Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2025 Ano 19 - N° 4.338
Conseleite Minas Gerais
A diretoria do Conseleite Minas Gerais reunida no dia 26 de Fevereiro de 2025, atendendo os dispositivos disciplinados no artigo 15 do seu Estatuto, inciso I e de acordo com metodologia definida pelo Conseleite Minas Gerais que considera os preços médios e o mix de comercialização
dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes, aprova e divulga:
a) O maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Dezembro/2024 a ser pago em Janeiro/2025.
b) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Janeiro/2025 a ser pago em Fevereiro/2025.
c) A projeção para o maior valor de referência; o valor médio de referência; o valor base de referência e o menor valor de referência para o produto entregue em Fevereiro/2025 a ser pago em Março/2025.
Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada leite base se refere ao leite analisado que contém 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas/ml, 100 mil ufc/ml de contagem bacteriana e produção individual diária de até 160 litros/dia. Os valores são posto propriedade incluindo 1,5% de Funrural.
CALCULE O SEU VALOR DE REFERÊNCIA
O Conseleite Minas Gerais gera mais valores do que apenas o do leite base, maior, médio e menor valor de referência, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e ágio pelo volume de produção diário individual, apresentados na tabela acima. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade e o volume, o Conseleite Minas Gerais disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas, contagem bacteriana e pela produção individual diária. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleitemg.org.br.
As informações são do Conseleite Minas Gerais
Conjuntura econômica do agronegócio do leite, analisada por especialistas da Embrapa.
Nota de Conjuntura Mercado de Leite e Derivados Fevereiro de 2025
Em 2023, os preços internacionais estiveram relativamente baixos ao longo do ano. Isso pode ter contribuído para estagnação e até redução na produção na maioria dos países tradicionalmente relevantes para a produção e exportação de leite, como União Europeia, Europa Oriental, América do Sul e Oceania. No geral, um crescimento tímido, de pouco mais de 2% em relação a 2022, totalizando 956 milhões de toneladas de leite de vaca e de búfala em 2023. O que chama à atenção é que praticamente a totalidade do aumento de produção em 2023 veio da Ásia, com destaque para a Índia, que colocou um adicional de 13 milhões de toneladas de leite a mais, o que representou 60% do incremento de produção mundial em 2023. Em 2024 teve início uma recuperação dos preços internacionais. Mesmo assim, o crescimento da produção para 2024 não deve ter passado de 2%, segundo estimativa do IFCN.
Os preços ao produtor geraram um cenário positivo em 2024, permanecendo boa a rentabilidade no início de 2025. Mas, numa comparação de preços do Brasil com o mundo (estes, em valores convertidos de kg para litro e do Dólar para o Real): os preços mundiais se apresentaram menores nos últimos 30 meses (Figura 1). Em relação ao Brasil, os preços do mundo foram menores, em média: 9% em 2022; 27% em 2023; e 18% em 2024. Coincidentemente, neste mesmo período, os volumes importados do Brasil também foram relativamente maiores, chegando a mais de 6% do consumo aparente estimado.
A desvalorização da moeda nacional impacta diretamente o mercado do leite, aumentando os custos de importação tanto de produtos lácteos quanto de insumos necessários à produção. Se, de um lado, o Real desvalorizado pode desestimular as importações, ao mesmo tempo em que também favorece as exportações. Por outro, encarece os insumos importados, cotados em dólar, tornando-os menos acessíveis. Ainda neste contexto, os preços do milho e do farelo de soja, como insumos da atividade leiteira, podem pressionar margens dos produtores devido à volatilidade cambial. A estabilização cambial e a adoção de estratégias para mitigar os riscos associados à volatilidade do câmbio são essenciais para garantir sustentabilidade e competitividade ao setor lácteo brasileiro.
O indicador de preço real da mistura de 70% de milho e 30% de farelo de soja, tem permanecido estável nos últimos 20 meses e, desde abril de 2023 até dezembro de 2024, ficou ao redor de R$ 1,40/kg, em média. Além disso, o indicador da inflação do custo de produção do leite aumentou menos que o preço pago ao produtor.
Os preços dos lácteos subiram menos que inflação em 2023, mas contribuíram para a aceleração do índice em 2024. Subiram 10,4% no último ano, para uma inflação de apenas 4,8%.
Em síntese, considerando que a captação cresceu 4% no último trimestre de 2024 (em relação ao mesmo período do ano anterior), as indicações para o primeiro semestre de 2025 são de uma expectativa melhor sob a perspectiva para o produtor. Também, neste início de 2025, o indicador de preços mundial convergiu para um mesmo valor ao do preço líquido ao produtor brasileiro, ou seja, R$ 2,54 por litro. Com isso, tem-se menor incentivo à importação de lácteos. Além disso, o mercado sinaliza aumento dos preços no início do período de entressafra, com custos menores para os grãos nos meses de safra de inverno. Com demanda ainda firme, as perspectivas para 2025 são ainda favoráveis, com atenção ao ambiente macroeconômico, sujeito a instabilidade e uma potencial desaceleração da demanda no segundo semestre, prejudicando o cenário de preços
Fonte:
Resumo das informações discutidas na reunião de conjuntura da equipe do Centro de Inteligência do Leite, realizada em 12 de fevereiro de 2025. Autores*: Lorildo Stock; Alziro Carneiro; José Bellini Leite; Kennya Siqueira; Luiz A. Aguiar de Oliveira; Manuela Lana; Marcos Hott; Oscar Tupy; Ricardo Andrade; Samuel Oliveira; Walter Magalhães Junior. *Pesquisadores e analistas da Embrapa Gado de Leite.
Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Na parcial de fevereiro, alta do Indicador supera os 10%
Os preços do milho registraram altas impulsionado da menor disponibilidade do cereal no spot. Já consumidores têm tido dificuldades para recompor seus estoques e vêm se esbarrando nos preços elevados no atual período. Os preços do milho registraram altas mais expressivas na semana passada na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Pesquisadores do Centro de Pesquisas indicam que o impulso vem da menor disponibilidade do cereal no spot nacional e do maior interesse de compradores. Segundo pesquisadores do Cepea, vendedores estão atentos às recentes valorizações e à demanda aquecida e, com isso, se retraem do mercado, à espera de novas valorizações. Já consumidores têm tido dificuldades para recompor seus estoques e vêm se esbarrando nos preços elevados no atual período. No campo, a colheita da safra verão tem avançado, com as atividades favorecidas pelo clima seco e quente nas regiões produtoras. Segundo dados da Conab do dia 16 de fevereiro, 21,1% da área de safra verão foi colhida, progresso semanal de 7,8 pontos percentuais e próximo dos 21,4% registrados em 2023. (Cepea via Terra Viva)