Porto Alegre, 28 de março de 2019 Ano 13 - N° 2.947
Sindilat estuda ações para esclarecer produtores sobre as novas instruções normativas do Mapa
O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) estuda ações para levar ao campo conhecimento e esclarecimento sobre o que preconizam as novas instruções normativas do Ministério da Agricultura (Mapa) para garantir a qualidade do leite, as INs 76 e 77. A primeira delas será a realização de seminários e debates nas principais regiões produtoras de leite do Rio Grande do Sul, como Passo Fundo, Lajeado, Ijuí, Santa Rosa, Erechim e Pelotas.
A decisão atende à orientação do próprio Mapa, exposta na última reunião da Câmara Setorial do Leite. De acordo com o presidente do Sindilat-RS, Alexandre Guerra, a intenção é que os produtores possam tirar suas dúvidas e as normas possam ser operacionalizadas a pleno. “Em abril, voltaremos ao Ministério da Agricultura para alinhar a execução destes seminários”, revela. A reunião, prevista para a segunda quinzena de abril, poderá contar com dois representantes por indústria associada ao sindicato.
O assunto foi abordado na reunião de associados do Sindilat, realizada nesta quarta-feira (27/03), em Porto Alegre. Na ocasião, o grupo também tratou sobre a competitividade do setor e ações de marketing para fomentar o consumo do leite. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
Foto: Letícia Breda
Os produtores de leite da União Europeia (UE) registraram queda em suas rendas líquidas em quase todos os sistemas de produção. A causa está no preço do leite, que permanece estável de um ano para o outro, enquanto os custos aumentam. Não somente subiram os preços dos insumos, energia, e ração, mas também houve queda na produção de forragens, causada pela longa seca sazonal, de acordo com o boletim do Instituto da Pecuária da França.
A meteorologia também afetou a produção de leite de muitos pecuaristas, inclusive os países mais dinâmicos, como Irlanda e Polônia, foram afetados. Diante da escassez de forragens, os agricultores reduziram o número de vacas. A desaceleração na captação de leite na Europa no segundo semestre de 2018 facilitou o retorno do leite em pó desnatado ao mercado, com as vendas dos estoques de intervenção pela Comissão Europeia.
Confirma-se assim, o papel central desempenhado pela UE no panorama mundial dos produtos lácteos, desde o final das cotas, ainda que a Nova Zelândia compensasse, parcialmente, a queda na Europa, em decorrência das condições meteorológicas favoráveis no final de 2018.
Boas perspectivas no começo de 2019
Ao nível da UE, não parece haver dúvida de que a produção de leite será recuperada na primavera, especialmente se as condições meteorológicas forem muito favoráveis. Mas, existem favores que ameaçam estas boas perspectivas: as incertezas do Brexit e o impacto no comércio europeu, a deterioração das relações diplomáticas e comerciais entre os principais blocos: UE, Estados Unidos, China e Rússia. (Agrodigital – Tradução livre: Terra Viva)
FrieslandCampina
O preço garantido do leite cru da FrieslandCampina para o mês de abril de 2019 foi estabelecido em € 36,00/100 kg, [R$ 1,61/litro, queda de € 0,50/100 kg, em relação ao mês anterior, havendo uma correção a menor de € 0,23/100 kg. A expectativa das principais indústrias de laticínios europeias é de que o preço do leite cru continue caindo ligeiramente, em decorrência da queda nas cotações dos lácteos.
O preço garantido pela FrieslandCampina para o leite orgânico em abril de 2019 permaneceu com o mesmo valor de março, € 48,50/100 kg [R$ 2,12/litro], e incluiu uma correção a maior de €0,26/100 kg. A expectativa de preços das principais indústrias de referência é de estabilidade.
O preço garantido é aplicado a 100 quilos de leite que contenha 3,47% de proteína, 4,41% de matéria gorda e 4,51% de lactose, sem o imposto de valor agregado (IVA). O preço é garantido a produtores de leite convencional e que entregam acima de 800.000 quilos de leite por ano.
O preço garantido para o leite orgânico segue os mesmos parâmetros do leite convencional em relação ao teor de sólidos, mas, a base do volume de entrega é acima de 600.000 quilos anuais.
Até 2016 o volume era de 600.000 quilos para o leite convencional. A alteração do volume que serve de base para bonificações e o esquema da sazonalidade foi, então, descontinuado, iniciando novos parâmetros em 2017. (FrieslandCampina – Tradução livre: Terra Viva)
A queda na produção de leite na Argentina e ajustes das indústrias nas últimas semanas, está refletindo na menor oferta de lácteos para os consumidores. O Governo atribuiu a escassez a problemas de entrega de algumas empresas com marcas de preços mais baixos. O Centro da Indústria de Laticínios (CIL) – que tem como membro as principais empresas do país – reconheceu em um comunicado que “efetivamente existe, atualmente, menor oferta de lácteos”. Informou que a captação de leite dos laticínios associados foi 12,5% menor nos primeiros dois meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Desde dezembro de 2018, a queda sazonal acumulada chega a 23% (até fevereiro). A menor oferta de lácteos ao consumidor – especialmente de produtos frescos, como leite fluido – “se explica pela queda sazonal da produção de matéria prima, agravada, este ano, por fatores climáticos adversos (chuvas excessivas e ondas de calor), as dificuldades econômicas-financeiras sofridas pela cadeia no ano passado e a acumulação de compromissos comerciais que modificaram, sensivelmente o quadro anual da demanda de leite”, explica o CIL. O grupo Mastellone – representa 13% da compra de leite do país – informou que está recebendo, em média, 15% menos que em igual período de 2018. Isto representa 400.000 litros diários a menos de matéria prima para a elaboração de seus produtos. A firma destacou que, para melhorar o abastecimento do mercado interno, decidiu suspender exportações de leite em pó que havia negociado com o Brasil, em torno de 5.000 toneladas. A consultoria Ieral destacou que os problemas enfrentados por indústrias como SanCor e outras. Em 2018 o setor operou com 48% de sua capacidade instalada, bem abaixo de 62% registrado pelas outras indústrias de alimentos. (El Observador – Tradução livre: Terra Viva)