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12/07/2017

 

Porto Alegre, 12 de julho de 2017                                              Ano 11- N° 2.539

 

Global Dairy Top 20 - 2017

A última pesquisa anual do Rabobank sobre as maiores empresas de lácteos do mundo destaca os gigantes de um dos setores de alimentos mais valiosos do mundo, que começou a se recuperar depois de dois anos de recessão significativa. À medida que os preços começam a subir novamente e os volumes de leite entregues pelos agricultores tornam-se mais limitados, as empresas de laticínios voltam a se concentrar mais nas estratégias de valor do que em estratégias de volume que impulsionam suas ações e atitudes para o crescimento.

Para várias empresas, a questão foi a de se mudar ou sair de setores adjacentes. Para as cooperativas, a resposta foi muitas vezes consolidar-se no núcleo de produtos lácteos e alienar empresas não-leiteiras. Do ponto de vista oposto, as empresas listadas se diversificaram em atividades não essenciais/não-leiteiras. Isso pode refletir - em tempos de abundante oferta de leite - na necessidade das cooperativas se concentrarem em melhorar as margens/preços do leite.

A recuperação dos preços dos produtos lácteos em 2016 chegou muito tarde para refletir-se no volume de negócios combinado das 20 maiores empresas, que em 2016 apresentaram queda de 1,6% no ano em dólares americanos (-1,3% em euros), devido à redução significativa dos valores do leite que ocorreu durante o período e à demanda do mercado mundial enfraquecida.

A Nestlé permanece no topo da lista, impulsionada pelo JV de sorvete com R&R (agora chamado Froneri), que compensou o crescimento lento em outros lugares. A Danone mudou-se para o segundo lugar, tendo adquirido a WhiteWave Foods (que, além de seu negócio de alternativas de produtos lácteos, tem interesses significativos em cremes de leite de leite, café gelado à base de lácteos e iogurtes orgânicos premium). Isso permite que Danone salte a Lactalis, a qual se deslocou para o terceiro lugar da lista. A aquisição de uma participação de 51% no Engro Foods do Paquistão permitiu que a FrieslandCampina passasse para o quinto lugar, ligeiramente à frente de Fonterra, que se deslocou para o sexto lugar. (Dados fornecidos pela Robabank)

  

 

Demanda global por produtos agrícolas deve desacelerar

O crescimento da demanda global por commodities agrícolas vai diminuir consideravelmente nos próximos 10 anos comparado à década passada, o comércio internacional vai avançar menos e os preços da maioria dos produtos agrícolas e pescados devem ter ligeira tendência de baixa. A projeção consta do Relatório de Perspectivas Agrícolas 2017-2026, elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela FAO, agência da ONU para Agricultura e Alimentação. Isso sinaliza redução no ritmo dos ganhos do setor no Brasil, grande produtor e exportador, em relação aos últimos anos, e que a expansão das vendas à China tende a ser menor do que desejada.

Na última década houve um crescimento sem precedentes na demanda por produtos agrícolas, impulsionado pelo maior consumo de carnes e pescado na China, de quase 6% ao ano, e pelo avanço dos biocombustíveis, que elevou o uso de insumos em 8% ao ano. No período 2017-26, a China continuará a contribuir para a demanda de várias commodities agrícolas, mas o ritmo menor de crescimento do consumo reduzirá a taxa de expansão da demanda global por esses produtos. Isso se explica pelo menor avanço da renda e pela propensão das famílias chinesas a não fazer maior gasto adicional com alimentos. Já a evolução do mercado de biocombustíveis depende de políticas de governos e do preço do petróleo. Para OCDE e FAO, o cenário atual não permite antecipar mercados no mesmo ritmo no médio prazo, e nem há fontes alternativas para substituí-los no momento. Assim, para a maioria das commodities, incluindo cereais, carnes, pescado e óleos vegetais, a taxa de crescimento da demanda cairá pela metade. A desaceleração será forte para o óleo vegetal, cuja demanda cresceu na década passada em parte impulsionado pelos biocombustíveis.

No caso do açúcar, o crescimento da demanda global cairá apenas moderadamente, na medida em que o aumento no consumo per capita vai contribuir tanto quanto o incremento da população. Globalmente, a demanda per capita por cereais deve ficar estável, diz o relatório, com alta apenas nos países menos desenvolvidos. As perspectivas de aumento para as carnes são limitadas considerando recentes tendências de dieta alimentar, baixa renda e problemas na oferta. Assim, o consumo de calorias e proteínas adicionais deve vir de produtos como óleo vegetal, açúcar e lácteos.

Uma exceção são os produtos lácteos, com previsão de alta no ritmo do consumo, especialmente em países como Índia e Paquistão. De acordo com o relatório, a desaceleração no mercado de biocombustíveis deverá reduzir a taxa de crescimento da demanda por milho. E a evolução do rendimento continuará a ser o motor da produção global. A expansão de área para milho, por exemplo, será de apenas 10% no mundo, impulsionada principalmente pela América Latina. Já a área com o milho na América do Norte deve diminuir. O comércio agrícola internacional continuará a crescer, mas igualmente em ritmo menor do que no passado, segundo OCDE e FAO. O menor crescimento esperado é para cereais e oleaginosas, que representam juntos 45% do valor do comércio agrícola internacional, além de carne suína e leite em pó. Há previsão de ligeiro aumento no comércio internacional de açúcar refinado, carne de ovelha, manteiga e algodão.

Sempre conforme o relatório, as exportações agrícolas seguirão concentradas em poucos fornecedores, como Brasil, Estados Unidos, Argentina, Austrália, UE. Brasil e EUA continuarão a dominar as exportações de soja, com 80% do total. Os EUA têm ainda um terço dos embarques de algodão. Em alguns mercados, a concentração é menor. O Brasil tem 20% do mercado internacional de carne bovina, mesma fatia que a União Europeia tem no comércio de trigo. Com mudanças nas condições de oferta e demanda, o preço real da maioria das commodities agrícolas e pescado deve ter ligeira queda, prevê o relatório. Na próxima década, os preços de cereais, lácteos e óleo vegetal devem ficar estáveis ou um pouco abaixo dos atuais níveis.

Os preços de carnes devem cair em termos reais nos próximos anos a níveis similares aos do começo dos anos 2000. Isso em razão de expansão da produção, enquanto o crescimento da demanda desacelera graças ao menor apetite na China e à ausência de outros países em desenvolvimento como alternativa. Para o milho, a expectativa é de declínio no longo prazo, cerca de 1,5% por ano. Para o algodão, OCDE e FAO esperam baixa de menos de 1% por ano, em razão do persistente estoque elevado. No caso do açúcar, a projeção é de queda de 2% por ano em termos reais. Para os lácteos, o relatório prevê um cenário misto, com ligeira alta para manteiga, mas queda para o queijo. No caso do etanol, a expectativa é que os preços se mantenham, mas pode haver baixa no biodiesel. A questão, sublinha o relatório, é se os preços mais baixos vão levar a uma redução nos investimentos no setor agrícola. (As informações são do Valor Econômico)

Mercado de alternativas aos laticínios deve atingir US$ 14,36 bilhões até 2022

O estudo, da empresa de pesquisa Reportlinker, revela que esse mercado valia US$ 7,37 bilhões em 2016. Ele atribui esse crescimento ao "aumento da conscientização sobre a saúde entre os consumidores, à intolerância à lactose crescente e à inclinação a uma dieta vegana". Os autores afirmam que o leite de coco será o segmento do mercado com crescimento mais rápido durante o período de previsão, segundo o Plant Based News.

"Um dos principais responsáveis pelo crescimento do segmento de leite de coco é atribuído ao seu aumento nas áreas de aplicação - desde confeitaria, petiscos e iogurte até sobremesas congeladas", diz o documento.

"Comercialmente, novas variedades de leite de coco sob a forma de leite de coco em pó têm sido introduzidas, o que favorece ainda mais seu crescimento no mercado de alternativas aos laticínios. Além disso, é uma boa fonte de energia e oferece nutrientes como minerais, vitaminas e eletrólitos", continua.

O relatório também afirma que a região com maior ritmo de crescimento quando se trata de substituições aos laticínios é a América do Norte.

"O mercado norte-americano de alternativas aos produtos com laticínios é liderado por amplas aplicações em alimentos e bebidas, juntamente com seus benefícios para a saúde", destaca.

"A crescente conscientização sobre a saúde entre os consumidores e o aumento do número de casos de intolerância à lactose e alergias ao leite alimentam o mercado de alternativas aos laticínios nessa região. De acordo com o National Dairy Council, em 2011, aproximadamente 25% da população dos EUA e 75% da população mundial têm baixos níveis de lactase ou são não conseguem digeri-la bem", observa.
(Edairynews)
 

Argentina perdeu mil fazendas leiteiras em 10 anos
O Serviço Nacional de Sanidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) divulgou um estudo sobre a evolução das fazendas leiteiras em operação entre 2008 e 2017, ou seja, na última década. Em 2008, havia 10.922 fazendas leiteiras que concentravam 3.444.477 cabeças. Nove anos mais tarde, o Senasa registrou mil fazendas a menos (9.955) -, isto é, houve uma redução de 10%. Neste ponto deve notar-se que desses mil, um total de 269 fazendas leiteiras (27%) foram fechadas entre 2016 e 2017, o que significa que, com o novo governo e com a decepção causada pelo aprofundamento da crise e pela falta de medidas para o setor, a taxa de fechamentos acelerou. Enquanto isso, a queda no rebanho bovino foi menor. No período analisado, a redução de todas as categorias foi de apenas 2,3%, mantendo-se estável a quantidade de vacas e novilhas. Se o número de fazendas leiteiras caiu mais do que o número de animais na produção é porque a atividade foi concentrada em empresas maiores. Quanto à distribuição por províncias, das fazendas leiteiras que esse ano continuam funcionando, as províncias da pampa úmida concentram 9.441 estabelecimentos, ou seja, 95%. Em Buenos Aires, existem 2.218 fazendas leiteiras. Em 10 anos, a província perdeu apenas 163. A taxa de fechamento foi de 7,3%. Em Santa Fé são 3.403 fazendas leiteiras. Desde 2008, foram fechadas 500, com uma taxa de fechamento de 15%. Em Córdoba, existem 3.071 fazendas leiteiras. Entre 2008 e 2017 foram perdidas 540 fazendas leiteiras, o que indica uma taxa de fechamento de 17,5%. Surpreende o que aconteceu em Entre Rios. Apesar de ser uma província menos leiteira comparada as outras, no período analisado, totalizou 96 fazendas leiteiras, que significa uma taxa de crescimento de 15%. Seu rebanho soma 161.158 animais, indicando um aumento de 38%. (As informações são de Nicolás Razzetti, da Radio Rivadavia, publicadas no Portal Lechero, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint)

 
 

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