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27/06/2024

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 27 de junho de 2024                                                         Ano 18 - N° 4.167


Como se comporta a produção de leite em anos de El Niño ou La Niña?

Logo que as preocupações em torno do El Niño encerraram neste início de 2024, outro fator surgiu trazendo dúvidas e apreensões para o agro brasileiro: a presença da La Niña neste mesmo ano.

E dentro da produção de leite não é diferente, afinal, os fenômenos climáticos impactam pelo menos na oferta de alimentos para os animais, isso sem considerar quando o fenômeno acontece em maior intensidade e gera até mesmo impactos ambientais e logísticos na cadeia.

No entanto, o quão grande é esse impacto? E o que podemos esperar para este segundo semestre de 2024 frente a presença quase certa da La Niña?

Para responder esses questionamentos, primeiro é preciso ter em mente quais os efeitos da La Niña nas diferentes regiões. Enquanto no Norte e Nordeste o efeito climático gera um aumento das precipitações, no Sul o efeito é o contrário, com uma diminuição das chuvas, com os efeitos no Sudeste e Centro-Oeste podendo ser variados, mas com tendência de um sutil aumento nas chuvas nas regiões.

Segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), a probabilidade de ocorrência da La Niña é acima de 70% a partir do mês de agosto, aumentando para 85% entre os meses de novembro e janeiro de 2025, ou seja, podemos dizer que está praticamente confirmada a presença da La Niña neste ano.

Diante disto, podemos dizer que a La Nina trará impactos para a produção de leite brasileira em 2024. Porém, esses fenômenos como La Niña e El Niño são determinantes para uma queda ou aumento da produção de leite?

A resposta é não.

Apesar dos impactos claros no fornecimento de alimentos e na logística da cadeia, esses efeitos climáticos influenciam, mas não são determinantes para uma tendência na produção de leite, tendo outros fatores como, custo de produção, rentabilidade do produtor, nutrição, genética e sanidade, sendo outros fatores mais importantes para ditar a produção de leite do que o efeito climático por si só. E o gráfico abaixo ilustra exatamente isso. É possível perceber que existem crescimentos, estabilidade ou até queda tanto em anos de El Niño, anos de La Niña ou anos neutros, sem a presença de um dos fenômenos.

Ou seja, é preciso estar atento para os efeitos que a La Niña deve causar na cadeia leiteira neste ano, especialmente em suas influências regionais, no entanto, não podemos dizer que a produção de leite será maior ou menor em decorrência deste fato. (Milkpoint)


PIB do Estado cresce 4,1% no primeiro trimestre de 2024 puxado pela agropecuária

Resultados são anteriores às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio

Após as estiagens de 2022 e 2023 e o excesso de chuvas no ano passado, a agropecuária recuperou espaço na economia do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado nesse período – ou seja, antes das inundações que atingiram o território gaúcho – registrou alta de 4,1% na comparação com o quarto trimestre de 2023. 

O resultado foi puxado principalmente pelo avanço no segmento do campo, que apresentou expansão de 59,1%. Na mesma base de comparação, a indústria (+0,5%) e os serviços (+1,2%) também avançaram. No Brasil, a alta no PIB no primeiro trimestre foi de 0,8%, com crescimento de 11,3% na agropecuária e de 1,4% nos serviços, enquanto a indústria registrou queda de 0,1%.  

Os números foram divulgados nesta terça-feira (25/6) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Elaborado pelo pesquisador Martinho Lazzari, o documento foi apresentado com a presença do secretário adjunto da SPGG, Bruno Silveira, da subsecretária de Planejamento, Carolina Scarparo, e do diretor do DEE, Pedro Zuanazzi.

Na indústria, as quatro atividades que compõem o segmento apresentaram alta – entre elas a indústria de transformação, a principal do setor, com expansão de 0,1%; a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,4%); a construção (0,2%); e a indústria extrativa (1,5%), a de menor representatividade industrial no RS.

Nos serviços, o destaque positivo ficou por conta do comércio, com crescimento de 3,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. As atividades de transportes, armazenagem e correio (1,5%) e serviços da informação (1,3%) também avançaram, enquanto a atividade de intermediação financeira e seguros foi a única do segmento a apresentar queda (-1,7%).

Quando a comparação é o primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha apresentou crescimento de 6,4%. O Brasil, na mesma base, cresceu 2,5% no período.

"Os números do primeiro trimestre indicam que estávamos no caminho certo. Com a ocorrência dos fenômenos de maio, o governo está focado em todas as ações para reação da economia a partir de medidas estruturantes que possam nos guiar neste desafio", avalia Silveira.

Comparação anual
O crescimento nas lavouras de soja (71,2%) e de milho (26,4%), ambas afetadas pela estiagem em 2022 e 2023, puxaram a alta da agropecuária no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as principais culturas agrícolas do trimestre no Estado, o arroz também teve avanço na produção (4,3%), enquanto o fumo (-2,6%) e a uva (-22,2%) registraram queda.

Na indústria, a alta de 2,6% entre janeiro e março foi influenciada principalmente pela atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com crescimento de 40,7%. “A estiagem registrada nos primeiros meses de 2023 restringiu a produção de energia hidroelétrica, o que impactou no resultado econômico da área. As chuvas dentro da normalidade no início deste ano reverteram o quadro”, explica Lazzari.

A indústria extrativa mineral teve alta de 2,1% no período em relação ao ano passado, enquanto a indústria de transformação, principal atividade industrial do Estado, registrou queda de 1%. Construção caiu 0,4% no período.  

Entre as 14 atividades monitoradas da indústria de transformação, a queda nos números é explicada, principalmente, pelo desempenho da fabricação de máquinas e equipamentos (-26,8%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,5%) e produtos alimentícios (-4,9%). Entre as altas mais expressivas, se destacaram as atividades de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (+93,9%) e produtos do fumo (+19,4%). 

“No primeiro trimestre de 2023, a Refinaria Alberto Pasqualini esteve com a produção pausada para manutenção e realização de investimentos. Com a retomada neste ano, a produção voltou aos padrões habituais", conta Lazzari.

Nos serviços, a elevação de 3,2% foi influenciada especialmente pelo comércio (4,7%), outros serviços (5,1%) e serviços de informação (5,1%). Entre as atividades do comércio, os principais destaques foram os aumentos nas vendas nos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (14,1%), no comércio de veículos (18,8%) e nos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,2%). Entre as baixas, as mais significativas foram nas vendas de combustíveis e lubrificantes (-5,2%) e de material de construção (-2,5%).

Com o resultado de janeiro a março, no acumulado de quatro trimestres o PIB do RS apresenta crescimento de 3%. No país, a alta é de 2,5%. (SEAPI)

 

China – Importações de produtos lácteos de janeiro a maio de 2024

Importações/China – As importações de produtos lácteos da China vinham crescendo significativamente entre 2013-2021 (exceto na crise de 2015) a uma taxa anual acumulada de 10,6%, com queda de 16,5% em 2022 e de 10% em 2023, resultando em uma taxa negativa de 5,3% ao ano. De qualquer forma, a China continua sendo o grande motor da demanda mundial de lácteos.

 

As compras da China chegaram a 20 bilhões de litros equivalente leite no ano de 2021, muito perto de 25% do que foi comercializado no mercado internacional, excluindo as transações intra bloco da União Europeia (UE). Daí seu comportamento ser muito relevante para a determinação dos preços. Em 2022 houve uma queda de 17,1% das vendas mundiais para a China. Em 2023, as compras chinesas, em litros equivalente leite, caíram 20,5%. Com isso, sobraram entre 3 e 4% da oferta mundial que se deparou com um crescimento da produção mundial em torno de 1% e uma demanda doméstica retraída nos países exportadores. Tudo junto constituiu a principal causa da queda de preços observada durante quase todo o ano de 2023.

As baixas compras da China foram decorrentes, em princípio, de uma maior produção interna, e altos estoques gerados com as grandes compras de 2021. Outros problemas se seguiram, como as dificuldades logísticas que provocaram o isolamento de algumas cidades em decorrência de surtos do Covid-19, efeitos colaterais da Guerra na Ucrânia e o processo inflacionário que vem ocorrendo nas economias mundiais com impacto recessivo sobre a demanda. A expectativa é de que a demanda começaria a ser revigorada (ao revisar várias publicações de organismos especializados), mas até agora não existem indícios disso.

No mês de maio houve baixas generalizadas das importações, com aumento em produtos de baixa relevância sobre o total. O mesmo ocorreu no acumulado dos primeiros cinco meses do ano.

O total das importações em dólares de janeiro a maio de 2024 foi 23,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, e o valor médio dos produtos caiu de US$ 4.552 a tonelada, para US$ 4.108 a tonelada, um recuo de 9,8%. A redução das compras foi uma combinação da queda dos preços, e dos volumes que diminuíram 15,2%.

O valor do litro equivalente leite das importações da China de janeiro a maio de 2024 foi de US$ 0,88 (caindo 11,7%). O valor por litro equivalente leite das exportações totais da Argentina para todos os destinos em igual período foi de US$ 0,54.

A China é o principal importador de leite em pó integral e seu principal fornecedor é a Nova Zelândia que ostentou 90,6% de participação desse produto no gigante asiático no ano de 2024, até aqui. A participação nos cinco primeiros meses de 2023 foi de 91,3%, muito perto do índice deste ano.    Fonte: OCLA Tradução livre: www.terraviva.com.br


Jogo Rápido

RS teve um outono de maior estresse térmico na produção de leite
A combinação de umidade, temperatura e amplitude térmica afetou o volume de forma mais prolongada do que o ano passado; efeitos se somaram aos da catástrofe climática. A combinação de temperatura, umidade e amplitude térmica trouxe um outono de maior estresse térmico para os animais em relação ao do ano passado, com impacto direto sobre a produção de leite do Estado. É o que mostram os dados do Departamento de  Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, da Secretaria da Agricultura. E esse fator se soma aos efeitos trazidos à atividade pela catástrofe climática registrada em maio — como a dificuldade inicial de captação nas propriedades e a perda de rebanho. No quesito conforto térmico dos animais, o maior desafio veio em março: essa condição só esteve presente em 49,7% do período — quando o ideal seria acima de 80%. E incluíram situações consideradas perigosas durante 6,6% do mês. — Foi um outono mais complicado porque o estresse persistiu por um período maior do que no ano passado — observa a pesquisadora Adriana Kroef Tarouco, uma das responsáveis pelo Comunicado Agrometeorológico - Biometeorologia Aplicada à Bovinocultura de Leite no outono de 2024. Conduzido em 16 municípios, o estudo mostra ainda que quanto maior a produtividade da vaca, maior também foi a redução da produção em situações de estresse térmico. Adriana explica que as alterações sobre o volume aparecem após a condição do ambiente se tornar crônica — em torno de três dias: — Com umidade e temperatura altas, o animal não consegue perder calor. Isso acontece principalmente acima de 35ºC. A vaca para de comer, busca sombra, caminha menos. Isso lá na frente afeta a produção de leite dela. (Zero Hora)

 

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