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Porto Alegre, 14 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.734

 

Conseleite/MS
A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 14 de Maio de 2018, atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de Abril de 2018 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de Maio de 2018.  Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor.  (Famasul)
 
 
 Agrofeira é lançada e visa valorizar o meio rural 
Com o objetivo de dar visibilidade e divulgar a Força e a importância do meio rural, aconteceu, na tarde da última segunda-feira, dia 7, o lançamento da primeira Edição da Agrofeira. O ato ocorreu na sala de reuniões do gabinete do prefeito e contou com a participação de entidades parceiras, gestores e representantes da agricultura familiar, como proprietários de agroindústrias, produtores da cadeia produtiva do leite e setor primário, além da Embaixatriz da AgroFeira Fernanda Frey. 

O secretário de Agricultura André Kaufmann destacou que o propósito da feira é o setor primário e agrícola. "Somos o segundo município da América Latina em pequenas propriedades. A Agrofeira vem para mostrar a representatividade da agricultura", destaca. O vice-prefeito Celso Krämer enfatizou a diversificação do interior de Venâncio Aires, além elencar preocupações da administração com a agricultura. 

Representando as entidades parceiras e realizadoras da Agrofeira, o representante local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Ru¬ral (Emater) Vicente Finn mostrou a valorização da história referente ao produtor rural. O prefeito Giovane Wickert agradeceu e uma forma especial a todos os patrocinadores e idealizadoras do evento e enfatizou que "a agricultura familiar é motivo de orgulho para nós venâncio-airesenses". Wickert também apresentou números referentes à agricultura no município. "Somos um dos 50 maiores exportadores do Brasil. Isso nos orgulha, e a Agrofeira vem para mostrar a importância do campo e que ele precisa ser valorizado. Nosso interior precisa ser diversificado", finalizou. 

Após o ato de lançamento da programação oficial, foi servido um coquetel de produtos coloniais das agroindústrias de Venâncio Aires aos presentes, uma mesa farta com pro-dutos do interior da Capital Nacional do Chimarrão. A Agrofeira acontece entre os dias 17 à 20 de maio no Parque Municipal do Chimarrão com exposição de animais, palestras, exposição de máquinas, implementos agrícolas, atrações culturais e gastronomia com a presença do pavilhão das agroindústrias. (Jornal do Comércio) 

Semana decisiva para o destino das carcaças

cadeias produtivas da suinocultura, avicultura e bovinocultura têm prazo até esta quinta-feira
(17) para apresentar sugestões à redação da portaria n° 37do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)que irá regrar o recolhimento, transporte, armazenagem, manuseio, transformação e eliminação dos animais mortos não abatidos nas propriedades. O endereço http://sistemas.agricultura.gov.br/agroform/index.php/784466?lang=pt-BR exibe o texto e recebe as sugestões. Hoje, em atividades como a suinocultura, por exemplo, o descarte dos animais mortos por causas naturais, acidentes ou eventos climáticos é feito por meio da compostagem, com a carcaça sendo colocada num compartimento fechado, com serragem, para que se decomponha naturalmente e depois seja utilizada como adubo. A nova portaria propõe a criação de um serviço que recolha essas carcaças dando a elas um destino rentável, como o aproveitamento da gordura para fabricação de biocombustíveis e da carne, couro, ossos e vísceras para transformação em fertilizantes. 

No Rio Grande do Sul, a discussão sobre as sugestões a serem apresentadas está sendo coordenada pelo Fundo de Desenvolvimento de Defesa Sanitária Animal (Fundesa). O presidente do fundo, Rogério Kerber, explica que o novo modelo de descarte dos animais abatidos já está sendo praticado num projeto-piloto na região de Concórdia(SC), que dá subsídios à portaria. "O descarte de animais é uma questão ética e sanitária há muito discutida, o Brasil está até atrasado em ter uma legislação específica para esta situação", observa. Segundo Kerber, a partir da portaria, que terá sugestões de todo o país, deve-se encontraras empresas que se habilitem aoprocedimento e construir as normas de trânsito dessas carcaças. 

"Atualmente, pela legislação sanitária, os animais mortos não abatidos não podem sair da
propriedade. A portaria propõe a saída, mas sujeita ao controle do serviço veterinário oficial, no caso de suspeita de focos de doenças de notificação obrigatória", ressalta.

A veterinária Juliana Webster, coordenadora do Programa de Saúde Suína da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), diz que os técnicos do órgão estão alinhando as sugestões e vão apresentá-las dentro do prazo. De acordo com Juliana, a redação inicial da portaria não deixa claro que cadeias produtivas serão beneficiadas pelo sistema. "Nós acreditamos que o regramento deve ser para todos e que isto deve ser bem especificado na portaria. Neste sentido é que estamos estruturando as nossas sugestões", adianta. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também debate a medida, mas só irá se manifestar sobre o assunto depois do encerramento da consulta pública. (Correio do Povo)

RS: Rede Leite mostra bom exemplo de sucessão rural em Boa Vista do Incra

Rede Leite - Boa Vista do Incra, no Noroeste gaúcho, dá exemplo de como superar um dos maiores desafios do país, a falta de sucessores no campo. Na quarta-feira (09), uma experiência concreta de sucessão motivou a visita ao município de um grupo formado por extensionistas da Emater/RS-Ascar, pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm).O encontro, realizado na propriedade da família Siqueira, no interior do município, foi promovido pelo Grupo Social da Rede Leite Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do Rio Grande do Sul.

Agradeço de coração a visita de vocês, disse o anfitrião, Elvio Siqueira. Do total de sete filhos do casal Elvio e Catarina, seis estão envolvidos com atividade agropecuária e três trabalham na propriedade dos pais. É gratificante porque a gente tocou um serviço que o pai começou, disse o caçula, Altair Siqueira, um dos irmãos responsáveis pela produção anual aproximada de 590 mil litros de leite.O caso da família Siqueira serviu para ilustrar a tese da pesquisadora da Ufsm, a doutoranda em Extensão Rural, Aline Barasuol. Segundo ela, o jovem que tem uma experiência positiva no meio rural tende a permanecer no lugar. Ao contrário, se o sentimento for negativo, a tendência é se afastar, é negar o rural e aí, o jovem vai procurar algo positivo na cidade. O nosso discurso está vinculado ao que a gente sente, disse Aline.

O sociólogo da Embrapa Pecuária Sul (Bage/RS), Jorge SantAnna, enxergou na família Siqueira três fatores decisivos à sucessão rural: descentralização do poder paterno, interesse da família em aprender e inovar e apoio do governo. Primeiro houve uma vontade dos pais de que os filhos tocassem a propriedade, os pais não foram intolerantes. Segundo, a produção leiteira exige intelecto, conhecimento e estes rapazes incorporaram isso e realizaram investimentos, o que fez com que a propriedade saltasse, em oito anos, de 72 mil litros ao ano para quase 600 mil litros, com um significado econômico. E houve uma interferência, um apoio, do governo federal, representado pela Embrapa, estadual, representado pelos extensionistas da Emater, e da prefeitura. É uma situação exemplar de uma família que recebeu apoio nas três instâncias do governo, apoiando para que a sucessão ocorresse de uma maneira bem sucedida, analisou o sociólogo da Embrapa. Contudo, ponderou SantAnna, o Brasil ainda não inverteu o fluxo migratório, acentuado a partir da década de 1950: há mais gente saindo do que permanecendo no meio rural. Não é que o movimento de saída de jovens do meio rural tenha cessado, mas não tem mais tanta intensidade. Há um movimento de permanência, disse SantAnna.
 
Histórico
Na década de 1970, a construção da usina hidrelétrica Passo Real, em Salto do Jacuí, alagou a antiga propriedade da família Siqueira. Os agricultores foram reassentados pelo governo em Boa Vista do Incra. No município, Élvio e Catarina se casaram e tiveram sete filhos. A produção de leite em escala comercial iniciou em 1996, na época o plantel leiteiro não passava de 12 animais e a produção chegava a 44 mil litros ao ano. Em meio a uma crise com a falta de pasto para o rebanho a família Siqueira recebeu a visita de um extensionista da Emater/RS-Ascar. Com uma trena, foicinha e balança, o extensionista mostrou aos agricultores como pesar e calcular a quantidade de pasto necessária para alimentar o rebanho. Ao invés de três, o cálculo feito pelos rapazes mostrou que seriam necessários, pelo menos, 30 piquetes. Sobrou boia, as vacas saíam do piquete de barriga cheia, lembrou Altair. Em busca de mais informações, a família Siqueira ingressou na Rede Leite, em 2007. Desde então, a propriedade tem recebido a visita constante de pesquisadores, professores, extensionistas e administradores públicos.

Em duas décadas, os irmãos Siqueira adquiriram trator, resfriador, ordenhadeira e, mais recentemente, investiram em um estábulo para compostagem (compost barn). Os investimentos em conhecimento técnico, produtividade e conforto dos animais tem por base uma cautelosa gestão financeira. Começamos tirando leite num banquinho feito de cepo de madeira, enfrentamos o barro e hoje estamos com o sistema de confinamento das vacas, resumiu o jovem Altair Siqueira.Também participaram do encontro os secretários municipais de Agricultura e Administração, Marcos Maciel e Maurício Colvero, respectivamente, assistente técnica regional Social Isabel Robaert de Souza, e o supervisor interino da microrregião da Emater/RS-Ascar de Cruz Alta, Abel Toquetto. (Página Rural)
 

NZ: condições para retorno ao produtor continuam favoráveis, diz ANZ
Con Williams Rural economista da ANZ, observa que as condições para os retornos ao produtor no setor de lácteos continuam favoráveis em geral. Ele prevê que a oferta global de leite vai crescer, ou ficar levemente menor, tendência com uma série de limitações específicas de cada país e custo marginal de aumento da produção (ou seja, alimentação animal, energia e salários). "Isso deve suportar a durabilidade do atual ciclo de preços, mas, como sempre, as condições climáticas - especialmente na Europa e na Nova Zelândia - serão importantes para determinar o resultado final. O outro fator de suporte é a demanda sólida prevista de uma série de mercados-chave". "Em 2018/19, temos o NZ$/US$ com média de 0,67, mas dados os intervalos recentes e as considerações de cobertura cambial, a taxa efetiva real deverá estar mais perto de 0,70. Com o leite em pó integral em uma ampla faixa de US$ 2.800 a US$ 3.300 por tonelada, o leite em pó desnatado da Nova Zelândia continua atraindo um prêmio em relação a outros fornecedores, e os preços de leite seguem um padrão similar a 2017/18. Isso dá ao produtor uma faixa de preço do leite de NZ$ 6 (US$ 4,2) por quilo de sólidos do leite - equivalente a NZ$ 0,50 (US$ 0,34) por quilo de leite. Nesta fase, estamos mais inclinados a um preço inicial do leite de NZ$ 6,75 (US$ 4,7) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,56 (US$ 0,39) por quilo de leite] em 2018/19". "Combinado com uma provável atualização para o preço do leite 2017/18 de NZ$ 0,05 - 0,10 (US$ 0,03-0,07) por quilo de sólidos do leite, o fluxo de caixa modelado para a média do fornecedor Fonterra totalmente compartilhado está indicando em torno de NZ$ 7 (US$ 4,9) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,58 (US$ 0,40) por quilo de leite] em 2018/19. Embora os baixos custos operacionais tenham diminuído um pouco desde a desaceleração nos retornos, os preços robustos ao produtor apontam para um sólido cenário de lucros de NZ$ 1.750 (US$ 1.222,67)/ha, contra uma média de 10 anos de NZ$ 950 (US$ 663,73)/ha". (As informações são do https://www.fxstreet.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

 
 
 

Porto Alegre, 11 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.733

 

Aquisição de leite aumenta, e é recorde para um 1º trimestre
A aquisição de leite cru feita por estabelecimentos sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal), no 1º trimestre de 2018, foi de 6,10 bilhões de litros, o melhor resultado para um 1º trimestre desde 2016. Apesar da redução de 6,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior, o valor é 4,1% maior que do 1º trimestre de 2017. (IBGE)
 
 
 
Conselho favorecerá relacionamento da cadeia

Conseleite/MG - A diretoria da FAEMG, produtores, representantes da indústria, representantes do governo do Estado, pesquisadores da UFPR (Universidade Federal do Paraná) se reuniram na sede da Federação para a reunião de constituição do Conseleite (Conselho Paritário de Produtores e Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais), que estabelecerá preços de referência para a matéria-prima leite. A Câmara Técnica foi formada por seis representantes dos produtores e outros seis da indústria. Agora, serão levantados dados dos sistemas produtivos para se chegar aos indicadores técnicos e econômicos. Até outubro devem ser apresentados os primeiros preços de referência em Minas Gerais.

"É uma conquista dos produtores e indústrias. É o começo de um relacionamento melhor da cadeia produtiva. Não podemos imaginar uma cadeia na qual os participantes não conversam entre si".
- Roberto Simões, presidente da FAEMG
 
COMENTÁRIOS
Adauto Alves Ribas, produtor de leite em Curvelo
"O Conseleite vai tranquilizar o mercado e diminuir o atrito entre produtor e laticínio, acabando com uma desconfiança mútua de que um leva vantagem e o outro, prejuízo. Será estabelecido um relacionamento maduro."
 
Rafael Ramos Tomas, produtor de leite em Monte Carmelo
"O Conseleite não é apenas uma alternativa para resolver a política do leite. É mais que isso, é conhecimento, inovação, gestão. O trabalho que a FAEMG fez com o governo vai obrigar o produtor a se organizar mais para continuar na pecuária de leite".
 
Mônica Mascarenhas, produtora de leite em Jequitibá
"Vai diminuir a distância entre o produtor e a indústria. O Conseleite será uma experiência muito positiva, pois não queremos prejuízo para as indústrias, queremos trabalhar e receber preços justos pela nossa produtividade". (Faemg)

Perspectivas do mercado lácteo - América do Sul - Relatório 19/2018

Leite/América do Sul - Nas duas últimas semanas a umidade persiste na Argentina, prejudicando a colheita de grãos do verão, mas, melhorando as condições de pastagens em muitas fazendas das principais bacias leiteiras do país: Córdoba, Entre Rios e Buenos Aires. 
A produção de leite nas fazendas está melhorando continuamente, dentro de padrões sazonais típicos do outono. O percentual de matéria gorda do leite está elevado em ternos sazonais. Os pedidos de leite engarrafado estão firmes, e os varejistas estão reabastecendo seus estoques. A oferta atual de leite está sendo suficiente para atender as necessidades de fabricação de queijo, manteiga, iogurte e sobremesas lácteas. No Uruguai, a produção de leite está aumentando, dentro do padrão sazonal. O clima tem sido favorável, ajudando no conforto animal. O Ministro da Agricultura do país anunciou a criação de um fundo de garantia para ajudar os produtores de leite com suas dívidas de 36 milhões de pesos. De acordo com algumas indústrias, o total de dívidas do setor lácteo uruguaio, incluindo as indústrias de laticínios, pode atingir 500 milhões de pesos.

 A expectativa é de que esse fundo alivie o alto nível de endividamento de alguns produtores de leite do país. No Brasil, a produção de leite mostra pequena melhora, com as condições climáticas estáveis nas principais bacias leiteiras. No entanto, para algumas indústrias, o preço do leite ao produtor continua relativamente elevado. É importante lembrar que no primeiro trimestre do ano passado, a produção de leite brasileira aumentou e os preços caíram. Estes fatores desanimaram a produção por diversos agricultores, enquanto outros abandonaram o negócio, vendendo o gado para abate. Atualmente a oferta de leite e creme está abaixo das necessidades das indústrias. Consequentemente, comparado com um mês atrás, as importações de lácteos, principalmente do Uruguai e da Argentina, aumentaram. A procura por manteiga está aumentando a bonificação pela matéria gorda do leite e a concorrência entre os processadores. Enquanto isso, o mercado de queijos parece estar ainda em equilíbrio. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva) 

 

 
 
 
 

Setor leiteiro argentino vê necessidade de aumentar mercado exportador
O presidente do Centro da Indústria de Lácteos da Argentina (CIL), Miguel Angel Paulon, conversou com a Chacra TV sobre a situação atual que envolve a indústria de lácteos do país. Ele considerou as medidas políticas atuais como positivas e enfatizou a necessidade de expandir as exportações. Segundo Paulon, o excedente produzido pela indústria deve ser colocado no exterior, já que a alta do dólar vem favorecendo essa ação. "A Argentina está se abrindo para novos mercados como o Oriente Médio, África, Argélia e China. Eu acho que se melhorarmos a competitividade com um negócio razoável, o volume virá sozinho. Atualmente, o retorno econômico está sendo provido pelo mercado de gorduras no exterior", disse Paulon. Ele disse que esse ano gerou 9% a mais de processamento do que no ano anterior. Segundo ele, o aumento da produção responde em grande parte à mudança que muitos produtores implementaram em suas propriedades. No entanto, ele esclareceu que os produtores de pequeno e médio porte estão enfrentando problemas críticos na produção."Os mesmos produtores que foram afetados extensivamente pela seca, são os que implementaram sistemas de produção diferentes. A realidade marca que é necessário ajudá-los, já que eles não passam por um bom período". (As informações são da Revista Chacra, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
 

Porto Alegre, 10 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.732

 

Interleite Sul 2018: "o leite está cheio de bons problemas. E por que? Porque temos soluções
"O setor leiteiro é o que passa pela maior transformação no agronegócio brasileiro e essa é a proposta de discussão do Interleite Sul 2018". Foi assim que Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, iniciou a abertura do evento nesta quarta-feira (09), em Chapecó/SC, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes. O evento ocorre até hoje (10) e se destaca pelos temas dos painéis e palestrantes de renome. 

A mesa de abertura contou com Airton Spies, Secretário de Estado de Agricultura e Pesca de Santa Catarina; Luciano José Buligon, Prefeito de Chapecó; Valdir Crestani, Secretário de Desenvolvimento Rural na Prefeitura de Chapecó; Ronei Volpi, Presidente da Aliança Sul Láctea; Ricardo Lunardi, Presidente do Sindicato Rural de Chapecó; Enori Barbieri, Vice-presidente da FAESC; Amilkar Gassen, Gerente da LacLélo e José Baldoino, Gerente da Política Leiteira da Piracanjuba. Segundo Spies, o Interleite Sul é um 'nivelamento para cima' de tudo o que precisa ser discutido sobre o leite no Sul do país. "Sempre enxerguei no Brasil um enorme potencial e fizemos grandes avanços nos últimos anos, porém, não podemos esquecer do dever de casa. Mesmo caminhando a passos largos, é necessário transformarmos o leite em uma das estrelas do agro.  Para continuar crescendo neste ritmo, precisamos preparar a nossa matéria-prima para a exportação e esse é um dos principais objetivos da Aliança Sul Láctea. Tenho certeza que todos sairão do Interleite Sul inspirados, pois nossa atividade ainda incorporará novas tecnologias e no final, criaremos mais empregos, geraremos mais renda e assim, mais qualidade de vida. O leite está cheio de bons problemas. E por que isso? Porque temos soluções".

Para José Baldoino, a região sulista é fundamental para o leite no país. "Tanto é que a Piracanjuba elegeu o Sul como a principal região para os seus investimentos nos últimos sete anos. Isso contribuiu para o nosso crescimento, tanto que na APAS Show 2018, que também está ocorrendo nesta semana, a Piracanjuba lançará 18 novos produtos. Nós esperamos contribuir com o setor ao longo dos anos", completou.

O primeiro painel do evento, moderado por Valter Galan, sócio do MilkPoint Inteligência, abordou o tema "Mercado e Organização da Cadeia do Leite". Glauco Rodrigues Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, apontou que de 1974 até 2016, a produção leiteira brasileira cresceu 374% e que alguns fatores contribuíram com isso, como a expansão da população no Brasil - que sustenta o consumo - e o constante lançamento de novos produtos no mercado. "Além disso e não mesmo importante, temos uma área agriculturável gigantesca e precisamos aprender a usá-la de maneira mais racional. Também, temos condições de trabalhar com pastejo, diferente de vários países do mundo, e nossas produção de grãos é bastante competitiva. Vale ressaltar que busca pela gestão e todo o seu aprimoramento devem ser constantes e eternos, não esquecendo da escala de produção. Esses dois fatores impactam consideravelmente na eficiência do negócio".

Na sequência, Craig Bell, Diretor da Leitíssimo (Fazenda Leite Verde, na Bahia) e da Delicari, abordou as "As oportunidades que o Brasil tem para ser competitivo e não aproveita como deveria". "Os produtores de leite no Brasil precisam parar de colocar a culpa dos problemas nas importações de leite, pois esse não é o caminho. Em alguns casos, ela acontece porque não temos a qualidade necessária para a elaboração de alguns produtos. O problema de verdade que nos atrapalha é a falta de produtividade, que não nos permite competir no ponto baixo do ciclo".

Craig reforça que é essencial uma agenda positiva e com relação à qualidade, já passou da hora de evoluirmos. "Nossos níveis de CCS (Contagem de Células Somáticas) ainda não são compatíveis com os do mercado internacional. Também, fica complicado fabricar um bom produto nessas condições. Precisamos dar um basta em quem trata a produção de leite como amadorismo. A mensagem final que deixo é: o jogo precisa de regras claras que sejam respeitadas, por todos, e as instituições deveriam focar as suas pesquisas em produtividade". Marcelo Martins, Diretor Executivo da Viva Lácteos, salientou em sua palestra que atualmente é muito importante gerarmos demanda no mercado consumidor, melhorar o saldo da balança comercial e ampliar o consumo no mercado interno. "Tivemos algumas dificuldades para avançar com as exportações em 2017 e tínhamos uma dependência da Venezuela, que reduziu as compras e era a principal compradora. Porém, estamos buscando outros caminhos, o que é essencial se realmente queremos ser grandes exportadores de lácteos".

Ele comentou que hoje há uma grande demanda por manteiga, mas, que infelizmente o produto nacional não vem atendendo nem mesmo a população interna. "O queijo - um produto de valor agregado - tem sido o nosso principal item de evolução nas exportações. Ainda não resolve o nosso trabalho, visto que precisamos expandir significativamente, mas seguiremos em frente e apresentando os derivados lácteos brasileiros em eventos e feira no mundo todo. Há países que nem sabem que somos o 4º maior produtor do mundo e concluímos que é imprescindível a melhoria da imagem do nosso setor. Destaco que a eliminação da brucelose e tuberculose deve ser perseguida se estamos querendo ser conhecidos no mundo".
Marcelo finalizou a sua apresentação pontuando que a chave é melhoria da nossa competitividade e, para continuar crescendo em produção de leite, precisamos exportar mais ou aumentar significativamente o consumo. "O ideal seria que essas duas coisas andassem juntas. Não é ideal continuarmos expandindo a produção se não temos como escoar isso, até porque, para os produtores, o preço recebido também é bastante afetado quando há excesso de oferta".

O quarto palestrante do painel, Ronei Volpi, Presidente da Aliança Sul Láctea (ALSB), explanou que o objetivo da entidade é ser um fórum público-privado permanente para buscar o desenvolvimento harmônico do setor lácteo dos três estados do Sul por meio da implementação de políticas e iniciativas conjuntas. "Criamos ALSB porque os três estados de assemelham na produção, têm entraves e oportunidades comuns, relevância sócio econômica; agricultura familiar/empresarial, 170 mil produtores envolvidos na atividade e a maior produtividade nacional, de 2.950 kg/vaca/ano". Volpi apresentou ao público presente a evolução da produção na região e a meta única da Aliança, que é: tornar a região Sul do Brasil exportadora de produtos lácteos.

"Para alcançar isso, é fundamental um maior envolvimento da indústria e mitigação da capacidade ociosa, harmonização de protocolos sanitários, convergência nas políticas de tributação, eficiência logística de escoamento, incremento na qualidade do leite (IN 62) e organização da produção. Sempre queremos o melhor preço, mas para isso, a única saída é sermos competitivos".

Finalizando a primeira bateria de palestras, Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, questionou e instigou os participantes com a seguinte questão: É possível termos uma relação melhor coordenada entre produtores e indústria? De acordo com Marcelo, historicamente a relação entre a indústria e produtor é conflituosa devido à desconfiança mútua, falta de transparência/fidelização e o foco no curto prazo. "Há exceções e a relação está mudando, porém, os problemas são os mesmos. Os contratos por exemplo ainda são raros. Historicamente, também temos baixo incentivo da indústria para desenvolver os produtores ("leite é tudo igual"), o que resulta em uma baixa razão para a fidelização. Em resumo, os próprios fundamentos de mercado empurraram o setor para um relacionamento mais oportunista do que cooperativo e, nesse cenário, em que há baixa colaboração entre as partes, a variável que realmente importa é o preço recebido, a cada mês. Há uma dificuldade natural de se quantificar os benefícios de serviços, segurança, entre outros e o preço recebido". Segundo ele, cabe ao elo forte mudar a relação e, normalmente, os fatores externos catalisam as mudanças. "Podemos citar aqui a regulamentação (que não é o nosso caso), um concorrente que passa a fazer diferente (e dá certo) e as pressões do consumidor, pois a maneira pela qual o leite é produzido (e por quem) será cada vez mais relevante. Assim, as demandas do consumidor representam uma externalidade. Precisamos de uma maior transparência e reduzir a assimetria das informações de mercado, minimizando as situações que geram conflito. Também, posso citar clubes de compra de insumos, serviços de apoio ao produtor e os contratos de fornecimento com critérios claros". Finalizando, Carvalho ponderou que a indústria ganha mais quando o produtor também ganha (e vice-versa), fato que minimiza o conflito criado e reduz a distância entre os elos. "É uma jornada longa, mas precisamos começar". (MilkPoint)

 
 
Euromonitor: ainda há espaço para produtos lácteos 'sofisticados' na América Latina

A América Latina consome grandes quantidades de produtos lácteos artesanais não embalados, mas as marcas podem inovar e sofisticar o consumo para captar novos negócios e o sucesso do queijo, que é um bom ponto de inspiração, segundo a Euromonitor International. Em 2017, o mercado de lácteos da América Latina gerou US$ 63,6 bilhões em receitas - pouco menos de 15% de todo o mercado mundial de lácteos de US$ 430 bilhões, segundo dados da Euromonitor International. E, embora o desempenho do Brasil tenha sido baixo, com a queda do consumo de leite e iogurte, Argentina, México, Chile e Peru registraram crescimento positivo nas vendas.

Escrevendo no recente relatório da Euromonitor International chamado Dairy in Latin America, Leonardo Freitas, analista de pesquisa sênior, disse que embora produtos lácteos como leite, iogurte, queijo e pastas tenham sido amplamente consumidos na América Latina, o consumo per capita em termos de valor permaneceu mais baixo do que em mercados desenvolvidos e os formatos de consumo eram muito diferentes. "Enquanto os consumidores locais gastam menos da metade do que os consumidores norte-americanos e europeus na categoria gastam, grande parte do consumo ainda vem de produtos artesanais não embalados", escreveu Freitas.
Isso, disse ele, deixou muitas oportunidades para os fabricantes de lácteos "sofisticarem o consumo de lácteos da América Latina", e o queijo era uma categoria com a qual os fabricantes poderiam aprender, dado seu contínuo sucesso. Em 2017, o queijo foi o produto lácteo que mais cresceu em toda a América Latina, apresentando crescimento em todos os mercados, de acordo com dados da Euromonitor International.

"Com forte produção local e anos de experiência, os fabricantes de queijo conseguiram alavancar suas vendas para consumidores com maior poder de compra, além de diversificar categorias e produzir tipos de queijos internacionalmente conhecidos, como brie e parmesão, à medida que seus certificados de origem estão protegidos", escreveu Freitas.

Valor em dinheiro versus dietas balanceadas
No entanto, ele disse que para garantir o crescimento do mercado de lácteos diversificado e altamente fragmentado da América Latina, é vital entender os fatores que impulsionam as compras e as tendências em evolução. O valor dos produtos em dinheiro, por exemplo, foi um fator-chave na maior parte da região, devido à alta disparidade de renda e a uma grande lacuna social, além de movimentos inflacionários, disse ele. Nos próximos anos, porém, à medida que os estilos de vida se tornaram mais agitados nas grandes cidades e os consumidores seguiram dietas mais equilibradas, Freitas disse que poderia haver espaço para desenvolver categorias como alternativas ao leite, bebidas à base de soja, leite desnatado e queijo sem lactose.

Onde a situação econômica de médio prazo deveria ser mais estável, ele disse que uma "maior sofisticação" no consumo é esperada. Isso, segundo ele, proporcionou uma premissa ainda maior para os fabricantes investirem em novas linhas de produtos, como novos sabores de iogurte, embalagens elaboradas e novos tipos de queijos. O Brasil, por exemplo, viu uma mudança na demanda de lácteos com os consumidores cada vez mais interessados na funcionalidade dos produtos graças a mais informações sobre produtos alternativos. Como resultado, ele afirmou que os produtos livres de lactose devem se tornar "mais relevantes" no mercado e que continuará a haver uma mudança do leite em pó para o leite fresco/UHT, impulsionando o desenvolvimento de valor na categoria. Freitas disse que o Brasil é o mercado de lácteos ao qual deve-se ficar de olho na América Latina porque é o maior - gerando 37% das receitas totais de produtos lácteos na região.

"O Brasil é sempre um membro fundamental e seu desempenho continuará a influenciar o mercado global de lácteos na América Latina", escreveu ele. E embora o mercado de lácteos tenha sofrido nos últimos anos como resultado de questões cambiais e uma queda no poder de compra entre os estratos socioeconômicos mais baixos, o mercado ainda tinha "potencial de crescimento".

Mais importante ainda, ele disse que o Brasil tinha um dos maiores rebanhos do mundo, o que daria ao país uma "base positiva" para o mercado de lácteos a ser desenvolvido. As previsões da Euromonitor International sugerem que o Brasil deve ter um forte crescimento anual até 2022, ao lado da Argentina e do Equador. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Cotações/NZ - Demanda desencadeia aumento do preço do leite em pó desnatado
Os preços do leite em pó integral (WMP) ficaram mais brandos no último GDT, levando o preço médio a cair 1,5%, para US$ 3.231/tonelada, enquanto o índice geral de preços caiu 1,1%, diz a analista Emma Higgins. Isso coincide com o anúncio da revisão feita pela Fonterra sobre a produção desta temporada, que saiu de -3% e foi para -2%. Embora as cotações das commodities na Nova Zelândia tendam a cair à medida que o foco se volta para a produção do hemisfério norte, o final da primavera mantém a demanda por leite em pó desnatado (SMP), diz Higgins.O SMP subiu 3,6% no último leilão da Fonterra e o produto está sendo vendido com melhores preços na Nova Zelândia do que o similar europeu. Nathan Penny, do banco ASB, diz que a queda do preço do WMP contrariou as expectativas. Contudo o movimento agudo de desvalorização do dólar kiwi mais que compensou a queda. Desde o último leilão, o dólar neozelandês caiu 4,5% diante do dólar norte-americano. O efeito final é que os preços globais do leilão subiram 3% em termos de dólar da Nova Zelândia, e é o que efetivamente importa para os produtores de leite. O último relatório da Fonterra diz que as exportações de lácteos da Nova Zelândia, em fevereiro, aumentaram 4% (11.000 toneladas) em relação ao mesmo mês do ano passado. O crescimento foi novamente impulsionado pelo WMP, pelos fluidos e produtos lácteos frescos, um aumento combinado de 12% (16.000 toneladas) no mês, compensando ligeiramente as quedas nas vendas de queijo, lactose e manteiga anidra. As exportações nos 12 meses encerrados em fevereiro ficaram estáveis em comparação com o período anterior. As exportações de produtos lácteos líquidos e frescos e WMP, juntos, totalizaram 117.000 toneladas (+7%). Este desempenho foi anulado parcialmente pela queda na maioria das outras categorias. (Rural News - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, que ocorreu nesta terça-feira (8/5), em Chapecó (SC), foi apresentado um plano para ampliar a competitividade para o setor lácteo do país. A iniciativa trabalha com a meta de que o Brasil passe a exportar 5% do volume produzido. De acordo com o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, o plano foi endossado pelo presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins da Silva Júnior.

Segundo Palharini, o projeto voltado ao mercado externo foi apresentado pelo consultor Welber Barral, ex-secretário do Comércio Exterior. “Para Barral, a Região Sul é que reúne as melhores condições para alcançar este objetivo”, relatou o representante da indústria gaúcha presente no encontro. Diante das considerações feitas por um dos maiores especialistas em defesa comercial e negociações internacionais, a CNA encampou a ideia e decidiu apoiar uma pesquisa de mercado e levantamento de regras para que as empresas do Sul possam participar do estudo.

“A Região Sul tem no mínimo 10 plantas de leite em pó que possam ser inseridas neste grupo de trabalho”, afirmou Palharini, destacando a observação de Barral de que o produto em pó é o mais transacionado no mercado internacional. Palharini ressalta a importância de também focar em alternativas para equilibrar o mercado, entre elas o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e as compras governamentais. Segundo o secretário executivo, é necessário uma ação positiva tanto do governo federal quanto do estadual, pois a solução não está somente nas mãos da indústria e produtores, já que temos mais de 1,1 milhão de produtores de leite no Brasil.

O presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Ronei Volpi, reforçou que o trabalho será organizado a partir da estrutura industrial dos estados do Sul do país, que possuem linhas de produção de leite em pó. Por meio de um esforço conjunto do setor, a expectativa é atingir a meta de exportar 5% da produção brasileira mas sem descuidar do mercado interno, no prazo de três a cinco anos. O objetivo é enviar lácteos para países da América Latina e Caribe, como Chile, Colômbia, México e Peru, mas também a países da Ásia, África e Rússia.

Na opinião do presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, para alcançar o volume mínimo de 5% da produção para exportação – que praticamente representa a produção do Uruguai - é preciso antes se credenciar ao mercado externo. “Ou seja, deve-se antes de tudo buscar uma normatização e um programa de qualidade que possam ser auditado externamente. Precisamos ter a capacidade de cumprir normas e exigências dos compradores internacionais”, afirmou.

Como resultado da exposição realizada em Chapecó, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, encaminhou ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pedido para que seja realizada a regulamentação do PEP para produtos derivados do leite cru, especialmente leite em pó, UHT e queijos.

Fotos: Guilherme Mossa de Souza Dias

 
 
 

Porto Alegre, 09 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.731

 

Aliança Láctea Sul Brasileira define plano de exportação de leite
Na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, que ocorreu nesta terça-feira (8/5), em Chapecó (SC), foi apresentado um plano para ampliar a competitividade para o setor lácteo do país. A iniciativa trabalha com a meta de que o Brasil passe a exportar 5% do volume produzido. De acordo com o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, o plano foi endossado pelo presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins da Silva Júnior. Segundo Palharini, o projeto voltado ao mercado externo foi apresentado pelo consultor Welber Barral, ex-secretário do Comércio Exterior. "Para Barral, a Região Sul é que reúne as melhores condições para alcançar este objetivo", relatou o representante da indústria gaúcha presente no encontro. Diante das considerações feitas por um dos maiores especialistas em defesa comercial e negociações internacionais, a CNA encampou a ideia e decidiu apoiar uma pesquisa de mercado e levantamento de regras para que as empresas do Sul possam participar do estudo. 

"A Região Sul tem no mínimo 10 plantas de leite em pó que possam ser inseridas neste grupo de trabalho", afirmou Palharini, destacando a observação de Barral de que o produto em pó é o mais transacionado no mercado internacional. Palharini ressalta a importância de também focar em alternativas para equilibrar o mercado, entre elas o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) e as compras governamentais. Segundo o secretário executivo, é necessário uma ação positiva tanto do governo federal quanto do estadual, pois a solução não está somente nas mãos da indústria e produtores, já que temos mais de 1,1 milhão de produtores de leite no Brasil. O presidente da Aliança Láctea Sul Brasileira, Ronei Volpi, reforçou que o trabalho será organizado a partir da estrutura industrial dos estados do Sul do país, que possuem linhas de produção de leite em pó. Por meio de um esforço conjunto do setor, a expectativa é atingir a meta de exportar 5% da produção brasileira mas sem descuidar do mercado interno, no prazo de três a cinco anos. O objetivo é enviar lácteos para países da América Latina e Caribe, como Chile, Colômbia, México e Peru, mas também a países da Ásia, África e Rússia.

Na opinião do presidente da Comissão do Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, para alcançar o volume mínimo de 5% da produção para exportação - que praticamente representa a produção do Uruguai -  é preciso antes se credenciar ao mercado externo. "Ou seja, deve-se antes de tudo buscar uma normatização e um programa de qualidade que possam ser auditado externamente. Precisamos ter a capacidade de cumprir normas e exigências dos compradores internacionais", afirmou. Como resultado da exposição realizada em Chapecó, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, encaminhou ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pedido para que seja realizada a regulamentação do PEP para produtos derivados do leite cru, especialmente leite em pó, UHT e queijos. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
EUA: FDA avalia rotulagem de produtos vegetais que usam a palavra 'leite' e outros derivados
O comissário da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), Scott Gottlieb, disse que sua agência está dando uma "nova olhada" em como lidar com a rotulagem errada de produtos que imitam os lácteos, com produtos vegetais usando termos como "leite", "iogurte" e "queijo". Gottlieb recentemente disse que a FDA anunciou um requerimento buscando informações adicionais sobre a abordagem geral da agência. Em resposta às perguntas da senadora Tammy Baldwin durante uma audiência do Comitê de Apropriações do Senado, Gottlieb confirmou que os estatutos da FDA afirmam que "o leite é um produto definido como proveniente de um animal em lactação". Ele concorda com Baldwin que o termo está sendo usado em produtos "derivados de matérias-primas que não são de um animal em lactação".

No entanto, como a FDA não entrou em ação para evitar a rotulagem incorreta, agora há muita atividade comercial ocorrendo. Baldwin argumentou que isso poderia ser resolvido imediatamente se a FDA emitisse orientações para a indústria e declarasse sua intenção de aplicar os regulamentos existentes.Gottlieb disse que a agência decidiu que seria mais prudente desenvolver um registro administrativo cuidadoso, uma vez que a FDA tem exercido o poder de aplicação da lei até este ponto. "Para nós, reverter nossa postura atual pode exigir mais do que apenas a emissão de orientação", disse Gottlieb, acrescentando que a intenção do recente pedido de informações adicionais das partes interessadas é informar um registro administrativo substancial que poderia sustentar uma revisão.

Segundo ele, em relação à saúde pública, especificamente, a agência está interessada em saber se os consumidores estão confusos sobre o estado nutricional ou a qualidade do leite devido à forma como certos produtos são rotulados. "Para o registro, eu não acredito que seja necessária uma revisão ou estudo adicional. O que precisamos é que a FDA aja e emita orientações sobre a aplicação dos padrões lácteos existentes sobre identidade", observou Baldwin. No ano passado, Baldwin apresentou o DAIRY PRIDE Act, que exigiu que a FDA publicasse uma orientação sobre a aplicação nacional de rotulagem incorreta de produtos que imitam os lácteos em 90 dias. Também, demandou que a FDA reportasse ao Congresso dois anos após a promulgação para responsabilizar a agência por essa atualização nas obrigações de fiscalização.

Mais recentemente, o projeto de lei de despesas coletivas aprovado pelo Congresso no mês passado contém linguagem que expressa a preocupação de que os padrões de rotulagem de lácteos precisem ser devidamente cumpridos. O presidente e diretor executivo da Federação Nacional de Produtores de Leite (NMPF), Jim Mulhern, disse que a FDA "deve parar de fechar os olhos para as violações das leis de rotulagem de alimentos. A agência precisa usar mais fiscalização e menos discrição, pois dezenas de marcas violam flagrantemente os requerimentos do governo".

A NMPF tem repetidamente solicitado aos reguladores federais a aplicarem as leis norte-americanas de rotulagem de alimentos, que excluem a possibilidade de alimentos derivados de plantas usarem termos lácteos. Mulhern agradeceu a Baldwin "por responsabilizar a FDA por sua falta de ação sobre esse assunto e implorar à FDA que faça seu trabalho".
Baldwin disse que os produtores de leite enfrentam tempos difíceis devido aos baixos preços do leite, às ferramentas de gestão de risco que não funcionam tão bem quanto esperavam, às negociações comerciais criando incerteza nos mercados de exportação e aos preços do Canadá de certas classes de leite, que acrescentam mais desafios. "Eu não estou dizendo que este é o único problema", disse Baldwin sobre a rotulagem errada. "Eu estou dizendo que há uma tempestade perfeita de desafios para a indústria de lácteos agora". (As informações são da Feedstuffs, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 
 
Itamaraty mira a Ásia em busca de acordos 

Os países do Mercosul anunciam no dia 25, em reunião dos ministros de Comércio e de Relações Exteriores em Seul, a abertura de negociações para um acordo comercial com a Coreia. Ainda não está definido se o objetivo vai ser um tratado de livre comércio ou um acerto mais simples, de preferências tarifárias, em que se reduzem mutuamente as alíquotas de importação para um leque mais restrito de produtos. No ano passado, Mercosul e Coreia finalizaram com sucesso um "diálogo exploratório". Foi um mapeamento inicial sobre os interesses de cada lado para saber se existe viabilidade em uma negociação efetiva. A percepção foi de que as discussões podem prosperar e as duas partes passaram, então, a buscar um mandato negociador. No caso brasileiro, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) deu o sinal verde. A iniciativa do bloco sul-americano com a Coreia insere-se em um contexto maior, de aproximação com a Ásia, que o Itamaraty resolveu priorizar. 

Trata-se, segundo fontes diplomáticas, praticamente de uma necessidade diante da importância cada vez maior do continente e da mudança no eixo do crescimento global para a região do Pacífico. Esse é o pano de fundo de um giro iniciado nesta semana pelo chanceler Aloysio Nunes a sete nações asiáticas, com 18 dias de duração, depois que o presidente Michel Temer suspendeu pela segunda vez sua visita oficial. Foi uma forma de mostrar relevância. Na primeira escala do périplo, em Cingapura, foi assinado um acordo bilateral para evitar a dupla tributação. A cidade-país tem estoque de investimentos de US$ 1,4 bilhão no Brasil. Construção naval e administração aeroportuária - a Changi controla o Galeão (RJ) - são os destaques. Em sua passagem pela China, onde está sediado o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Aloysio firmará o acordo de instalação da unidade regional do Banco dos Brics no Brasil. O escritório deve ser inaugurado no segundo semestre. 

O ministro promoverá ainda uma reunião com todos os embaixadores e chefes do departamento de promoção comercial de postos brasileiros na Ásia. A mensagem é de buscar estreitamento econômico e comercial. 09/05/2018 Itamaraty mira a Ásia em busca de acordos No âmbito político, mecanismos de consultas bilaterais que estavam parados há anos foram reativados recentemente. Algumas embaixadas do país na região, como Jacarta (Indonésia) e Seul, tiveram um reforço de equipe na atual gestão. Há ainda uma "dança das cadeiras" nos principais postos diplomáticos: a embaixada em Pequim será assumida por Paulo Estivallet; Eduardo Saboia vai para Tóquio; André Corrêa do Lago está sendo deslocado para Nova Délhi. (Valor Econômico)

 

Compra online de itens de supermercado ainda é tímida
 Apenas dois a cada cem consumidores brasileiros têm o hábito de fazer compras online de produtos de supermercado, conforme detectou pesquisa realizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em conjunto com o Ibope. Embora a quantidade de pessoas que aderem ao e-commerce tenha dobrado nos últimos quatro anos, o número ainda é considerado pouco representativo pelo setor no país. De acordo com o responsável pela área de Gestão Corporativa da Apas, Rodrigo Mariano, hoje as vendas por internet representam cerca de 3% do faturamento total do setor. O varejo de supermercados faturou ao todo R$ 352 bilhões em 2017, o que significa que o e-commerce no setor chega a cerca de R$ 10 bilhões. Embora ainda seja pouco representativo para o faturamento, o e-commerce é um ponto de atenção para as empresas, na visão do presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto. "Dados internacionais mostram que o crescimento do e-commerce acontece como um tsunami, de forma muito rápida", diz. "Na medida em que a geração mais jovem entra no mercado de consumo, esse crescimento vai se acelerando e é uma oportunidade para a qual o setor tem se atentado". Pesquisa apresentada nesta segunda-feira (07/05) pela Apas durante evento que inaugurou uma feira do setor de supermercados em São Paulo indica ainda que a ida de consumidores aos pontos de venda tem aumentado. Segundo Mariano, a crise nos anos de 2015 e 2016 trouxe uma queda no número de vezes que consumidores vão às lojas, fazendo com que a maioria dos consumidores frequentasse somente uma vez por mês as lojas. Hoje, consumidores, em especial das classes A e B, já voltaram a frequentar as lojas pelo menos uma vez por semana. Entre as classes de renda mais alta, 44% vão semanalmente às compras. A recuperação é mais lenta, porém, entre os consumidores de classe C e D: entre eles, apenas 23% vão às lojas uma vez por semana. (TerraViva)

 
 

Porto Alegre, 08 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.730

 

Sul discute a padronização
A consulta pública que está em andamento para revisar a instrução normativa (IN) 62, que estabelece os padrões de qualidade do leite cru produzido no país, e a padronização de procedimentos nos três Estados do Sul para controle da brucelose e tuberculose bovina são dois dos temas que estarão em pauta na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, hoje, em Chapecó (SC). O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, diz que a ideia é que os três Estados do Sul unifiquem ações para aprimorar o status sanitário regional. Ele exemplifica que Santa Catarina não vacina mais o rebanho contra brucelose, diferentemente do Rio Grande do Sul e Paraná, que defende a manutenção da vacinação. (Correio do Povo)
 
O ano da Expoleite e da Fenasul possíveis

Os organizadores bem que tentam manter o otimismo em relação à 41ª Expoleite e à 14ª Fenasul, vitrines do setor leiteiro do Estado e que ocorrem na próxima semana, de 16 a 20, no parque Assis Brasil, em Esteio. A Gadolando projeta a participação de 150 animais, acima do ano passado. Mas na cerimônia de lançamento, ontem, ficou evidente que os eventos estão um pouco órfãos. Falta aquele abraço generoso que é dado à Expointer e que se ensaiou na edição do ano passado, quando o foco foi o público urbano. Sem a participação da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e com recursos escassos, as feiras ficaram um tanto quanto esvaziadas e chegaram a correr o risco de não sair. A demora na confirmação também inviabilizou atrações, como o Pub do Queijo, inovação de 2017. O alto custo dos produtores - estimado entre R$ 800 e R$ 1,2 mil por animal - para participar da exposição é outro obstáculo a ser superado. São necessários R$ 240 mil para a realização dos eventos. Até o momento, o patrocínio de Badesul, BRDE e Banrisul soma R$ 100 mil.

- Os produtores estão estrangulados. E vir para a feira significa custos - argumenta Jorge Fonseca da Silva, presidente da Gadolando, organizadora da Expoleite/Fenasul, com o governo do RS.

Isso em meio a grave crise que, nos últimos anos, teria feito 25 mil produtores de leite abandonarem a atividade. A Farsul, que em 2017 coordenou comissão executiva do evento, neste ano decidiu não participar, após apresentar proposta declinada pela Gadolando. E a dificuldade em obter terneiros também fez o tradicional remate da federação ser cancelado.
É um mero simbolismo, mas até o lançamento da Expoleite/Fenasul, que costumava ganhar espaço no Palácio Piratini, foi feito dentro do gabinete da Secretaria da Agricultura. (Zero Hora)

 
 
Em 2017 o queijo foi o produto de crescimento mais rápido na América Latina

Queijo - Segundo dados do Euromonitor Internacional, em 2017 o queijo foi o produto lácteo de mais rápido crescimento na América Latina, registrando crescimento em todos os mercados. Neste mesmo ano, o mercado de produtos lácteos da América Latina gerou divisas de US$ 63,6 bilhões, perto de 15% de todo o mercado mundial de lácteos de US$ 430 bilhões. O Brasil teve baixo crescimento, enquanto Argentina, México, Chile e Peru apresentaram boas performances de vendas em todos os âmbitos. 

 
No relatório do Euromonitor Internacional dos Lácteos na América Latina, o analista Leonardo Freitas comenta que enquanto os mercados de leite, iogurte e queijo cresceram amplamente na América Latina, o consumo per capita continua sendo mais baixo do que nos mercados desenvolvimentos, conforme informou o site web especializado em lácteos DairyReporter.com. "Com uma sólida produção local e anos de experiência, os fabricantes de queijos aproveitaram para vender aos  consumidores com mais poder aquisitivo, assim como diversificar categorias e produzir tipos de queijos internacionalmente conhecidos localmente como Brie e Parmesão, que vendem como tipos inspirados, já que são protegidos pelos seus certificados de origem", escreveu. Freitas também estima que poderá haver espaço para desenvolver categorias alternativas como leite com baixo teor de matéria gorda e queijo sem lactose.

Brasil, um mercado para ser observado
Freitas escreveu que o Brasil é um mercado de produtos lácteos a ser observado na América Latina porque é o maior e responde por 37% do faturamento total de produtos lácteos na região. "O Brasil sempre é um jogador chave e seu desempenho continuará influindo no mercado lácteo em geral na América Latina", escreveu.

O Euromonitor Internacional sugere que o Brasil deverá experimentar um sólido crescimento interanual até 2022, junto com Argentina e Equador. (Todo El Campo - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
 
França proíbe rotulagem de produtos vegetais usando termos como "carne" e "leite"

Os alimentos veganos e vegetarianos não podem mais ser rotulados com termos específicos de carne ou lácteos, como "hambúrguer" ou "leite" na França. Uma emenda aprovada pelo parlamento francês tornou ilegal aos processadores de alimentos rotular alimentos vegetarianos e veganos com a terminologia comumente usada para carne e produtos lácteos. Isso inclui produtos originários de animais como bife, queijo, linguiça ou qualquer outro termo usado para carnes e lácteos tradicionais. De acordo com a British Broadcasting Company, uma violação da nova lei pode resultar em multas de até 300.000 euros (US$ 363.156). A emenda foi proposta por Jean Baptiste Moreau, agricultor e membro do Parlamento da França, e aprovada em 19 de abril em um projeto de lei agrícola. Moreau também é membro do partido político do presidente Emmanuel Macron, La République En Marche.

"É importante combater falsas alegações. Nossos produtos devem ser designados corretamente: os termos 'cheese' ou 'steak' serão reservados para produtos de origem animal", disse Moreau em um tweet.

Moreau argumentou que os rótulos de lácteos ou carne em comida vegana e vegetariana eram enganosos para os consumidores. Um processo judicial de 2017 pelo Tribunal de Justiça Europeu serviu de precedente, porque esse caso determinou que os alimentos de origem vegetal não podiam mais usar termos como leite, manteiga e queijo para rotular produtos na União Europeia. (As informações são da Drovers, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Negócios vão a R$ 4,5milhões
A 11ª Exposição de Gado Leiteiro, Máquinas e Produtos (Expoclara) recebeu um público de 36 mil pessoas durante quatro dias (3 a 6 de maio) de atividades no Parque da Fenachamp, em Garibaldi. A exposição contou com 229 animais das raças Jersey e Holandês, de propriedade de associados da Cooperativa Santa Clara, organizadora do evento. Também participaram 108 expositores de máquinas e equipamentos. Os negócios fechados por expositores e produtores associados à cooperativa chegaram a R$ 4,5 milhões. (Correio do Povo) 

Com a finalidade de promover e incentivar o desenvolvimento das relações comerciais e econômicas entre a Argentina e o Estado do Rio Grande do Sul, foi fundada nesta segunda-feira (7/5) em Porto Alegre, a Câmara Empresarial Argentino-Brasileira do Rio Grande do Sul (CEAB-RS). A solenidade, que ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), contou com a participação do embaixador do país no Brasil, Carlos Magariños. 
A nova entidade terá Fiergs, Fecomercio e Farsul são associados honorários. Os demais associados, pessoas físicas e jurídicas, terão seis meses de carência para contribuir. A presidência da CEAB-RS será exercida de forma rotativa entre os representantes dos três setores – indústria, comércio e agricultura. 
O secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, participou da cerimônia e destacou a importância desta parceria estratégica para o setor lácteo. “Vamos fazer conversações e troca de experiências em busca de novos mercados por meio de ações conjuntas entre os dois países”, comentou Palharini. A Argentina tem 10 mil produtores de leite e produz 10 bilhões de litros por ano. 
Entre as atividades já programadas pela CEAB-RS para 2018 está uma missão comercial do setor de alimentos com visita de empresas argentinas ao Rio Grande do Sul; uma missão comercial, organizada pela Fiergs, de empresas brasileiras à Argentina; e a participação da CEAB-RS na Federação de Câmaras de Comércio Brasil-Argentina.
Foto: Dudu Leal / Assessoria de Comunicação do Sistema FIERGS

A Fenasul 2018, de 16 a 20 de maio, deve marcar um movimento de união do setor laticinista para enfrentar as dificuldades que vêm corroendo a rentabilidade de toda cadeia produtiva.  A tônica foi destaca nos discursos de autoridades presentes no lançamento da exposição, realizado na manhã desta segunda-feira (7/5) no Gabinete da Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre. Confiante, o secretário da Agricultura, Odacir Klein, disse que a exposição terá muito sucesso porque, além de diversos patrocinadores, terá esforço expressivo do setor e do governo do Estado, que garantiu infraestrutura e serviços. O evento também contou com a presença do deputado e ex-secretário Ernani Polo, que deu início às tratativas para realização da mostra ao fim de seu mandato.  “Apesar da crise, será um evento excelente com bons resultados”, frisou Klein.

Neste ano, a Fenasul e a Expoleite ocorrerão em paralelo a evento da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC), a Copa do Mundo do Cavalo Crioulo. A ideia é reunir forças e levar público ao Parque de Exposições Assis Brasil. Ação essa que deve contar com o apoio da Prefeitura de Esteio.

A exposição também espera ter aumento na participação de animais. Segundo o presidente da Gadolando, Jorge Fonseca da Silva, a previsão é ter de 30 a 40 produtores e cerca de 200 exemplares da raça Holandês, bem acima dos 136 inscritos em 2017. “Os produtores estão estrangulados e trazer um animal para Esteio custa entre R$ 800 e 1200. Se tivermos recursos para subsidiar a vinda de produtores, podemos chegar a 250 inscritos”, prevê, lembrando que o prazo para cadastrar bovinos da raça terminar no final desta semana.  Com o objetivo de enxugar despesas, a organização da feira estuda cortar o uso de pistas cobertas, um conforto implementado apenas nos últimos anos. Além do gado Holandês e do Crioulo, a Fenasul ainda deve contar com provas do cavalo Árabe e aguarda-se confirmação de exposição de aves.

Presente no lançamento, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, anunciou apoio ao evento com cota de patrocínio.

Foto: Carolina Jardine

 
 

Porto Alegre, 07 de maio de 2018                                              Ano 12 - N° 2.729

 

Fenasul reflete dificuldades, mas projeta superação
 

Foto: Carolina Jardine 
A Fenasul 2018, de 16 a 20 de maio, deve marcar um movimento de união do setor laticinista para enfrentar as dificuldades que vêm corroendo a rentabilidade de toda cadeia produtiva.  A tônica foi destaca nos discursos de autoridades presentes no lançamento da exposição, realizado na manhã desta segunda-feira (7/5) no Gabinete da Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre. Confiante, o secretário da Agricultura, Odacir Klein, disse que a exposição terá muito sucesso porque, além de diversos patrocinadores, terá esforço expressivo do setor e do governo do Estado, que garantiu infraestrutura e serviços. O evento também contou com a presença do deputado e ex-secretário Ernani Polo, que deu início às tratativas para realização da mostra ao fim de seu mandato.  "Apesar da crise, será um evento excelente com bons resultados", frisou Klein.

Neste ano, a Fenasul e a Expoleite ocorrerão em paralelo a evento da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC), a Copa do Mundo do Cavalo Crioulo. A ideia é reunir forças e levar público ao Parque de Exposições Assis Brasil. Ação essa que deve contar com o apoio da Prefeitura de Esteio. 

A exposição também espera ter aumento na participação de animais. Segundo o presidente da Gadolando, Jorge Fonseca da Silva, a previsão é ter de 30 a 40 produtores e cerca de 200 exemplares da raça Holandês, bem acima dos 136 inscritos em 2017. "Os produtores estão estrangulados e trazer um animal para Esteio custa entre R$ 800 e 1200. Se tivermos recursos para subsidiar a vinda de produtores, podemos chegar a 250 inscritos", prevê, lembrando que o prazo para cadastrar bovinos da raça terminar no final desta semana.  Com o objetivo de enxugar despesas, a organização da feira estuda cortar o uso de pistas cobertas, um conforto implementado apenas nos últimos anos. Além do gado Holandês e do Crioulo, a Fenasul ainda deve contar com provas do cavalo Árabe e aguarda-se confirmação de exposição de aves. Presente no lançamento, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, anunciou apoio ao evento com cota de patrocínio. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Indústria, comércio e agricultura fundam a Câmara de Comércio Brasil-Argentina

Foto: Dudu Leal / Assessoria de Comunicação do Sistema FIERGS 
 
Com a finalidade de promover e incentivar o desenvolvimento das relações comerciais e econômicas entre a Argentina e o Estado do Rio Grande do Sul, foi fundada nesta segunda-feira (7/5) em Porto Alegre, a Câmara Empresarial Argentino-Brasileira do Rio Grande do Sul (CEAB-RS). A solenidade, que ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), contou com a participação do embaixador do país no Brasil, Carlos Magariños.  A nova entidade terá Fiergs, Fecomercio e Farsul são associados honorários. Os demais associados, pessoas físicas e jurídicas, terão seis meses de carência para contribuir. A presidência da CEAB-RS será exercida de forma rotativa entre os representantes dos três setores - indústria, comércio e agricultura. 

O secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, participou da cerimônia e destacou a importância desta parceria estratégica para o setor lácteo. "Vamos fazer conversações e troca de experiências em busca de novos mercados por meio de ações conjuntas entre os dois países", comentou Palharini. A Argentina tem 10 mil produtores de leite e produz 10 bilhões de litros por ano. Entre as atividades já programadas pela CEAB-RS para 2018 está uma missão comercial do setor de alimentos com visita de empresas argentinas ao Rio Grande do Sul; uma missão comercial, organizada pela Fiergs, de empresas brasileiras à Argentina; e a participação da CEAB-RS na Federação de Câmaras de Comércio Brasil-Argentina. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Importação de leite sobe 40% em abril

De acordo com os dados mais recentes da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em abril, o Brasil importou 39,9% a mais de leite em relação a março, sendo internalizados 91,2 milhões de litros em equivalente leite. Mesmo assim, com as importações mais "tímidas" no começo do ano, o acumulado dos quatro primeiros meses de 2018 é inferior ao volume importado no mesmo período tanto de 2017 quanto de 2016 (-39,7% e -29,6% respectivamente), como mostra o gráfico 1.

Gráfico 1. Evolução das importações brasileiras em equivalente leite nos 4 primeiros meses do ano. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.

 
Em abril, o destaque fica o para o leite em pó integral. No mês, foram importadas 6,5 mil toneladas, 111% de aumento em relação a março, mas ainda 13,5% menor quando comparadas às 7,6 mil toneladas importadas em abril/2017. A explicação para essa quantidade importada - mesmo com o dólar em franca valorização em abril - é o fato de esse leite em pó entregue em abril ter sido negociado em meados de fevereiro e em março, quando o dólar estava em torno de R$ 0,20 mais baixo, e o mercado interno vivenciava um momento de demanda de leite em pó integral aquecida e preços em alta.
Entre outros destaques, o leite em pó desnatado (1,2 mil toneladas importadas) teve queda mensal de 14,7% nas importações, com a demanda interna fraca e mercado bem abastecido. Nos queijos, as 2,1 mil toneladas importadas representaram queda mensal de 6,3%. Já a manteiga, ainda por reflexo dos preços internos altos, oferta escassa de gorduras e demanda mais ativa, teve um aumento de 13,4% em seu volume importado, chegando a 669,9 toneladas em abril. Confira na tabela 1 o saldo dos produtos lácteos negociados internacionalmente em abril pelo Brasil.
Tabela 1. Balança comercial láctea em março de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.
 
Com uma maior importação em relação a março e queda de 18,8% nas exportações, o saldo da balança comercial teve nova queda, chegando a -83 milhões de litros de leite, como mostra o gráfico 3.

Gráfico 3. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados da Secex.  (MilkPoint)
 

 
 
Queda de preços do leite longa vida pressionou os resultados da Jussara

Depois de ter registrado um resultado recorde em 2016, a Usina de Laticínios Jussara viu seu lucro recuar 97%, saindo de R$ 45,047 milhões para R$ 1,263 milhão no ano passado, de acordo com o balanço publicado pela companhia. A receita líquida da Jussara, que tem sede em Patrocínio Paulista (SP), também diminuiu, a despeito do aumento de 5% nos volumes comercializados, refletindo, sobretudo, a queda dos preços do leite longa vida no mercado. As vendas líquidas da empresa somaram R$ 794,333 milhões, retração de 4,65% em comparação com os R$ 833,042 milhões de 2016. 

 
 
Assim como outras empresas do setor de lácteos, a Jussara foi afetada por um mercado desaquecido e com maior oferta em 2017. A produção inspecionada de leite para processamento cresceu no ano passado, o que fez os preços ao produtor caírem 6% na média no pais, de acordo com Odorico Alexandre Barbosa, diretor-superintendente da Jussara. A disponibilidade de leite longa vida também aumentou em função da maior quantidade de matéria-prima. Os preços do longa vida da indústria ao varejo, no entanto, caíram de forma mais acentuada, 16%, afirmou. "Houve excedente de oferta de matéria-prima e retração no consumo", disse o empresário. Nesse ambiente, as margens da Jussara foram bastante pressionadas, saindo de "atípicos" 12% em 2016 para apenas 1,7% em 2017. Apesar do último ano difícil, Barbosa mostra otimismo e espera um 2018 com melhores resultados. Até em função do próprio ciclo do setor de leite, que intercala períodos de oferta mais elevada de matéria-prima com os de menor disponibilidade, o diretor da Jussara avalia que 2018 "tende a ser melhor que no ano passado". Segundo ele, "o primeiro trimestre ainda está lento", mas as margens "estão mais razoáveis", num cenário de preços "mais comportados" do leite ao produtor. Apostando na melhora do mercado, Barbosa acredita que a Jussara conseguirá alcançar um faturamento bruto entre R$ 1,050 bilhão e R$ 1,080 bilhão este ano. A empresa esperava atingir a marca de R$ 1 bilhão em 2017, mas a queda nos preços do leite longa vida num mercado desaquecido a impediu de bater a meta. A Jussara encerrou o último ano com receita bruta de R$ 929 milhões, abaixo dos R$ 947 milhões registrados no ano anterior. (Valor Econômico)
 
 

Leite/Espanha - Captação recorde de leite na Espanha em março
Em março passado, a captação de leite na Espanha continuou subindo em relação ao mesmo mês do ano anterior, mas, de forma menos intensa em comparação com os dois primeiros meses de 2018. O incremento em março foi de 1,6%.  Em fevereiro havia sido de 3,7%, e em janeiro de 5,2%. Os pecuaristas espanhóis produziram 627.322 toneladas de leite em março, de acordo com os últimos dados publicados. É um volume mensal recorde.  No primeiro trimestre de 2018 foram captadas 1,8 milhões de toneladas de leite, representando aumento de 3,5% em relação ao mesmo período de 2018. O preço médio recebido pago foi de 32,4 centavos/litro, caindo 0,5 centavos quando comparado com fevereiro. Ainda assim este preço é 1 centavo maior que o valor pago um ano atrás, e 2 centavos mais que o pago há dois anos. É semelhante ao preço de 2015, mas, fica 6,7 centavos abaixo do valor recebido pelos produtores em 2014. O preço na Espanha está bem abaixo da média da UE-15. O preço calculado pela LTO Nederland em março foi de 33,58 centavos/kg, ou 34,61 centavos/litro, portanto 2,2 centavos/litro acima do preço espanhol. (Agrodigital - Tradução Livre: www.terraviva.com.br)

A 11ª Exposição de Gado Leiteiro, Máquinas e Produtos, a Expoclara, realizada pela Cooperativa Santa Clara, associada do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat/RS), foi aberta oficialmente na quinta-feira (03/5), em Garibaldi. A solenidade contou com a presença do presidente do sindicato e diretor Administrativo e Financeiro da Cooperativa, Alexandre Guerra, além de autoridades municipais e estaduais, direção, associados, entre outros.

Em sua manifestação, Guerra reforçou o principal pleito do Sindilat atualmente, que é a compra governamental de leite em pó e o Prêmio para o Escoamento da Produção (PEP). “Já estamos há três meses com alta de preços no litro do leite ao produtor, mas ainda não atingimos os valores do ano passado”, pontuou Guerra, que ressaltou que as indústrias também não alcançaram os preços de 2017, e estão comercializando seus produtos a menor valor.

O governo do Estado foi representado pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Odacir Klein. Em sua fala, Klein lembrou que a Expoclara demostra como é um trabalho organizado e de cooperação. “Essas ações agregam valor ao produtor”, ponderou.

A feira reúne 229 animais, mais de 100 expositores e a expectativa é receber mais de 30 mil visitantes até o próximo domingo, 6 de maio. Ainda durante o final de semana haverão diversas atrações, como shows com Thomas Machado, vencedor do The Voice Kids 2017, João Luiz Corrêa e Grupo Campeirismo e Guri de Uruguaiana. A programação completa pode ser conferida no site www.coopsantaclara.com.br/expoclara.

Foto: Thiago Couto