Porto Alegre, 11 de outubro de 2019 Ano 13 - N° 3.085
Projeto aprovado e que exige validade mínima adiciona restrições a importadores de leite em pó
Por unanimidade, na última quarta-feira (09) foi aprovada uma proposta que determina que importadores de alimentos disponibilizem no mercado apenas produtos que estejam com 70% do tempo de prateleira (intervalo entre a data de fabricação e a data de validade).
Em média o leite em pó desnatado tem prazo de validade de 3 anos e o integral de 1,5 ano. Ou seja, pelo projeto, esses produtos só poderiam ser comercializados no Brasil (internalizados) se tiverem prazo de validade de 2,1 anos, no caso do desnatado, e de pouco mais de um ano, no caso do integral.
A medida tem como objetivo trazer mais segurança alimentar a quem consome leite em pó, além de privilegiar a produção do alimento pelo mercado brasileiro. O PL 952/2019 passou pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) e segue para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
O autor da proposta, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, deputado Zé Mário (DEM-GO), explica que a exigência da validade mínima vai coibir possíveis práticas desleais por importadores que colocam o produto no mercado brasileiro próximo do vencimento com preços bem mais baixos.
“Vamos colocar regras claras na importação de leite em pó no Brasil. Muitos países têm altos estoques de leite em pó e esse produto, por estar por vencer, derruba os preços quase que praticando ´preço de banana’, como a gente diz no jargão popular”. Segundo Zé Mário, o leite em pó importado entra no mercado dessa forma fazendo com que muitas vezes os preços pagos ao leite nacional caiam de forma abrupta.
De acordo com o projeto, o Poder Executivo deverá criar normas alfandegárias específicas para garantir a fiscalização e a inspeção dos produtos. (As informações são da FAEG - Federação de Agricultura do Estado de Goiás, resumidas pela Equipe MilkPoint)
Produtores de leite debatem sobre a adequação às INs em Nova Prata
Mais de mil pessoas, de diferentes municípios, entre produtores de leite, técnicos e entidades estiveram reunidos nas comunidades de Santa Líbera e Campestre, em Nova Prata (RS), afim de debater sobre novas alternativas e tecnologias para tornar a bovinocultura de leite mais rentável e sustentável. O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, com o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), nesta quarta-feira (09/10) das 8h30 às 17h, e contou diversas palestras.
Sobre a qualidade do leite, a Cooperativa Santa Clara, empresa associada ao Sindilat, citou a implementação das Normativas do Leite (INs) 76 e 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estão em vigor desde 30 de maio. As INs visam a melhora do produto, alterando a forma de produção, coleta e armazenagem do leite cru. De acordo com o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, iniciativas como essa aproximam o produtor da indústria. "É importante que a cadeia produtiva permaneça unida em busca da qualidade do leite, só assim conseguiremos estar aptos à exportação de lácteos", disse.
Para Tiago Frizzon, produtor de leite no município de Cotiporã, é preciso buscar tecnologias para incrementar a produção e conseguir manter-se na atividade. “A irrigação é algo cada vez mais importante. As estiagens estão tirando nosso potencial produtivo. Então é bom termos uma noção melhor disso, porque o custo benefício da irrigação é bom".
O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Nova Prata, João Carlos Reginato, salientou que os produtores não têm controle sobre o preço, mas, da porteira para dentro da propriedade, podem trabalhar para que os animais produzam e rendam mais. "Os produtores precisam se adequar às INs 76 e 77, que tratam da qualidade do leite e que não são excludentes, mas um exercício de proteção do consumidor", afirmou Reginato. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Crédito: Rejane Paludo/Emater/RS-Ascar
Leite/América do Sul
De um modo geral, com a chegada da primavera, o nível de produção de leite nas fazendas continua aumentando nas principais bacias leiteiras da América do Sul. No Brasil, as chuvas estão melhorando a qualidade das pastagens nas principais regiões produtores de leite do país.
Enquanto a produção de leite melhora sazonalmente, os preços continuam elevados, principalmente em decorrência da agressiva concorrência por leite entre os diversos processadores.
Embora o rendimento animal tenha melhorado nas últimas semanas, o volume de leite permanece bem abaixo do adequado para atender todas as indústrias e o mercado doméstico. A expectativa é de que durante a primavera a oferta de leite e creme atenda as necessidades dos processadores.
Na Argentina e no Uruguai, o clima tem sido mais seco do que o normal, o que vem limitando o desenvolvimento de pastagens e plantio de grãos. No entanto, a qualidade e a quantidade de forragens e grãos disponíveis, até o momento, estão adequadas para alimentar o rebanho leiteiro. Portanto, a produção de leite aumentou sazonalmente, mas, um pouco menos em comparação com 2018.
Ao contrário do Brasil, na Argentina e no Uruguai o preço do leite ao produtor está mais baixo, e em alguns casos, está influenciando na ração fornecida aos animais. Ainda assim, o volume que chega às fábricas é suficiente para atender as necessidades de processamento. A maior parte do leite está sendo destinado ao engarrafamento de leite fluido/UHT, e produção de iogurte, manteiga, queijo e leite condensado. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)