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Os produtores de leite recuperam o ânimo diante da quinta elevação consecutiva dos preços médios dos lácteos no globalDairyTrade, referência mundial do comércio. O reajuste médio foi 10,1%, um percentual similar ao evento anterior e inesperado um mês atrás. Dessa forma, o preço ficou em US$ 3.366/tonelada. Confirmou-se assim o quinto aumento consecutivo desde o meado de dezembro último, quando a tendência de queda que dominou todo 2014, desde 18 de fevereiro até 2 de dezembro, inclusive. O leite em pó integral aumentou 19,2% em relação a 3 de fevereiro passado, enquanto o preço médio conseguido nos negócios do principal lácteo que o Uruguai exporta foi de US$ 2.874/tonelada. O mais importante, no entanto, foi a recuperação do leite em pó integral, que foi cotado a US$ 3.272/tonelada, obtendo reajuste de 13,7%. Além disso, os preços futuros sofreram reajustes, crescendo 15,3% em julho e 18% em agosto, o que pode consolidar o caminho de recuperação do setor lácteo. O diretor da Conaprole, Alejandro Pérez Viazzi, afirmou ao Observador que o ânimo dos produtores melhorou dada essa recente recuperação dos preços internacionais dos produtos lácteos. Espera-se ainda, que esta melhora permaneçaou seja até mais forte, não tardando para que as exportações uruguaias sejam beneficiadas. (El Observador)

O secretário executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, participou nesta quinta-feira (12, da reunião promovida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag) na Associação Comercial e Industrial de Ijuí para tratar da crise na bacia leiteira do Estado, atingindo principalmente os pequenos produtores.  Cerca de 10 mil estariam com problemas financeiros causados por falta de pagamento e não recolhimento do produto. Palharini lembrou que o brasileiro consome 178 litros per capita/ano, enquanto na Argentina o consumo é de 203 litros/ano e no Uruguai, 242 litros/ano. “Uma forma de atacar a crise é uma campanha para aumentar o consumo interno.” Entre 2004 e 2014, enquanto no Brasil cresceu a produção de leite em 56,7%, no Rio Grande do Sul o aumento foi de 103,3%. Significa que aumento de consumo não cresceu na mesma velocidade da produção. Segundo ele, o setor de fazer um resgate a credibilidade do leite. A fiscalização sempre aconteceu, faz parte do processo. Precisamos mostrar que a fraude é exceção através da união da cadeia leiteira. A indústria está investindo na rastreabilidade de todo o processo produtivo para garantir cada vez mais qualidade”, disse. O diretor executivo do Instituto Gaúcho do Leite (IGL) Oreno Ardemio Heineck, observa que o setor investiu para aumentar a produção e esqueceu do consumo. “Agora, temos que buscar a compra de leite em pó por parte dos governos, aumentar das exportações e levantar a fotografia da cadeia leiteira.” Além disso, propõe a modificação da lei Nº 156/2013 da deputada Maria Helena Sartori, que usa o termo desconformidade que provoca dúvidas e definir muito bem o que é fraude. O IGL tem uma projeção que dentro de quatro a cinco anos entre 20 mil e 30 mil famílias se verão obrigadas a abandonar a produção se nada for feito. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, revelou que a entidade está ouvindo os sindicatos, cooperativas e produtores para saber o que cada um está fazendo e o que pode ser executado a curto, médio e longo prazos. Na próxima semana, dia 20, é a vez de Guarani das Missões. O estoque total de leite em pó no Estado é estimado em cerca de 12 mil toneladas. O delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marcos Regelin, disse que existe um convênio entre o MDA e o governo do Estado no valor de R$ 40 milhões para a compra de leite em pó para a população carcerária. Já foram depositados R$ 10 milhões e está faltando o governo Sartori realizar a compra e depois serão liberados mais R$ 10 milhões. O MDA também está dialogando com a Famurs para que os prefeitos comprem leite em pó para as escolas municipais e um convênio com a Emater para possibilitar assistência técnica para 5.200 famílias de pequenos produtores de leite.  O diretor de Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Dionatan Alvarez, afirmou que o Estado vai manter o programa Leite Gaúcho que busca aumentar a quantidade e melhorar a qualidade do leite produzido nos estabelecimentos rurais do Estado, aumentando a renda dos agricultores de base familiar, contribuindo com os projetos  de combate à pobreza extrema, aliados aos projetos do governos federal e estadual, através da capacitação, assistência técnica, monitoramento da produção e acesso a crédito subsidiado. O prefeito de Ijuí, Fioravante Batista Ballin, salientou a gravidade da situação e lamentou a relação de alguns produtores com empresas não idôneas. “As empresas idôneas temos que preservar. Temos que adotar soluções conjuntas para minimizar este momento difícil.”  O gerente de Suprimento de Leite da CCGL, Jair Melo, afirmou que para a Central para buscar leite de quem produz menos de 100 litros/dia representa um custo em termos de logística 25% acima do mercado.  “A saída destes produtores, conforme ele, não chega a ser um problema em termos de produção, mas a questão é social. “O que eles vão fazer?”, questiona. Também participaram da reunião o assessor de Política Agrícola da Fetag, Márcio Langer, o vice-presidente da Fecoagro/RS, Rui Polidoro Pinto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Ijuí, Carlos Karlinski, representante da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seapa), lideranças da Regional Ijuí e produtores. (ComEfeito Comunicação Estratégica)

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, descartou hoje (11) risco de desabastecimento ou inflação de alimentos por causa da falta d'água que afeta o país. Ela explicou que, além das perspectivas de chuvas para os próximos dias, as perdas de produção nos estados mais afetados pela estiagem serão compensadas pela produção em regiões irrigadas. “É um otimismo não exacerbado, é uma torcida bem realista, porque, de fato, foram anunciadas chuvas para todo o Brasil, especialmente no Sudeste. Ficamos otimista por períodos. Neste, estamos otimistas”, disse Kátia, após reunião ministerial para discutir os impactos da seca. “Não estamos vendo caos diante dos nossos olhos”, acrescentou a ministra, ao adiantar que os dados do levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não trarão diferenças em relação às perspectivas apresentadas em janeiro. Os dados serão apresentados amanhã (12) pela Conab. Segundo Kátia Abreu, a produção de commodities (produtos primários com cotação internacional) não foi afetada, a de carne não depende de questões relacionadas à falta d'água neste momento, e a de leite também não sofrerá grandes impactos porque os produtores são preparados para a fase seca. Em relação ao tomate e à cebola, batata e laranja, que, segundo a ministra, têm grande reflexo sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ¬ que mede a inflação oficial ¬ a produção em áreas irrigadas deve compensar as perdas em São Paulo e no Paraná. “Estamos com a expectativa de que perímetros irrigados de Goiás e do Nordeste deverão produzir o suficiente para não termos problemas com estes produtos”, disse ela, lembrando que há 1,2 milhão de hectares irrigados por 17 mil pivôs centrais nestas culturas. De acordo com Kátia Abreu, as medições de umidade do solo feitas por satélite pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que os primeiros dados de fevereiro serão mais favoráveis para os produtores. “Nossa expectativa é positiva porque houve chuva em vários lugares do país onde não choveu no veranico de janeiro. Estamos otimistas porque a leitura desse próximo decêndio fará diferença e melhorará a umidade do solo percebida pelo satélite”, disse. As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia mostram que os estados do Ceará, Paraíba e Pernambuco terão estiagem grave, e Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte também serão afetados, em menor grau. Desde o agravamento da estiagem, oito ministros se reúnem com frequência para discutir os impactos da estiagem. Além de Kátia Abreu, participaram da reunião desta quarta¬feira, no Palácio do Planalto, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Integração Nacional, Gilberto Occhi, das Cidades, Gilberto Kassab, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, de Minas e Energia, Eduardo Braga, da Defesa, Jaques Wagner, e do Planejamento, Nelson Barbosa. (Agência Brasil)

dolar 385726A piora da percepção de risco em relação ao Brasil diantes da tensão política entre o governo e a base aliada, que aumenta o risco da implementação do ajuste fiscal, somada ao movimento de fortalecimento do dólar no exterior levou a moeda americana a enconsar em R$3 hoje, fechando no maior patamar desde 19 de agosto de 2004.O avanço também foi impulsionado pela apreensão dos investidores com o futuro da Petrobras e com as mudanças na diretoria do Banco Central brasileiro. Na avaliação de alguns analistas, a nova diretoria do BC sinaliza uma política monetária menos austera no futuro. A moeda norte-americana avançou 1,34 por cento, a 2,7782 reais na venda, após atingir 2,7852 reais na máxima da sessão. A cotação de fechamento é a maior desde 9 de dezembro de 2004 (2,781 reais). Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 900 milhões dólares. A criação de empregos nos EUA acelerou de forma sólida e superou as expectativas do mercado no mês passado, enquanto a renda média mostrou forte recuperação.O resultado jogou um balde de água fria sobre as apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, poderia elevar os juros mais tarde do que o esperado."O mercado vinha trabalhando com alguma possibilidade de o Fed postergar o início do aperto monetário para a segunda metade do ano. Hoje veio um dado extremamente bom, então o mercado está caminhando na direção contrária", disse o economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano. Juros mais altos tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro. Esse movimento pode se intensificar se a nova composição do BC brasileiro realmente se traduzir em menos altas da Selic, como alguns investidores temem. O BC anunciou na véspera que Luiz Awazu substituirá Carlos Hamilton Araújo, de perfil mais austero, na diretoria de Política Econômica, que naturalmente tem forte influência sobre a condução da política monetária. Awazu acumulava as diretorias de Assuntos Internacionais e de Regulação. "A impressão é que o BC vai ter uma composição menos rígida, mais tolerante", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. O BC também indicou Tony Volpon, atualmente no banco Nomura, para a diretoria de Assuntos Internacionais. O nome não convenceu os mercados financeiros, que entendem que as últimas projeções sobre a inflação publicadas por ele são "otimistas demais". A pressão sobre o câmbio foi corroborada pela indicação de Aldemir Bendine para a presidência da Petrobras, envolvida em esquema bilionário de corrupção. A indicação do executivo, que atualmente preside o Banco do Brasil, aumentou ainda mais a desconfiança dos investidores sobre o rumo que será dado à estatal."Não vejo um choque de gestão com essa nomeação", disse o estrategista de uma corretora nacional. Nesta manhã, o BC deu continuidade às atuações diárias e vendeu a oferta total de até 2 mil swaps, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1 mil contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 98 milhões de dólares. O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a 10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 30 por cento do lote total. (Valor Economico)

logo sindilat sem derivados jpegO presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e o vice-presidente do sindicato, Guilherme Portella, participaram nesta segunda-feira (02/03) de reunião na Fiergs, com a presença de outras federações patronais e do governo do Estado, sobre os prejuízos e dificuldades de operação do setor produtivo gaúcho em razão do movimento dos caminhoneiros. Na defesa dos interesses do setor lácteo, os dois dirigentes somaram-se às preocupações e ações da indústria e do Executivo para o fim imediato das barreiras nas estradas e a normalização das atividades econômicas no Rio Grande do Sul. Guerra relatou que a indústria láctea está sofrendo com a falta de insumos para industrializar seus produtos, além da quebra enfrentada na coleta de leite nas propriedades dos produtores que já dura mais de uma semana. Por causa do movimento, a indústria láctea ficou carente de embalagens, lenha para as caldeiras e produtos de limpeza, entre outros intens. O presidente do Sindilat acrescentou que a expedição de produtos acabados está bloqueada, não permitindo o cumprimento de contratos com o mercado interno e externo, fato que intensifica o desabastecimento. Na reunião, decidiu-se o estabelecimento de contatos com o governo federal, por meio do ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Uma idéia que ganhou força é de que cada setor organize comboios de caminhões para transportar seus produtos, estratégia que contaria com o apoio da segurança pública. (ComEfeito Comunicação Estratégica)

Em  meio a um cenário de contenção de gastos, as secretarias de Agricultura (Seapa) e do Desenvolvimento Rural (SDR) não definiram o futuro de ações como a gratuidade da  vacina contra a febre aftosa, que somente no Estado é fornecida sem custos a agricultores familiares, e o Plano Safra Estadual. Ainda “tomando pé” da situação, Ernani Polo, da Seapa, e Tarcísio Minetto, da SDR, falam em usar a criatividade para driblar o aperto nas contas do governo. Os atos de transmissão de cargo dos novos secretários ocorrem hoje. “Tudo que é possível enxugar, vamos fazer, porque é um desafio do governo como um todo”, afirma Polo. “O desafio é usar a criatividade para buscar uma alternativa dentro desse contexto”, completa Minetto. Um dos caminhos apontados para tocar as secretarias é a realização de convênios, principalmente com o governo federal. No caso da Seapa — com orçamento de R$ 318 milhões para 2015 —, Polo fala que as obras de recuperação do Parque de Exposições Assis Brasil, que teve várias estruturas danificadas por um temporal, poderão ser executadas em parceria com o setor privado. Na SDR, que conta com um orçamento de R$ 438 milhões, dos quais R$ 202 milhões são para a Emater, 22 convênios estão em andamento. “Dentro desse cenário, uma das alternativas é fazer uma equipe de planejamento importante e elaborar projetos neste sentido”, concorda Minetto. Um dos fatores que poderá auxiliar a Pasta, segundo o secretário, é a criação da Anater. Apesar dos cortes de gastos — previstos em decreto do governador José Ivo Sartori, publicado ontem no Diário Oficial —, o titular da Seapa fala em desenvolver programas à frente da secretaria. Um deles diz respeito à conservação do solo e da água.

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minettoNuma transmissão de cargo lotada por lideranças da agricultura familiar, do cooperativismo e do Parlamento, o economista Tarcísio Minetto assumiu ontem a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) com a promessa de preservar o que está funcionando e aperfeiçoar o que for possível frente ao momento crítico das finanças estaduais. As funções foram repassadas ao novo titular da pasta por Elton Scapini, que estava representando o ex-titular Ivar Pavan. O presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, o vice-presidente Raul Amaral e o secretário Executivo Darlan Palharini, prestigiaram a transmissão de cargo. Em seu primeiro discurso, Minetto revelou que assumir a pasta foi um grande desafio e responsabilidade. Para ele, a política de desenvolvimento rural no cooperativismo não é e nem pode ser um fim em si mesmo, mas um meio para canalizar os anseios dos agricultores familiares e do cooperativismo em todos os seus ramos. “A SDR tem a responsabilidade de formar políticas e diretrizes do desenvolvimento rural específicas dentro da diversidade existente”, completou. Minetto frisou que irá trabalhar pela diversidade, fazendo referência ao leque de movimentos sociais no RS.

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Desde junho de 2013, os produtores de leite têm que comprovar a ausência de tuberculose e brucelose de todo rebanho leiteiro, além de apresentar o atestado de vacinação contra brucelose. As novas exigências de controle de erradicação das doenças preveem como pena a não comercialização do leite produzido na propriedade. Laticínios que não entregarem a documentação por parte de seus fornecedores também não podem comercializar o leite. Por conta disso, a regional de Ivaiporã da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) alerta os produtores e laticínios que o prazo para a comprovação anual se encerra em maio. Segundo a veterinária da Adapar, Maria Andreolla, as novas normas fortalecem o Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT) para garantir a qualidade do leite comercializado no Paraná, que vem trabalhando para se tornar um estado livre de zoonoses. Na região de Ivaiporã, a preocupação da veterinária Maria Andreola é o tempo para a imunização e exame do rebanho, que é estimado em 80 mil cabeças de gado leiteiro. “Até agora não estamos nem com 10% dos exames realizados. Por isso, alertamos os produtores para que acelerem a vacinação e os exames, pois o tempo é curto”, assinala Maria Andreolla. Após adotar a devida vacinação e a realização dos exames, o produtor poderá iniciar o processo para a certificação da propriedade como Livre de Brucelose e Tuberculose. A certificação de propriedades iniciou em 2005 e obedece aos princípios técnicos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). As propriedades certificadas no estado do Paraná recebem uma placa de identificação, que é colocada na porteira da propriedade, indicando o status sanitário conquistado. De acordo com a veterinária Maria Andreola, a brucelose e a tuberculose são comuns aos animais e aos seres humanos. A contaminação pode ocorrer tanto no contato direto com o animal contaminado como na ingestão de leite não pasteurizado de animais doentes. “São doenças graves e que podem causar sérios danos à saúde dos animais e dos humanos”. Maria Andreolla observa ainda que, para o gado, ambas as doenças não possuem cura, sendo obrigatório o sacrifício sanitário dos animais que apresentarem reagentes positivos.  (Tribuna do Norte) 

Cerca de uma vez por semana, o telefone soa no mercado Dill Pickle Food Coop, em Logan Square, bairro "artístico" em Chicago, e a pergunta é quase sempre a mesma: "Tem leite?". Orgânico, para ser mais exato. "Há pessoas que ligam e dizem: 'Eu sei que o caminhão chega na terça¬-feira, você pode me separar três garrafas?'", diz Dana Bates-Norden, funcionária responsável pela compra de bens perecíveis. Desde o ano passado, o leite em garrafas de vidro produzido por fazendas orgânicas do Meio-¬Oeste dos Estados Unidos começou a esgotar-¬se apenas dois dias após chegar à loja. "Quando comecei há dois anos, sentia que acabaria perdendo uma boa parte do leite orgânico; agora, não consigo nem manter o estoque." Os americanos gastaram em torno de US$ 35 bilhões em alimentos orgânicos em 2014. Cerca de US$ 5,1 bilhões foram gastos em laticínios, mais que o dobro de dez anos antes, conforme dados do "Nutrition Business Journal" publicados no site do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Os produtores têm dificuldade para atender a demanda, uma vez que o leite ¬ cujo preço pode chegar a quase o dobro do comum ¬ vem sendo vendido por varejistas como o Walmart Stores Inc., e redes como o McDonald's Corp. Mesmo em Wisconsin, o Estado com mais estabelecimentos leiteiros orgânicos, algumas lojas exibem placas alertando para a falta do produto. No Fresh Madison Market, em Madison, capital do Estado, as vendas de leite orgânico dobraram nos últimos 12 meses, e a alta na demanda levou à falta do produto durante dez dias no início de janeiro, segundo o dono da loja, Jeff Maurer. "Temos clientes mais conscientes sobre os benefícios dos orgânicos", disse Jim Hyland, porta¬voz da Roundy's Supermarkets, de Milwaukee. Algumas das 149 lojas da rede, em Wisconsin e Illinois, sofreram falta do produto em 2014. O espaço destinado a laticínios orgânicos dobrou nos últimos cinco anos. Isto "não é algo que vai encolher", disse. Não são apenas os moderninhos que vêm aderindo aos orgânicos. Cerca de 45% dos americanos buscam produtos orgânicos, segundo pesquisa do Gallup de agosto. No Dill Pickle, em Chicago, os clientes são bem variados, incluindo solteiros jovens, famílias e consumidores mais velhos. As vendas de leite orgânico subiram 9,5% nos 11 primeiros meses de 2014, para 2,26 bilhões de libras-¬peso, segundo dados mais recentes do USDA. Em contraste, a demanda por leite convencional recuou 3,8%, para 43,49 bilhões de libras-¬peso no mesmo período. O preço de varejo do leite orgânico subiu 8,4% no ano encerrado em 6 de fevereiro, para US$ 3,89 por meio galão (1,893 litro), segundo o USDA. O preço do leite convencional subiu 14%, para US$ 1,92. O leite vendido como orgânico deve vir de vacas criadas sem hormônios ou antibióticos e os animais devem alimentar-¬se de pastagens orgânicas ou comer apenas ração orgânica ¬ milho ou outros grãos que não sejam transgênicos nem tratados com defensivos químicos. Tudo isso é regulamentado pelo governo. Ter a certificação de produção orgânica é um processo demorado e caro. Pelas atuais regras do USDA, o processo pode levar três anos, até que os agricultores convertam as pastagens e as plantações de grãos em orgânicas. No terceiro ano de transição, os animais tem de ser tratados apenas com alimentos orgânicos, o que pode elevar os custos em cerca de US$ 365 mil em uma fazenda com 500 vacas, segundo Andrew Dykstra, presidente da Chico, uma aliança de produtores de laticínios orgânicos na região oeste dos EUA, com sede na Califórnia. A Organic Valley, maior cooperativa de agricultores orgânicos nos EUA, paga parte do custo das fazendas leiteiras que queiram fazer a conversão. Para encorajar as conversões, a cooperativa aumentou a compensação neste ano para 75%, segundo o CEO George Siemon. Para Kathie Arnold, dona de 140 vacas leiteiras na Twin Oaks Dairy, em Truxton, Nova York, a alta nos preços lhe permite investir em novos equipamentos. Ela estima que sua produção vendida em janeiro rendeu cerca de 14% a mais do que um ano antes, maior alta anual desde que converteu sua produção para orgânica, em 1998. "Chegamos a um ponto em nossas instalações em que não podemos crescer sem expandir¬nos para outros terrenos". Os consumidores vêm aumentando as compras de leite orgânico porque o produto é visto como mais saudável, segundo Bob Goldin, vice¬-presidente executivo da firma de pesquisas Technomic Inc. . São as qualidades decorrentes da ausência de hormônios e antibióticos que atraem os consumidores, diz Goldin. "Não é necessariamente uma ligação lógica, mas é isso o que muitos consumidores definem como saudável. A definição do que é saudável vem mudando." (Valor Econômico)

O resultado do leilão GDT da última terça-feira (17/02) apresentou forte alta de 10,1% sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$3.366/tonelada. O leite em pó integral teve alta, de 13,7%, sendo cotado a US$ 3.272/tonelada, o maior preço desde julho de 2014. O leite em pó desnatado também teve elevação em seus preços, de 5,7%, sendo cotado a US$ 2.744/tonelada. Já o queijo Cheddar teve variação positiva nos preços, finalizando o leilão a US$ 3.054/tonelada, queda de 16,8%.  O volume comercializado apresentou queda de 18% com relação ao último leilão, com 22.957 toneladas vendidas.  As condições de seca na Nova Zelândia aliadas aos menores preços recebidos pelos produtores no final de 2014 tem reduzido a oferta no país, contribuindo para uma pressão de alta nos preços dos lácteos ofertados no Leilão GDT. Mesmo após 5 eventos consecutivos com preços em alta, na comparação com o Leilão GDT do mesmo período de 2014, os preços apresentam-se 32,9% menores. (MilkPoint, com informações do Global Dairy Trade)