Porto Alegre, 14 de março de 2016 Ano 10- N° 2.224
A produção de leite no Rio Grande do Sul caiu quase 6% em janeiro, conforme apontam dados da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP). Enquanto os reflexos do número são vistos nas gôndolas dos supermercados, a expectativa para os próximos meses é de um declínio semelhante.
O calor que vem sendo registrado durante o início de ano no estado contribui com a baixa. As temperaturas mais altas secam o pasto, tornando necessário alimentar os animais com ração e silagem. E o preço do milho, que compõe essa mistura, está até 60% mais alto em relação ao ano passado. A oferta do grão está menor no mercado porque muitos produtores rurais optaram pela soja. A situação só deve se normalizar a partir de junho com a chegada das pastagens de inverno.
A pecuarista Solange Pavan, que tem 30 vacas em sua propriedade, registrou uma queda na produção de 1 mil para 800 litros por dia. Ela conta que os animais sofreram com o calor do verão. "Elas deixam de comer e a má alimentação diminui o leite delas", lamenta. Com a baixa na produção, o preço do leite vem subindo em média 15% nos supermercados. Os próximos meses costumam ter os menores níveis de produção no estado, e a indústria já pensa em repassar novos aumentos para o varejo.
"Não tem oferta de leite", justifica o diretor industrial da Cooperativa Santa Clara, João Seibel. "Estamos com estoques muito baixos e sabendo que ainda terá produção menor de leite nos próximos meses, isso vai impactar na lei da oferta e da procura", acrescenta. Clique aqui para assistir a reportagem. (As informações são do G1)
A diretoria do Conseleite - Mato Grosso do Sul reunida no dia 11 de março de 2016, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de fevereiro de 2016 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de março de 2016. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão levando em conta o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. (Famasul)
Em sua 15ª edição, a pesquisa obteve informações dos 100 maiores produtores de leite do Brasil sobre o desempenho de 2015, comparando-as com as do ano precedente. Marcelo Pereira de Carvalho, coordenador do levantamento e do MilkPoint, observa que, embora tenha havido desaceleração no crescimento, o dado ainda é positivo já que tudo "indica que a produção no Brasil caiu entre 3% e 4%" em 2015 sobre o ano anterior.
Há várias razões para a redução do ritmo de crescimento entre as 100 maiores, elenca Carvalho. Ele lembra que a produção nessas fazendas cresceu a uma taxa de 10% em 2014, quando a produção formal do Brasil subiu 5,1%, para 24,747 bilhões de litros, conforme dados do IBGE.
Desde o fim de 2014, porém, com os juros mais altos ficou "mais complicado" acessar crédito para os investimentos, diz Carvalho. Além disso, os preços baixos do leite no mercado internacional e a alta dos custos de produção em decorrência das cotações mais elevadas dos grãos também afetaram a disposição dos pecuaristas para ampliar a produção no mesmo ritmo anterior. "Houve ainda a valorização do dólar, que levou ao aumento de custo de produção do leite sem que o setor fosse beneficiado pelas exportações, já que os preços internacionais estavam em queda", argumenta o analista.
Esse cenário desfavorável explica um dos resultados da pesquisa: 58% dos produtores que forneceram informações consideraram a rentabilidade em 2015 pior que a média de outros anos; 34% afirmaram que a rentabilidade esteve na média e apenas 8% a consideraram acima da média. Como um dos reflexos da alta dos grãos, os custos operacionais de produção subiram 10,5% entre os produtores do ranking. Conforme observa o relatório do MilkPoint, a alta é semelhante à da inflação em 2015. Ainda segundo a pesquisa, 55% das propriedades tiveram custo operacional médio acima de R$ 1,00 por litro.
Sinal de que não se pode falar em crise entre os 100 maiores produtores de leite do país é que grande parte deles planeja continuar ampliando a produção nos próximos anos, diz Carvalho. "São produtores com grande rendimento, que recebem preços diferenciados, sentem menos a crise". Diante disso, afirma, dificilmente cancelam um plano de crescimento por questões de momento. Assim, quando indagados sobre a intenção de ampliar a produção nos próximos três anos, apenas 8% responderam que não pretendem expandir.
O levantamento da MilkPoint também questionou os produtores sobre o que consideram ser os maiores desafios do setor. Entre os principais estão custos, mão de obra e preços. Uma fatia de 27,7% dos entrevistados citou os custos de produção como um dos maiores desafios. Outros 14,2% citaram a mão de obra, "devido à necessidade de qualificação de trabalhadores rurais que saibam lidar com informática e tecnologias mais complexas". O preço do leite foi mencionado por 8,8% dos produtores, que apontaram o fato de essa variável não ter acompanhado a elevação dos custos de produção. (Valor Econômico)
A Fazenda Colorado continuou na liderança dos 100 maiores produtores de leite do país em 2015, conforme o levantamento da MilkPoint. A fazenda faz parte da mesma holding que controla o Laticínios Xandó. Mas o ranking teve mudanças importantes e grupos que se destacaram pelo avanço em relação a 2014. O grupo neozelandês Kiwi, com fazendas em Goiás, foi o que registrou maior crescimento absoluto na produção ¬ aumento médio de 13.573 litros por dia, ou 100,7% a mais que no levantamento anterior. De acordo com a MilkPoint, esse crescimento ocorreu porque o grupo colocou outra fazenda de leite em operação. Com isso, o grupo subiu 27 posições no ranking, para o 12º lugar. Outro destaque foi grupo Melkstad, de Carambeí (PR), cuja produção teve aumento médio de 8.782 litros por dia, para 17.982 mil litros. Marcelo Carvalho, da MilkPoint, destaca que o grupo saiu de 84ª posição em 2014 para 24ª no levantamento relativo ao ano passado. O relatório com o ranking dos 100 maiores também põe os holofotes sobre a Sekita Agronegócios, que produz em Minas Gerais, e teve aumento médio na produção de 7.524 litros por dia, saindo do sexto para o quarto lugar na lista.
A 17ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, teve R$ 1.581.768.000 em negócios concretizados pelos expositores. O valor representa uma queda de 28% em relação ao ano passado, quando foi registrado o volume de R$ 2.182.196.000,00. Do total de negócios, o montante de R$ 1.234.900.000 foi fechado nas instituições bancárias, R$ 210,3 milhões nos bancos de fábrica, R$ 87,252 milhões da comercialização com recursos próprios, R$ 39,360 milhões no pavilhão internacional e R$ 956 mil da agricultura familiar. O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, ponderou que, a partir desta semana, muitas intenções de negociação são assinaladas e acabam se concretizando. Mânica lembrou que o Brasil vive atualmente um dos momentos mais críticos da história política. "A economia está sangrando, as empresas estão tendo quedas em todos os setores, existe a realidade do desemprego e falta de confiança. Mas, nos períodos de crise, temos também os momentos de oportunidades, e quem pôde fez bons negó- cios", pontuou.
Nos cinco dias de feira, 210.800 pessoas passaram pela 17ª Expodireto Cotrijal. Com re lação ao ano passado, ocorreu uma queda de 8%, diminuição que o presidente da cooperativa atribui ao clima chuvoso, que desencorajou alguns visitantes. O número de expositores teve um ganho de 5%, subindo de 530 em 2015 para 554 em 2016. O total de colaboradores próprios da Cotrijal e terceirizados que trabalharam para realizar a feira foi de 914. Uma pesquisa de satisfação realizada com o público da 17ª Expodireto Cotrijal, promovida pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), apontou que 96% das pessoas entrevistadas consideraram a feira ótima, muito boa ou boa. Entre os pontos positivos mais citados estão organização, limpeza, maquinário, tecnologia, agricultura familiar e atendimento.
O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (Csmia/Abimaq), Pedro Estevão Bastos, apresentou números levantados junto aos associados da Abimaq na Expodireto. Em relação à feira de 2015, os negócios se reduziram 23% entre as empresas pesquisadas. A próxima edição da Expodireto Cotrijal feira vai ocorrer entre os dias 6 e 10 de março de 2017. (Jornal do Comércio)
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação dada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) à Pandurata, dona da Bauducco, por publicidade infantil indevida. O alvo da ação civil pública, movida pelo Ministério Público de São Paulo, é uma campanha da Bauducco com o tema "É hora de Shrek". A peça publicitária trazia relógios de pulso com a imagem do personagem, mas par adquirir o produto era preciso juntar cinco embalagens do biscoito "Gulosos" e pagar R$ 5. A propaganda foi considerada abusiva, por se tratar de venda casada. A empresa alegou em sua defesa que a campanha publicitária era voltada aos pais e negou se tratar de prática enganosa, abusiva e ilegal. O TJSP considerou que a campanha envolve venda casada e "aproveita¬se da ingenuidade das crianças". O TJSP também fixou uma multa de R$ 300 mil à Pandurata. Na decisão de segunda instância, a Segunda Turma do STJ decidiu que a publicidade dirigida às crianças ofende a Constituição Federal e o Código de Defesa do Consumidor e manteve a decisão do TJSP. A Pandurata, dona da marca Bauducco, pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Procurada, a Bauducco informou que ainda não recebeu a sentença escrita e, por este motivo, neste momento, não se pronunciará a respeito. (Valor Econômico)