Pular para o conteúdo

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, participou nesta terça-feira (28/4) do workshop ABLV&G100 sobre avaliações de risco, na Universidade de Passo Fundo. Acompanharam o dirigente o secretário executivo, Darlan Palharini, e a consultora de Qualidade do sindicato, Letícia Vieira Cappiello.

 

11198763 768583689922722 297096643 n

Guerra elogiou a iniciativa por abordar a qualidade do leite, um assunto de interesse da cadeia produtiva que tem como destinatário final os consumidores. No evento, ele comentou sobre os vários projetos em que o Sindilat está envolvido em busca da qualidade constante do leite.

Entre os projetos estão os que visam a utilização de equipamentos eletrônicos na coleta e medição de vazão do leite. A Cooperativa Santa Clara e a CCGL relataram suas experiências em relação a essa tecnologia.

11125493 768583829922708 1778895103 n

O presidente, que destacou a agenda positiva do setor lácteo, lembrou que o Mapa tem dado destaque ao leite do Rio Grande do Sul, tido como o mais controlado e monitorado do país, e por isso mesmo apontado como de qualidade superior. O workshop lançou, como disseram os organizadores, "um olhar rigoroso sobre a origem, coleta, análise e seleção da matéria-prima desde a fonte até a plataforma da indústria". O evento encerrou-se no início da noite. (ComEfeito Comunicação Estratégia)

27/04/2015

68Discutir o diagnóstico de brucelose animal e conhecer as políticas atuais sobre a doença são os objetivos do encontro sobre brucelose animal programado para o próximo dia 30 de abril. O evento é uma promoção do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com apoio da Supervisão Regional de Santa Maria do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Secretaria da Agricultura e Pecuária.

A programação inicia às 8h da manhã da próxima quinta-feira e prossegue durante todo o dia, no auditório Audimax, na UFSM. O professor da UFSM, Geder Paulo Herrmann, abre as palestras apresentando O Projeto de Diagnóstico de Brucelose Animal. A palestra sobre desempenho de teste de brucelose será apresentada pela médica veterinária Alessandra Lopes Goelzer, e o representante da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), Edemundo Gressler, irá encerrar as atividades da manhã falando sobre a percepção do Programa Estadual de Sanidade Ovina (PROESO) pelos criadores.

Pela parte da tarde, os fiscais agropecuários da SAP, Ivo Kohek Júnior e Gisane Lanes de Almeida, irão falar sobre epididimite ovina, PROESO e sobre ações de controle da tuberculose e brucelose no Estado. O médico veterinário Rafael Martins, representante do Ministério da Agricultura, irá encerrar os debates com uma palestra sobre a situação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) e sobre brucelose ovina.

O público alvo do evento, que terá uma carga horária de oito horas, são médicos veterinários, secretários de agricultura dos municípios do Corede Central e alunos do curso de medicina veterinária. (Assessoria de imprensa da Secretaria da Agricultura e Pecuária/ DDA / Região Central)

27/04/2015

68O aprendizado associado a momentos de lazer e divertimento é o diferencial proposto pelo segmento de turismo pedagógico, que tem crescido no mercado brasileiro focado no desenvolvimento de novas empresas no trade. Projetos como o implementado pela Fundação Turística de Joinville, ligada à prefeitura do município catarinense, oferecem a crianças e adolescentes a oportunidade de vivências diversas no campo, enquanto abrem as portas para uma fonte de renda extra entre os agricultores, fomentando também o destino, que é mais conhecido nacionalmente por sua atividade industrial.

“Há muito tempo que viver só do plantio já não é suficiente para sustentar toda a família”, explica o turismólogo Henrique Menestrina, filho de arrozeiros que, junto com o pai, José Menestrina, cumpre a rotina de receber grupos de escolas e da terceira idade, entre outros, em visita à propriedade rural. Ele admite que investir nesta atividade foi a forma encontrada pela família para permanecer no campo. “Hoje em dia, este é nosso principal negócio. Iniciamos no segmento de turismo rural há mais de uma década, mas o movimento começou a ficar forte somente há cinco anos.” A virada que garantiu o da empreitada está vinculada ao projeto Viva Ciranda, criado pela Fundação Turística de Joinville em 2010. A iniciativa do poder público literalmente transformou 14 propriedades da área rural do município em salas de aula ao ar livre.

Ali, alunos de escolas públicas de ensino Fundamental e Médio aprendem a manter contato com a natureza e a respeitar o meio ambiente e os animais. Os atrativos do projeto incluem cenários que vão desde quedas d’água cercadas por orquídeas e pássaros em meio à Mata Atlântica, passando por riachos, mirante para a Serra do Mar, montanhas, cachoeiras e vastos arrozais.

 

5

No caminho, as crianças estudam sobre hortas orgânicas e interagem com diversos tipos de flores e animais, cruzando trilhas ecológicas e consumindo produtos caseiros e café colonial. Abordados previamente na escola, os temas de aprendizado dos passeios incluem ainda o estudo de pequenos bichos, aves exóticas, abelhas e mel, ervas medicinais, águas e nascentes, e tratamento ecológico de esgoto. Depois da visita às propriedades rurais, estes assuntos são novamente desenvolvidos pelos professores, desta vez de forma mais aprofundada, com direito a testes e provas para avaliar o aproveitamento da atividade entre os alunos. A pedagoga e coordenadora do Viva Ciranda, Anelise Falk, conta que, em 2011, a Fundação Turística de Joinville recebeu incentivo de R$ 130 mil do Ministério do Turismo para a viabilização e desenvolvimento do projeto.

Com este dinheiro, foi possível produzir material de divulgação e pedagógico, além de capacitar os produtores, que viajaram para a França e acompanharam, por 10 dias, o modelo de trabalho com turismo pedagógico entre os agricultores locais e estudantes
franceses. “O programa em Joinville foi muito bem estruturado, tanto que disponibiliza até jogos lúdicos sobre todos os temas desenvolvidos nos passeios, evitando o cancelamento de visitas em dias de chuva, quando não é possível desbravar as propriedades”, comenta Anelise.

Somente no ano passado, cerca de 25 mil visitantes passaram pelas 14 propriedades rurais parceiras do projeto Viva Ciranda, sendo que 70% deste público foi de estudantes de diversos níveis, desde o jardim de infância até a universidade. “Deu tão certo que já recebemos inclusive visitas técnicas de secretarias de Turismo de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e de estados da região Norte, que vieram conhecer nosso trabalho para reproduzir o modelo”, comemora a coordenadora do Viva Ciranda.

“É bom para a economia da cidade, e também vira uma outra fonte de renda para quem depende da atividade agrícola”, avalia Anelise. As taxas por pessoa são acessíveis: R$ 8,00 sem lanche, e em torno de R$ 20,00 com refeição inclusa. Todas as visitas são feitas através de agendamento, para que os agricultores possam planejar a apresentação e atividades de acordo com a série escolar demandada. No caso de escolas públicas, o projeto disponibiliza transporte gratuito, em ônibus próprio. (Jornal do Comércio)

20150427 IMG 5271Em palestra feita durante reunião de associados do Sindilat nesta segunda-feira (27/4), a fiscal federal agropecuária Ana Stepan, do Mapa, informou que 694 transportadores de leite já fizeram o curso do PAS Leite com o objetivo de executar o seu trabalho com absoluta higiene e segurança. A meta, segundo Ana, é que o PAS Leite treine todos os transportadores de leite gaúchos até julho.
“Queremos fazer um evento na Expointer, em agosto, dizendo que todos os transportadores já fizeram o curso e que os nossos laticínios só trabalham com transportadores treinados”, declarou a fiscal. Estima-se a existência de 1.500 transportadores e leite no Estado. No curso, eles estudam sobre coleta e transporte do leite com higiene pessoal e dos utensílios usados, fazem testes do leite, medem a temperatura da matéria-prima. O obejtivo é evitar riscos biológicos, químicos e físicos ao leite que irá para a indústria. Questões legais sobre o transporte também são abordadas.

A analista de Serviços Técnicos e Tecnológicos do Senai, Martha Brandão, que também falou aos associados do Sindilat, acrescentou que os transportadores, auxiliares de coleta e técnicos apresentam boa receptividade ao curso, que deve ter outra versão no segundo semestre, aproveitando a avaliação das empresas em relação ao ministrado atualmente.

O PAS Leite, além dos transportadores, também organiza curso voltado aos produtores de leite e à indústria. O Sindilat é parceiro do programa ao lado de outras entidades, como a Fetag. O presidente do sindicato, Alexandre Guerra, diz que o treinamento dos transportadores e dos demais elos da cadeia produtiva elevará ainda mais a qualidade do leite gaúcho, somando-se aos programas de qualidade de cada empresa do setor. (ComEfeito Comunicação Estratégica)

DSC 2614A segunda reunião técnica da Aliança Láctea Sul Brasileira aconteceu nesta quinta-feira (23/04) no auditório da Farsul, em Porto Alegre, onde reuniu lideranças do setor do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O presidente da Comissão de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná e também coordenador da Aliança Láctea, Ronei Volpi, afirmou que é fundamental o envolvimento de forma equânime do setor público e o privado através de ações que acelerem o processo de qualificação e de produtividade do segmento lácteo. Desta forma, preparar o setor para ser cada vez mais competitivo no mercado global.

Durante a manhã, cinco grupos temáticos criados na reunião anterior, em Florianópolis, reuniram-se para discutir a criação de programas de pagamento por qualidade, transferência de tecnologia, assistência técnica e qualificação, a sanidade e inspeção, a gestão industrial e de transporte e a política tributária e desenvolvimento de mercado.

À tarde, com a presença dos secretários de Agricultura, Pecuária e Abastecimento dos três estados do Sul e a coordenação do presidente da Farsul, Carlos Sperotto, foram apresentadas propostas de ações definidas pelos grupos de trabalho. Estas ações envolvem os setores público e privado num esforço de desenvolver todos os elos da cadeia láctea no sul do país. Com a união dos três estados, o Sul pode se tornar ainda este ano a região de maior produção do País, superando pela primeira vez o Sudeste.

José Augusto Horst, da Associação Paranaense dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, fez um relato das propostas do Grupo da Qualidade, entre elas a revisão e atualização do Instrução Normativa 62 de 2011.

O grupo salientou a importância do pagamento por qualidade da indústria para o produtor, com bonificação e penalização via preço.
O grupo da Sanidade, representado por Inácio Kroetz, presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), propôs a busca de harmonização na identificação dos animais sob o programa Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) e atualizar o cadastro agropecuário. Além disso, ampliar a participação da União nas compensações financeiras com os animais doentes e ações complementares, como manter a apresentação da salvaguarda sanitária, exigência básica para obter as compensações.

A organização de um workshop por Estado com resultados já na próxima reunião da Aliança Láctea, que acontecerá em 17 de julho, em Florianópolis, foi a proposta do grupo Qualidade e Sanidade, representado por Andreia Claudino, engenheira química, baseado nas necessidades detectadas pelos grupos.

O grupo Desenvolvimento Industrial, representado pelo vice-presidente do Conseleite do Paraná, Wilson Thiesen, propõe uma política tributária harmônica entre os três estados do Sul, evitando a guerra fiscal. Ressalva que é necessário esperar o Senado definir as alíquotas interestaduais. “Até lá, devemos lutar contra a ação predatória, de outros estados que levam a matéria-prima dos estados do Sul e utilizar incentivos fiscais para produzir leite UHT”, afirmou Thiesen. O grupo entende também que é necessária uma maior participação das indústrias dos três estados nas reuniões da Aliança Láctea.

Pelo Sindilat estiveram presentes Renato Kreimeier, Darlan Paharini, Jéferson Farias e Fernando Staggemeier. (Com Efeito Comunicação Estratégica/Sindilat)

10672222 290245384492887 122602948737245456 nO leite é um alimento essencial na nossa vida. Mas antes de chegar na mesa do consumidor, ele passa por uma série de processos.

Na Expoclara, a Vitrine do Leite está sendo exibida através de um vídeo explicativo e dúvidas são respondidas por técnicos da área. Na primeira edição de hoje, um grupo de produtores de leite, da cidade de Nova Bassano, conduzido por Maria Luiza Gonçalves, pode conhecer mais sobre o alimento que faz parte da suas vidas.

Durante o final se semana, mais oito edições serão realizadas. O vídeo transmitido também pode ser encontrado no site www.sindilat.com.br. (Equipe Sindilat)

logo fb ttA paralisação dos caminhoneiros iniciada nesta quinta-feira (23/4) em algumas rodovias federais do Rio Grande do Sul já preocupa o Sindilat. “O setor necessita de ações rápidas e fortes do governo estadual e federal para que os caminhões com leite não fiquem parados nos bloqueios. Entendemos da importância do pleito, mas o setor não tem margem para arcar com qualquer tipo de prejuízo”, disse o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra.

O Sindilat possui liminares vigentes de ações impetradas em fevereiro quando da paralisação anterior nas seguintes regiões e rodovias: Palmeira das Missões (BRs 386 e 468), Santa Rosa (BR 472), Carazinho (BRs 285 e 386), Santo Ângelo (BRs 285 e 344), Santa Maria (BRs 158 e 392) e Passo Fundo (BR 285).

O sindicato acredita que as liminares de ações movidas pelo governo também estão vigentes. O sindicato solicitou a seus associados que informem sobre eventuais dificuldades no trânsito de leite cru, produto pronto ou insumos para os laticínios. Na paralisação anterior o volume de leite que deixou de ser recebido pela indústria foi de cerca de 15,5 milhões de litros. O setor leiteiro foi um dos mais prejudicados pelo movimento. (Com Efeito Comunicação Estratégica/Sindilat)

prod origem animalA Secrataria de Agricultura trabalha na elaboração de um programa de incentivo ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar (Susaf), com o objetivo de ampliar o número de municípios enquadrados no sistema. Hoje são apenas 54 prefeituras encaminharam a documentação necessária.

“Queremos sanar as dúvidas dos gestores para que eles encaminhem a documentação, tenham maior clareza e possam ser bem-sucedidos”, explica a chefe de Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Juliana Weber Carvalho Galvani. O programa deverá ser discutido em conjunto com a Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), Famurs, Fetag, e Emater. Não há metas com relação ao número de homologação para este ano, mas Juliane acredita que os cinco municípios já enquadrados possam servir a de incentivo aos demais uma vez que nestes locais o produto das agroindústrias pode ser comercializado em todo o Estado.

O Susaf foi criado em julho de 2012 para ampliar as fronteiras de atuação das agroindústrias. Coordernador de AGRICULTURA Márcio Nascimento atribuiu as dificuldades das prefeituras em se adequar as exigências do sistema aos “escassos” recursos disponíveis. “Estamos financeiramente estrangulados”, argumenta. (Correio do Povo)

alexandreDepois de 31 anos de vigência, as cotas de leite na União Europeia (UE) foram revogadas no dia 1º de abril. A limitação obrigava os produtores locais a trabalhar com o freio de mão puxado. Agora, libertos da restrição, eles produzirão mais leite. Alguns pensam em duplicar o seu volume, aumentando o número de vacas ordenhadas. Naturalmente, os países do bloco irão disputar o mercado externo que o Brasil está almejando, principalmente Ásia, Rússia, África. O fim das cotas de leite na UE impõe que o setor lácteo brasileiro se torne mais competitivo. O Rio Grande do Sul, como o segundo maior produtor nacional, pode ter papel de destaque nesse novo cenário. Plantas industriais do Estado já estão certificadas ou em processo de qualificação para venderem produtos lácteos no Exterior. A par disso, é preciso que os produtores de leite se mobilizem para obter a indispensável certificação como livres de tuberculose e brucelose. Eles podem contar com o apoio do Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS), cujo Comitê Técnico é integrado por Fetag, Ministério e Secretária da Agricultura, Farsul e Sindilat, para conseguir o status. Notícias do chamado velho continente indicam que os produtores de maior competitividade e valor, no universo composto pelos 28 países-membros da comunidade europeia, são os da Irlanda, Holanda e Dinamarca. A Irlanda, diante do novo cenário, pretende, por exemplo, reproduzir o desempenho da Nova Zelândia, um dos maiores produtores mundiais de laticínios e grande exportador para a China. A aspiração irlandesa tem fundamento. Em 1984, antes das cotas, produzia os mesmos 5 bilhões de litros que a Nova Zelândia. A Irlanda continuou nesse patamar e a Nova Zelândia saltou para 18,5 bilhões de litros por ano. O Brasil, com uma produção de quase 37 bilhões de litros de leite por ano ano, a qual cresce 7%, está se tornando autossuficiente. A exportação passa a ser um imperativo, como bem externou na recente Expodireto Cotrijal a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disposta a apoiar o setor nesse novo momento. O sucesso na abertura de novos mercados para as empresas também depende do empenho e da agilidade do governo. Enfim, para competir com os players que suprem seus mercados internos e ainda buscam divisas atendendo a demanda mundial por lácteos, o Brasil precisa conjugar qualidade e eficiência. (Zero Hora)

* Presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat- RS), diretor administrativo e financeiro da Cooperativa Santa Clara, diretor da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e vice-presidente do Conselho Estadual do Leite (Conseleite)

valorA crise na economia brasileira ¬ que já vive um cenário de aumento do desemprego ¬ não deve afetar o consumo de leite longa vida (ou UHT) no país este ano, avalia Cesar Helou, novo presidente da Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), que acaba de assumir o cargo.

Por se tratar de um produto básico, que está praticamente todos os dias na mesa do brasileiros, e de baixo valor, seu consumo deve ser poupado. Diferentemente de outros itens lácteos mais caros. A expectativa da ABLV é que o crescimento da demanda seja semelhante à vista no ano passado, quando a produção de leite longa vida somou 6,6 bilhões de litros, um aumento de 3,4% sobre 2013. “Deve crescer algo parecido com isso ou perto disso”, projetou, em entrevista ao jornal Valor Econômico. A estimativa é de que esse mercado tenha movimentado cerca de R$ 15 bilhões no ano passado.

De acordo com Helou, que é sócio do Laticínios Bela Vista, o consumo de leite longa vida deve continuar avançando em regiões como o Norte do país, onde os volumes ainda são baixos na comparação com outras áreas do Brasil, pois o produto mais demandado ainda é o leite em pó. Além disso, o consumo deve seguir crescendo nas camadas mais pobres, nas quais ainda há espaço para avançar.

No ano que passou o leite UHT voltou a ganhar terreno sobre o produto pasteurizado, segundo o presidente da ABLV. O consumo desse tipo de produto caiu 9%, para 1,220 bilhão de litros no país. Já a demanda por leite em pó ficou praticamente estável, com 2,920 bilhões de litros.

Cesar Helou afirmou, sem citar números, que as bebidas à base de soja ¬ uma opção para as pessoas com intolerância à lactose ¬ também têm perdido espaço para o leite longa vida. Isso porque aumentou a oferta de leite sem lactose no mercado brasileiro.

Eleito por dois anos em substituição a Cláudio Teixeira, do laticínio Italac, o novo presidente da ABLV disse que sua preocupação é com 2016. “Se o país não conseguir uma virada [na economia] até fim do ano, as pessoas podem não ter dinheiro [para consumo de produtos básicos]”, afirmou. “Se o emprego e o crescimento não voltarem, até o consumo de alimentos será afetado”, acrescentou.

Embora não esconda a preocupação, Helou disse estar “confiante” que o ministro da Fazenda Joaquim Levy conseguirá promover tal “virada”, com a consequente volta do crescimento do país e dos níveis de emprego.

Mesmo com uma certa calmaria no consumo atualmente, a expectativa de Helou é de que os preços praticados pela indústria de leite longa vida subam no primeiro semestre. Isso porque não há grandes estoques nem no varejo nem na indústria e a oferta de leite cru é menor por conta da seca. “O preço da matéria¬prima já está subindo”. Ele considera, porém, que “o consumidor não deve sentir tanto porque a margem do varejo já está alta”. Assim, haveria menos terreno para valorização no varejo.

O último levantamento da Scot Consultoria para os preços do leite ao produtor ¬ referente ao pagamento de março ¬ mostra alta de 1% na cotação, para um valor médio de R$ 0,894 por litro no país. Já o leite longa vida no atacado subiu entre a segunda quinzena de março e a primeira de abril, conforme a pesquisa da Scot, saindo de R$ 2,07 o litro para R$ 2,10. A média é apurada com base em dados dos mercados paulista, goiano e mineiro. No varejo, com dados de São Paulo e do interior paulista, o preço teve leve queda na mesma comparação, segundo a Scot, de R$ 2,76 para R$ 2,75 o litro, em média.

Após a queda na oferta de leite para processamento no primeiro semestre, Helou estima que a disponibilidade deve crescer a partir de julho, principalmente com a perspectiva de uma safra “muito boa” no Sul e “chuvas normais” no fim do ano em Goiás e Minas Gerais, importantes bacias leiteiras do país.

Isso significa pressão sobre as cotações. Mas se o câmbio estiver favorável, poderá estimular as exportações de lácteos, reduzindo a oferta interna, ponderou o presidente da ABLV.

À frente de um setor com margens baixas e presidindo um entidade cujos 31 associados respondem por mais de 80% da produção brasileira de leite longa, Helou disse que sua gestão seguirá três vertentes. Uma delas é a implementação de um trabalho em relação à política de resíduos sólidos, com o objetivo de ampliar a reciclagem das embalagens longa vida.

Além disso, a ABLV buscará melhorias nas estatísticas sobre o setor de lácteos, “para poder adotar políticas alinhadas com a realidade do setor”, segundo o dirigente. Outra vertente é tentar melhorar a imagem do segmento de longa vida. “A imagem do longa vida vem melhorando muito, mas pode melhorar mais, e o Ministério da Agricultura pode ajudar”, afirmou Helou. Em sua avaliação, o ministério poderia tomar medidas para incentivar o consumo de leite e também aprimorar os programas de capacitação de produtores. (Valor Econômico)