Porto Alegre, 16 de outubro de 2024 Ano 18 - N° 4.244
GDT: estabilidade nos preços internacionais
Os preços internacionais dos principais derivados lácteos apresentaram comportamentos diferentes entre as categorias lácteas, com o preço médio ficando próximo da estabilidade, no 366º leilão de lácteos da plataforma GDT, realizado no dia 15/10. O GDT Price Index (média ponderada dos produtos) ficou em US$ 3.852/tonelada, como mostra o gráfico 1, com uma sutil diminuição de 0,3% em relação ao evento anterior.
Gráfico 1. Preço médio leilão GDT.
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
As principais categorias acompanhadas e negociadas durante o evento apresentaram tanto oscilações positivas como negativas.
Nesse cenário, a maior valorização ficou para a categoria do queijo cheddar, que obteve uma aumento de 4,2% no preço médio, sendo negociado na média de US$ 4.702/tonelada. Por outro lado, também no grupo de queijos, a muçarela teve redução no seu preço, com retração de 8,2%, fechando com preço médio de US$4.559/tonelada
Em relação às quedas, o leite em pó desnatado apresentou baixa de 1,8% sendo negociado na média de US$ 2.745/tonelada, da mesma forma a categoria da manteiga obteve desvalorização de 0,3%, fechando na média de US$ 6.495/tonelada. Além disso, o leite em pó integral, que apresentou forte valorização no último leilão, apresentou estabilidade, sustentando a altas recentes, sendo negociado na média de US$ 3.553/tonelada.
Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.
Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 15/10/2024.
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
No último leilão de outubro, o volume negociado apresentou leve aumento. Com um total de 38.956 toneladas sendo negociadas, um aumento de 0,3% em relação ao volume negociado no evento anterior, renovando o volume máximo dos últimos anos, como mostra o gráfico 2.
Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.
Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
Em relação ao equilíbrio entre oferta e demanda no leilão, mesmo com o volume ofertado atingindo os níveis mais altos dos últimos anos, um dos principais destaques tem sido a expressiva retomada das compras pelo mercado do norte asiático, que vem aumentando significativamente seu volume de aquisições nos últimos eventos. Esse crescimento tem desempenhado um papel crucial em dar maior sustentação e estabilidade aos preços leilão GDT.
No mercado futuro de leite em pó integral na Bolsa de Valores da Nova Zelândia, as projeções indicam um pequeno aumento nos preços do leite em pó integral em comparação com os valores atuais. Esse crescimento reflete não apenas uma valorização, mas também preços superiores aos praticados anteriormente para os contratos vencidos nos mesmos períodos. Conforme mostrado no gráfico 3, essa tendência de alta se destaca ao observarmos a evolução histórica dos preços.
Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).
Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e do Uruguai, países que historicamente praticam preços acima do Global Dairy Trade (GDT), em grande parte devido à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que impõe tarifas de quase 30% sobre importações de fora do bloco.
Entretanto, os preços mais elevados do mercado internacional, conforme evidenciado no leilão GDT, podem impactar nas relações comerciais para importações de lácteos pelo Brasil.
A menor diferença entre os preços do leilão GDT e os preços praticados para exportações da Argentina e do Uruguai faz com que outros países compradores aumentem seu abastecimento de produtos da Argentina e do Uruguai, reduzindo a disponibilidade para o Brasil.
Nesse sentido, segundo dados trimestrais do Instituto Nacional de La Leche (Inale), do Uruguai, o Brasil perdeu o posto para a Argélia de principal destino das exportações do Uruguai no 3º trimestre deste ano – pela primeira vez desde o 3º trimestre de 2022.
Nesse cenário, apesar de as negociações do Mercosul com o Brasil seguirem a preços superiores aos apresentados no leilão GDT – atualmente em cerca de USD4.000/tonelada para o leite em pó integral, enquanto o mesmo produto no GDT tem apresentado preço médio de USD3.553/ton – o acompanhamento do mercado internacional liga um alerta para os compradores brasileiros, que estão tendo que lidar com uma disponibilidade mais restrita do Mercosul neste momento. (Milkpoint)
Novo sistema substitui os quatro cadastros utilizados e melhora a experiência dos usuários
Apresentamos o novo Cadastro Anvisa! Estamos falando de um sistema criado para integrar os quatro cadastros até então utilizados e entregar aos cidadãos mais qualidade e eficiência. Desenvolvido de acordo com as boas práticas adotadas no âmbito da administração pública federal, o Cadastro Anvisa aprimora e incrementa os mecanismos de acesso. Acesse aqui.Para se ter uma ideia dos avanços, no novo Cadastro ANVISA será possível adicionar, editar e revogar perfis e acessos por meio de uma só ferramenta, além de atribuir perfis em lote, realizar auditoria no sistema e pesquisar colaboradores e organizações por CNPJ ou CNES. Primeiros passos Quer realizar o cadastro na ANVISA? Autentique e valide a vinculação do responsável legal à organização a qual ele representa, por meio do Gov.Br. Feito isso, o responsável legal da organização, através do seu login junto ao Gov.Br, terá acesso aos perfis disponíveis no novo Cadastro Anvisa.
O responsável legal pode cadastrar quantos gestores de cadastro a organização julgar necessários e esses, por sua vez, podem cadastrar os demais colaboradores da organização, desde que todos tenham previamente aberto sua conta no Gov.Br. (Terra Viva)
Duas culturas podem fazer o RS colher safra recorde neste ano, projeta Conab
Estatal prevê que a produção gaúcha chegue a 38,35 milhões de toneladas, volume 3,3% maior do que o colhido na safra anterior
Duas culturas de verão poderão colocar o Rio Grande do Sul em um novo patamar da produção de grãos na safra 2024/2025: a soja e o arroz. É o que mostram as estimativas do primeiro levantamento do ciclo divulgado nesta terça-feira (15), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Até o momento, a produção gaúcha está prevista em 38,35 milhões de toneladas, volume 3,3% a mais do que na safra anterior. Se confirmado, será um novo recorde para o Estado. Deste total, 28,64 milhões de toneladas são estimados entre soja e arroz.
A área destinada ao plantio, por outro lado, está prevista em 10,48 milhões de hectares, uma elevação de 0,7%. Destes, 7,8 milhões de hectares são das duas culturas.
De acordo com Fabiano Vasconcellos, gerente de Acompanhamento de. Safras (Geasa), os números indicam uma recuperação em relação à safra passada, afetada pelo clima.
— A safra atual tem perspectiva de chuvas mais uniformes, com menos anomalias. Isso pode ter resultado significativo na slavouras de primeira safra no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná — acrescenta o técnico.
Considerando a safra em todo o Brasil, igualmente impactada pelo clima, a primeira estimativa da Conab aponta para uma produção nacional de 322,47 milhões de toneladas de grãos. O volume representa um crescimento de 8,3% ao obtido em 2023/2024, também com um novo recorde. Para a área, estima-se crescimento de 1,9% sobre a safra anterior, passando para 81,34 milhões de hectares.
Produtores têm ponderado à coluna, no entanto, que as estimativas apresentadas podem não se concretizar diante da falta de solução com relação ao passivo de financiamento.
Só na soja, principal cultura do Estado, a Conab prevê uma produção de 20,34 milhões de toneladas, um aumento de 3,5% em relação à safra passada. A oleaginosa também deve ter um incremento de 1,1% na área cultivada, chegando a 6,84 milhões de hectares.
E o plantio começou na semana passada no Estado, segundo a Emater. (Zero Hora)
Jogo Rápido
LEITE/OCEANIA: A produção de leite na Austrália, em agosto, aumentou 2,9% na comparação interanual
De acordo com a Dairy Australia, a produção de leite em agosto de 2024 foi de 682,4 milhões de litros, 2,9% acima de agosto de 2023. Na Austrália, algumas redes de supermercados responsáveis pela maioria das vendas de varejo, reduziram em 5 centavos o preço do leite com Marca da Distribuição (MDD). Os preços MDD não eram reduzidos desde 2011, quando algumas redes estabeleceram o valor de US$ 1 por litro. O porta-voz de um grupo de fazendeiros declarou que o preço do leite ao produtor atualmente está muito próximo do custo de produção e que a redução do preço ao consumidor representará uma pressão sobre o preço do leite na fazenda. Já o porta-voz de uma das redes de supermercados observou que o preço mais baixo pago aos produtores nesta temporada permitiu diminuir o preço do leite MDD em suas lojas. (Terra Viva)