Pular para o conteúdo

03/01/2025

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de janeiro de 2025                                                Ano 19 - N° 4.296


A inteligência artificial pode melhorar o controle de qualidade dos laticínios?

Estudo detalha como a inteligência artificial e o learning machine podem ser aproveitados para melhorar a segurança e o controle de qualidade no setor lácteo.

O aprendizado de máquina pode ser usado para detectar anomalias em amostras de laticínios ao analisar o microbioma do leite, abrindo caminho para melhorias em segurança e controle de qualidade, de acordo com um estudo.

Publicado na revista mSystems da American Society for Microbiology, o estudo detalha como a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina podem ser aproveitados para melhorar a segurança e o controle de qualidade no setor de alimentos e bebidas.

Os pesquisadores usaram leite cru para testar se a IA e os dados de sequenciamento shotgun poderiam ser usados para identificar corretamente amostras de leite anormais, como leite que contém antibióticos, em comparação com amostras regulares. A IA faria isso analisando o tipo e a quantidade de bactérias presentes nas amostras de leite – o chamado microbioma do leite – de forma semelhante a como o risco de doenças como diabetes tipo 2 pode ser previsto pela IA ao analisar o microbioma intestinal humano.

Provar que a IA pode ser usada para triagem nesse contexto seria significativo, já que os métodos tradicionais para detecção de anomalias na indústria alimentícia são limitados.

Além de validar esse conceito, o grupo – que inclui pesquisadores da Pennsylvania State University, Cornell University e IBM Research – também investigou se a IA poderia prever diferentes estágios de processamento e transporte do leite, bem como a estação do ano em que o leite foi coletado, utilizando conjuntos de dados acessíveis e disponíveis publicamente.

O experimento

Para realizar o experimento, os pesquisadores coletaram 58 amostras de leite cru de tanques de armazenamento a granel para estabelecer amostras de referência do microbioma do leite cru. Eles descobriram que 33 microrganismos apresentavam uma presença estável no leite cru, sendo os mais abundantes Pseudomonas, Serratia, Cutibacterium e Staphylococcus.

Já nesse estágio, os pesquisadores confirmaram que métodos tradicionais, como PCA contrastante (cPCA) e escalonamento multidimensional (MDS), eram limitados em sua capacidade de diferenciar classes de amostras. No entanto, a IA conseguiu fazê-lo e ainda identificou os microrganismos responsáveis por separar essas classes de amostras.

O estudo então aplicou IA explicável a dados de RNA ribossomal 16S – uma alternativa acessível ao sequenciamento shotgun do genoma completo – provenientes de dois conjuntos de dados públicos sobre o microbioma do leite. O objetivo era verificar se a ferramenta poderia diferenciar entre diferentes categorias de leite, como estágios de transporte e processamento.

Por que detectar ingredientes indesejados nos alimentos é desafiador?

Os métodos tradicionais para detecção de anomalias no setor de alimentos e bebidas incluem análises de diversidade alfa e beta, abundância diferencial, agrupamento, PCA contrastante (cPCA) e escalonamento multidimensional (MDS). No entanto, nenhum desses métodos consegue separar completamente e de forma precisa classes de amostras, como uma amostra anômala de uma amostra de referência.

Por outro lado, ferramentas de aprendizado de máquina já foram usadas com sucesso para analisar o microbioma intestinal, como para prever o risco de doenças como diabetes tipo 2. Este estudo testou, de forma inversa, se o aprendizado de máquina poderia detectar e identificar anomalias no microbioma do leite.

As técnicas de aprendizado de máquina conseguiram prever o estágio de processamento, como identificar qual amostra de leite foi pasteurizada, detectando corretamente os tipos e a abundância de bactérias presentes. Além disso, o aprendizado de máquina produziu modelos precisos sobre os estágios de armazenamento do leite, identificando quais amostras eram de leite cru, leite de caminhão-tanque ou leite de silo.

Além disso, as ferramentas de triagem baseadas em IA também identificaram a estação do ano em que uma amostra de leite foi coletada, medindo a abundância de mycoplasma.

“Pelo que sabemos, este estudo caracterizou os metagenomas do leite cru com maior profundidade de sequenciamento do que qualquer outro trabalho publicado até o momento e demonstra que há um conjunto de microrganismos consensuais que se mostraram elementos estáveis em várias amostras”, concluíram os pesquisadores no artigo.

“Demonstramos que nossa abordagem de IA explicável é capaz de prever com sucesso o estágio de processamento e o estágio de transporte de onde uma amostra de leite veio. Este estudo representa avanços na aplicação de aprendizado de máquina que podem ser ampliados para toda a indústria alimentícia.”

As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.


Os prazos e descontos previstos no novo refinanciamento de dívidas de ICMS preparado pelo Piratini

O objetivo é, após as crises recentes no RS, dar fôlego para empresas se reconstruírem e investirem no negócio

O novo programa de refinanciamento de dívidas tributárias do governo do Estado buscará dar fôlego para empresas gaúchas se reconstruírem e voltarem a investir após a enchente, diz o secretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, após o governador Eduardo Leite ter confirmado à coluna que o projeto estava no forno. Ele deve ser lançado em fevereiro com o nome “Refaz Reconstrução” ou “Refaz Plano Rio Grande". 

– O objetivo é permitir mais do que quitar as dívidas. Além dos descontos, haverá o parcelamento – destaca Neves.

Estudos da Secretaria Estadual da Fazenda identificaram que a enchente e outras crises recentes provocaram o "desencaixe no caixa", com descompasso entre saída e entrada de recursos financeiros. Ou seja, a dívida de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dificulta o reinvestimento e a ampliação dos negócios. 

– Por isto, o novo Refaz terá o propósito de ajudar a alavancar a recuperação, reconstrução e a conversão destes valores em investimento privado nas empresas gaúchas. Potencializará mais investimentos no Estado – acrescentou o secretário.  

Com o mesmo nível de desconto para quitação aplicado em 2019, de até 90% em juros e multas, será permitido parcelamento em 12 ou 18 vezes. Outras modalidades com abatimentos menores terão prazos de até 120 meses, dependendo do caso. 

O Refaz de 2019, início do primeiro mandato de Leite, teve adesão de 7,6 mil empresas e regularizou 76,5 mil créditos, com quitações parciais e totais. O governador afirmou que o de agora será tão amplo quanto este. Outras iniciativas pontuais e menores de renegociação ocorreram na pandemia e na enchente. (GZH)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1848 de 2 de janeiro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

O tempo seco favoreceu o manejo nas propriedades, e as temperaturas amenas permitiram maior tempo de pastejo pela manhã. O aumento de forragem fresca contribuiu para a estabilidade na produção de leite e para a melhora da condição corporal dos animais. O calor e a umidade aumentaram a incidência de mosca-dos-chifres e carrapato.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as temperaturas amenas e a água em quantidade suficiente nos açudes favoreceram o bem-estar animal e atenderam às necessidades das matrizes. 

Na de Caxias do Sul, a sanidade dos bovinos de leite ficou dentro da normalidade, e os ectoparasitas estão controlados. A condição corporal foi satisfatória devido à alimentação adequada. 

Na de Ijuí, a produção de leite continua em crescimento, e o maior volume está concentrado em propriedades de sistemas a pasto. Os produtores avaliam o desempenho de silagens de cereais de inverno, em especial de trigo, que tem mostrado melhores resultados. 

Na de Lajeado, a produção de leite segue dentro da normalidade, favorecida pelas condições climáticas. Há estabilidade nos custos de insumos. 

Na de Passo Fundo, os rebanhos não apresentaram anormalidades sanitárias, apenas alguns problemas restritos ao ataque de mosca-dos-chifres e carrapato, que são manejados de forma rotineira.

Na região de Pelotas, houve aumento de investimento em pastagens perenes. 

Na de Porto Alegre, a condição corporal dos animais está adequada. Houve redução no uso de silagem de milho em razão da possibilidade de pastejo em áreas implantadas. Apesar do aumento de ectoparasitas, especialmente do carrapato, o controle tem sido eficaz. 

Na de Santa Maria, as pastagens de verão estão em excelentes condições de pastejo, e há satisfatória oferta de forragem. Os produtores seguem monitorando as populações de mosca e carrapato, adotando estratégias de controle.  (Emater/RS editado pelo Sindilat/RS)


Jogo Rápido

PREVISÃO METEOROLÓGICA DE 04/01 A 08/01/2025: TEMPO ESTÁVEL E NEVOEIROS NO RS, MAS CHUVA À VISTA
A partir deste sábado (04/01), o Rio Grande do Sul deve começar a experimentar uma melhora no tempo com a chegada de um anticiclone migratório. Isso trará céu claro e sol entre nuvens, além de temperaturas mais amenas em comparação aos dias anteriores, mantendo essa estabilidade até o domingo (05/01). Na segunda (06/01) e terça-feira (07/01), a configuração atmosférica se repetirá com tempo estável e pouca variação, embora nevoeiros possam surgir em algumas regiões, incluindo a Região Metropolitana, o Sul do Estado, a Campanha, além das áreas próximas à Laguna dos Patos e Lagoa Mirim. Na quarta-feira (08/01), no entanto, o cenário meteorológico muda gradualmente com a formação de um cavado entre o Paraguai e o RS, elevando as temperaturas e trazendo instabilidade. A previsão é de chuvas fracas na Metade Norte do Estado. Ao longo da semana, as chuvas serão irregulares, com volumes baixos em diversas regiões. No Norte e Nordeste, os acumulados devem ficar entre 10 e 30 mm, enquanto o Litoral, a Região Metropolitana, os Vales, e partes centrais do RS, assim como a Fronteira Oeste, podem esperar precipitações mais leves, variando de 1 a 20 mm. (Boletim Agrometerológico da SEAPI editado pelo Sindilat/RS)

 
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *