O produtor rural Dirceu Baldasso, 31 anos, é um dos produtores de leite que recebe, nesta sexta-feira, o certificado de conclusão no PAS-Leite, mas os efeitos da participação nos módulos, no decorrer dos últimos sete meses, já são sentidos por ele na prática. Com uma propriedade de 43 hectares, ele possui 100 vacas em lactação, produzindo, em média, 3 mil litros de leite tipo B diariamente.
Como resultado obtido a partir da adoção das boas práticas, ele cita que registrou redução de 50% na contagem bacteriana e de células somáticas. Como a cooperativa remunera o leite também pela qualidade, ao invés de receber o valor médio de R$ 0,90 pelo litro, Baldasso tem ganho R$ 1,03 por litro. Baldasso diz que não precisou fazer grandes investimentos.
O diferencial está no aumento de controle sobre os processos. "Estabelecemos um padrão para que todos sigam o mesmo trabalho na ordenha e na limpeza da sala e dos utensílios." (Jornal do Comércio)
Secretaria da agricultura e pecuária divulga dados sobre primeira etapa da vacinação da febre aftosa
Imunização atingiu cerca de 98,67% do rebanho gaúcho em campanha onde Estado cumpriu a totalidade dos recursos previstos em dotação orçamentária
Durante o mês de maio ocorreu à primeira etapa da vacinação contra a febre aftosa de 2015, que teve como objetivo imunizar 90% dos bovídeos do Estado. Foram declaradas pelos produtores a vacinação de mais de 13,7 milhões de animais, representando cerca de 98,67% do rebanho gaúcho.
Ao longo do período de imunização, servidores da Seap realizaram atividades para fiscalizar a vacinação em 12 mil estabelecimentos rurais, com um total de 532 mil animais, visando garantir a correta aplicação da vacina e, consequentemente, sua eficácia. Também foram realizadas 2355 fiscalizações nos mais de 400 estabelecimentos que comercializam a vacina contra a febre aftosa para verificação das condições de armazenamento do produto.
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul beneficiou 213 mil produtores rurais enquadrados nos critérios do Pronaf ou do Pecfam com a doação de vacinas, que representaram 62% da categoria e 2,3 milhões de animais.
Os dados do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seap) demonstram a preocupação dos produtores gaúchos em cumprir a determinação do Serviço Veterinário Oficial que exige a comprovação da vacinação dentro de prazos e condições estabelecidos em legislação. "Pelo resultado alcançado temos a convicção de que houve uma grande capilaridade na vacinação, o que é uma grande notícia, pois houve o envolvimento de técnicos da secretaria e também dos produtores, demonstrando a preocupação com a sanidade animal", avalia o secretário Ernani Polo. (SEAP)
XIII Congresso Internacional do Leite
O Congresso Internacional do Leite reunirá em Porto Alegre produtores, industriais, traders, distribuidores, prestadores de serviços, ofertadores de insumos, pesquisadores, estudantes e tomadores de decisão de organizações privadas e instituições públicas, todos com o propósito de discutir os avanços e os desafios da cadeia produtiva do leite. A programação contará com temas como: mercado global, sucessão familiar, automação produtiva, novos produtos industriais, inovação, assistência técnica e extensão rural, debatidos por especialistas nacionais e internacionais. (Embrapa)
Associado da Dália Alimentos investe em novo conceito para alojar vacas leiteiras
A estrutura metálica já está em pé e diferencia a propriedade no interior do município de Fazenda Vilanova. Os ferros montados são o início de um projeto que tem origem americana e promete trazer mais conforto ao rebanho leiteiro do associado e delegado da Dália Alimentos, Décio Bayer, de 55 anos. O produtor optou pelo investimento diferenciado e deixou de lado o tradicional Free Stall - modelo mais convencional adotado pelos produtores de leite - para erguer um Composto Barn. O pavilhão demandará investimento de R$ 200 mil e terá capacidade para alojar 70 vacas leiteiras. Até então, segundo Bayer, os animais permaneciam em antigos estábulos ou soltos na área de pastagem. "Pensamos no Compost Barn porque queríamos dar mais conforto e bem-estar às vacas e também gastar menos na instalação. "
Ele revela que até cogitou construir um Free Stall, mas diante do alto investimento, que, segundo ele, seria mais que o dobro, optou pelo Compost Barn na tentativa de minimizar os gastos e custos. "Teremos um pouco mais de trabalho para mexer a cama todos os dias, mas, com este sistema, as vacas terão mais conforto e bem-estar. Além disso, depois de um ano teremos um rico composto que poderá ser utilizado em nossas lavouras."
Na propriedade, Bayer conta com auxílio do filho Tiago, de 24 anos, da esposa Andrelia, de 40 anos, dos filhos Tuana, de 19, e Jonatan, de 13, e da mãe Anilda, de 81 anos. Todos residem na propriedade e colaboram com os trabalhos. "Desde pequenas, as crianças aprenderam a conviver com os animais. Ensinei o Jonatan a dar comida para as terneiras e até hoje ele gosta de fazer isso", conta Bayer. Para o primeiro semestre de 2016, o projeto da família consiste em construir uma nova sala de ordenha e, no segundo, ampliar o número de animais em lactação e a litragem de leite produzida por dia. Hoje, o rebanho é composto por 121 animais, sendo 60 vacas em lactação e uma produção de 1,4 mil litros de leite por dia. Os animais são mesclados entre Holandês e Jersey.
De acordo com o técnico da Dália Alimentos, Roni Roese, o sistema Compost Barn é um sistema alternativo de confinamento para vacas leiteiras. "Consiste em uma área coberta onde os animais são estabulados sobre uma cama, geralmente de serragem. O esterco é misturado à serragem, transformando-se em um composto."
Ele explica que, quando manejado de forma correta, o Compost Barn fornece um ambiente limpo e confortável aos animais. Entretanto, a desvantagem é quanto à mão de obra e à secagem do material, pois deve ser revirado entre duas a três vezes por dia, além de exigir o uso de ventiladores para secagem do material. Segundo Roese, a região conta com algumas instalações no modelo Compost Barn funcionando na região. "Alguns obtiveram sucesso e outros não. Mas cabe salientar que para o êxito é muito importante que o produtor tenha dedicação, mão de obra e serragem de boa qualidade para a cama", pontua.
Roese, de 37 anos, se formou pelo Colégio Agrícola Teutônia e está na Dália Alimentos há cinco anos. Na visão dele, a assistência técnica é importante porque auxilia os produtores no gerenciamento, na tomada de decisões e nas inovações tecnológicas essenciais para se manterem competitivos nas atividades agrícolas. (Jornal Cidades)