Porto Alegre, 24 de junho de 2019 Ano 13 - N° 3.007
A diretoria do Conseleite Santa Catarina reunida no dia 19 de Junho de 2019 na cidade de Chapecó, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I, aprova e divulga os preços de referência da matéria-prima leite, realizado no mês de Maio de 2019 e a projeção dos preços de referência para o mês de Junho de 2019. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, bem como o maior e menor valor de referência, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio em relação ao Leite Padrão, calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite-Santa Catarina.
O leite padrão é aquele que contém entre 3,50 e 3,59% de gordura, entre 3,11 e 3,15% de proteína, entre 450 e 499 mil células somáticas/ml e 251 a 300 mil ufc/ml de contagem bacteriana e volume individual entregue de até 50 litros/dia. O Conseleite Santa Catarina não precifica leites com qualidades inferiores ao leite abaixo do padrão. (Sindileite/SC)
Leite/Oceania
A Austrália está produzindo em junho, a metade do leite em relação ao ano passado, nesse mês que é o de mínimo sazonal. Para se ter uma ideia, na temporada 2017/2018, junho representou 7,5% de todo o leite produzido na Austrália.
Com o clima mais frio, o crescimento das pastagens é menor. Muitos produtores de leite estão cansados com essa temporada que termina. Um período excepcionalmente seco em muitas regiões, com preços de grãos elevados, água de irrigação racionada e cara. Inúmeros produtores reduziram o tamanho do rebanho para lidar com a situação. Todos esses fatores mantiveram a produção de leite abaixo do desejável e reduziram a rentabilidade dos produtores de leite. O planejamento para o próximo ano está repleto de incertezas ainda. Qual a renda que será proporcionada pelo rebanho menor e como irão conseguir alimentar os animais, e quanto de grão terão. Muitos produtores estão projetando o futuro com base na decepcionante temporada passada.
Na Nova Zelândia junho é o mês de menor volume no ano. Em 2081 representou menos de 1% do leite de toda a temporada. É um mês tranquilo do ano. Muitas fábricas interrompem o processamento para fazer manutenção. Os produtores começam a lidar com frio, chuva e lama, típicos do inverno. A alimentação do rebanho corresponde ao que foi armazenado e está em estoque. É tempo de baixo faturamento.
O conforto das vacas, normalmente, é uma preocupação no verão, quando o tempo está quente, mas, também é um desafio para os produtores da Nova Zelândia com o frio e a umidade do inverno. Levar os animais para áreas secas e mais protegidas do frio é um trabalho frequente nesse período. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)
Produção/AR
Os produtores de leite da Argentina começaram a receber mais que seus pares uruguaios depois de atravessarem uma “montanha russa” que deixou muitos pelo caminho. Em maio passado o preço médio ponderado do leite pago ao produtor da Argentina ao nível nacional por 337 indústrias foi de 14,54 pesos por litro, o equivalente a US$ 0,324/litro, considerando o câmbio médio de referência publicado pelo Banco Central (BCRA).
É 5,1% maior do que o registrado em abril deste ano (US$ 0,308/litro) e 21% superior ao de maio do ano passado (US$ 0,267/litro), segundo dados publicados pelo Departamento Nacional dos Lácteos, com base nas declarações apresentadas ao Sistema de acompanhamento do setor lácteo (Siglea).
Enquanto no primeiro trimestre de 2018 o valor médio ficou na faixa de US$ 0,29 a US$ 0,30 o litro, devido, fundamentalmente a um câmbio artificial que sofreu uma abrupta desvalorização, derrubando o litro de leite para US$ 0,205/litro em setembro de 2018. A queda na renda, agravada por adversidades climáticas severas em algumas bacias leiteiras, acelerou o processo de fechamento de fazendas de leite e queda no número de rebanhos leiteiros, o que provocou redução da oferta disponível: entre janeiro e maio de 2019 a produção argentina de leite foi de 3.768 milhões de litros, uma cifra 6% inferior à dos mesmo período de 2018.
Diante da queda na oferta, algumas indústrias foram a campo “roubar” produtores de outras empresas iniciando um ciclo de altas dos preços, impulsionada pela concorrência crescente. O preço médio ponderado de maio passado (14,54/litro) corresponde a um composição média de 3,72% de matéria gorda e 3,46% de proteína. O leite de maior qualidade (mais de 7,27% de sólidos e menos de 50 CBT e de 200 CSS) foi pago a 14,87 pesos o litro em maio.
Diferente da Argentina, onde existem muitas grandes e médias indústrias de laticínios, no Uruguai, o principal formador de preços do leite é a cooperativa Conaprole, que exporta a maior parte dos produtos lácteos que elabora. O último dado oficial disponível, publicado pelo Instituto Nacional do Leite (Inale, mostra que em abril passado o valor médio pago ao produtor de leite ficou em 10,40 pesos/litro (US$ 0,30/litro). Para o mês de maio a estimativa é de que o preço médio seja similar ao de abril.
Ainda que a política da Conaprole seja evitar ajustes abruptos de preços ao seus sócios fornecedores, os valores atuais não cobrem os custos de boa parte das fazendas de leite (especialmente as de menor escala).
O preço médio do leite em pó integral exportado pelo Uruguai foi, em maio passado, de US$ 2.952/tonelada (um valor 5% menor ao do mesmo mês de 2018), enquanto que a manteiga foi de US$ 4.789/tonelada (-14%) e os queijos vendidos a US$ 4.079/tonelada, teve cotações idênticas às do ano passado, segundo o Inale.
No Uruguai o câmbio real registra uma supervalorização crescente, o que dificulta a competitividade das indústrias exportadoras. Em abril passado, segundo o último dado publicado pelo Banco Central do Uruguai, o câmbio se encontrava em 94,6. No mesmo mês de 2018 e 2017, os valores eram, respectivamente 94,8 e 99,7. Em abril de 2016 a cotação do peso uruguaio era de 106,2. (valorsoja – Tradução livre: Terra Viva)
A combinação de condições extremas de tempo e disputas comerciais mantiveram a produção de leite estável no primeiro trimestre de 2019. Apesar da queda no consumo de leite fluido nos Estados Unidos da América (EUA), não houve impacto significativo na produção. No primeiro trimestre de 2019 a produção de leite cresceu 0,1% em relação ao mesmo período de 2018, de acordo com o Relatório trimestral do Rabobank. O relatório atribuiu o baixo resultado ao declínio do rebanho nacional, que vem ocorrendo em decorrência do constante aumento da rentabilidade animal. O número de vacas de leite atual está 90 mil cabeças menor do que o registrado um ano antes diz o Rabobank. O relatório prevê que a produção de leite nos EUA permaneça nesse “padrão” em um futuro próximo, sem alterações imediatas em fatores contribuintes da indústria. De acordo com as expectativas do Rabobank, a produtividade animal nos EUA continuará a crescer. Mas, o tamanho do rebanho continuará caindo. Então a oferta de leite permanecerá abaixo da média, menos de 1,5%. Isso deve elevar o preço do leite no segundo semestre de 2019. (DairyReporter – Tradução livre: Terra Viva)