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19/12/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 19 de dezembro de 2024                                                Ano 18 - N° 4.289


Desaceleração de consumo na China mostra urgência de novos estímulos

O crescimento das vendas no varejo na China desacelerou inesperadamente em novembro, aumentando apenas 3% na comparação com o mesmo mês do ano passado

O crescimento das vendas varejistas na China ficou abaixo do esperado e perdeu força em novembro, apesar dos sinais de melhora no mercado imobiliário, o que reforça a urgência para Pequim promover mais estímulos para encorajar os consumidores a gastar.

As vendas no varejo aumentaram 3% ao ano em novembro, o menor crescimento em três meses e abaixo do piso das previsões dos analistas. A produção industrial manteve o ímpeto e cresceu 5,4%, com o lado da manufatura da economia ainda superando os gastos dos consumidores.

“Os dados mostram que a recuperação da demanda interna continua lenta, enquanto a estabilização da produção industrial provavelmente se deve a uma certa antecipação de encomendas antes das tarifas dos EUA e não é sustentável”, disse Michelle Lam, economista do Société Générale.

O índice CSI 300, referencial de ações da China, fechou em baixa de 0,54% nesta segunda-feira (16). O rendimento dos títulos de dívida referenciais de dez anos caiu 6 pontos-base no dia, para 1,72% ao ano, o menor patamar na história. O yuan ficou estável.

Os dados divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas da China nesta segunda-feira (16) reforçam a necessidade do governo de reacender a disposição dos consumidores para gastar, ainda mais após a reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA. A ameaça de uma nova guerra comercial pode reduzir o papel das exportações como motor de crescimento da China, depois de terem sustentado quase 25% da expansão econômica em 2024.

Na semana passada, as autoridades chinesas colocaram o estímulo ao consumo como prioridade para seu trabalho econômico do próximo ano — a segunda vez que o fazem em dez anos. Embora tenham divulgado algumas das questões que estarão em foco, como a ajuda a grupos de baixa renda e a melhora da rede de segurança social, as autoridades deixaram os investidores incertos sobre a escala e os detalhes dos planos.

O fraco desempenho das vendas varejistas mostrou os limites da iniciativa governamental de estímulo ao consumo por meio de subsídios à compra de eletrodomésticos e carros. Embora as vendas dessas categorias tenham se mantido fortes em novembro, vários outros bens de consumo discricionários caíram.Os produtos cosméticos encabeçaram o declínio com uma queda de 26% nas vendas na comparação anual. Vestuário, joias, bebidas e tabaco e álcool também tiveram recuos.

“A fraqueza persistente na atividade indica a necessidade de mais apoio das políticas governamentais. Declarações de intenção firmes do Politburo e da Conferência Central de Trabalho Econômico sinalizam a iminência disso”, disseram Chang Shu e Eric Zhu, da Bloomberg Economics.

Fu Linghui, porta-voz do Agência Nacional de Estatísticas, atribuiu parte da desaceleração ao fato de o festival de compras on-line do Dia dos Solteiros — tradicionalmente realizado em 11 de novembro — ter ocorrido mais cedo neste ano, em outubro, o que reduziu as vendas em novembro.

“Observando as vendas totais no varejo em outubro e novembro, ainda foram significativamente melhores do que no terceiro trimestre”, disse Fu, em entrevista coletiva em Pequim. “Mas o impulso interno do crescimento do consumo ainda precisa ser fortalecido.”

As autoridades prometeram expandir o programa de subsídios, mas economistas alertam para o caráter temporário dos efeitos, uma vez que consumidores não tendem a repetir compras de produtos de alto valor com frequência.  O governo tem resistido a propostas de economistas nos últimos anos, de fazer uma distribuição direta de dinheiro aos consumidores, com o presidente da China, Xi Jinping, chegando a advertir que não se deve cair na armadilha do “assistencialismo”.

“O grande quadro continua sendo o desequilíbrio entre oferta e demanda, o que ainda sinaliza um panorama deflacionário”, disse Xing Zhaopeng, estrategista sênior para a China no Australia & New Zealand Banking Group Ltd.

Outros destaques dos dados: O investimento em ativos fixos aumentou 3,3% nos primeiros 11 meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2023, abaixo do ritmo de janeiro a outubro.

O índice de desemprego manteve-se em 5%, igual ao de outubro.

O investimento imobiliário diminuiu 10,4% no período, ligeiramente pior à queda de 10,3% nos primeiros dez meses.

Os dados decepcionantes do consumo ofuscaram sinais de melhora no assolado mercado imobiliário. Em novembro, a queda nos preços diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, reflexo dos estímulos adotados no fim de setembro, como a redução de impostos relacionados a transações.

Em novembro, as vendas de imóveis cresceram em termos anuais pela primeira vez desde a reabertura da economia no primeiro trimestre de 2023, após os lockdowns da pandemia de covid-19, de acordo com cálculos da Bloomberg Economics baseados em dados oficiais. Em área vendida, houve aumento de 2,7% em comparação a novembro de 2023, na sequência de uma queda de 1,8% em outubro.

O crescimento da produção industrial tem superado as vendas no varejo desde a pandemia, mas isso pode não ser sustentável como motor para a economia, já que o foco da China na manufatura tem levado os EUA e a União Europeia a acusarem o país de inundar seus mercados com produtos baratos.

A desaceleração na expansão econômica no trimestre passado, a mais fraca desde o início de 2023, levou as autoridades a promover cortes maiores do que os usuais nos juros e a apoiar o mercado imobiliário e o de ações. As autoridades também lançaram um programa de troca de títulos de US$ 1,4 trilhão para limitar o risco dos governos locais com suas dívidas e liberar espaço fiscal para promover a expansão.

Nos últimos meses, todas as esferas de governo aceleraram a emissão de títulos, com o financiamento líquido obtido superando a marca de 1 trilhão de yuans (US$ 138 bilhões) por quatro meses seguidos até novembro.  A China prometeu elevar a captação e os gastos públicos em 2025 como forma de estimular a demanda, mas o tamanho do aumento deverá ser modesto, sem a agressividade necessária para reverter a persistente deflação e a queda na confiança.

Os números das vendas varejistas chinesas mostram que a demanda privada continua frágil e que estímulos “priorizaram as aparências, em vez de entregar melhorias econômicas significativas”, disse Charu Chanana, estrategista-chefe da Saxo Markets. 

Isso significa que o governo “precisa adotar mais medidas fiscais direcionadas para ajudar a aumentar a confiança das empresas e dos consumidores". "Mesmo para uma recuperação tática, precisamos de mais, após uma série de largadas em falso e diante do risco à frente de tarifas”. (Valor Econômico)


Primavera deste ano apresentou condições melhores para conforto animal na produção leiteira

A primavera de 2024 apresentou condições melhores que dos anos anteriores para o conforto térmico animal. A conclusão vem das análises de dados publicadas no Comunicado Agrometeorológico 79 - Especial Biometeorológico Primavera 2024, editado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).

“A primavera deste ano foi menos chuvosa que a de 2023, embora com altas temperaturas do ar e umidade relativa alta”, complementa a pesquisadora Loana Cardoso, uma das autoras da publicação. 

O Comunicado analisa as condições meteorológicas ocorridas no período, como precipitação pluvial, temperatura e umidade do ar. Utilizando o Índice de Temperatura e Umidade (ITU), a publicação documenta e identifica as faixas de conforto/desconforto térmico às quais os animais foram submetidos, estimando os efeitos na produção de leite. 

Situações de estresse térmico calórico para vacas leiteiras foram observadas principalmente no mês de novembro. “No período, 41% das horas avaliadas propiciaram desconforto térmico aos animais. Situações de estresse leve a moderado foram identificadas, em média, durante 23,6% do trimestre”, destaca Loana. 

As regiões do Vale do Uruguai, do Baixo Vale do Uruguai e Depressão Central, além de Ibirubá, Teutônia, São Luiz Gonzaga, e Uruguaiana, foram as que apresentaram maiores valores de estresse térmico, sendo superiores a 40% de horas avaliadas.

O potencial de queda de produção diária de leite devido às condições meteorológicas ocorridas na primavera de 2024 foram mais elevadas em vacas de maior produção. A variação foi de 13,8% a 32% ao longo do trimestre, especialmente nas regiões de Porto Vera Cruz (Vale do Uruguai) e São Luiz Gonzaga (região Missioneira). 

“Nestes locais, os produtores rurais tiveram que ficar atentos às possíveis situações de estresse térmico a que os animais ficaram expostos, com os maiores declínios de produção de leite estimados, para evitar prejuízos econômicos na atividade leiteira”, conclui a pesquisadora.

A publicação é uma iniciativa do Grupo de Estudos em Biometeorologia, constituído por pesquisadores e bolsistas das áreas da Agrometeorologia e Produção Animal. O Comunicado Agrometeorológico Especial - Biometeorológico tem publicação trimestral e está disponível na seção de Agrometeorologia da Seapi: www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia. (SEAPI)

Leite/Europa: O preço da manteiga no varejo continua subindo na UE

O mais recente relatório World Quotations of Dairy da Comissão Europeia mostrou que os preços da manteiga na última semana encerrada em 24 de novembro de 2024 estão 44% acima do valor registrado na semana correspondente do ano passado. 

O leite em pó desnatado (SMP), ao contrário, está com a cotação 3% inferior em relação à mesma semana de 2023. Os preços do leite em pó integral (WMP) registraram 13% de aumento no período de um ano. 

O Ministério do Meio Ambiente, Alimentação e Agricultura do Governo britânico publicou os preços do leite e as estatísticas sobre a composição do leite para o mês de outubro. 

O preço médio do leite pago ao produtor no Reino Unido (RU), em outubro de 2024 foi de 45,17 por litro, [R$ 3,43 o litro], 4,6% acima do valor de setembro de 2024 e 22% maior em relação à media de outubro de 2023. 

O volume de leite produzido em outubro de 2024 foi de 1.217 milhões de litros, um aumento de 
5,7% em relação a setembro de 2024. O teor médio de manteiga e de proteína foi de 4,4% e 3,47%, respectivamente. De acordo com dados da Associação ZMB Dairy World consultados pelo USDA, os preços da manteiga no varejo da Alemanha continuaram subindo em outubro.

Uma pesquisa mostrou que o preço médio do pacote de 250 gramas de manteiga de marca da 
indústria era de € 2,40, 29 centavos a mais do que no mês anterior. A média de preço de marcas da distribuição foi de € 2,37. 

O preço garantido de uma grande cooperativa de laticínios europeia, [FrieslandCampina], para o mês de dezembro foi de € 57,35 por 100 kg. O aumento foi atribuído às mudanças do mercado mundial. 

Na terça-feira, antes de uma reunião de governo, o Primeiro ministro polonês anunciou que o país é contra o acordo de livre comércio da União Europeia com o Mercosul (UE-Mercosul) na sua forma atual. 
Também as autoridades sanitárias da Polônia confirmaram os primeiros casos de língua azul no país. Os casos foram detectados em gado de corte em uma fazenda no sudoeste da Polônia. O rápido aumento dos preços de alguns produtos lácteos no varejo, fez com que o governo russo iniciasse uma investigação sobre a formação dos preços de laticínios. As estatísticas mais recentes publicadas pelo Serviço Estatal Russo de Estatísticas, em novembro, relata que os preços da manteiga no varejo estão aproximadamente 30% acima dos valores de dezembro de 2023. 

As condições de seca severa persistem no Mediterrâneo, Balcãs e região do Mar Negro. O Indicador de Seca (CDI) emitiu sinal de alerta para as condições de seca na Lituânia, leste da Polônia e dos Balcãs, Bielorrússia, centro leste da Ucrânia e sul da Rússia. 

Relatório USDA Tradução livre: www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

Para onde vai o dólar em 2025?
Ano recheado de incertezas internas e externas tornam ainda mais difícil projetar o rumo da moeda. Veja as projeções de especialistas e o que pode influenciar na cotação do câmbio no ano que vem. O dólar tem grandes chances de encerrar o ano com valorização de mais de 25% ante o real, comparável ao desempenho do índice de ações das 500 maiores empresas americanas, o S&P 500, que caminha para encerrar 2024 com alta de 28%, com um grande impulso das inovações trazidas pela inteligência artificial. Neste mês, a moeda americana renovou recordes, e chegou a tocar a cotação de US$ 6,20 com o aumento da percepção de risco do Brasil. E para onde deve caminhar a moeda americana em 2025? O ano é povoado de incertezas, o que torna mais difícil do que já é projetar para onde vai o dólar. Mas, segundo a mediana das estimativas do último Relatório Focus, do Banco Central (BC) divulgado no dia 16 de dezembro, a moeda deve chegar a R$ 5,85 no final do ano que vem. (Valor)

 
 

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