Em Brasília nesta terça-feira (12/02), o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, disse esperar o anúncio de medidas compensatórias que neutralizem o impacto da suspensão da taxa antidumping do leite em pó importado da Europa e da Nova Zelândia. Segundo ele, o setor gostaria que a decisão fosse revogada, mas, consciente das dificuldades, espera apoio para garantir a competitividade do setor lácteo nacional. “Nossa expectativa é que o governo sinalize em breve com a construção de medidas compensatórias”, disse o executivo, informando que o assunto não foi tratado de forma oficial durante sua visita à capital federal. A posição que ganhou força no final da tarde, com a postagem do presidente Jair Bolsonaro, no Instagram, dizendo que o governo manterá o nível de competitividade do produto com outros países, sem mais detalhes.
Durante a agenda em Brasília, Guerra participou ainda de reunião extraordinária da Câmara Setorial do Leite do Ministério da Agricultura (Mapa), onde foi alinhado com todos os integrantes da cadeia produtiva do leite (produtores, indústrias e mercado) o plano plurianual com vistas ao desenvolvimento sustentável do setor em médio prazo. A demanda foi solicitada pessoalmente pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em janeiro, para tornar o produto competitivo nacional e internacionalmente.
Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o plano busca fazer com que o Brasil deixe de ser importador de leite e passe a ser exportador. De acordo com ele, a ideia é que, com a aplicação das ações propostas no plano, o desenvolvimento da cadeia produtiva seja gradativo e duradouro. “Entre as propostas, estão itens como incentivo a programas de exportação, criação de linhas de crédito para investimentos nas propriedades e nas indústrias, inclusive para exportação, aprimoramento do programa Leite Saudável, simplificação tributária, programas para compras futuras e programa de desenvolvimento tecnológico para aplicação nas propriedades e indústrias”, citou.
Para melhorar as condições de produção no campo e a produtividade das indústrias, também foram incluídas questões trabalhistas, de abertura de mercado e de igualdade de condições às dos países do Mercosul. “Queremos ter condições de importar produtos que possam ser utilizados em nossa produção de leite”, afirmou Guerra. Ainda foram incluídos temas pertinentes à questão ambiental, sanidade animal, diminuição de burocracias e guerra fiscal entre os estados. “Só vamos ser exportadores o dia em que formos competitivos”. A questão da qualidade do leite também foi debatida, com ênfase às Instruções Normativas (IN) n. 76 e n. 77. “O trabalho é constante no que se refere à qualidade do leite”, enfatiza.
Foto: Freer Law/Istock