Porto Alegre, 12 de setembro de 2017 Ano 11- N° 2.582
O leite em pó integral manteve a tendência de queda nas importações, e fechou o mês de agosto com o menor volume mensal acumulado do ano (5,34 mil toneladas), 19% de queda em relação a julho/2017, e 56% de queda quando comparado com agosto/2016. Sem muitas novidades no mercado, os preços externos em níveis um pouco superiores aos de um ano atrás, associados ao cenário brasileiro de oferta excedente e demanda retraída, fizeram com que a as importações seguissem em queda.
Da mesma forma segue o leite em pó desnatado. Apesar dos preços internacionais mais competitivos, o volume importado do derivado voltou a cair em agosto/17, ficando em 2,03 mil toneladas importadas. Um destaque relevante vai para as importações de queijo. A muçarela, responsável por aproximadamente metade das importações totais de queijo, apresentou crescimento nas importações mensais em agosto em relação ao mês anterior, indo para quase 2 mil toneladas (quase 25% de aumento). A queda dos preços de importação, aliada à queda da taxa de câmbio em agosto, fez com que as importações voltassem a crescer, apesar da demanda estar aquém do que se esperava.
Gráfico 1. Volume importado e preço de importação da muçarela.
O resumo das operações de exportações e importações de lácteos durante o mês de julho é apresentado na tabela 1.
O volume total exportado em agosto, de 2,87 mil toneladas, foi quase 15% superior ao registrado em julho. Impulsionado, principalmente, pelo leite condensado, que teve 725 toneladas embarcadas a mais no mês de agosto em relação a julho. (Por MilkPoint, com dados do MDIC)
Hydrosol/Soro de leite - A fabricação de 1kg de queijo resulta em 9 kg de soro como subproduto, e a empresa alemã Hydrosol diz que seu novo estabilizador, o Stabisol JOC, pode transformar a proteína de soro de leite em novos produtos de forma lucrativa. A quantidade de soro restante é correspondentemente elevada nos países produtores de queijos. Os EUA estão na liderança com mais de 48 milhões de toneladas por ano, seguido pelo Brasil, Turquia e Rússia, com 5-7 milhões de toneladas. Dado esses volumes, que aumentaram de forma constante ao longo dos anos, os laticínios enfrentam um grande desafio, já que escoamento do soro de leite é tão onerosa quanto a sua conversão em pó.
Criando novos produtos
A Hydrosol disse que seus novos sistemas funcionais podem transformar soro de leite em uma ampla gama de novos produtos. Por exemplo, o soro coalhado pode ser usado como base para sobremesas de pudim, bebidas, sobremesas fermentadas e creme azedo. O soro ácido pode ser usado para fazer alternativas ao iogurte. "O soro de leite ácido é um desafio especial para os produtores de queijo, porque processá-lo é tecnicamente muito mais exigente do que o soro coalhado", disse a Dra. Dorotea Pein, gerente de inovação da Hydrosol.
Como o iogurte, as alternativas de soro de leite podem ser misturadas com vários outros ingredientes, tais como aromas e cores adicionados no início do processo de fabricação, ou preparações de frutas adicionadas antes do preenchimento. A Hydrosol possui uma rede internacional de 15 subsidiárias e faz parte da Stern-Wywiol Gruppe, um fornecedor internacional de alimentos e ingredientes para alimentos. (Dairy Reporter - Tradução Livre: Terra Viva)
Produção/EUA - Como funciona a segunda maior fazenda de vacas Jersey nos Estados Unidos
Em pleno coração do cinturão de milho dos Estados Unidos (EUA), onde o cereal chegar a render 30 toneladas por hectare, John Maxwell tem uma fazenda de alta produção de leite. Em sua propriedade localizada em Donahue, seu rebanho de 201 vacas Jersey é o segundo mais produtivo do país, com essa raça leiteira. Por isso não causa surpresa que a fazenda chame Cinnamon Ridge Farmrs, cuja tradução faz referência à cor "canela" das vacas leiteiras de origem britânica. "Estamos com uma produção média de 32 litros por vaca/dia. Somos o segundo estabelecimento da raça Jersey em produtividade nos EUA. E nosso objetivo é sermos o primeiro", diz confiante Maxwell, durante uma visita que o Agrovoz realizou em seu estabelecimento, durante a viagem feita aos EUA organizada pela empresa John Deere.
A temperatura do inverno nessa região pode chegar a -30º C. Portanto, o modelo de produção de leite na Cinnamon Ridge é predominantemente em confinamento. Três galpões calafetados e com camas de areia são as instalações para as vacas em ordenha, as secas e as recrias. Como parte da política de bem-estar animal, os galpões contam com massageadores para dar conforto às vacas. Todas com dietas à base de silagem de milho, feno e farelo de soja, ingredientes produzidos no próprio estabelecimento.
Quatro robôs, de tecnologia holandesa, são os encarregados de ordenhar - até seis vezes por dia - o plantel de vacas em produção. Um chip incorporado a cada uma das vacas permite ao robô ler a informação e realizar sua tarefa em intervalos não menores do que quatro horas. "As vacas precisam esperar quatro horas para uma nova ordenha. Se a vaca se aproxima da ordenha antes desse período, o robô a recusa", esclarece Maxwell.
O incentivo para que as vacas fiquem próximas ao robô é um alimento colocado na entrada da sala de ordenha. O tempo de ordenha oscila entre 3 e oito minutos por vaca. A presença humana na fazenda é reduzida com o monitoramento do trabalho feito pelo robô, desde um posto de comando, até a limpeza (pela manhã) do esterco. As camas de areia são substituídas todas as semanas.
A produção do leite de alta qualidade, que tem 4% de proteína e 5% de matéria gorda, é destinada à produção de queijos cheddar e gouda. Em Cinnamon Ridge, a produção de leite é mais uma unidade de negócios, que é dividida com a agricultura (soja e milho) e produção de carne: novilho Jersey, Holstein e Angus que são enviados para corte quanto atingem de 500 a 700 quilos. "Das três produções, este ano a pecuária é a que oferece a melhor rentabilidade; a agricultura vem em segundo lugar, e depois o leite", explicou o produtor. Por exemplo, cada novilho Angus que entregamos para abate, o pagamento por "carcaça" é em torno de US$ 1.500. No caso dos Holstein, US$ 1.200, enquanto que o Jersey a remuneração é de US$ 1.000. (agrositio - Tradução Livre: Terra Viva)
Preços/UE - A previsão é de que os preços do leite na União Europeia (UE) continuem subindo. A Comissão Europeia (CE) indica um novo incremento no preço do leite no mês de agosto, estimando que poderá chegar 34,5 centavos de €/kg, [R$ 1,32/litro]. Em julho, o preço do leite já subiu 3,3% em relação a julho, fechando em 34,2 centavos de €/kg, [R$ 1,31/litro]. Nessa tendência de preços em alta nos países da UE, a Espanha está ficando cada vez mais para trás. Desde junho que o preço na UE não deixa de subir, passando de 32,97 centavos de €/kg, [R$ 1,26/litro], em maio, para 34,5 centavos de €/kg em agosto (previsão), e na Espanha a tendência foi contrária. Em junho caiu 0,2 centavos de €/kg em relação a maio, e desde então está estabilizado em 30,1 centavos de €/kg, [R$ 1,15/litro]. A CE trabalha com um preço para agosto na Espanha de 30,1 centavos de €/kg. O preço espanhol para agosto não é apenas o mais baixo da UE-28, mas também da UE-13 (países do leste da Europa) com um preço médio previsto de 31,15 centavos de €/kg, [R$ 1,19/litro]. A previsão de preços para a UE-15 (os países do noroeste da Europa) em agosto é chegar até 35,03 centavos de €/kg, [R$ 1,34/litro]. A situação dos preços do leite na Espanha não deixa de surpreender, levando em conta que os preços dos produtos lácteos industrializados da UE são os mais altos do mercado mundial, que a Espanha é um país deficitário em leite e que o preço está muito mais alto nos países vizinhos. O preço do leite na França, que é um habitual fornecedor para o mercado espanhol, foi de 34,04 centavos de €/kg, [R$ 1,30/litro], em julho. (Agrodigital - Tradução Livre: Terra Viva)