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05/10/2017

Porto Alegre, 05 de outubro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.598

 

  Laticínios retornarão à Brasília para cobrar compra governamental de leite

Entidades do setor lácteo irão à Brasília na próxima semana para cobrar o Governo Federal a compra governamental de 50 mil toneladas de leite em pó e 400 milhões de litros de leite UHT. O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) voltou a defender a medida nesta quinta-feira (5/10), durante reunião do Grupo de Trabalho da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa que trata sobre a importação do leite em pó do Mercosul. No encontro, a comissão validou documento que foi entregue no dia 12 de setembro ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, formalizando o pedido de compra. O mesmo documento também foi entregue nesta quinta-feira ao deputado Zé Nunes, que coordenou a reunião.

Com a presença do presidente do sindicato, Alexandre Guerra, a demanda do setor foi debatida como medida emergencial para reverter a situação de crise do setor leiteiro gaúcho. A ida da comitiva a Brasília também será uma oportunidade para reivindicar soluções para a possível triangulação de leite uruguaio.

Segundo o diretor da Farsul, Jorge Rodrigues, é fundamental que se faça uma regulação de produtos importados para atender o abastecimento nacional de forma equilibrada. "São dois pontos-chaves dessa questão: manutenção da suspensão de incentivos de importação e de estoques por via de compras governamentais". O deputado Zé Nunes reiterou a fala, alertando para a necessidade de unidade do setor produtivo. "Precisamos ter uma voz única na questão do leite neste momento".

A reunião também contou com a presença de representantes da Secretaria da Agricultura (Seapi), Ministério da Agricultura (Mapa), Federação da Agricultura do RS (Fetag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do RS (Fetraf), Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), Instituto Gaúcho do Leite (IGL) e Cosulati. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Foto: Vitorya Paulo

  

RS pede investigação das compras

O governo do Rio Grande do Sul vai solicitar ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) que abra investigação para apurar os números de importação de produtos lácteos do Uruguai, alegando suspeita de prática ilegal de comercialização. O documento foi assinado ontem pela Farsul, Fetag e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), e deve ser protocolado ainda nesta semana em Brasília. O texto apresenta dados que sugerem que o Uruguai estaria importando leite de outros países para exportar para o Brasil. 

Utilizando fontes como o Banco Mundial e o próprio MDIC, o ofício aponta que em 2016 o Uruguai produziu 1,775 bilhão de litros de leite, sendo 791 milhões de litros para o mercado interno. Sobrariam ao país 984 milhões de litros para exportação. No ano passado, o MDIC registrou a entrada de 1,036 bilhão de litros de produtos lácteos vindos do Uruguai, entre queijo, leite em pó, manteiga, butter oil e leite UHT, 52,7 milhões de litros a mais do que o produzido por aquele país. "São indicativos muito fortes de que algo está errado, porque o Uruguai não exporta leite apenas para o mercado brasileiro", comentou o secretário da Agricultura, Ernani Polo. "Nós tomamos esta iniciativa para tentar proteger o produtor de leite gaúcho e brasileiro que vem enfrentando desde o ano passado a concorrência do produto uruguaio, com prejuízos", justificou. 

O presidente da Comissão de Leite e Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, afirmou que o Departamento de Defesa Comercial do MDIC, caso acate a solicitação, deve conferir os números apresentados no documento gaúcho e pedir explicações ao país vizinho. "Se a suspeita for comprovada, o Uruguai pode sofrer san- ções diplomáticas que estão previstas na legislação do comércio exterior", apontou. (Correio do Povo)

O Agro cuida do meio ambiente

Grande produtor de alimentos, energia e fibras o Brasil é uma potência em preservação ambiental com cerca de 67% de seu território em vegetação nativa preservada ou protegida. É o que aponta a primeira análise das informações de mais 4 milhões de produtores inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), realizada pela Embrapa Monitoramento por Satélite. Eles preservam mais vegetação nativa em seus imóveis do que todas as unidades de conservação juntas.

Os cálculos da Embrapa demonstram o papel único da agropecuária na preservação ambiental: as unidades de conservação protegem em vegetação nativa o equivalente a 13% do Brasil e os produtores mais de 20% do país, como áreas de preservação permanente, reserva legal e vegetação excedente.

No Sul, as unidades de conservação e terras indígenas protegem 2% da região. Nos imóveis rurais, os produtores preservam o equivalente a 17% dos estados, oito vezes mais. Dentro da área agrícola, os produtores preservam 26% das terras, número superior à exigência do Código Florestal. No Sudeste, ainda sem os dados do Espírito Santo, os produtores preservam em seus imóveis 17% da região em vegetação nativa contra 4% em áreas protegidas. Na área rural, eles preservam 29% de suas terras, número também superior à exigência da legislação ambiental.

No centro-Oeste, ainda sem os dados do Mato Grosso do Sul, os produtores preservam em seus imóveis 33% das regiões, contra 14% em áreas protegidas. Na área agrícola, eles preservam 49% de suas terras, praticamente a metade, número bem superior a demanda do código florestal.

No Norte, no Tocantins, a agricultura preserva o dobro da área total das unidades indígenas: 20% contra 10%. Nos imóveis, os produtores apresentam uma taxa de preservação da vegetação de 56%. Esse é o único estado da região não inserido integralmente no bioma Amazônia. Nos estados amazônicos, a proteção ambiental é muito abrangente: 71% Amapá, 53% do Amazonas e 50% do Pará, além de amplos territórios recobertos por floresta tropical em terras devolutas.

No Nordeste, ainda faltam muitas áreas cadastráveis no CAR. Mas, para indicar o papel dos agricultores na preservação da vegetação, os dados disponíveis já bastam. Na maioria dos estados nordestinos, os produtores preservam mais de 50% área de seus imóveis quando a exigência é de 20% (salvo em parte do maranhão). A área preservada pela pequena parcela de agricultores cadastrados no CAR (34%) até 2016, já representava certa de 20% da região, enquanto as áreas protegidas conservam menos de 10%.

O cadastramento segue até dezembro e os dados sempre serão atualizados. Não há no Brasil nenhuma categoria profissional: minerador, medico, professor, industrial, militar, promotor, economista, que preserva tanto o meio ambiente como os agricultores. Salvo na Amazônia, não há nenhuma instituição, secretaria, órgão federal ou estadual, empresa privada ou organização não governamental que preserve tantas áreas de vegetação nativa, como os produtores rurais: 19% do Brasil.

Esse enorme esforço de preservação nos imóveis rurais beneficia toda a nação. O custo decorrente de imobilizar e manter essas áreas recai apenas sobre o produtor, sem contrapartida da sociedade, principalmente dos consumidores urbanos. Destes, os produtores esperam no mínimo, o justo reconhecimento sem a demonização de suas atividades de produzir alimentos e mais conhecimento de suas realidades. (Revista Agro DBO)

 
Recuperação/NZ 

A Fonterra irá recuperar este mês NZ$ 193 milhões de seus agricultores - que correspondem a empréstimos especiais feitos há dois anos, durante a profunda recessão do setor lácteo. Os NZ$ 190 milhões restantes seriam deduzidos dos pagamentos aos produtores, quando o preço do leite atingisse NZ$ 6/kgMS, o que aconteceu a partir de agosto. 

Os agricultores da Fonterra foram atingidos pelos baixos preços do leite nas temporadas 2014/15 (NZ 4,40/kgMS) e 2015/16 (NZ$ 3,90/kgMS). Para ajudar no fluxo de caixa das fazendas, a cooperativa emprestou a 76% de seus agricultores, NZ$ 383 milhões, a justo zero até 1º de junho de 2017, quando então os produtores passariam a pagar 2,4%. Os reembolsos só começaram quando o pagamento superou NZ$ 6/kgMS. O presidente da Fonterra, John Wilson, disse que a concessão dos empréstimos foi "muito bem sucedida" para os produtores, que receberam o dinheiro quando mais precisavam. "Fizemos porque confiamos no mercado internacional de lácteos, e apenas começamos a ser reembolsados quando o pagamento ao produtor atingiu NZ$ 6/kgMS", disse ao Rural News. Wilson disse também que está orgulhoso da ajuda concedida pela subsidiária Farm Source durante a recessão. "A Farm Source é muito mais que um armazém, e deve dar retorno à Fonterra, enquanto ajuda a reduzir os custos dos produtores de leite". Acrescentou que um produtor médio economiza NZ$ 0,10/kgMS comprando exclusivamente na Farm Source, em vez de em outros varejistas.

"Isto é extraordinário, se você é um jovem agricultor, este apoio faz uma grande diferença diante da volatilidade do mercado". Durante a recessão do setor lácteo, a Farm Source liberou empréstimos sem juros para 4.000 agricultores, já tendo recuperado US$ 17,8 milhões.

A Fonterra anunciou na semana passada um pagamento final de NZ$ 6,12/kgMS para a temporada 2016/17, com dividendos de 40 centavos por ação, o que totalizará NZ$ 6,52/kgMS. Para o ano fiscal encerrado em 31 de julho de 2017, a receita subiu 12%, para NZ$ 19,2 bilhões, e o aumento de preços compensou a queda de 3% nos volumes de vendas, ou o equivalente leite de 22,9 bilhões de litros. Diante das margens reduzidas o EBITDA caiu 15%, ficando em NZ$ 1,2 bilhões, refletindo no lucro líquido que também encolheu 11%, e fechou em NZ$ 745 milhões. Wilson destacou a capacidade da cooperativa manter o dividendo previsto apesar dos preços do leite subirem 57% em relação ao ano anterior, o que resultaria em margens negativas.

Números da Fonterra
- 2016/17 pagou NZ$ 6,52/kgMS, elevação de 52%, composto de adiantamento de NZ$ 6,12/kgMS, e dividendos de 40 centavos.
- Faturamento de NZ$ 19,2, com elevação de 12%
- EBITDA de NZ$ 1,155 bilhões, queda de 15%
- Lucro líquido de NZ$ 745 milhões, menos 11%
- Grande crescimento de consumidores e foodservice: extra 576 milhões de equivalente leite
- Crescimento de 9% na venda de ingredientes com valor agregado
- Retorno de capital do grupo, 11,1%   
(Rural News - Tradução Livre: Terra Viva)

Cresce o estoque de grãos nos EUA
Os americanos tinham 8,19 milhões de toneladas de soja em estoque no dia 1º de setembro, segundo levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado na sexta-feira (29). Esse volume é 53% superior ao observado no mesmo período do ano passado, quando o país ainda amargava os reflexos de uma quebra de safra. Apesar do aumento, o volume divulgado foi inferior à média das projeções de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, que era de 9,23 milhões de toneladas. Com isso, as cotações do grão ganharam alguma sustentação da bolsa de Chicago. Do total calculado pelo USDA, 2,39 milhões de toneladas de soja estavam nas mãos dos produtores, 112% mais que em igual intervalo de 2016. O volume restante - 38% na mesma comparação - já estava fora das fazendas. No caso do milho, o USDA apontou que 58,17 milhões de toneladas estavam em estoque no dia 1º de setembro, um incremento de 32%. Mas o volume divulgado também foi inferior à média das expectativas dos analistas, que era de 59,67 milhões de toneladas, e a reação em Chicago foi igualmente "altista". Do volume total do cereal estocado, 20 milhões de toneladas estavam com os fazendeiros, 25% mais que na mesma data do ano passado. Outras 38,17 milhões de toneladas estavam com traders, atravessadores, esmagadores e indústrias. (As informações são do jornal Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint)

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