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02/10/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 02 de outubro de 2024                                                    Ano 18 - N° 4.234


Lactalis lança websérie e mostra caminhos da rentabilidade na produção leiteira

Novo episódio detalha processos de produção e controle de qualidade, da fazenda à mesa do consumidor

O Rio Grande do Sul produz 4,11 bilhões de litros de leite ao ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o terceiro maior produtor do Brasil. Responsável por 11,61% da produção nacional, o Estado tem um amplo potencial de expansão de suas bacias leiteiras. Atenta a isso, a Lactalis Brasil está investindo em solo gaúcho para aumentar sua captação por meio de assistência ao produtor rural e oferta de insumos capazes de otimizar a produção e os resultados das propriedades.

É isso o que mostra o segundo dos quatro episódios da websérie “Caminhos do Leite”, lançada pela Lactalis durante a última Expointer, em Esteio. O vídeo começa em uma propriedade rural do município gaúcho de Alecrim, apresentando a rotina dos Herzog, uma das três mil famílias que fornecem leite para a empresa. E são eles que, ao lado dos técnicos da Lactalis, mostram a rotina do produtor de leite e os desafios diários para se obter um alimento cada dia melhor.

Um dos focos do filme é mostrar que a qualidade do produto que chega à mesa do consumidor é influenciada por diferentes fatores como a alimentação das vacas, o manejo, a raça do animal, a higiene na ordenha, entre outros. Ou seja, a garantia de segurança alimentar do consumidor começa no campo.

O episódio mostra as etapas de ordenha, resfriamento, transporte e controle de qualidade na indústria. Também é abordada a parceria com a American Nutrients, empresa responsável pela produção de insumos da marca Muu Care, e itens de higiene e limpeza que garantem a sanidade dos rebanhos e instalações.

Segundo o CEO da Lactalis Brasil, Roosevelt Júnior, a expansão das bacias leiteiras gaúchas esbarra, geralmente, na falta de competitividade e rentabilidade da atividade no campo. Por isso, uma das formas que a companhia encontra para incentivar os produtores também aparece no episódio: produtos são ofertados a preços competitivos e com vantagens que ajudam na lida e nas contas.

Júnior destaca que o objetivo da websérie é esclarecer ao consumidor sobre o funcionamento da cadeia produtiva, ao mesmo tempo em que dialoga com os produtores gaúchos que fornecem leite todos os dias a Lactalis e mostrar que é possível crescer na atividade ao melhorar a gestão e a produção do leite gaúcho.

– A qualidade é uma questão essencial e ela está diretamente atrelada aos cuidados de toda a cadeia produtiva, algo que começa no campo. É na mão do produtor de leite que está o poder de obter um leite mais rico em sólidos e rentável. Isso depende da seleção e do melhoramento genético, da higiene e da sanidade do rebanho– explica.

Para incentivar os produtores a manter boas práticas na produção, a Lactalis oferece assistência técnica, apoio à aquisição de alimentação e ração para os animais, medicamentos, suplementos e material de higiene para a limpeza de estruturas de ordenha e de bem-estar animal.

– Queremos estar ao lado do produtor pelo desenvolvimento da atividade e isso passa, obviamente, pela remuneração e pela produção. Produtores eficientes recebem pelo seu leite e conseguem investir na atividade. Esse é um caminho que se segue muito mais fácil se andarmos em conjunto. A Lactalis está disposta a usar toda sua experiência como líder mundial do setor lácteo no desenvolvimento das bacias leiteiras gaúchas. Porque o leite gaúcho é especial. Carrega esse amor pelo solo e pela nossa cultura. Estamos ao lado do Rio Grande do Sul nessa jornada porque escolhemos estar aqui – afirma Roosevelt Júnior.

Assista ao 1º episódio clicando aqui.

Assista ao 2º episódio clicando aqui.

As informações são de Zero Hora


GDT: leite em pó atinge maior valor dos últimos anos

Os preços internacionais dos principais derivados lácteos apresentaram comportamentos diferentes entre as categorias lácteas no 365º leilão de lácteos da plataforma GDT, realizado no dia 01/10, mas com destaque para valorização da categoria de leite em pó integral.

O GDT Price Index (média ponderada dos produtos) ficou em US$ 3.851/tonelada, como mostra o gráfico 1, com um aumento de 1,2% em relação ao evento anterior.

Gráfico 1. Preço médio leilão GDT

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.
 
As principais categorias acompanhadas e negociadas durante o evento apresentaram tanto oscilações positivas como negativas.

Nesse cenário, a maior variação percentual ficou para a categoria do queijo cheddar, que obteve uma valorização de 3,8%, sendo negociado na média de US$ 4.606/tonelada. Por outro lado, também no grupo de queijos, a muçarela teve redução no seu preço, com retração de 7,7%, fechando com preço médio de US$4.960/tonelada

A categoria do leite em pó integral obteve um expressivo aumento no último leilão, fechando na média de US$ 3.559/tonelada, representando um aumento de 3,0% em relação ao evento anterior e atingindo o maior preço médio desde outubro de 2022.

Em relação às quedas, o leite em pó desnatado apresentou baixa de 0,6% sendo negociado na média de US$ 2.795/tonelada, da mesma forma a categoria da manteiga obteve desvalorização de 1,4%, fechando na média de US$ 6.407/tonelada.

Confira na Tabela 1 o preço médio dos derivados após a finalização do evento e a variação em relação ao evento anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 01/10/2024.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

No primeiro leilão de outubro, o volume negociado apresentou leve aumento. Com um total de 38.848 toneladas sendo negociadas, um aumento de 0,1% em relação ao volume negociado no evento anterior, como mostra o gráfico 2.

Gráfico 2. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2024.

Em relação ao equilíbrio entre oferta e demanda no leilão, mesmo com o volume ofertado alcançando os níveis mais altos dos últimos anos, um dos destaques tem sido a retomada das compras do mercado asiático, que tem aumentado seu volume nos últimos eventos. Esse crescimento, somado à demanda constante de países do Oriente Médio, tem dado maior sustentação aos preços.

No mercado futuro de leite em pó integral na Bolsa de Valores da Nova Zelândia, as projeções indicam um aumento preços do leite em pó integral em comparação com os valores atuais, além de também serem superiores aos valores praticados anteriormente para os contratos vencidos nos mesmos períodos, conforme mostrado no gráfico 3.

Gráfico 3. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures).

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2024.
 
E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?

Vale destacar que o Brasil importa produtos lácteos principalmente da Argentina e do Uruguai, países que historicamente praticam preços acima do Global Dairy Trade (GDT), em grande parte devido à Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que impõe tarifas de quase 30% sobre importações de fora do bloco.

No entanto, o cenário está mudando. Recentemente, a diferença de preços entre os produtos lácteos do Mercosul e os praticados no GDT diminuiu, refletindo as altas nos leilões globais mais recentes, o que pode trazer maior competição de outros mercados para o Brasil, em relação às exportações do Mercosul.

No momento, o Brasil segue pagando preços superiores aos praticados no leilão GDT, o que indica que o Mercosul deve seguir priorizando os envios ao mercado brasileiro. De acordo com pesquisa semanal do MilkPoint Mercado, atualmente os preços do Mercosul para exportações ao Brasil estão em cerca de USD3.900 a USD4.000/tonelada para o leite em pó integral – enquanto o GDT acaba de atingir USD3.559/tonelada.

Todavia, as altas recentes do GDT ligam um sinal de alerta para os compradores brasileiros, que podem enfrentar uma disponibilidade mais restrita do Mercosul à frente. (Milkpoint)

Há dias sem energia elétrica, produtores de leite em Dom Pedrito (RS) estão tendo que jogar leite fora

Há pelo menos 14 dias Maximiliano Kurtiz Pinto, produtor de leite em Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul, está sem energia elétrica em sua propriedade. No caso de Márcio Froehlich, são 9 dias. Em comum, ambos estão tendo prejuízo tendo que jogar o leite ordenhado das vacas fora, já que, sem energia elétrica, não há como armazenar o produto. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, em 2023, o Município produziu 8.127.000 litros de leite.

Chove forte em Dom Pedrito, ao menos, desde 22 de setembro, com ventania, queda de granizo e interrupção do serviço de energia. A Concessionária local do serviço, a CEEE Grupo Equatorial, foi questionada por e-mail sobre a situação, mas ainda não se posicionou sobre o caso. Uma manifestação foi realizada nesta semana em frente ao escritório da empresa nesta semana por produtores de leite. 

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, José Roberto Weber, a informação procede. “Esta Equatorial é uma vergonha.Tem gente sendo obrigada a jogar o leite fora pela falta de energia e, outros, com problema nas vacas por não poder esgotá-las”, explicou.

Weber ainda disse que o Sindicato Rural foi chamado hoje para tentar resolver, mas não tem jeito. “A concessionária não tem pessoal nem estrutura para manter os serviços”.

Maximiliano Kurtiz Pinto, pecuarista leiteiro em Dom Pedrito há 10 anos, conta que está há 14 dias sem energia, mas que desde que a Concessionária assumiu o serviço, sua propriedade fica, em média, de 4 a 6 dias por mês sem luz. 

“Nosso problema é muito sério, porque tem produtores que têm que ventilar o arroz, porque o arroz é amarela, e acaba só servindo para ração. Aqui na fronteira é geral esse problema. O pessoal da Equatorial está completamente perdido, porque eles saem para ir em um lugar e vão para outro, e quando a internet deles dá problema, eles dão a ordem de serviço como encerrada e caso embora”. 

Segundo Kurtiz, neste período em que sua propriedade está produzindo pouco leite, até o momento ele descartou em torno de 2300 litros. “O nosso problema também é o gerador, já que ele não tem força o suficiente para gerar o vácuo necessário para a ordenha, além do barulho, e estas questões que atrapalham o bem-estar animal vão gerar mais prejuízos”, disse.

No caso de Marcio Froehlich, há nove dias falta energia elétrica em sua propriedade em que além de leite, se produz queijos. “Caíram dois postes de energia e uma travessa. Tive que jogar fora em torno de 3,500 litros de leite. Contando com combustível, ração, pastagem, queijo que teve que jogar fora porque uma das câmaras frias o gerador não deu conta, soma um prejuízo de 30 mil reais. Se juntar o estrago na estrutura por causa da chuva, dá cerca de 130 mil”. 

Em contato com a Concessionária, Froehlich detalha que “eles estão perdidos no sistema deles, é um colapso total, eles mentindo para nós, e eles não conseguindo passar as informações para as equipes deles. Eles não tem nem como levantar porte pq não tem caminhão munck”. 

Para ambos produtores, para mais do que o prejuízo financeiro, o problema de não conseguir tocar a operação na propriedade é o maior problema, sem conseguir ordenhar as vacas corretamente e nem estocar o produto.

REUNIÃO

Fábio Avancini Rodrigues, diretor vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), afirma que a entidade possui assento no Conselho de consumidores da CEEE Equatorial, e que este assunto é recorrente. 

“Nós fazemos demandas diretamente com o presidente da companhia, tanto é que o conselho se reúne uma vez por mês, uma na capital e uma nas regiões que apresentam problemas. A próxima será realizada no dia 8 de outubro em Bagé, regional de Dom Pedrito”. 

O que é possível identificar, conforme explica Rodrigues, é que a Equatorial estava sucateada e a CEEE compra a empresa e começa a fazer uma série de investimentos em pessoal, estrutura, com investimentos vultosos, mas lentos, “mas isso não justifica, porque quando compraram a empresa, sabiam destes problemas”.

“Mas posso dizer que a presidência da Concessionária no Rio Grande do Sul mudou neste último ano e o presidente é de origem técnica do setor e formou uma equipe interessante, e algumas regiões estão sentindo essas mudanças, mas não podemos esquecer de eventos climáticos anteriores”. 

A reunião será aberta ao público na próxima terça-feira, dia 8, às 14h na sede da Associação rural de Bagé. Fonte: Notícias Agrícolas 


Jogo Rápido

Desde as excessivas chuvas do outono a indústria uruguaia capta menos leite do que em 2023
A queda da produção de leite e da captação pela indústria está refletida nos três indicadores do Instituto Nacional do Leite (Inale). Uma baixa mensal constante desde as chuvas excessivas do outono, em comparação com os dados de 2023. A captação de agosto caiu, a produção acumulada de 2024 está menor e também houve queda nos últimos 12 meses móveis, encerrados em agosto de 2024.  A comparação interanual mês a mês deste ano, mostra que em janeiro e fevereiro a produção de leite foi maior na comparação interanual. Em março ficou estagnada e desde abril, quando as chuvas excessivas atingiram o país - condições particularmente adversas para os sistemas produtivos de leite - a produção de 2024 foi sempre menor do que a de 2023. Fonte: El Observador | Tradução livre: www.terraviva.com.br

 
 

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