Porto Alegre, 05 de setembro de 2019 Ano 13 - N° 3.060
Nova liderança
A francesa Lactalis está sob nova direção no Brasil. O comando passou a ser acumulado por Patrick Sauvageot, presidente da marca para a América Latina. A mudança deve-se à saída, no início de agosto, de André Salles, à frente da operação brasileira desde setembro de 2017. E faz parte de reestruturação interna da companhia, que concluiu em julho o processo de compra da mineira Itambé.
Com a nova composição, a multinacional, que tem cinco unidades no Rio Grande do Sul, passará a ter a maior captação anual de leite no Brasil, de 2,3 bilhões de litros, ultrapassando a Nestlé.
Sobre outras alterações no funcionamento das duas companhias unidas, o diretor de comunicação da Lactalis, Guilherme Portella, afirma:
- Em um primeiro momento, as empresas ficarão completamente separadas, com estruturas administrativas próprias, um presidente de cada lado e equipes distintas. Evidentemente, existe possibilidade de sinergias e, mais do que isso, troca de conhecimentos para ver o que cada uma faz melhor e que o outro lado pode aprender com isso, otimizando a operação.
No Brasil, a francesa tem 14 unidades fabris em oito Estados.
- O país vive lógica diferente dos demais países da América, onde tu pega os três principais players e eles têm pelo menos 50% do mercado. No país, o maior é a Lactalis, com 10%. E se tu somar com os outros dois, não chega a 20% - avalia Portella sobre concentração, após a incorporação da Itambé. (Zero Hora)
Com o predomínio de mulheres na plateia, o V Seminário Regional do Leite, realizado no município de Novo Barreiro (RS), destacou o protagonismo da mulher na atividade leiteira. O evento, que contou com cerca de 450 participantes, entre técnicos e produtores, ocorreu nesta quarta-feira (04/9), no Guarani Esporte Clube. De acordo com o assistente técnico regional de Sistema de Produção Animal e Gestão Rural da Emater/RS Valdir Sangaletti, a ideia era mobilizar a participação das mulheres em ambientes de debate, visto que, na região, a mulher é quase sempre a responsável pela prática da ordenha.
Durante o evento também foram abordados os seguintes temas: nutrição do rebanho leiteiro, homeopatia na produção de leite, sanidade dos animais, agricultura familiar, qualidade do leite e competitividade de mercado. Em sua palestra, o médico veterinário, responsável pelo Projeto Mais Leite Saudável do Laticínio Stefanello, Maicon Silvestrin, ressaltou a importância da assistência técnica dentro das propriedades para alcançar os resultados exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para o gerente do Departamento de Fomento do Laticínio Stefanello, Adão Castro, eventos como esse aproximam a indústria dos produtores e são de suma importância porque proporcionam conhecimento. "Fomos convidados pelo Sindilat para estar presente no seminário e ficamos bastante agradecidos com o convite, ainda mais porque estamos sempre buscando profissionalizar o trabalho dos produtores que nos atendem", afirmou Castro.
Promovido pela Emater, com o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), o seminário itinerante tem o objetivo de sanar dúvidas sobre a atividade, principalmente após a chegada das Instruções Normativas do Leite 76 e 77, do Mapa. As INs, em vigor desde 30 de maio de 2019, visam a qualidade do produto e alteram a produção, coleta e armazenagem do leite cru em todo o País. (Assessoria de Imprensa sindilat)
Foto: Marcela Buzatto
Fonterra/Austrália
A Fonterra noticiou que o volume de leite captado na Austráilia caiu 29% no primeiro mês da temporada, acompanhando a queda de 20% da estação passada. O volume de leite continua caindo rapidamente. As notícias são melhores na Nova Zelândia, onde o volume coletado em julho foi 2,2% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (18,3 milhões de quilos de sólidos de leite).
A Fonterra disse que na Nova Zelândia (onde a temporada começa um mês mais tarde) a captação no final de julho totalizou 32,7 milhões de quilos de sólidos, um aumento de 4,7% em relação ao ano passado. Isso representa apenas 2% da produção total da temporada.
No entanto, em sua mais recente atualização para agosto, a Fonterra diz que a captação em toda a Austrália no primeiro mês da temporada 2019/20 (julho) foi de 5,4 milhões de kg, uma queda de 28,9% em julho na temporada passada.
A cooperativa esclarece que isso representa "uma pequena porcentagem da coleção do ano inteiro". No entanto, continua a tendência de queda acentuada verificada na temporada anterior, com as quedas tendendo a piorar mês a mês. No último mês de 2018/2019 - junho de 2019 - o volume captado na Austrália caiu cerca de 30% em relação ao mesmo mês do ano anterior e ajudou a reduzir a perda total de volume da temporada para 20,3%. Em 2017-18, os volumes australianos aumentaram cerca de 24%.
Comentando a situação da Austrália, a Fonterra diz que sua participação na captação continua declinando na Tasmânia, "impactada pela intensa concorrência pela oferta de leite e péssimas condições de produção. A seca em 2019 fez com que aumentassem as taxas de abate de vacas de leite, o que significa um grande número de fazendeiros saindo da atividade e a continuidade dos elevados custos de produção resultou na redução das bacias leiteiras da Austrália no primeiro semestre de 2019, em relação ao primeiro semestre de 2018", diz a Fonterra.
A cooperativa já havia anunciado o fechamento da fábrica de Dennington na Austrália. Mais recentemente informou que teve prejuízos de NZ$ 70 milhões com seus negócios de ingredientes na Austrália, para se adaptar "às secas continuadas, a queda na oferta de leite e a agressiva competição das indústrias de laticínios".
Com as baixas contábeis em operações domésticas e no exterior, a Fonterra já sinalizou que reportará uma perda entre NZ$ 590 milhões e NZ$ 657 milhões no ano fiscal encerrado em julho, e não haverá pagamento de dividendos.
O resultado deverá ser divulgado em 12 de setembro e será acompanhado de perto pelos acionistas prodotres de leite da Fonterra, que viram o preço das ações da cooperativa afundar de forma alarmante.
As ações da cooperativa (que só podem ser de propriedades dos fazendeiros) fecharam na terça-feira com uma baixa história, NZ$ 3,17, e permaneceram nesse nível nesta quarta-feira. Isto representa queda de 32% em relação ao início do ano, e mais de 50% quando comparada com o valor no início de 2018. (interest.co.nz - Tradução livre: Terra Viva)
Confira cotas e tarifas para produtos agrícolas no acordo Mercosul-EFTA
O acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, prevê acesso preferencial para os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil, com a eliminação de tarifas ou concessão de cotas.
Alguns dos setores que serão beneficiados com o acordo são: carne bovina, carne de frango, milho, farelo de soja, melaço de cana, mel, café torrado, frutas e sucos de frutas.
Veja aqui as tarifas e cotas do acordo de livre comércio Mercosul-EFTA
As negociações entre os dois blocos tiveram início em janeiro de 2017 e foram concluídas após dez rodadas. Com um PIB de US$ 1,1 trilhão e uma população de 14,3 milhões de pessoas, a EFTA é o nono maior ator no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços.
O Ministério da Economia estima que o acordo Mercosul-EFTA irá incrementar o PIB brasileiro em US$ 5,2 bilhões em um período de 15 anos. Outra projeção é o crescimento de US$ 5,9 bilhões e de US$ 6,7 bilhões nas exportações e nas importações totais brasileiras, respectivamente, totalizando acréscimo de US$ 12,6 bilhões na corrente comercial brasileira. Espera-se um incremento substancial de investimentos no Brasil, da ordem de US$5,2 bilhões, no mesmo período.
Em 2018, a corrente de comércio entre Brasil e EFTA totalizou US$ 4,5 bilhões, com exportações de US$ 1,7 bilhão, compostas principalmente por ouro, produtos químicos como óxido de alumínio, café, soja, carnes e preparações alimentícias diversas, e importações de US$ 2,8 bilhões, com destaque para produtos farmacêuticos e químicos orgânicos, máquinas e equipamentos, petróleo e gás, peixes e crustáceos. (As informações são do Mapa)