Porto Alegre, 06 de novembro de 2015 Ano 9 - N° 2.141
A balança comercial de produtos lácteos teve um déficit de 9.400 toneladas em outubro, volume 5 vezes maior que o déficit apresentado em setembro. Em valores, houve reversão na balança de lácteos: enquanto em setembro houve um saldo positivo de US$7,4 milhões, em outubro houve um déficit de US$12,6 milhões. A Tabela 1 abaixo traz os valores e volumes de importação por categoria de produto.
Tabela 1 - Balança comercial de lácteos - Outubro de 2015 (clique na imagem para ampliar).
Fonte: MDIC; Elaboração: MilkPoint Inteligência
Novamente, o maior volume das exportações foi de leite em pó integral, com cerca de 5.200 toneladas exportadas a um preço médio de US$5.434/ton, com grande parte do volume destinado ao mercado venezuelano.
No entanto, também houve um crescimento expressivo nas importações de leite em pó em outubro: na soma dos volumes importados de leite em pó integral e desnatado, o crescimento foi de 75,9%, saindo de cerca de 7 mil toneladas em setembro para, aproximadamente, 13.470 toneladas em outubro, mesmo com a alta do dólar.
As importações de leite em pó, tanto integral quanto desnatado, tiveram origem majoritariamente do Uruguai (63,9%), seguido por Argentina (36,1%). Desde julho deste ano, Uruguai e Argentina tem mantido praticamente as mesmas participações nas importações brasileiras de leite em pó.
Nesse mês, a importação de queijos voltou a subir, saindo de 1.500 toneladas importadas em setembro para 1.900 importadas em outubro, um aumento de 26,9%. (A matéria é da Equipe MilkPoint, a partir de dados do MDIC)
Os preços internacionais dos alimentos voltaram a subir em outubro, segundo a FAO, a Agência para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas. O índice mensal da entidade, que mensura uma ampla cesta de alimentos, atingiu no mês passado 162 pontos, um aumento de 3,9% em relação a setembro. Segundo a FAO, a guinada se deveu ao fenômeno climático El Niño, que ameaça a oferta de algumas commodities.
O cenário do mês passado devolve, portanto, o otimismo registrado em setembro, quando o recuou pela primeira vez em 18 meses dado o panorama de oferta mais folgada. Apesar da guinada em outubro, a FAO lembra que, de modo geral, os preços dos alimentos ainda estão 16% menor que no mesmo período do ano passado. "A alta de outubro foi puxada pelas preocupações climáticas em relação ao abastecimento de açúcar e óleo de palma", afirmou a FAO, no relatório.
O índice específico do açúcar subiu 17,2% em outubro, na comparação com o mês anterior. Foi o maior ganho no índice geral da FAO. Chuvas expressivas em grandes regiões produtores no Brasil impactaram a colheita, assim como a seca na Índia e na Tailândia. Essa composição climática contribuiu para que os futuros da commodity negociados na bolsa de Nova York acumulassem altas significativas nas últimas semanas. Já o índice referente aos óleos vegetais registrou alta de 6,2% em outubro. Segundo a FAO, "as preocupações se intensificaram em relação aos estragos que o El Niño possa fazer nas plantações de palma da Indonésia, ao mesmo tempo em que o plantio de soja no Brasil mostra progressos mais lentos também devido ao clima". Os cereais, por sua vez, subiram no mês passado 1,7%, na medida em que o tempo seco na Ucrânia e Rússia, que deverá reduzir a safra do ano que vem, puxou os preços do trigo.
Apesar disso, ressaltou da FAO, os estoques globais do cereal deverão permanecer em níveis confortáveis. Em relação aos preços dos lácteos, o índice mensal da FAO registrou um aumento de 9,4% entre setembro e outubro, refletindo os temores de queda na oferta global devido às entregas inferiores da Nova Zelândia. Os preços das carnes mantiveram-¬se estáveis em outubro. (Valor Econômico)
Caminhoneiros preparam greve e cobram renúncia de Dilma
Convocados pelo Comando Nacional do Transporte, caminhoneiros autônomos irão iniciar greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira, com pretensão de atingir todo o país. A pauta não traz reivindicações da categoria. As lideranças assumem publicamente que o objetivo é pressionar pela renúncia da presidente Dilma Rousseff.
Integrantes do movimento dizem que a lista de reivindicações permanece a mesma apresentada em fevereiro, quando houve uma greve de caminhoneiros que gerou problemas logísticos, ameaças de desabastecimento e terminou, já em março, em confronto da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal com os motoristas em Camaquã.
- A nossa pauta do transporte existe e não foi atendida. Alguns pontos dela são redução do preço do óleo diesel, criação da tabela do preço mínimo do frete, carência de 12 meses para quem tem financiamento de caminhão no BNDES (no total, são 10 reivindicações). Agora, a pauta é a deposição da presidente - explicou Fábio Luis Roque, caminhoneiro de Santa Rosa e liderança do Comando Nacional do Transporte.
Um dos principais líderes, Ivar Schmidt, de Mossoró (RN), foi enfático em um vídeo de convocação à greve publicado na página do movimento no Facebook, com mais de 28 mil curtidores.
- A nossa principal reivindicação é a saída da Dilma Rousseff - disse Schmidt.
Eles admitem ter uma "aliança" com grupos anti-Dilma como Vem Pra Rua, Brasil Livre, Avança Brasil e Revoltados On Line. A ideia é deslocar parte dos veículos, sobretudo do Distrito Federal e de Goiás, para Brasília até o próximo dia 15. Os caminhoneiros pretendem se juntar a manifestantes que estão acampados na capital federal para pressionar pelo impeachment ou pela renúncia.
Como a organização é por fora dos sindicatos, por meio de uma rede de contatos de Facebook e WhatsApp, é difícil estimar a adesão. Alguns profissionais estão divididos.
- Achamos que não dá para ir à estrada sem uma pauta da categoria, somente para pedir impeachment. Vamos atender a solicitação do comando em parte. Ficaremos parados em casa e veremos o que vai acontecer - explicou o caminhoneiro Odi Antônio Vani, de Palmeira das Missões.
Estado poderá ter 10 pontos de concentração
Roque estima que, na segunda-feira, o Rio Grande do Sul deverá ter pelo menos 10 pontos de concentração de caminhões em estradas. Soledade e Santa Rosa serão locais de protesto. As outras cidades são mantidas em sigilo pelos organizadores. O caminhoneiro reconhece que a maioria dos motoristas vai paralisar as atividades com a opção de ficar em casa. A expectativa é de que transportadoras também se agreguem.
Sindicatos e federações da categoria são contrários à greve.
- Pelo o que percebemos, alguns infiltrados estão usando o caminhoneiro para instigar um golpe de Estado, querem derrubar o governo - afirma André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS e de SC.
Há um clima de incerteza sobre a dimensão que a iniciativa poderá tomar.
- Os sindicatos não estão envolvidos com isso, não temos nada a ver com isso, mas a situação do caminhoneiro é a pior possível. Os fretes caíram 30%, o óleo diesel subiu três vezes, os pedágios cresceram 15%. Para quem está desesperado, é imprevisível. Já tem muito caminhão parado por falta de carga, e os fretes oferecidos não cobrem os custos - avalia Nélio Botelho, do Movimento União Brasil Caminhoneiro.
O governo federal monitora, preocupado com a possibilidade de agitação política em momento de enfraquecimento do impeachment no Congresso. Outro alerta soa no Palácio do Planalto com a hipótese de ampliação da crise econômica caso ganhe força a paralisação no transporte de cargas.
- A maior parte dos sindicatos é contra a greve e vemos nisso um movimento que efetivamente tem viés político muito forte. Estamos acompanhando a movimentação dentro daquilo que costumamos fazer - afirma o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. (Zero Hora)
Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje, 06 de novembro de 2015, a Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil, nº 1590, de 05 de novembro de 2015, que dispõe sobre o crédito presumido da Contribuição para os Programas de Intergração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins relativo à aquisição de leite in natura. "Esta Instrução Normativa disciplina a aplicação do art 9º-A da Lei nº 10925 de 23 de julho de 2004, no âmbito do Programa Mais Leite Saudável, instituído pelo Decreto nº 8.533 de 30 de setembro de 2015", este é o Artigo Primeiro da Instrução Normativa. (Terra Viva/Legisweb)
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