O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do RS (Sindilat) informa aos produtores gaúchos que, apesar da liberação pontual de cargas de leite cru em algumas rodovias do Rio Grande do Sul (Posto 44 no entroncamento entre Ijuí e Carazinho e da região de Santa Rosa), as indústrias enfrentam severas dificuldades para receber e processar a produção, parte dela já estragada dentro dos caminhões que ficaram retidos por dias nas barreiras. O trânsito de caminhões-tanque segue interrompido em toda a região de Carazinho, Victor Graeff, Passo Fundo, Soledade, entre outros. Alguns associados ainda registram falta de embalagens e insumos industriais para viabilizar o processamento. O avanço da greve e seus reflexos no abastecimento comprometem, inclusive, a oferta de combustível aos próprios caminhões. Na região Noroeste do RS, onde situa-se importante bacia leiteira gaúcha, os estoques de diesel devem durar apenas até este domingo (27/5).
A expectativa é que, assim que for anunciado o fim da greve dos caminhoneiros, o processo possa ser restabelecido entre dois e cinco dias, de acordo com a situação de desabastecimento enfrentada por cada parque fabril. Outra questão a ser levada em conta é que as áreas de expedição, câmaras frigoríficas e estoques dos laticínios estão abarrotados de produtos, o que torna qualquer processo produtivo adicional inviável antes de liberação dessas cargas.
Desta forma, o Sindilat e seus associados vêm a público alertar sobre a necessidade de uma posição urgente por parte do governo para alinhar acordo com as lideranças de movimento grevista pela liberação não só dos caminhões de leite cru, como também de insumos industriais e cargas de produtos acabados.
Porto Alegre, 26 de maio de 2018
Alexandre Guerra, presidente do Sindilat
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil