Porto Alegre, 05 de janeiro de 2022 Ano 15 - N° 3.570
Além de perdas em lavouras de milho e de soja, a estiagem está provocando focos de incêndio em campos abertos no Estado. Municípios da Fronteira Oeste, como Quaraí e Santana do Livramento, e do Noroeste, como Alto Alegre e Não-Me-Toque, registraram ocorrência de pelo menos 11 focos de fogo entre as últimas semanas de 2021 e os primeiros dias de 2022.
Foram queimadas matas, pastagens e campos abertos com palha de trigo que aguardavam a volta da chuva para iniciar o plantio de soja (veja vídeo aqui: gzh.rs/fogocampo).
- A temperatura está muito alta e o solo está seco pela falta de chuva, o que facilita o surgimento desses episódios - observa o produtor Alex Morgan, de Alto Alegre.
No caso das pastagens, além dos incêndios, há também produtores que vivem prejuízos de qualidade, conforme explicou ontem a coluna. Levantamento da Emater aponta que as perdas já chegam a 60%. O produtor Maiquel Junges, de Não-Me-Toque, vive essa realidade de perto. A pastagem de sorgo plantada em outubro, que já deveria ter rendido três ou quatro pastejos, deu apenas um. Agora, Junges está precisando usar silagem, que também não é de boa qualidade por causa da estiagem, e ração, que é mais cara, para complementar a alimentação dos animais.
- A produção de leite das minhas 20 vacas caiu já 20%, o que significa menos R$ 2,5 mil por mês - preocupa-se o produtor. (Zero Hora)
Operação 365 é apresentada à equipe agro do Banco do Brasil
Um encontro na CCGL , no dia 16/12, em Cruz Alta, reuniu 10 regionais da carteira agro do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul para conhecer o programa de melhoria da qualidade do sistema agrícola produtivo, chamado Operação 365.
Para o Presidente da CCGL, Caio Viana, o momento de estresse hídrico nas lavouras é oportuno para resgatar fundamentos básicos que impactam na produtividade: “Nós temos quase 2.000 milímetros de chuva por ano no Rio Grande do Sul e estamos sofrendo com estiagens cada mais severas . Isso passa pelo solo, um ser vivo que precisa ser alimentado os 365 dias do ano para conseguir armazenar a água da chuva ”.
A operação 365 pretende incentivar o produtor a fazer boas práticas na lavoura através de estratégia que deve qualificar a assistência técnica, certificar talhões em propriedades rurais e viabilizar linhas de financiamento especial para melhorar o sistema produtivo. “A certificação de talhões nas propriedades rurais segue critérios técnicos pré-tomados, chamados de Indicadores de Qualidade de Manejo, que parecem ser ajustados para cada região. Assim, um talhão poderá ser certificado como Gold, Platinum ou Black, conforme a pontuação nos indicadores verificada no local ”, explica o Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo , Giovani Faé.
Durante a safra 2021/2022 acompanhados 30 talhões através de 10 cooperativas do RS: Cotriel, Coasa, Cotrijuc, Cotrijal, Cotrisul, Cotripal, Cotrisal, Cotrisel, Cotrirosa e Coopatrigo. “Os resultados serão executados e desencadear o processo de certificação”, explica o coordenador da Rede Técnica Cooperativa (RTC / CCGL), Geomar Corassa, destacando que as cooperativas contam com a ajuda de uma plataforma digital - o Smartcoop - que será usado para o monitoramento dos talhões: “Entre as funcionalidades da plataforma estão o acompanhamento da lavoura, monitoramento por satélite, previsão do tempo de alta resolução, alertas de pragas e doenças, gerenciamento de rebanho, comercialização, dentre outros”.
“Neste momento estamos discutindo como aprimorar o crédito agrícola e isso passa pela rentabilidade das lavouras. Contar com essa função de risco para a instituição financeira e pode facilitar o acesso do produção ao crédito ”, avalia o Gerente Geral do Banco do Brasil no RS, Jorge Reis, lembrando que a certificação também pode orientar o seguro agrícola.
O programa Operação 365 já conta com uma série de parceiros como CCGL, RTC, Embrapa, UPF, Banrisul e UFRGS, além das cooperativas gaúchas. (Embrapa)
Uruguai – Em 2021 as exportações de lácteos caíram em volume e cresceram em valor
Exportações/UR – O Uruguai exportou menos lácteos mas o valor foi maior. Os pedidos de exportação totalizaram 223.037 toneladas por US$ 739,2 milhões. Isto representa queda de 4,3% em relação às 233.135,6 toneladas enviadas em 2020.
Mas houve alta de 8,6% em relação aos US$ 680,38 milhões recebidos com a remessa de lácteos para o exterior no ano passado, segundo dados da Alfândega.
A China foi o principal destino em volume e a Argélia em valor.
Para o país asiático foram enviadas 52.721,9 toneladas de lácteos no valor de US$ 166,1 milhões. O país africano comprou 52.643,2 toneladas por US$ 182,4 milhões.
O Brasil ficou em terceiro lugar, com 43.355 toneladas ao custo de US$ 145,5 milhões.
Na comparação com 2020, a Argélia caiu (30% em volume e 19% em valor), o Brasil também baixou (22% em volume e 16% em valor) e a China teve um crescimento importante (108% em volume e 169% em valor).
Por produtos, caiu 4% o volume exportado de leite em pó integral, mas registrou crescimento destacado no valor, 9,7%. Este é de longe o principal produtos lácteos que o Uruguai vende para o exterior. O preço médio da tonelada exportada foi de US$ 3.418, enquanto que, em 2020, a média foi de US$ 2.995 a tonelada.
No segundo lugar estão os queijos, que caíram tanto em volume (5%), como em valor (3%).
No terceiro lugar está a manteiga que retrocedeu 9% em volume, mas deu um salto de 16% em valor. (Fonte: Blasina y Asociados – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
Jogo Rápido
A RAR, de Vacaria, encerrou 2021 com expansão de 34% em sua receita líquida, média de 25% ao ano, contabilizados nos últimos sete anos e agora tem o desafio de crescer mais 35% em 2022. Para o CEO Sergio Martins Barbosa, o resultado é consequência de um trabalho de muita dedicação. “Este foi mais um ano em que a crise atingiu empresas de todos os portes. Mas com trabalho e organização, pudemos comemorar mais um ano de conquistas e lançamentos”, afirma. Para 2022, a empresa projeta novidades como a ampliação da linha de charcutaria da RAR Importados e a expectativa de abrir unidades Spaccio RAR em Porto Alegre e São José dos Campos (SP). (Jornal do Comércio)