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Porto Alegre, 13 de agosto de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.084

 

   Indicadores de preços do leite e custos de produção do IFCN
 
Dados do IFCN - International Farm Comparison Network

O Índice IFCN do preço do leite no mês de julho ficou em US$ 23,2/100 kg, nível só verificando em 2009, e menos da metade do valor obtido em fevereiro de 2014, US$ 56,00/100kg, quando as commodities lácteas obtiveram cotações recordes.

O preço dos insumos para ração, por outro lado, fechou com aumento, US$ 24,40/100 kg. Embora tenha variado dentro da faixa de valor verificada nos últimos doze meses, mostra tendência de alta.

E por apresentaram movimentos opostos, a relação entre os Índices IFCN do preço do leite/custo da ração, no mês de julho, ficou abaixo de 1, indicando, que a produção do leite entrou no vermelho. Isso ocorreu entre janeiro de julho de 2009, e retornou por três meses entre julho e setembro de 2012.

Levando em consideração que as projeções para recuperação das cotações das commodities lácteas só deverá ocorrer no início do ano que vem, e que os preços do farelo de soja e do milho encontram-se em níveis, historicamente baixos, e que devem oscilar nessa faixa de preço até o final de 2015, é de se esperar, que os produtores de leite estarão trabalhando no vermelho nesse segundo semestre.

A consequência a médio prazo, dessa volatilidade extrema, onde a atividade deixa de ser remunerada, será a queda na produção. Não deverá ocorrer em todas as regiões, simultaneamente, mas ela já está desestabilizando o setor lácteo da Nova Zelândia, e outros países que produzem para exportação, como Uruguai e Argentina.


 
O Índice IFCN dos preços do leite, é uma combinação dos preços médios de uma cesta de commodities lácteas negociadas no mercado mundial.

O indicador de preços do IFCN sinaliza o nível de preços do mercado mundial do leite. Representa o quanto uma indústria poderia, teoricamente, remunerar seus produtores, se seus produtos forem vendidos no mercado nas cotações vigentes no período. Existe uma ampla faixa entre o indicador IFCN e indicadores de preços mundiais elaborados por analistas do setor lácteo, demonstrando o stress econômico da atividade, quando o principal produto é negociado no limite inferior do intervalo.

O indicador IFCN é elaborado da seguinte forma: 1 - Leite em pó desnatado & Manteiga (35%); 2 - Queijos e Soros de leite (45%); e 3 - Leite em pó integral (20%).

O Índice IFCN dos custos da alimentação representa o nível dos preços no mercado mundial de insumos para ração, farelo de soja e milho.

A relação entre o preço do leite e a cotação da ração, indica a lucratividade. De uma forma simplificada, mostra quantos quilos de ração o produtor pode comprar com a venda de um quilo de leite. Uma relação leite/ração maior que 1,5 é considerada favorável. Se o aumento da produção se dá via utilização de concentrados, e a razão continua subindo, o sistema é recomendável.

Por outro lado, se a razão for caindo em direção a 1, ou menos, o concentrado pode significar aumento do prejuízo. (Terraviva)
 
Indústria pede grupo para debater balança comercial do setor lácteo
 

(Foto: Carlos Silva/MAPA)

Reunidos com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, por mais de uma hora na tarde desta quarta-feira (12/8), representantes do setor lácteo cobraram políticas públicas que ajudem o setor a estabilizar o déficit da balança comercial. Durante o encontro, agendado pelo deputado federal Alceu Moreira, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) sugeriu a criação de um grupo de trabalho para debater as distorções de mercado que vêm reduzindo as exportações e elevando as importações de produtos lácteos. Durante o encontro, Kátia Abreu ainda anunciou a habilitação da planta da Dália Alimentos, de Arroio do Meio, para exportação para a Rússia.

"A ministra foi bastante receptiva aos pleitos e mostrou disposição em auxiliar o setor", pontuou o 1º vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, ao sair do encontro, que contou com representantes nacional da cadeia produtiva. A intenção é que o governo federal possa adotar alguma ferramenta que equipare o preço dos produtos que ingressam no Brasil ao valor padrão auditados pelo Conseleite/RS. Um exemplo preocupante é o leite em pó. Enquanto o quilo do produto nacional apurado pelo Conselho é de R$ 11,10 o quilo, o similar importado chega ao mercado brasileiro por R$ 6,09, uma diferença de R$ 5,01 por quilo.

No entanto, a maior preocupação dos laticínios é fomentar as exportações. Para isso é preciso apoio do governo para que as empresas brasileiras tornem-se competitivas no mercado externo. Apenas no Rio Grande do Sul há mais de 105 mil famílias de produtores de leite (1,05 milhão no país).

Dados recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que o Brasil importou 51,65 milhões de quilos de leite em pó (integral e desnatado) nos primeiros sete meses de 2015, contra 27,47 milhões de quilos no mesmo período do ano anterior (aumento de 88,02%, representando 24,18 milhões de quilos).

Já as exportações de leite em pó do Brasil para o mercado externo foram bem menores e decrescentes. Nos primeiros sete meses de 2015, o país exportou 17,37 milhões de quilos, contra 23,33 milhões de quilos no mesmo período do ano anterior (queda de 25,55%, equivalendo a 5,96 milhões de quilos). (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Produtores do Alto Jacuí discutem desafios do setor lácteo

Mais de 200 produtores, técnicos e autoridades da região do Alto Jacuí, no interior gaúcho, discutiram nesta quinta-feira (13/08) os desafios do setor lácteo no Rio Grande do Sul. No evento, que foi promovido pela Cooperativa Tritícola de Espumoso (Cotriel) e ocorreu no município de Campos Borges, o público acompanhou a apresentação do presidente do Sindicato da Indústria dos Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, sobre as perspectivas do segmento neste segundo semestre do ano no Estado.  

Guerra também demonstrou preocupação com o projeto de Lei do governo do Estado (PL 214), que irá impactar diretamente as indústrias e produtores gaúchos. Isso porque, se aprovado, representará redução de 30% nos créditos presumidos de ICMS. Na prática, avalia Guerra, a medida compromete a competitividade das empresas gaúchas, além de ser um desestímulo à produção. Em função do regime de urgência, a proposta deverá ser votada até o dia 8 de setembro na Assembleia Legislativa.

Durante sua palestra, Guerra ressaltou a importância do papel do produtor diante do atual contexto do setor, em especial, no que se refere à qualidade do leite e à prática de medidas e procedimentos que garantam competitividade no panorama internacional.  (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Desvalorização da moeda chinesa pode causar mais problemas ao mercado lácteo internacional

Nessa semana, o Banco Central chinês surpreendeu os mercados do mundo todo ao desvalorizar a moeda chinesa, o Yuan, em 3,5% frente ao dólar em apenas dois dias. A China pratica um regime de câmbio relativamente estável e tal movimento reflete uma perspectiva de mudança nos níveis de equilíbrio de preços de diversos produtos na economia mundial.

Enfraquecimento da Economia chinesa

O governo da China divulgou recentemente que as exportações de julho foram 8,3% menores que as do mesmo período em 2014. Além disso, vem tendo uma desaceleração nas suas taxas de crescimento do PIB: segundo dados do Banco Mundial, até 2014, a média anual de crescimento chinês foi de 9,8% ao ano, para 2015, as projeções giram em torno de 7%. Ainda é muito quando comparado ao resto da economia global, mas é uma retração expressiva nas taxas de crescimento. 

A atuação do BC chinês visa trazer maior competitividade à indústria local para aumentar as exportações. Com um Yuan desvalorizado, o custo dos produtos chineses fica mais barato. Por outro lado, os produtos importados ficam relativamente mais caros, o que deve afetar a demanda da China por diversas commodities. Apesar dessa mudança de 3,5% não ser tão expressiva, é preciso ver até onde vai tal movimento de desvalorização do Yuan e, também, como irão reagir os Bancos Centrais de diversos países.

Mercado lácteo também deve ser afetado

A partir da metade dos anos 2000, a China apresentou protagonismo no mercado de lácteos, tornando-se o maior importador de leite em pó do mundo. O gráfico abaixo apresenta o crescimento da importância chinesa no mercado internacional de leite em pó, com o país saltando de pouco mais de 15% das importações de leite em pó integral em 2007 para mais de 60% em 2014.

No entanto, a partir da metade de 2014, a demanda chinesa por lácteos vem desacelerando expressivamente, o que já gerou enormes quedas no mercado, com o leite em pó integral comercializado no leilão Global Dairy Trade caindo de mais de US$5.000/ton para US$1.580/ton no último leilão, realizado no início de agosto.

Gráfico 1 - Preços de leite em pó integral no Leilão GDT (US$/ton)

 

Com o movimento do BC Chinês, as importações podem continuar a retroceder, fazendo com que o movimento de queda nos preços internacionais de lácteos persista. (Equipe MilkPoint)

 
Leite: Menor demanda e aumento da oferta derruba os preços no mercado internacional
O mercado mundial de leite, vem enfrentando algumas questões que influenciam significativamente seus preços. Os destaques foram a diminuição das compras chinesas no fim do ano, devido aos altos estoques desse país, e a proibição da Rússia da entrada de produtos lácteos de países da União Europeia, EUA e Austrália.
Somado a isso teve-se um aumento da produção em tradicionais países produtores de leite, o que levaram a um excedente de produtos no mercado internacional e a um elevado volume disponível para exportação. Assim, segundo a FAO, os preços internacionais dos produtos lácteos devem permanecer em patamares historicamente baixos. Esse cenário também afeta o setor lácteo brasileiro e mato-grossense, com mais um agravante, que é a queda na demanda interna. Assim, um olhar mais atento para a produção dentro da porteira é essencial para os produtores conseguirem passar por este momento crítico da atividade. (Fonte: Imea)
 

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat) iniciou nesta semana uma forte mobilização junto aos deputados estaduais contra o Projeto de Lei 214, que teve pedido de urgência encaminhado pelo Executivo à Assembleia Legislativa. A proposta ingressou na Comissão de Constituição e Justiça na quarta-feira (12/8) e passará a trancar a pauta. Pelo regramento, os deputados têm até o dia 8 de setembro para votarem a matéria em plenário.

O PL 214 reduz em 30% os créditos presumidos concedidos pelo governo gaúcho às indústrias, prejudicando a isonomia das empresas gaúchas perante aos outros estados da federação. Na prática, para o Sindilat, isso significará perda de competitividade e desestímulo à economia gaúcha, uma vez que a ação motivará a desistência de muitos produtores da atividade leiteira e a desaceleração da indústria em investimentos no Estado do RS.

Preocupado, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, esteve reunido com parlamentares para articular reação à medida, que julga danosa a todo o agronegócio e, inclusive, à economia dos municípios gaúchos. Comitiva do Sindilat esteve com os deputados Elton Weber (PSB), Jorge Pozzobom (PSDB) e Gabriel Souza (PMDB). "Essa mudança pega o setor lácteo em um momento delicadíssimo, quando o aumento das importações e a diminuição das exportações vêm esmagando a rentabilidade da atividade. Se aprovado, o PL 214 afetará mais de 100 mil famílias, que estão distribuídas em 95% dos municípios gaúchos, ligadas à produção do leite", pontua, lembrando que a perda de competitividade, sem dúvida, acarretará em redução de mais de três centavos do valor pago pelo litro do leite.

ara o deputado Elton Weber (PSB) é preciso uma avaliação criteriosa do impacto do PL 214 sobre a renda do agricultor. Weber justifica que um eventual repasse da elevação de tributo ao preço seria muito prejudicial num ano em que já houve forte aumento de custos no campo, ao redor de 15%. “Nós já tivemos elevação dos custos produtivos e o aumento de impostos consequentemente deverá ser repassado ao preço pago ao produtor, afetando novamente a sua renda.”

Para agravar ainda mais a situação, o governo estadual publicou o decreto 52.392, em junho deste ano, que determina que, a partir de 1º de janeiro de 2016, passará a tributar os insumos, medicamentos e equipamentos utilizados no agronegócio, o que irá aumentar ainda mais o custo do produtor. Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, se entrar em vigor, essa medida fará com que todos os insumos e equipamentos utilizados na produção láctea fiquem mais caros. “As propostas poderão fazer com que o produtor desista e busque outros estados. Isso mostra que o governo do Estado não está aberto ao diálogo com o setor produtivo.”, comentou Guerra.

 

Presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, em debate com produtores

Mais de 200 produtores, técnicos e autoridades da região do Alto Jacuí, no interior gaúcho, discutiram nesta quinta-feira (13/08) os desafios do setor lácteo no Rio Grande do Sul. No evento, que foi promovido pela Cooperativa Tritícola de Espumoso (Cotriel) e ocorreu no município de Campos Borges, o público acompanhou a apresentação do presidente do Sindicato da Indústria dos Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, sobre as perspectivas do segmento neste segundo semestre do ano no Estado.  

Guerra também demonstrou preocupação com o projeto de Lei do governo do Estado (PL 214), que irá impactar diretamente as indústrias e produtores gaúchos. Isso porque, se aprovado, representará redução de 30% nos créditos presumidos de ICMS. Na prática, avalia Guerra, a medida compromete a competitividade das empresas gaúchas, além de ser um desestímulo à produção. Em função do regime de urgência, a proposta deverá ser votada até o dia 8 de setembro na Assembleia Legislativa.

Durante sua palestra, Guerra ressaltou a importância do papel do produtor diante do atual contexto do setor, em especial, no que se refere à qualidade do leite e à prática de medidas e procedimentos que garantam competitividade no panorama internacional. 

Foto: Divulgação/Sindilat

Reunidos com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, por mais de uma hora na tarde desta quarta-feira (12/8), representantes do setor lácteo cobraram políticas públicas que ajudem o setor a estabilizar o déficit da balança comercial. Durante o encontro, agendado pelo deputado federal Alceu Moreira, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) sugeriu a criação de um grupo de trabalho para debater as distorções de mercado que vêm reduzindo as exportações e elevando as importações de produtos lácteos. Durante o encontro, Kátia Abreu ainda anunciou a habilitação da planta da Dália Alimentos, de Arroio do Meio, para exportação para a Rússia.

"A ministra foi bastante receptiva aos pleitos e mostrou disposição em auxiliar o setor", pontuou o 1º vice-presidente do Sindilat, Guilherme Portella, ao sair do encontro, que contou com representantes nacional da cadeia produtiva. A intenção é que o governo federal possa adotar alguma ferramenta que equipare o preço dos produtos que ingressam no Brasil ao valor padrão auditados pelo Conseleite/RS. Um exemplo preocupante é o leite em pó. Enquanto o quilo do produto nacional apurado pelo Conselho é de R$ 11,10 o quilo, o similar importado chega ao mercado brasileiro por R$ 6,09, uma diferença de R$ 5,01 por quilo.

No entanto, a maior preocupação dos laticínios é fomentar as exportações. Para isso é preciso apoio do governo para que as empresas brasileiras tornem-se competitivas no mercado externo. Apenas no Rio Grande do Sul há mais de 105 mil famílias de produtores de leite (1,05 milhão no país).

Dados recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que o Brasil importou 51,65 milhões de quilos de leite em pó (integral e desnatado) nos primeiros sete meses de 2015, contra 27,47 milhões de quilos no mesmo período do ano anterior (aumento de 88,02%, representando 24,18 milhões de quilos).

Já as exportações de leite em pó do Brasil para o mercado externo foram bem menores e decrescentes. Nos primeiros sete meses de 2015, o país exportou 17,37 milhões de quilos, contra 23,33 milhões de quilos no mesmo período do ano anterior (queda de 25,55%, equivalendo a 5,96 milhões de quilos).

Foto: Carlos Silva / Mapa

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Foi realizado nesta quarta-feira (12/8) o 1º Fórum Norte Gaúcho do Leite, no município de Sertão, no Alto Uruguai. O evento serviu para divulgar as boas práticas de produção, as novidades em pesquisa, gestão e mercado, dando ênfase a estratégias criativas e sustentáveis. Ao lado de mais de 400 produtores rurais, que lotaram o auditório do Centro Cultural 5 de Novembro, o Sindilat também marcou presença no evento.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, foi um dos palestrantes e abordou a situação dos cenários nacional e internacional do comércio de leite, em especial do leite em pó. No encontro, ele também aproveitou para ressaltar a importância da profissionalização dos produtores, para que a indústria possa ter um produto de alta qualidade. “Para isso é preciso trabalharmos com a sanidade, os equipamentos (refrigeradores de expansão direta) e os sólidos (proteína e gordura). Associado a isso, ainda temos as boas práticas de produção”, afirmou o presidente.

Como ampliar a produtividade, para tornar a produção mais competitiva e auxiliar na conquista de novos mercados, foi outro tópico discutido por Guerra. Nesta questão, ele manifestou preocupação diante das medidas capitaneadas pelo governo do Estado do RS (um projeto de lei e um decreto), que afetam seriamente a competitividade do setor. 

Na programação do evento, o público formado basicamente de produtores, técnicos e estudantes acompanhou, além das palestras técnicas, uma mostra de trabalhos científicos e ouviu experiências de sucesso no setor. Foram abordados temas como o manejo de silagem, a importância econômica da atividade leiteira e a influência do melhoramento genético, além da nutrição, conforto animal e reprodução na produção de leite.

O 1º Fórum Norte Gaúcho do Leite é promovido pela Prefeitura de Sertão, Sindicato Rural, Emater/RS-Ascar, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Acisas, entre outras entidades. Além disso, conta com o patrocínio da Cooperativa Santa Clara, Tortuga, Queijaria Schneider, Metalúrgica Guiana, Resolpec, Sicredi Estação e Produtécnica.

 


 

Porto Alegre, 12 de agosto de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.083

 

  Sindilat marca presença no 1º Fórum Norte Gaúcho do Leite
 
Foi realizado nesta quarta-feira (12/8) o 1º Fórum Norte Gaúcho do Leite, no município de Sertão, no Alto Uruguai. O evento serviu para divulgar as boas práticas de produção, as novidades em pesquisa, gestão e mercado, dando ênfase a estratégias criativas e sustentáveis. Ao lado de mais de 400 produtores rurais, que lotaram o auditório do Centro Cultural 5 de Novembro, o Sindilat também marcou presença no evento.

O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, foi um dos palestrantes e abordou a situação dos cenários nacional e internacional do comércio de leite, em especial do leite em pó. No encontro, ele também aproveitou para ressaltar a importância da profissionalização dos produtores, para que a indústria possa ter um produto de alta qualidade. "Para isso é preciso trabalharmos com a sanidade, os equipamentos (refrigeradores de expansão direta) e os sólidos (proteína e gordura). Associado a isso, ainda temos as boas práticas de produção", afirmou o presidente.

Como ampliar a produtividade, para tornar a produção mais competitiva e auxiliar na conquista de novos mercados, foi outro tópico discutido por Guerra. Nesta questão, ele manifestou preocupação diante das medidas capitaneadas pelo governo do Estado do RS (um projeto de lei e um decreto), que afetam seriamente a competitividade do setor. 

Na programação do evento, o público formado basicamente de produtores, técnicos e estudantes acompanhou, além das palestras técnicas, uma mostra de trabalhos científicos e ouviu experiências de sucesso no setor. Foram abordados temas como o manejo de silagem, a importância econômica da atividade leiteira e a influência do melhoramento genético, além da nutrição, conforto animal e reprodução na produção de leite.

O 1º Fórum Norte Gaúcho do Leite é promovido pela Prefeitura de Sertão, Sindicato Rural, Emater/RS-Ascar, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Acisas, entre outras entidades. Além disso, conta com o patrocínio da Cooperativa Santa Clara, Tortuga, Queijaria Schneider, Metalúrgica Guiana, Resolpec, Sicredi Estação e Produtécnica. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 

 
Nova Zelândia quer intensificar parceria com o Brasil no agronegócio 

A secretária de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Palermo, e o enviado especial do governo da Nova Zelândia para Assuntos de Comércio em Agricultura, Mike Petersen, tiveram uma reunião para discutir potenciais parcerias na área agrícola entre o Brasil e aquele país. Entre os setores de interesses das duas economias, estão os lácteos, a carne, o vinho, a horticultura e a lã.

A autoridade neozelandesa convidou a ministra da Agricultura, Kátia Abreu para visitar o país até o final deste ano, a fim de avançar na cooperação entre os dois países. 

Também presente na reunião, realizada nessa segunda-¬feira (10), a embaixadora da Nova Zelândia, Caroline Bilkey, fez um convite ao Ministério da Agricultura para acompanhá¬la em uma visita às fazendas brasileiras que aplicam técnicas neozelandesas na produção de lácteos. (MAPA)


Foto: Antônio Araújo/Mapa

Desafios da inspeção de produtos de origem animal é tema de oficina em Brasília

Os desafios da inspeção de produtos de origem animal. Este é um dos principais temas da oficina do grupo de trabalho que debate a reestruturação do Serviço de Inspeção Brasileiro de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA). 

O encontro, promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), reúne representantes dos municípios, estados e da União. A oficina começou nesta terça (11) e vai até quinta--feira (13), na sede do IICA, em Brasília. Os participantes da oficina apontaram como principais desafios do setor a necessidade de adequar a frequência da fiscalização em estabelecimentos sob regime de inspeção periódica, de redistribuir os servidores e de atualizar as técnicas de inspeção. Eles defendem ainda a fiscalização com base em processos, com estimativa de risco; o apoio laboratorial; o controle de resíduos químicos; e mecanismos de autofinanciamento para a geração de recursos decorrentes de fiscalização dos produtos. 

O papel da empresa e o papel da fiscalização também foi debatido. O coordenador ¬geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa/Mapa), Rafael Olivieri Filipputti, fez palestra sobre a história e o contexto atual do Serviço de Inspeção Federal (SIF). "A grande capacidade de retirar os produtos de origem animal que são impróprios ao consumo humano da cadeia produtiva é um dos principais pontos positivos do nosso sistema", destacou. Exemplo disso, acrescentou, ocorreu em 2014, quando mais de 47 mil carcaças bovinas com tuberculose caseosa ou cisticercose viva foram apreendidas pelo SIF. A garantia da saúde pública, tanto dos produtos consumidos no Brasil quanto dos exportados, também foi um dos temas abordados por Filipputti. 

"O foco é não criar duas classes de consumidor. Somos uma referência de fonte de informação para adequar as ações de implementação de políticas públicas de defesa sanitária animal e de rastreabilidade", ressaltou. O representante do IICA no Brasil, Manuel Otero, também participou da oficina. "Queremos ser cada vez mais parceiros de vocês", disse. A oficina prossegue nesta quarta (12) e quinta (13). 

Observatório do mercado de lácteos da UE: situação do mercado de lácteos

A captação de leite na União Europeia (UE) aumentou em 2,7% em maio de 2015, comparado com o mesmo mês do ano anterior. As entregas totais de leite nos primeiros cinco meses de 2015 foram 0,2% maiores do que no mesmo período de 2014. No mesmo período de 5 meses, houve 2,5% mais leite em pó desnatado, +1,7% leite concentrado, +0,5% manteiga e creme e +0,2% queijos. Por outro lado, a produção contraiu para leite em pó integral (-13,4%), leite fluido (-2,7%) e leite fermentado (-2,6%).

A média ponderada do preço do leite ao produtor na UE caiu em maio em 2,5%, para 30,5 centavos de euro (33,17 centavos de dólar) por quilo, que é 19% a menos do que em maio de 2014 e 7% a menos do que a média dos últimos cinco anos. De acordo com estimativas dos Estados Membros, o preço médio do leite em junho de 2015 caiu em 0,4%, para 30,4 centavos de euro (33,06 centavos de dólar) por quilo.

Os preços do leite no mercado spot se recuperaram um pouco nas últimas semanas. Na Itália, o preço do leite no mercado spot aumentou entre as semanas 25 e 31 em 10% - de 33,5 centavos de euro (36,43 centavos de dólar) por quilo para 36,8 centavos de euro (40,02 centavos de dólar) por quilo - e está agora 7% menor do que no ano passado. Na Holanda, o preço do leite no mercado spot flutuou entre as semanas 24 e 30, resultando em um aumento de 2,3% - de - de 22 centavos de euro (23,92 centavos de dólar) por quilo para 22,5 centavos de euro (24,47 centavos de dólar) por quilo - significando uma redução de 43% comparado com o nível do ano anterior.

Os preços médios dos produtos lácteos na UE declinaram de maneira geral em junho, com a única exceção sendo o queijo emmental, que permaneceu estável. O soro de leite em pó registrou a maior queda (-14%), seguido por manteiga e leite em pó integral (-5%), leite em pó desnatado (-4%), queijo edam (-3%), cheddar e gouda (-2%).

No mercado mundial, os preços expressos em dólar dos Estados Unidos geralmente caíram nos últimos 15 dias de julho, exceto os preços de manteiga e cheddar, que ainda se beneficiam de uma forte demanda doméstica. As quedas nos preços foram particularmente fortes para o leite em pó. As quedas de preços na UE variaram de -2% para cheddar a -6% para leite em pó integral. Na Oceania, a queda mais forte ocorreu para o leite em pó integral (-12%) e leite em pó desnatado (-11%). A Oceania é a região mais competitiva para manteiga, leite em pó integral e cheddar e os Estados Unidos para leite em pó desnatado (apesar de essas três regiões serem muito próximas umas das outras para esse produto).

As exportações da UE nos primeiros cinco meses de 2015 melhoraram para leite em pó desnatado, manteiga/óleo de manteiga, leite condensado e soro de leite em pó. Dados negativos foram observados para leite em pó integral e queijo.

A UE aumentou as exportações de queijos para todos os destinos menos a Rússia. Até maio de 2015, os Estados Unidos foram de longe o maior mercado de exportações de queijos da UE, com 22% de aumento comparado com o ano anterior, seguidos por Japão (+58%). Suíça, Coreia do Sul e Arábia Saudita acompanharam esses dois países no ranking dos principais destinos para as exportações de queijos da UE. Arábia Saudita, Egito e Estados Unidos ainda foram os principais destinos para manteiga da UE no período de janeiro a maio, mostrando um aumento notável nos três casos comparado com o ano anterior. Argélia liderou o ranking das exportações de leite em pó desnatado da UE, apesar de, comparado com 2014, os volumes terem caído em 29%. O Egito foi o segundo maior mercado para leite em pó desnatado da UE nos primeiros cinco meses do ano (com um aumento de 69% com relação ao ano anterior). Com relação ao leite em pó integral da UE, os destinos de exportação continuaram muito similares aos do ano anterior, com Omã na primeira posição (+29% em maio), seguido por Argélia e Nigéria.

A Nova Zelândia aumentou suas exportações nos primeiros cinco meses de 2015 em 28% para leite em pó desnatado e 22% para queijos, enquanto os volumes de manteiga e leite em pó integral caíram em 11% e 7%, respectivamente. A alta demanda doméstica e os preços mantiveram baixas as exportações dos Estados Unidos de lácteos em 2015. Queijos e leite em pó desnatado - principais commodities exportadas nos Estados Unidos - caíram em 10% e 1%, respectivamente. Manteiga e leite em pó integral caíram em uma maior porcentagem (-73% e -25%), mas os volumes foram muito menores.

No lado da demanda, a China ainda é o principal importador mundial de lácteos (em equivalente em leite), apesar da redução observada para a maioria dos produtos nesse ano (janeiro-maio), que variou entre -54% para leite em pó integral até -4% para soro de leite. Estados Unidos, México e Egito mostraram fortes aumentos nas importações de manteiga (+228%, +99% e +60%, respectivamente). Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e México lideraram o ranking de importadores de queijos em 2015, com maiores volumes comparado com o ano anterior, enquanto a Rússia reduziu suas importações em 62%.

A produção de leite da Nova Zelândia aumentou em 11% em maio de 2015, comparado com o mesmo mês de 2014. Na estação completa de 2014-15 (junho de 2014 a maio de 2015), a produção de leite foi 2,8% maior do que os níveis de 2013-14. Os preços do leite caíram em maio de 2015 em 5,9%, significando uma redução de 42% em um ano.

A produção de leite na Austrália em maio de 2015 aumentou em 1,2% comparado com maio de 2014. Nos primeiros 11 meses de 2014-15 (julho de 2014 a junho de 2015), a produção de leite aumentou em 2,8%.

A produção de leite nos Estados Unidos aumentou em 0,7% em junho de 2015, significando um aumento acumulado de 1,6% no ano. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou levemente sua projeção de oferta de leite em 2015, mas continua próximo de +1,35%. (Os dados são do Milk Market Observatory, traduzidos pela Equipe MilkPoint)

Diretor da Fonterra sugere mudanças drásticas no gDT

O Diretor Executivo da Fonterra, Theo Spierings, sugere que mudanças drásticas podem ser necessárias no globalDairyTrade (gDT) para dar suporte aos preços, que caíram abaixo de níveis sustentáveis.

Spierings comentou logo depois de outro colapso nos preços do gDT na última semana, quando bateram novos recordes de baixa na plataforma, convocando produtores e os políticos opositores para que o comércio no gDT seja suspenso temporariamente, ou então que a Fonterra retire a oferta de seus produtos.

Theo Spierings disse em entrevista a Lisa Owen que os preços baixos no globalDairyTrade ficaram "abaixo de um equilíbrio" e "decididamente não são sustentáveis".

Ele chegou a sugerir que a Fonterra deva considerar mudanças significativas no globalDairyTrade, lembrando que os valores eram inferiores aos preços de intervenção estabelecidos na Europa.

"Precisamos enxergar o momento dramático do globalDairyTrade, porque na Europa os governos estabeleceram um mínimo, que nós não temos isso. Assim precisamos encontrar solução quando a situação chega a esse ponto", disse.

Alguns agricultores, incluindo o Presidente da Federação dos Agricultores de Wiakato, Chris Lewis, pediram a Fonterra para suspender temporariamente do gDT, ou pelo menos suspender a participação da Fonterra, nele.

"É uma loucura, desprovido de qualquer sentido, manter o gDT operando nesse momento". Lewis lembrou que já existe um precedente, pois suspendemos o mercado da China, recentemente.

"Quem deveria ou poderia vender para sempre a matéria-prima de seus fornecedores ao preço menor que o custo de produção? A Fonterra em sua plataforma gDT está dizendo ao mundo que vende o leite de seus associados pela metade do custo de produção", disse.

O principal líder da Nova Zelândia, Winston Peters, também pediu a suspensão do globalDairyTrade e que o Governo abra linha de crédito para os agricultores. (interest.co.nz/Tradução Livre: Terra Viva)

 

Caravana busca alternativas
Comitiva gaúcha do setor leiteiro reúne-se hoje com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em Brasília. No encontro, serão discutidas alternativas para proteger o setor leiteiro nacional, que enfrenta dificuldades de inserção no mercado externo e forte concorrência devido ao aumento da importação. Segundo dados da Secex, as exportações de leite em pó caíram 25,5% nos 7 primeiros meses de 2015 na comparação com 2014 e as importações do produto aumentaram 87,5%. "Precisamos de um esforço maior do governo federal para contribuir no reequilíbrio do setor lácteo", diz Alexandre Guerra, presidente do Sindilat. A entidade integra a comitiva. (Correio do Povo)
 
 

 

    

Reunido na tarde desta terça-feira (11/8) na sede do Sindilat, o Conselho Técnico Operacional da Pecuária de Leite do Fundesa debateu a proposta de um programa de incentivo à certificação de propriedades livres de Brucelose e Tuberculose. A reunião extraordinária foi coordenada pelo presidente do conselho, Jorge Rodrigues, e deu continuidade ao estudo da ação, que ainda está sendo desenhada pelo grupo. 

2015 08 11

Comitiva gaúcha do setor leiteiro irá participar de reunião, nesta quarta-feira (12), com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em Brasília, juntamente com o deputado federal Alceu Moreira. No encontro, serão discutidas alternativas para proteger o setor leiteiro nacional, que neste momento enfrenta dificuldades de inserção no mercado externo e forte concorrência devido ao aumento da importação. O grupo contará com a participação do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), que será representado pelo 1º vice-presidente, Guilherme Portella.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de leite em pó caíram 25,5% nos sete primeiros meses de 2015 na comparação com o ano passado e, por outro lado, as importações do produto aumentaram 87,5%. O cenário está ligado à baixa dos preços do leite no mercado internacional, à alta carga tributária e aos elevados custos de produção, que diminuem a competitividade dos produtos locais.

Para o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, esse cenário é preocupante porque cria um desequilíbrio no mercado interno, penaliza a indústria nacional e, consequentemente, o produtor de leite em um ano que o setor está trabalhando sem margem alguma. "Estamos trabalhando com prejuízo no setor de leite em pó e dividindo essas perdas com o produtor. Precisamos de um esforço maior do governo federal para contribuir no reequilíbrio do setor lácteo", diz Guerra.

Nesse panorama, o presidente do Sindilat lembra ainda que “não há espaço para o governo do estado do Rio Grande do Sul realizar qualquer tipo de ampliação na carga tributária do setor, sob a pena de tirar ainda mais a competitividade”. Para ele, se isso for feito, apenas a indústria gaúcha será penalizada.

asgav

Diretor do Sindilat, Darlan Palharini, presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, e o presidente da Asgav, Nestor Freiberger.

A diretoria do Sindilat prestigiou no início da tarde desta terça-feira a homenagem aos 50 anos da fundação da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). A celebração foi tema do Grande Expediente na Assembleia Legislativa do Estado. Durante a homenagem, os deputados estaduais se intercalaram em elogios ao trabalho realizado pela Associação no fortalecimento da indústria e do setor na economia gaúcha.


 

Porto Alegre, 11 de agosto de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.082

 

  FEPALE pede apoio aos governos da América Latina diante da situação de mercado

 
"Dada a situação crítica do setor lácteo na América Latina e no mundo, o Conselho Executivo da Federação Panamericana do Leite, reunidos em Montevidéu, Uruguai, na última sexta-feira (07/08), representando a FEPALE, se sente na obrigação de alertar os governos americanos sobre o enorme prejuízo e os danos irreparáveis que esta situação, sem precedentes na história do setor lácteo, está causando.
A queda, nunca antes vista, dos preços do leite internacionais, a contração da demanda por produtos lácteos nos mercados internacionais estratégicos e os baixos preços que os agricultores recebem hoje, prevê-se uma crise iminente no setor.
O setor de lácteos na América Latina não é apenas um fator-chave na geração de valor econômico para todos os países, mas também, e mais importante, é um pilar essencial das nossas sociedades, onde o produtor, a sua família e os trabalhadores, situados no campo, continuam a ser o núcleo, a própria essência da segurança alimentar, a nossa cultura e os nossos valores.
Tudo isto está em risco.
A cadeia de lácteos como um todo precisa de um apoio excepcional e urgente durante este ciclo negativo - para enfrentar tal cenário imprevisível.
Pedimos a nossos governos que implementem, urgentemente, medidas que reduzam a carga dos custos de produção em toda a cadeia, complementados com ações que também contribuam para melhorar o faturamento do setor.
É necessário o apoio do Estado para garantir a sustentabilidade e manter em vigor uma atividade distinta e fundamental na vida da América. 
Ainda há tempo." (O texto é da FEPALE, traduzido pela Equipe MilkPoint)
 

 
SP se antecipa e estabelece logística reversa obrigatória 
Empresas instaladas no Estado de São Paulo que produzem artigos com impacto ambiental e à saúde pública serão obrigadas a implementar e operacionalizar sistemas de logística reversa. Ainda sem regulamentação, a determinação entrou em vigor no fim de junho e tem o objetivo de estabelecer a responsabilidade pós¬ consumo das companhias na medida em que exige coleta, destinação final ou tratamento adequado para resíduos e embalagens que representam riscos ambientais. 
A medida atinge 13 setores que representam 10 mil empresas aproximadamente, segundo estimativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Encarregada de fiscalizar o cumprimento das metas de logística reversa, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) publicará diretrizes e prazos para adaptação neste segundo semestre. O atendimento das regras permitirá a renovação de licenças de operação, inclusive, de empresas que pretendem participar de licitações do governo para compra de produtos que constam da resolução, como lâmpadas e equipamentos eletroeletrônicos.
A lista de produtos ainda inclui óleo lubrificante usado, óleo comestível, filtro de óleo lubrificante automotivo, pilhas e baterias, incluindo as automotivas, pneus inservíveis e medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, além de embalagens de agrotóxicos, alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, artigos de limpeza e outros que compõem a fração seca dos resíduos sólidos urbanos. "O fabricante pensava antes em fazer o produto e entregar ao consumidor e pronto. Agora, terá que pensar na destinação ambientalmente adequada", afirmou a secretária estadual de Meio Ambiente, Patrícia Iglecias. A iniciativa do governo estadual procura se adequar ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionado em agosto de 2010, mas que ainda não foi regulamentado. Com o objetivo de reduzir os resíduos, a lei determina a extinção dos lixões e a implementação de reciclagem, reuso, compostagem, tratamento e coleta seletiva nos municípios. Também prevê a implantação de aterros sanitários que receberão apenas dejetos que, em última instância, não serão reaproveitados. 
O plano deveria ter entrado em vigor em agosto do ano passado. Tem esbarrado, contudo, na falta de regulamentação federal e nas dificuldades de adaptação dos municípios, segundo a secretária. Diante deste cenário, o Senado aprovou no início de julho projeto que prorroga, de forma escalonada, o prazo para cumprir as metas do PNRS. Capitais e municípios de regiões metropolitanas terão até 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões, enquanto cidades de fronteira e com mais de 100 mil habitantes terão até 31 de julho de 2019. Já municípios com 50 mil a 100 habitantes devem cumprir as regras até 31 de julho de 2020 e os com menos de 50 mil pessoas terão até 31 de julho 2021. 
São Paulo, de acordo com Patrícia, é o primeiro Estado a cumprir a meta, uma vez que já eliminou os lixões, embora ainda existam aterros sanitários mal operados, classificados como "inadequados". A secretaria disse que a resolução, embora acarrete aumento de custos em um primeiro momento, pode representar uma oportunidade às empresas interessadas em gerar um novo negócio dentro da cadeia produtiva, mesmo em um cenário de crise econômica e retração dos investimentos. "O fabricante pode unir esse esforço na produção para criar um novo negócio que leve em conta o reaproveitamento do resíduo sólido. Ajuda a agregar valor", explica Patrícia. 
A secretária acredita que alguns setores não terão dificuldade de adaptação já que firmaram em 2011 um termo de compromisso para implantar os sistemas de logística reversa. É o caso de embalagens de agrotóxicos, pneus e óleos lubrificantes, que já adotavam a prática. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considera a resolução positiva, mesmo com algumas inseguranças jurídicas que devem afetar alguns setores menos desenvolvidos na operação de sistemas de logística reversa, como eletroeletrônicos. A entidade defende um maior envolvimento dos governos na promoção de políticas públicas. Gerente de meio ambiente da entidade, Anícia Pio, observa que o custo para reprocessar resíduos a fim de torná¬-los matéria¬-prima costuma ser, em alguns casos, maior do que quando se utiliza a matéria¬-prima virgem. Cobrados em cascata, os impostos (IPI e ICMS) aplicados a esses materiais também oneram o produto reciclado. A falta de incentivos, acrescentou Anícia, desestimula o desenvolvimento da cadeia. "O ônus não pode ficar apenas para o setor produtivo. O sistema só vai funcionar quando todos os elos na cadeia estiverem cientes e cumprindo devidamente seu papel. E isso inclui governos e usuários", afirmou. (Valor Econômico)
Produção de leite dos EUA aumentou em 0,7% em junho

A produção de leite nos Estados Unidos em junho aumentou em 0,7%, para 7,2 milhões de litros, com relação ao ano anterior, embora tenha havido queda com relação à produção de maio, mostraram dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A produção de leite em junho caiu em 351 milhões de litros com relação a maio de 2015, e essa queda é a segunda maior queda na produção em 2015. A produção em maio foi de 7,5 milhões de litros e aumentou em 1,5% com relação ao mesmo mês de 2014.
O leite produzido por vaca nos 23 estados de maior produção ficou em média em 832 litros em junho, ou seja, sem mudanças com relação ao recorde de junho de 2014. O número de vacas leiteiras nas fazendas desses 23 estados foi de 8,63 milhões de cabeças, 56.000 cabeças a mais que em junho de 2014. Esse número foi 2.000 cabeças a menos que em maio de 2015.
A produção de leite nos Estados Unidos no período de abril a junho de 2015 totalizou 24,7 milhões de litros, que o USDA disse que foi 1,4% maior que no mesmo período de 2014.
O número médio de vacas leiteiras nos Estados Unidos durante o trimestre foi de 9,32 milhões de cabeças, 14.000 cabeças a mais que de janeiro a março e 66.000 cabeças a mais do que no mesmo período do ano anterior.
O USDA em maio previu que o crescimento na produção de leite nos Estados Unidos deverá ser menor do que o esperado nesse ano, mas deverá retornar a um forte crescimento em 2016. O departamento disse que a produção de leite para 2016 deverá ser 2,4% maior à medida que a melhor disponibilidade de forragem e os custos moderados dos alimentos animais deverão apoiar ganhos no leite por vaca.
O USDA também previu que os números de vacas leiteiras também serão levemente maiores em 2016. Esse crescimento levará a produção anual para 94,1 bilhões de litros. (A reportagem é do Agriland, traduzida pela Equipe MilkPoint)

 
 
SEBRAE: Centros de recria - Melhoria e aumento da produção de leite
Com o intuito de aumentar a produção de leite de forma mais rápida, sem comprometer o tamanho das áreas das unidades de produção, muitos empreendedores têm investido na terceirização da recria, ou mais especificadamente, nos conhecidos centros de recria. Neles, os animais recebem um acompanhamento desde a fase de bezerro até o estágio de vaca lactante, com técnicas aprimoradas de manejo, alimentação, saúde animal e melhoramento genético, com objetivo de promover o aumento da produtividade.
O Sistema de Inteligência Setorial do SEBRAE elaborou um Boletim de Tendências apresentando as principais características desses centros de recria, os serviços oferecidos e quais as vantagens para o empresário que está inserido na atividade.
Logo no início o boletim diferencia cria, recria e lactação:
Cria: fase logo após o nascimento até a época da desmama do bezerro.
Lactação: período depois do parto, quando a vaca produz leite. Normalmente, a duração desse período varia entre 12 e 13 meses.
Recria: fase que vai do desmame até o primeiro parto, quando a vaca entra em processo de lactação. É neste período que as vacas são levadas para centros de recria e recebem o tratamento adequado para aumentarem seu rendimento produtivo.
O processo dos sistemas de recria é bastante conhecido nos Estados Unidos. A prática que utiliza sistema de recrias vem ganhando adeptos no Brasil, no entanto, ainda está em fase de implantação e avaliação em propriedades de leite.
Geralmente o processo funciona da seguinte forma: começa com o produtor; são estabelecidas parcerias para dar início a atividade; ou são comercializados os animais, estando desmamados ou não, para recriadores especializados. Os animais serão recriados, conforme as normas técnicas, com o intuito de possibilitar máxima resposta produtiva. No fim do tempo de recria, os animais são vendidos, ou retornam para as propriedades de origem. É possível observar que o sistema produtivo se torna mais técnico quando acompanhado por um especialista, e os animais produzem mais em uma vida produtiva maior, segundo o SIS.
Vantagens dos centros de recria
Os centros de recria são responsáveis pelo desenvolvimento (no pasto) das futuras produtoras de leite. Mas, antes de escolher se vai ou não adotar esta nova prática, o empreendedor precisa conhecer as vantagens e características do sistema.
•    Otimiza espaço para as vacas leiteiras que estão em lactação na propriedade, uma vez que as improdutivas são levadas para os centros de recria;
•    Descentraliza a mão de obra, ou seja, permite que o trabalho, antes focado em todo rebanho, seja minimizado e concentrado apenas nos animais em fase de lactação;
•    Os animais voltam mais produtivos por terem recebido tratamento e acompanhamento adequados;
•    Os animais são aprimorados zootecnicamente, podendo ser melhorados geneticamente;
•    O investimento não é superior, se compararmos à terceirização da recria, com a criação do rebanho na propriedade;
•    Movimenta a cadeia produtiva do setor, uma vez que os produtores podem investir na criação desses centros.
Avaliação do rebanho
O rebanho passa por uma avaliação antes de ser enviado aos centros de recria. Nela, são conferidos alguns critérios. Entre eles, as vacinas aplicadas, os atestados de brucelose e tuberculose, além do peso e da raça dos animais.
É possível conferir o relatório completo no site do SIS, no qual ainda há a exemplificação e orientações sobre o Centro de Recria de Terneiras Leiteras, de Bagé, no Rio Grande do Sul. (Milkpoint)
 
Diretoria do Sindilat prestigia homenagem da Asgav
 A diretoria do Sindilat prestigiou no início da tarde desta terça-feira a homenagem aos 50 anos da fundação da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). A celebração foi tema do Grande Expediente na Assembleia Legislativa do Estado. Durante a homenagem, os deputados estaduais se intercalaram em elogios ao trabalho realizado pela Associação no fortalecimento da indústria e do setor na economia gaúcha. (Assessoria de Imprensa Sindilat)