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Porto Alegre, 09 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.955

    Rabobank: crescimento global da oferta de leite estagna no 1º trimestre de 2019

O primeiro trimestre do ano chegou ao fim e o Rabobank divulgou os números em seu relatório Dairy Quarterly. Os maiores exportadores mundiais de produtos lácteos estagnaram o crescimento anual da oferta de leite, mas os EUA estão experimentando um ‘mercado misto’. A indústria mundial de lácteos está enfrentando problemas de abastecimento em 2019. As causas variam de acordo com o mercado, mas incluem crescimento econômico mais fraco, preços mais altos, fracas vendas de varejo, condições geopolíticas e desafios climáticos. O Rabobank disse que a pressão na produção de leite será notada ao longo do primeiro semestre de 2019 e pode atingir os números mais baixos desde 2016.

Em particular, o Rabobank acredita que o Brexit está afetando a indústria da União Europeia (UE) e os desafios climáticos na Argentina e na Nova Zelândia começaram a aumentar a pressão da oferta, o que continuará ocorrendo nos próximos meses.

Recessão em 2020
Segundo o Rabobank, os dados de janeiro e fevereiro indicam que os EUA registraram vendas menores em termos de volume para iogurtes (queda de 2%), queijo processado (queda de 3,9%) e leite líquido (queda de 4%). Mas o queijo in natura e a manteiga aumentaram, respectivamente, 3,8% e 4%, impulsionados pelos menores preços de varejo. Os preços do queijo in natura caíram 2%, do queijo processado 0,2% e da manteiga 1,3%. Os preços do iogurte e do leite fluido permaneceram estáveis em comparação ao ano passado. O Rabobank previu que os EUA terão um pequeno excedente exportável de lácteos no primeiro semestre de 2019; a produção aumentará ligeiramente ao longo do ano e a demanda doméstica sentirá uma maior pressão.

Os EUA podem perder totalmente o aumento dos preços globais do mercado de lácteos em 2019 devido à oferta interna adequada aliada aos desafios do comércio e ao clima geopolítico. Com os EUA lutando contra tantas batalhas comerciais, o relatório sugere que o país pode ter que encontrar “novos mercados para os laticínios adicionais". Os efeitos da guerra comercial continuam repercutindo nos continentes, já que as tarifas norte-americanas permanecem em vigor. Qualquer "acordo comercial" entre Trump e Xi Jinping continua sendo adiado. Segundo o Rabobank, o crescimento econômico global será mais sombrio nos próximos anos e o banco prevê uma recessão nos EUA no segundo semestre de 2020.

Citando os dados do USDA, o relatório espera que os preços dos lácteos no varejo subam 2,5% este ano, após oito anos abaixo da taxa histórica (+ 2%). Preços de varejo mais altos, um crescimento econômico levemente mais fraco e uma alta demanda de serviços de alimentos contribuirão para reduzir o crescimento da demanda doméstica por produtos lácteos nos EUA em 2019. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
                 

Importação de lácteos

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume aumentou 17,6% frente a janeiro último. Os gastos também cresceram, 14,9%, em igual comparação. O principal produto adquirido no período foi o leite em pó, representando 71,7% do total comprado. Os maiores fornecedores, em volume, foram a Argentina e o Uruguai, que juntos somaram 87,7% do total. No primeiro bimestre as importações cresceram 58,8% em volume na comparação anual. A menor oferta de matéria-prima no mercado interno pode ter colaborado para o cenário.

No parcial de março, até a quarta semana, a média diária foi de US$1,75 milhão em gastos com as importações de lácteos, queda de 32,8% em relação a fevereiro, mas alta de 15,0% em relação a igual período do ano passado. As recentes altas do dólar podem impactar nas importações de leite em pó em curto prazo. (Compre Rural)

Ministra defende que tabela do frete deveria cair

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse nesta última segunda-feira (08), que a tabela do frete, que classificou como “perversa”, já está prejudicando tanto os caminhoneiros quanto os setores produtivos. Adiantou que no final de maio a Universidade de São Paulo (USP) divulgará um estudo com uma proposta de tabela. “Mas o ideal é que a tabela caísse pois, afinal, vivemos em uma economia aberta. Precisamos sentar e conversar, para chegar a um entendimento entre as partes e não criar lei e tabelamento”, defendeu. 

A ministra acrescentou que tem conversado muito sobre o problema com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, responsável por conduzir o assunto dentro do governo e junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Tereza Cristina deu essas declarações em entrevista coletiva, durante a 18ª Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO). Participaram da abertura do evento, ao lado da ministra, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o prefeito de Rio Verde, Paulo Faria do Vale, além de autoridades federais e estaduais.

Tereza destacou o sistema cooperativista que é a base do funcionamento da Tecnoshow Comigo. “Eu vinha conversando com o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas, que me explicou que tudo que a Comigo recebe de soja ela agrega valor, não sai um grão daqui sem agregação de valor. Isso só pode ser feito com o cooperativismo. Eu acho que este sistema é exemplo para o Brasil todo. Eu tenho andado muito pelo país nesses três meses de governo e tenho pregado o cooperativismo como forma de se desenvolver o Brasil”, frisou.

Segundo ela, a Tecnoshow vem do próprio produtor rural que viu a necessidade de se organizar e, então, as cooperativas e associações de classe viram que esse é um modelo que funciona. “O que o ministério pode fazer é apoiar de todas as formas possíveis. A gente sabe que o agronegócio é esse sucesso, essa pujança que decolou. Está à frente do poder público. Nós do governo estamos correndo para voltarmos a ter protagonismo. Nós vamos fazer isso ajudando, simplificando, desburocratizando as ações que o produtor precisa, sem perder a qualidade. É isso que o ministério vem tratando nesses 90 dias: montar uma política pública que facilite a vida daqueles que produzem no nosso país e não que atrapalhe, porque nós (governo) já atrapalhamos muito”.

A ministra lembrou que o papel do ministério é mostrar ao mundo que a certificação dos produtos brasileiros é séria, e que todo mundo pode acreditar no que o país produz para mais de 160 mercados no mundo. Em relação à reforma da Previdência, voltou a frisar que é um assunto que o Brasil precisa resolver e não apenas o presidente Jair Bolsonaro, ou um ministro, ou a Câmara dos Deputados. “Eu tenho certeza de que a bancada do agronegócio sabe a importância que ela tem em todas as votações, principalmente, nesse momento em que pode ser o equilíbrio daquela casa”, afirmou. (As informações são do Mapa, adaptadas pela Equipe MilkPoint)

Espanha

A captação de leite na Espanha no mês de fevereiro voltou a cair. Já são 6 meses seguidos de quedas, como consequência dos baixos preços. Em fevereiro foram entregues 559.998 toneladas, o que é um volume 0,6% menor do que o entregue em fevereiro de 2018, segundo dados da FEGA, entidade que representa o setor.

Como pode ser visto no gráfico, apesar das entregas em janeiro de 2019 terem sido menores do que as de 2018, foram maiores do que as de 2016 e 2017. Em fevereiro isso não ocorre. A captação foi menor do que a do ano passado, mas, também a menor desde 2016. Em fevereiro 13.483 pecuaristas de leite entregaram leite, 50 menos do que em janeiro.

Quanto aos preços, o leite em fevereiro foi pago, em média, a 33 centavos de euros por litro, que é o mesmo preço de janeiro. O preço de fevereiro é o mais alto registrado nos meses de fevereiro nos últimos 4 anos, apesar disso, não significa que o preço esteja alto, já que nos últimos anos, o preço do leite não fez outra coisa a não ser cair, especialmente, devido à extinção das cotas em 2015. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)

 
Com uma dose de mudança
O Rio Grande do Sul se prepara para a primeira etapa da campanha de imunização do rebanho contra a febre aftosa, de 1º a 31 de maio. Neste ano, com mudança importante: a dose passa a ser de 2ml. Supervisores regionais da Secretaria da Agricultura receberam folhetos para distribuir. Nesta etapa, a projeção é de que sejam imunizados cerca de 12,5 milhões de exemplares, entre bovinos e bubalinos. (Zero Hora)

Porto Alegre, 08 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.954

    Preços

O último boletim do Observatório Lácteo da União Europeia (UE), de 4 de abril destacou o seguinte: - Em comparação com a semana anterior, os preços médios do soro de leite em pó e do leite em pó desnatado (LDP) caíram 0,9% e 1,2%, respectivamente, na UE, enquanto os preços médios dos outros produtos lácteos se mantiveram estáveis.

- O preço médio do SMP na UE foi de 188 €/100 kg, [US$2106/tonelada], (43% acima do nível do ano passado) e a manteiga foi de 420 €/100 kg, [US$4704/tonelada], (12% a mais que um ano antes).

- O preço do leite no mercado spot da Itália está caindo sazonalmente, nas últimas 8 semanas. Está situado em 40 centavos/kg, [R$ 1,79/litro], (34% acima do nível do ano passado).

- Tendências divergentes nas cotações mundiais dos produtos lácteos, em dólares, nas duas últimas semanas.

- Os preços dos produtos lácteos da UE e Estados Unidos ficaram relativamente estáveis, exceto o queijo cheddar dos Estados Unidos que aumentou 9,5%.

- Aumento significativo dos preços da manteiga na Oceania (+10,9%), leite em pó integral (+4,3%) e cheddar (+3,2%), enquanto o preço do LDP diminuiu (-7,5%).

- A Oceania detém agora a manteiga, o LDP, e o cheddar mais caros, enquanto os Estados Unidos vendem o leite em pó integral com a maior cotação.

- Os produtos lácteos da UE agora estão mais competitivos, embora, os preços do LDP e do cheddar sejam quase equivalentes na UE e Estados Unidos.

- Aumento significativo nas exportações de leite em pó integral (LEP) pelos Estados Unidos e Uruguai, em janeiro (+66% e +60%, respectivamente)

- A Rússia foi o segundo maior importador de queijo em janeiro, com incremento de 7%.

- As Filipinas aumentaram em 36% as importações de LDP em janeiro de 2019, quando comparadas com janeiro de 2018. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)
 
                 

Rotulagem de alimentos 

O relatório com a consolidação das contribuições feitas à Tomada Pública de Subsídios (TPS) sobre a revisão da rotulagem nutricional de alimentos foi apresentado, nesta terça-feira (2/4), a representantes dos principais setores relacionados ao tema.

Entidades da sociedade civil, do setor produtivo, conselhos de classe e órgãos de governo, como Ministérios da Agricultura, da Saúde e da Justiça participaram do encontro, que ocorreu na sede da Anvisa, em Brasília.

A TPS é um mecanismo de consulta, aberto ao público, para coletar dados e informações sobre o Relatório Preliminar de Análise de Impacto Regulatório. Neste processo, foram mais de 33 mil contribuições. As informações foram consolidadas e serão utilizadas para compor uma Consulta Pública, que trará uma proposta de regulamento.

“Este processo de Tomada Pública de Subsídios envolveu consumidores, acadêmicos, profissionais de saúde e indústria. Foi um rol bastante completo dos principais atores afetados e interessados no processo”, explicou a gerente-geral de Alimentos, Thalita Lima. “A intenção é que a Consulta Pública seja disponibilizada para a contribuição de toda a sociedade em setembro deste ano, junto com o Relatório Final de Análise de Impacto Regulatório”, completou.

Na discussão do tema, a rotulagem frontal (que vem na frente da embalagem do alimento), é uma das propostas que encontra-se em discussão. “É uma estratégia que vem sendo adotada por diversos países do mundo, com o objetivo de trazer informações nutricionais mais claras para o consumidor”, afirma a gerente-geral.

Durante a reunião, também foi discutido o tratamento do tema junto ao Mercosul, pois o regulamento é harmonizado junto aos países do Bloco. Para conhecer as ações já realizadas neste processo, como a Tomada Pública de Subsídios, acesse: http://portal.anvisa.gov.br/tomada-publica-de-subsidios. (Anvisa)

Ranking dos laticínios 2018

A falta de informações sobre grandes empresas de laticínios, notadamente, Italac, Lactalis, Itambé, Tirol e Betânia fez com que o Ranking das indústrias de laticínios represente pouco mais de 30% do leite captado no Brasil.

Na reportagem de outubro de 2018 do jornal Valor a captação da Italac foi estimada em torno de 1,8 bilhão de litros/ano. Por ocasião da inauguração de uma planta industrial da Lactalis em Teutônia (RS), uma reportagem do Jornal O Sul, informou que a Lactalis captava 1,6 bilhão de litros de leite/ano, depois das diversas aquisições feitas no Brasil. No Ranking publicado pelo Valor em abril de 2018, a Itambé figurava com uma captação anual de 996 milhões de litros de leite. E a Tirol, de Treze Tíllias (SC), que tem forte presença na Região Sul, em reportagem de Marcos Tosi, de 17 de agosto de 2018, na Gazeta do Povo, diz que captava 2 milhões de litros de leite dia, totalizando 730 milhões por ano. Também a maior empresa de lácteos do Nordeste, dona da marca Betânia, capta em torno de 700 mil litros de leite por dia, conforme a reportagem do Valor Econômico, o que resulta em 255 milhões de litros ano. Também reportagem do jornal O Tempo de Minas, mostra que o Laticínio Porto Alegre, depois de ter recebido aporte da Suíça Emmi, está expandindo seus negócios, e desta feita indo para Antônio Carlos na região de Campos das Vertentes. A empresa capta 750 mil litros de leite por dia, totalizando 273 milhões por ano. 

Como o processo da Lactalis em torno da aquisição da Itambé foi contestado, e supondo que a cooperativa mineira não foi incorporada nem pela Vigor, nem pela Lactalis, poderíamos ter um ranking de 2018, mais ou menos assim:
 
1º - Italac - 1.800 milhões de litros/ano
2º - Nestlé - 1.616 milhões de litros/ano
3º - Lactalis - 1.600 milhões de litros/ano
4º - Laticínios Bela Vista - 1.387 milhões de litros/ano
5º - Unium - 1.142 milhões de litros/ano
6º - Itambé - 996 milhões de litros/ano
7º - Tirol - 730 milhões de litros/ano
8º - Embaré - 542 milhões de litros/ano
9º - Aurora - 522 milhões de litros/ano
10º - CCGL - 456 milhões de litros/ano
11º - Jussara - 399 milhões de litros/ano
12º - Danone - 338 milhões de litros/ano
13º - Vigor - 336 milhões de litros/ano
14º - Cativa - 300 milhões de litros/ano
15º - Laticínios - Porto Alegre   273 milhões de litros/ano
16º - Betânia - 255 milhões de litros/ano
17º - DPA Brasil - 247 milhões de litros/ano
18º - Centroleite - 205 milhões de litros/ano
19º - Frimesa - 200 milhões de litros/ano

Esse Ranking ampliado já representaria pouco mais de 54% da captação brasileira de leite, e ainda que hipotético, representa melhor a diversificação do mercado nacional. No entanto, a falta de dados, dificulta uma classificação real das nossas indústrias de laticínios.  (Terra Viva)

 
 
Sem Lactose 
A produção mundial de leite sem lactose cresceu 11% desde 2014, ao contrário do leite tradicional que subiu 0,3% no mesmo período, segundo o relatório global “Lactose free dairy products”, realizado pela Tetra Pak. De acordo com a Rede Food Intolerance, dois terços da população mundial sofrem de algum tipo de intolerância à lactose. Esses dados crescem anualmente, indica o estudo. “Na América do Norte e na América Latina o aumento foi de 10%, na Europa 14%, Na Oceania e Oriente Médio 11%, e na Ásia 7,2%”. (Hipersupeer)

Porto Alegre, 05 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.953

    ANTT publica estudo com nova metodologia para cálculo de frete

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou em seu site o trabalho feito pela EsalqLog/USP que estabelece as bases para uma nova metodologia de cálculo para tabelamento de preços mínimos de fretes rodoviários no país.

Contribuições públicas poderão ser feitas a partir do dia 9 (próxima terça-feira) e encontros presenciais serão realizados em cinco capitais brasileiras (Belém- PA, RecifePE, São Paulo-SP, Porto Alegre-RS e Brasília-DF) durante todo este mês. O trabalho leva em consideração os preços médios praticados antes e após a Lei nº 13.703, de 8 de agosto de 2018, que estabeleceu a tabela, além de reajustes de combustível, inflação e custos para os transportadores em diferentes rotas e tipos de carga.

Foram publicados parâmetros para carga geral, perigosa, sólida a granel, líquida a granel, líquida e perigosa a granel, sólida e perigosa a granel, frigorificada, frigorificada perigosa, neogranel, conteinerizada e conteinerizada perigosa.

O estudo sugere inicialmente pisos mínimos regionalizados, inclusão de novos tipos de carga, utilização do conceito frete/peso - em vez de frete/volume -, inclusão de custos fixos relacionados ao transporte de cargas perigosas e conceito de função linear em vez de faixas de distância. O documento completo e o link para a consulta pública estão disponíveis no site. (As informações são do jornal Valor Econômico)
 
                 

FAO: diferente da estabilidade no índice dos preços dos alimentos, lácteos têm 3ª alta consecutiva

O índice de preços dos alimentos da FAO, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para agricultura e alimentação, ficou praticamente estável em março. Alcançou 167 pontos, sendo 0,2 pontos a mais que em fevereiro e uma queda de 3,6% em relação a março de 2018.
A leve variação mensal foi resultado de um aumento acentuado nos preços dos lácteos e das cotações mais firmes das carnes, compensados pelas quedas de cereais, oleaginosas e açúcares. 
 

O indicador específico dos lácteos registrou a terceira alta consecutiva e alcançou 204,3 pontos, 6,2% mais que em fevereiro. Houve aumento dos preços da manteiga, do leite em pó integral e do queijo, principalmente em virtude da menor oferta na Oceania. Em contrapartida, disse a FAO em relatório, os valores do leite em pó desnatado recuaram.

O sub-índice de carnes subiu marginalmente, 0,4%, em relação ao resultado revisado de fevereiro e ficou em 162,5 pontos. "As cotações das carnes suína, bovina e de frango receberam impulso de um aumento na demanda de importação, especialmente da China. Por outro lado, as cotações da carne de ovinos recuaram pelo terceiro mês consecutivo devido à grande disponibilidade de exportação da Oceania".

O indicador dos cereais caiu 2,2% em março ante fevereiro, para 164,8 pontos. Os preços do trigo foram os que mais recuaram no mês, mas os do milho também caíram, ambos devido a maior oferta mundial. A cotação média dos óleos vegetais também caiu em março, influenciada importações moderadas de óleo de soja, canola e palma, ao mesmo tempo em que se percebeu um acúmulo de estoques nos países produtores.

O indicador ficou em 127,6 pontos em março, 4,4% menos que em fevereiro. Conforme a FAO, o preço médio do açúcar também caiu, refletindo a maior oferta em países produtores como Brasil e Índia. A agência também citou que a fraqueza do real ante o dólar faz pressão adicional sobre as cotações. O subíndice de açúcar ficou em 180,4 pontos em março, com queda de 2,1%. (As informações são do jornal Valor Econômico)

Leite/Europa

Indicadores preliminares da produção de leite neste início de temporada na Europa Ocidental detectaram duas coisas: 1 – produção sazonal crescente; 2 – a produção está maior do que a verificada nessa mesma época do ano passado.

A esperança é que esses resultados dissipem as preocupações resultantes da menor produção de leite em janeiro, que foram atribuídas ao clima excepcionalmente frio, e que poderiam frustrar as expectativas de aumento da produção total de leite em 2019. A indústria de laticínios da União Europeia (UE) está bastante confiante de que, tratados comerciais favoráveis e relações duradouras com clientes, propiciem a exportação de qualquer produto lácteo excedente. Assim, quanto mais leite produzido em 2019, mais lucros para as indústrias.

A produção de leite da UE em janeiro de 2019 foi de 12,9 milhões de toneladas, 1,4% menor do que a registrada em janeiro de 2018, apontou a Eurostat. O resultado foi inesperado. O tempo atípico de janeiro foi responsabilizado pela queda no desempenho dos principais países produtores de leite do bloco.

No ranking de janeiro do Reino Unido aparece como o terceiro maior produtor de leite da UE, o que faz lembrar o quanto pode ser desafiador o Brexit para o comércio local e mundial de lácteos.

Quaisquer que sejam os méritos ou deméritos do Brexit, a indústria de laticínios, tanto da UE, como do Reino Unido, está extremamente apreensiva sobre o impacto da retirada do Reino Unido. A falta de um acordo sobre a saída adiciona mais incertezas.

As deliberações caóticas do Reino Unido preocupam produtores, processadores e comerciantes do setor lácteo, porque não conseguem planejar o futuro. O mercado atual de queijo da Europa Ocidental está tendo uma boa demanda. As indústrias estão gerenciando bem a oferta doméstica e de exportação, e não há problema se houver mais fabricação de queijo.

A produção de queijo no mês de janeiro de 2019 foi de 772.430 toneladas, 1% menos do que a produção de janeiro de 2018, de acordo com a Eurostat. A maioria das indústrias fabricantes de queijo gostariam de ter mais leite para produzir mais queijos. As exportações europeias de queijo em janeiro de 2019 totalizaram 67.991 toneladas, aumento de 8% em relação a janeiro de 2018, e foi correspondente a 8,8% da produção. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva) 

Confaz prorroga Convênio 100 para mais um ano
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) prorrogou para o dia 30 de abril de 2020 o Convênio 100/97, que trata da isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o transporte de insumos agrícolas dentro dos Estados e dá desconto quando a movimentação é interestadual. A decisão ocorreu durante votação do Conselho realizada nesta sexta-feira (5), em Brasília. Para o deputado federal José Mário Schreiner (DEM-GO), vice-presidente da região centro-oeste da Frente Parlamentar da Agropecuária, a prorrogação é uma conquista fundamental para o setor agropecuário brasileiro. “Toda nossa mobilização de conscientização foi essencial para essa conquista. O Convênio 100/97 assegura a competitividade do setor agropecuário brasileiro e toda sociedade. Os impactos do incentivo foram diretos na redução do custo de produção da agropecuária nacional”, destaca o deputado. José Mário também ressalta a união das entidades de classe para esta conquista. “O trabalho das entidades representativas como a FPA, CNA e nossa Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados foi extremamente importante no processo de convencimento da importância da manutenção do Convênio 100”, disse. (Portal FPA, com informações da Assessoria)

Porto Alegre, 04 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.952

    Caem as importações de leite!

Os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) apontam uma redução de 37% na quantidade importada de leite em março em relação a fevereiro, com 82 milhões de litros em equivalente leite importados. Ao compararmos com mar/18, importamos 25% a mais. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea, que foi de -67 milhões de litros nesse mês, no gráfico 1.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.

 
Um dos fatores que explica a redução de leite em pó internalizado é o fato de tanto o UHT como a muçarela estarem andando de lado no mercado interno; adicionalmente, com os aumentos de preço no mercado internacional houve redução da competitividade do produto importado aqui no mercado brasileiro.

No mês de março foram importadas 5,2 mil toneladas do leite em pó integral, uma redução de 41% em relação ao mês de janeiro, porém, um aumento de 66% em relação a março de 2018. Para o leite em pó desnatado, as 0,96 mil toneladas internalizadas representam uma redução de 65% em relação a fevereiro, e volume 31% menor do que em mar/18.

A desvalorização cambial em meio às incertezas no Brasil foi fator importante neste movimento de redução das importações. Confira a evolução do dólar no gráfico 2, o qual foi de 3,72 R$/dólar em fevereiro para 3,85 R$/dólar em março.

Gráfico 2. Evolução da moeda dólar americana em relação ao real. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base no BACEN.

 
Já para os queijos, as 2,6 mil toneladas verificadas em março representam um aumento de 14% na quantidade internalizada. Na mesma toada dos leites em pó, as 450 toneladas importadas de manteiga e as 965 toneladas de soro são uma diminuição de -36% e -3% respectivamente. Veja os valores na tabela 1. (Milkpoint Mercado)

Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
                 

Leite/América do Sul

O fenômeno meteorológico El Niño está presente na América do Sul, com impacto mínimo ou chegando a ser nulo em alguns setores agrícolas, pelo menos até o momento, de acordo com especialistas em clima.

Durante as duas últimas semanas, o clima temperado favoreceu o desenvolvimento do milho, soja e algodão, nas principais áreas de plantio dessas culturas. Também houve melhora considerável das pastagens em muitas bacias leiteiras. Muitos produtores de leite começam a ter algum alívio nos custos da alimentação, enquanto o preço do leite ao produtor vem aumentando.  

Na Argentina e Uruguai a produção de leite ficou estagnada em níveis inferiores aos do ano passado. Com a forte demanda por leite fluido, principalmente em decorrência da volta às aulas, o volume de leite destinado à produção de outros lácteos está restrito. Assim sendo, muitas indústrias estão fabricando produtos lácteos exclusivamente para atender a demanda do mercado domésticos.

No Brasil, a oferta de leite está menor do que a necessária para atender as fábricas. Os pedidos de leite fluido/UHT de diversos canais, públicos e privados, continuam fortes. Em comparação com um ano atrás, a demanda interna por produtos lácteos aumentou consideravelmente, apoiada por uma relativa melhora na economia do país. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Na Europa, os custos de produção aumentam e os negócios são ajustados

Os produtores de leite da União Europeia (UE) registraram uma diminuição no rendimento líquido em quase todos os sistemas de produção. A causa não está no preço do leite, que se manteve quase estável de um ano para o outro, mas no aumento dos custos. Não apenas os preços dos insumos, os preços da energia e da ração aumentaram, mas também houve cortes na produção de forragem, causados pela longa seca no verão, de acordo com um relatório do Instituto de Pecuária da França.

A meteorologia também afetou a produção de laticínios de muitos produtores. Mesmo os países mais dinâmicos, como a Irlanda e a Polônia, foram afetados. Dada a escassez de forragem, os produtores reduziram o número de vacas. A desaceleração da coleta de leite na Europa no segundo semestre de 2018 facilitou o retorno ao mercado de estoques de intervenção de leite em pó desnatado que a Comissão Europeia vendeu a preços baixos. 

Isto confirma o papel central desempenhado pela União Europeia no mercado mundial de lácteos desde o fim das cotas, embora a Nova Zelândia tenha parcialmente compensado o declínio na Europa, visto que a sua produção de leite foi muito dinâmica no final de 2018, graças às condições meteorológicas muito favoráveis para o crescimento do pasto.

Começo auspicioso do setor leiteiro mundial em 2019
A nível da União Europeia, parece não haver dúvidas de que a produção de leite irá se recuperar nesta primavera, especialmente se as condições meteorológicas forem muito favoráveis. No entanto, existem fatores que ameaçam essas boas perspectivas: a incerteza do Brexit e seu impacto no comércio europeu, ou a deterioração das relações diplomáticas e comerciais entre os principais blocos principais: a UE, os EUA, a China e a Rússia. (As informações são do Agrodigital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
Índice de preços de commodities sobe 2,57% em março, informa Banco Central
Os preços das matérias-primas que têm influência sobre a inflação apresentaram alta de 2,57% em março, após variação positiva de 0,25% em fevereiro. No ano, o Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central, caiu 0,80% e, em 12 meses, subiu 13,66%. O indicador é construído com base nos preços das commodities agrícolas, metálicas e energéticas convertidos para reais. Seu equivalente internacional, o “Commodity Research Bureau” (CRB), mostrou variação positiva de 4,72% em março, com alta de 0,19% no ano e de 11% em 12 meses. Um dos três subgrupos que compõem o IC-Br, o de commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, arroz, café, suco de laranja e cacau) mostrou alta de 1,19% no mês de março. No ano, os preços passaram a cair 2,43%, mas, em 12 meses, acumulam alta de 14,89%. O preço das commodities metálicas (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata) subiu 4,06% no mês passado. No ano, o segmento acumula alta de 4,86%, e, em 12 meses, de 10,21%. As commodities energéticas (petróleo Brent, gás natural e carvão) subiram 5,61% em março. No ano, a variação é negativa em 0,31%. Em 12 meses, a alta é de 14,57%. (As informações são do jornal Valor Econômico)

Porto Alegre, 03 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.951

    PUB do Queijo estreia na Feira da Loucura por Sapatos

O Pub do Queijo, espaço gastronômico que já se consagrou na Expointer, é uma das novidades da Feira da Loucura por Sapatos de 2019, que começa nesta quinta-feira (04/4) e vai até dia 14, em Novo Hamburgo (RS). A atração é promoção do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) que, em conjunto com o 10ª Festival de Cervejas Artesanais, chega nos pavilhões da Fenac para agregar sabor ao espaço gastronômico do local. 

O carro-chefe dessa edição do PUB é o queijo coalho no palito, que terá um forno especial para assar 30 palitos por vez. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, afirma que promover o espaço na Fenac é uma forma de se aproximar de outros eventos que venham a ocorrer na feira e um preparativo importante para a Expointer. “O queijo é ideal para a harmonização com cervejas e chopes, ainda mais artesanais. Estamos indo para criar um conceito e colher experiências”, afirma. Além do queijo coalho no palito, também serão preparadas tábuas com queijos especiais. 

Segundo a gerente de comunicação da Fenac, Kitty Schmitt, são esperadas 100 mil pessoas durante os 11 dias de evento, que vem se consolidando não só como uma feira do setor calçadista, mas como entretenimento. “O público vem cada vez mais preparado para aproveitar o espaço gastronômico”, diz. No local, haverá atrações musicais todos os dias, para promover momentos de happy hour. A feira abre todos os dias às 10h e encerra suas atividades às 21h. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
                 

Preço do leite

O ano começou com cenário positivo em termos de preço do leite para os produtores brasileiros. O preço real pago ao produtor, que já havia iniciado o ano R$0,18/litro acima do valor de janeiro de 2018, teve uma valorização de 10% em fevereiro sobre o mês anterior.
 

Em anos anteriores, valorizações nesse patamar somente haviam ocorrido no auge da entressafra nacional, entre os meses de junho e julho. Dessa forma, a média dos preços reais, nesses dois primeiros meses de 2019, foi a maior desde 2011, sendo 19% superior aos valores de 2018. Outro fato positivo para os produtores é que o custo de produção, apesar de ainda elevado, está em queda desde novembro de 2018, conforme o ICPLeite/Embrapa. Nesse período, o custo caiu 2,6% puxado pela redução nas despesas com alimentação do rebanho e energia, que foram os grupos que mais pressionaram o custo para cima ao longo de 2018. Com isso, a relação de preços leite/concentrado vem melhorando para o pecuarista. Em fevereiro de 2018 eram necessários 42 litros de leite para aquisição de uma saca de 60Kg de concentrado, enquanto que em fevereiro desse ano foram precisos somente 33 litros, uma queda de 21%. Os preços do leite no atacado e no varejo também iniciaram o ano em patamares superiores à 2018. 

No varejo, o leite UHT apresentou aumentos em janeiro (+ 2,1%) e fevereiro (+ 2,4%), na média nacional. No atacado, o leite UHT no mercado diário de São Paulo, apresentou grande alta de dezembro até meados de janeiro, quando saltou de R$2,00 para R$2,47. Entretanto, desde então, os preços estão praticamente estagnados. Na mesma linha, o preço do leite spot em São Paulo cresceu 22% de janeiro até o final de fevereiro. Porém, esse movimento de alta já perdeu força e os preços no spot já recuaram. Na balança comercial, o volume de importação foi elevado nos dois primeiros meses de 2019, ficando cerca de 64% superiores aos observados em janeiro e fevereiro de 2018. Destaque para o leite em pó, manteiga e queijos. Já as exportações estão com valores próximos aos registrados no mesmo período de 2018. Apesar do preço valorizado do leite no mercado interno, um fator que pode ajudar a segurar o ritmo das importações nos próximos meses é a recente valorização dos preços internacionais. Na Oceania, o leite em pó integral saltou de US$2.705/t no início de janeiro para US$3.317/t no último leilão de março, alta de 23%. 

Essa valorização está relacionada aos movimentos de oferta e demanda no mercado mundial. Enquanto os principais países produtores vêm enfrentando problemas na produção, com redução na oferta de leite, a demanda mundial está aquecida, principalmente com a retomada das compras da China. Com esse cenário, o mercado futuro do Global Dairy Trade (GDT) indica que essa valorização deve se manter ao longo desse primeiro semestre. Para os próximos meses no mercado interno, a expectativa é de custo de produção mais baixo, principalmente pelas sinalizações de redução nos preços de milho e farelo de soja. Já para os preços do leite pagos ao produtor as sinalizações são de que as cotações já estão próximas do teto, apesar de ser um período típico de valorização com o final da safra. Os sinais de alerta para os produtores vêm do atacado e do leite spot, que conforme destacado anteriormente, não estão conseguindo repassar os aumentos nesse período recente. Novos aumentos ao produtor serão dependentes do repasse da indústria para o varejista e deste ao consumidor final. A questão é que a indústria não está conseguindo realizar tal repasse, ficando com margens bem prejudicadas em derivados tradicionais como UHT, muçarela e leite em pó. Além disso, é importante salientar que o ambiente macroeconômico brasileiro mostra-se bastante incerto, fazendo com que as projeções de crescimento do PIB estejam sendo revisadas frequentemente para baixo e já sinalizam um crescimento de apenas 2% em 2019. (Embrapa)

Exportações/AR 

O boletim de Exportações de Produtos Lácteos até fevereiro de 2019, aponta crescimento de 19,9% em volume e 7,6% em divisas. Para uma produção de leite de 1.488,2 milhões de litros, a produção destinada ao mercado externo representou 21,5% em litros de leite equivalente do total produzido no país. (Em todo o ano de 2018 o percentual exportado foi de 22,1%).

 

 
No mês de fevereiro, em particular, foram exportadas 21.979 toneladas de lácteos, no valor de US$ 61,5 milhões, o que representou queda de 17,9% e 17,8%, em comparação com o mês anterior, respectivamente. É bom observar que se houver equiparação no número de dias entre os dois meses, os percentuais de queda serão 9,1% em volume e 9% em valor.

O principal produto exportado foi o leite em pó (integral e desnatado), que totalizaram 22.504 toneladas no bimestre, 34% de crescimento na comparação anual. Cabe mencionar que em fevereiro de 2019 foram exportadas 10.299 toneladas que são 23,7% a mais do que em igual mês do ano passado. Também é importante lembrar que no ano passado o máximo volume exportado deste produto foi no mês de novembro com 21.927 toneladas.

O item queijo alcançou entre janeiro e fevereiro deste ano, 11.183 toneladas, pelo valor de US$ 42,1 milhões, representando crescimento de 31,2% e 15,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os valores médios de exportação caíram 10,2% em dólares, em relação ao ano passado, mas, levando em consideração as novas cotações das commodities lácteos no mercado internacional, é bem provável que haja reversão desses valores no mês de março. (OCLA – Tradução livre: Terra Viva)

 
 

Leite/Oceania 

A tendência de redução do rebanho leiteiro continua entre muitos produtores de leite da Austrália, em decorrência do tempo seco. Não está previsto crescimento, novamente, do rebanho, nem nesse final de temporada, nem para 2019/2020.

Assim, deverá haver menor disponibilidade de produtos para exportação, se for levado em consideração o aumento populacional do país e a boa demanda por leite e produtos lácteos na próxima temporada. Isto significará uma preferência cada vez maior para a exportação de queijos, um produto que a Austrália tem vantagem competitiva em seus mercados tradicionais de exportação.

A mudança de estação trouxe tempo mais frio e chuvas em algumas áreas. Isso é muito bem-vindo, e as chuvas das últimas semanas é uma boa mudança. Ainda que a tendência seja favorável, ainda é insuficiente para superar os efeitos da seca e do calor elevado dos últimos meses. Ainda assim feno nova está aparecendo no mercado. Uma boa notícia, já que os estoques estava abaixo do desejado. O governo ainda continua subsidiando o transporte dos volumosos, para manter o gado em boas condições.

Na Nova Zelândia, dados da DCANZ apontam que houve crescimento de 0,1% no volume de leite produzido em fevereiro de 2019, quando comparado com o mesmo mês de 2018, mas, queda de 0,1% nos sólidos totais, na mesma comparação.

O ciclone Trevor trouxe devastação e inundações para toda a Ilha Sula e muitas partes da Costa Oeste da Nova Zelândia. Foi caracterizado como o evento mais severo em 100 anos, com chuvas extremamente fortes que varreram estradas e pontes, deixando algumas rodovias intransitáveis. O transporte de leite foi interrompido em algumas áreas. Os prejuízos nas fazendas ainda precisam ser contabilizados.

Os meteorologistas alertam para um outro ciclone que pode vir na próxima semana, e desta feita impactar ainda mais fortemente algumas partes do Norte da Nova Zelândia.

Outro desafio para os produtores de leite da Costa Oeste é a possível venda da maior cooperativa de lácteos da região que está enfrentando problemas financeiros.

A diretoria está coletando opiniões dos membros quanto às ofertas de vários compradores em potencial. Um dos assuntos em discussão é assumir as dívidas da cooperativa. Outro tópico sensível é garantir a coleta do leite dos membros da cooperativa, mesmo em áreas remotas. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

 
Probióticos
Os cientistas mapearam os efeitos dos alimentos fermentados na flora intestinal. Aumentar a quantidade de bactérias benéficas pode melhorar a definição da nutrição personalizada. Em artigo para o jornal Nutrients, os cientistas russos detalharam a influência dos produtos lácteos fermentados (FDP) enriquecidos com probióticos na promoção de mudanças na microbiota das espécies intestinais. Essas espécies estão associadas a benefícios no tratamento de quadros inflamatórios, hormonais e funções cardiovasculares.  “A microbiota de diferentes pessoas têm características individuais, e assim sendo, respondem diferentemente às dietas”, disse Alexander Tyakht, pesquisador da Universidade de Informação Tecnológicas, Mecânicas e Óticas (ITMO). “Analisando a microbiota pode-se prever qual será a resposta a uma determinada dieta”. A equipe de pesquisadores acrescenta que os resultados são um ponto de partida para a análise da microbiota, identificar qual o probiótico mais efetivo, e personalizar a nutrição que atenda àquele intestino, com aquela estrutura e comunidade microbiana. (Dairy Reporter – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 02 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.950

     GDT 02/04/2019

 

(GDT)
                 

Setor leiteiro terá plataforma oficial para monitorar a qualidade de produção no Brasil

Uma plataforma com mais de 108 milhões de dados será usada como referência para políticas voltadas à produção de leite no Brasil. O sistema reúne informações de 10 laboratórios creditados pelo Ministério da Agricultura e servirá como ferramenta para monitorar a qualidade do produto no país. Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins explica que com o cruzamento de informações será possível identificar regiões e municípios que carecem de assistência técnica.

Para ele, a indústria precisa saber o tipo de leite que está comprando, e a população a qualidade do produto consumido. O pesquisador também falou sobre os desafios do setor leiteiro hoje, que vive uma crise do consumo e de preço baixo pago ao produtor. Confira os principais trechos da entrevista, concedida durante o 15º Fórum do Leite, na Expodireto-Cotrijal.

Como funciona o sistema de monitoramento e como os dados serão usados?
"O Sistema de Monitoramento de Qualidade do Leite reúne dados dos 10 laboratórios creditados pelo Ministério da Agricultura para monitorar a qualidade do leite no Brasil. Todo produtor e laticínio têm de fazer esta análise, mas esses dados estavam dispersos. A plataforma reúne essas informações e torna possível a utilização por diferentes níveis. Então, temos condições de saber como estão os indicadores de oito itens que compõem a qualidade do leite – por município, por microrregião, por mesorregião ou por Estado. Fazendo comparação entre regiões e entre períodos diferentes".

O sistema foi motivado pela descoberta de fraudes no leite aqui no RS?
"Não, era um pedido antigo do setor. Foi pensado durante muito tempo, mas não era implementado. Quando os laboratórios começaram a funcionar, há pelo menos 10 anos, a ideia era reunir as informações, mas isso não acontecia. A Embrapa desenvolveu o sistema no final da gestão de Kátia Abreu (em meados de 2016)".

Esse sistema é uma ferramenta no controle da qualidade do leite?
"Eu diria que sim, mas não para apurar fraudes. Para verificar a qualidade propriamente dita. É aquela história de pagamento por qualidade. Como tem uma norma de qualidade, o sistema será útil para sabermos em quais regiões do Brasil estamos distantes do padrão ou em que precisamos de um nível de assistência técnica mais focada em reduzir a contagem de células somáticas (CCS) ou contagem total de bactérias (CTB), por exemplo".

A ferramenta é importante para trabalhar em um modelo de pagamento que não priorize só volume, mas qualidade?
"Sim. O modelo de pagamento é importante sob a ótica do produtor. Como um todo, é fundamental a melhoria do leite. Pois aumenta a vida útil do produto".

De que forma o cruzamento dessas informações pode ajudar no desenvolvimento de políticas para o leite?
"É possível fazer políticas públicas focadas em regiões ou microrregiões, e o Estado pode ser o indutor de melhorias. No setor privado, podem ser adotadas políticas de assistência técnica aproveitando o programa de renúncia fiscal do PIS/Cofins. Podemos ter estratégia de indústria e de produtor de um lado e estratégia de governo de outro, ou seja, estratégias públicas e privadas para melhorarmos a qualidade. As políticas no Brasil precisam ser mais focadas para não jogarmos dinheiro fora".

O que a Embrapa pode fazer para melhorar padrões de qualidade do leite?
"A Embrapa vem fazendo a diferença. Se considerar que na década de 1970 era um desafio uma vaca produzir oito litros de leite. Hoje, uma vaca que produz apenas oito litros não é viável economicamente. Isso mostra como foi possível aumentar a produtividade. Conseguimos criar no Brasil raça adequada aos trópicos e fazer adaptação de pastagem. Quando o país estava preocupado com quantidade, já estávamos preocupados em qualidade. Estamos trabalhando com equação genômica, que prevê 78% de probabilidade se um animal será bom produtor de leite ou não".

Qual é o principal desafio do setor?
"Um problema grave é a carência em assistência técnica. O papel da Embrapa é gerar conhecimento, mas a inovação é feita no campo. Esse vazio tem sido em parte compensado pelo setor, pelos governos estaduais, que estão em crise – isso dificulta o trabalho – e em parte pelo setor privado e por cooperativas". (As informações são do portal de notícias Gaúcha Zero Hora)

RS: raça Holandesa abre inscrições para a Expoleite Fenasul

Os criadores da raça Holandesa já podem realizar sua inscrição para a participação na 42ª edição da Expoleite e 15ª Fenasul. O evento ocorre de 15 a 19 de maio no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), e contará com intensa programação voltada ao público do setor agropecuário. A agenda da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) contará com concurso leiteiro, julgamento de animais, entre outras atividades.

De acordo com o presidente da Gadolando, Marcos Tang, a Expoleite é tradicional para os criadores e tem algumas particularidades interessantes, mesmo não sendo uma feira de grande público urbano. "É uma feira especialmente agradável ao expositor de animais, pois é mais enxuta, com período mais curto de permanência, reduzindo custo e diminuindo o tempo de ausência no estabelecimento domiciliar. Além disso, por ser específica e ocorrer em período com remuneração do leite em recuperação ou estável, acontecem várias possibilidades de negócio ou contatos para futuras relações comerciais", destaca.

Tang lembra também que as feiras refletem excelente oportunidade para convívio social entre pessoas que têm interesses semelhantes, oportunizando troca de experiências e aulas particulares, sem custo. "Este tipo de troca de informações é muito importante e acontece nas conversas de galpão e não pode ser contabilizado na prestação de contas do evento, mas eu sempre acreditei que é neste quesito que as feiras cumprem sua maior função social", observa.

O dirigente revela que a Expoleite Fenasul, sempre é um desafio para a Gadolando, em especial, a que ocorre no primeiro ano de um novo comando estadual, como é o caso deste ano, já que o governo, através da Secretaria da Agricultura, promove o evento juntamente com a associação. "Mesmo sabendo de todas as dificuldades do setor, que não são poucas, por isso a nossa luta é constante, quero conclamar todos os criadores, para mostrarmos a nossa força e união, levando nossas matrizes para o apreço do público. Sabemos que o Estado tem um rebanho com o que a de melhor em genética, vamos exibi-la e dividir alguns instantes da nossa vida com os amigos do setor. Quanto melhor representado estivermos, mais força teremos em nossas reivindicações", ressalta.

A Gadolando comunica que para as exposições realizadas em 2019, conforme Regulamento Nacional, não serão mais julgados os conjuntos progênie de mãe e família. Reforça também que a vacina contra a febre aftosa deve ser antecipada e que as doses podem ser solicitadas nas inspetorias veterinárias. Além disto, os atestados de tuberculose e brucelose devem ser providenciados. Mais informações podem ser obtidas no site da entidade em www.gadolando.com.br. (As informações são da Gadolando)

 
Consumo/AR 
A política monetária restritiva do Banco Central e a defasagem dos salários diante do crescimento da inflação estão causando estragos no consumo interno. Um boletim do setor privado indica que em janeiro, as vendas nos supermercados caíram 7,5% em relação a igual mês do ano passado. O boletim foi elaborado pela Consultoria Claves, dirigida pelo economista Néstor Pérez Alonso, que adverte, entre outras coisas, que as compras dos itens de padaria foram as mais afetadas, com baixa de 13,1%. De acordo com os dados da consultoria, durante esse período, o preço médio dos produtos subiu algo em torno de 65%, em moeda corrente. Em seguida, foram os lácteos, que caíram 10,7% e alimentos prontos, com retração de 10,1%. E os preços desses itens subiram 58% e 41%, respectivamente, na cidade de Buenos Aires, segundo detalhes do boletim. No primeiro mês do ano verduras e bebidas registraram quedas de 8,5% e 6%, sempre em grandes lojas do varejo. As menores quedas foram mercearia e carnes. (Ámbito.com – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 1º de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.949

     Tendências mudaram a forma como o leite é processado na Europa

As tendências nas preferências dos consumidores mudaram a forma como o leite é processado na Europa. Nas últimas perspectivas da União Europeia (UE) para lácteos de curto prazo, a forma como o leite é utilizado para os diferentes produtos lácteos passou do leite líquido para produtos mais processados.


 
Entre 2007 e 2017, a produção de leite cru na UE-28 aumentou 17%, equivalente a 22,5 milhões de litros adicionais. Durante este período, o uso de leite para a produção de leite de consumo diminuiu, enquanto a produção de "outros produtos lácteos" aumentou. Incluídos nesta categoria estão produtos como leite em pó infantil, leite em pó com gordura e outros produtos técnicos voltados para os mercados de saúde e nutrição. A parcela de leite direcionada aos produtos lácteos mais tradicionais, como creme, iogurte, queijo e manteiga está estável. (As informações são do AHDB Dairy, traduzidas pela Equipe MilkPoint) 
                 
Uruguai: exportações de lácteos aumentam em 2019

De acordo com o Instituto Nacional do Leite do Uruguai (Inale), nos dois primeiros meses de 2019 o valor das exportações foi 19% superior ao mesmo período do ano anterior, devido ao aumento significativo na quantidade de leite exportada de em pó integral, desnatado e manteiga, embora tenham sido obtidos preços mais baixos.

De acordo com a publicação de exportação do Inale de fevereiro de 2019, no acumulado do mês, os produtos que aumentaram seu valor de exportação em relação ao mesmo período de 2018 foram leite em pó desnatado (124%), manteiga (48%) e leite em pó integral (31%), enquanto o queijo diminuiu (-27%). Como resultado, o faturamento total recebido em fevereiro foi 19% maior do que o registrado no ano anterior.

Em termos de volumes, no acumulado de fevereiro deste ano as exportações de leite em pó desnatado, manteiga e leite em pó integral melhoraram (+165%, +75% e +38%, respectivamente), enquanto as exportações de queijo diminuíram (-30%) em relação a fevereiro de 2018. Quanto ao preço de dezembro de 2018, os valores de leite em pó desnatado (14%) e leite em pó integral (2%) aumentaram, enquanto os preços do queijo e da manteiga baixaram (5% e -3%, respectivamente).

Ao comparar os preços médios recebidos pelos produtos exportados com os de um ano atrás, observa-se que apenas o preço do queijo aumentou (3%), enquanto houve queda nos preços da manteiga (-17%), do leite em pó desnatado (-15%) e do leite em pó integral (-5%). (As informações são do Portal Lechero, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


Lácteos/China

As importações chinesas de produtos lácteos também continuaram de maneira intensa em fevereiro. O aumento em comparação com o mês de fevereiro do ano passado é de 11% em quantidade e de 5,5% em valor, e forte crescimento na importação de leite em pó desnatado.
 
 

Confirma-se então, a China, como um importante ator do mercado, que deve ser levado em consideração, com crescimento baseado em tendências de 15,3% em volume e um aumento igualmente positivo em valor.

Entre janeiro e fevereiro, em particular, houve crescimento na importação de leite infantil (23,3% em volume), com a União Europeia (UE), confirmando-se como o primeiro exportador e uma cota de mercado de 73%, seguido pela Nova Zelândia, Suíça e Austrália.

O comércio dos Estados Unidos com a China é pouco significativo nos últimos anos. Resta observar se a tendência positiva das importações de lácteos pela China continuará nos próximos meses, ou se a aceleração registrada a partir de dezembro é parte das estratégias geopolíticas de Beijing.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês, depois de anos de crescimento exuberante, está desacelerando; as tensões comerciais com os Estados Unidos parecem longe de ter um fim. Além disso, a viagem do presidente Xi Jinping à Europa acaba de levar adiante o projeto do “Novo Caminho da Seda”. Aparecer diante dos olhos da UE com um apelo comercial, pode ser, sem dúvida, muito útil para os movimentos do dragão chinês. (Ocla.org.ar – Tradução livre: Terra Viva)
 
Lácteos/EU
O último boletim do Observatório Lácteo da União Europeia (UE), de 28 de março, destacou:
- O preço médio do leite em pó desnatado (SMP) na UE ficou 1,3% menor em comparação com a semana anterior (€ 189/100kg), mas ainda é 44% maior do que o apresentado um ano atrás.
- Os preços do soro de leite em pó e do queijo Emmental na UE também caíram, 3,1% e 1,7%, respectivamente.
- As cotações dos outros produtos lácteos continuam, relativamente, estáveis em comparação com a semana anterior.
- Ligeira queda no preço do leite no mercado spot da Itália na semana passada (0,408 €/kg), mas está bem acima do nível do ano passado (+37%).
- Os custos da alimentação animal ficaram 1,9% menores em relação à média das 4 semanas anteriores
(Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 29 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.948

     Fim da isenção de ICMS para insumos deve gerar impacto de R$ 40 bi

A ameaça de governos estaduais em situação de emergência fiscal de cancelar o Convênio 100 do Conselho Nacional de Política Fazenda (Confaz), que desde 1997 isenta ou reduz o ICMS para diversos insumos agropecuários, provocaria um impacto de R$ 39,9 bilhões no custo de produção de 11 cadeias agropecuárias de nove Estados, segundo estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No próximo dia 5 de abril, o Confaz, que reúne os 27 secretários estaduais de Fazenda, votará se prorroga ou cancela esse benefício fiscal, que já é oferecido por 22 anos para defensivos, fertilizantes e rações animais, que vence em 30 de abril. A área técnica do Confaz recomenda a prorrogação. O convênio concede reduções na base de cálculo de ICMS nas operações interestaduais que variam de 30% a 60%, envolvendo a venda de inseticidas, fungicidas, herbicidas e também sobre farelo de soja, canola e milho quando utilizados para a fabricação de ração animal. 

O setor sempre conseguiu convencer os governadores a renovarem o convênio tributário, que geralmente tem validade de seis meses ou, no máximo, um ano. Desta vez, porém, há um temor de que a crise fiscal mais acentuada nos Estados possa levar à não prorrogação do convênio e o consequente fim das isenções de ICMS. Da última vez que o benefício foi prorrogado, no fim de 2017, somente o Rio de Janeiro havia decretado calamidade financeira. Contudo, agora já há sete Estados nessa situação, incluindo Mato Grosso e Rio Grande do Sul, tradicionais polos de produção agropecuária e que já vêm sinalizando nos bastidores serem contrários à prorrogação dos benefícios. Além dos Estados em calamidade pública, o governo de São Paulo também está apoiando o fim do benefício. 

Renato Conchon, coordenador do Núcleo de Estudos Econômicos da CNA, explica que o estudo feito pela entidade conclui que a cobrança de impostos sobre esses insumos pode levar o produtor a repassar o custo para o preço final de seus produtos, com potencial de gerar um efeito inflacionário em alimentos e matérias-primas agrícolas. Nas contas da confederação, o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), indicador oficial de inflação no país, pode sofrer um aumento de 9,5% caso o benefício seja abolido. “O Convênio 100 vai vencer em abril e, se não for prorrogado, o custo de produção vai subir de 8% a 11% para os agricultores. Para o pecuarista, representa um aumento de custo de 14%. Por isso a gente defende a manutenção do benefício e sua prorrogação por um período até maior, de três anos”, afirmou Conchon, durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara para debater o tema. 

O secretário-executivo do Confaz, Bruno Pessanha, que não tem poder de voto no colegiado, disse que os secretários de Fazenda têm consciência da necessidade de continuar incentivando a agricultura no país, mas lembrou que as decisões do conselho precisam ser unânimes e dependem de análise técnica dos Estados. “Como é um convênio que já tem 22 anos, às vezes precisa de um aperfeiçoamento. Então é só definir um prazo novo, mas a análise será técnica”, declarou.

O deputado José Mário Schreiner (DEM-GO), que também é vice-presidente da CNA, lembrou que integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vêm mobilizando os secretários de Fazenda e governadores de seus Estados para que o benefício seja renovado. “Imagina se o agronegócio começar a não dar as respostas que o país espera?”, disse. (Valor Econômico)
                 

Mercado estuda criação de seguro para pescados, leite e arroz

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) intermediou reunião realizada nesta última quinta-feira (28), em São Paulo, entre resseguradoras e companhias seguradoras com os setores de pesca e aquicultura, pecuária de leite e arroz.

O objetivo do encontro, de acordo com o diretor de Gestão de Risco do Mapa, Pedro Loyola, “foi aproximar os produtores das seguradoras visando aperfeiçoar e criar produtos de seguros rurais com coberturas para os principais riscos dessas atividades”. O secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jorge Seif, falou da importância da criação de seguro para a atividade da pesca. "O potencial produtivo do setor precisa de suporte, infraestrutura e serviços. Os seguros são fundamentais para segurança dessa cadeia produtiva que, mais do que nunca, está em franca expansão. Essa aproximação com as seguradoras é importante para levar as demandas do setor, que só tem a crescer em um país de águas como o Brasil".

Para Joaquim Cesar Neto, presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), “as seguradoras que atuam no seguro rural, principalmente, no agrícola, pecuário, florestal e aquícola têm apoiado o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR/Mapa), que tem sido o grande motivador de crescimento desse segmento. E é muito importante manter esse diálogo com o setor para identificar necessidades e melhorias a serem desenvolvidas, de forma a atendermos plenamente o agronegócio brasileiro”.

Participaram da reunião nove seguradoras e quatro resseguradoras, o secretário de Pesca e Aquicultura, Jorge Seif Jr, além do diretor de Gestão de Riscos, Pedro Loyola e o coordenador-geral de Seguro Rural do Mapa, Diego Almeida. Representou a Federarroz, Alexandre Velho e o setor de pecuária de leite, Thiago Rodrigues, técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). (As informações são do Mapa)

Ministra vai instalar comitê permanente para implantar sistema de autocontrole

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, vai instalar o Comitê Técnico Permanente de Autocontrole, na próxima terça-feira (2), em Brasília. A medida (portaria nº 24) é um dos passos previstos para estabelecer mudanças no sistema de controle de inspeção de qualidade da produção agropecuária. Nesse novo sistema o fabricante é responsabilizado pela mercadoria que coloca no mercado.

Em seminário realizado em fevereiro sobre o assunto, Tereza Cristina defendeu a adoção de procedimentos de fiscalização e auditoria mais modernos no setor produtivo que deverão garantir maior segurança e qualidade para o consumidor. “O autocontrole nada mais é do que a responsabilidade de ambos os lados. O setor privado tem que cumprir sua parte e nós precisamos ir lá e ver se os protocolos estão sendo seguidos”, explicou na abertura do evento.
O comitê que será instalado na próxima semana deverá propor a implementação, monitoramento e avaliação dos programas de autocontrole, identificar atos normativos que serão necessários, apoiar a articulação de ações conjuntas, como troca de experiência e capacitação, e sugerir subcomitês para temas específicos.

Os avanços nos modelos de autocontrole seguem a tendência crescente do uso de sistemas voluntários de certificação de qualidade e muitos países da União Européia já criaram normatizações sobre isso.

Além do seminário já realizado, o sistema também foi discutido em reunião com representantes estaduais e o Distrito Federal, que integram o Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa).

Segundo Guilherme Leal, secretário de Defesa Agropecuária (SDA) é importante pensar em autocontrole não somente na inspeção de produtos de origem animal, mas também nos vegetais, bebidas e insumos (adubos e defensivos). O secretário explica que o comitê vai estruturar o programa de autocontrole no ministério e nos órgãos regionais ligados ao Mapa, com a participação do setor privado nas discussões.

“Precisamos delimitar bem a responsabilidade do setor público e do privado para avançar de forma tranquila. A área pública vai continuar com a elaboração das normas, auditorias, fiscalização e a certificação”, explica o secretário. E alerta que “as empresas terão que aprimorar seus processos. A inspeção ante e post mortem (antes e depois do abate) continuará sendo feita por auditores fiscais do ministério, informou.

O secretário adjunto da SDA, Fernando Mendes acrescenta que “estão sendo incluídos novos pontos de checagem no processo produtivo, que serão conduzidos por médicos veterinários, engenheiros de alimentos e outros”.

Mendes lembra que inexiste risco zero na produção e, por isto, os estabelecimentos têm que estar sempre prontos a identificar os riscos. “A responsabilidade sobre o produto é de quem produz”, explica. “Mas muitas vezes esse papel é transferido ao Estado, que, na verdade, tem de ser responsável pela verificação, aplicação de medidas punitivas e retirada do mercado quando identifica problema em determinado produto”.

Atualmente, a fiscalização do ministério acompanha o fluxo produtivo até o final e, com o autocontrole, esta tarefa será compartilhada com o setor privado. A inspeção ante e post mortem terá parâmetros modernizados para que seja feita de modo mais inteligente, de acordo com a realidade produtiva atual. Para tornar a fiscalização mais eficiente e viabilizar o autocontrole o Mapa vai acelerar a informatização e automatização de todos os processos.

Guilherme Leal adiantou que a implantação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), fará com que algumas responsabilidades que são executadas pelo governo federal, sejam executadas pelas agências de defesa estaduais, dependendo de treinamento de pessoal, sistemas informatizados e recursos.

Representantes da Frente Parlamentar da Agricultura e do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) apresentarão, na terça-feira, resultados de reuniões técnicas que realizaram sobre o novo sistema. (MAPA)

 
Mapa Leite 
O SENAR-RS está realizando uma série de consultorias do programa MAPA Leite na serra gaúcha. Nesta semana, até o dia 29 de março, propriedades rurais em Ilópolis, Paraí, Nova Prata, Nova Araçá e Serafina Correa receberão Instrutores do Senar para dar consultorias sobre nutrição e qualidade do leite, com foco em manejo de pastagens. Produtores que estão cadastrados no programa poderão acompanhar as visitas. O Programa MAPA Leite está atendendo 1.163 propriedades nas regiões da Serra, Noroeste e Vale do Taquari. A intenção é qualificar a produção e a gestão, conjugando a boa qualidade do leite com a eficiência de produção e custos. (Senar/RS)

Porto Alegre, 28 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.947

      Sindilat estuda ações para esclarecer produtores sobre as novas instruções normativas do Mapa

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) estuda ações para levar ao campo conhecimento e esclarecimento sobre o que preconizam as novas instruções normativas do Ministério da Agricultura (Mapa) para garantir a qualidade do leite, as INs 76 e 77. A primeira delas será a realização de seminários e debates nas principais regiões produtoras de leite do Rio Grande do Sul, como Passo Fundo, Lajeado, Ijuí, Santa Rosa, Erechim e Pelotas.

A decisão atende à orientação do próprio Mapa, exposta na última reunião da Câmara Setorial do Leite. De acordo com o presidente do Sindilat-RS, Alexandre Guerra, a intenção é que os produtores possam tirar suas dúvidas e as normas possam ser operacionalizadas a pleno. “Em abril, voltaremos ao Ministério da Agricultura para alinhar a execução destes seminários”, revela. A reunião, prevista para a segunda quinzena de abril, poderá contar com dois representantes por indústria associada ao sindicato.

O assunto foi abordado na reunião de associados do Sindilat, realizada nesta quarta-feira (27/03), em Porto Alegre. Na ocasião, o grupo também tratou sobre a competitividade do setor e ações de marketing para fomentar o consumo do leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


 Foto: Letícia Breda

                 

Produção/UE 

Os produtores de leite da União Europeia (UE) registraram queda em suas rendas líquidas em quase todos os sistemas de produção. A causa está no preço do leite, que permanece estável de um ano para o outro, enquanto os custos aumentam. Não somente subiram os preços dos insumos, energia, e ração, mas também houve queda na produção de forragens, causada pela longa seca sazonal, de acordo com o boletim do Instituto da Pecuária da França. 

A meteorologia também afetou a produção de leite de muitos pecuaristas, inclusive os países mais dinâmicos, como Irlanda e Polônia, foram afetados. Diante da escassez de forragens, os agricultores reduziram o número de vacas. A desaceleração na captação de leite na Europa no segundo semestre de 2018 facilitou o retorno do leite em pó desnatado ao mercado, com as vendas dos estoques de intervenção pela Comissão Europeia.

Confirma-se assim, o papel central desempenhado pela UE no panorama mundial dos produtos lácteos, desde o final das cotas, ainda que a Nova Zelândia compensasse, parcialmente, a queda na Europa, em decorrência das condições meteorológicas favoráveis no final de 2018.

Boas perspectivas no começo de 2019
Ao nível da UE, não parece haver dúvida de que a produção de leite será recuperada na primavera, especialmente se as condições meteorológicas forem muito favoráveis. Mas, existem favores que ameaçam estas boas perspectivas: as incertezas do Brexit e o impacto no comércio europeu, a deterioração das relações diplomáticas e comerciais entre os principais blocos: UE, Estados Unidos, China e Rússia. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)

 
 

FrieslandCampina 

O preço garantido do leite cru da FrieslandCampina para o mês de abril de 2019 foi estabelecido em € 36,00/100 kg, [R$ 1,61/litro, queda de € 0,50/100 kg, em relação ao mês anterior, havendo uma correção a menor de € 0,23/100 kg. A expectativa das principais indústrias de laticínios europeias é de que o preço do leite cru continue caindo ligeiramente, em decorrência da queda nas cotações dos lácteos.


 
O preço garantido pela FrieslandCampina para o leite orgânico em abril de 2019 permaneceu com o mesmo valor de março, € 48,50/100 kg [R$ 2,12/litro], e incluiu uma correção a maior de €0,26/100 kg. A expectativa de preços das principais indústrias de referência é de estabilidade.      
 

 O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores de leite convencional e que entregam acima de 800.000 quilos de leite por ano.

O preço garantido para o leite orgânico segue os mesmos parâmetros do leite convencional em relação ao teor de sólidos, mas, a base do volume de entrega é acima de 600.000 quilos anuais.

Até 2016 o volume era de 600.000 quilos para o leite convencional. A alteração do volume que serve de base para bonificações e o esquema da sazonalidade foi, então, descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina – Tradução livre: Terra Viva)

Lácteos/AR
A queda na produção de leite na Argentina e ajustes das indústrias nas últimas semanas, está refletindo na menor oferta de lácteos para os consumidores. O Governo atribuiu a escassez a problemas de entrega de algumas empresas com marcas de preços mais baixos. O Centro da Indústria de Laticínios (CIL) – que tem como membro as principais empresas do país – reconheceu em um comunicado que “efetivamente existe, atualmente, menor oferta de lácteos”. Informou que a captação de leite dos laticínios associados foi 12,5% menor nos primeiros dois meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Desde dezembro de 2018, a queda sazonal acumulada chega a 23% (até fevereiro).  A menor oferta de lácteos ao consumidor – especialmente de produtos frescos, como leite fluido – “se explica pela queda sazonal da produção de matéria prima, agravada, este ano, por fatores climáticos adversos (chuvas excessivas e ondas de calor), as dificuldades econômicas-financeiras sofridas pela cadeia no ano passado e a acumulação de compromissos comerciais que modificaram, sensivelmente o quadro anual da demanda de leite”, explica o CIL. O grupo Mastellone – representa 13% da compra de leite do país – informou que está recebendo, em média, 15% menos que em igual período de 2018. Isto representa 400.000 litros diários a menos de matéria prima para a elaboração de seus produtos. A firma destacou que, para melhorar o abastecimento do mercado interno, decidiu suspender exportações de leite em pó que havia negociado com o Brasil, em torno de 5.000 toneladas. A consultoria Ieral destacou que os problemas enfrentados por indústrias como SanCor e outras. Em 2018 o setor operou com 48% de sua capacidade instalada, bem abaixo de 62% registrado pelas outras indústrias de alimentos. (El Observador – Tradução livre: Terra Viva)

Porto Alegre, 27 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.946

      Custos de produção do leite apresentaram deflação de -0,06% em fevereiro

Pelo segundo mês consecutivo produzir leite ficou mais barato. Apesar de apresentar queda não muito significativa, a redução do custo de produção de leite em fevereiro foi de -0,06%, em relação aos custos apurados para janeiro de 2019.

Quando ocorre uma variação nos custos como o apresentado, configura-se um quadro conjuntural de deflação, ou seja, o inverso da inflação. Este resultado tem por base o Índice de Custos de Produção de Leite – ICPLeite/Embrapa, calculado pela Embrapa Gado de Leite. O grupo Energia e combustível foi o que apresentou maior deflação, -2,18%, os demais apresentaram quedas inferiores a 1 ponto percentual ou ainda, leve aumento em seus preços. Em ordem crescente, os grupos apresentaram as seguintes variações: Sal mineral, -0,58%, Produção e compra de volumosos, -0,57%, Sanidade, -0,16%. Mão de obra e Reprodução não variaram. Já Qualidade do leite e Concentrado apresentaram variações positivas, respectivamente, 0,44% e 0,53%. O resumo dos dados encontra-se na Tabela 1.

No acumulado do ano o ICPLeite/Embrapa registra uma redução de custos de -0,62%. A maior queda acumulada foi registrada no grupo Energia e combustível, -2,53%. Entretanto, as variações verificadas nos grupos referentes a alimentação do rebanho é que mais impactaram o índice. Os grupos Produção e compra de volumosos e Concentrado apresentaram respectivamente variações de - 1,80% e -0,85%. Sal mineral variou -0,73% e Sanidade -0,28%. O grupo que apresentou maior inflação Mão de obra, 1,36%, seguido por Qualidade do leite, 0,92%. O grupo Reprodução não apresentou variação. Os dados encontram-se na Tabela 2.


 
No acumulado de doze meses o ICPLeite/Embrapa registra valores elevados, acumulando 11,28%. Só o grupo Qualidade do leite apresentou variação negativa, -0,14%. Todos os outros apresentaram inflação. Os grupos que puxaram o índice acumulado foram Concentrado, Sal mineral e Energia e combustíveis, cujas variações superaram a do indicador. Produção e compra de volumosos também contribuiu, já que possui peso considerável na ponderação do ICPLeite/Embrapa. Os dados encontram-se na Tabela 3. (Embrapa)

                 
 
Embrapa busca recursos para tentar retomar investimentos

Encarada como positiva para o país pelo governo Bolsonaro, a possível entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - fortalecida agora com o apoio dos EUA -, poderá dificultar a estratégia da nova gestão da Embrapa de ampliar a captação de recursos externos junto a organismos ou instituições internacionais como a FAO e o Banco Mundial para financiar suas pesquisas.

"Se o Brasil entrar na OCDE, teremos muito menos chance de conseguir esse tipo de recurso. Estaremos entre os países ricos e, a partir daí, os países doadores, que têm cada dia menos recursos, vão se concentrar nos países mais carentes", afirmou Sebastião Barbosa, presidente da Embrapa, em entrevista ao Valor.

No cargo há cinco meses, Barbosa, pesquisador aposentado da estatal, tem larga experiência internacional. Foi consultor da FAO por 17 anos em escritórios da agência da ONU para agricultura e alimentação em Roma, na Itália, e em Santiago, no Chile, e assumiu com a expectativa de aproveitar essa experiência para otimizar parcerias para complementar as escassas fontes de recursos disponíveis. Pesquisadores da Embrapa já chegaram a desenvolver projetos de pesquisas bancados por editais de entidades internacionais, mas a ideia inicial de Barbosa era expandir esse foco.

Célio Porto, ex-secretário de Relações Internacionais do Ministério Agricultura e consultor do instituto Pensar Agro, diz que, normalmente esses organismos internacionais têm como critério investir em países pobres, como os da África, ou em desenvolvimento, como Índia e China, grupo do qual o Brasil avalia se retirar sob a gestão Bolsonaro. A linha de atuação desses organismos, observa Porto, de fato é financiar projetos de países que "mais precisam".

Enquanto o futuro no campo internacional não se define, a Embrapa, que não será privatizada pelo menos por ora, segue com seu plano de reestruturação administrativa e em busca de outras alternativas para se financiar, no momento sobretudo por meio de fundos - privados, como os de private equity, ou estaduais, como os da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Temos que nos acostumar com esses fundos", disse Barbosa.

O fato é que a Embrapa continua às voltas com um orçamento praticamente estagnado - são R$ 3,6 bilhões previstos para 2019 - e engessado com gastos com pessoal. Sebastião Barbosa entende que é preciso gastar de forma mais racional essas verbas orçamentárias da empresa pública e reconhece, não sem pesar, que um aumento de orçamento não está "no nosso horizonte imediato".

"Agora precisamos esperar que o Brasil cresça. Também vamos precisar investir no treinamento das pessoas novas que vão chegar à Embrapa e renovar nosso parque de máquinas. Para isso, vamos precisar de investimentos, o que não temos tido nos últimos cinco anos", revela o presidente da empresa, que no passado foi fundamental para a o desenvolvimento da agricultura no Cerrado, entre outros feitos.

Nesse contexto, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vem articulando a contratação da consultoria Falconi, especializada em gestão, para avaliar o modelo jurídico da Embrapa, que cria amarras para o recebimento de royalties, por exemplo. A contratação está em estudo.

Nesse contexto, talvez a estatal brasileira também desista de outra antiga aposta: avançar com a criação da Embrapatech, subsidiária proposta em projeto de lei que ainda tramita no Congresso e alçada como prioridade na gestão do presidente anterior, Maurício Lopes. A assessoria jurídica da empresa vem reavaliando o tema a partir de uma nova leitura de que a legislação atual sobre inovação científica já permite parcerias de negócios com o setor privado. (Jornal Valor Econômico)

 

Minas Gerais registra aumento de vacinação contra brucelose em 2018

O índice de vacinação contra a brucelose nos rebanhos de Minas Gerais alcançou 77,1% em 2018, percentual próximo a 80% estabelecido como meta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Foram imunizadas no ano passado 1,7 milhões de fêmeas bovinas e bubalinas de corte e de leite, em um cenário de 2,2 milhões de animais em todo o território mineiro. 

O IMA é o responsável pela execução do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) e pela gestão do programa de vacinação em Minas Gerais. A vacinação contra a brucelose e a sua declaração ao IMA são obrigatórias desde 1989, estando o produtor inadimplente passível a multa de 25 Ufemgs por animal não imunizado, o que equivale a R$ 89,83/animal. Já o produtor que deixar de declarar a vacinação contra brucelose poderá ser multado em 5 Ufemgs por animal (R$ 17,96/animal).

A cobertura vacinal contra a brucelose no estado tem crescido gradativamente. Para se ter uma ideia, em 2015 o índice era de 66,6%, valor 10% abaixo do registrado em 2018. A coordenadora do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose no IMA, fiscal agropecuária Luciana Faria de Oliveira, reforça aos produtores rurais a importância da vacinação contra a doença. “A eficiência da vacina contra brucelose é de 65 a 75%, garantindo que com uma só dose as fêmeas bovídeas estarão protegidas até a fase adulta”.

A fiscal ressalta a importância de o produtor rural procurar um médico veterinário regularmente cadastrado no IMA para vacinar de forma adequada o rebanho. “Minas Gerais conta com mais de quatro mil médicos veterinários cadastrados para vacinação contra a brucelose. Vacinar o rebanho contra doenças que causem impacto na saúde pública e na economia do estado é essencial para manter a sanidade de nossos rebanhos e a qualidade dos produtos de origem animal, colaborando assim, para a segurança alimentar e desenvolvimento do setor”, argumenta.

Cuidados com a vacinação
A compra da vacina contra brucelose somente é permitida mediante apresentação do receituário, emitido por médico veterinário cadastrado no IMA, que fica retido no estabelecimento comercial. A vacina adquirida deve ser mantida em temperatura entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação dos animais. “E além de providenciar um veterinário para vacinar suas bezerras, o produtor deve se lembrar que é necessário procurar o escritório do IMA mais perto de sua propriedade, levando o atestado emitido pelo médico veterinário e declarar a vacinação por ele efetuada”, alerta a fiscal agropecuária.

Propriedades certificadas
Minas Gerais possui atualmente 19 propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose bovina, doenças consideradas impactantes para o setor agroprodutivo do estado. Mais 14 propriedades encontram-se em processo de certificação ou renovação para obterem o status de livres dessas doenças.

A certificação é uma das ações voluntárias do PNCEBT.  Tem como vantagens a melhora dos índices reprodutivos e produtivos do rebanho livre de brucelose e tuberculose, além da isenção da obrigatoriedade de apresentação de atestados de realização de exames negativos quando da emissão e transporte dos animais para fora do estado e para eventos agropecuários. O interessado em certificar sua propriedade deve ter um médico habilitado no PNCEBT, que atuará como responsável técnico do processo de certificação. Após esta etapa, o produtor rural deve procurar o escritório do IMA que atende o município em que está localizada a propriedade.

Desde a publicação do novo Regulamento Técnico do PNCEBT serão necessários dois exames negativos consecutivos para brucelose e tuberculose em todo o rebanho, tendo como intervalo o prazo de seis a doze meses entre os resultados. O certificado de propriedade livre tem validade de um ano, a partir do último resultado negativo do rebanho. A manutenção do status depende da renovação anual do certificado por meio da realização de um exame negativo para brucelose e tuberculose de todo o rebanho.

A doença
A brucelose é uma das causas de perdas econômicas na produção pecuária em todo o território brasileiro, já que pode provocar aborto nas fêmeas bovinas, queda na produção de leite e ganho de peso, diminuição na taxa de natalidade e aumento de natimortalidade. A doença é causada pela bactéria Brucella abortus, sendo classificada como uma zoonose, pois pode ser transmitida do animal doente para o ser humano. (Assessoria de Comunicação do IMA)

 
Abraleite: “Não queremos protecionismo, mas condições para sermos competitivos”
No programa Direto ao Ponto, o presidente da entidade, Geraldo Borges, discute a decisão do governo de não renovar tarifa antidumping para leite em pó importado e fala sobre as demandas do setor no Brasil. Em fevereiro passado, o Ministério da Economia decidiu não renovar as tarifas antidumping sobre leite em pó importado da União Europeia e da Nova Zelândia. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, a medida foi tomada por acreditar-se que não haveria risco imediato de que esses exportadores de lácteos adotassem práticas de mercado em desacordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), concedendo subsídios aos produtores locais, por exemplo.
“Mas entendemos que o risco não precisa ser momentâneo. Não queremos correr riscos nem agora, nem no curto, médio ou longo prazo”, disse Borges, em entrevista ao programa Direto ao Ponto. O presidente da Abraleite lembra que o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que há no país 1,171 milhão de propriedades que produzem leite. A pecuária leiteira, diz o estudo, está presente em 98% dos municípios brasileiros. “A atividade tem um papel socioeconômico muito grande”, diz. (Canal Rural)