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12/12/2018

 

 

Porto Alegre, 12 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.878

Startup australiana desenvolve dispositivo que detecta rapidamente lactose e leite estragado

Uma ferramenta de diagnóstico que pode detectar rapidamente a lactose e o leite estragado deverá ser lançada por uma startup australiana. O dispositivo foi desenvolvido pela CSIRO, agência independente do governo federal australiano responsável pela pesquisa científica.

A Cybertongue (ciber-língua), como é conhecida, usa sensores biológicos de proteína para medir com precisão os componentes específicos do leite, como a lactose, e comunica mudando a cor da luz que emite. Quando os sensores são conectados a uma máquina de leitura (que é do tamanho de uma caixa de sapatos) para análise, os sinais de luz são convertidos em números significativos. O dispositivo também pode ser aplicado em vários campos, como segurança alimentar, monitoramento ambiental e saúde humana.

A tecnologia PPB, que obteve licença para comercializar o dispositivo e sediada em Camberra, inicialmente se concentrará no potencial de diagnóstico da Cybertongue na indústria de lácteos, detectando enzimas de deterioração no leite, bem como os níveis de lactose, o que está se tornando um grande problema entre os consumidores australianos. "Para os processadores de leite, os métodos atuais de diagnóstico de lactose são caros e podem levar até uma semana para receber resultados, causando custos e atrasos para os processadores, além de aumentar os preços para os consumidores", disse o fundador do PPB, Stephen Trowell, ex-cientista do CSIRO.

"Ao usar um biosensor especial para lactose, a tecnologia Cybertongue fornece medições precisas e próximas do tempo real em qualquer lugar da linha de produção, o que significa que os produtos podem ser distribuídos mais rapidamente sem o risco de qualidade do produto."

Livre de lactose
Estima-se que 4% dos australianos sejam intolerantes à lactose. Mais amplamente, o problema pode afetar até dois terços da população humana mundial. Pesquisas sugerem que um número crescente de pessoas na Austrália e em todo o mundo estão começando a preferir alternativas lácteas sem lactose, com o mercado global para esses produtos podendo crescer para mais de US$ 10 bilhões nos próximos seis anos.

Um estudo com 1.184 adultos australianos pela Universidade de Adelaide descobriu que um em cada seis está escolhendo evitar o leite e os alimentos lácteos. Cerca de três quartos destes estão fazendo isso sem procurar aconselhamento médico.

A pesquisa constatou que mais de três quartos das pessoas que evitam leite estão seguindo este caminho em uma tentativa de aliviar sintomas gastrointestinais adversos, como cólica e inchaço. Uma pequena parcela citou não gostar do sabor dos laticínios ou achavam que eram alimentos calóricos.

Entre 2011 e 2015, o número de adultos australianos relatando que eram intolerantes à lactose cresceu pouco mais de 240.000 pessoas - um aumento impulsionado quase inteiramente por mulheres, descobriu a Roy Morgan Research. "A intolerância à lactose ocorre quando o corpo de uma pessoa não produz o suficiente da enzima lactase para decompor a lactose encontrada no leite e em alguns alimentos", explicou a diretora executiva da empresa, Michele Levigne.

"Embora as pesquisas médicas e de saúde não tendam a identificar as mulheres como mais suscetíveis à doença do que os homens, nossos dados mostram que ela é consideravelmente mais prevalente entre as mulheres australianas", completou. Ela disse que as marcas de alimentos e bebidas que desejam atingir os consumidores intolerantes à lactose com produtos que atendam às suas limitações alimentares precisam de um conhecimento profundo para garantir que o marketing ressoe com o público certo.

"Além da discriminação de idade e sexo, uma compreensão mais holística de como os australianos com intolerância à lactose se sentem sobre a alimentação e a saúde pode fazer toda a diferença quando se trata de atraí-los", acrescentou Levigne.

Medições precisas
Trowell disse que é importante que medições precisas da composição do leite sejam tomadas em cada elo da cadeia do leite. Por exemplo, os produtores de leite precisarão gerenciar a fertilidade de seus rebanhos, receber alertas antecipados de quaisquer problemas de saúde que possam estar ocorrendo e acompanhar sua produtividade e eficiência.

Em seguida, os processadores devem medir substâncias regulamentadas, como antibióticos, e avaliar a qualidade e adequação de cada carga do tanque para o uso pretendido. Eles também precisam ter confiança nas especificações de seu produto final. "Onde quer que você esteja na cadeia de valor, você quer que suas medições sejam confiáveis, fáceis de fazer e rápidas", disse Trowell.

"O leite é um alimento familiar, mas do ponto de vista de um analista é uma 'matriz' complexa e difícil. É por isso que a maioria das medições de leite ainda é feita em um laboratório central, e não no local, no laticínio ou na fábrica."

Um dos pontos fortes da Cybertongue é que ela é personalizável e futuramente pode medir qualquer componente de alimento ou contaminante de interesse. Para isso, a CSIRO vem desenvolvendo sensores futuros para aplicações mais amplas do dispositivo, como parte de sua parceria estratégica com a tecnologia PPB. "A maneira única como construímos a tecnologia significa que podemos desenvolver sensores que detectam uma ampla gama de substâncias, incluindo toxinas, alérgenos e enzimas", disse a pesquisadora sênior do CSIRO, Alisha Anderson.

Na saúde humana, essa tecnologia pode levar ao diagnóstico de condições de saúde potencialmente fatais, como a sepse, em apenas alguns minutos, em vez dos métodos atuais, que levam algumas horas, levando a um tratamento mais rápido e eficaz. "Também pode ser usada para o diagnóstico precoce de alguns tipos de câncer". Este é um ótimo exemplo de como iniciar e levar a ciência e a inovação desenvolvidas dentro da CSIRO para a comunidade australiana ", finalizou Anderson. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE DIAGNOSTICAR ATRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA?

Quando se fala em tristeza parasitária bovina (TPB) os produtores rurais do nosso estado já ficam de cabelo em pé. Há um tempo que a vacina congelada não está disponível no mercado e as melhores estratégias de controle de tristeza estão relacionadas ao manejo adequado das infestações pelo carrapato. Mas, será que o pecuarista sabe ao certo o tamanho do problema? Quantos animais o estado perde anualmente para esta doença, transmitida por carrapatos e causada por Babesia bovis, Babesia bigemina ou Anaplasma marginale? Eis aí um grande problema, porque nem nós, profissionais da área, que trabalhamos diretamente com a doença, podemos quantificar com certeza. Estima-se que haja cerca de 150 mil mortes anuais de bovinos por tristeza no RS, mas apenas cerca de 10 mil são notificadas oficialmente, embora, de acordo com o Ministério da Agricultura, a notificação de casos confirmados de tristeza seja obrigatória. A subnotificação é um fator crítico e colabora para a subestimação da importância
econômica da doença pelas autoridades. Mas existe algo que o produtor rural prejudicado por perder animais por tristeza pode fazer, que é ajudar a construir o mapa da situação da doença no estado. 

A notificação dos casos é feita nas inspetorias veterinárias dos municípios e não acarreta ônus para o produtor. As mortes notificadas comporão as estatísticas oficiais, podendo contribuir para chamar a atenção do poder público. Embora casos suspeitos possam já ser notificados, o ideal é que haja a confirmação da tristeza para a notificação. Existe um método de diagnóstico bem simples, que pode ser feito por qualquer veterinário treinado. Só requer coletar uma gota de sangue da ponta da cola ou orelha e fazer um esfregaço sanguíneo. O próprio veterinário pode corar a lâmina e observar a presença dos parasitos ao microscópio ou enviar as lâminas para a inspetoria veterinária ou para um laboratório que faça o exame. É importante também enviar sangue coletado da cola, com anticoagulante, como garantia, caso a qualidade do esfregaço impossibilite o diagnóstico. É desejável que o sangue para o esfregaço seja coletado da ponta da cola ou de pequenos vasos da orelha, para aumentar a chance de observação do parasito em casos de infecção por Babesia bovis, pois estes parasitas ficam acumulados nos pequenos vasos sanguíneos. Confirmada a TPB como causa do óbito, é imprescindível a notificação junto ao Serviço Veterinário Oficial, pelo produtor ou pelo técnico responsável pelo exame, até mesmo para que o problema seja visualizado pelo Estado em sua real magnitude, auxiliando chamar a atenção do governo para a elaboração de políticas públicas. (Correio do Povo)

RS- Projeto ajuda pecuarista a produzir mais leite gastando menos

Produção - Na região noroeste do Rio Grande do Sul, um projeto ajuda produtores rurais a melhorar a gestão do negócio. Em uma das propriedades atendidas, a mudança no manejo das pastagens aumentou a produção de leite e reduziu custos. Trata-se da propriedade de Remy e Zelaine Castanho. Cada vaca na fazenda está produzindo mais de 26 litros de leite por dia. Essa média é considerada boa para a época do ano, mas eles querem mais.

"Tá bom, mas a gente quer mais, quer aumentar a produção a pasto. Ela é melhor, tem o custo mais baixo e fica mais viável", afirma Zelaine.

A propriedade fica em São Miguel das Missões. Para aumentar a rentabilidade do negócio, o casal entrou no Programa de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários, o Pisa. O projeto resulta de uma parceria entre Sebrae, Farsul e Senar do estado. Nos últimos quatro anos, 140 famílias foram atendidas na região das Missões.

"É importante que o produtor se entenda também como empresário, que ele tenha sua propriedade rural como uma empresa agrícola. Então a parte de gestão é extremamente importante. O agricultor é obrigado a entender os custos da produção, despesas, e saber quanto tá rendendo, saber se tem que fazer algum tipo de mudança na sua gestão", afirma Armando Pettinelli, gerente regional do Sebrae.

Para ele, esses quatro anos permitiram que o agricultor tivesse um profundo conhecimento do seu negócio. Com isso, conseguiu aumentar a produtividade e ter mais rentabilidade.

O consultor do Sebrae que atende a propriedade é Fábio Seibt. Ele ajudou a melhorar o manejo das pastagens com soluções simples.

A fazenda trabalha com seis tipos de pasto ao longo do ano. Cultiva capim-sudão, uma gramínea de verão. A altura ideal para o pastejo é de 35 cm. O segredo é controlar o tempo de pastejo. As vacas só podem comer até a metade, assim as plantas rebrotam mais rápido. E isso gera economia de ração e silagem.

"Os produtores não devem deixar o animal rebaixar demais essa pastagem, que baixem em torno de até 20 cm para ter maior recuperação desse pasto e para elas darem o giro mais rápido nessas áreas. Eu sempre forneço folha, pasto de qualidade e com boa qualidade de proteína nessa pastagem", diz Seibt.

O resultado foi uma redução de 15% nos gastos com alimentação. Por causa do Pisa, os produtores também estão implantando o sistema silvipastoril, que integra lavoura, pecuária e floresta. No ano que vem, as vacas já vão poder pastar à sombra dos eucaliptos, o que, segundo estudos, aumenta a produtividade de leite.

"Isso vai ficar melhor porque elas vão ter pasto e sombra. A gente vai poder aproveitar mais o dia, pelo menos no verão, com calor. Vai aumentar a produtividade? Não sei. Mas pelo menos reduz os custos", diz o produtor Remy Castanho.

"Tudo que tu der para elas de melhor vai ser retribuído em leite", completa sua mulher, Zelaine. Vídeo (Canal Rural)

Fonterra lança ferramenta financeira para ajudar os agricultores
Preços/NZ - Fonterra anunciou que irá introduzir uma nova ferramenta financeira para ajudar os produtores a terem mais certeza sobre o que receberão pelo leite durante a temporada. O novo Fixed Milk Price (Preço Fixo do Leite) pode ajudá-los a fazer o orçamento, planejar e gerenciar a rentabilidade da fazenda. Esta é mais uma ferramenta, dentre outras que a cooperativa lançou. Robert Spurway, chefe de operações globais disse, "como a Cooperativa pertence a 10.000 famílias de agricultores, nós estamos comprometidos em fazer a diferença para os produtores da Fonterra e disponibilizar opções flexíveis que ajudem nossos acionistas a investir em suas fazendas, orientando o gerenciamento financeiro". "Esta temporada nos lembra a volatilidade do mercado global e o impacto que isso tem sobre o preço do leite. Enquanto a cooperativa gerencia essa volatilidade da melhor forma possível na venda de nossos produtos, reconhecemos que os produtores sentem o impacto disso. Ao disponibilizar uma ferramenta que permite analisar com maior precisão os preços e a rentabilidade, estamos colocando todos em uma situação mais vantajosa", afirma Spurway. (interest.co.nz - Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 

 
 
 

 

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