da empresa, a captação anual de leite no Brasil passará a ser de 2,3 bilhões de litros, à frente da Nestlé, com 1,6 bilhão de litros ao ano. O faturamento anual é estimado em R$ 8 bilhões.
- A operação tem sinergia grande, porque as regiões de captação são muito complementares, com períodos diferentes de safra - observa Guilherme Portella, diretor de comunicação da Lactalis.
A companhia tem cinco unidades no Rio Grande do Sul. (Zero Hora)
 

 

Porto Alegre, 12 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.021

    Santa Clara inaugura nova unidade em Casca
 

Foto: Vitorya Paulo

Com 22 mil metros quadrados e R$ 130 milhões investidos, a nova unidade fabril da Cooperativa Santa Clara, situada em Casca (RS), foi inaugurada na tarde dessa sexta-feira (12/7). Cerca de mil pessoas entre autoridades, associados da cooperativa e moradores do município compareceram ao evento. 
A unidade tem capacidade de processamento de 600 mil litros de leite por dia. A largada, na próxima segunda-feira (15), será com 300 mil litros/dia. Sobre esse expressivo investimento, o governador do RS, Eduardo Leite, afirmou que os órgãos públicos se inspiram naqueles que empreendem em momentos delicados para a economia, a exemplo da Santa Clara. "Se vocês têm coragem de empreender nesses momentos tão difíceis, quem somos nós, homens públicos, para não enfrentar os poréns da máquina pública?", indagou. Leite ainda destacou a importância das parcerias público-privadas que, segundo ele, auxiliam o RS a avançar em diversos setores, como o de energia, de infraestrutura e do agronegócio. "O Estado deve ser menor não para ser ausente, mas para ter forças onde ele deve estar presente", afirmou.
Na opinião do presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e diretor da Santa Clara, Alexandre Guerra, a instalação dessa unidade é um divisor de águas para o município de Casca não só pelos empregos gerados, "mas pela oportunidade de gerar diversos outros negócios". Guerra aproveitou o momento para expor sua preocupação com a competitividade do Rio Grande do Sul frente ao novo acordo entre União Europeia e Mercosul. "Queremos competir, sim, mas queremos as mesmas armas e as mesmas condições", afirmou sobre os tributos e impostos dos produtos gaúchos que não existem sobre os europeus. 
 
Também destacando o acordo, o senador Luis Carlos Heinze afirmou que haverá discussões durante a Expointer desse ano acerca do assunto. "Os europeus subsidiam seus agricultores com 126 bilhões de dólares por ano, o Brasil só subsidia com sete. Nós não temos subsídio, não temos a carga tributária que eles têm", disse. Assim, o senador ressaltou que o assunto deve ser mais debatido na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado Federal. (Assessoria de imprensa Sindilat)
                  
CCGL investe em inovação e pesquisa para qualificar produção e garantir rentabilidade; leite na mira
Considerada uma das maiores cooperativas do Brasil, a Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) possui mais de 171 mil produtores. Os associados contam com apoio de suas unidades especializadas em tecnologias aplicadas na agropecuária, logística e laticínios.
Na área de tecnologia é feita a experimentação, validação, difusão de tecnologias e práticas agrícolas, buscando a rentabilidade das propriedades rurais de forma sustentável. Já a área de logística, é composta pelos terminais Termasa e Tergrasa, responsáveis pelos serviços de recebimento, armazenagem e expedição de granéis agrícolas no porto do Rio Grande. Juntos, os terminais representam cerca de 14% das exportações da soja brasileira e 52% do movimento dos grãos do Rio Grande do Sul. E, por último, a Unidade de Laticínios, com capacidade para produção de 2,2 milhões de litros de leite por dia, o parque industrial da CCGL conta em sua estrutura com um dos mais modernos processos de fabricação da América Latina.
Conforme o vice-presidente da CCGL, Darci Hartmann, mesmo com o planejamento de investimentos da cooperativa, os impactos da economia nacional refletem na comercialização dos laticínios. "O leite é uma atividade econômica que depende da confiança do mercado. Estamos vendo com preocupação essa redução da expectativa de confiança no crescimento econômico do País. É preciso que o governo elimine barreiras para que os investimentos possam ser feitos. No entanto, queremos acreditar que com a aprovação de reformas possamos ter uma expectativa de um mercado mais promissor para 2020", disse ele.
Hartmann destaca que a cooperativa, ao definir seus diferenciais competitivos, entendeu que investir em pesquisa seria importante para qualificar os seus produtores, com foco na sustentabilidade e na produção em escala e na rentabilidade. "Apesar dos desafios, conseguimos investir em projetos de inovação e na industrialização por meio da intercooperação", destacou. Nesse modelo intercooperativo, explica ele, a CCGL atua onde uma cooperativa individual não consegue trabalhar sozinha. "Recebemos aqui o leite de todas as cooperativas e nós ajudamos no processo de industrialização", ressaltou.
Conforme o dirigente, outro destaque são os projetos da Unidade de Tecnologia, que desenvolve estudos sobre a produção do leite, que tem por objetivo desenvolver e validar tecnologias que atendam às demandas do dia a dia dos produtores, servindo de base para a construção de um sistema simples de produção de baixo risco, alta rentabilidade e racionalização da mão-de-obra. (Jornal do Comércio)
 
 
Brasileiro é reeleito para a presidência do Codex Alimentarius
O brasileiro Guilherme Costa foi reeleito para a Presidência da Comissão Codex Alimentarius. A reeleição ocorreu por aclamação, que é quando todos os países concordam com a escolha de um mesmo nome e nenhum outro membro lança candidato para concorrer ao cargo. A decisão ocorreu nesta segunda-feira (8), durante a 42ª Sessão da entidade, em Genebra, na Suíça.
Guilherme Costa foi eleito para seu primeiro mandato em 2017 e foi reeleito no ano passado, na FAO, em Roma. Ele se comprometeu a continuar priorizando os trabalhos do Codex Alimentarius nas necessidades mundiais dos Países Membros relacionadas à segurança dos alimentos e às práticas leais de comércio. Guilherme Costa é veterinário e auditor Fiscal Federal Agropecuário e trabalha como Adido Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Bruxelas, na Bélgica.
Segurança
Na abertura da 42ª Sessão do Codex Alimentarius, Guilherme Costa destacou a importância da segurança dos alimentos e do comércio para alcançar a segurança alimentar.  Segundo ele, como uma organização de gerenciamento de risco, o Codex Alimentarius “deve ter a ciência como base”.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que as normas e diretrizes do Codex têm um papel crítico a desempenhar para garantir que as pessoas tenham dietas saudáveis e alimentos seguros. “Todos os países têm o dever de garantir que as normas e diretrizes do Codex sejam desenvolvidas e atualizadas para atingir essas metas”, disse Tedros.
Bukar Tijani, diretor-geral adjunto da FAO, disse que todos os países devem participar efetivamente do trabalho da Comissão do Codex Alimentarius. “Cada pessoa em cada país merece comida segura”.
Codex Alimentarius
O Codex Alimentarius foi criado em 1963 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, 189 Membros fazem parte da entidade. A comissão é responsável por definir padrões internacionais para a produção, controle, verificação e comercialização de alimentos. Esses padrões alimentares visam proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas justas no comércio de alimentos. (Terra Viva)
 
 
 
Embrapa lança APPLeite para facilitar a busca de informações tecnológicas sobre a atividade
A Empresa de Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) irá comemorar seus 46 anos de fundação com o lançamento de tecnologias votadas para o agronegócio. Entre os lançamentos está o APPLeite, desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite, uma das unidades de pesquisa da instituição. O aplicativo tem o objetivo de tornar mais simples a busca por informações tecnológicas relativas à pecuária de leite para o pequeno e o médio produtor com acesso à internet, via smartphone ou tablet.(As informações são da Embrapa)
 

 

Porto Alegre, 11 de julho de 2019                                              Ano 13 - N° 3.020

    Lactalis faz acordo com Lala e fica de vez com a Itambé
 

A disputa envolvendo o controle do laticínio mineiro Itambé terminou em acordo. Em litígio desde o fim de 2017, a francesa Lactalis anunciou ontem que, após chegar a um entendimento com a mexicana Lala, assumiu definitivamente o controle da empresa criada pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR).

Pelo acordo, as empresas abriram mão de contenciosos que mantinham no Brasil, disse ao Valor o CEO da Lactalis para a América Latina, Patrick Sauvageot. Em contrapartida, a Lala encerrou no México a "relação contratual" com a Parmalat, que pertence à multinacional francesa.

Com a Itambé, a Lactalis consolida a liderança no mercado brasileiro de lácteos, reunindo marcas como Parmalat, Batavo, Président e a própria Itambé, entre outras. O faturamento combinado no Brasil é de quase R$ 8 bilhões por ano, segundo a multinacional francesa.

A compra da Itambé também dá ao grupo francês a liderança em captação de leite no Brasil. No ano passado, a suíça Nestlé figurou na primeira posição, captando 1,6 bilhão de litros, de acordo com o ranking da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil).

Juntas, Lactalis e Itambé captam 2,3 bilhões de litros de leite por ano, o equivalente a 9,4% da produção formal de leite no país. Da última vez em que divulgou dados para ao ranking, em 2017, o laticínio mineiro informou ter captado quase 1 bilhão de litros de leite.

De acordo com Sauvageot, a Lactalis ainda tem espaço para crescer no país. "Se você olha outros mercados no Brasil, os líderes em geral têm mais de 15% [de participação]", disse o executivo.

Perguntado pela reportagem, ele admitiu o interesse da Lactalis na Dairy Partners Americas (DPA), joint venture entre Nestlé e Fonterra que foi colocada à venda neste ano. "Acho que todos do mercado vão estar interessados", afirmou. Se adquirir a DPA, empresa que faturou cerca de R$ 1 bilhão em 2018, a Lactalis desbancará a Danone da liderança do mercado brasileiro de iogurtes.

Encerrado oficialmente ontem, o conflito entre Lactalis e Lala remonta a agosto de 2017, quando a Vigor, que era controlada pela J&F Investimentos, foi vendida para os mexicanos. Na ocasião, a Lala acertou a compra da Vigor e da fatia de 50% que a companhia da J&F tinha na Itambé por R$ 5,7 bilhões. No entanto, a CCPR decidiu fazer valer o direito de recompra dos 50% da Itambé que pertenciam à J&F e retomou 100% do capital do laticínio mineiro. Um dia depois, porém, a cooperativa vendeu a totalidade da Itambé à Lactalis, por estimados R$ 1,9 bilhão.

A reviravolta envolvendo o controle da Itambé levou o grupo Lala à Justiça e à Câmara de Arbitragem Brasil Canadá. Os mexicanos questionaram o que consideravam ser o descumprimento, pela CCPR, do acordo de acionistas que tinha com a Vigor. Um dos argumentos era que o acordo proibia a venda da Itambé a um grupo concorrente, justamente o caso da Lactalis.

Ao Valor, o presidente da CCPR, Marcelo Candiotto, afirmou ontem que o acordo entre Lala e Lactalis é positivo para a cooperativa. "Escolhemos o parceiro que queríamos", disse, defendendo a legitimidade da venda da Itambé ao grupo francês. A CCPR terá um acordo de longo prazo para fornecer o leite produzido pelos cooperados exclusivamente à Lactalis. (Valor Econômico)            

Novas regras para fretes pesam sobre o custo dos adubos
Historicamente beneficiadas por descontos expressivos no "frete de retorno", as empresas de fertilizantes que atuam no país, dependentes de matérias primas importadas, viram seus custos com o transporte de insumos aumentar em pelo menos 50% com a entrada em vigor das novas regras que passaram a nortear a atividade nas rodovias brasileiras.
Segundo David Roquetti Filho, diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), que representa cerca de 130 companhias fabricantes de matérias-primas ou misturadoras - que fazem os produtos finais vendidos aos produtores rurais -, o segmento foi especialmente prejudicado porque a cobrança do frete de retorno passou a ser obrigatória e os valores cheios para o transporte em suas principais rotas subiram.
Em períodos de escoamento das exportações de soja, diz ele, as cargas de fertilizantes que chegam aos portos costumam ter fartura de caminhões à disposição para chegar ao interior do Brasil. De acordo com Roquetti, em portos como Santos (SP) e Paranaguá (PR), por exemplo, nesses períodos são seis ou sete caminhões que descem com o grão para cada veículo que sobe com adubo. E se antes das novas regras era interessante para um motorista voltar com fertilizantes por valores em média 60% mais baixos que os cobrados na ida, com o "frete de retorno" a prática deixou de ser vantajosa.
Acordos de gaveta entre quem contrata o frete e transportadoras ou motoristas autônomos sempre podem ser negociados, mas a nova legislação prevê multas para quem descumprir os valores mínimos previstos na tabela, que no dia 20 deste mês ganhará novos parâmetros. Cada real pago a menos é passível de multa de R$ 2, o que, se o fio do bigode romper, pode gerar multas milionárias - segundo a Anda, as importações brasileiras de fertilizantes intermediários somaram 27,5 milhões de toneladas no ano passado.
 

 
"O Brasil importa 80% do fertilizante utilizado em suas plantações (...) Os portos brasileiros recebem todo esse volume e, a partir daí, começa um périplo logístico até o proprietário, o qual se dá essencialmente pela via rodoviária. A depender do corredor logístico escolhido, a viagem terrestre pode variar de 400 km a 2.000 km", diz a Anda em estudo enviado a Mario Rodrigues Junior, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Nesse material, a Anda lembra que o frete responde por "expressiva parcela" do custo do fertilizante - entre 7% e 20% - e que o insumo, por sua vez, representa de 30% a 40% do custo de produção de grãos. Roquetti reconhece que a tendência é que as empresas de adubos repassem seu aumento de custos para os agricultores, reduzindo suas margens. "A Medida Provisória que originou a tabela e a Lei do Frete [13.703/18] são inconstitucionais. Representam indevida intervenção do Estado na economia e estão na contramão dos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência", afirma ele.
Segundo ele, a metodologia de tabelamento preparado pelo grupo de pesquisa e extensão em logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (EsalqLog/USP), que norteia os valores que entrarão em vigor no dia 20, também apresenta falhas que continuarão a onerar a cadeia de fertilizantes. O executivo lembra que, em suas contas, a EsalqLog considera, por exemplo, que os caminhões no país têm idade média de sete anos e rodam, em média, a 75 quilômetros por hora, ao passo que no caso dos motoristas autônomos a idade média dos veículos é de 14 a 18 anos e que em seus velocímetros a média é de 40 quilômetros por hora.
"Toda a base do EsalqLog é o frete lotação, que significa transporte do ponto A ao ponto B com o caminhão cheio. Não prevê cargas fracionadas, que param em vários pontos no meio do caminho. Outra questão é o valor do diesel. Para calcular os valores do frete, a EsalqLog pega por referência o preço do combustível na bomba, dado pela ANP. Mas todos sabemos que há negociações diretas entre transportadoras e motoristas com postos que resultam em descontos", afirma Roquetti Filho.
Embora saiba que a Lei do Frete não vai cair, a Anda ainda tem esperanças de que a discussão sobre ela no Supremo Tribunal Federal (STF) possa corrigir o que acredita serem distorções, aprofundadas pelo fato de a tabela não prever a sazonalidade dos transportes de fertilizantes, concentrados entre julho e novembro, com pico em outubro. "Podemos ter uma tabela só para os caminhoneiros autônomos, da mesma forma que o frete de retorno poderia ser liberado em algumas rotas. Outra saída, também para alguns casos, seria a empresa que contrata o frete assumir o custo do diesel", defende. (Valor Econômico)
 
 
Plano de qualificação do fornecedor deve ter envolvimento de toda a cadeia do leite
Plano de qualificação - “Para que o setor leiteiro seja realmente competitivo é preciso que o objetivo de fortalecer a cadeia leiteira seja de todos os integrantes: governo, setor privado, produtores, fornecedores de insumos e clientes”.
 

A afirmação é do auditor e membro da Comissão de Boas Práticas e Bem-Estar Animal do Ministério da Agricultura (MAPA), Bruno Leite. Ele esteve na Embrapa Gado de Leite para detalhar o Plano de Qualificação do Fornecedor de Leite (PQFL), que integra a Instrução Normativa nº 77 (IN77), em vigor desde o início do mês passado. Para nortear as indústrias na confecção de seus planos, o MAPA lançou um guia orientador, disponível gratuitamente no site do Ministério. 
 
 A apresentação de Bruno Leite está disponível para acesso online em: 

http://www.repileite.com.br/page/palestras-recentes

 A normativa estabelece que os laticínios devem manter um programa de autocontrole da qualidade da matéria prima, o leite, para que preserve as condições higiênico-sanitárias adequadas. Para isto, necessitam estabelecer um plano de qualificação de produtores rurais, contemplando assistência técnica e gerencial, bem como a capacitação com foco em gestão da propriedade e implementação das boas práticas agropecuárias. Após a apresentação do auditor, foi realizada uma reunião com as equipes do Laboratório de Qualidade do Leite (LQL), do ensino a distância E@DLeite e do núcleo temático de pesquisa em Saúde Animal e Qualidade do Leite, visando iniciar as discussões para a elaboração do modelo de curso que o laboratório da Embrapa irá oferecer, já que os técnicos dos laticínios devem ser capacitados pela Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL), conforme prevê a IN77.

Segundo gestor do Núcleo Temático Saúde Animal e Qualidade do Leite, Alessandro de Sá, a associação de cursos teóricos a distância e cursos práticos presenciais é um caminho que está em discussão para se configurar como base do plano de capacitação do LQL. “Temos conhecimento, massa crítica, infraestrutura e espaço nos campos experimentais para elaborar um bom programa de treinamento,” afirmou. O coordenador geral de produção animal do MAPA, André Brugnara, que também participou da reunião e afirmou que o engajamento da Embrapa neste processo é fundamental. “O conteúdo da capacitação que os 10 laboratórios da RBQL vão oferecer aos técnicos de laticínio deve ser padronizado. Essa é uma questão importante. Cada laboratório não deverá ter um plano diferente do outro”, pontuou.
Para Sá, a fidelização entre produtores e laboratórios e entre laticínios e produtores deverá ser uma consequência natural, o que facilitará o processo, já que caberá a cada laticínio ou laboratório convidar seus clientes e fornecedores para estreitar a parceria. Tudo isto tem como objetivo alinhar e aproximar produtores de leite e indústria, de forma que atuem em conjunto para a obtenção de produtos cada vez melhores em qualidade e segurança alimentar. “Laticínio e produtor de leite devem trabalhar alinhados e em sintonia. Não há avanço se cada um caminhar em sentido oposto”, observou Bruno Leite.
Bruno Leite destaca que as INs 76 e 77 são um avanço em relação as legislações anteriores e ao Plano Mais Leite Saudável, que o MAPA estabeleceu em 2015 e alcançou 2023 municípios de norte a sul do país. Ele acrescenta que é a Superintendência Federal de Agricultura (SFA/MAPA) que fará o acompanhamento da execução dos planos de qualificação de fornecedores de leite, ou seja, produtores rurais, por meio de auditorias in loco: “É com base nas experiências anteriores, seus erros e acertos, que conseguiremos avançar. O PQFL é, certamente, um aperfeiçoamento”, salientou.
A IN76 refere-se à aprovação de regulamentos técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite tipo A. A IN77 traz os critérios e os procedimentos para produção, acondicionamento, conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru, incluindo a organização da propriedade, suas instalações e equipamentos, a capacitação de funcionários e o controle sanitário sistemático. (Terra Viva)
 
 
Cenário internacional no fórum milkpoint mercado
A China tem aumentado suas compras de derivados lácteos este ano (crescimento de cerca de 26% em equivalente leite nos primeiros 5 meses de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado). Ao mesmo tempo, depois de começar o ano em desaceleração, a produção europeia apresentou crescimento significativo no mês de abril (quase 190 milhões de litros adicionais, volume maior do que toda a produção de 1 mês no Uruguai, grande exportador lácteo do Mercosul). (Milkpoint)
 

 

CRÉDITOS DAS IMAGENS:

 

- Lajeado (09/5): Stéphany Franco

- Frederico Westphalen (18/6): Beatriz Moraes

- Ijuí (12/6): Stéphany Franco

- Passo Fundo (08/5): Thaíse Teixeira

- Palmeira das Missões (19/6): Beatriz Moraes

- Pelotas (5/6): Stéphany Franco

- Santa Maria (4/6): Camila Silva

- Santo Cristo (13/6): Stéphany Franco

    - POA (3/5): Stéphany Franco