Porto Alegre, 14 de maio de 2018 Ano 12 - N° 2.734
O secretário de Agricultura André Kaufmann destacou que o propósito da feira é o setor primário e agrícola. "Somos o segundo município da América Latina em pequenas propriedades. A Agrofeira vem para mostrar a representatividade da agricultura", destaca. O vice-prefeito Celso Krämer enfatizou a diversificação do interior de Venâncio Aires, além elencar preocupações da administração com a agricultura.
Representando as entidades parceiras e realizadoras da Agrofeira, o representante local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Ru¬ral (Emater) Vicente Finn mostrou a valorização da história referente ao produtor rural. O prefeito Giovane Wickert agradeceu e uma forma especial a todos os patrocinadores e idealizadoras do evento e enfatizou que "a agricultura familiar é motivo de orgulho para nós venâncio-airesenses". Wickert também apresentou números referentes à agricultura no município. "Somos um dos 50 maiores exportadores do Brasil. Isso nos orgulha, e a Agrofeira vem para mostrar a importância do campo e que ele precisa ser valorizado. Nosso interior precisa ser diversificado", finalizou.
Após o ato de lançamento da programação oficial, foi servido um coquetel de produtos coloniais das agroindústrias de Venâncio Aires aos presentes, uma mesa farta com pro-dutos do interior da Capital Nacional do Chimarrão. A Agrofeira acontece entre os dias 17 à 20 de maio no Parque Municipal do Chimarrão com exposição de animais, palestras, exposição de máquinas, implementos agrícolas, atrações culturais e gastronomia com a presença do pavilhão das agroindústrias. (Jornal do Comércio)
Semana decisiva para o destino das carcaças
cadeias produtivas da suinocultura, avicultura e bovinocultura têm prazo até esta quinta-feira
(17) para apresentar sugestões à redação da portaria n° 37do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)que irá regrar o recolhimento, transporte, armazenagem, manuseio, transformação e eliminação dos animais mortos não abatidos nas propriedades. O endereço http://sistemas.agricultura.gov.br/agroform/index.php/784466?lang=pt-BR exibe o texto e recebe as sugestões. Hoje, em atividades como a suinocultura, por exemplo, o descarte dos animais mortos por causas naturais, acidentes ou eventos climáticos é feito por meio da compostagem, com a carcaça sendo colocada num compartimento fechado, com serragem, para que se decomponha naturalmente e depois seja utilizada como adubo. A nova portaria propõe a criação de um serviço que recolha essas carcaças dando a elas um destino rentável, como o aproveitamento da gordura para fabricação de biocombustíveis e da carne, couro, ossos e vísceras para transformação em fertilizantes.
No Rio Grande do Sul, a discussão sobre as sugestões a serem apresentadas está sendo coordenada pelo Fundo de Desenvolvimento de Defesa Sanitária Animal (Fundesa). O presidente do fundo, Rogério Kerber, explica que o novo modelo de descarte dos animais abatidos já está sendo praticado num projeto-piloto na região de Concórdia(SC), que dá subsídios à portaria. "O descarte de animais é uma questão ética e sanitária há muito discutida, o Brasil está até atrasado em ter uma legislação específica para esta situação", observa. Segundo Kerber, a partir da portaria, que terá sugestões de todo o país, deve-se encontraras empresas que se habilitem aoprocedimento e construir as normas de trânsito dessas carcaças.
"Atualmente, pela legislação sanitária, os animais mortos não abatidos não podem sair da
propriedade. A portaria propõe a saída, mas sujeita ao controle do serviço veterinário oficial, no caso de suspeita de focos de doenças de notificação obrigatória", ressalta.
A veterinária Juliana Webster, coordenadora do Programa de Saúde Suína da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), diz que os técnicos do órgão estão alinhando as sugestões e vão apresentá-las dentro do prazo. De acordo com Juliana, a redação inicial da portaria não deixa claro que cadeias produtivas serão beneficiadas pelo sistema. "Nós acreditamos que o regramento deve ser para todos e que isto deve ser bem especificado na portaria. Neste sentido é que estamos estruturando as nossas sugestões", adianta. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também debate a medida, mas só irá se manifestar sobre o assunto depois do encerramento da consulta pública. (Correio do Povo)
RS: Rede Leite mostra bom exemplo de sucessão rural em Boa Vista do Incra
Rede Leite - Boa Vista do Incra, no Noroeste gaúcho, dá exemplo de como superar um dos maiores desafios do país, a falta de sucessores no campo. Na quarta-feira (09), uma experiência concreta de sucessão motivou a visita ao município de um grupo formado por extensionistas da Emater/RS-Ascar, pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm).O encontro, realizado na propriedade da família Siqueira, no interior do município, foi promovido pelo Grupo Social da Rede Leite Programa em Rede de Pesquisa-desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira no Noroeste do Rio Grande do Sul.
Agradeço de coração a visita de vocês, disse o anfitrião, Elvio Siqueira. Do total de sete filhos do casal Elvio e Catarina, seis estão envolvidos com atividade agropecuária e três trabalham na propriedade dos pais. É gratificante porque a gente tocou um serviço que o pai começou, disse o caçula, Altair Siqueira, um dos irmãos responsáveis pela produção anual aproximada de 590 mil litros de leite.O caso da família Siqueira serviu para ilustrar a tese da pesquisadora da Ufsm, a doutoranda em Extensão Rural, Aline Barasuol. Segundo ela, o jovem que tem uma experiência positiva no meio rural tende a permanecer no lugar. Ao contrário, se o sentimento for negativo, a tendência é se afastar, é negar o rural e aí, o jovem vai procurar algo positivo na cidade. O nosso discurso está vinculado ao que a gente sente, disse Aline.
O sociólogo da Embrapa Pecuária Sul (Bage/RS), Jorge SantAnna, enxergou na família Siqueira três fatores decisivos à sucessão rural: descentralização do poder paterno, interesse da família em aprender e inovar e apoio do governo. Primeiro houve uma vontade dos pais de que os filhos tocassem a propriedade, os pais não foram intolerantes. Segundo, a produção leiteira exige intelecto, conhecimento e estes rapazes incorporaram isso e realizaram investimentos, o que fez com que a propriedade saltasse, em oito anos, de 72 mil litros ao ano para quase 600 mil litros, com um significado econômico. E houve uma interferência, um apoio, do governo federal, representado pela Embrapa, estadual, representado pelos extensionistas da Emater, e da prefeitura. É uma situação exemplar de uma família que recebeu apoio nas três instâncias do governo, apoiando para que a sucessão ocorresse de uma maneira bem sucedida, analisou o sociólogo da Embrapa. Contudo, ponderou SantAnna, o Brasil ainda não inverteu o fluxo migratório, acentuado a partir da década de 1950: há mais gente saindo do que permanecendo no meio rural. Não é que o movimento de saída de jovens do meio rural tenha cessado, mas não tem mais tanta intensidade. Há um movimento de permanência, disse SantAnna.
Histórico
Na década de 1970, a construção da usina hidrelétrica Passo Real, em Salto do Jacuí, alagou a antiga propriedade da família Siqueira. Os agricultores foram reassentados pelo governo em Boa Vista do Incra. No município, Élvio e Catarina se casaram e tiveram sete filhos. A produção de leite em escala comercial iniciou em 1996, na época o plantel leiteiro não passava de 12 animais e a produção chegava a 44 mil litros ao ano. Em meio a uma crise com a falta de pasto para o rebanho a família Siqueira recebeu a visita de um extensionista da Emater/RS-Ascar. Com uma trena, foicinha e balança, o extensionista mostrou aos agricultores como pesar e calcular a quantidade de pasto necessária para alimentar o rebanho. Ao invés de três, o cálculo feito pelos rapazes mostrou que seriam necessários, pelo menos, 30 piquetes. Sobrou boia, as vacas saíam do piquete de barriga cheia, lembrou Altair. Em busca de mais informações, a família Siqueira ingressou na Rede Leite, em 2007. Desde então, a propriedade tem recebido a visita constante de pesquisadores, professores, extensionistas e administradores públicos.
NZ: condições para retorno ao produtor continuam favoráveis, diz ANZ
Con Williams Rural economista da ANZ, observa que as condições para os retornos ao produtor no setor de lácteos continuam favoráveis em geral. Ele prevê que a oferta global de leite vai crescer, ou ficar levemente menor, tendência com uma série de limitações específicas de cada país e custo marginal de aumento da produção (ou seja, alimentação animal, energia e salários). "Isso deve suportar a durabilidade do atual ciclo de preços, mas, como sempre, as condições climáticas - especialmente na Europa e na Nova Zelândia - serão importantes para determinar o resultado final. O outro fator de suporte é a demanda sólida prevista de uma série de mercados-chave". "Em 2018/19, temos o NZ$/US$ com média de 0,67, mas dados os intervalos recentes e as considerações de cobertura cambial, a taxa efetiva real deverá estar mais perto de 0,70. Com o leite em pó integral em uma ampla faixa de US$ 2.800 a US$ 3.300 por tonelada, o leite em pó desnatado da Nova Zelândia continua atraindo um prêmio em relação a outros fornecedores, e os preços de leite seguem um padrão similar a 2017/18. Isso dá ao produtor uma faixa de preço do leite de NZ$ 6 (US$ 4,2) por quilo de sólidos do leite - equivalente a NZ$ 0,50 (US$ 0,34) por quilo de leite. Nesta fase, estamos mais inclinados a um preço inicial do leite de NZ$ 6,75 (US$ 4,7) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,56 (US$ 0,39) por quilo de leite] em 2018/19". "Combinado com uma provável atualização para o preço do leite 2017/18 de NZ$ 0,05 - 0,10 (US$ 0,03-0,07) por quilo de sólidos do leite, o fluxo de caixa modelado para a média do fornecedor Fonterra totalmente compartilhado está indicando em torno de NZ$ 7 (US$ 4,9) por quilo de sólidos do leite [equivalente a NZ$ 0,58 (US$ 0,40) por quilo de leite] em 2018/19. Embora os baixos custos operacionais tenham diminuído um pouco desde a desaceleração nos retornos, os preços robustos ao produtor apontam para um sólido cenário de lucros de NZ$ 1.750 (US$ 1.222,67)/ha, contra uma média de 10 anos de NZ$ 950 (US$ 663,73)/ha". (As informações são do https://www.fxstreet.com, traduzidas pela Equipe MilkPoint)