Aliança Láctea discute melhorias para o setor
Integrantes da Aliança Láctea, formada por Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, promoveu reunião nesta quarta-feira (19/08) em Florianópolis (SC), para discutir o panorama da produção na região Sul. No encontro, que contou com a presença de secretários de agricultura dos três estados e equipes técnicas, foi discutido o programa de pagamento da matéria prima do leite por qualidade.
Representando do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Renato Kreimeier, apresentou o modelo adotado na Cooperativa Languiru, onde é vice-presidente. A política de pagamento por qualidade tem como embasamento uma série de critérios. Por exemplo, há diferenciação no valor pago pelo leite que apresentar maior nível de proteína e gordura. O case foi considerado interessante pelos presentes.
Os representantes estaduais também aproveitaram o encontro para descrever a realidade da cadeira leiteira em cada Estado. Ao longo do evento, também foram realizados workshops, onde foram apresentadas as demais atividades desenvolvidas por cada um dos Estados. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Fonterra oferta menos e preço internacional do leite tem alta
Depois de registrarem os menores níveis históricos no começo deste mês, as cotações dos leites em pó integral e desnatado tiveram forte alta no leilão de ontem da plataforma Global Dairy Trade (GDT), que é referência para o mercado internacional de lácteos. O preço médio do leite em pó desnatado integral subiu 19,1%, para US$ 1.856 por tonelada, conforme resultado divulgado pela plataforma. Já o leite em pó desnatado teve preço médio de US$ 1.521 por tonelada, aumento de 8,5%. A alta foi reflexo da decisão da cooperativa neozelandesa Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo e principal player do leilão, de reduzir a oferta de lácteos nos pregões online quinzenais pelos próximos 12 meses em 56.045 toneladas. Conforme informou a Fonterra no dia 13 passado, uma queda de 62.930 toneladas ocorrerá nos próximos três meses (safra na Nova Zelândia), e no fim do ano 6.885 toneladas voltarão a ser ofertadas.
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De acordo com Valter Galan, analista da MilkPoint, consultoria especializada em lácteos, ao reduzir a oferta nos pregões, a Fonterra sinaliza que busca vender a preços mais altos fora dos leilões. Ele observou que outro player importante no mercado de lácteos, a holandesa Friesland Campina, deixou de ofertar lácteos na plataforma online no começo do ano, embora ainda esteja habilitada a vender. A tendência, disse, é que a partir da agora, os preços negociados no leilão fiquem mais próximos de uma outra referência para o mercado: as cotações do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), para a região da Oceania. O último dado disponível do USDA indica preço médio de US$ 1.512 por tonelada para o leite em pó desnatado e US$ 1.725 para o integral. Para Galan, diante da menor oferta por parte da Fonterra, os preços "não devem ter quedas significativas" e tendem até mesmo "a ficar estáveis" nos próximos leilões da plataforma GDT. Laércio Barbosa, do Laticínios Jussara, avalia que é preciso esperar o resultado do próximo leilão para saber se a recuperação é consistente.
Ontem, o CEO da Fonterra, Theo Spierings afirmou, antes do leilão GDT, que a desvalorização do yuan pela China pode impulsionar a demanda do país pelos lácteos da Nova Zelândia e, eventualmente, elevar as cotações do leite no mercado, segundo agências de notícias. O raciocínio é que o enfraquecimento do yuan pode tornar as exportações da China mais competitivas. Isso fortaleceria a economia chinesa e poderia ajudar na recuperação das importações de lácteos pelo país. Valter Galan observou que os fundamentos que fizeram as cotações do leite em pó registrar baixas históricas recentemente persistem ¬ altos estoques na China e produção ainda crescendo em regiões exportadoras de lácteos, como os Estados Unidos. Mas ele também avalia que a desvalorização do yuan na China pode ser favorável ao mercado internacional de lácteos, até porque o produto importado é mais competitivo do que o local. "O grande ponto é quanto tem de estoques [de lácteos] lá dentro", observou o analista, em referência ao mercado chinês. O comportamento da demanda chinesa é crucial para Nova Zelândia, que produz 20 bilhões de litros de leite por ano e exporta 90% do que produz. A Fonterra compra 87% da produção nacional de leite e exporta boa parte desse volume ao mercado chinês, que no entanto, tem reduzido as compras recentemente. Segundo estimativa do USDA, compilada pela Scot Consultoria, as importações de leite em pó integral pela China devem cair 40,4% este ano ¬ haviam somado 671 mil toneladas em 2014. (Valor Econômico)
A maior parte das indústrias de laticínios da Argentina reduziram os preços do leite ao produtor
A maior parte das indústrias de laticínios seguiu os passos de Mastellone Hnos (La Serenísima) e começou a reduzir o preço do leite ao produtor. Em maio a Mastellone Hnos reduziu 3 centavos por litro de leite, em relação ao preço de abril. Em junho e julho menos 10 centavos sobre o valor do mês anterior. O valor de 3,20 pesos/litro em abril perdeu 7,1%.
O preço de referência adotado pela Nestlé na zona oeste de Buenos Aires, e uma produção de 8.000 litros diários foi paga a 3,05 pesos/litro, contra 3,18 e 3,28 pesos/litro nos meses de junho e maio, respectivamente (o que representa variação de 7%), segundo dados informados pela Câmara de Produtores de Leite da Bacia Oeste (Caprolecoba).
As pequenas indústrias (Pymes) queijeiras da zona oeste de Buenos Aires, que até maio pagavam em média 3,35 pesos/litro, reajustaram para 3,25 pesos/litro, seguido por um outro que baixo para 3,15 pesos/litro em julho (a baixa acumulada é de quase 6%).
A Sulpachense, que até junho passado manteve o valor de 3,28 pesos/litro, finalmente reduziu para 3,20 pesos/litro em julho (-2,4%). A única empresa que opera na Bacia Oeste que ainda não reduziu os preços é a SanCor (que desde abril passado mantém o valor de referência para os produtores de alta produção em 3,30 pesos/litro).
"O nosso problema só será resolvido com a exportação, retirando produtos do mercado interno. Tudo depende de concentrar no incentivo até onde for possível", diz um comunicado da Caprolecoba. "Não sabemos quanto pode durar isto. Mas, sairemos. O problema é saber quanto e como", acrescenta.
Os representantes do setor lácteo da Confederação Rural Argentina (CRA) se retiraram da mesa redonda oficial, coordenada pela Secretaria de Comércio ao destacar que "neste âmbito não se trabalhar para resolver os problemas urgentes do setor lácteo argentino".
"O principal problema a resolver é evitar que o excedente de leite não exportável na primavera entre para o mercado interno e reduza ainda mais o preço do leite aos produtores. Qualquer outra providência apenas adia e mascara, mas não resolve o problema". (Fonte: valorsoja/Tradução Livre: Terra Viva)