Pular para o conteúdo

27/02/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2025                                                    Ano 19 - N° 4.338


Brasil continua sendo o principal destino dos lácteos exportados pelo Uruguai
 
O Brasil continua sendo o principal destino dos produtos lácteos exportados pelo Uruguai, seguido de perto pela Argélia. Ambos se destacam significativamente em relação aos demais mercados. Confira!
 
Em janeiro de 2025, a receita gerada pelas exportações de laticínios do Uruguai foi inferior à registrada em janeiro de 2024, totalizando US$ 79,8 milhões, conforme informou o Instituto Nacional do Leite (Inale), com destaque para a manteiga.
 
Ao analisar cada produto separadamente, houve queda na receita com exportações de leite em pó integral, leite em pó desnatado e queijos, enquanto a manteiga apresentou crescimento. Em termos de volume exportado, as vendas de manteiga aumentaram, enquanto os outros três segmentos registraram queda.
 
Quanto aos destinos, considerando os últimos 12 meses, os principais mercados foram Brasil (35% do total), Argélia (27%), seguidos por México, Rússia e Chile, cada um com uma participação de 3%.
 
Manteiga vai na contramão dos outros produtos
 
A receita obtida com as exportações uruguaias de laticínios em janeiro de 2025 foi 3% inferior à de janeiro de 2024. Os dados, referentes a um dos setores que, em 2024, ocupou a quarta posição no ranking dos principais produtos exportados pelo Uruguai – atrás da celulose, carne bovina e soja –, têm como base um novo relatório técnico do Inale.
 
Ao considerar os quatro principais segmentos, a comparação entre janeiro de 2025 e janeiro de 2024, com base em dados da Direção Nacional de Aduanas (DNA), apresenta os seguintes resultados:
 
● Leite em pó integral: queda de 2% (totalizando US$ 51,7 milhões).
● Leite em pó desnatado: redução de 5% (US$ 4,3 milhões).
● Queijos: recuo de 30% (US$ 8,7 milhões).
● Manteiga: aumento expressivo de 55% (totalizando US$ 9,1 milhões).
 
Se a análise for feita com base no volume exportado, em janeiro de 2025 foram embarcadas 18.636 toneladas, com as seguintes variações em relação ao mesmo mês de 2024:
 
● Leite em pó integral: queda de 12% (13.921 toneladas).
● Leite em pó desnatado: redução de 3% (1.475 toneladas).
● Queijos: queda de 29% (1.798 toneladas).
● Manteiga: aumento de 17% (1.442 toneladas).
 
Leite em pó integral continua sendo o principal produto exportado
 
O leite em pó integral segue como o principal produto exportado em termos de volume (74% do total embarcado) e receita (64% da receita total). Com relação aos preços médios, na comparação entre janeiro de 2025 e janeiro de 2024, as variações foram as seguintes:
 
● Leite em pó integral: aumento de 11%.
● Leite em pó desnatado: queda de 2%.
● Queijos: redução de 2%.
● Manteiga: aumento significativo de 32%.
 
Considerando apenas as exportações realizadas em janeiro de 2025, os preços médios praticados foram:
 
● Leite em pó integral: US$ 3.713 por tonelada.
● Leite em pó desnatado: US$ 2.889 por tonelada.
● Queijos: US$ 4.826 por tonelada.
● Manteiga: US$ 6.331 por tonelada.
 
Um dado positivo é que, na comparação entre os preços médios de janeiro de 2025 e dezembro de 2024, houve aumentos expressivos para o leite em pó integral (+13%) e manteiga (+39%), enquanto o leite em pó desnatado apresentou queda de 9% e os queijos registraram redução de 3%.
 
Brasil e Argélia lideram como principais mercados
 
O Brasil continua sendo o principal destino dos produtos lácteos exportados pelo Uruguai, seguido de perto pela Argélia. Ambos se destacam significativamente em relação aos demais mercados, segundo o relatório atualizado do Inale.
 
Nos últimos 12 meses, os principais destinos das exportações uruguaias de laticínios foram:
 
● Brasil: 35% do total exportado.
● Argélia: 27% do total.
● México, Rússia e Chile: 3% cada um.
● Ao considerar os quatro principais produtos, os destinos foram:
● Leite em pó desnatado: Brasil (64% das exportações).
● Queijos: Brasil (34%).
● Leite em pó integral: Argélia (38%).
● Manteiga: Rússia (28%), maior importador deste produto.
 
Mercado internacional do leite em pó integral
 
Em janeiro de 2025, o preço médio do leite em pó integral exportado pela América do Sul registrou um aumento de 17% em relação ao mês anterior, ficando 1% acima do valor registrado no mesmo período do ano passado, alcançando US$ 4.100 por tonelada.
 
Panorama das exportações em 2024
 
Em todo o ano de 2024, a receita gerada pelas exportações de laticínios do Uruguai foi ligeiramente superior à de 2023, registrando um crescimento de 0,5% e totalizando US$ 853,9 milhões, conforme informou o Inale.
 
As informações são do El Observador, traduzidas pela equipe MilkPoint.

Conseleite Minas Gerais

A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 26 de Fevereiro de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização 
dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:

a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Dezembro/2024 a ser pago em Janeiro/2025.
b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Janeiro/2025 a ser pago em Fevereiro/2025.
c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Fevereiro/2025 a ser pago em Março/2025.


Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.

CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br. 

As informações são do Conseleite Minas Gerais

Conjuntura econômica do agronegócio do leite, analisada por especialistas da Embrapa.

Nota de Conjuntura Mercado de Leite e Derivados Fevereiro de 2025

Em 2023, os preços internacionais estiveram relativamente baixos ao longo do ano. Isso pode ter contribuído para estagnação e até redução na produção na maioria dos países tradicionalmente relevantes para a produção e exportação de leite, como União Europeia, Europa Oriental, América do Sul e Oceania. No geral, um crescimento tímido, de pouco mais de 2% em relação a 2022, totalizando 956 milhões de toneladas de leite de vaca e de búfala em 2023. O que chama à atenção é que praticamente a totalidade do aumento de produção em 2023 veio da Ásia, com destaque para a Índia, que colocou um adicional de 13 milhões de toneladas de leite a mais, o que representou 60% do incremento de produção mundial em 2023. Em 2024 teve início uma recuperação dos preços internacionais. Mesmo assim, o crescimento da produção para 2024 não deve ter passado de 2%, segundo estimativa do IFCN.

Os preços ao produtor geraram um cenário positivo em 2024, permanecendo boa a rentabilidade no início de 2025. Mas, numa comparação de preços do Brasil com o mundo (estes, em valores convertidos de kg para litro e do Dólar para o Real): os preços mundiais se apresentaram menores nos últimos 30 meses (Figura 1). Em relação ao Brasil, os preços do mundo foram menores, em média: 9% em 2022; 27% em 2023; e 18% em 2024. Coincidentemente, neste mesmo período, os volumes importados do Brasil também foram relativamente maiores, chegando a mais de 6% do consumo aparente estimado.

A desvalorização da moeda nacional impacta diretamente o mercado do leite, aumentando os custos de importação tanto de produtos lácteos quanto de insumos necessários à produção. Se, de um lado, o Real desvalorizado pode desestimular as importações, ao mesmo tempo em que também favorece as exportações. Por outro, encarece os insumos importados, cotados em dólar, tornando-os menos acessíveis. Ainda neste contexto, os preços do milho e do farelo de soja, como insumos da atividade leiteira, podem pressionar margens dos produtores devido à volatilidade cambial. A estabilização cambial e a adoção de estratégias para mitigar os riscos associados à volatilidade do câmbio são essenciais para garantir sustentabilidade e competitividade ao setor lácteo brasileiro.

O indicador de preço real da mistura de 70% de milho e 30% de farelo de soja, tem permanecido estável nos últimos 20 meses e, desde abril de 2023 até dezembro de 2024, ficou ao redor de R$ 1,40/kg, em média. Além disso, o indicador da inflação do custo de produção do leite aumentou menos que o preço pago ao produtor.

Os preços dos lácteos subiram menos que inflação em 2023, mas contribuíram para a aceleração do índice em 2024. Subiram 10,4% no último ano, para uma inflação de apenas 4,8%.

Em síntese, considerando que a captação cresceu 4% no último trimestre de 2024 (em relação ao mesmo período do ano anterior), as indicações para o primeiro semestre de 2025 são de uma expectativa melhor sob a perspectiva para o produtor. Também, neste início de 2025, o indicador de preços mundial convergiu para um mesmo valor ao do preço líquido ao produtor brasileiro, ou seja, R$ 2,54 por litro. Com isso, tem-se menor incentivo à importação de lácteos. Além disso, o mercado sinaliza aumento dos preços no início do período de entressafra, com custos menores para os grãos nos meses de safra de inverno. Com demanda ainda firme, as perspectivas para 2025 são ainda favoráveis, com atenção ao ambiente macroeconômico, sujeito a instabilidade e uma potencial desaceleração da demanda no segundo semestre, prejudicando o cenário de preços

Fonte:

Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 12 de fevereiro de 2025. Autores*: Lorildo Stock; Alziro Carneiro; José Bellini Leite; Kennya Siqueira; Luiz A. Aguiar de Oliveira; Manuela Lana; Marcos Hott; Oscar Tupy; Ricardo Andrade; Samuel Oliveira; Walter Magalhães Junior.  *Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite.


Jogo Rápido

MILHO/CEPEA: Na parcial de fevereiro, alta do Indicador supera os 10%
Os preços do milho registraram altas impulsionado da menor disponibilidade do cereal no spot.  Já consumidores têm tido dificuldades para recompor seus estoques e vêm se esbarrando nos preços elevados no atual período. Os preços do milho registraram altas mais expressivas na semana passada na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Pesquisadores do Centro de Pesquisas indicam que o impulso vem da menor disponibilidade do cereal no spot nacional e do maior interesse de compradores. Segundo pesquisadores do Cepea, vendedores estão atentos às recentes valorizações e à demanda aquecida e, com isso, se retraem do mercado, à espera de novas valorizações. Já consumidores têm tido dificuldades para recompor seus estoques e vêm se esbarrando nos preços elevados no atual período. No campo, a colheita da safra verão tem avançado, com as atividades favorecidas pelo clima seco e quente nas regiões produtoras. Segundo dados da Conab do dia 16 de fevereiro, 21,1% da área de safra verão foi colhida, progresso semanal de 7,8 pontos percentuais e próximo dos 21,4% registrados em 2023.  (Cepea via Terra Viva)


 
 
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *