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13/04/2018

Porto Alegre, 13 de abril de 2018                                              Ano 12 - N° 2.714

 

   Governo decide manter critérios sanitários do leite

O Ministério da Agricultura apresentou nesta quarta, dia 11, uma proposta de revisão da norma que estabelece os critérios de produção e qualidade do leite brasileiro. Os índices de contaminação, que ficariam mais rígidos a partir de julho, serão mantidos por pelo menos dois anos.

Coordenadora do grupo de revisão da Instrução Normativa 62 de 2012, Mayara Pinto diz que o grupo concluiu pela necessidade de manutenção dos limites definidos para contagem de células somáticas e contagem de padrão em placas, o que, segundo ela, era a grande ansiedade do setor. “Entendemos que não é momento de rever isso, e sim de focar na parte de educação sanitária, de fomento. Uma das novidades é trazer setor responsável para trabalhar conosco. Ele fará a avaliação do plano de qualificação de fornecedores de leite e auditorias em propriedades rurais para analisar se o plano está sendo bem executado”, conta.

A proposta acaba com um prazo definido para adequação dos produtores às regras e prevê a revisão da norma a cada dois anos. Serão mantidos os índices de contagem bacteriana total, referentes a questões de higiene e manejo do rebanho e estabelecimento, em 300 mil por mililitro (ml), e de contagem de células somáticas, que aponta ocorrência de infecções e doenças no animal, em 500 mil por ml. A instrução normativa em vigência diz que esses índices seriam de 100 mil e 400 mil, respectivamente, a partir de julho para estados do Centro-Sul e, a partir de julho de 2019, para as regiões Norte e Nordeste.

Haverá também controle do leite em silos nos laticínios, com limite de três vezes maior ao cobrado para o produtor. Outra novidade é a interrupção da coleta de leite de produtores que apresentarem resultados da média fora do padrão por três meses consecutivos. “Não é uma sanção. Esse procedimento será adotado pelo próprio estabelecimento dentro do programa de controle de qualidade. Ele tem responsabilidade de estabelecer padrão da matéria-prima que ele quer comprar para fazer seus produtos, e isso temos que deixar limite legal do que ele pode trabalhar”, explica.

O setor produtivo elogiou o texto, mas apontou necessidade de melhorias gerais na sanidade animal do país e em questões como o transporte do leite para atingir maior qualidade. ”Não é fácil implementar um programa de qualidade  em um país continental, como o Brasil, em 13 anos, e fazer com que os produtores tenham o mesmo padrão de qualidade da União Europeia, que tem clima, infraestrutura e logística diferentes”, diz o presidente da Comissão Nacional de Pecuária Leiteira da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim. Ele elogia a decisão do Mapa de manter os padrões e trabalhar para atingir outros mais rigorosos com o tempo. Para assistir à reportagem CLIQUE AQUI. (Canal Rural)
 
 
Ranking Leite Brasil: captação das maiores empresas cresceu 5,6% em 2017

Foi divulgado nesta semana pela Leite Brasil o resultado do ranking dos maiores laticínios do Brasil no ano de 2017. A pesquisa, neste ano, apresentou os dados das 14 maiores empresas do setor (no levantamento anterior, figuraram 15 empresas, incluindo a Lactalis, cujas informações não constam do ranking de 2017), que tiveram um crescimento de 5,6% na captação de leite, somando um total de 8,6 bilhões de litros (cerca de 23,5 milhões de litros diários).

A estimativa da capacidade instalada de processamento de leite das empresas do ranking 2017 foi de 13,8 bilhões de litros ao ano (cerca de 38 milhões de litros diários); assim, os 14 maiores laticínios usaram cerca de 62,1% da sua capacidade em 2017. Em 2016, a capacidade utilizada foi de 60%, o que indica uma ligeira redução na ociosidade das indústrias (no gráfico 1, apresentamos a evolução da utilização de capacidade das empresas participantes do ranking).  No entanto, de forma geral, as indústrias participantes do ranking têm trabalhado com um nível de utilização baixo (média de 63% de utilização nos últimos 7 anos).

Gráfico 1 – Capacidade utilizada dos laticínios de 2011 a 2017, em %. Fonte dos dados: Leite Brasil. 
 

A produção diária do produtor médio destas empresas cresceu 7,1%, crescimento mais vigoroso que os 5,4% do ano anterior, porém, menor que os 10,8% de 2015. A média de produção por produtor foi de 407 litros/dia contra 381 litros/dia do levantamento de 2016. Vale ressaltar que no ranking de 2016, o número de produtores fornecedores havia caído 8,2% e neste ano, a queda foi menor, de 5%.

Esta tendência de aumento no volume médio dos produtores é inequívoca e geral no mercado brasileiro. Como mostra o gráfico 2, o volume médio dos produtores das empresas participante do ranking da Leite Brasil mais do que dobrou nos últimos 10 anos em função de vários fatores conjuntos, tais como as bonificações por volume nos preços pagos pela indústria nacional e as evidentes economias em escala na atividade de produção de leite.

Gráfico 2. Evolução do volume médio (litros/dia) dos produtores das empresas participantes do ranking da Leite Brasil. Fonte dos dados: Leite Brasil. 


 
Num ambiente de maior oferta de matéria-prima, 2017 se consolidou com um ano de recuperação na produção de leite conforme o IBGE. Após cair dois anos consecutivos, a captação de leite formal foi 4,4% maior do que em 2016 (corrigindo o dado do mês de fevereiro de 2016 - ano bissexto - para 28 dias), chegando a 24,1 bilhões de litros, contra 23,1 no ano anterior.

Primeira no ranking, a Nestlé viu sua captação crescer apenas 0,3%, com 1,6 bilhão de litros. No ranking de 2016, a Lactalis estava posicionada no segundo lugar, mas a empresa francesa não participou desta última pesquisa. Portanto, quem ocupou a segunda colocação foi o Laticínio Bela Vista (Piracanjuba), apresentando também o segundo maior crescimento na captação, de 20,9%. O maior crescimento, de 23,2% em relação ao volume verificado em 2016, ficou com a CCGL, 7ª colocada no ranking em 2017.

Terceira colocada e com um aumento de 17,6% na captação encontra-se a UNIUM, Intercooperação de Lácteos das Cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, todas no Paraná. A marca foi lançada em novembro do ano passado e ao todo são 5 mil cooperados, R$ 7 bilhões de faturamento anual e mais de R$ 500 milhões em investimentos.

Nas 4ª e 5ª posições e com queda de 9,8% e 2,5% na captação de leite figuram, respectivamente, a CCPR/ITAMBÉ e a Embaré. 

Gráfico 3 – As 14 maiores empresas de laticínios segundo o ranking Leite Brasil (milhões de litros processados em 2017). Fonte dos dados: Leite Brasil. 

 

Vale ressaltar que em 14ª lugar neste ano se encontra a Confepar/Cativa. A Cativa (Cooperativa Agro-Industrial de Londrina) anunciou oficialmente a aquisição de 100% das cotas da Confepar (Agroindustrial Cooperativa Central) a qual pertencia. O negócio é considerado o primeiro em que uma singular compra a central. Além da Cativa, integravam a Confepar outras quatro cooperativas: Colari, Copagra, Cofercatu e Coopleite. Todas foram fundidas e agora integram a Cativa. Em número de produtores de leite, o Laticínios Bela Vista foi a empresa com maior quantidade de fornecedores em 2017, totalizando 6.633 produtores de leite e crescimento de 7,7% quando comparado ao ano anterior. Na pesquisa anterior, o Laticínios Bela Vista se posicionou na segunda posição neste quesito, somente atrás da Lactalis, que contabilizou 12.628 fornecedores em 2016. A tabela abaixo apresenta o ranking das empresas por número de produtores.

Tabela 1 – Ranking dos 14 maiores laticínios por número de produtores em 2017. Fonte dos dados: Leite Brasil. 


 
Também, é interessante destacar que além da Piracanjuba, no ranking deste ano, os únicos laticínios que apresentaram crescimento no número de produtores foram a DPA Brasil (+14,9%) e a Centroleite (+9,4%). Em todos os outros, a variação foi negativa. Na quantidade de litros captada por produtor, a Danone apresentou a maior média, com 2.294 litros/produtor/dia. Este volume é 87,5% superior ao segundo colocado, a UNIUM, que teve média de 1.222 litros/produtor/dia. O maior crescimento neste item comparado a 2016 foi da CCGL, de 35,3%. Queda na produção diária de leite por produtor foi verificada na Centroleite (-12,4%) e na Piracanjuba (-12,2%).

Tabela 2 – Ranking dos 14 maiores laticínios por litros/produtor em 2017. Fonte dos dados: Leite Brasil. 

 
Abaixo é possível conferir o ranking dos maiores laticínios do Brasil na íntegra. 

 
*Lactalis, Italac e Tirol não figuraram no Ranking Leite Brasil desse ano, embora o volume processado pelas empresas certamente as colocaria entre os maiores laticínios. 
(Equipe MilkPoint, com informações da Leite Brasil)

Leite/NZ

As críticas recebidas pela Fonterra em relação aos seus recentes acordos na China não intimidaram a cooperativa, e nem reduziu seu apetite por negócios em países estrangeiros. A última incursão foi na Argentina, na tentativa de comprar a cooperativa de laticínios SanCor. Negócio estimado entre US$ 200 e US$ 400 milhões, a Fonterra ofereceu US$ 330 milhões. No entanto, a Adecoagro superou a oferta e pagou US$ 400 milhões. No mês passado o negócio foi dado como certo, mas, a proposta da Fonterra foi superada. A Fonterra, no entanto, tem interesses na América do Sul, e no Chile opera com sucesso através da Soprole. Também está presente no Brasil e na Venezuela, ambos os países problemáticos, por razões econômicas internas.

Eventos
Os produtores precisam estar cientes do próximo Fórum Dairy Farmers que será realizado nos dias 8 e 9 de maio, no Centro de Eventos Mystery Creek, que receberá palestrantes de toda a cadeia do setor lácteo – reunindo visões políticas e econômicas, bem como discutindo sustentabilidade rural, além de futuras práticas de alimentos e manejo agrícola. Contará com a participação do Ministro da Agricultura, Damian O’Connor e do Ministro de Mudanças Climáticas, James Shaw. Será o fórum ideal para discutir políticas de governo sobre emissões de gases de efeito estufa e legislação ambiental.

Queijo artesanal
Para os produtores interessados em transformar parte do leite de suas vacas em queijo ocorrerá o primeiro “Festival Great Eketahuna Cheese” no dia 14 de maio, homenageando alguns dos trabalhos sobre queijo do ‘ativista’ Biddy Fraser-Davies, que tem lutado por uma abordagem mais razoável em torno da conformidade com os fabricantes de queijo artesanal. Será uma conferência para discutir, em um dia, problemas sobre a produção de queijo em pequena escala. (interest.co.nz - Tradução Livre: Terra Viva)

 
 

Produção de leite da Fonterra na Nova Zelândia caiu 2% em fevereiro
A Fonterra Co-operative Group Ltd disse que a produção de leite em seu mercado doméstico da Nova Zelândia caiu em fevereiro devido ao clima desfavorável. Os volumes de produção na Nova Zelândia caíram 2% em fevereiro, já que a qualidade das pastagens foi afetada pelas “condições climáticas difíceis”, disse a empresa em um comunicado. Enquanto isso, a produção de leite da Fonterra na Austrália aumentou 2% em fevereiro, já que as condições climáticas, especialmente no sudeste da Austrália, foram favoráveis. No mês passado, a empresa registrou uma queda de 5% na produção de leite de janeiro devido ao tempo seco. (As informações são da Reuters, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

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