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29/09/2017

Porto Alegre, 29 de setembro  de 2017                                              Ano 11- N° 2.594

 

  IBGE: produção de leite cai 2,9% em 2016; pesquisa aponta aumento dos rebanhos bovinos

A pesquisa Produção da Pecuária Municipal (PPM), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a produção de leite foi de 33,62 bilhões de litros em 2016, 2,9% menor do que no ano anterior. 

Minas Gerais continuou como maior produtor de leite do país, apesar de ter produzido 1,9% a menos do que em 2015 (8,97 bilhões de litros). A produção mineira representou 26,7% da produção nacional. O preço médio nacional do leite ao produtor foi de R$ 1,17 por litro, um aumento de 15,2% em relação a 2015. Isso representou um valor de produção de R$ 39,44 bilhões.

Segundo a PPM, o rebanho bovino do país alcançou o recorde de 218,23 milhões de cabeças em 2016, 1,4% mais que em 2015. Mas o aumento não se refletiu nos abates - foram abatidas 29,67 milhões de cabeças de bovinos, queda de 3,2%. "A oferta de animais prontos para abate e para reposição continuou restrita em função do grande abate de matrizes nos anos anteriores, elevando o preço da arroba e do bezerro", informou o IBGE. De acordo com os dados da PPM, o Brasil continuou com o segundo maior efetivo de bovinos do mundo e representou 22,2% do rebanho global em 2016, atrás da Índia. O país foi também o segundo maior produtor de carne bovina, com 15,4% do total mundial.

O plantel de galináceos também cresceu no país no ano passado - 1,9%, para 1,35 bilhão de cabeças. Conforme o IBGE, a crise econômica, que achatou o poder de compra dos brasileiros, levou ao aumento do consumo de carne de frango e levou os produtores a investir em expansão. O movimento ajudou o Brasil a manter o status de maior exportador mundial de carne de frango. A produção de ovos de galinha, por sua vez, foi de 3,82 bilhões de dúzias em 2016, 1,3% superior a 2015. Isso representa um rendimento de R$ 11,46 bilhões. 

Em relação aos suínos, o rebanho brasileiro cresceu 0,4% no ano passado, para 39,95 milhões de cabeças, o quarto maior do mundo, atrás de China, UE e EUA. A pesquisa também contabilizou um rebanho efetivo de 1,37 milhão de cabeças de bubalinos e de 5,58 milhões de cabeças de equinos. O efetivo de caprinos somou 9,78 milhões de cabeças em 2016, crescimento de 1,7% na comparação ao ano anterior, enquanto o rebanho efetivo de ovinos chegou a 18,43 milhões de cabeças, praticamente estável. (As informações são do jornal Valor Econômico e do IBGE)

Evolução da Produção de leite 2004-2016*

Indústria de laticínios/Brasil 

Laticínios brasileiros querem medidas do governo para enxugar o mercado e aliviar a pressão sobre os preços internos de leite e derivados. Representantes do setor reclamam de sobreoferta e da concorrência com o produto importado, mas competitivo e mais barato. A indústria de lácteos pede que o governo compre 50 mil toneladas de leite em pó e 400 milhões de litros de UHT, que poderiam ter como destino a merenda escolar e programas sociais. Lideranças disseram a Globo Rural não ter recebido uma resposta de Brasília.

"A ideia é de que o governo faça uma compra imediata ou pelo menos dê uma sinalização ao mercado", resume o secretário executivo do Sindicato dos Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini. A conta apresentada pelo setor ao governo não é pequena. A considerar os volumes propostos e os preços de referência utilizados para reivindicar as aquisições oficiais - R$ 14,30 o quilo de leite em pó e R$ 2,21 o litro do UHT - o valor fica perto de R$ 1,6 bilhão. "Esse seria o mundo perfeito", diz o representante dos laticínios gaúchos. "Se for olhar isoladamente, é um valor considerável, mas, dividindo por Estado, não é nada assustador", argumenta.

No início deste mês, lideranças da indústria se reuniram com ministros e representantes de órgãos do governo federal. A Casa Civil delegou aos Ministérios do Desenvolvimento Social (MDS) e da Agricultura (Mapa) a análise da situação. Entre o que quer o setor e o que talvez seja possível, a distância pode ser grande. Às voltas com o ajuste das suas próprias contas e com a necessidade de promover a retomada da atividade econômica, a dificuldade maior é exatamente de onde tirar o dinheiro nas atuais condições. Não há prazo para tomar uma decisão.

"A proposta do setor ficou para os ministérios. A questão é como resolver. É um valor bem alto, uma questão de alto vulto, tem que tratar com responsabilidade", diz o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, Caio Rocha. Em Goiás, a preocupação é que uma eventual aquisição por parte do governo seja limitada a poucos fornecedores. Alfredo Luiz Correia, diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindileite), defende que médios e grandes produtores possam também participar. "O governo tem que entrar para regular o mercado porque o problema é nacional, não só do produtor familiar. A aquisição tem que ser feita de produtores de todos os tamanhos", diz Correia, afirmando esse assunto ainda está em debate entre representantes do setor.

Mas o Ministério da Agricultura é taxativo. O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, avalia ser possível executar as compras apenas no âmbito dos programas sociais. O governo não tem estrutura para estocar grandes volumes de leite e derivados. "Não há como fazer isso. Mesmo se for leite em pó, como vamos fazer a manutenção disso? Agora, o mecanismo do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e aquisição para distribuição, estamos trabalhando o orçamento. Vamos fazer o que for factível", diz.

Importações
Diante do excedente interno que pressiona os preços, a opção mais viável é limitar importações, pelo menos na visão do Ministério da Agricultura. Para Neri Geller, a concorrência com o produto do exterior é o principal problema a ser atacado para tentar reequilibrar o quadro de oferta e demanda do setor lácteo brasileiro. Uma medida neste sentido também atenderia a demanda dos laticínios. A indústria reclama, principalmente, da entrada do produto do Uruguai. Mais competitivo, o leite em pó do país vizinho chega a valores mais baixos, impondo uma paridade ao produto nacional.

Representantes dos laticínios dizem que esse movimento acontece mesmo quando as importações diminuem, como vem ocorrendo neste ano. No primeiro semestre, o Brasil comprou do Uruguai 17,9 mil toneladas de leite em pó. Entre janeiro e junho do ano passado, foram 30,3 mil toneladas. Palharini, do Rio Grande do Sul, explica que o leite em pó uruguaio é comprado atualmente a R$ 10,50 o quilo. O brasileiro custa em torno de R$ 12. Meses atrás, a cotação interna estava superior a R$ 14 o quilo. "O que chama a atenção é que as importações de leite em pó vem caindo, mas de outros derivados, como queijo e soro, estão aumentando", preocupa-se o secretário executivo do Sindilat do Rio Grande do Sul.

Ele defende o estabelecimento de uma cota de importação de todos os derivados fornecidos pelo Uruguai. Uma eventual sanção seria mais rigorosa do que a aplicada à Argentina, cujo limite vale só para o leite em pó. Havendo sucesso com os uruguaios, diz ele, a ideia seria retomar a discussão e elevar as restrições também aos argentinos. O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, reforça tese já defendida pelo próprio ministro Blairo Maggi. Entende que o leite deve ser retirado da pauta do Mercosul. "Não é vedar a importação, mas criar mecanismos para a concorrência não ser desleal. Temos conversado porque o problema do leite é grave e não podemos desarticular o setor porque recuperar é muito difícil." A discussão passa pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que chegou a propor a criação de um grupo de trabalho para tratar do assunto, inclusive, com o Uruguai. Procurado, o MDIC não deu uma resposta até a conclusão desta reportagem. (Globo Rural)

Agropecuária vai passar por onda de rejuvenescimento, diz ex-ministro Roberto Rodrigues

A agropecuária brasileira evoluiu muito nos últimos anos. Produziu mais, abasteceu o mercado interno de alimentos e ganhou amplo espaço no exterior. Está chegando, no entanto, a hora de os mentores dessa agropecuária saírem de campo e deixarem espaço para os sucessores. E esse será um dos principais desafios do setor a partir de agora, segundo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e presidente do Lide Agronegócio.

Rodrigues, que coordena seminário sobre o assunto no próximo sábado (30) em Campinas (SP), diz que a sucessão, apesar de eventuais dificuldades, poderá dar novo ânimo ao setor. A nova agricultura é dependente de tecnologia, e a liderança agrícola que está por vir está mais ligada à essa nova tendência do que os que saem de comando. Essa sucessão deve ocorrer em todos os segmentos do agronegócio, segundo ele.

Começa dentro da porteira, na sucessão de comando das fazendas. Passa pelas empresas do agronegócio e deve atingir também as instituições e as associações representantes de classes do setor. A sucessão deve abrir novos campos para o uso de tecnologia, tanto no controle interno das propriedades como na gestão financeira e na gestão ambiental.

Não há um modelo único de gestão no país, devido às distâncias e diversidades regionais. Uma gestão com base na tecnologia deverá estar presente em todas essas regiões. "Vem vindo uma onda que vai determinar um rejuvenescimento da agropecuária brasileira", diz Rodrigues. ''As novas lideranças já nasceram dentro da tecnologia, e esta vai permitir gestões financeiras, de recursos e ambiental rejuvenescidas."

O ex-ministro destaca ainda a necessidade de uma boa sucessão empresarial para que haja uma continuidade saudável das atividades das empresas. Ele cita exemplos que já se concretizaram como os da Jacto, empresa de São Paulo do segmento de máquinas, e da cooperativa Cocamar, de Maringá (PR). A sucessão tem de passar também pelas instituições ligadas ao agronegócio. Rodrigues destaca que algumas das modernas associações já exigem a troca constante de lideranças para que haja uma renovação de ideias. (As informações são do jornal Folha de São Paulo) 

 

Pnad: desemprego recua para 12,6% em agosto
A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) recuou para 12,6% no trimestre encerrado em agosto, quando atingiu 13,1 milhões de pessoas, divulgou o IBGE na manhã desta sexta-feira. A taxa correspondeu exatamente às projeções de analistas consultados pela Bloomberg. Nos três meses encerrados em maio, período que serve como base de comparação, a taxa ainda estava na casa de 13% (13,3%), maior patamar atingido desde o início da série histórica dessa pesquisa, que é de 2012. Há um ano, no entanto, o desemprego atingia uma parcela menor da força de trabalho do país: 11,8%. Essa melhora no mercado de trabalho vai ao encontro do que mostram os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, que contabiliza o fluxo de empregos no mercado formal. Em agosto, na onda de indicadores econômicos positivos, foram criados 35,4 mil empregos. Esse foi o quinto mês consecutivo de geração de vagas com carteira assinada. Em igual período do ano passado, foram fechados 33.953 postos de trabalho. (As informações são do jornal O Globo)

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