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12/03/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 12 de março de 2025                                                         Ano 19 - N° 4.345


20º Fórum Estadual do Leite destaca produção eficiente com menor pegada de carbono

Produzir mais leite, com sustentabilidade e rentabilidade são os grandes objetivos da cadeia láctea e também o foco do 20º Fórum Estadual do Leite, realizado nesta quarta-feira (12), na 25ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque/RS. A série de palestras reuniu representantes do setor, especialistas e produtores rurais para buscar caminhos para a produção sustentável no Sul do país, observando as lições do mercado internacional e a eficiência enquanto pilar fundamental da sustentabilidade.“O Fórum do Leite, a cada ano, nos dá uma motivação ainda maior. O leite pode ser uma atividade muito difícil e todos nós sabemos disso, mas estamos vendo uma evolução e Cotrijal está trabalhando para a profissionalização, sustentabilidade, eficiência e resiliência do nosso produtor”, ressaltou o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, na abertura do evento.
 
O Rio Grande do Sul observa nos últimos anos uma redução no número de produtores e perde cada vez mais espaço entre os principais estados produtores do país, ocupando atualmente a quarta posição no ranking. Por isso, espaços como o Fórum do Leite são fundamentais para qualificar a produção. “Com certeza temos potencial para retomar a importância do leite para o estado e temos a consciência de que a atividade depende da rentabilidade do produtor. Se o produtor não tiver a possibilidade de ter uma remuneração justa e correta, a atividade tem dificuldades para evoluir”, afirmou Caio Vianna, presidente da CCGL.“A sustentabilidade é um caminho sem volta para a produção de leite no Rio Grande do Sul. Aliar eficiência produtiva à redução da pegada de carbono é essencial para garantir a competitividade da atividade e atender às exigências do mercado, que cada vez mais valoriza práticas ambientalmente responsáveis”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat/RS).O Fórum Estadual do Leite é uma realização de Cotrijal e CCGL, com patrocínio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e Sicredi, além do apoio de FecoAgro/RS, Rede Técnica Cooperativa (RTC), Sistema Ocergs e SmartCoop.

Sul do país
O Rio Grande do Sul tem grande tradição na produção de leite, com um número expressivo de produtores de pequeno porte. No entanto, esse cenário está em transformação, com uma exigência cada vez maior pelo aumento da produção. “Nós temos um processo de consolidação no campo, uma redução no número de produtores e um volume de leite maior por produtor. Esse é um processo com o qual temos que saber lidar com ele, porque vamos ter menos produtores no futuro”, avalia Valter Galan, Diretor Técnico e de Novos Negócios da MilkPoint Ventures, palestrante do fórum.

Para que a produção de leite do Sul do país alcance novos patamares, Valan aponta os seguintes caminhos: “pagar mais por sólidos, ter mais sólidos no leite, ter maior competitividade no campo e na indústria - a indústria brasileira também tem que crescer em termos de tamanho”, avalia. Já para alcançar maior competitividade no campo, dois pilares são fundamentais: a redução no custo de produção e a gestão das propriedades.

Demanda
A evolução da produção de leite não pode ignorar a demanda atual por sustentabilidade no sistema produtivo. “Nós que vendemos alimentos para o consumidor final temos que atender aquilo que consumidor busca. O ponto é como fazer isso de uma maneira que seja economicamente viável para todos que estão envolvidos. Então acho que esse é o grande desafio, o grande aprendizado, mas temos que entender que veio pra ficar”, afirma a gerente de Marketing na Cargill da Europa, Maria Reis.

Nesse contexto, observar as exigências de outros mercados e as soluções encontradas podem ajudar a guiar o processo de adaptação. “O mercado brasileiro está num estágio diferente do que o europeu em termos de sustentabilidade porque lá a pressão é muito grande do governo, dos consumidores, de todos os lados, mas eu acho que entender o que está acontecendo com o outro nos ajuda a ter a mais consciência e ver como podemos adequar aquilo pra nossa realidade no futuro”, pontua Maria.

Sustentabilidade
Para alcançar a sustentabilidade na produção, primeiro é necessário avaliar o processo produtivo e mensurar diversas características, inclusive a pegada de carbono, medida de avaliação das emissões de gases do efeito estufa pela atividade. “Conhecendo qual é a pegada [de carbono] da fazenda, conseguimos ter uma base para escolher as melhores estratégias”, explica o professor adjunto Luiz Gustavo Pereira, da Universidade de Copenhague.

Partindo desse ponto, as propriedades ainda podem contribuir para regeneração ambiental e para o aumento da biodiversidade, além de reduzir o impacto ambiental, diminuindo a pegada de carbono do leite. Propriedades rurais de diferentes portes podem adotar essas estratégias, independentemente do sistema de produção. No entanto, a eficiência é o princípio básico para desenvolver a pecuária leiteira sustentável. “Para ser eficiente, primeiro tem que ter estratégia, sustentabilidade envolve a economia, o social e o meio ambiente. Então é fazer uma boa gestão, fazer o feijão com arroz e mensurar essas novas variáveis que estão no mercado e que estão sendo demandadas pelo consumidor e pelo mercado lácteo no mundo”, conclui Pereira, pesquisador Embrapa Gado de Leite.

*Por Bruna Scheifler | Assessoria de Imprensa Expodireto Cotrijal com Sindilat/RS


Hulha Negra planeja incentivos fiscais para consolidar distrito industrial

A prefeitura de Hulha Negra, na região da Campanha, pretende lançar um pacote de incentivos fiscais e disponibilizar áreas para a instalação de indústrias no município. A iniciativa faz parte de uma estratégia de fortalecimento do setor produtivo local, com foco na valorização das cadeias agrícolas e na geração de empregos, segundo o prefeito Fernando Campani (PT).Em entrevista ao Jornal do Comércio, o chefe do Executivo pontua que a criação do distrito industrial será um passo importante para a economia local. “Estamos instalando o primeiro distrito industrial do município para receber pequenas e médias indústrias”, afirma. Segundo ele, a localização do empreendimento é um diferencial para atração de investimentos. “O distrito ficará na entrada da cidade, com acesso direto à BR-293, permitindo escoamento da produção por rodovias asfaltadas até Rio Grande, além de Uruguai, Argentina e demais regiões do estado”, explica.Além da infraestrutura, o município pretende adotar políticas de incentivo fiscal. “Os tributos municipais serão facilitados e, na fase inicial, as empresas estarão isentas de impostos para viabilizar a instalação e o funcionamento das indústrias”, diz Campani. O objetivo é atrair negócios que agreguem valor à produção local, como leite, grãos e sementes.Também segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, Campani já está em contato com possíveis investidores das Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e de São Paulo (Fiesp), para apresentar as oportunidades da cidade.A administração municipal também está elaborando um edital de concessão de uso de espaços públicos para instalação de restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência e lojas de produtos em geral. O primeiro espaço a ser ofertado serão as lojas da Rodoviária, destinadas a cafeterias, livrarias, tabacarias e lojas de utensílios domésticos. Até o final do ano, a prefeitura também disponibilizará quiosques de serviços gastronômicos no Ginásio de Esportes Municipal. A reforma do ginásio incluirá painéis de exploração publicitária para empresas privadas.

Na sexta-feira (7) a CCGL recebeu a licença ambiental para a operação de um posto de recebimento e concentração de leite, que deve gerar até 100 empregos diretos na cidade. “Temos uma estimativa de produção de 80 mil litros de leite por dia, o que representa uma importante movimentação econômica e social”, destaca. Ele reforça que, além do leite, outras cadeias produtivas também serão beneficiadas pelo incentivo à industrialização.

De acordo com Campani, a prefeitura também busca fortalecer parcerias com instituições de ensino e capacitação profissional. “Temos um polo de universidade aberta e estamos estabelecendo parcerias com a Unipampa, Uergs, Ufpel e Urcamp para incentivar a pesquisa e a extensão universitária no desenvolvimento de negócios”, afirma Campani. O município pretende fomentar startups e pequenos empreendimentos voltados à agroindústria e ao mercado local.

Nesta área, Hulha Negra teve, no fim de fevereiro, o início das obras do Centro de Formação Profissional Rural Campanha (CFPR), administrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) e que terá capacidade para o atendimento de até 8 mil alunos por ano. A construção deve ficar pronta no início de 2026.

Outra ação em andamento é a reestruturação de pontos de comercialização de produtos da agricultura familiar. “Vamos inaugurar uma central de comercialização na entrada do município, voltada para a oferta de produtos agroindustriais”, informa o prefeito.

A prefeitura também pretende manter o incentivo ao fornecimento de alimentos para merenda escolar. “Hulha Negra foi uma das primeiras cidades do Brasil a comprar merenda da agricultura familiar, uma iniciativa que inspirou a legislação nacional sobre o tema”, ressalta Campani. (Jornal do Comércio)

Na Expodireto, Emater/RS-Ascar lança projeto que aposta no futuro do jovem no campo

Nesta terça-feira (11/03), durante a Expodireto Cotrijal 2025, em Não Me Toque, a Emater/RS-Ascar fez o lançamento do Projeto Juventudes do Campo em Movimento. O Projeto é direcionado a jovens rurais com idades de 15 a 29 anos e inclui mulheres e homens, de diversos tipos de público presentes no meio rural, como agricultores e pecuaristas familiares, pescadores artesanais, assentados da reforma agrária e famílias de comunidades indígenas e quilombolas.

A sucessão familiar no campo representa um dos maiores desafios para a continuidade das atividades agropecuárias no Brasil e, especialmente, no RS. A Emater/RS-Ascar reconhece a necessidade de enfrentar esse desafio e desenvolve ações que valorizam a juventude rural e incentivam a sua permanência no campo, proporcionando oportunidades de geração de renda, empreendedorismo e capacitação técnica.

Conforme a extensionista rural social da Emater/RS-Ascar, Clarice Bock, o projeto surge como uma resposta abrangente a essas demandas e, por meio de experiências práticas, experimentações e troca de saberes, busca garantir não apenas a continuidade das atividades agropecuárias e não agrícolas, mas também um modelo de desenvolvimento sustentável, que respeite e valorize o contexto local. "Por isso o Programa Juventudes em Movimento é a cara da Emater", destaca Clarice. Entre as principais ações dessa iniciativa, merece destaque o Projeto Young Farmers (em tradução livre, Jovens Agricultores), primeiro intercâmbio promovido pela Emater/RS-Ascar com o apoio do Consulado do Canadá, Seymour Learning Center, PH Advisory Group e Overseas Five Educacion Inc. Essa iniciativa oportunizará a ida de 18 jovens ao Canadá, onde, por seis meses, compartilharão experiências de estudo e de trabalho na área da agricultura. Os jovens participantes embarcam no próximo dia 28 de março e, na volta, apresentarão propostas de ações a serem implementadas na unidade de produção familiar na comunidade onde vivem e ideias que possam ser aplicadas na melhoria da agricultura gaúcha.

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar


Jogo Rápido

Podcast: sustentabilidade em foco na Expodireto 2025
Confira os desafios e também soluções que vêm sendo implementadas no agronegócio gaúcho. A reportagem do Correio do Povo ouviu autoridades que estiveram presentes na maior feira do agronegócio gaúcho, em Não-Me-Toque, para saber o que vem sendo implementado no estado para uma agropecuária mais sustentável. (Ouça clicando aqui)


 
 
 

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