Porto Alegre, 24 de março de 2025 Ano 19 - N° 4.357
Os associados ao Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) contam com condições especiais para participar do MilkPro Summit 2025, evento que ocorrerá nos dias 15 e 16 de maio, em Atibaia (SP).
A iniciativa busca reunir produtores, especialistas e investidores para discutir o futuro da produção leiteira no Brasil e no mundo e está dividida entre seis paineis temáticos focados nas mudanças provocadas pela tecnologia. São eles: Tendências para o leite no mundo: produção e consumo; A fronteira da inovação, digitalização e IA aplicada à atividade leiteira; Farmer’s Forum – A visão de negócio de 3 produtores globais; Mudando o jogo na comunicação com o consumidor; Leadership Talk e Estratégia de negócios envolvendo a atividade leiteira.
O evento também contará com paineis de discussão e momentos para a troca de experiências e ampliação de conexões no setor.
Programação completa você encontra no site:
Assessoria de imprensa Sindilat com informações do Milkpoint
Consumo de laticínios | Algumas razões científicas para manter o leite na sua alimentação
Essencial para a saúde óssea, esse mineral também participa da contração muscular e do controle da pressão arterial.
Desde tempos imemoriais, o ser humano e o leite compartilham uma longa trajetória. Evidências históricas indicam que já em 5000 a.C. nossos ancestrais dominavam a arte da ordenha, garantindo uma fonte nutritiva essencial à sobrevivência.
No entanto, em tempos recentes, esse vínculo tem sido questionado por um fenômeno conhecido como “terrorismo nutricional”, que rotula certos alimentos como vilões da saúde.
Por outro lado, a ciência vem mostrando que excluir os laticínios da dieta sem justificativa médica pode ser um equívoco. Pesquisas recentes, como um estudo publicado em novembro no Clinical Nutrition, revelam que a maioria dos laticínios não está associada ao risco de pré-diabetes.
Na verdade, os resultados sugerem que o consumo de leite desnatado pode até reduzir as chances de desenvolver essa condição. No entanto, há um alerta: a ingestão excessiva de laticínios ricos em gordura pode trazer efeitos negativos.
O Pré-diabetes e o papel da alimentação
O pré-diabetes caracteriza-se por níveis elevados de glicose no sangue, mas ainda abaixo do limiar diagnóstico do diabetes tipo 2.
Para entender melhor essa relação, cientistas europeus analisaram dados de 7.521 indivíduos do estudo britânico Fenland. Embora a pesquisa não comprove causalidade, os achados abrem novas perspectivas sobre o impacto dos laticínios na saúde metabólica.
Leite e a saúde do coração
Muito se especula sobre a influência dos laticínios nas doenças cardiovasculares. Contudo, estudos recentes indicam que, quando consumidos com moderação, esses alimentos não elevam o risco de problemas cardíacos. No Brasil, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) apontou até benefícios para as artérias.
E quanto às inflamações? Até o momento, não há comprovação de que os laticínios sejam gatilhos diretos para processos inflamatórios. Mas para indivíduos com alergias ou intolerâncias, o cenário muda.
Alergia ou intolerância? Entenda a diferença
Alergia ao leite é uma reação imunológica exacerbada contra a proteína da bebida, desencadeando sintomas como vômitos, diarreia e dificuldades respiratórias.
Exames específicos ajudam a diagnosticar a condição. Já a intolerância à lactose ocorre devido à baixa produção de lactase, enzima responsável pela digestão do açúcar do leite. Nesse caso, os sintomas incluem inchaço abdominal, gases e desconfortos intestinais. Testes clínicos e genéticos podem confirmar o quadro.
Se a ingestão de laticínios não causa desconforto e não há restrições médicas, não há razão para bani-los da dieta. Pelo contrário, sua exclusão pode resultar em deficiências nutricionais.
Laticínios: Uma fonte de nutrientes essenciais
Leite e derivados são verdadeiros pacotes de nutrição. As diretrizes alimentares recomendam o consumo de três porções diárias, destacando-se o cálcio como um dos nutrientes mais valiosos. Essencial para a saúde óssea, esse mineral também participa da contração muscular e do controle da pressão arterial.
Além disso, os laticínios fornecem proteínas de alta qualidade, como a caseína, indispensáveis para a manutenção muscular e a saciedade. No quesito vitaminas, esses alimentos oferecem vitamina A, várias do complexo B e pequenas quantidades de vitamina D, fundamentais para a imunidade e a fortificação óssea.
No entanto, há um componente que exige atenção: a gordura saturada. O consumo excessivo pode elevar os níveis de colesterol e afetar a saúde cardiovascular. Por isso, a recomendação para adultos é optar pelo leite desnatado e por queijos magros, como minas frescal, cottage e ricota.
Equilíbrio é a chave
O segredo está na moderação e na escolha consciente. Ler rótulos, equilibrar o consumo e não cair em modismos alimentares são passos fundamentais para uma alimentação saudável. Afinal, exageros – para mais ou para menos – podem comprometer a saúde. Quando se trata de nutrição, a melhor receita continua sendo o bom senso. (Fonte Catraca Livre via Edairy News)
Leite/América do Sul
A produção de leite sul-americana supera as expectativas neste verão Analistas e contatos do mercado dizem que a produção de leite sul-americana, como um todo, atende ou supera as expectativas, neste verão. Semana após semana, comerciantes relatam que a produção de leite está relativamente estável, e os volumes estão impulsionando as atividades industriais nos principais países produtores da região. A expectativa é de que a colheita de milho no Brasil irá superar a média dos últimos cinco anos, mas será menor do que a obtida no ano passado. As condições climáticas foram mais favoráveis do que o previsto, neste verão. Como os contratos de compra de commodities lácteas foram fechados para o 1º trimestre, pouca alteração deverá ocorrer no quadro, antes do início de abril. Comerciantes da Argentina e Uruguai informam que as demandas recentes do Brasil e Argélia estão firmes. Existem mais perguntas do que respostas sobre o que ocorrerá no 2º trimestre com a maior produção de leite da região e a volatidade do mercado internacional.
FONTE: Relatório USDA Tradução livre: www.terraviva.com.br
Jogo Rápido
Argentina: produtor saiu do leite mais barato a um dos mais caros em um ano
Existe alguma atividade que tenha aumentado seus ganhos em 40% em dólares? Foi exatamente o que aconteceu com o setor leiteiro argentino. No início do ano passado, o preço pago aos produtores estava dentro da média histórica de 30 centavos de dólar por litro. Naquele momento, segundo uma comparação do OCLA (Observatório da Cadeia Láctea), depois da grande desvalorização cambial promovida por Milei no início de sua gestão, a Argentina produzia o leite mais barato do mundo. No Uruguai, o preço era 0,36 dólares por litro, no Chile 0,45, no Brasil 0,43, na União Europeia 0,50, nos Estados Unidos 0,49, na China 0,51, e na Nova Zelândia, considerada referência na pecuária leiteira, o valor também era de 0,36 dólares. Um ano depois, o cenário mudou drasticamente. O valor do leite em dólares na Argentina aumentou 40%, chegando a quase 43 centavos de dólar por litro em janeiro. Assim, os produtores argentinos passaram do inferno ao paraíso, pois agora recebem mais em dólares do que seus colegas no Uruguai, Brasil, Nova Zelândia e até China. Hoje, os produtores de leite argentinos recebem um dos preços mais altos do planeta. Os dados de fevereiro mostram uma situação ainda mais favorável: com base nos preços médios pagos aos produtores registrados no SIGLEA, o valor do leite em dólares subiu para 0,429 dólares por litro. Esse número resulta da conversão do preço médio em pesos (447,42 pesos por litro em fevereiro) pelo câmbio oficial do Banco Nación. Em moeda local, a alta anual do leite supera 80%. Muitos produtores estão comemorando: raramente na Argentina o preço do leite pago ao produtor ultrapassou 40 centavos de dólar, e agora eles acreditam que este patamar será difícil de reverter. Algumas condições estruturais ajudaram a provocar esse cenário e indicam que ele pode não durar muito. Um fator determinante foi a escassez de leite ao longo de 2024, resultado da seca de dois anos atrás, que deixou muitos produtores em dificuldades. A baixa oferta elevou os preços tanto em pesos quanto em dólares. Ao longo de quase todo o ano passado, a produção de leite caiu, contribuindo para a alta dos preços. Somente nos últimos três meses, a partir de novembro de 2024, a produção começou a mostrar sinais de recuperação, superando os volumes do mesmo período do ano anterior. Em janeiro de 2025, por exemplo, a oferta de leite dos produtores argentinos foi de 880 milhões de litros, um crescimento de 5,6% em relação a janeiro de 2024. Ainda assim, ao somar os últimos 12 meses, a produção total de leite no país caiu 5%. Outro fator essencial que explica por que os produtores argentinos estão entre os que mais recebem pelo leite no mundo é o atraso cambial. Se o preço do leite em pesos cresceu 82% entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, mas em dólares subiu apenas 40%, fica evidente que a paridade cambial não evoluiu no mesmo ritmo. Essa discrepância distorce todo o cenário. As informações são do Bichos de Campo, traduzidos e adaptadas pela equipe MilkPoint.