Porto Alegre, 03 de junho de 2015 Ano 9 - N° 2.074
Sindilat/RS vai à Rússia negociar exportação de lácteos
Presidente Alexandre Guerra acompanha missão empresarial liderada pela ministra Kátia Abreu
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS), Alexandre Guerra, viaja nesta segunda-feira (6) a Moscou, na Rússia, a fim de abrir mercados para a exportação de produtos lácteos do Rio Grande do Sul. Guerra acompanha a missão empresarial liderada pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que envolverá reuniões com lideranças do país, além de visitas técnicas. "Hoje a exportação de lácteos brasileiros para a Rússia ainda é muito pequena. Precisamos abrir este mercado, considerado estratégico para o setor", observa Guerra. Atualmente, o Brasil exporta para o mercado russo queijo e manteiga. Um nicho em potencial é o de leite condensado saborizado, bastante consumido naquele país.
De acordo com o presidente, o setor vem crescendo ano a ano e o excedente precisa ser exportado. Atualmente, o RS produz mais de 4,8 bilhões de litros leite/ano, um crescimento de 95% nos últimos dez anos. Além disso, a cadeia láctea responde por 2,67% do PIB do Estado, representando R$ 8 bilhões, e movimenta mais de 105 mil produtores no Estado. "Só nesses primeiros cinco meses, entraram 52 milhões de quilos (ou 557 milhões/litros) de produtos lácteos vindos do exterior para concorrer com a produção nacional. Esse volume corresponde a 33 dias de produção do Rio Grande do Sul", alerta Alexandre Guerra.
A comitiva, que contará com representantes do governo federal, Câmara dos Deputados e Senado, terá uma extensa agenda ao longo da próxima semana, envolvendo compromissos como encontro empresarial da Cadeia de Proteínas, visitas técnicas a supermercados e reuniões com agências de publicidade que trabalham com o setor alimentício. Pelo Sindilat/RS, acompanham os associados Raul Amaral (Cosulati) e Márcia Daltoé (Dália Alimentos).
Leite é tema de reuniões na Farsul
Duas reuniões envolvendo a cadeia produtiva do leite aconteceram na quinta-feira (02/07), na sede da Farsul. Pela manhã, a Câmara Técnica do Conseleite-RS discutiu a elaboração de uma tabela de remuneração por qualidade ao produtor. À tarde, os participantes gaúchos da Aliança Láctea Sul Brasileira avaliaram os temas que foram abordados no último encontro que aconteceu em abril, também na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul.
Mesmo que a implantação de uma tabela que remunere o produtor conforme a qualidade do produto ainda dependa da análise das direções das indústrias e aprovação dos demais integrantes do Conseleite-RS. A atividade serviu para estabelecer parâmetros que iram definir o valor a ser pago ao produtor.
Conforme a proposta, a variação de gordura, proteína, células somáticas e células bacterianas irão determinar, dentro da tabela, se o produto está acima ou abaixo de um padrão, o que irá determinar o valor a ser recebido. O presidente da Comissão do Leite da Farsul e do Conseleite-RS, Jorge Rodrigues, lembra que o preço permanecerá determinado pelo mercado, "o valor continua estabelecido pela indústria. De acordo com a qualidade ele vai ter bonificação ou penalização a partir do preço mínimo", explica.
O tema da reunião da manhã também foi tratado no encontro da tarde. A tabela de remuneração por qualidade é uma das três ações que serão apresentados pelos integrantes do Rio Grande do Sul na próxima reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, que acontece em Florianópolis, no dia 17 deste mês. Outro item é o da sanidade. O programa de incentivo à certificação de propriedade livre de brucelose e tuberculose, com participação do Fundesa, Secretaria da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul e Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento será mostrado aos outros dois estados que formam a aliança, Paraná e Santa Catarina.
A capacitação e assistência técnica também foram incluídas entre os projetos que serão levados à capital catarinense. Ambos já estão sendo trabalhados. Rodrigues comenta que existiam diversos grupos e programas atuando nessa linha, mas, de forma independente. "O Senar-RS tem um programa, a Emater tem outro. Nossa proposta é reuni-los e ver como podemos somá-los, mantendo a participação de todos, completando espaços e não os tirando", projeta. Também existe a proposta de fortalecer e ampliar a realização de cursos de formação para criar profissionais para os tambos de leite. (Farsul)
BRF conclui venda da divisão de lácteos para Lactalis por R$ 2,1 bilhões
A BRF concluiu a venda da sua divisão de lácteos para a Lactalis do Brasil. O valor da transação foi de aproximadamente R$ 2,1 bilhões. A operação inclui a venda de 100% das ações de emissão da Elebat Alimentos, sociedade na qual foram contribuídos os direitos e obrigações relativos à divisão de lácteos da BRF.
O negócio foi anunciado em setembro do ano passado, com a assinatura de um memorando de entendimentos, que previa que o valor da transação era de R$ 1,8 bilhão, sujeito a determinados ajustes.
Segundo a BRF, os efeitos no resultado financeiro relacionados à operação estão em fase de apuração pela companhia e serão registrados nas suas demonstrações financeiras do terceiro trimestre de 2015. (Estadão Conteúdo)
SINDILAT CONVIDA
A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal realiza, no dia 10 de julho, a audiência pública "Mercados e perspectivas para o futuro da produção leiteira do Brasil". O evento acontece às 14h, no auditório da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), em Ijuí (RS). O debate objetiva avaliar a situação atual e, especialmente, planejar ações para fortalecer e estimular a produção, garantindo a ampliação de mercados, o desenvolvimento de tecnologias e mais geração de renda. O evento contará com a participação de lideranças do setor, representantes do governo, senadores, deputados, prefeitos, vereadores e especialistas na área, além de produtores de todo o Estado. Participe!