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02/10/2017

Porto Alegre, 02 de outubro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.595

 

  Setor lácteo debate sobre cenários na 91ª Expofeira de Pelotas

A cadeia produtiva do leite no Estado, no Brasil e no mundo será a pauta do debate durante a terceira edição do seminário Cenários da Produção Leiteira, no dia 12 de outubro, na 91ª Expofeira de Pelotas. Na ocasião, às 13h45, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, ministrará a palestra Panorama Lácteo e Perspectivas da Indústria. O cadastramento para o evento começa às 13h, no auditório Casa da Amizade.

Guerra falará sobre mercado, importação e exportação do leite no Brasil. "Temos que melhorar a nossa competitividade, através de melhor produtividade por animal, maior volume por propriedade e produção em escala nas indústrias, com o apoio do governo para desonerar o setor lácteo. Assim, deixamos de ser importadores e passamos a ser um país exportador e competitivo.", afirma.

Segundo o coordenador técnico do seminário Eduardo Xavier, o momento será oportuno para unificar a cadeia leiteira e levantar problemáticas importantes sobre os temas que são de interesse do setor, além de mostrar cases de sucesso. "Queremos entender o mercado e que pessoas tragam suas experiências na área", pontuou. O evento contará ainda com palestra do presidente do Fundesa, Rogério Kerber, que falará sobre as ferramentas para busca de sanidade do rebanho. A expectativa é de receber 200 participantes no evento.

A inscrição é gratuita e deve ser efetuada previamente pelo email: cenariosdaproducao@gmail.com. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

Tempestade perfeita no mercado de longa vida

Leite longa vida no varejo vendido abaixo do custo de produção da indústria, promoção em que o produto sai praticamente de graça, leite de brinde em compras de qualquer valor. Essas promoções no varejo do país dão uma ideia do atual cenário no mercado de leite longa vida, que vive uma crise provocada pela demanda débil num momento de aumento da oferta da matéria-prima no Brasil. Boa parte das empresas que têm no leite longa vida seu principal produto está enfrentando margens negativas, reflexo do pouco apetite do consumidor e da maior produção de leite no Brasil. Nesse ambiente, os preços de venda pelas indústrias estão em queda desde abril, conforme levantamento da consultoria MilkPoint. 

Nas três primeiras semanas de setembro, o preço médio caiu a R$ 1,78, queda de 15% ante a média de setembro de 2016 (valores já deflacionados). Valter Galan, analista da MilkPoint, observa que o segmento de leite UHT "ganha mais dinheiro quando o produtor de leite ganha mais dinheiro". Assim, com a queda nos preços ao produtor devido à maior oferta, o leite longa vida também vem recuando, o que ajuda a reduzir os índices de inflação. No primeiro semestre, a aquisição de leite pelas indústrias processadoras - um indicativo da produção no país - subiu 3,71% sobre igual intervalo de 2016, para 11,492 bilhões de litros, conforme dados do IBGE. Só em junho, a alta foi de 11% ante o mesmo mês de 2016. Para Galan, a queda dos preços do leite cru deve levar a uma desaceleração desse ritmo de crescimento da produção. Segundo o MilkPoint, no acumulado do semestre, o volume de leite formal disponível (produção mais importações menos exportações) para cada brasileiro foi 2,2% maior que no mesmo período de 2016. Enquanto isso, o volume de vendas de lácteos em geral no varejo caiu 4,5% no mesmo período. As indústrias apontam também as importações de leite em pó (integral e desnatado) como um motivo para a oferta elevada, mas, de fato, os volumes vindos do exterior vêm caindo. 

De janeiro a agosto, segundo dados compilados pelo MilkPoint, o recuo foi de 22,8%, para 80.913 toneladas. De acordo com Edson Martins, diretor de mercado da catarinense Tirol, as indústrias do setor vêm trabalhando no vermelho há quase um ano em decorrência do aumento da oferta de leite no país e da retração do consumo. No caso da Tirol, disse, o prejuízo por litro de leite está entre R$ 0,40 e R$ 0,50. O custo de produção do leite longa vida hoje está na casa dos R$ 2,10, para um preço de venda ao varejo de R$ 1,65 a R$ 1,70 por litro. Diante de um consumo que resiste a se recuperar, Martins avalia que só uma forte desaceleração no ritmo de crescimento da produção levará o mercado a se equilibrar. Pagando valores bem mais baixos do que em 2016 pelo leite longa vida, varejistas intensificaram as promoções com o produto, com o objetivo de atrair consumidores que acabam comprando outros itens nas lojas. Isso explica promoções como leite por R$ 1,59 o litro em varejista de Campinas (SP), como brinde em compras de qualquer valor, em supermercado de Concórdia (SC), e por só R$ 0,01 na compra de 12 pãezinhos numa varejista catarinense. A indústria também está reduzindo o que paga ao produtor. A catarinense Coopercentral Aurora, por exemplo, reduziu em R$ 0,15 o litro em agosto e hoje paga R$ 1,13. E o pagamento de setembro terá nova redução, de acordo com Marcos Antônio Zordan, diretor de agropecuária da Aurora. Segundo ele, normalmente, a Aurora recebe cerca de 1,3 milhão de litros de leite por dia, mas em agosto as cooperativas associadas entregaram, em média, 1,640 milhão de litros de matéria-prima por dia. "Nunca tínhamos recebido tanto leite", afirmou. 

O diretor de agropecuária disse que a produção de leite começa a recuar no Estado, já que o pecuarista diminuiu a ração do rebanho e os pastos já começam a secar. No Sul do país, a safra de leite vai de julho a setembro enquanto no Sudeste e Brasil Central, ganha força no período de chuvas, entre outubro e fevereiro. Embora considere que a redução da produção na região Sul deva segurar os preços do leite a partir do mês que vem, Zordan observa que o consumo ainda deve seguir pressionado com a chegada do período de férias. Na avaliação de Valter Galan, se a queda de preços no atacado chegar "de forma mais forte" ao varejo, poderá haver reação do consumo. (Valor Econômico)


 

Loja de queijos holandesa faz transmissão ao vivo para aumentar as vendas

A loja de queijo Kaan's Kaashandel e o banco ABN AMRO lançaram a primeira loja com transmissão ao vivo do mundo na cidade holandesa de Alkmaar. A loja pode ser acessada no site https://www.kaansstreamstore.nl. Ela é um experimento omni-channel que permite aos clientes on-line encomendar queijos artesanais em tempo real, como se estivessem realmente dentro da loja.

Embora as conversas estejam em holandês, os visitantes do site podem ver os clientes visitando a loja e interagindo com o pessoal em tempo real. Ao passar o mouse sobre qualquer um dos queijos, são fornecidas informações sobre o queijo, bem como a oportunidade de adicioná-lo a uma cesta ou carrinho. Existe também uma opção para interagir com a loja por meio do bate-papo ao vivo, bem como, fazer todos os pedidos on-line visíveis.


 
Opções on-line
Jan Kaan e sua equipe podem se comunicar com os clientes através de um link de vídeo ao vivo, fornecendo dicas de receitas e até mesmo cortar e embalar queijos enquanto os clientes assistem na tela. A loja estará ao vivo por cinco dias durante os horários regulares das 9 horas às 18 horas. O ABN AMRO está facilitando esse teste de avaliação, que combina dimensões físicas e on-line: o expertise, a autenticidade e a experiência de uma loja física combinada com uma loja on-line.

"Nós fazemos as coisas da forma antiga há muitos anos, mas também queremos acompanhar os tempos modernos", disse Kaan. "O ABN AMRO nos pediu para participar desta experiência. Ainda não temos grande visibilidade on-line, de modo que isso motivou nossa decisão de participar. Espero que a Stream Store promova vendas on-line de nossos queijos artesanais. A Alkmaar é famosa por seu queijo, e esse tipo de tecnologia nos permitirá também enviar nossos deliciosos queijos para clientes internacionais".

Interesse no projeto
De acordo com o ABN AMRO, os varejistas independentes muitas vezes sofrem com a forte concorrência on-line. O banco disse que a nova abordagem permite que os varejistas independentes consigam um novo tipo de inovação. Rob Morren, do ABN AMRO, disse: "O que vemos é que o omni-channel se tornou um acessório no cenário de varejo e, especialmente, os pequenos varejistas físicos de rua têm dificuldade para acompanhar essas tendências e queremos dar a eles um exemplo inspirador de como podem lidar com isso". 

Morren disse que embora o experimento esteja no início, a loja teve mais de 30 pedidos nas primeiras três horas. O interesse no projeto foi alto, com a mídia local e a mídia internacional acompanhando o projeto. Há também uma campanha de mídia social para divulgar informações. Morren disse que vai avaliar o projeto piloto quando for concluído para ver se a estratégia poderia ser aplicável a outros varejistas. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

O mercado de lácteos da Europa atingiu o "ponto de inflexão"?
 
O último relatório do Observatório Europeu do Mercado do Leite (MMO) destaca o crescimento da oferta e os riscos para o preço da manteiga e do leite em pó desnatado (SMP).

Os importadores asiáticos apoiaram os mercados através de sua recuperação recente, com as compras chinesas de produtos lácteos crescendo 27% em relação ao ano passado e 12% superior no sudeste asiático. No geral, as importações globais de produtos lácteos cresceram 6% no ano passado.

A demanda extra é crucial, à medida que a produção está aumentando em todas as principais regiões de exportação, afirmou a associação comercial europeia de lácteos, Eucolait, em sua contribuição para o relatório do MMO.

Na UE, os números de julho da Comissão Europeia mostram que uma queda da produção na França, nos Países Baixos, na Dinamarca e na Alemanha foi mais do que compensada por um aumento na Irlanda, Itália, Portugal e Reino Unido.

Novo recorde de preço da manteiga
O mercado continua contando histórias radicalmente diferentes sobre gorduras e produtos proteicos, com uma diferença de preço de quatro para um a favor da manteiga - agora aproximando-se de um novo recorde de 6.500 € (US$ 7.647,89)/t.

"Dados os preços recordes das gorduras lácteas, o atraso estrutural na cadeia de fornecimento de lácteos, as crescentes ofertas globais e o aumento da concorrência nas exportações, chegamos a um ponto de inflexão no equilíbrio do mercado da UE?", pergunta a Eucolait.

Embora o enfraquecimento do dólar norte-americano tenha um efeito negativo sobre as exportações da UE, a avaliação da Comissão é de que "os preços do leite devem permanecer firmes nos próximos meses, apesar de uma possível queda de preços da manteiga (correção de níveis recorde) e SMP (fim da intervenção pública)".

A intervenção está encerrando este ano e os processadores se apressaram para aproveitar o esquema da semana passada, quase duplicando os volumes de leite em pó desnatado vendidos no esquema, para 5.512 toneladas. Nenhum leite em pó irlandês entrou em intervenção este ano. 

Em 29/09/17 - 1 Euro = US$ 1,17660 
0,84981 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
(As informações são do Irish Farmers Journal, traduzidas pela Equipe MilkPoint)

 

Dia de Campo com aplicativos
'O Dia de Campo do Leite deste ano vai apresentar aos produtores os aplicativos Pastejando, que calcula a necessidade de consumo de matéria seca do rebanho, e Roda da Reprodução, que avisa quais animais precisam ser inseminados e qual a época em que irão parir. A programação é preparada pela Embrapa Clima Temperado e ocorre nesta quarta-feira, na Estação Terras Baixas, em Capão do Leão. (Correio do Povo)

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